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RESUMO
Diant e da co nt ínua e cr escent e preocupação ambient al por part e da
so ciedade frent e à sit uação amb ient al g lo bal, est e t rabalho pret ende
co mpreender a percepção ambient al dos empresár io s da cidade de São João
da Boa Vist a, São Paulo. Para tant o, efet uou-se uma pesquisa sobr e a
percep ção amb ient al do s e mpresár ios de pequenas e médias empr esas, par a
que, ao fina l, fossem propostas diretr izes para inter venções em gest ão
ambient al, vo lt adas ao co nt ext o específico das pequenas e médias empr esas.
O método adot ado baseou-se em respostas obt idas at ravés de quest ionár io s
aplicados aos empr esár ios. Os result ados obt idos durant e a pesquisa foram
analisado s de fo r ma qualit at iva. Não fo i possível análise est at íst ica devido
ao pequeno u niver so amo st ral, mas os result ados apo nt aram t endências qu e
po ssib ilit ar am conclu ir, por exemplo, que embora o grupo apresent asse
cert o grau de conheciment o e preocupação com a t emát ica ambient al, essa
preocupação ainda não é uma post ura disseminada dent ro do cont ext o
empresar ial. Os dado s o bt idos cont r ibuír am ainda, para a ident ificação de
algumas premissas bast ant e indicat ivas do pensa ment o e das opiniões do s
empresár io s, o que po de au xiliar, co m cer t eza, na co mpreensão da realidade
do set o r e, so bret udo o rient ar e dir ecio nar t rabalhos co mple ment ares no
sent ido de t o mada de decisões, que deve est ar paut ada na conser vação
ambient al.
ABSTRACT
Face t he co nt inu ing and gro wing environment al concer n fro m t he moder n
so ciet y t o wards t he g lo bal env iro nment al perspect ive, t his art icle int ends t o
und erst and t he part icu lar environment al percept io n o f ent repreneurs fro m
São João da Bo a Vist a, São Paulo St at e. Thus, it was co nduct ed a sur ve y
abo ut environment al percept io n of ent repreneurs fro m sma ll and medium
size co mpanies, so t hat , event ually it could be proposed guidelines fo r
medd ling environment al manag ing decis io ns, fo cu sing t he sp ecific co nt ext
of small and mediu m size co mpanies. T he method was based in responses
o bt ained t hro ug h quest io nnaires, which were answered by t he ent repreneurs.
The result s, acquired dur ing t he sur vey, were analysed qualit at ively. Even
t ho ugh an st at ist ical approach was not possible due t o t he sma ll universe o f
respo nses, t he resu lt s po int ed out trends which enabled t o conclude, fo r
inst ance t hat , alt hough t he group present ed a cert ain degree o f knowledge
and co ncer n t owards t he environment , t his co ncer n has not been dispersed
int o t he ent repreneur ial deeds yet . Result s have even cont r ibut ed to ident ify
so me premises, qu it e represent at ive, of t hought s and opinio ns o f t he
ent repreneurs group, which can help, cert ainly, in t he underst anding o f t he
sect or realit y and, overall, guide and dir ect supple ment ar y act ions in
regards o f t he decis io n making pro cess, which, id eally, sho u ld be at t ached
to t he environment al conser vat ion.
1. INTRODUÇÃO
At ualment e, a discussão da t emát ica ambient al é fat o percept ível na
sociedad e. Ent ret ant o , não é ainda t ão evident e a corret a percepção dos
indivíduo s em ter mos da real dimensão das var iáveis ambientais e seus
efeit o s. Ap esar das vár ias iniciat ivas, públicas e pr ivadas, vo lt adas à
co nscient ização da sociedade frent e à t emát ica do uso rac io nal dos recurso s
nat urais, o que aind a se o bser va é u m pr eo cupant e d ist ancia ment o ent re o
co nt eúdo de t ais inic iat ivas e a efet iva mudança de co mport ament o
( ind iv idual e co let iva) por part e da sociedade. (FERNANDES, 2003)
Co mo objet ivo específico , a pesq u isa busca det ect ar o s po nto s mais
significat ivos da desinfor mação ambiental no grupo de ind ivíduos
represent ados por empresár io s da região de São João da Boa Vist a .
2. REVISÃO DA LITERATURA
A Confer ência so bre a Bio sfera realizad a em Par is, em 1 968, mesmo
sendo uma reunião de especialistas de Ciências, marcou o despertar de uma
co nsciência eco lógica mundia l, assim como a pr ime ira Co nferência das
Naçõ es Unidas so bre Me io Ambient e, realizada em Est ocolmo em junho de
1972, incent ivando que a quest ão ambient al fo sse considerada nas agend as
o ficia is int er nac io nais ( ANDRADE ; T ACHIZAWA; CARVALHO, 2002).
Nesse cont ext o, a caract er ização da per cepção ambient al per mit e
maior co mpreensão do s co nceit os, mit os ou a falt a de infor mação sobr e
meio amb ient e do s d iferent es grupos sociais, no int uit o de or ient ar
propost as de planejament o int egradas na busca de so luções para o s
problemas ambient ais.
3. MÉTODO
O projet o seguiu as referências do NEPA (Nú cleo de Est udo s e m
Percepção Ambient al, Vit ó r ia, ES) que concent ra seu t rabalho em
seg ment o s fo r mado res de o p inião nas áreas educacio nal, social e ambient al,
e vem usando a Percepção Amb ient al, co mo inst ru ment o pedagó gico para
au xiliar no encaminhament o (gest ão) da t emát ica ambient al no âmbit o de
inst it u ições públicas e pr ivadas de ensino, bem co mo, em aplicações ligada s
a empresas pr ivadas.
O pro jet o cont ou com o apo io da UNIVIX/ NEP A (Núc leo de Est udo s
em Per cepção Ambient al), e parcer ias lo cais co m as segu int es inst it u içõ es:
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− UNIFEOB – Cent ro Univer sit ár io da Fundação de Ensino Oct ávio
Bast os;
Co m sua eco no mia vo lt ada predo minant ement e ao co mércio (56% das
unid ades empr esar iais locais) e caract erizada pela pr edo minância d e
empresas de p equeno po rt e com at é 19 pessoas ocupadas (97% das unidades
empresar iais), São João da Boa Vist a vem so frendo co m a queda da t axa d e
empregos e o apareciment o de uma camada da população desocupada e
carent e (FUNDAÇÃO SE ADE, 2004).
O quest ionár io fo i elaborado a part ir de t rês t emas cent rais: I) Per fil
do Respondent e, (Quadro 1, Anexo ); II) Percepção Ind iv id ual Frent e ao
Meio Amb ient e (Quadro 2, Anexo) ; e III) Empr esa e Meio Ambient e
(Quadro 3, Anexo).
4. RESULTADOS E DISCUSS ÃO
Os mot ivos alegados para a não resposta inc luíram viagens, falt a de
t empo e ext ravio do quest io nár io na empr esa.
Os dados apresent ados nas t abelas 1, 2 e 3 demo nst ram que o grupo
do s respondent es fo i bast ant e var iado. Quant o a faixa et ár ia, obser va- se que
o dado o bt ido vai de enco nt ro ao esperado. Realment e, a maior ia do s
respo nd ent es enco nt ra-se ent re 31 e 50 ano s, o u seja, u ma idad e co mpat ível
co m o cargo e at ividade pro fissio nal que exercem.
Quant o ao grau de esco lar idade, não fo i possível ver ificar um padrão
de respo st as, sendo int eressant e obser var que t rês respondent es disseram
não t er co mp let ado o ensino fundament al. Mesmo assim, a maior ia do s
respondent es po ssu i ensino super ior.
A t abela 3 mo st ra que o grupo amo st rado inclui empresas vo lt adas
ao co mércio e indúst r ia, sendo co mpat ível co m o per fil de at ividade
econô mica do munic ípio.
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Co m exceção de duas empr esas co m mais de 100 funcio nár io s,
to das são classificadas co mo pequenas ou microempresas. O cargo exercido
na empresa pelo s respondent es é gerência administ rat iva e/ou sócio -
propriet ár io .
Quando quest io nados sobre proble mas ambient ais da cidade de São
João e região, as respost as foram bast ant e var iadas (Pergu nt a 4). Obser va-se
que o problema de po luição das águas e a falt a de co let a selet iva ocupar a m
o nível maior de preocupação ent re o s respo ndent es. O meno r nível de
preocupação dos empresár io s é a po luição visual.
− Todos concordam que conser var a nat ureza é ma is import ant e que o
padrão de confort o exig ido pela sociedade moderna.
Ap enas uma empresa afir mou gerar r esíduo especial que precise de
t rat ament o ant es do descart e. Segundo o respondent e, o resíduo é t rat ado de
aco rdo com as nor mas est abelecidas pela legislação pert inent e.
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Cons iderando a quest ão de cert ificação ambient al, dez
respo ndent es disseram conhecer a sér ie de cert ificação ambient al ISO
14.000. Quat ro d isseram “t alvez, mas não t êm cert eza”.
− Para t rês empr esár ios, a redução de r iscos ambient ais e a co nser vação
de mat ér ias-pr imas são os fat ores mais import ant es. Set e empresár io s
acham que “t odos os benefício s cit ados mer ecem o mesmo grau de
impo rt ância”.
− Seis empr esár ios acham que sua empresa est á at ent a às necessidades
do mercado quant o às quest ões ambient ais. Cinco disseram concordar
parcialment e co m est a afir mação . Três respo nderam não saber o u sem
opinião.
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− Três empresár io s dissera m que as empresas est ão preparadas par a
lid ar co m t o das as quest ões ambient ais que possam surgir dent ro do
processo produt ivo. Set e concordam parcialment e co m a frase e
quat ro empresár io s d iscordam da frase.
− Cinco empr esár ios consid eram o cust o da co nsu lt o r ia amb ient al mu it o
alto. Apenas um discorda dessa premis sa e todos os outros (oit o
empresár ios) disseram “não sabem ou não tem opinião ”.
− Seis empr esár ios acham que cert ificar a empresa beneficiar á o s
negó cio s, c inco co ncordam parcia lment e e t rês não soubera m
respo nd er se o pro cesso de cert ificação trará benefíc ios à empr esa.
− Para set e empresár ios o “market ing verd e” ajud ará na co nqu ist a d e
no vo s client es. Três não souberam r esponder e quat ro concordam
parcialment e co m a premissa.
E m face do s resu lt ados obt idos nest a pesquisa, t orna-se pert inent e
est abelecer algumas dir et r izes para fut uras ações e m benefício das empr esas
inst aladas na região .
5. CONCLUSÃO
Nest e caso , empresár io s, gest ores ambient ais e o corpo t écnico das
empresas co meçarão a ser mais pressio nados para que adot em po lít icas e
pro cesso s pro dut ivo s visando , por fim, o idealizado e a mplament e discut ido
desenvo lv iment o sust ent ável. Nest e cont ext o, os empresár ios devem
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t ambém est ar preparados para t al mudança de co mport ament o dos
co nsu midores.
REFERÊNCIAS
CORS ON, W.H. (ed.). O que você pode fazer a respeito d a cri se d o Meio
Ambient e. Manual Glo bal de Eco logia. Tradução de Alexandr e
Gomes Mamaru. 4 ed. São Pau lo , SP: Aug ust us, 2002 413 p.
FAGGIONATO, S. Percepção Ambiental. Disponíve l em
www.educar.sc.usp. br Acesso em: Janeir o de 2006
FERNANDES, R. S. et al. Percepção ambiental dos alunos da Facu ldade
Brasi lei ra – UNIVIX, Vit ó r ia, ES. In: CONGRESSO BRASI LEIRO
DE DEFES A DO MEIO AMBIENTE 7.,Anais. 2003, Rio de Janeiro .
Clube de E ngenhar ia, 11 a 13 de agost o 2003. Resu mo
2.1) Se sua resposta foi sim, a fonte de informação sobre meio ambiente que mais utiliza é:
( ) Jornal ( ) Revistas ( ) Palestras
( ) Televisão ( ) Internet ( ) Conversa com amigos
( ) Participação em cursos ( ) Outra. Qual?____________________________
3) Em relação aos problemas ambientais globais abaixo relacionados, qual seu nível de preocupação com cada um deles ? (enumere de 1 a 8 por
ordem de importância, onde (1) mais preocupante (8) menos preocupante).
( ) Aquecimento Global ( ) Poluição de Água ( ) Desmatamento e Desertificação
( ) Consumo de Energia ( ) Poluição do Ar ( ) Redução da Camada de Ozônio
( ) Crescimento da População ( ) Perda da Biodiversidade ( ) Consumo de Água
Outro? Qual __________________
4) Quais problemas ambientais que você considera mais preocupantes em São João da Boa Vista? Enumere de 1 a 8 na ordem de importância: (1)
mais preocupante (8) menos preocupante.
( ) Poluição de água ( ) Uso abusivo de agrotóxicos
( ) Desmatamento ( ) Extração abusiva de recursos minerais
( ) Ausência de Coleta Seletiva ( ) Ausência de programas de educação ambiental nas escolas
( ) Poluição Visual ( ) Outro. Qual? ______________________
5) Qual a melhor forma que a sociedade tem para resolver um problema ambiental que a esteja afetando?
( ) Fazer um abaixo assinado ( ) Participar de uma manifestação pública
( ) Pedir ajuda de uma ONG ( ) Denunciar o fato a mídia (jornal, rádio, TV, etc)
( ) Pedir ajuda a algum político ( ) Outro? Qual? ______________________
( ) Procurar o órgão ambiental mais próximo
6) A quem você atribui a responsabilidade pelos problemas ambientais do município onde está localizada sua empresa?
3) Sua empresa gera algum resíduo especial que precise de tratamento adequado antes do descarte?
( ) Sim ( ) Não
3.1) Se sua resposta é sim, em relação ao resíduo gerado:
( ) A empresa trata o resíduo de acordo com as normas estabelecidas pela legislação pertinente.
( ) A empresa já foi autuada por órgãos ambientais (CETESB, Prefeitura) por não tratar o resíduo.
( ) A empresa contratou uma consultoria ambiental para tratar e gerir os resíduos.
( ) A empresa descarta o resíduo sem qualquer tratamento. ( ) Outro __________________________________
4) Você conhece a série ISO 14000 (O objetivo desta norma é promover nas empresas o cuidado ao meio ambiente, fornecendo diretrizes para a
implantação de um sistema de gestão ambiental, que pode ser certificado por uma terceira parte)
( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez,, mas não tenho certeza
4.1) Se sua resposta é sim, onde ouviu falar sobre a ISO 14000?
( ) Revistas especializadas ( ) Consultorias ( ) Funcionários dentro da empresa ( ) Cursos, palestras e seminários
( ) Jornais e TV ( ) Outro? Qual ______________________________________
6) Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode trazer muitos benefícios para as empresas. Dos benefícios citados abaixo, qual você considera
mais importante (1) e menos importante (enumere de 1 a 8 por ordem de importância, onde (1) mais importante (8) menos importante).
( ) Facilitar a obtenção de licenças e autorizações ( ) Redução de riscos ambientais
( ) Conscientização ambiental dos empregados ( ) Melhoria organizacional da empresa
( ) Estimular o desenvolvimento e compartilhar soluções ambientais ( ) Diferencial competitivo
( ) Melhorar as relações entre as indústrias e governo