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ESTUDO URBANÍSTICO - COMUNIDADE ECO VILA VIA METRÔ

O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

NOME: ARGEU QUARIGUASI GURGEL.

PROFº.: GERARDO ANGEL BRESSAN SMITH.

CURSO: ARQUITETURA E URBANISMO

TEMA: URBANISMO SUSTENTÁVEL PARA BAIXA RENDA.

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O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

AGRADECIMENTOS:

AO PROFESSOR GERARDO POR SUA GRANDE AJUDA NA REALIZAÇÃO DESTE PROJETO,


À COMUNIDADE DA VIA VILA METRÔ PELA SUA ÓTIMA RECEPTIVIDADE, AO LTECS E À
RODRIGO SOUZA PELO SEU APOIO, E AOS MEUS PAIS QUE ME FINANCIARAM POR
TODOS ESTES ANOS PARA QUE EU PUDESSE CONCLUIR OS MEUS ESTUDOS.

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O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

ÍNDICE

1. RESUMO E EXECUTIVO 05
2. COMUNIDADE ECO VILA VIA METRÔ 06
2.1. ANTECEDENTES: 06
2.1.1. História da Mata Escura 08
2.1.2. História da Vila Via Metrô 10
2.2. O DESAFIO DE UM MODELO DE URBANIZAÇÃO COM EQUIDADE 11
2.2.1. INVASÕES 11
2.2.2. PLANEJAMENTO URBANO 13
2.2.3. A VILA VIA METRÔ 14
2.2.3.1. O QUE É 14
2.2.3.2. OS PROBLEMAS 20
2.3. BASES CONCEITUAIS 21
2.3.1. A ESCOLHA 21
2.3.2. CONTEÚDO 21
2.3.3. AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO LOCAL 32
2.3.3.1. MÉTODO 32
I PESQUISA BIBLIOGRÁFICA 32
II RECONHECIMENTO DE CAMPO 33
III PROJETOS SIMILARES 34
2.3.3.2. RADIOGRAFANDO VILA VIA METRÔ 36
I URBANIZAÇÃO 36
II HABITAÇÃO 37
III SISTEMA VIÁRIO 38

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2.3.4. ILUMINAÇÃO E ENERGIA 39


2.3.5. SANEAMENTO BÁSICO 40
2.3.6. ÁREAS DE RISCO 42
I ASPECTO FÍSICO - AMBIENTAL 43
 HIDROGRAFIA, VEGETAÇÃO E FAUNA 43
 TOPOGRAFIA E DECLIVIDADE 46
 INSOLAÇÃO 47
 VENTOS 48
3. PROSPECTIVA 49
4. PROPOSTA 50
4.1. MODELO DE URBANIZAÇÃO 50
4.1.1. ZONEAMENTO 51
4.1.2. SISTEMA VIÁRIO 53
4.1.3. EDIFICAÇÕES 55
4.2. INFRA-ESTRUTURA 57
4.2.1. SANEAMENTO 57
4.2.2. MODELO SÓCIO PRODUTIVO 57
4.2.3. MODELO DE MASSA E ENERGIA 58
5. SISTEMA DE GESTÃO 58
6. PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE INTERVENÇÃO 59
7. CONCLUSÃO 60
8. BIBLIOGRAFIA 61

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1. RESUMO E EXECUTIVO:

O objeto de estudo Vila Via Metrô está localizada no “miolo”1 da cidade de Salvador situada no bairro da
Mata Escura, à beira da BR 324 e cercado pela antiga Represa da Mata Escura que é remanescente da Mata
Atlântica e abasteceu parte da cidade até 1987, quando foi desativada por falta de vazão e poluição. Caracteriza-
se por uma ocupação recente, carente de infra-estrutura básica e formada (em parte) por ex-membros do MST.
Uma parte dos moradores trabalha como catadores de lixo por diversos lugares da cidade sendo uma outra parte
de desempregados e alguns poucos trabalhando como assalariados tendo uma renda média inferior à metade de
um salário mínimo.
O estudo urbanístico aqui proposto consiste em reduzir ao mínimo o consumo de recursos naturais não
renováveis propondo o uso de energias limpas e renováveis através do que é gerado pelo próprio local, tentando
utilizar o mínimo do que vem de fora objetivando a eliminação de desperdícios e minimização do consumo em
todas as fases de vida da intervenção: construção, consumo e demolição.
Com a falta de controle e planejamento dos órgãos públicos, o número de favelas e invasões está crescendo
cada vez mais nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Tendo em vista que atualmente existe uma
série de soluções, técnicas e práticas (muitas vezes encontradas na própria natureza) e que utilizando esses
recursos de maneira correta, com o planejamento adequado, pode-se obter um bom resultado sem
necessariamente causar um impacto ambiental negativo e ainda o gasto que for feito para isso, pode ser pago
durante o passar do tempo. É preciso que as autoridades tomem a medida correta em relação a este problema,
caso contrário, futuramente dificuldades como estas podem se tornar muito caras para a cidade.

1
De acordo com PDDU Salvador 2004, o termo “miolo” significa parte do território municipal situada entre os dois principais eixos viários
de articulação urbano-regional – a BR-324 e a Avenida Luiz Viana Filho (Avenida Paralela) – e as divisas de Salvador com os Municípios
de Lauro de Freitas e Simões Filho.

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É um desafio cada vez maior e necessário a busca de um modelo urbanístico que integre individuo, edifício e
ecossistema permitindo que todos se assimilem harmonicamente.

“Crescimento econômico não gerará paz na terra, já que a estatística do lucro não leva em conta a miséria.
Também pudera: miséria de alma gera miséria humana, nada mais, nada menos que o reflexo da nossa atmosfera
interna. “Supunhetemos”, hipoteticamente, então, distribuição ecumênica de renda e informação, os primeiros
passos de evolução nesse plano, além de iluminar com sapiência divina o parco conhecimento humano.”
(B negão - Prioridade)

2. COMUNIDADE ECO VILA VIA METRÔ


UMA PROPOSTA ALTERNATIVA DE URBANIZAÇÃO COM EQUIDADE.

2.1. ANTECEDENTES:

A área objeto deste estudo, a Vila Via Metrô, está localizada no Bairro da Mata Escura no “miolo” de
Salvador, formando um pequeno aglomerado residencial de baixa renda e carente de infra-estrutura que ocupa a
base da encosta e a meia encosta dessa localidade. O acesso pode ser feito pela BR-324 que passa no seu limite
oeste, pela Mata Escura a leste, Calabetão a norte ou Arraial do Retiro a sul. No interior da Vila via Metrô existem,
uma pedreira em desuso, áreas alagadiças e massas vegetais que fazem parte do entorno da antiga represa, da
Mata Escura.

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IMAGEM I

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2.1.1. História da Mata Escura:

Em uma época em que o Brasil se caracterizava pela existência de pequenos povoados, as freguesias, e
grandes áreas de engenhos, oriundas das sesmarias coloniais, o atual bairro da Mata Escura, no Brasil Imperial
serviu de local de abastecimento d’água para a região devido a seus mananciais hídricos. Em 1880 a Cia do
Queimado, uma empresa de capital privado, compra parte das Fazendas Bate Folha e São Gonçalo para construir
as barragens da Mata Escura e do Prata com o objetivo de abastecer Salvador que contava na época com uma
população de aproximadamente 60.000 mil habitantes, e que até então dependiam da água das fontes públicas. A
responsabilidade da distribuição de
água para a população de Salvador
passa em 1905 para o poder
municipal, bem como as terras que
pertenciam a Cia do Queimado.
Exceto 38 hectares ao sul da área,
que em 1956, foram doados ao
Ministério da Agricultura para a
instalação do Horto Florestal para
fornecimento de mudas para a
arborização da cidade
(VASCONCELOS, 2002). Estas
represas abasteceram Salvador até
1987 quando foram desativadas
devido à baixa vazão e poluição,
ainda ficando sob os cuidados da
Embasa por mais cinco anos.

Fonte: CONDER 1989

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Além do manancial hídrico, esta área foi palco de cultos religiosos dos escravos africanos que se escondiam
na “mata escura”, nos quilombos, deixando de herança a tradição religiosa do Candomblé. No local, o mais
importante é o Terreiro de Candomblé do Bate Folha, fundado oficialmente em 1916, ocupando uma área de 14,8
hectares. Foi reconhecido pelo Ministério da Cultura como território cultural afro-brasileiro no dia 13 de setembro
de 2000, de acordo com publicação no Diário Oficial da União (LIMA, 2000).
No período entre 1930 e 1940, a economia baiana se recupera da crise do açúcar com o cacau e o fumo. A
cidade de Salvador se moderniza, a indústria cresce e com ela surge a necessidade de habitação para a classe
operária. Loteamentos são construídos junto às áreas industriais na periferia de Salvador (VASCONCELOS, 2002).
Neste contexto, inicia-se a ocupação da região da Mata Escura, entre 1947 e 1951 (LINS, 1969). São implantados,
a partir de então, programas habitacionais financiados pelo governo de conjuntos e loteamentos, como exemplo:
Conjunto Jardim Santo Inácio, Conjunto Recanto Verde, Conjunto novo Horizonte Loteamento Imbassahy,
Loteamento Jardim Pampulha e Conjunto ACM, este construído pela URBIS (1974). De acordo com Plano de
Ocupação para área do miolo de Salvador de 1985, que tinha como parceiros SEPLANTEC/CONDER/PREFEITURA
MUNICIPAL/SEPLAN, a partir da Baixa do Cabula até Mata Escura foram implantados 33 núcleos habitacionais
(entre 19 e 19), reunindo cerca de 44.300 habitantes.
Concomitante à urbanização da região, a construção da Penitenciária Lemos de Brito (1974) no nordeste da
área e a duplicação da BR-324 (entre 1974 e 1975) na porção oeste, contribuíram com a ocupação do bairro
atraindo parentes dos presos e ex-detentos e incrementando o comércio local. A partir daí os espaços livres
restantes desta região que fazem parte do “miolo” de Salvador, passam a ser ocupados por habitações irregulares
precárias formadas na maioria das vezes, por pessoas vindas do interior e sem recursos (LINS, 1997).
Através de entrevistas com os moradores, realizadas pelos pesquisadores do Laboratório de Tecnologias de
Desenvolvimento Social – LTECS, em 2005, constatou-se que as primeiras ocupações se deram primeiramente ao
longo da Rua Direta da Mata Escura até o fim de linha, e que, a ligação com o centro de Salvador nesta época, era
através do Conjunto Santo Inácio.

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As ocupações mais novas são a da Nova


Mata Escura, contígua ao Bate Folha, com pelo
menos 15 anos e mais recentemente a Vila Via
Metrô, nas proximidades da BR-324 (às
margens da obra do metrô), com pouco mais
de três anos de assentamento.
Pode-se dizer que no bairro da Mata
Escura, o traçado urbanístico das ocupações
espontâneas atualmente ocupa a mesma
distribuição espacial de 1970, sofrendo desde
então apenas expansão e consolidação dos
núcleos existentes.

2.1.2. História da Vila Via Metrô: Fonte: Google Earth 2006

A ocupação Vila Via Metrô é um assentamento recente: seus primeiros habitantes se instalaram por ali por
volta da década de 90, oriundos de outras cidades do recôncavo baiano e de bairros mais afastados do centro de
Salvador. Vieram à procura de algo melhor ou por motivos distintos: por terem se separado da família, se perdido
ou simplesmente por não terem para onde ir. Por não possuírem renda para alugar um imóvel, alguns resolveram
se alojar nessa região. A ocupação teve um repentino e significativo crescimento por volta de 2002 (segundo
alguns moradores locais) onde a vila foi invadida por membros do MST que levantaram acampamento ali e
resolveram ficar. Depois de algum tempo uns saíram e outros permaneceram, começando assim, a construir suas
habitações daquilo que fosse mais conveniente e disponível no momento. Hoje, sua grande maioria não trabalha e
vive basicamente de catar lixo pela cidade.

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2.2. O DESAFIO DE UM MODELO DE URBANIZAÇÃO COM EQUIDADE:

2.2.1. INVASÕES:

O surgimento das invasões sempre indicou a existência de uma parcela da população sem acesso a uma
renda capaz de garantir uma participação no mercado capitalista de bens de consumo, entre eles, o da habitação.
Em salvador isso não foi diferente e por volta da década de 40 começaram a surgir as primeiras invasões, como a
do Corta-Braço, Alagados, Gengibirra, entre outras. Ocorrendo então em áreas relativamente periféricas, em
relação ao centro da cidade, onde se concentravam os poucos serviços básicos existentes, elas funcionaram como
um elemento de pressão no sentido de atrair instalação ou forçar a extensão da rede de infra-estrutura urbana
existente. Com isso foram surgindo novos bairros e Salvador foi se tornando na cidade que é hoje.

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2.2.2. PLANEJAMENTO URBANO:

Como boa parte da cidade foi formada por invasões e


ocupações espontâneas, torna-se uma difícil tarefa para o
poder público a fiscalização e implementação de leis e
decretos, como a as que são colocadas pelo Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano – PDDU. Esse por sua vez mostra-se
um instrumento de gestão urbana que serve para a cidade
“oficial”, por outro lado é ineficaz para a cidade real.
Apesar de a área de estudo ser classificada como ADP
justifica a intervenção visto que, o poder publico já entrou com
uma obra de grande porte com é o metrô aterrando boa parte
do que era antes a Represa da Mata Escura além disso a
ocupação irregular foi crescendo primeiramente pelo perímetro
da Estrada da Pedreira Bom Futuro e em segundo momento
subindo a encosta ocupando as regiões de menor declividade
situadas bem abaixo da linha de distribuição de alta tenção da
COELBA e alguns locais na face da encosta voltada para o lado
oeste. Consecutivamente a prefeitura municipal entrou e está
entrando com a urbanização dessas áreas, seguindo as
extremidades leste da Estrada da Pedreira Bom Futuro
encontrando com a infra-estrutura da Mata Escura que vem no
sentido de leste para oeste.

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2.2.3. A VILA VIA METRÔ:

2.2.3.1. O QUE É:

ADP - ÁREAS DE DOMÍNIO PÚBLICO NÃO EDIFICÁVEIS

07 – Área arborizada em torno da represa da Mata Escura

Área compreendida no perímetro delimitado por uma linha


que, partindo do alto do Arraial, segue, em direção noroeste,
acompanhando os fundos de casas da Rua do Arraial, até
encontrar a cota 79. Toma a direção nordeste e desce a vertente
até a cota 65. Daí, segue em direção oeste, desce a vertente e
segue até a cota 20. Daí, sobe até a estrada Salvador-Feira de
Santana. Acompanha esta estrada, na direção norte, até a cota
30, defronte à Baixo do Camarogipe. Daí, sobe na direção sudeste
até o bairro do Calabetão. Toma a direção sudoeste e segue a
reta até a cota 50, percorrendo uma distância de 300m, abaixo da
Estação da Linha Guinle. Contorna toda a represa, na cota 50, até
encontrar o Alto do Arraial, fechando o perímetro.

Fonte: LOUOS
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Zona de concentração de uso: ZR 16 – Cabula / São Gonçalo.

Estrada velha das pedreiras


Identificação do ponto
Logradouro: Rua Fonte da Bica
Código: 04.421
Situação: Revisado
Área Verde: Dec. 4756/75 - Área de
Domínio Público 07 ADP
Zona de Concentração de Uso: ZR 16 - CABULA / SÃO
GONÇALO
Região Administrativa: 12
Localidade: Mata Escura
Folha SICAR: 141.160

Fonte: LOUOS

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ANEXO 7
RESTRIÇÕES DE USO E OCUPAÇÃO APLICÁVEIS ÀS ZONAS DE CONCENTRAÇÃO DE USOS E ÀS CONCENTRAÇÕES LINEARES DE USOS
MÚLTIPLOS
TABELA VII.1
RESTRIÇÕES DE USO E DE OCUPAÇÃO APLICÁVEIS ÀS ZONAS DE CONCENTRAÇÃO DE USOS RESIDENCIAIS (ZR)
RESTRIÇÕES DE OCUPAÇÃO (m) (3)
ZONA (Iu) (Ip) (Io) LOTE MÍNIMO RECUO
DE LOCALIZAÇÃO USOS PERMITIDOS (1) (2) MÍNIMO
USO
Área Testada Frente Ambas as Fundo
(m²) (m) Laterais

ZR-16 Cabula/ Uniresidencial R-(1,2,4.1,5.1 e 6) 1 0.15 0.6 125 5 2 - 2


São Gonçalo Multiresidencial R-(3,4.2,5.2 e 6) 1 0.15 0.5 250 10 2 - 2
Industrial Id-1 1 0.15 0.6 125 5 2 - 2
Comercial e Serviços CS-(1,2,3,4,5,6,10,12,13 e 15) 1 0.15 0.6 125 5 2 - 2
Misto M-(1 e 2) 1 0.15 0.6 125 5 2 - 2

Fonte: LOUOS

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Notas:
 Os Usos Institucionais (In) e Usos Especiais (E), podem ocorrer em qualquer zona com as mesmas restrições de
ocupação estabelecidas para os Usos Comerciais e de Serviços (CS) segundo a zona que se localize, desde que atendam
aos critérios de compatibilidade locacional do Anexo nº 5.
 As restrições do uso e de ocupação contidos nos Anexos nº 5 e 6 prevalecem sobre as desta tabela com exceção
do contido na observação (4) e (6) abaixo, que prevalecerão sobre as disposições desta Lei.
 Os Usos Residenciais (R) e Mistos (M) deverão atender a quota de conforto mínimo de 10m²/hab (dez metros
quadrados por habitante).
 Os Usos Especiais do subgrupo E-5.2 só poderão ocorrer nas Zonas de Concentração de Usos Residenciais onde o
Uso Multiresidencial é permitido.
 Postos de revenda de Gás Liqüefeito de Petróleo poderão ocorrer nas Zonas de Concentração de Usos Residenciais
ZR-(13, 16, 20, 21, 22, 23, 24, 26, 27, 30, 31, 32, 33 e 37), na Zona de Concentração de Usos Comerciais e de Serviços
ZT-12 e nas demais Zonas em locais inseridos em Áreas de Proteção Sócio-Ecológicas, independente de critérios de
compatibilidade locacional, obedecidas as disposições constantes em 5.1.4.5.9 do Anexo nº 5 desta Lei.
Nova redação dada pelo Art. 4º da Lei nº 5.628/99.

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OBSERVAÇÕES:
(1) (1) Complementam estas normas as contidas em 5.1.4.2.2 do Anexo nº 5.

(2) (2) Complementam estas normas as contidas em 5.1.4.2.1 do Anexo nº 5.

(3) (3) Complementam estas normas as contidas em 5.1.4.2.3 do Anexo nº 5.

(4) (4) Os usos e índices urbanísticos aplicáveis aos lotes integrantes dos loteamentos Itaigara, aprovado pelo Decreto nº 5.007/76, Vela Branca,
aprovado pelo Decreto nº 5.769/79 e Parque Morro do Conselho, aprovado pelo Decreto nº 5.120/77, serão aqueles estabelecidos nos respectivos
Termos de Acordo e Compromisso – TAC’s vigentes em fevereiro de 1984.

(5) (5) Nos lotes de parcelamentos aprovados até a entrada em vigor desta Lei, ou decorrentes de remembramentos do qual resultem lotes com
testada igual ou inferior a 16m (dezesseis metros), o Índice de Ocupação Máximo – Io será igual a 0,5 e os recuos 6m (seis metros) de frente, 1,5
(um metro e meio) das laterais e 2,5m (dois metros e meio) de fundo.

(6) (6) Nos lotes integrantes dos Loteamentos Parque Florestal, aprovado pelo Decreto nº 4.085/71, Parque Lucaia, aprovado pelo Decreto nº
4.221/71, Quinta do Candeal, aprovado pelo Decreto nº 5.548/73 e Caminho das Árvores, aprovado pelo Decreto nº 4.735-A/74, permanecerão os
usos e índices urbanísticos, estes quando houverem, estabelecidos pelos respectivos TAC’s vigentes em 31/12/84.

(7) (7) Nos lotes integrantes do loteamento Costa Verde, aprovado pelo Decreto º 4.875/75, permanecerão os usos e índices urbanísticos
estabelecidos pelo respectivo TAC, vigente em 24/05/1976.
(8) (8) Os usos e índices urbanísticos estabelecidos para os Loteamentos a que se referem os itens 6 e 7, bem como para o Loteamento “Pedra do
Sal”, aprovado pelo Decreto nº 4.261/72, permanecerão a ser os constantes do respectivo TAC e, também, do correspondente Alvará de Licença do
Loteamento.
Acrescentado pelo Art. 1º da Lei nº 4.905/94.
Substituída através do Art. 15 da Lei nº 3.853/88.

Informações retirada da LOUOS.

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Informações do censo 2002 – IBGE

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2.2.3.2. OS PROBLEMAS:

A Vila Via Metrô apresenta diversos problemas entre eles são;


 A falta de infra-estrutura básica (água encanada, iluminação, energia elétrica, drenagem, esgoto,
pavimentação das vias e coleta de lixo).
 Habitação feitas com materiais frágeis e em lugares inapropriados.
 A renda da população local que em alguns casos é zero.
 A poluição com lixo reciclável e insumos orgânicos.
 Carência de transporte publico.
 Distancia de equipamentos urbanos
No local existem 187 habitações, espalhadas por 4,94 hectares, sendo desse total, 183 residenciais e 4
mistas (comercial e residencial). No que se diz respeito à tipologia das habitações, 129 são precária (feitas
com materiais de “refugo”, onde as paredes podem ser de papelão, madeira, compensado e outros, e a
cobertura de fibro-cimento, zinco ou plástico), 2 são construídas de terra com a técnica da taipa de sopapo e
as outras 56 são de alvenaria normalmente com o bloco aparente sem apresentar reboco ou pintura.
A comunidade conta com três lideres comunitários (Walter Sena, Daniel e Rasta) que trabalham juntos
para conseguir a posse da terra que segundo Daniel, um dos lideres, pertence a Souza Fazemburgo e esta
tentando conseguir a posse da terra.

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2.3. BASES CONCEITUAIS :

2.3.1. A ESCOLHA:

O local foi escolhido pelo fato de ser uma ocupação recente carente de infra-estrutura básica, bem
avistada pela BR 324, tendo uma grande importância ecológica, pois esta dentro do conjunto de ecossistema
remanescente da mata atlântica o qual por sua vez faz parte da sub-bacia da Mata Escura onde abriga a
Represa da Mata Escura que até 1987 abastecia Salvador. Tendo ainda uma importância cultural por que faz
fronteira com o Terreiro de Candomblé Bate Folha que Realiza cultos afros desde 1916, ano em que se
instalou no local.

2.3.2. CONTEÚDO:

Esse estudo urbanístico toma partido dos seguintes conceitos:

 Desenvolvimento sustentavel:

O conceito surgiu no final do século XX, pela constatação de que o desenvolvimento econômico precisa levar
em conta também o equilíbrio ecológico e a preservação da qualidade de vida das populações humanas a nível
global. Isso implica, por exemplo, a gestão racional e equilibrada dos recursos minerais e ecológicos do planeta.
A idéia de desenvolvimento sustentável tem por base o princípio de que o Homem deveria gastar os recursos
naturais de acordo com a capacidade de renovação desses recursos, de modo a evitar o seu esgotamento.
De acordo com o Relatório Brundtland de 1987, um documento das Nações Unidas, é o “desenvolvimento
que atende as necessidades do presente sem prejudicar a capacidade das futuras gerações de atender as suas

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próprias necessidades”. O Protocolo de Kyoto e Agenda 21, entre outras conferencias, têm aumenta a influência
desse conceito.
www.wikipédia.com, Setembro de 2006.

 Sustentabilidade:

É um conceito sistêmico, relacionado à continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais
da sociedade humana.
Propõe-se a ser um meio de configurar a civilização e atividade humanas, de tal forma que a sociedade, seus
membros e suas economias possam preencher suas necessidades e expressar seu maior potencial no presente, e
ao mesmo tempo preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir
pró-eficiência na manutenção indefinida desses ideais.
A sustentabilidade abrange vários níveis de organização, desde a vizinhança local até o planeta inteiro.
Para ser sustentável, um assentamento ou empreendimento humano, necessita atender a 4 requisitos básicos,
ser:
 ecologicamente correto.
 economicamente viável.
 socialmente justo.
 culturalmente aceito.
Colocando em termos simples, a sustentabilidade é prover o melhor para as pessoas e para o ambiente tanto
agora quanto para o futuro indefinido. Segundo Brundtland no final de 1987, sustentabilidade é: "suprir as
necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas". Isso é muito

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parecido com a filosofia dos nativos dos Estados Unidos, que diziam que seus líderes deviam sempre considerar os
efeitos das suas ações nos seus dependentes após sete gerações futuras.
O termo original foi "desenvolvimento sustentável," um termo adotado pela Agenda 21, programa das Nações
Unidas. Algumas pessoas hoje, se referem ao termo "desenvolvimento sustentável" como um termo amplo pois
implica em desenvolvimento continuado, e insistem que ele deve ser reservado somente para as atividades de
desenvolvimento. "Sustentabilidade", então, é hoje em dia usado como um termo amplo para todas as atividades
humanas. Em economia, crescimento sustentável consiste no aumento das entradas ou saidas reais que podem ser
sustentadas por longos periodos de tempo.
www.wikipédia.com, Setembro de 2006.

 Eco-design:

É o termo usado para uma crescente tendência nos campos da arquitetura, engenharia e design em que o
objetivo principal é projetar lugares, produtos e serviços que de alguma forma reduzam o uso de recursos não-
renováveis ou minimizem o impacto ambiental. É vista geralmente como uma ferramenta necessária para atingir o
desenvolvimento sustentável.
Princípios do Eco-Design
 Escolha de materiais de baixo impacto ambiental: menos poluentes, não-tóxicos ou de produção
sustentável ou reciclados, ou que requerem menos energia na fabricação.
 Eficiência energética: utilizar processos de fabricação com menos energia.
 Qualidade e durabilidade: produzir produtos que durem mais tempo e funcionem melhor a fim de gerar
menos lixo;

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 Modularidade: criar objetos cujas peças possam ser trocadas em caso de defeito, pois assim não é todo
o produto que é substituído, o que também gera menos lixo.
 Reutilização/Reaproveitamento: Propôr objetos feitos a partir da reutilização ou reaproveitamento de
outros objetos; projetar o objeto para sobreviver seu ciclo de vida, criar ciclos fechados.
www.wikipédia.com, Setembro de 2006.

 Energia Renovável:

 Biomassa: “é um tipo de matéria utilizada na produção de energia a partir de processos como a


combustão de material orgânico, produzida e acumulada em um ecossistema, porém nem toda a
produção primária passa a incrementar a biomassa vegetal do ecossistema. Parte dessa energia
acumulada é empregada pelo ecossistema para sua própria manutenção. Suas vantagens são o
baixo custo, é renovável, permite o reaproveitamento de resíduos e é menos poluente que outras
formas de energias como aquela obtida a partir da utilização de combustíveis fósseis como
petróleo e carvão mineral.
A queima de biomassa provoca a liberação de dióxido de carbono na atmosfera, mas como
este composto havia sido previamente absorvido pelas plantas que deram origem ao
combustível, o balanço de emissões de CO2 é nulo.”
www.wikipédia.com, Setembro de 2006.
Esse ciclo é conhecido como ciclo do carbono e é através dele que se dá a renovação da
biomassa (matéria orgânica), pois, a fotossíntese realizada pelas plantas utiliza os raios solares,

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O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

o CO2 e a água para transformar os hidratos de carbono, que compõe a massa viva presente nos
vegetais, liberando oxigênio para a atmosfera.
A biomassa apresenta diversas vantagens que são:
 Menor poluição atmosférica global e localizada em relação aos combustíveis fósseis.
 Estabilidade do ciclo de carbono desde que não utilizada de maneira predatória,
comparada com combustíveis fósseis.
 Maior emprego de mão de obra que os combustíveis não renováveis.
 Alta densidade energética, facilidades de armazenar, conversão e transporte, em
relação a outros tipos de energias renováveis.
 Semelhança entre os motores e sistemas de produção de energia não renováveis.

 Biogás: É conseguido apartir da decomposição da biomassa misturada com água colocada no


interior de um biodigestor, que por sua vez é onde acontece a digestão e fermentação das
bactérias anaeróbicas dando origem a um gás chamado de metano. Esse gás pode ser utilizado:

 Para a queima em fogões.


 Em geladeiras.
 Como combustível para motores de combustão interna.
 Para geração de energia elétrica.
 Em Lampião.

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 Em chocadeiras.
 Em secadores degrãos e outros em geral.

E pode ser conseguido através de:

 Excrementos (bovino, suíno, eqüino, etc.).


 Plantas aquáticas (aguapé, baronesa, etc.).
 Folhagem.
 Gramas.
 Restos (de rações, frutas, alimentos, etc).
 Cascas de cereais (arroz, trigo, etc).
 Esgotos residenciais.

Além disso, após todo o processo de produção do biogás, o biodigestor deixa uma camada
de sobra conhecida como biofertilizante, esse por sua vez pode ser usado para melhorar o
solo como adubo orgânico. As vantagens do biofertilizante são:

 Não apresenta custo nenhum se comparado aos fertilizantes inorgânicos.


 Não propaga mau cheiro.
 É rico em nitrogênio, substância muito carente no solo.
 A biomassa que fica dentro do biodigestor sem contato com o ar, mata todas as bactérias
aeróbicas e germes existentes nas fezes e demais matérias orgânicas.

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 Está livre dos parasitas da esquistossomose, de vírus da poliomielite e bactérias como a do


tifo e malária.
 Recupera terras agrícolas empobrecidas em nutrientes pelo excesso ou uso contínuo de
fertilizantes inorgânicos, ou seja, produtos químicos.
 É um agente de combate a erosão, porque mantém o equilíbrio ecológico retendo maior
quantidade de água pluvial.
 O resíduo da matéria orgânica apresenta uma capacidade de retenção de umidade pelo
solo, permitindo que a planta se desenvolva durante o período de seca.

Fonte: LENGEN, Johan Van Fonte: MASCARÓ, Juan Luís


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 Hidrica: Esssa energia consiste na força da


água que gira uma roda, geralmente
colocada na vertical, ligada a um dínamo,
por meio de uma polia, de onde sai a
eletricidade para carregar uma bateria ou
abastecer diretamente a rede elétrica. Essa
energia pode ser conseguida através de
pequenos cursos d`água e é o mesmo
princípio utilizado nas grandes hidrelétricas.

Fonte: MASCARÓ, Juan Luís

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O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

 Sistema Produtivo Permanente.


 Permacultura: “é um método holístico para planejar, atualizar e
manter sistemas de escala humana (jardins, vilas, aldeias e
comunidades) ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e
financeiramente viáveis.
Foi criada pelos ecologistas australianos Bill Mollison e David
Holmgren na década de 1970. O termo, cunhado na Austrália, veio
de permanent agriculture, e mais tarde se estendeu para significar
permanent culture. A sustentabilidade ecológica, idéia inicial,
estendeu-se para a sustentabilidade dos assentamentos humanos.
A ênfase está na aplicação criativa dos princípios básicos da
natureza, integrando plantas, animais, construções, e pessoas em
um ambiente produtivo e com estética e harmonia.
Permacultura é uma síntese das práticas agrícolas tradicionais com idéias inovadoras.
Unindo o conhecimento secular às descobertas da ciência moderna, proporcionando o
desenvolvimento integrado da propriedade rural de forma viável e segura para o agricultor
familiar.
A permacultura, além de ser um método para planejar sistemas de escala humana,
proporciona uma forma sistêmica de se visualizar o mundo e as correlações entre todos os seus
componentes. Serve, portanto, como meta-modelo para a prática da visão sistêmica, podendo
ser aplicada em todas as situações necessárias, desde como estruturar o habitat humano até
como resolver questões complexas do mundo empresarial.”
www.wikipédia.com, acessado em Setembro.

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O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

 Wetlands: “O termo wetlands (do inglês) ou áreas alagáveis é utilizado para caracterizar vários
ecossistemas naturais que ficam parcial ou totalmente inundados durante o ano.
Estes sistemas têm importantes funções dentro dos ecossistemas onde estão inseridos,
entre as quais se destacam:
a) a capacidade de regularização dos fluxos de água, amortecendo os picos de enchentes;
b) a capacidade de modificar e controlar a qualidade das águas;
c) sua importância na função de reprodução e alimentação da fauna aquática, incluindo os
peixes;
d) a proteção à biodiversidade como área de refúgio da fauna terrestre;

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e) o controle da erosão, evitando o assoreamento dos rios.”


(Biológico, São Paulo, v.65, n.1/2, p.113, jan./dez., 2003)

Vale destacar também que, essa técnica pode ser usada para o tratamento de esgoto
através de plantas aquáticas (macrófitas) que incorporam o nitrogênio e fósforo. Porém é
necessário ressaltar que se jogados em excesso nos corpos d`água, esses nutrientes, podem
causar eutrofização.
Apresenta, ainda, as seguintes vantagens:
 Otimizar os processos físicos, químicos e biológicos que ocorrem numa várzea natural.
 A vazão sub-superficial impede o contato de pessoas, animais e mosquitos com a lâmina
d’água.
 Transporte de oxigênio feito pelas plantas da atmosfera para as suas raízes, criando
microrregiões aeróbias - anaeróbias na rizosfera.
 Diminuição de organismos entéricos por decaimento natural e por predação.

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2.3.3. AQUISIÇÃO DE CONHECIMENTO LOCAL:

2.3.3.1. MÉTODO:

I PESQUISA BIBLIOGRÁFICA:

Foram realizadas diversas pesquisas sobre temas como: fontes de energia renováveis,
sistemas alternativos de tratamento de esgoto, abastecimento de água potável, sistemas
construtivos alternativos, sistemas de agricultura e gestão de uso, todos visando o custo, a
praticidade, a economia a longo prazo e a auto-sustentabilidade. Livros, artigos, revistas e
internet também foram utilizados para pesquisa, reunindo uma coleção de diversas técnicas e

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materiais apropriados para a aplicação na realidade do local de trabalho, onde então, foram
escolhidas as opções que melhor se adequavam à Vila Via Metrô.

II RECONHECIMENTO DE CAMPO:

Foram feitas pesquisas de campo como; visitas periódicas para montagem de banco de
imagens, conhecer melhor a realidade e a comunidade, líderes, cadastro das testadas dos
terrenos, casas, arvores, ruas, trilhas, acessos, áreas alagáveis, áreas de risco de desabamento,
drenagem e esgoto, entre outros. As visitas a campo foram realizadas nas datas de:
 11 de Maio.
 22 de Maio.
 13 de Julho.
 17 a 21 de Julho.
 24 a 26 de Julho.
 Entre diversas outras onde não foram registradas datas.

Foi preciso a utilização de um GPS (Sistema de Posicionamento Global), para o cadastro


das vias, caminhos, acessos e implantação das habitações. Posteriormente foi feito o cadastro
das testadas dos terrenos e habitações com a utilização de uma trena de 20 metros. Também foi
utilizado as imagens do Google Earth (software que contem imagens de satélite de todo o
planeta) para o cadastro, principalmente, de árvores em locais de difícil acesso e disposição das
casas. Com isso foi feito a planta atualizada da ocupação em questão, utilizando esses três

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meios, chegando assim em um consenso, visto que, o GPS e imagens de satélite não são
confiáveis para fins de medidas exatas ocorrendo algumas variações.

III PROJETOS SIMILARES:


Tratando-se de um projeto pioneiro, uma pesquisa foi feita com projetos de vários temas,
como tratamento de resíduos, abastecimento da água, aproveitamento da energia térmica e
iluminação solar, materiais alternativos e técnicas construtivas. Não necessariamente ligados a
urbanismo.
Segue exemplos similares:
 Construção com terra:
Projeto Maria de Barro, Nazareno (MG).

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http://www.ipemabrasil.org.br/ecoconstrucao.htm

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2.3.3.2. RADIOGRAFANDO VILA VIA METRÔ:

 URBANIZAÇÃO:

A urbanização da ocupação irregular recente denominada Vila Via Metrô a qual é a área de
trabalho, se caracteriza pela chegada dos habitantes primeiro e depois da infra-estrutura urbana.
Porém o local de estudo se encontra na fase inicial desse processo tendo carências básicas como água
encanada, drenagem, esgoto, pavimentação das vias, iluminação e energia elétrica, sendo tudo isso
improvisado, feito pelos próprios moradores oferecendo assim um risco ainda maior para essas
pessoas que ali habitam.

O processo de urbanização vem se dando nas partes extremas da Estrada da Pedreira Bom
Futuro, onde tem contato com a infra-estrutura vinda da Mata Escura pela cumeada. Uma via aberta
pelos moradores liga o alto da encosta com a base que e feita pela Estrada da Pedreira Bom Futuro,
encontrando a mesma no encontro do lado sul com a parte oeste. Essa via traz a ligação clandestina
de água e energia abastecendo toda ela e parte da Estrada da Pedreira Bom Futuro que encontra.

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 HABITAÇÃO:

Existem três tipos de habitações no local de estudo


as primeiras e mais precárias caracteriza-se por casas
térreas, feitas com materiais de “refugo”, geralmente
encontrado no lixo e pelas ruas da cidade, onde as
paredes podem ser de papelão, madeira, compensado e
outros, e a cobertura de fibro-cimento, zinco ou plástico.
As segundas são de terra feitas com a técnica de taipa de
sopapo e o terceiro tipo de habitação encontrado é o
convencional, construída de alvenaria (tijolos de cerâmica
e cimento), normalmente com os tijolos aparente sem
reboco ou pintura.
Vale ressaltar que para que fossem feitas algumas moradias foi preciso fazer pequenos cortes no
terreno aproveitando a parte formada pelo corte como parte da habitação, sendo no interior dessas o
piso de terra não apresentando banheiro ou cozinha muitas vezes.

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O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

 SISTEMA VIÁRIO:

O sistema viário é composto em


boa parte de caminhos, não permitindo
a passagem de carros devido a
inclinação alta, largura pouca e falta de
pavimentação. Para o levantamento da
circulação viária foi utilizado um GPS
(Sistema de Posicionamento Global).
Existem dois acessos importantes para
a Vila Via Metrô; um deles é a BR-324
que é por onde é feito o principal
acesso dos moradores locais, pelo fato
de encontrar transporte mais perto e
em maior quantidade, o segundo é pela
Mata Escura que vem por cima da
cumeada encontrando com a Rua São
Jorge dando acesso ao final de linha da
Mata Escura. Outros acessos menores
são; o encontro da Estrada da Mata
Escura que vem do Arraial do Retiro e encontra com a Estrada da pedreira Bom Futuro e o outro é feito
pela outra extremidade encontrando uma rua aberta recentemente para a passagem da tubulação de
esgoto e drenagem e por isso sem nome, subindo essa rua encontra se com a rua São Jorge que dá
acesso ao final de linha do Bairro.

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 ILUMINAÇÃO E ENERGIA:

O abastecimento de energia
elétrica vem da cumeada descendo
a encosta, no entanto, isso só
acontece com a rede de energia
regularizada, do inicio da Estrada
da Pedreira Bom Futuro. Seguindo
abastecendo até pouco mais da
metade da encosta voltada para o
sul, sendo o restante, energia
clandestina ligada a ela ate se
encontrar com a via que vem do
cume aberta pelos moradores.
Abastecendo as ocupações dessa
via e seguindo o perímetro da Estrada da Pedreira Bom Futuro até aproximadamente o meio da
encosta oeste onde desce mais uma linha clandestina sendo daí pra frente seguindo esse ultimo padrão
até o fim da Estrada da Pedreira Bom Futuro. Trazendo energia clandestina que abastece até o inicio da
encosta norte onde desce mais uma outra linha de energia irregular para abastecer até próximo do
final dessa encosta onde desce outra, já perto da entrada do Buraco Formado pela antiga Pedreira Bom
Futuro, do outro lado da pedreira desce outra que abastece a respectiva encosta até encontrar a rua
aberta recentemente. Daí descendo outra para abastecer até o final das ocupações da Estrada da
Pedreira Bom Futuro. Os postes são improvisados de madeiras e árvores onde os fios são todos
emaranhados.

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 SANEAMENTO BÁSICO:

Analisando o saneamento básico como sendo o fornecimento de sistemas públicos de


abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e drenagem urbana, nota-se que o
saneamento ambiental da Vila Via Metrô ainda apresenta condições demasiadamente precárias de
atendimento público e de manutenção proporcionando aos moradores diversos problemas de saúde.
Quanto ao abastecimento de água, somente as habitações do inicio da Estrada Da Pedreira Bom
Futuro no encontro com a Estrada da Mata Escura são atendidas. Sendo as demais residências não
apresentado nenhuma forma de abastecimento, adquirindo a água através de “gato”.
A situação torna-se mais crítica quando se analisa o sistema de esgotamento sanitário da área.
Das residências existentes, uma boa parte não apresenta sequer um banheiro, as que apresentam são
ligadas à rede de esgoto ou à rede pluvial que se encontra na região próxima ao Arraial do Retiro. O

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restante (a grande maioria das habitações) joga diretamente no rio, que atualmente se encontra
assoreado e poluído. A drenagem é feita pela linha de menor resistência naturalmente pelo terreno, até
encontrar o rio.
A limpeza urbana não
atende a essa população e
ainda, para piorar a situação,
uma boa parte das pessoas
(moradores dos arredores da
parte de cima da antiga pedreira
Bom Futuro) tem o péssimo
costume de jogar o lixo encosta
abaixo, formando uma
montanha de detritos na base,
parte logo abaixo da antiga
pedreira. O lixo produzido pela
região do entorno é jogado no
Riacho Azaca e o produzido no
local é jogado na Represa da
Mata Escura ficando muitas
vezes à vista, acumulado na
vegetação aquática.
Os resíduos sólidos
gerados no bairro de Mata
Escura são coletados na sua

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O DESAFIO DE UM MODELO URBANÍSTICO COM EQUIDADE

maioria pela LIMPURB, estando localizado no Núcleo de


Limpeza – NL 12. Com frequência diária, a coleta é diurna
sendo feita na sua maioria por compactador, estando na
frota 1 motorista e 3 coletadores. O volume coletado é
em média 14 mil toneladas/dia sendo 7 mil na primeira
viagem e 7 mil na segunda viagem.

 ÁREAS DE RISCO:

Na região de trabalho existem duas áreas de risco,


a primeira área é a região da encosta que apresenta uma
menor declividade e coincide com a linha de distribuição
de energia elétrica da COELBA logo acima, no mesmo
local onde foi aberta uma via pelos moradores locais e
levantadas algumas habitações. A segunda área de risco é
na região da antiga pedreira Bom Futuro, onde pode
ocorrer a qualquer momento um deslizamento de terra,
como já aconteceu no período em que estavam sendo
realizada as visitas de campo.

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 ASPECTO FÍSICO - AMBIENTAL:

 HIDROGRAFIA, VEGETAÇÃO E FAUNA:

A represa da Mata Escura, localizada no bairro da Mata Escura no município de Salvador, foi
criada no século passado, aproveitando um vale profundo e sinuoso composto por uma cobertura
vegetal tropical variada e também fazendo parte do conjunto de um ecossistema remanescente da
Mata Atlântica2. Inclui árvores de grande porte, frutíferas ou não, como jaqueiras, mangueiras,
conjuntos de eucaliptos, além da vegetação de menor porte do tipo aquática.
Fazendo parte da sub-bacia da Mata Escura a qual compõe um dos principais mananciais de
Salvador, a Bacia do Camurujupe, que nasce no bairro de São Caetano. Corta uma das áreas mais
pobres de Salvador, atravessa a BR-324, até formar os lagos das barragens, e segue através dos
demais bairros, recebendo as águas de outros afluentes, inclusive esgotos, até atingir sua foz, na Praia
do Costa Azul (FONSECA, 1999). Somente a partir de 1973 foi definido, pôr decreto, como uma área
não edificável (Área de Domínio Público), devido aos seus atributos naturais. Em 1977, foi considerado
por lei Área de Preservação Permanente, e em 1988 foi ratificado pela Lei nº 3.853 como parte do
Sistema Municipal de Áreas Verdes. Apesar dos vários instrumentos ambientais de proteção do meio
ambiente local não se impediu que, a represa utilizada para o abastecimento de água de parte de
Salvador até 1987, fosse desativada, devido ao elevadíssimo índice de poluição e à sua baixa vazão.
Atualmente, encontra-se assoreada e poluída pelo lançamento de esgoto e lixo doméstico.

2
De acordo com o PDDU Salvador 2004, o termo vegetação remanescente de Mata Atlântica abrange a totalidade de vegetação primária e secundária, em estágio inicial,
médio e avançado de regeneração, de acordo com a Resolução CONAMA nº 03, de 18 de abril de 1996.

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Os recursos hídricos juntamente com a vegetação existente constituem um sistema único de


valor ambiental para o local e para a cidade de Salvador. Porém, no seu entorno cresce
desordenadamente o número de invasões que estão ameaçando cada vez mais o que resta de verde na
região, tendo como conseqüências o desmatamento e a poluição através de insumos biodegradáveis ou
reciclados.
Para o levantamento das árvores existentes no local de estudo foram utilizados recursos como o
GPS e imagens do Google Earth esse último para o cadastro em regiões de difícil acesso.

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 TOPOGRAFIA E DECLIVIDADE :

A topografia da área de estudo se apresenta na forma de relevo acidentado composto por vales e
elevações que variam da cota 25m até a cota 80m, característicos de terrenos sobre o embasamento
cristalino que aflora deste lado leste da falha geológica da cidade de Salvador. As vertentes sobre o
solo argiloso (resultante da alteração destas rochas do embasamento) associadas às altas declividades,
ocupações indevidas e retirada da cobertura vegetal das encostas criam áreas de risco em alguns
locais, podendo ocorrer ocasionalmente deslizamentos de terra nos períodos mais chuvosos do ano.
A declividade foi calculada
com base nas curvas de nível da
base SICAR calculando a
distancia de uma para outra
manualmente para calcular a
inclinação de cada parte do
terreno.
Vale ressaltar que no
perímetro de toda a Estrada da
Pedreira Bom Futuro ouve, em
alguns locais, um corte no
terreno para a implantação das
casas, esse corte varia de 3
metros até 10 metros da frente
das habitações até o fundo,
quando ocorrem.

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 INSOLAÇÃO:

Para o estudo de radiação solar foi utilizado uma maquete, o aparelho heliodon e uma câmera
fotográfica, onde foi feita a observação das sombras simuladas entre os horários 7:00h às 9:00h e
15:00h às 17:00h, nos períodos de primavera, verão, outono e inverno. A escolha desses horários de
deu pelo fato de as sombras mostraram-se mais evidentes, visto que no período de 10:00h às 14:00h
o sol não fazia sombra alguma por isso não foram fotografados.
O estudo mostrou que, a região mais afetada pela radiação é a encosta voltada para o lado oeste
que recebe o sol todas as tardes do ano inteiro, em media das 9:00h até o por do sol. Já na encosta
voltada para o lado sul foi evidenciado sombra no período de outono a primavera, sendo que quanto
mais próximo do inverno maior a quantidade de sombra pela parte do início da manhã e final de tarde.
E no período de verão essa encosta apresentou sol o dia todo do nascer ao pôr do sol.

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 VENTOS E CHUVA:

A cidade de Salvador, na qual o Bairro da Mata


Escura está inserido, é uma cidade de clima quente e
úmido devido a sua latitude e proximidade ao mar,
sendo o calor o principal problema encontrado na
cidade. Apresenta ventos predominantes Sudeste nos
períodos do outono – inverno, Nordeste na primavera
- verão e Leste de outubro a março. O vento
secundário, com direção Sul, é intenso nos meses de
maio e julho, e estão associados a períodos chuvosos.
A posição sudeste de Salvador propicia ao clima do
miolo um grande potencial de ventilação e umidade,
porém devido à sua morfologia bastante acidentada
ocorre uma redução do potencial de ventilação no
sentido dos vales e um acréscimo de exposição à
radiação solar nas cumeadas, agravadas pelo intenso
desmatamento deste local.

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3. PROSPECTIVA:

Se continuar como está, a tendência é a consolidação do local


substituindo as habitações provisórias (barracos) por casas de alvenaria
e possivelmente aumentando a densidade, de forma desordenada,
passando essas casas a terem dois ou mais pavimentos e
consecutivamente aumentando a poluição ambiental, desmatamento e
insegura, baixando assim ainda mais o nível de salubridade do local. Por
outro lado tem custo para o estado cada vez maior visto que, o poder
público, vai entrar com a infra-estrutura e a construção do futuro metrô
fortalecendo mais ainda esse fato trazendo mais moradores e pessoas
circulando, sem falar no mercado imobiliário popular informal que
acontece e é bem conhecido da cidade de Salvador. Além disso, a
população local não tem nenhuma perspectiva de aumento de renda, ou
seja, esse cenário de exclusão social tende a continuar até alcançar o
caos.

“A cidade não pára a cidade só cresce

o de cima sobe e o de baixo desce”


(Chico Science – A cidade)

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4. PROPOSTA:

4.1. MODELO DE URBANIZAÇÃO:

O projeto consiste em reduzir ao mínimo o consumo de recursos naturais não renováveis propondo o uso de
energias limpas e renováveis, através do que é gerado pelo próprio local, tentando utilizar o mínimo do que vem
de fora objetivando a eliminação de desperdícios e minimização do consumo em todas as fases de vida da
intervenção: construção, consumo e demolição. Trata-se de uma urbanização sustentável para população de baixa
renda onde busca integrar indivíduo, edifício e ecossistema permitindo que todos se assimilem harmonicamente.
tirando o seu sustento do próprio local onde vivem.
Thomas Berry, ecoteólogo norte-americano da década de 80, propõe a Biocracia, ratificando a visão
biocentrista e afirmando que ”necessitamos de um sistema mais amplo do que a democracia, em que as decisões
políticas e econômicas sejam adotadas sobre a base de nossa inter-relação com a Terra, a espécie humana está se
tornando inviável”. Para reverter esse processo precisamos repensar: profissões, leis, economia, saúde, educação,
política... revisando a perigosa arrogância que sugeriu mitos e crenças que regem a nossa cultura, enfim caminhar
para a Biocracia (Adam, Roberto Sabatella, 2001).

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4.1.1. ZONEAMENTO:

Com o intuito de planejar e indicar parâmetros


para o crescimento adequado e ordenado da área de
trabalho, o zoneamento proposto com base no conceito
do projeto e tem a finalidade de indicar áreas
adequadas a determinados tipos de usos e atividades
visando gerar uma comunidade auto-sustentável.
As zonas e suas respectivas área em hectare:
 Habitacional – 3,28
Área reservada a construções de
unidades habitacionais com espaço de
áreas verdes para ventilação, proteção do
sol e hortas ao redor das casas.
 Habitacional consolidado – 8,40
Caracteriza-se por casa de alvenaria
com tijolos aparentes tendo de 1 até 3
pavimentos, sendo o sistema viário sem
pavimentação. Essa área será proposto a
pavimentação das vias e acessos, e ainda
a captação de água da chuva, ventilação,
energia térmica e iluminação provenientes
do sol, alem de implantação de fossas

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sépticas e ligação com o wetland quando for possível. Para isso será priorizada reformas
nessa área.
 Institucional e Serviço – 1,58
Essa área será destinada para fins comerciais e serviços prestados pela e para a
comunidade onde será implantado o Centro de Gestão Social de Re-Produtos para onde
será destina do o lixo reciclável produzido pela comunidade, arredores e futuro metrô,
podendo se estender a outras localidades. Também será implantada uma creche nessa
área.
 Esporte e Lazer – 1,09
Será reservada para fins de lazer, onde terá praças, parques, quadras de esportes,
bares entre outros desejados pela comunidade local.
 Bosque e Eucaliptos – 1,80
Área dedicada à plantação manejada de eucaliptos destinados a vários fins como,
construir casa, postes de iluminação e distribuição, além de poder se usado como lenha.
 Wetland – 7,39
Área designada para o tratamento final dos esgotos vindos da fossas sépticas que por
sua vez vem das unidades habitacionais. Ela servira também para a produção de energia
como a biomassa que alimenta o biodigestor e gerará biogás para a queima em fogões e
fornos e energia elétrica através de mini-usinas hidrelétricas. Tem ainda como
conseqüência a revitalizar do ecossistema da antiga Represa da Mata Escura devolvendo a
ela a lamina d água que existia antes, alem de melhorar o aspecto paisagístico.

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 Borda Produtiva – 1,74


Trata-se de uma técnica da permacultura, onde acontece o encontro de dois biomas
distintos, sendo uma área extremamente rica para o plantio. Portanto será destinada para
esse fim.
 Horta Comunitária – 0,54
Local destinado à plantação e cultivo de hortaliças para o abastecimento da população
local.
 Bosque Comunitário – 0,49
Dedicada a plantio de arvores frutíferas que vão servir para a alimentação da
comunidade local.
 Agro-Florestal – 5,50
Área remanescente de mata atlântica destinada ao plantio adequado e de árvores
frutíferas e ou não com o intuito de preservar essa área de grande importância.

4.1.2. SISTEMA VIÁRIO:

O sistema viário foi planejado para o acesso de veículos em casos de emergência ou serviços
essenciais, tendo a caixa da rua 3.2m sendo o passeio de 1.3m apenas de um lado da rua. A estrada
da Pedreira Bom Futuro toda ela seguiu essa tipologia descrita anteriormente, assim como outra rua
aberta para fazer a ligação dela com a Rua São Jorge. Entre as ruas de acesso para veículos foi feita
uma rua de acesso a pedestre com caixa de 2m onde dão para o fundo das casas, considerando que a

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frente seria para a rua com acesso a veículos. Escadarias foram colocadas a distancias de adequadas
ao posicionamento das habitações distribuídas por toda a zona habitacional.
As ligações com o sistema viário do entorno será feita em cinco pontos que são:
 A ligação com a estrada da Mata Escura que vem do Arraial do Retiro.
 A ligação da Estrada da Pedreira
Bom Futuro com a Rua São
Jorge, na extremidade vizinha
ao Calabetão.
 Na encosta leste situada logo
atrás da antiga Pedreira Bom
Futuro faz a conexão com a rua
São Jorge pela sua outra
extremidade.
 Uma ligação com a Estação de
metrô e o Centro de Gestão
Social de Re-Produtos será feita
para acesso à BR- 324.
 Na parte do meio da Estrada da
Pedreira Bom Futuro, seguindo
o acesso da futura estação de
metrô até encontra o cume da
encosta será feito o acesso com
a Rua São Jorge.

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4.1.3. EDIFICAÇÕES:

As edificações foram implantadas nos locais onde tinha a menor declividade que é pelo perímetro
da Estrada da Pedreira Bom Futuro, em seguida subindo a encosta voltada para o lado oeste.
Completando a primeira etapa (169 unidades habitacionais) que atende a todas as habitações que
serão re-alocadas (145 unidade habitacionais) e ainda sobrando (24 unidades habitacionais). A
segunda etapa (97 unidade habitacionais), estimada para até 2016, já é uma área um pouco mais
inclinada sendo destinada para um futuro crescimento populacional dessa área que vai ser feita
naturalmente com o tempo e a
construção da futura estação do
metrô ajudara para que isso
ocorra com maior rapidez.
As unidades habitacionais
serão construídas com a técnica
do adobe que consiste em
produção de tijolos secos ao sol
feito com uma parte de areia e
outra de argila que pode ser
encontrada no próprio local de
onde será feito o corte no terreno
para a implantação das
edificações. A mão de obra será
local e caixas de leite serão
utilizadas para a construção dos
telhados.

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Segue a baixo as tipologias Sugerida para essas duas áreas:

 1ª Etapa:

Nessa etapa as casa serão implantadas realizando cortes no terreno, sendo


dispostas em níveis diferentes umas das outras conforme o terreno, onde deverá ter
uma proteção contra o sol na fachada voltada para o oeste.

 2ª Etapa:

Essa etapa só será construída caso ocorra o crescimento da área e deverá ser
feita com uma implantação semelhante a da 1ª etapa, porém será sobre pilares para
evitar o contato com o solo que nessa área é muito úmido, devido as condicionantes
climáticas. Tendo ainda que construída algum tipo de proteção na fachada sul que
recebe as chuvas de frente.

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4.2. INFRA-ESTRUTURA:

4.2.1. SANEAMENTO:

 O abastecimento de água das casas será feito por meio de captação de água de chuva armazenada
em tanques subterrâneos que abastecerão as casa logo abaixo sendo as da parte mais alta fazendo
uso de bombas manuais que usam o princípio de Arquimedes.
 O tratamento de esgoto será dividido em duas partes a primeira será ligada a uma fossa séptica que
recebe a água servida dos chuveiros, pias e halos, seguindo por meio de gravidade para o wetland
onde terá seu tratamento final. A segunda ligação será feita do vaso sanitário para o biodigestor
que recebera também o lixo orgânico produzido pelas habitações onde produzira biogás e
biofertilizante, para o uso respectivamente, no fogão e na horta.
 A drenagem será feita em direção as parte inferiores das vias também que vão servir de tanques
para o armazenamento de água da chuva para usos diversos. O restante da drenagem será
conduzido por gravidade juntamente com a saída da fossa séptica em direção ao wetland.
 O lixo inorgânico será levado para o Centro Social de Re-Produtose o orgânico para o biodigestor.

4.2.2. MODELO SÓCIO PRODUTIVO:

Esse modelo consiste na produção de alimentos e outros artigos derivados do que será produzido
pelo trabalho dos moradores locais para a sua alimentação e comercialização.
Serão Destinadas áreas para o plantio de hortas, pomares, reflorestamento, madeira para
construção entre outros, e geração de biomassa com fins de sustentar a comunidade e gerar renda.

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Nesses locais serão usadas técnicas da permacultura e o trabalho que for preciso para isso será
realizado pelos próprios moradores do local.

4.2.3. MODELO DE MASSA E ENERGIA:

Esse modelo prevê o aproveitamento da biomassa para a geração de biogás e adubo orgânico
através de lixo orgânico, fezes (humana e animais) e biomassa que será gerada principalmente pelo
wetland, horta e bosques.

5. SISTEMA DE GESTÃO:

O projeto visa a participação da população favorecendo e ajudando a fortalecer a liderança local no


sentido de constituir uma entidade representativa da comunidade e solicitar a posse da terra transformando
em uma OSCIP – Concessão Comunitária de Posse da Terra. Onde, todos são donos de uma parcela da área
e tendo deveres e obrigações para manter o funcionamento da comunidade e garantir que todos tenham o
que necessitam. Isso ira funcionar como um condomínio onde será eleito um líder para a administração de
toda a área. Sendo assim os moradores pode pedir a prefeitura para repassar o valor das taxas de serviço,
que a própria comunidade é que irá realizar.
 Organização local para gestão da área: A comunidade é quem vai administrar o local por meio de
um representante que irá gerir todas as tarefas e deveres necessários para que a área continue
funcionando adequadamente.
 Posse comum da terra: Todos serão donos da terra, funcionando como um condomínio.

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 Estabelecer Parcerias e acordos: A comunidade é quem vai procurar parceiros para estabelecer
acordos, por meio do representante escolhido.
 Controle do espaço interno: A segurança e o controle do espaço interno serão realizados pelos
próprios moradores que irão fiscalizar e vigiar sua propriedade.
 Trabalho comunitário e em cooperativa com fins lucrativos: Será realizado trabalho em forma de
cooperativa para fins de geração de renda para os moradores locais.
 Auto-construção em mutirão: As casas serão construídas em mutirão com a técnica no adobe pelos
moradores locais.
 Áreas comuns de interesse social: As áreas livres serão destinadas para lazer e cultivo de plantas
destinadas a alimentação, sombra, construção e energia. O cultivo e manejo dessas áreas será
realizado pela própria comunidade.
 Sistema de saneamento e geração de energia: Nos períodos adequados serão feitas as
manutenções indicadas para; a fossa séptica, wetland, biodigestor, motor de geração de
eletricidade, entre outros.

6. PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO DE INTERVENÇÃO:

 Consolidar o projeto por meio de participação comunitária: Serão realizadas reuniões com a
comunidade para apresentação do projeto e fortalecimento da liderança local que irá administrar a
comunidade.

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 Obtenção de posse da terra em domínio pleno: Com a organização consolidada é mais fácil de
conseguir as coisas. A idéia é que todos sejam donos da terra e não do lote, funcionando como uma
espécie de condomínio.
 Financiamento e apoio institucional: Buscar recursos, parceiros, colaboradores, apoios, patrocínios,
sejam eles de iniciativa privada ou órgãos públicos. Enfim qualquer tipo de ajuda será bem vinda desde
doações até trabalho voluntário.
 Implantação de etapa emergencial: Em caráter de urgência será preciso realizar algumas modificações
visando, a eliminação de risco. Entre essas modificações estão a realocação das habitações em áreas
de risco, implantação de hortas, pomares, sistema de esgotamento, energia elétrica, iluminação e
pavimentação.
 Consolidação da 1ª Fase: Implantação das habitações, vias e infra-estrutura da 1ª fase do projeto.
 Consolidação da 2ª fase: Implantação das habitações, vias e infra-estrutura da 2ª fase do projeto, que
está prevista para 2016, ou algum tempo após a finalização do metrô.

7. CONCLUSÃO:

Precisamos repensar nossas cidades, para assim resgatar as belezas naturais ainda presentes na sua
paisagem, garantir o bem estar social e integrar harmonicamente a sociedade e a natureza, obtendo uma
qualidade de vida e contribuindo para alcançar uma sustentabilidade para nossas futuras gerações. Através de
uma visão futura de nossas cidades, baseadas no ambiente urbano e natural, poderemos então criar objetivos e
metas que busquem uma integração social, econômica e ambiental baseadas no seguinte princípio: o de formar
uma cidade mais auto-sustentável. O planeta é um organismo vivo ao qual fazemos parte, ele é o reflexo de nós
mesmos.

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8. BIBLIOGRAFIA:
 ADAM, Roberto Sabatella. Princípios do Ecoedifício: interação entre ecologia, consciência e edifício. São Paulo: Aquariana,
2001.128p; 21cm.
 CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida: Uma nova compreensão cientifica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996
 CAPRA, Fritjof. As Conexões Ocultas: Ciência para uma vida sustentável. São Paulo: Cultrix, 2002.
 CAPRA, Fritjof. O Ponto de Mutação: A Ciência a Sociedade e a Cultura emergente. São Paulo: Cultrix, 1982.
 CAPRA, Fritjof. O Tal da Física: Um paralelo entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental. São Paulo: Cultrix, 1975
 DEZ Alternativas Tecnológicas Para Habitação. Brasília, MINTER/PNUD, 1989. 376p.
 FROTA, Anésia Barros. Geometria da insolação. São Paulo: Geros, 2004 289p.: il.;
 FROTA, Anésia Barros & SCHIFFER, Sueli Ramos. Manual de Conforto Térmico: arquitetura, urbanismo – 5. ed. - São
Paulo: Studio Nobel, 2001.
 HERTZ, Jonh. Ecotécnicas em Arquitetura : Como projetar nos trópicos úmidos do Brasil. São Paulo: Pioneira, 1998.
 LA MAYA, Jacques. Medicina da Habitação: Como Detectar e Neutralizar as Ondas Nocivas Para Recuperar o Bem-estar e a
Vitalidade. São Paulo: Roca, 1994.
 LENGEN, Johan Van. Manual do arquiteto descalço. São Paulo: Groud, 2001.
 MASCARÓ, Juan Luís. 1934 – Infra-estrutura habitacional alternativa. Porto Alegre : Sagra, 1991.
 MOLLISON, Bill. Introdução a permacultura. São Paulo: Novo Tempo.
 MOLLISON, Bill & HOLMGREN, David. Permacultura um: Uma agricultura permanente nas comunidades em geral. São
Paulo: Ground, 1983.
 TUAN, Yi-Fu. Topofilia : Um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. São Paulo: Difel, 1992.
 WYDRA, Nancilee. Feng Shui o Livro das Soluções: 150 Soluções Simples Para Sua Saúde e Felicidade no Lar ou no
Escritório. São Paulo: Pensamento.
 YAMAMOTO, Celso. Feng Shui: a Arquitetura Sagrada do Oriente. São Paulo: Ground, 1997.

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