You are on page 1of 23

Percepção Ambiental de Empresários Frente à Conservação dos Recursos

Naturais: Uma Abordagem à Prática da Gestão Ambiental

Auto ra: Gláucia Mar ia Mendes Liber ali


Ori entado r: Prof. Dr. Fábio August o G. V. Reis
Co-orientador: Prof. Roosevelt Fer nandes

RESUMO
Diant e da co nt ínua e cr escent e preocupação ambient al por part e da
so ciedade frent e à sit uação amb ient al g lo bal, est e t rabalho pret ende
co mpreender a percepção ambient al dos empresár io s da cidade de São João
da Boa Vist a, São Paulo. Para tant o, efet uou-se uma pesquisa sobr e a
percep ção amb ient al do s e mpresár ios de pequenas e médias empr esas, par a
que, ao fina l, fossem propostas diretr izes para inter venções em gest ão
ambient al, vo lt adas ao co nt ext o específico das pequenas e médias empr esas.
O método adot ado baseou-se em respostas obt idas at ravés de quest ionár io s
aplicados aos empr esár ios. Os result ados obt idos durant e a pesquisa foram
analisado s de fo r ma qualit at iva. Não fo i possível análise est at íst ica devido
ao pequeno u niver so amo st ral, mas os result ados apo nt aram t endências qu e
po ssib ilit ar am conclu ir, por exemplo, que embora o grupo apresent asse
cert o grau de conheciment o e preocupação com a t emát ica ambient al, essa
preocupação ainda não é uma post ura disseminada dent ro do cont ext o
empresar ial. Os dado s o bt idos cont r ibuír am ainda, para a ident ificação de
algumas premissas bast ant e indicat ivas do pensa ment o e das opiniões do s
empresár io s, o que po de au xiliar, co m cer t eza, na co mpreensão da realidade
do set o r e, so bret udo o rient ar e dir ecio nar t rabalhos co mple ment ares no
sent ido de t o mada de decisões, que deve est ar paut ada na conser vação
ambient al.

Palavras-chave: Educação Ambiental, Empresas, São João da Boa Vista.


2
Environmental Perception of Entrepreneurs Face Natural Resources
Conservation: An Approach to Environmental Management Practice

ABSTRACT

Face t he co nt inu ing and gro wing environment al concer n fro m t he moder n
so ciet y t o wards t he g lo bal env iro nment al perspect ive, t his art icle int ends t o
und erst and t he part icu lar environment al percept io n o f ent repreneurs fro m
São João da Bo a Vist a, São Paulo St at e. Thus, it was co nduct ed a sur ve y
abo ut environment al percept io n of ent repreneurs fro m sma ll and medium
size co mpanies, so t hat , event ually it could be proposed guidelines fo r
medd ling environment al manag ing decis io ns, fo cu sing t he sp ecific co nt ext
of small and mediu m size co mpanies. T he method was based in responses
o bt ained t hro ug h quest io nnaires, which were answered by t he ent repreneurs.
The result s, acquired dur ing t he sur vey, were analysed qualit at ively. Even
t ho ugh an st at ist ical approach was not possible due t o t he sma ll universe o f
respo nses, t he resu lt s po int ed out trends which enabled t o conclude, fo r
inst ance t hat , alt hough t he group present ed a cert ain degree o f knowledge
and co ncer n t owards t he environment , t his co ncer n has not been dispersed
int o t he ent repreneur ial deeds yet . Result s have even cont r ibut ed to ident ify
so me premises, qu it e represent at ive, of t hought s and opinio ns o f t he
ent repreneurs group, which can help, cert ainly, in t he underst anding o f t he
sect or realit y and, overall, guide and dir ect supple ment ar y act ions in
regards o f t he decis io n making pro cess, which, id eally, sho u ld be at t ached
to t he environment al conser vat ion.

Key-words: Environmental Education, Companies, São João da Boa Vista


3

1. INTRODUÇÃO
At ualment e, a discussão da t emát ica ambient al é fat o percept ível na
sociedad e. Ent ret ant o , não é ainda t ão evident e a corret a percepção dos
indivíduo s em ter mos da real dimensão das var iáveis ambientais e seus
efeit o s. Ap esar das vár ias iniciat ivas, públicas e pr ivadas, vo lt adas à
co nscient ização da sociedade frent e à t emát ica do uso rac io nal dos recurso s
nat urais, o que aind a se o bser va é u m pr eo cupant e d ist ancia ment o ent re o
co nt eúdo de t ais inic iat ivas e a efet iva mudança de co mport ament o
( ind iv idual e co let iva) por part e da sociedade. (FERNANDES, 2003)

Obser va-se que a t emát ica amb ient al no desenvo lv iment o


o rganizacio nal das empr esas t em sido largament e debat ida, sendo que
organizações empresar ia is est ão buscando S ist emas de Gerencia ment o
Amb ient a l sust ent ados nos padrõ es de cert ificação ISO 14.001. O que se
o bser va, no ent ant o, é que muit as assim o fazem, pelo mero apelo de
“market ing” (TUNNESSEN, 2001).

Os gest ores de empr esas preo cupado s co m a qu est ão ambient al, mu it as


vezes, se vêem d iant e de verdadeiros impasses quando, ao t ent arem adot ar
um enfo qu e eco lógico , se deparam co m exigências conflit ant es e
divergentes, or iundas dos própr ios empresár io s (gerentes) e ac io nist as,
cujas expect at ivas g iram em t orno de result ados crescent es e liquidez
imed iat a.

Há um co nflit o inerent e e nat ural ent re modelo eco nô mico e


conser vação de recur so s nat urais que impede ou at ravanca a definição de
po lít icas de gest ão ambient al nas empresas em geral.

Acredit a- se que as empresas localizadas no munic ípio de São João da


Bo a Vist a, (SP) t ambém vivenciam t al conflit o e, port ant o, deverão passar
po r pro cesso s d e reest rut uração de suas polít icas int er nas, de for ma a se
adequ arem a leg is lação ambient al ou mes mo viabilizar em novas
oportunidades de negócio.

Out ra quest ão relevant e no at ual mo ment o da cidade é a necessidade de


po lít icas pú blicas para a cr iação de novos postos de t rabalho. Nesse int uit o ,
4
a prefeit ura da cid ade bem co mo a inic iat iva pr ivada t êm se dedicado ao
desenvo lviment o de est rat égias de fo r ma a at rair a inst alação de no vas
empresas na reg ião .

Nesse sent ido , o present e t rabalho t em co mo objet ivo levant ar e


analisar a percepção ambient al de empresár io s, em médias e pequenas
empresas, da região de São Jo ão da Boa Vist a (SP), por meio de aplicação
de quest io nár io especialment e elaborado para est a fina lidade.

Co mo objet ivo específico , a pesq u isa busca det ect ar o s po nto s mais
significat ivos da desinfor mação ambiental no grupo de ind ivíduos
represent ados por empresár io s da região de São João da Boa Vist a .

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Antecedentes da idéia de su stentabi lidade


Hist oricament e, os problemas relacio nados ao meio ambient e vê m
sendo discut idos desde lo nga dat a e, percebe-se que, dia a dia, torna-se cada
vez mais pr eocupant e a sit uação ambient al na Terra.

A Confer ência so bre a Bio sfera realizad a em Par is, em 1 968, mesmo
sendo uma reunião de especialistas de Ciências, marcou o despertar de uma
co nsciência eco lógica mundia l, assim como a pr ime ira Co nferência das
Naçõ es Unidas so bre Me io Ambient e, realizada em Est ocolmo em junho de
1972, incent ivando que a quest ão ambient al fo sse considerada nas agend as
o ficia is int er nac io nais ( ANDRADE ; T ACHIZAWA; CARVALHO, 2002).

Aind a em 1 968, fo i r ealizada em Ro ma uma reunião de cient ist as do s


países desenvo lv ido s par a se discut ir o consumo e as reser vas de recurso s
nat urais não reno váveis e o cresciment o da população mundial at é meado s
do sécu lo XXI.

As co nclusões do “Clube de Ro ma” deixam clara a necessidade


urgent e de se buscar meio s para a co nser vação dos recursos nat urais e
co nt ro lar o cresciment o da população, além de se invest ir numa mudança
rad ical na ment alid ade de co nsumo e procr iação (REIGOTA, 2001).
5
As discussões iniciais pro ssegu ir am p ela década de 1 980. E mbo r a
mar cadas, nest a fase, pelas dificuldades que as fixavam no t errit ór io
encant ado do lúdico, a part ir de 1 987 no t a-se a t ent at iva de “algo ” co ncret o
quando fo i prep arado pela Co miss ão Mundial de Ambient e e
desenvo lv iment o da ONU (Co missão Brundt land), o relat ório int it ulado
“No sso Fut uro Co mu m” (SOUZA, 2000).

As reco mendações dessas reuniões servir am de base para a


Co nferência so bre Meio Ambient e e Desenvo lviment o realizada no Rio de
Jane iro , em junho de 1992 (Rio-92) . O result ado da Conferência
Int ernacio nal Rio 92 fo i r esu mido em do is do cu ment o s pr incip ais: A Cart a
da Terra (rebat izada de Declaração do Rio) e a Agenda 21.

A Agenda 21 const it u i u m p lano de ação , que t em po r o bjet ivo


co locar em pr át ica, programas p ara frear o pro cesso de degrad ação
ambient al e t ransfor mar em realidade os pr incípio s de Declaração do Rio
(ANDRADE; T ACHIZAWA; CARVALHO, 2002).

Ent re o s t emas de int eresse da problemát ica ambient al dest acam-se: o


efeit o est u fa, os recursos da Terra, o impact o da agr icult ura, a
desert ificação , o desmat ament o de florest as, as mudanças climát icas ent re
o ut ro s que serão devidament e dest acados nest a pesquisa.

Segu ndo publicação do WORLD WATCH INSTITUTE, Est ado do


Mu ndo , 2004, o foco das d iscussões mundiais vo lt a- se par a o consumo, u m
do s element o s mais cent rais e t ambém um dos mais negligenc iados na busca
g lo bal por um fut uro sust ent ável. O P lano de Ação que surg iu da Cúpula
Mu nd ia l so bre Desenvo lviment o Sust ent ável em Joanesburgo, Áfr ica do
Su l, em 2002, declara que: “mudanças fundament ais na for ma de as
so ciedad es produzirem e consumirem são indispensáveis par a a co nquist a d e
um desenvo lviment o sust entáve l glo bal”.

E m seu t ext o de int rodução da cit ada publicação, Brφge Brende,


Min ist ro do Meio Ambient e da Noruega, reconhece:
“O consumo, naturalmente, é essencial para o bem-estar da humanidade, porém
o consumo exagerado ou o consumo errado mina tanto nossa saúde pessoal
quanto a saúde do meio ambiente natural do qual dependemos” ( BRENDE,
2004 in WORLD WAT CH INSTITUTE, 2004 p. 27).
6
Assim, o papel das empresas nessa nova sociedade que pr ior izará o
co nsu mo co nscient e e que, cedo ou t arde, deve t ornar-se maior, em função
das pressões exercidas pela diminu ição dos recursos nat urais, deve ser
revist o .

2.2 Percepção Ambi ental


Percepção ambiental fo i definida co mo sendo "u ma tomada de
co nsciência do ambient e pelo ho mem" ( FAGGIONATO, 2006).

Nesse cont ext o, a caract er ização da per cepção ambient al per mit e
maior co mpreensão do s co nceit os, mit os ou a falt a de infor mação sobr e
meio amb ient e do s d iferent es grupos sociais, no int uit o de or ient ar
propost as de planejament o int egradas na busca de so luções para o s
problemas ambient ais.

A import ância da pesqu isa em Per cepção Ambient al par a a gest ão


ambiental fo i ressaltada na proposição da UNESCO, que:
"Uma das dificuldades para a proteção dos ambientes naturais está na existência
de diferenças nas percepções dos valores e da importância dos mesmos entre os
indivíduos de culturas diferentes ou de grupos sócio-econômicos que
desempenham funções distintas, no plano social, nesses ambientes"
( UNESCO, 1973 apud MAROTI, 2002, p. 21).

É import ant e que os programas de conser vação seja m est abelecido s


em fu nção de fat ores sociais, eco nô micos, cult urais e eco lógicos e da
percep ção que as populações envo lvidas t êm do ambient e (BOUSQUET,
1989 apud MAROTI, 2002, p. 21).

Frent e a est e co nt ext o, fica evident e a necessidade de adot ar a


avaliação da percepção ambient al de seg ment o s fo r mado res de o p inião co m
inst ru ment os de gest ão.

2.3 O Prob lema: Desenvolvimento “In su stentável”


De acordo co m seu significado, “desenvolviment o” é expansão o u
realização de avanço pot encia l, para um est ado mais co mplet o, maior e
melhor (CORS ON, 2002).
7
Desd e os pr imórdio s da civilização os recursos naturais são a base
do desenvo lv iment o eco nô mico. Assim, econo mia sem pront o acesso aos
recurso s nat urais ou uso inadequado dos mesmo s t ende a se desest abilizar
rap idament e.
A rápida depleção do s recursos naturais não renováveis e a não
repo sição dos recursos reno váveis, fr uto de século s de exploração
deso rganizada e pred at ó ria, é a maior ameaça ao pot encial eco nô mico
fut uro . Para mu it o s cient ist as, esses danos são irrevers íveis.

So mam- se aind a, danos causados pelo efeit o est ufa, o aqueciment o


glo bal e a dest ruição da camada de o zô nio .

Para Ricklefs (2003), a chave para a sobrevivência da população


hu mana é d esenvo lver int erações sust ent áveis co m a biosfer a. Mant er a
bio sfera sust ent ável significa conservar os processos eco lógico s
respo nsáveis por sua produt iv idad e. Frent e ao at ual qu adro de degr adação
do s ambient es nat urais, nem sempre ist o é possível eco logicament e ou o
t empo necessár io par a que est as relações se re-est abeleçam é muit o longo.

Co mo resu lt ado ver ifica-se, at ualment e, a maior t axa de perda de


bio d iver sidad e já reg ist rad a na era moder na, co m graves co nseqüências par a
o próprio fut uro da hu manidad e.

3. MÉTODO
O projet o seguiu as referências do NEPA (Nú cleo de Est udo s e m
Percepção Ambient al, Vit ó r ia, ES) que concent ra seu t rabalho em
seg ment o s fo r mado res de o p inião nas áreas educacio nal, social e ambient al,
e vem usando a Percepção Amb ient al, co mo inst ru ment o pedagó gico para
au xiliar no encaminhament o (gest ão) da t emát ica ambient al no âmbit o de
inst it u ições públicas e pr ivadas de ensino, bem co mo, em aplicações ligada s
a empresas pr ivadas.

Também se baseia em or ient ações de elaboração de quest io nár io s


fo r necidas po r Chagas (200 0).

O pro jet o cont ou com o apo io da UNIVIX/ NEP A (Núc leo de Est udo s
em Per cepção Ambient al), e parcer ias lo cais co m as segu int es inst it u içõ es:
8
− UNIFEOB – Cent ro Univer sit ár io da Fundação de Ensino Oct ávio
Bast os;

− ACE – Associação Co mercia l e E mpresar ial de S ão João da Bo a


Vist a, que d ispo nib ilizou a list a de cont at os de empresas
represent at ivas da cidade do segment o comercial, indust r ial e de
ser viço s.

Durant e as et apas do t rabalho, a elaboração do quest io nár io fo i


bast ant e discut ida, po is fo i necessár io reduzir o número de quest ões,
buscando maior clar eza e abr angência de t emas, além de reduzir, a um níve l
aceit ável, o t empo ut ilizado para a respost a pelo empresár io.

3.1 O questionário na pesqui sa ci entífi ca


Segundo Fer nandes (2003), é import ant e dest acar que, a base do
sucesso de uma pesquisa envo lvendo Percepção Ambient a l est á dir et ament e
lig ada à qu alidad e do quest ionár io adot ado. Tal quest ionár io deverá est ar
est rut urado à luz dos objet ivos a que se pret ende co mo pesquisa e,
so bret udo , co nsiderar o t ipo e o nível educacio nal dos ent revist ados.
O quest io nár io ut ilizado no present e t rabalho segue u m mét odo de
elabo ração part indo dos segu int es pressupo st o s: a ident ificação do
respondent e; suas percepções individuais e glo bais sobre as quest ões
elencadas de meio amb ient e e a visão que t em do papel da empresa face à
t emát ica ambient al.

3.2 Área de Estudo


O munic ípio de São João da Boa Vist a está localizada na região
no rdest e do Est ado de São Paulo, ( long it ude 46´48’ 00” W Gr e lat it ude 21’
58’ 00 ”S), a u ma alt it ude de 767 met ros. Com ext ensão t errit o r ial de
apro ximadament e 500 km², São João da Boa Vist a é um municíp io do
int er ior do est ado , pert encent e à Região Administ rat iva de Ca mpinas, que
po ssu i u ma po pu lação est imada em 82.549 habit ant es, sendo 93% resident es
na zo na ur bana e 7% na zo na rural (IBGE, 2005)
9
Co nfo r me a classificação feit a pela Fundação SEADE, 2002 no
Índice Pauli sta de Responsabili dade Social, em que são levados em
co nsid eração dados referent es à r iqueza, lo ng evidade e esco lar idad e, São
João da Boa Vist a pert ence ao Grupo 4, dos município s co m bai xo
desenvol viment o econômico e em tran sição social e, possui um índ ice de
desenvo lviment o humano mu nicip al ent re 843, co nsid erado de alt o
desenvol viment o humano, segu ndo levant ament o s realizado s pelo Pro grama
das Nações Unidas par a o Desenvo lviment o.
A região de São João é pr ivileg iada p ela sua lo calização geo gráfica,
sit uando-se as marg ens da Serra da Mant iqueira cuja diver sidade bio lógica
e preser vação amb ient al são pont os a serem dest acados.

Co m sua eco no mia vo lt ada predo minant ement e ao co mércio (56% das
unid ades empr esar iais locais) e caract erizada pela pr edo minância d e
empresas de p equeno po rt e com at é 19 pessoas ocupadas (97% das unidades
empresar iais), São João da Boa Vist a vem so frendo co m a queda da t axa d e
empregos e o apareciment o de uma camada da população desocupada e
carent e (FUNDAÇÃO SE ADE, 2004).

3.3 Etapas de Trabalho


No sent ido de obt enção de ma io r ent end iment o das et apas d e
t rabalho, necessár ias p ara a co nclusão dest a pesquisa, merece dest aque o
processo de elaboração dos quest ionár io s, dist r ibuição e co let a dos mesmo s
junt o às empr esas pesquisadas e análise dos dados.

O quest ionár io fo i elaborado a part ir de t rês t emas cent rais: I) Per fil
do Respondent e, (Quadro 1, Anexo ); II) Percepção Ind iv id ual Frent e ao
Meio Amb ient e (Quadro 2, Anexo) ; e III) Empr esa e Meio Ambient e
(Quadro 3, Anexo).

Quant o ao t ipo de quest ão procurou-se opt ar por questões fechadas e


de mú lt ipla esco lha, embor a algumas questões t ambém foram do t ipo abert o.
O t amanho amo st ral, definido a part ir da base percent ual d e
empresas estabelecidas na cidade, fo i de 20 respondent es.
10
Defin ido s qu est io nár io e número amo st ral, a pró xima et apa de
t rabalho previu a d ist r ibu ição e reco lhiment o dos quest ionár ios.

Os d ado s o bt ido s at ravés da aplicação dos quest ionár ios foram


est rat ificados, analisados qu alit at ivament e e discut idos confor me it ens
su bseqüent es.

As infor mações (endereço e co nt at o) pert inent es à empresa


pesqu isada foram dispo nibilizadas pela ACE ( Associação Co mercia l e
E mpresar ial d e São Jo ão da Boa Vist a), com base em seu cadast ro de
asso ciados. As empresas foram esco lhidas aleat oriament e.

Os quest io nár io s foram ent regues nas empr esas pessoalment e,


junt ament e co m uma cart a de apresent ação, for necida e assinada pelo Sr.
Jo ão Bat ist a Feliciano de Olive ira Jr., President e da ACE, explicando o
objet ivo da pesquisa e propiciando assim, maior credibilidade e aceitação
da pesq uisa pelo s associados.
Após os quest ionár ios serem e ntregues, deter minou- se um per íodo
de 2 semanas para que fo ssem respondido s pelo empresár io. Post er ior ment e
a esse per íodo, os mesmo s fo ram reco lhidos sendo que os não respondido s
dent ro desse prazo t ot alizara m 30% dos quest ionár ios inic ialment e
d ist r ibuídos. Os quest ionár ios não respondidos dent ro desse prazo foram
desco nsiderados.

4. RESULTADOS E DISCUSS ÃO

De u m t o t al de 2 0 qu est io nár io s d ist r ibuído s, 14 foram respo nd idos


e 6 não (30% do t ot al dos quest io nár io s), dent ro do prazo de duas semanas
det er minado pela pesquisa.

Os mot ivos alegados para a não resposta inc luíram viagens, falt a de
t empo e ext ravio do quest io nár io na empr esa.

4.1 Perfi l dos Respond entes


E m relação à nat uralidade e residência, todos os respondent es
moram at ualment e em S ão Jo ão da Boa Vist a. Apenas 3 (t rês) nascer am e m
outras cidades.
11
Do tot al de respo ndent es, 9 (no ve) part icipant es são do sexo
mascu lino e 5 (cinco) do sexo feminino.

As t abelas 1 e 2 apresent am a fa ixa et ár ia e a esco lar idade dos


respo ndent es, respect ivament e.

Tabela 1. Faixa et ár ia dos respondent es.


21 e 30 anos 31 e 40 anos 41 e 50 anos 51 ou acima
14,30% (2)* 35,70% (5) 35,70% (5) 14,30% (2)
* Nú mero Abso lut o de respo ndent es

Tabela 2. Esco lar idade do s respondent es.


Até a 4a série 5a a 8a série do Médio ou 2o Superior Mestrado ou
do 1o grau 1o grau
grau Doutorado
14,30% (2) 7,15% (1) 28,60%(4) 42,80% (6) 7,15% (3)

Já a t abela 3 class ifica as empresa confor me o ramo de at ividade.

Tabela 3. Ramo de at ividade das empresas pesquisadas.


Comércio Agroindústria Indústria Prestação de Serviços
28,60% (4) 7,15% (1) 42,80% (6) 21,45% (3)

Os dados apresent ados nas t abelas 1, 2 e 3 demo nst ram que o grupo
do s respondent es fo i bast ant e var iado. Quant o a faixa et ár ia, obser va- se que
o dado o bt ido vai de enco nt ro ao esperado. Realment e, a maior ia do s
respo nd ent es enco nt ra-se ent re 31 e 50 ano s, o u seja, u ma idad e co mpat ível
co m o cargo e at ividade pro fissio nal que exercem.
Quant o ao grau de esco lar idade, não fo i possível ver ificar um padrão
de respo st as, sendo int eressant e obser var que t rês respondent es disseram
não t er co mp let ado o ensino fundament al. Mesmo assim, a maior ia do s
respondent es po ssu i ensino super ior.
A t abela 3 mo st ra que o grupo amo st rado inclui empresas vo lt adas
ao co mércio e indúst r ia, sendo co mpat ível co m o per fil de at ividade
econô mica do munic ípio.
12
Co m exceção de duas empr esas co m mais de 100 funcio nár io s,
to das são classificadas co mo pequenas ou microempresas. O cargo exercido
na empresa pelo s respondent es é gerência administ rat iva e/ou sócio -
propriet ár io .

4.2 Percepção Individual frente ao Meio Ambiente


A pergunt a 1 fazia menção à qualidade de vida da cidade de São
João da Boa Vist a e região. Na opinião de todos os respondent es, São Jo ão
da Bo a Vist a t em u ma bo a qualidade de vida. A respost a unânime indica qu e
na visão do s empr esár io s o munic ípio possui os requis it os básicos de
co nfo rt o para qualidade de v ida aceit ável, po rém nenhu m empresár io
co nsid era a qualidade de vid a na cidade “excelent e”. Os fat o res
det er minant es par a t al esco lha po dem ser mais bem percebido s na pergu nt a
4 so bre o s pro blemas amb ient ais locais, apresent ada post er ior ment e no
present e t ext o .

Cons iderando o quest io nament o (Pergunt a 2) so br e o int eresse por


assu nt os relacio nados ao meio ambiente, todos os respondent es afir maram
t er int eresse pelos mesmo s. A fo nt e de infor mação refer ida por todos o s
respo nd ent es na perg u nt a 2.1 fo i jor nal e a t elevisão. Apenas do is
respo nd ent es afir maram bu scar infor mações na I nt ernet e apenas um cit o u
fo nt es co mo palest ras e conversa co m amigo s.

Quant o à quest ão (Pergunt a 3) que buscava ident ificar graus de


preo cupação quant o ao s pro blemas a mbient ais glo bais, ver ificou- se que o
pro blema considerado mais preo cupant e pelo s empresár io s amo st rado s é a
po lu ição das águas. Do is proble mas mencio nados apareceram em segundo
lugar: o co nsumo de água e o aqueciment o global.
Out ro dado int eressant e da pesquisa diz respeit o ao fat o de que
quando o grupo fo i so licit ado a numer ar os problemas ambient ais glo bais
em graus de maior (dever iam at r ibuir o número 1) e menor preocupação,
(dever iam at r ibuir o número 8) nenhum problema cit ado na quest ão fo i
classificado co mo menos preocupant e pelos respondent es. Do is
13
respondent es indicaram que todos os problemas mer ecem mesmo níve l de
preo cupação pelos respondent es.

Quando quest io nados sobre proble mas ambient ais da cidade de São
João e região, as respost as foram bast ant e var iadas (Pergu nt a 4). Obser va-se
que o problema de po luição das águas e a falt a de co let a selet iva ocupar a m
o nível maior de preocupação ent re o s respo ndent es. O meno r nível de
preocupação dos empresár io s é a po luição visual.

Na qu est ão 5, to do s os respondent es mencio naram que a melhor


fo r ma de reso lver um problema ambient al é “procurar o órgão ambiental
mais próximo”. A segunda for ma, que apareceu e m duas respost as, é
denu nciar o fat o à mídia.

A única pergunt a abert a (Pergunt a 6) re lacio nada a


responsabilid ad es pelo s proble mas ambient ais obt eve r espost as be m
int eressant es, po dendo ser enquadrada em dois grandes grupos. Aqueles
que respo nderam, 7 empresár io s, (50% do tot al de quest ionár ios aplicados)
at ribuír am a respo nsabilidade à Prefeit ura Mu nicip al, à ó rgão s co mpet ent es
do est ado e do município e à própr ia sociedade. “A falt a de consciência d a
própria população e falt a de cont role dos órgãos ambient ais co mpet ent es”
fo i a respost a dada por um dos empresár io s.

O o ut ro grupo , 50% do tot al, não responderam a quest ão, deixando-a


em branco .

A ú lt ima quest ão desse t ópico (Pergunt a 7) buscou ident ificar


padrões de respost a que venham a co rroborar as respost as ant er iores.
Assim, part indo-se de um arg u ment o (vide ANEXO, Qu adro 2), o
respondent e dever ia concordar, concordar parcialmente ou discordar co m o
mesmo. Seguem os result ados:

− Todos concordam que conser var a nat ureza é ma is import ant e que o
padrão de confort o exig ido pela sociedade moderna.

− No ve respo nd ent es co ncordam parcia lment e quant o ao fat o de est are m


bem in fo r mado s e pr eparados para lidar co m as quest ões ambient ais.
Apenas t rês respondent es que se sent em plenament e apt os e dois não.
14
− Dez r espo ndent es admit em que não causam impact os ambient ais e m
suas at ivid ades diár ias, ext er nas à empresa. Três concordaram
parcialment e co m est a afir mação e apenas um discordou da frase.

− Quant o ao ônus de se viver em uma região ambient alment e impact ada


desde que esse impact o gerasse ma is post os de t rabalho, a respost a
fo i unânime. Nenhum empresár io pesqu is ado est á dispo st o a viver em
ambientes degradados para assegurar a geração de mais empr ego na
cidade.

− A próxima frase buscava id ent ificar u ma visão de fut uro co mu m para


o desenvo lviment o da cidade. Outra unanimidade: Todos os
empresár ios pesquisados acham que o munic ípio deve invest ir no
ecot urismo e educação da po pulação .

− Quant o à últ ima frase, que avaliava a visão de desenvo lv iment o em


termos mais amplos, todo s os empresár io s disser am não co ncordar
co m a afir mação: “Países emergent es como o Brasil não podem t er
preo cupação excessiva co m os problemas ambient ais”.

4.3 Emp resa e Meio Ambiente


Co m exceção de uma empresa, t odas possuem programa de co let a
selet iva. E m r elação à empresa que não possui co let a selet iva, a
ju st ificat iva menc io nada fo i à falt a de infor mação sobr e co mo implant ar o
sist ema.

Quant o às empresas que já possuem o sist ema, o resíduo gerado para


a reciclagem é o papel, papelão e met ais (sucat a, alumínio, aço). Apenas
u ma empresa mencio no u o plást ico e uma o vidro.
O dest ino do s resíduos é, para doze empresas pesquisadas, o at erro
mu nic ipal e o repasse ou venda do s recicláveis. Duas empr esas respo nder a m
que t ransfer em os resíduos para at erros t erceir izados e licenciados.

Ap enas uma empresa afir mou gerar r esíduo especial que precise de
t rat ament o ant es do descart e. Segundo o respondent e, o resíduo é t rat ado de
aco rdo com as nor mas est abelecidas pela legislação pert inent e.
15
Cons iderando a quest ão de cert ificação ambient al, dez
respo ndent es disseram conhecer a sér ie de cert ificação ambient al ISO
14.000. Quat ro d isseram “t alvez, mas não t êm cert eza”.

A fo nt e de infor mação sobre a ISO 14.000 é, para cinco empresár io s,


revist as especia lizadas. Du as respost as indicaram a I nt er net . Out ras fo nt es
mencio nadas foram bió logos, agrôno mos e familiar es.
Co m exceção de uma empresa, nenhuma cont a co m consult or ia
amb ient al. A just ificat iva que apareceu em t odas as respost as fo i a não
necess idad e da co nsu lt o r ia. A única empresa que possui co nsult or ia
ambient al disse que est a é cont ínua.

Quando quest ionados so bre o s benefício s da imp lant ação de u m


sist ema de gest ão ambient al (SGA), ver ificaram-se as seguint es respost as:

− Para t rês empr esár ios, a redução de r iscos ambient ais e a co nser vação
de mat ér ias-pr imas são os fat ores mais import ant es. Set e empresár io s
acham que “t odos os benefício s cit ados mer ecem o mesmo grau de
impo rt ância”.

− Três menc io naram que os benefícios ma is import ant es são a


facilitação da obtenção de licenças e o difer encia l co mpet it ivo. U m
empresár io disse que o fat or mais important e para a implant ação do
SGA é est imu lar o desenvo lviment o e conscient ização dos
fu nc io nár io s.
A últ ima quest ão (Pergunt a 7) do t erceiro t ema do quest ionár io
buscou ident ificar co mo o empr esár io percebe sua empresa no cont ext o
ambient al, ou seja, qual a visão geral que t em de sua empresa. Quest õ es
vo lt adas para o conheciment o da legis lação ambient al e licenciament o
t ambém foram elencadas. Assim, dez frases foram for muladas para
avaliação do empresár io, que ent ão dever ia co ncordar, concordar
parcialment e e d isco rdar das mesmas, obt endo-se as seguint es respost as:

− Seis empr esár ios acham que sua empresa est á at ent a às necessidades
do mercado quant o às quest ões ambient ais. Cinco disseram concordar
parcialment e co m est a afir mação . Três respo nderam não saber o u sem
opinião.
16
− Três empresár io s dissera m que as empresas est ão preparadas par a
lid ar co m t o das as quest ões ambient ais que possam surgir dent ro do
processo produt ivo. Set e concordam parcialment e co m a frase e
quat ro empresár io s d iscordam da frase.

− Quant o ao conheciment o da legislação ambient al aplicável a cada


ramo de negócio, t rês empr esár io s d isseram co nhecê- la. Dez d isser a m
conhecê- la parc ialment e e u m d isse desco nhecê- la.

− Quant o ao licencia ment o ambient al, o it o empresas dissera m possuir


to das as licenças amb ient ais r equer idas pela CETESB (Co mpanhia de
Tecno logia de Saneamento Ambiental), órgão de cont role da po luição
no Est ado de São Paulo. Quat ro empresár io s não sabem ou
desco nhecem e do is empresár io s d isser am co nco rdar parcialment e
co m a frase, ind icando assim cert o desconheciment o sobre a
exist ência de t odas as licenças.

− Cinco empr esár ios consid eram o cust o da co nsu lt o r ia amb ient al mu it o
alto. Apenas um discorda dessa premis sa e todos os outros (oit o
empresár ios) disseram “não sabem ou não tem opinião ”.

− A ma io r ia do s respo ndent es (set e respost as) concorda que o mercado


est á mais exigent e quant o à obser vância de prát icas produt ivas qu e
agr idam meno s o meio ambient e ( adoção de t ecno logias limpas). Os
outros sete co ncordam co m a premissa par cialmente.

− Seis empr esár ios acham que cert ificar a empresa beneficiar á o s
negó cio s, c inco co ncordam parcia lment e e t rês não soubera m
respo nd er se o pro cesso de cert ificação trará benefíc ios à empr esa.

− Para set e empresár ios o “market ing verd e” ajud ará na co nqu ist a d e
no vo s client es. Três não souberam r esponder e quat ro concordam
parcialment e co m a premissa.

− Quant o ao s t reinament os oferecidos aos funcio nár io s sobre t emas


ambient ais, dez empresár io s disseram não concordar com a frase
ind icando qu e a e mpresa não possui t reinament o vo lt ado para a
t emát ica ambient a l. Apenas do is empr esário s disseram concordar co m
a frase e do is concordam parcia lment e com a mesma.
17
− A r espo nsabilidade sócio-ambient al t ambé m fo i ver ificada na
últ ima premissa. Onze empresár io s dis cordaram da frase “Minha
empresa part icip a de ações de carát er sócio-ambient al junt o à
co munidade de seu ent orno ”. Apenas u ma empr esa co nco rdo u co m a
frase. Três co nco rdaram par cialment e.

4.4 Análi se da Percepção Ambienta l d os Emp resá ri os de S ão J oão da


Boa Vista

E m face do s resu lt ados obt idos nest a pesquisa, t orna-se pert inent e
est abelecer algumas dir et r izes para fut uras ações e m benefício das empr esas
inst aladas na região .

O que fico u mais evident e nest e t rabalho fo i a indicação que o grupo


de empresár ios pesquisados apresent aram uma preocupação efet iva co m o
meio ambiente em ter mos glo bais. Observou-se também que são bast ante
int eressados e infor mados so bre o s pr o blemas amb ient ais mu nd ia is e
go st ariam de mant er a cidade co m as car act er íst icas t íp icas de u ma cid ade
de int er ior do est ado de São Paulo: a manut enção da t ranqüilidade e a
qualidade de vida dos muníc ipes.

Not a-se, no ent ant o, que em relação às empresas há uma evident e


falt a de in fo r mação quant o às quest ões de licencia ment o e legis lação
ambient al. Out ro fat o surpreendent e é a falt a de invest iment o em educação
ambient al e t reinament o do s funcio nár io s.

A r azão para t al co nt ext o poderia ser at r ibuída ao fat o das empresas


serem de p equeno e méd io port e. Tal razão não encont ra suport e ao
pensar mos que ao inst alar um sist ema de co let a selet iva na e mpresa, o
t reinament o cont ínuo dos t rabalhadores e mo nit orament o do sist ema são
part es fundamentais para o sucesso do mesmo, não impo rt ando nesse caso o
t amanho da empresa.

Sendo assim, obser va-se que apesar de conhecer em algumas


ferrament as de gest ão ambient al, co mo a co let a selet iva ou a redução de
desp erdício de mat ér ias pr imas, por exemplo, os dados obt idos na t erceir a
18
part e do quest io nár io indicam que, a maior ia dos empr esár io s
sanjo anenses não se enco nt ra tot alment e preparada e infor mada par a lidar
co m as qu est õ es amb ient ais dent ro da empresa.

5. CONCLUSÃO

E m t er mo s g erais, po de- se dizer que a elaboração do quest ionár io,


específico para ser respondido por empresár ios, é uma ferr ament a
impo rt ant e para o d irecio nament o de quest ões pert inent es ao ca mpo de
at uação do gest or ambient al.

A elaboração de um quest io nár io claro e objet ivo ao mesmo t empo


abrangendo t emas impo rt ant es e não muit o ext enso foram preocupaçõ es
dest a pesquisa e nest e propósit o fo i bem suced id a.

Quant o aos result ados o bt idos, conclui- se que embora o univer so


amo st rado t enha sido pequeno, o que não per mit iu uma análise est at íst ica
do s dado s, est es são ind icat ivos que há muit o a ser conquist ado por part e
das associações, consórcios empr esar ia is e out ras ent idades da área em
relação à quest ão ambient al nas empresas.
A interação do indivíduo, no caso o empresár io, ciente da urgência
na busca de so luções para proble mas ambient ais, dever ia est ar inser ida na
empresa, seja na preocupação com o processo produt ivo ou no invest iment o
em educação ambient al dos funcio nár io s e co munidades do ent orno. Fat o
esse, não o bser vado no s resu lt ados obt ido s dest a pesquisa.

É no tó rio co nsid erar que, à medida que a consciência a mbient al da


po pu lação tornar-se mais efet iva e cr escent e, fat o já o bservado nos
consu midores europeus, por exemp lo, crescerão as exigências em relação à
per for mance ambiental das indúst r ias.

Nest e caso , empresár io s, gest ores ambient ais e o corpo t écnico das
empresas co meçarão a ser mais pressio nados para que adot em po lít icas e
pro cesso s pro dut ivo s visando , por fim, o idealizado e a mplament e discut ido
desenvo lv iment o sust ent ável. Nest e cont ext o, os empresár ios devem
19
t ambém est ar preparados para t al mudança de co mport ament o dos
co nsu midores.

Nest e processo, a Educação Ambient al e a Per cepção Ambient a l


deverão se fazer cada vez mais present es no universo empr esar ial,
pro mo vendo u ma t ransfo r mação profunda nesse import ant e e essencia l set o r
eco nô mico.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, R. O B., TACHI ZAWA, T . , CARVALHO, A. B. Gestão


Ambiental . En foque Est ratégi co Ap li cado ao Desenvo lv imento
Sustentável, 2ª ed. São Paulo: Makron Books, 2002. 232 p.

CHAGAS, A. T.D. O Qu estion á rio na Pesquisa Ci entífi ca. Ad mini st ração


On Line, INSS 1571- 7912, Volume 1, Número 1, 2000.

CORS ON, W.H. (ed.). O que você pode fazer a respeito d a cri se d o Meio
Ambient e. Manual Glo bal de Eco logia. Tradução de Alexandr e
Gomes Mamaru. 4 ed. São Pau lo , SP: Aug ust us, 2002 413 p.
FAGGIONATO, S. Percepção Ambiental. Disponíve l em
www.educar.sc.usp. br Acesso em: Janeir o de 2006
FERNANDES, R. S. et al. Percepção ambiental dos alunos da Facu ldade
Brasi lei ra – UNIVIX, Vit ó r ia, ES. In: CONGRESSO BRASI LEIRO
DE DEFES A DO MEIO AMBIENTE 7.,Anais. 2003, Rio de Janeiro .
Clube de E ngenhar ia, 11 a 13 de agost o 2003. Resu mo

FUNDAÇÃO SE ADE. Índice Pau li sta de Respon sabi lidade So cia l.


Fu nd ação SEADE, 2002.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFI A E ESTATÍSTICA (IBGE) sit e


oficia l. 2005. Disponíve l em www. ibge.gov.br Acesso em: Julho de
2006.

MAROTI, P. S. Educa ção e Interp retação ambiental junto à Comunidad e


do Ento rno de uma Unidade de Con servação 2002. 185p. Tese de
Doutorado em Eco logia e Recur sos Nat urais. UFSCar São Car lo s, SP.
20
REIGOT A, M. O Que é Edu cação Ambiental. São Paulo: Brasiliense,
2001. 62 p.

RICKLEFS, R. E. A Economia da Natu reza. Rio de Janeiro: Guanabara-


Koogan, 2003, 476 p.

SOUZA, N. M. Educação Ambi ental: Di lemas da Prática


Contemp orânea, Rio de Janeiro: Thex Universidade Estácio de Sá,
2000 282 p.

WORLD WATCH INSTITUTE Estado do Mundo 2004: Estado do


Consu mo e o Con su mo Sustentáv el. Apresent ação Enr ique Iglesias,
t radução Henr y Mallet e Célia Mallet – Salvador, BA: UMA, 2004
326 p.

TUNNESSEN, W. (coord.). Standardi zin g Excellen ce: Working wit h


S maller Business t o I mplement E nvironment al Management S yst ems.
Wash ingt o n: NEETF (Nat io nal E nviro nment al Educat io n & Training
Foundat ion), 2001 55 p.
21
ANEXO
Quad ro 1 – Perfi l do Respondent e
1) Qual é a cidade e estado onde nasceu? ____________________________________________________
2) Qual município de sua residência_________________________________________________________ 3) Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
4) Qual é a sua idade?_________
5) Em qual cidade está localizada sua empresa? ________________________________________________
6) Qual o ramo de atividade que sua empresa atua?
( ) Comércio ( ) Indústria ( ) Outro. Qual? _____________
( ) Agroindústria ( ) Prestação de Serviços
7) Qual é o seu grau de escolaridade?
( ) Elementar completo ou até a 4a série do 1o grau ( ) Superior
( ) Médio 1o ciclo ou da 5a a 8a série do 1o grau ( ) Mestrado ou Doutorado
( ) Médio 2o ciclo ou 2o grau
8) Quantos funcionários sua empresa possui? ____ Registrados ___ Terceirizados ___
9) Qual seu cargo na empresa? ________________________

Quad ro 2 Percepção Individu al frent e ao Meio Amb ient e


1) Na sua opinião, a qualidade de vida de São João da Boa Vista e região é:
( ) Excelente ( ) Muito boa ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssima

2) Você tem interesse por assuntos relacionados à temática ambiental?


( ) Sim ( ) Não ( ) Às vezes

2.1) Se sua resposta foi sim, a fonte de informação sobre meio ambiente que mais utiliza é:
( ) Jornal ( ) Revistas ( ) Palestras
( ) Televisão ( ) Internet ( ) Conversa com amigos
( ) Participação em cursos ( ) Outra. Qual?____________________________

3) Em relação aos problemas ambientais globais abaixo relacionados, qual seu nível de preocupação com cada um deles ? (enumere de 1 a 8 por
ordem de importância, onde (1) mais preocupante (8) menos preocupante).
( ) Aquecimento Global ( ) Poluição de Água ( ) Desmatamento e Desertificação
( ) Consumo de Energia ( ) Poluição do Ar ( ) Redução da Camada de Ozônio
( ) Crescimento da População ( ) Perda da Biodiversidade ( ) Consumo de Água
Outro? Qual __________________

4) Quais problemas ambientais que você considera mais preocupantes em São João da Boa Vista? Enumere de 1 a 8 na ordem de importância: (1)
mais preocupante (8) menos preocupante.
( ) Poluição de água ( ) Uso abusivo de agrotóxicos
( ) Desmatamento ( ) Extração abusiva de recursos minerais
( ) Ausência de Coleta Seletiva ( ) Ausência de programas de educação ambiental nas escolas
( ) Poluição Visual ( ) Outro. Qual? ______________________

5) Qual a melhor forma que a sociedade tem para resolver um problema ambiental que a esteja afetando?
( ) Fazer um abaixo assinado ( ) Participar de uma manifestação pública
( ) Pedir ajuda de uma ONG ( ) Denunciar o fato a mídia (jornal, rádio, TV, etc)
( ) Pedir ajuda a algum político ( ) Outro? Qual? ______________________
( ) Procurar o órgão ambiental mais próximo

6) A quem você atribui a responsabilidade pelos problemas ambientais do município onde está localizada sua empresa?

7) Assinale com um X. Em relação às frases abaixo você:


FRASE CONCORDA CONCORDA DISCORDA NÃO SABE
PARCIALMENTE TOTALMENTE
O conforto do progresso é mais importante que conservar a
natureza.
Eu me sinto bem informado e preparado para lidar com as
questões ambientais.
Não causo impacto ambiental em minhas atividades diárias
externas à minha empresa.
Estou disposto a viver em um ambiente mais degradado e com
menor qualidade ambiental, se isso significar mais emprego
para o município.
São João deve investir no ecoturismo e em educação ambiental
da população.
Países emergentes, como o Brasil, não podem ter preocupação
excessiva com os problemas ambientais.
22

Quad ro 3 E mpresa e Meio Ambient e


1) Sua empresa tem programa de coleta seletiva e reciclagem de resíduos?
( ) Sim ( ) Não
1.1) Se sua resposta é não, o principal motivo que impede a coleta seletiva dos resíduos gerados por sua empresa é:
( ) Falta tecnologia no mercado para reciclar o resíduo que minha empresa gera
( ) Não tenho informação sobre como implantar o sistema
( ) Falta colaboração de meus funcionários
( ) A coleta seletiva é cara
( ) Não me preocupo com a geração de resíduos de minha empresa
Outro.Qual? _____________________________________________
1.2) Se sua resposta é sim, o resíduo que sua empresa mais gera para reciclagem é:
( ) Papel e papelão ( ) Metais (sucata, alumínio, aço) ( ) Plástico ( ) Vidro ( ) Outro

2) Em relação ao destino dos resíduos gerados:


( ) A empresa possui aterro próprio para destinação de resíduos
( ) A empresa transfere para aterros terceirizados devidamente licenciados
( ) A empresa descarta os resíduos no aterro municipal
( ) A empresa repassa ou vende os resíduos para outras empresas
( ) Outro. Qual? ___________________________________________

3) Sua empresa gera algum resíduo especial que precise de tratamento adequado antes do descarte?
( ) Sim ( ) Não
3.1) Se sua resposta é sim, em relação ao resíduo gerado:
( ) A empresa trata o resíduo de acordo com as normas estabelecidas pela legislação pertinente.
( ) A empresa já foi autuada por órgãos ambientais (CETESB, Prefeitura) por não tratar o resíduo.
( ) A empresa contratou uma consultoria ambiental para tratar e gerir os resíduos.
( ) A empresa descarta o resíduo sem qualquer tratamento. ( ) Outro __________________________________

4) Você conhece a série ISO 14000 (O objetivo desta norma é promover nas empresas o cuidado ao meio ambiente, fornecendo diretrizes para a
implantação de um sistema de gestão ambiental, que pode ser certificado por uma terceira parte)
( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez,, mas não tenho certeza
4.1) Se sua resposta é sim, onde ouviu falar sobre a ISO 14000?
( ) Revistas especializadas ( ) Consultorias ( ) Funcionários dentro da empresa ( ) Cursos, palestras e seminários
( ) Jornais e TV ( ) Outro? Qual ______________________________________

5) Sua empresa conta com algum tipo de consultoria ambiental?


Sim ( ) contínua ( ) apenas por contratação específica ( ) Não
5.1) Se sua resposta foi não:
( ) Ainda não houve a necessidade de consultoria nessa área.
( ) A consultoria ambiental é muito cara.
( ) Outro motivo? Qual? ______________________________________________

6) Um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) pode trazer muitos benefícios para as empresas. Dos benefícios citados abaixo, qual você considera
mais importante (1) e menos importante (enumere de 1 a 8 por ordem de importância, onde (1) mais importante (8) menos importante).
( ) Facilitar a obtenção de licenças e autorizações ( ) Redução de riscos ambientais
( ) Conscientização ambiental dos empregados ( ) Melhoria organizacional da empresa
( ) Estimular o desenvolvimento e compartilhar soluções ambientais ( ) Diferencial competitivo
( ) Melhorar as relações entre as indústrias e governo

7) Assinale com um X. Em relação às frases abaixo você:

FRASE CONCORDA CONCORDA DISCORDA


PARCIALMENTE TOTALMENTE
Minha empresa está atenta às necessidades do mercado quanto às
questões ambientais.
Minha empresa está preparada para lidar com todas questões ambientais
que possam surgir dentro do processo produtivo.
Conheço a legislação ambiental brasileira que se aplica ao meu ramo de
negócio.
Minha empresa possui todas as licenças ambientais requeridas pela
CETESB.
Recorrer à consultoria ambiental é muito caro
O mercado está cada vez mais exigente quanto à observância de práticas
produtivas que agridam menos o meio ambiente.
Certificar minha empresa através da série ISO 14000 beneficiará meus
negócios.
O “marketing verde” é muito importante para conquistar novos clientes.
Ofereço a meus funcionários treinamento periódico voltado às temáticas
ambientais.
A minha empresa participa de ações de caráter sócio-ambiental junto à
comunidade de seu entorno.
23

You might also like