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Teólogo da Liberdade
Baseado na Biografia de Lutero cuja íntegra poderá ser encontrada na
Home Page http://www.cele-df.org.br/Lutero.htm
I - Vida II - Obra
I - Vida
A Reação de Roma, como era de se esperar, foi violenta. Lutero foi chamado
para responder processo em Roma, dentro de sessenta dias. Mas, por
interferência de Frederico, o Sábio, Príncipe da Saxônia, o Papa consentiu que
a questão fosse tratada em Augsburgo, pelo Cardeal Cajetano. Este exigia
simplesmente que Lutero se retratasse, o que este, naturalmente, não fez.
Tinha Lutero nessa época o apoio do capítulo da Ordem dos Agostinhos e do
corpo docente da Universidade de Wittenberg. A Alemanha, enfim, tinha toda
uma percepção ética que apoiava a maior parte das teses de Lutero afixadas
em Wittenberg.
O Papa temia, com razão, que este moviemento viesse a construir uma
oposição cerrada contra Roma entre os príncipes alemães. Era necessário usar
alguma tática que lhe permitiesse resolver a questão sem ferir a vaidade dos
políticos envolvidos. Assim, espertamente, condecorou o protetor de Lutero,
Frederico, o Sábio, com a "Ordem da Rosa Áurea da Virtude" e enviou o
conselheiro Karl von Miltitz que conseguiu que Lutero escrevesse uma carta
ao papa, declarando sua fiel submissão; mas reafirmou, também, sua doutrina
da justificação pela fé somente, sem os méritos de obras (um dos pontos de
sua doutrina que eu mesmo acho exagerado). Expôs e defendeu sua posição
num debate com o Dr. João Eck em Leipzig. O que precipitou o rumo das
coisas foi sua declaração de que nem todas as doutrinas de João Huss
(queimado como herege em Constança, em 1415) eram falsas, e que os
concílios são passíveis de erros em suas decisões. Isto o colocou à margem da
igreja papal, que se fundamentava sobre a infalibilidade do papa e dos
concílios.
II - Obra
Proscrito pelo imperador, Lutero corria sério risco de vida, mas foi posto em
segurança pelo duque Frederico, através de um seqüestro simulado durante
sua viagem de retomo, e escondido no Castelo de Wartburgo, nas
proximidades de Eisenach. Sua principal realização nesse período foi a
tradução do Novo Testamento grego para um alemão fluente de grande
aceitação popular. Segundo cosnta, os primeiros 5 mil exemplares esgotaram-
se em 3 meses. Em cerca de dez anos houve 58 edições. Em 1522, ainda com
risco de vida, reassumiu as funções de professor em Wittenberg. Juntamente
com Felipe Melanchthon cognominado Praeceptor Germaniae - educador da
Alemanha), seu grande amigo e colaborador, instruiu centenas de estudantes
alemães, boêmios, poloneses, finlandeses, escandinavos. Por esta época
também estabeleceu o catecismo básico luterano e os rituais da Igreja, muitos
foram adaptações do ritual romano. Em vários pontos, Lutero apenas fez o que
se propôs, reformou a Igreja de modo a que se fizesse mais transparente à
mensagem do Cristo, mantendo os ritos e símbolos que ajudavam a meditação
dos fieis e estimulavam uma interiorização da alma. Assim, a comunhão era
feita realmente com pão comum e vinho. Os vitrais permaneceram e, com
excessão do crucifixo, a adoção de outras imagens era facultativa. A arte era
exaltada, em especial a música (lutero mesmo era bom compositor e deixou
vários belíssimos hinos) e era dado muita ênfase à educação intelectual dos
fieis, em especial por meio da Teologia, Filosofia e Ciências. Apesar de haver
pessoas com a função de conduzir os cultos e reuniões da assembléia, Lutero
afirmava que todos tinham igual capacidade do entendimento íntimo de Deus
e seus desígnios e cada um é responsável por seus atos, conforme a sua
consciência. Sua posição firme e coerente lhe granjeou grande estima e em
1555, 9 anos após sua morte, a Paz de Augsburgo atendeu, de certa forma, aos
reclamos dos evangélicos. Os príncipes e cidadãos do império respeitariam a
filiaçao religiosa de cada um, e o povo teria a opção de adotar a confissão
religiosa do respectivo domínio ou de emigrar a território que tivesse a
confissão desejada.
Bibliografia
Intrigado com o que havia visto em Roma, passou a dedicar-se às suas teses.
A indignação de Lutero voltava-se principalmente para o caráter mercantilizado
das indulgências, em que aqueles considerados pecadores pagavam
determinadas somas à igreja para a remissão de seus pecados. Assam,
elaborou noventa e cinco artigos em que analisava as falhas doutrinárias da
igreja, assim como os abusos materiais cometidos pela instituição religiosa.
Suas teses logo ganharam fôlego ao serem largamente propagadas,
alimentando assim o espírito revolucionário religioso, sendo acusado de
heresia por seus próprios companheiros.
Cremos que a Igreja de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo nunca morreu.
Cremos que esta mesma Igreja estará na terra pregando a palavra de Deus até
a volta do Senhor Jesus. Todas as demais denominações existentes no mundo
são frutos das idéias rebeldes dos homens que não aceitam totalmente a
vontade de Deus em suas vidas. Infelizmente Lutero era um desses homens.
Lutero era um homem inteligente, porém, muito genioso. Ele tinha toda razão
em revoltar com os procedimentos de sua Igreja. A Igreja Católica tinha
chegado a uma situação deplorável, a ponto de vender licença para quem
quisesse pecar. Eram as famosas indulgências. Quem tinha mais
possibilidades financeiras, podiam, com a compra das indulgências da Igreja
Católica, cometer qualquer tipo de pecado. Os pontífices vendiam a salvação
aos seus fiéis e, em virtude da mentalidade da época, isso gerou lucros
fabulosos para a igreja que explorava a uma população já miserável e carente,
desvirtuando-se totalmente da moral. Para completar, inúmeros indivíduos que
exerciam atividades eclesiásticas eram completamente despreparados para a
função e preocupavam-se exclusivamente com os lucros fáceis que ela, e a
posição social que dela advinha, gerava. No entanto, certos teólogos
passaram a denunciar todo esse panorama e, gradualmente, a Igreja Católica
caiu em descrédito. Membros da elite intelectual eclesiástica passaram a
estudar novas formas de espiritualidade baseando-se no humanismo,
misticismo, filosofia clássica e outras vertentes do pensamento humano.
Não agüentando mais este clima de total perversidade dos líderes católicos,
Lutero examinou as Escrituras Sagradas e descobriu que a salvação é pela fé
em Cristo, e não pelas obras da lei. Assim sendo, ele declarou guerra contra a
Igreja Católica, e em 1512 começou a pregar contra a salvação pelas obras.
Fez muitas conferências confirmando que o justo iria viver da fé. E nisso ele
tinha razão. Em vários sermões ele condenou a prática da venda da
indulgência. Em 31 de outubro de 1517 ouviram-se fortes marteladas na
porta da Igreja de Wittenburg. Era Lutero condenando o Papa Leão X e seus
legados numa bula de 95 teses. Entre estas teses, algumas eram
especialmente desafiadoras:
Devido a essa bula Lutero foi excomungado pelo Papa Leão X em 1519. Mas,
apoiado pelos imperadores regionais e pelo povo de muitas cidades alemãs,
Lutero levou a afinco suas idéias. Ao meio de muita confusão e guerras ele
conseguiu realizar uma revolução na Igreja Católica da Alemanha em 1521.
Esta Igreja foi chamada de Luterana
BIBLIOGRAFIA:
Um outro erro que penetrou nas igrejas foi a de alguns homens que se diziam
cristãos, assenhorearem da herança de Deus. O apóstolo Pedro já havia
advertido a respeito disso: “Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós,
tendo cuidado dele, não por força, mas voluntariamente; nem por torpe
ganância, mas de ânimo pronto; Nem como tendo domínio sobre a herança de
Deus, mas servindo de exemplo ao rebanho” (I Pedro 5:1-2). Diótrefes, ainda
no tempo do apóstolo João, queria dominar a qualquer custo uma igreja local.
“Tenho escrito à igreja; mas Diótrefes, que procura ter entre eles o primado,
não nos recebe" (III João 9).
Depois dos erros citados acima seguiu-se outro que tem sido uma das marcas
da Igreja Católica Romana e de outras que dela saíram. “A Regeneração
Batismal”. A idéia de que o batismo poderia ajudar na salvação da alma
começou ainda no final no 2º século. Neste século muitas igrejas já haviam
desviadas dos ensinamentos de Cristo e dos apóstolos. Muitas igrejas
questionavam que se a Bíblia fala tanto do batismo, então ele tem um valor que
pode ajudar na remissão da alma.
No início do ano 313 A.D., o cristianismo tinha alcançado uma poderosa vitória
sobre o paganismo. Um novo imperador veio ocupar o trono do Império
Romano. Ele evidentemente reconheceu algo do misterioso poder dessa
religião que continuava a crescer, não obstante a intensidade da perseguição.
A História diz que este Imperador que não era outro senão Constantino, teve
uma maravilhosa e real visão. Divisou no céu uma CRUZ de brilhante luz
vermelha na qual estavam escritas a fogo as seguintes palavras: "Com este
sinal vencerás". Constantino interpretou isto como uma ordem para que se
tornasse cristão. Entendeu ainda que abandonando o paganismo e uniu do o
poder temporal do Império Romano ao poder espiritual do Cristianismo o
mundo seria facilmente conquistado. Deste modo, a religião cristã se tornaria
uma religião universal e o Império Romano o Império de todo o mundo. Assim
sob a liderança do Constantino veio um descanso, um galanteio e uma
proposta de casamento. O Império Romano por intermédio de seu imperador
pediu em casamento o cristianismo. Para tornar efetiva e consumada esta
profunda união, um concílio foi convocado. Em 313 A. D. foi feita uma
convocação para que fossem enviados, juntamente, representantes de todas
as igrejas cristãs. Muitas, mas nem todas, vieram. A aliança estava
consumada. Uma hierarquia foi formada. Na organização desta hierarquia
Cristo foi destronado como cabeça da igreja e Constantino foi entronizado
(ainda que temporariamente, já se vê) como cabeça da igreja.
Quando esta hierarquia foi criada, Constantino, que tinha sido feito o seu
cabeça, não era ainda cristão. Ele tinha decidido tornar-se, mas como as
igrejas que o acompanharam na fundação desta organização hierárquica,
tinham adotado o erro da regenerarão batismal, uma série questão se levantou
na mente de Constantino: "Se eu sou salvo dos meus pecados pelo batismo,
como escapar os meus pecados posteriores ao batismo?" Constantino levantou
assim. Uma questão que iria perturbar o mundo em todas as gerações
seguintes. Pode o batismo lavar de antemão os pecados não cometidos? (ou
sãs) os pecados cometidos antes do batismo lavados por um processo (isto é,
pelo batismo) e os cometidos depois do batismo, por um outro processo?
Uma das primeira ações legislativas da Igreja, e uma das mais subversivas
quanto aos resultados foi o estabelecimento, por lei, do batismo infantil. Em
virtude desta lei o batismo infantil tornou-se compulsório. Isto ocorreu em cerca
de 416 A. D. Ele já existia, em casos esparsos, provavelmente, um século
antes desde decreto. Mas, com a efetivação por lei desta prática dois princípios
do Novo Testamento foram naturalmente abordados: - o do "batismo dos
crentes" e o da "obediência voluntária ao batismo".
Como conseqüência inevitável desta nova doutrina e lei, ,as igrejas desviadas
foram rapidamente se enchendo de membros inconversos. E de fato não se
passaram muitos anos até que a maioria, provavelmente, de seus membros
fosse composta de pessoas não regeneradas. Assim os grandes interesses
espirituais do Reino de Deus caíram nas mãos de um incrédulo poder temporal.
Que se poderia esperar então?
Em 426 A.D., justamente 10 anos depois do estabelecimento legal do batismo
infantil, foi iniciado o tremendo período que conhecemos como "Idade das
Trevos" (Idade Média, not. Do trad.). Que período! Quão tremendo e
sanguinolento o foi! A partir de então, por mais uma dezena de séculos o rasto
do cristianismo do Novo Testamento foi grandemente regado pelo sangue dos
cristãos. Milhões de crentes perderam suas vidas, pagando o preço da
fidelidade ao Senhor Jesus Cristo. Preferiram morrer do que negar o nome do
Senhor que os resgatou pela cruz do Calvário. Nossos antepassados sofreram
as mais variadas e terríveis perseguições por parte dos que se uniram ao poder
temporal. Creio que nem Constantino tinha a idéia do resultado da união do
seu império com os chamados cristãos.
Foi ainda no alvorecer da "Idade das Trevas" que o Papismo tomou corpo
definitivo. Seu inicio data de Leão II de 440 a 461 A.D. Este título,
semelhantemente ao nome dado à Igreja Católica, tinha possibilidade de um
amplo desenvolvimento. O nome aparece aplicado primeiramente, para
designar o bispo de Roma, 296-404 A.D. mas foi formalmente adotado pela
primeira vez por Cirilo, bispo de Roma 384-398. Mais tarde foi adotado
oficialmente por Leão II, 440-461. Sua universalidade foi reclamada em 707.
Alguns séculos mais tarde foi declarado por Gregório VII, ser o titulo exclusivo
do Papado. Por falta de espaço, infelizmente, não poderemos descrever neste
pequeno estudo todas as mudanças que houve no decorrer dos séculos no
seio da Igreja Católica. Mas vamos dar uma súmula dos mais significativos
eventos ocorridos nos primeiros cinco séculos:
BIBLIOGRAFIA:
Trabalho elaborado:
Antônio Carlos Dias
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Fonte: www.PalavraPrudente.com.br