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MÓDULO XV
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
Direito Econômico e Financeiro
Direito Eleitoral
Direito Internacional
Direito Previdenciário
Direitos Humanos
Medicina Legal
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MÓDULO XV
DIREITO ADMINISTRATIVO
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DIREITO ADMINISTRATIVO
DIREITO ADMINISTRATIVO
1. TEORIA DA IMPREVISÃO
O art. 65, inc. II, “d”, da Lei n. 8.666/93 dispõe sobre a cláusula rebus sic stantibus,
que vigora nos contratos privados e tem a finalidade de evitar a ruína do contratado. Os
contratos regidos pela lei em estudo poderão ser alterados, por acordo das partes, para
restabelecer a relação pactuada inicialmentee tendo por objetivo a manutenção do
equilíbrio econômico-financeiro na hipótese de ocorrência de fatos imprevisíveis – ou
previsíveis com conseqüências incalculáveis, ou ainda, em caso de força maior, caso
fortuito ou fato do príncipe –, configurando álea econômica extraordinária e
extracontratual.
1.1. Requisitos
Para a aplicação da Teoria da Imprevisão, é necessária a ocorrência de:
• fatos supervenientes;
1.2. Hipóteses
Autorizam a aplicação da Teoria da Imprevisão, desde que preenchidos os requisitos
anteriores:
• o caso fortuito;
• a força maior;
• o fato do príncipe;
• o fato da administração.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Tanto o caso fortuito como a força maior são hipóteses que autorizam a aplicação da
Teoria da Imprevisão, pois ou criam para o contratado um desequilíbrio econômico-
financeiro ou impedem a execução do contrato.
1.2.3. Observações
Circunstâncias, situações imprevistas e imprevisíveis são, para HELY LOPES
MEIRELLES, aquelas que já existiam antes de o contrato ser celebrado, mas que as partes
desconheciam, porque foram omissas em sondar as possibilidades de execução do
pactuado; exemplo: o contrato visa a construção em terreno arenoso e descobre-se que esse
é rochoso, fazendo-se necessária a explosão do perímetro.
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DIREITO CIVIL
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DIREITO CIVIL
DIREITO CIVIL
A ocupação é uma forma de aquisição somente de bem imóvel, visto que, em nosso
sistema, o bem imóvel abandonado ou de ninguém incorpora-se ao Poder Público.
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DIREITO CIVIL
Não existe direito hereditário sobre bens móveis, visto que, com a abertura da
sucessão, todos os bens são legalmente considerados imóveis.
3. CONDOMÍNIO
O condomínio trabalha com uma ficção, visto que os condôminos são titulares da
mesma coisa em abstrato. O condomínio é instável, ou seja, nasce para ser extinto, visto
que ninguém é obrigado a remanescer em condomínio.
3.1. Classificação
a) Ordinário
b) Especial
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DIREITO CIVIL
3.2.1. Propriedade
O jus utendi é limitado ao exercício do outro condômino; o jus fruendi é
proporcional à qualidade ou quantidade das cotas; o jus disponendi é ilimitado; no jus
serviendi todos os condôminos são titulares da ação reivindicatória e da nunciação de obra
nova. A coisa comum não pode ser modificada sem a expressa anuência de todos os
condôminos.
Observação: condomínio romano é aquele que pode ser dissolvido quando as partes
desejarem.
3.2.2. Posse
Todos os condôminos são titulares do jus possidendi. O exercício da posse é pessoal,
dependendo de expressa anuência de todos. A tutela possessória é ampla, podendo ser
proposta contra terceiros ou mesmo contra outro condômino.
3.2.3. Responsabilidade
A responsabilidade ocorre em relação às despesas e dívidas do bem, que serão
proporcionais às cotas assumidas pelos condôminos. Se a despesa for assumida por um dos
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DIREITO CIVIL
O condômino que causar dano será responsável por ele. A responsabilidade civil é
personalíssima, não se estendendo aos demais condôminos.
3.3. Extinção
Deve-se observar a natureza do bem:
• Bem divisível: é aquele que pode ser fracionado sem perder suas qualidades. Há
sempre uma presunção de divisibilidade quando houver dúvida.
• Bem indivisível: pode ser indivisível pela sua natureza, quando a fração se tornar
pequena demais, tornando o bem economicamente inviável, por exemplo: um
diamante. Pode ser indivisível por determinação legal, por exemplo: hipoteca.
Pode ainda ser indivisível por vontade das partes, por exemplo: doação com
cláusula de indivisibilidade, que tem duração máxima de cinco anos.
Se o bem for divisível, cada condômino pode alienar sua cota parte,
independentemente do direito de preferência, que somente deverá ser observado quando o
bem for indivisível (preempção).
Se o bem for alienado sem que se outorgue o direito de preferência aos demais
condôminos, estes poderão ingressar com uma ação anulatória no prazo de seis meses da
data da ciência da venda, com o objetivo de anular o contrato e exercer o direito de
preferência.
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DIREITO CIVIL
O locatário também terá direito à ação anulatória no prazo de seis meses, caso o
bem seja alienado sem sua notificação, para o exercício do seu direito de preferência.
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DIREITO COMERCIAL
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DIREITO COMERCIAL
DIREITO COMERCIAL
Crimes Falimentares
•Ocorrência de algum fato previsto nos arts. 186, 187 e 188 da Lei de Falência. São
eles:
“Art.186. Será punido o devedor com detenção de 6 (seis) meses a 3 (três) anos,
quando concorrer com a falência algum dos seguintes fatos:
Parágrafo único. Fica isento da pena, nos casos dos incs. VI e VII desse artigo, o
devedor que, a critério do juiz da falência, tiver instrução insuficiente e explorar comércio
exíguo”.
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DIREITO COMERCIAL
“Art. 187. Será punido com reclusão, por 1 (um) a 4 (quatro) anos, o devedor que,
com o fim de criar ou assegurar injusta vantagem para si ou para outrem, praticar, antes ou
depois da falência, algum ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos
credores.”
“Art. 188. Será punido o devedor com a mesma pena do artigo antecedente, quando
com a falência concorrer algum dos seguintes fatos:
III – desvio de bens, inclusive para compra em nome de terceira pessoa, ainda que
cônjuge ou parente;
2.1. Ante-falimentares
São aqueles cuja conduta se verifica antes da sentença declaratória de falência.
Exemplo: art. 186, incs. I, II e III .
2.2. Pós-falimentares
Trata-se de crimes cuja conduta se verifica após a sentença declaratória da falência.
Exemplo: art. 189, incs. II. IV; art. 187.
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DIREITO COMERCIAL
Observação 1:
•1.ª corrente: não há crime falimentar, porque o falido não pode ser
responsabilizado, já que delegou essa responsabilidade a terceiro;
Observação 2:
Os arts. 189, 190 e 191 ampliam a capacidade ativa para fins de responsabilidade
criminal falimentar.
“Art. 190. Será punido com detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, o juiz, o
representante do Ministério Público, o síndico, o perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de
justiça ou o leiloeiro que, direta ou indiretamente adquirir bens da massa, ou, em relação a
eles, entrar em alguma especulação de lucro.”
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Processo Legislativo
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DIREITO CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL
Processo Legislativo
1. INTRODUÇÃO
• do Presidente da República;
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir a forma federativa dos
Estados; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos
e garantias individuais. Conforme vimos, essas são cláusulas pétreas explícitas e impõem
uma limitação expressa material ao Poder de Emenda.
Há, também, cláusulas pétreas implícitas, que definem a limitação implícita material
ao Poder de Emenda. É defeso a proposta de Emenda Constitucional que pretenda
modificar o titular do Poder Constituinte (que é o povo – artigo 1.º, parágrafo único, da
Constituição Federal), que queira alterar a rigidez do procedimento de Emenda
Constitucional, que objetive mudar o exercente do Poder Reformador ou que intente
suprimir as cláusulas pétreas.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Caso as Casas não se pronunciem no prazo previsto pela Constituição, o projeto será
incluído na Ordem do Dia, sobrestando-se as deliberações sobre os demais assuntos até que
se ultime a votação. Trata-se do chamado procedimento legislativo sumário ou abreviado
(regime de urgência encontrado no § 1.º, artigo 64, da Constituição Federal). O Ato
Institucional de 9.4.1964 previa que o projeto de lei seria tacitamente aprovado caso não
fosse votado nos 45 dias (aprovação por decurso de prazo). A Constituição Federal de 1988
não prevê a aprovação tácita na hipótese, determinando, porém, a imediata inclusão do
projeto na Ordem do Dia, exigindo a manifestação expressa do Congresso Nacional.
Não cabe o procedimento abreviado para projetos de Código (artigo 64, § 4.º, parte
final, Constituição Federal).
Também não é admitido o aumento das despesas previstas nos projetos sobre a
organização dos serviços administrativos da Câmara dos Deputados, do Senado Federal,
dos Tribunais Federais e do Ministério Público (artigo 63 da Constituição Federal), regras
que foram reforçadas pela Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n. 101/00).
Para WALTER CENEVIVA, o quórum qualificado, exigido para a aprovação de uma lei
complementar, impede a sua aprovação por acordo de lideranças, posição que parece a
mais acertada. Sobre o tema, observar argumentos favoráveis e contrários expostos por
HUGO DE BRITO MACHADO1.
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Curso de Direito Tributário. 7.ª ed. Malheiros. p. 57-58.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Em alguns casos a votação pode ser feita nas próprias comissões (artigo 58, § 2.º,
inciso I, da Constituição Federal), salvo se 1/10 dos membros da Casa discordar e exigir
que a votação seja submetida ao plenário. A matéria é disciplinada no Regimento Interno
de cada uma das Casas. Pode haver acordo de lideranças e votação simbólica no caso de
projetos de lei ordinária.
Aprovado pela Casa iniciadora em um único turno (2 turnos, com 3/5 dos votos em
cada Casa, só são exigidos para a Emenda Constitucional), o projeto de lei complementar
ou ordinária é enviado para a Casa revisora.
• Na hipótese de a Casa revisora aprovar o projeto com emendas (que podem ser
aditivas, modificativas, substitutivas, de redação, corretivas de erro ou
supressivas de omissão), aquele volta à Casa iniciadora para a apreciação das
emendas:
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Leis Complementares. São Paulo: Themis, 2000 .
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Pelo veto, o Chefe do Executivo demonstra sua discordância com o projeto de lei
aprovado pelo Legislativo, quer por entendê-lo inconstitucional (veto jurídico), quer por
entendê-lo contrário ao interesse público (veto político). O veto é sempre expresso e
motivado.
Como o prazo para o veto é de 15 dias úteis (artigo 66, § 1.º, da Constituição
Federal), entende-se que o prazo para sanção também é de 15 dias úteis (o § 3.º do artigo
66 da Constituição Federal não é explícito nesse sentido). Não havendo manifestação
expressa do Chefe do Executivo nesse lapso, verifica-se a sanção tácita.
O veto pode ser total (recair sobre todo o projeto) ou parcial (atingir o texto de um
artigo, de um parágrafo, de um inciso ou de uma alínea). Não cabe veto parcial sobre uma
palavra ou grupo de palavras, fato que muitas vezes alterava completamente o sentido do
projeto. A parte não vetada é promulgada, publicada e entra em vigor.
O veto, portanto, é relativo (superável) e não absoluto, pois pode ser derrubado pelo
Poder Legislativo.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Caso não seja votado em 30 dias, o veto será colocado na ordem do dia da sessão
imediata, com prejuízo de outros assuntos (artigo 66, § 6.º, da Constituição Federal),
exceto da medida provisória.
Caso o veto não seja derrubado pelo Congresso Nacional, a disposição vetada será
arquivada como rejeitada.
Se a lei decorrente de sanção tácita ou do veto derrubado não for promulgada pelo
Presidente da República em 48 horas, a promulgação será praticada pelo Presidente do
Senado. Se este não o fizer em 48 horas, será promulgada pelo Vice-presidente do Senado,
conforme artigo 66, § 7.º, da Constituição Federal.
CELSO BASTOS3, por sua vez, sustenta que a promulgação “é um ato de natureza
constitutivo formal, porque, embora sendo a promulgação que confere o nascimento ou
existência à lei, ela mesma não é uma manifestação substantiva de vontade, mas tem um
caráter de natureza mais formal”.
3
Dicionário de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 1994. p. 168.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
A publicação é condição para que a lei se torne exigível, obrigatória. É feita pelo
Diário Oficial (da União, se lei federal).
Nos Estados estrangeiros, quando admitida, a lei brasileira começa a vigorar três
meses após a sua publicação.
Se, antes de a lei entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada à
correção, o prazo da vacatio legis começará a correr, em sua integralidade, a partir da nova
publicação.
A revogação, que pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação), deve ocorrer
de forma expressa, conforme determina o artigo 9.º da Lei Complementar n. 95/98.
Havendo flagrante omissão legislativa nesse sentido, há que se admitir a revogação tácita
na forma prevista pela Lei de Introdução ao Código Civil (decorrente da incompatibilidade
da lei nova com a lei anterior).
Uma lei pode ter sua eficácia suspensa caso seja declarada inconstitucional em ação
direta de inconstitucionalidade, não dependendo de deliberação do Senado Federal.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Uma lei já promulgada pode ser revogada antes mesmo de entrar em vigor, bastando
para tanto que uma lei incompatível com ela entre em vigor.
1.6. Da Repristinação
O sistema legislativo brasileiro não adotou a repristinação. Pelo efeito
repristinatório, a revogação de uma lei revogadora restaura automaticamente os efeitos da
lei revogada por ela.
A Lei de Introdução ao Código Civil, artigo 2.º, § 3.º, trata a respeito: “salvo
disposição expressa em sentido contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei
revogadora perdido a vigência”.
Por meio de resolução, que especificará seu conteúdo e os termos de seu exercício, o
Congresso Nacional delegará poderes ao Presidente da República a fim de que este edite
regra jurídica nova.
A delegação deve ser temporária e pode ser revogada. Não se trata de abdicação do
poder de legislar, pois não retira do Legislativo suas atribuições. Assim, o Legislativo pode
aprovar lei posterior, revogando a lei delegada, ou mesmo editar decreto legislativo,
sustando os atos do Poder Executivo que ultrapassem os limites da Delegação (artigo 49,
inciso V, da Constituição Federal).
Nos casos de lei delegada, não há que se falar em iniciativa, sanção, veto ou
promulgação.
O Supremo Tribunal Federal tem decidido que cabe ao Chefe do Poder Executivo e
ao Poder Legislativo a avaliação subjetiva da urgência da medida provisória, ressalvada a
hipótese em que a falta da urgência é flagrante e pode ser objetivamente avaliada pelo
Poder Judiciário (ADIns n. 1.397/97 e 1.754/98).
4
Elementos de Direito Constitucional. 12.ª ed. São Paulo: Malheiros, 1996. p. 152.
5
Constituição Federal Anotada. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 772.
6
Direito Constitucional. 6.ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. p. 538.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Número: 1.397
Julgamento: 28.4.1997
Ementa
III – Pedido de suspensão cautelar da alínea “c” do § 1.º do art. 9.º da Lei n.
4.024/61, com a redação da Lei n. 9.131/95, bem assim das alíneas “d”, “e”, “f” e “g” do
mesmo artigo: indeferimento.
Resultado: indeferida
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DIREITO CONSTITUCIONAL
A medida provisória rejeitada pelo Congresso Nacional, ou que tenha perdido sua
eficácia por decurso de prazo, não poderá ser reeditada na mesma sessão legislativa (ano
legislativo). Matéria, objeto de medida provisória, que tenha sido declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal não poderá ser objeto de nova medida
provisória enquanto não houver alteração constitucional. A insistência do Presidente da
República, em qualquer hipótese, poderá caracterizar crime de responsabilidade, nos
termos dos incisos II e VII do artigo 85 da Constituição Federal.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
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TEMER, Michel. op. cit., p. 153.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Até que o projeto de lei de conversão seja sancionado ou vetado (se nada for
manifestado em 15 dias úteis, considera-se tacitamente sancionado pelo Presidente da
República), a medida provisória (redação originária), que foi apreciada pelo Congresso
Nacional dentro dos prazos previstos nos §§ 3.º e 7.º do artigo 62 da Constituição Federal,
manter-se-á integralmente em vigor (vigência prorrogada até que haja a sanção ou o veto).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Caso o projeto de lei de conversão seja vetado, a medida provisória deverá ser tida
por rejeitada, cabendo ao Congresso Nacional, em 60 dias, regular por meio de decreto
legislativo, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante a
vigência da redação originária (que, na hipótese, prorrogou-se até o veto).
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Embora não haja regra expressa nesse sentido, há autores que defendem não ser
cabível medida provisória para disciplinar matérias que não podem ser objeto de lei
delegada, já que a respeito delas o Presidente da República não poderia dispor, nem mesmo
com prévia autorização do Poder Legislativo (Ricardo Cunha Chimenti. Apontamentos de
Direito Constitucional São Paulo: Paloma, 2002. p. 154).
Quanto aos impostos, tanto os previstos nos incisos I, II, IV e V do artigo 153 da
Constituição Federal (impostos de função extrafiscal), como no artigo 154, inciso II,
também da Constituição Federal (imposto extraordinário), não se aplica o princípio da
anterioridade e, assim, a medida provisória poderá ter incidência imediata.
“A lei que institui contribuição social com base no § 4.º, do art. 195, da Constituição
(sobre outras fontes que não as expressamente previstas na Constituição Federal) tem de
ser de natureza complementar, conforme consta da parte final daquele parágrafo (que
remete ao art. 154, inc. I, da Constituição Federal) e já foi decidido na Ação Direta de
Inconstitucionalidade n. 1.103”8. LUCIANO AMARO9 e PAULO DE BARROS CARVALHO10, com base
no artigo 146, inciso III, da Constituição, entendem exigível lei complementar para a
instituição de qualquer contribuição social.
8
CHIMENTI, Ricardo Cunha . Direito Tributário. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001. Coleção Sinopses Jurídicas p. 45.
9
Direito Tributário Brasileiro. 2.ª ed. São Paulo: Saraiva, 1998. p. 97.
10
Curso de Direito Tributário. 4.ª ed. São Paulo: Saraiva, 1991. p. 36.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
1.10. Resoluções
Por fim temos as resoluções, que são de competência privativa do Congresso
Nacional ou de qualquer uma de suas Casas.
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Outros autores, porém, alertam: com exceção das emendas constitucionais, todas as
demais espécies normativas se situam no mesmo plano.
Entende-se que a lei complementar não é superior à lei ordinária, nem esta é
superior à lei delegada.
Cada uma das espécies tem seu próprio campo de atuação. Não há que se falar em
hierarquia.
Há leis nacionais (que regulam interesses gerais em todo o País) e leis meramente
federais (dirigidas exclusivamente à organização de interesses específicos da União).
11
Curso de Direito Civil. 27.ª ed. São Paulo: Saraiva, 1988. p. 15
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DIREITO CONSTITUCIONAL
Por fim, temos a denominada competência residual (ou remanescente) dos Estados
membros. São reservadas ao Estado as competências que a Constituição Federal não lhes
veda nem atribui à União, ao Distrito Federal e aos Municípios.
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MÓDULO XV
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Nessa fase estudamos a petição inicial, a resposta do réu e o que pode acontecer na
audiência.
• designação do Juízo;
• pedido;
• data;
• assinatura.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
A citação do réu também não precisa ser requerida, porque é feita assim que
recebida e protocolada a reclamação (art. 841 da CLT), mediante registro postal (art. 841, §
1.º, da CLT).
A inicial trabalhista não precisa indicar valor. Não é requisito do art. 840, § 1.º, da
Consolidação das Leis do Trabalho. A necessidade de valor vem expressa na Lei n.
5.584/70, art. 2.º, todavia, ainda assim não se tem como requisito, porque a dicção do
artigo é no sentido de fixação do valor pelo juiz, quando indeterminado.
O fato é que deve ser apresentada no dia da audiência, tendo em vista o princípio da
eventualidade (art. 845 da CLT).
Poderá haver: defesa direta do mérito, defesa indireta do mérito, defesa processual
peremptória e defesa processual dilatória.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
1.3. As Preliminares
Aqui servimo-nos do art. 300 do Código de Processo Civil: “Compete-lhe, porém,
antes de discutir o mérito, alegar:
II – incompetência absoluta;
IV – perempção;
V – litispendência;
VI – coisa julgada;
VII –conexão;
IX – convenção de arbitragem;
X – carência de ação;
1.4. As Exceções
Na Justiça do Trabalho, somente as exceções de suspeição ou incompetência podem
ser opostas com suspensão do feito. As demais serão alegadas como preliminares na
defesa.
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DIREITO DO TRABALHO E PROCESSO DO TRABALHO
Aplicação dos arts. 799, 800 e 801 do Código de Processo Civil. Apresentada a
exceção de incompetência, abre-se vista ao excepto, por 24 horas improrrogáveis, devendo
a decisão ser proferida na audiência ou sessão que se seguir.
1.5. A Reconvenção
Reconvenção é a ação do réu contra o autor, no mesmo processo. Fundamenta-se no
Princípio da Economia Processual. Aplicável o art. 315 do Código de Processo Civil:
“O réu pode reconvir ao autor no mesmo processo, toda vez que a reconvenção seja
conexa com a ação principal ou com o fundamento de defesa.”
1.6. A Defesa
Alega-se com a defesa toda matéria que possa contrariar os pedidos. A compensação
e a retenção somente poderão ser argüidas como matéria de defesa (art. 767 da CLT).
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MÓDULO VIII
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
1.1. Conceito
A ampliação da presença do Estado no sistema econômico, com a multiplicação de
normas legais de toda a espécie para pôr em prática a política econômica, acabou por fazer
surgir uma mudança radical na forma de ver o Direito e a aplicação das normas. Nesse
sentido surgiram inúmeras manifestações acerca da percepção do fenômeno do Direito
Econômico, como decorrência da imbricação entre as duas áreas – o mercado e o Estado.
O Direito Econômico pode ser visto de duas maneiras: como método de análise e
interpretação do direito e como ramo do mesmo. Como ramo do direito, pode-se dizer que
se trata de um ramo sui generis que deriva do fato de suas normas, em grande número de
casos, estarem inseridas formalmente em outros ramos jurídicos, marcando-os, porém, com
o seu caráter específico de normas instrumentais de políticas econômicas. Trata-se, por
exemplo, do chamado dirigismo contratual ou determinações cogentes quanto a cláusulas
que devam ou não constar em contratos privados civis ou comerciais, ou mesmo de normas
sobre reajustes de aluguéis, que incidem sobre uma relação típica de Direito Civil etc.
Além do Direito Econômico propriamente dito, quer visto como método, quer como
ramo, atente-se para o surgimento de uma série de novos ramos especiais na árvore jurídica
dele derivados, cada um deles especializado em setores próprios, tais como o Direito
urbanístico, o Direito agrário, o das comunicações, o de energia e tantos outros.
1
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Corroborando com tal finalidade a Carta Magna, nos parágrafos 2.º e 3.º do referido
artigo, estabelece que as empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão
gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado e que caberá à lei
regulamentar as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade.
Devemos lembrar que o Estado não tem como objetivo o lucro, embora isso não
signifique que ele não possa recebê-lo, mas sim a regularização do mercado em virtude de
sua intervenção.
12
BASTOS, Celso Ribeiro; MARTINS, Ives Gandra. Comentário à Constituição do Brasil. vol. 7.º. Saraiva.
pp. 55/56.
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
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Constituição Federal Anotada, ed.4ª, Editora Saraiva, p. 1.149
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Essa opção política, econômica e social é importante que seja entendida em toda a
sua profundidade, uma vez que ela condiciona o encaminhamento legislativo destinado a
dar efetividade ao mandamento constitucional.
Todavia, existem os serviços públicos não essenciais, os quais podem ser delegados
a terceiros a sua execução, assim, consoante as regras estabelecidas no artigo 175 da
Constituição Federal, incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob
regime de concessão ou permissão, sempre por meio de licitação, a prestação de serviços
públicos.
• política tarifária e;
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Op. Cit. p. 114
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DIREITO ECONÔMICO E FINANCEIRO
Assim é que a atual ordem jurídica exige que sejam transferidas para a iniciativa
privada todas as participações do Estado na atividade econômica direta, excetuando-se,
evidentemente, aquelas previstas na própria legislação, como acima mencionado. Essa é a
questão que explica as privatizações.
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Op. Cit. p.144
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DIREITO ELEITORAL
1. A PROPAGANDA PARTIDÁRIA
Em primeiro lugar há que se observar que a própria CF, em seu art. 17, § 3.º, garante
aos partidos políticos acesso gratuito ao rádio e à televisão.
A Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei n. 9.096/95), em seus arts. 45/49 e 56/5,
estabelece que aos partidos é assegurada a propaganda partidária gratuita, no período entre
às 19:30 e às 22:00 horas (transmissão em bloco pelas emissoras). Para elaborar a
propaganda o partido pode utilizar recursos do fundo partidário, que é formado pelas
multas eleitorais, dotações orçamentárias da União, doações e outros recursos que lhe
forem destinados por lei (arts. 38 e 41, II, da Lei n. 9.096/95).
2. A PROPAGANDA ELEITORAL
A propaganda eleitoral na imprensa escrita é paga e permitida até o dia das eleições,
nos limites de 1/8 de página de jornal padrão ou ¼ de página de revista ou tablóide.
A propaganda exercida nos termos da lei eleitoral não poderá ser objeto de multa
nem cerceada sob alegação do exercício do poder de polícia.
Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público e nos bens
públicos é vedada qualquer espécie de publicação, exceto a fixação de faixas e placas nos
postes de iluminação pública, viadutos e passarelas (desde que sem danos ou prejuízo
quanto às suas utilizações).
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DIREITO ELEITORAL
3. O DIREITO DE RESPOSTA
O exercício do direito de resposta poderá ser solicitado à justiça eleitoral nos prazos
de 24 horas (quando de tratar de horário eleitoral gratuito), 48 horas (quando se tratar de
programação normal do rádio ou TV) ou 72 horas (quando se tratar de imprensa escrita), a
contar da veiculação da ofensa.
O pedido contra a imprensa escrita deverá ser instruído com exemplar da publicação
e o texto da resposta.
Se a ofensa for perpetrada no horário eleitoral gratuito o ofendido terá tempo igual
ao da ofensa (mas nunca inferior a um minuto) e a resposta será veiculada no tempo
destinado ao partido ou coligação responsável pela ofensa.
Caso seja necessário, a resposta será divulgada até mesmo nas 48 horas anteriores à
eleição, de modo a não ensejar tréplica.
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Fontes do Direito Internacional Privado
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DIREITO INTERNACIONAL
DIREITO INTERNACIONAL
A fonte mais utilizada e que mais instrumentos possui para a solução dos conflitos
de leis no espaço é a Lei Introdução ao Código Civil.
1.2. Tratados
É, também, uma importante fonte. Tratado internacional é o instrumento para o
direito internacional privado uniforme.
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DIREITO INTERNACIONAL
(...)
(...)
(...)
2
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DIREITO INTERNACIONAL
(...)
1.3. Costume
É uma forma antiga de regulamentação de relações na sociedade. Significa a
repetição de atos, a prática reiterada com a convicção de sua obrigatoriedade.
A verdade é que, no estágio atual do direito, o costume perdeu a força que antes
possuía. Observe-se que a lei resolve, praticamente, todos os eventuais problemas.
1.4. Jurisprudência
Entendemos como jurisprudência a autoridade das coisas julgadas do mesmo modo
e de forma reiterada. Decisões de tribunais brasileiros resolvendo conflitos de leis no
espaço, ou seja, determinando o direito aplicável, ainda são raras.
Entre nós não tem a jurisprudência força obrigatória, mas tem prestígio por
representar o pensamento do Judiciário.
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DIREITO INTERNACIONAL
1.5. Doutrina
É uma fonte importante, uma vez que propõe soluções para os problemas e
influencia legisladores, juízes e aplicadores das normas em geral.
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MÓDULO XV
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DIREITO PENAL
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1.1. Introdução
Os crimes contra a honra (calúnia, difamação e injúria) estão previstos no Código
Penal e em leis especiais (Código Eleitoral, Código Militar, Lei de Imprensa). Se não for
caso de aplicação de lei especial, aplicam-se os dispositivos do Código Penal.
Ofensa feita pela imprensa (jornal, televisão, revista) será enquadrada nos crimes da
Lei de Imprensa (artigos 20 a 22 da Lei n. 5.250/67).
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DIREITO PENAL
A imputação deve ser falsa. A imputação pode ser falsa Não há imputação de fato.
ou verdadeira.
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1.5.1. Conceito
Atribuição a alguém da prática de um fato definido como crime, sendo falsa esta
atribuição.
• à própria existência do crime imputado (atribuir a alguém fato que não ocorreu);
• à autoria (atribuir fato verdadeiro a alguém que não seja seu autor).
Resposta: Sim, nos casos em que não se admite exceção da verdade (artigo 138, §
3.º, incisos I, II e III, do Código Penal).
a) Sujeito ativo
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b) Sujeito passivo
Qualquer pessoa, até mesmo o desonrado, pode ser sujeito passivo nos crimes contra
a honra, pois não se pode conceber a existência de uma pessoa integralmente desonrada.
O § 2.º do artigo 138 dispõe que é punível a calúnia contra os mortos. Apesar do
texto da lei, o morto não é sujeito passivo. São vítimas o cônjuge, o ascendente, o
descendente e o irmão do falecido.
Menores e loucos (doentes mentais) podem ser vítimas de calúnia, pois podem
praticar fatos definidos como crime.
Resposta: Predominava o entendimento de que não podia ser caluniada, pois não
praticava fato definido como crime, mas com o advento da Lei n. 9.605/98, que prevê os
crimes contra o meio ambiente, passou a ser possível caluniar a pessoa jurídica,
imputando-lhe falsamente a prática de crime ambiental.
A figura prevista no caput do artigo 138 do Código Penal, que trata da calúnia
principal ou fundamental, pune o primeiro caluniador ou caluniador originário.
Por outro lado, aquele que ouve a calúnia e, sabendo que se trata de afirmação falsa,
a propala ou divulga, ainda que para uma só pessoa, incide no subtipo da calúnia, previsto
no § 1.º do artigo 138 do Código Penal, que tem a mesma pena do caput. Essa figura não
admite o dolo eventual, em razão da exigência que o tipo faz de que o sujeito saiba da
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falsidade. Propalar significa relatar verbalmente, e divulgar significa relatar por qualquer
outro meio.
Como vimos, no crime de calúnia, em regra, cabe exceção da verdade, mas a lei
prevê casos em que ela não é cabível. Nos três incisos do § 3.º estão as hipóteses em que
não cabe exceção da verdade:
• se o crime imputado for de ação privada e o ofendido não foi condenado por
sentença irrecorrível;
• se, do crime imputado, ainda que de ação pública, já foi o ofendido absolvido
por sentença transitada em julgado – essa vedação existe ainda que o querelado
alegue possuir novas provas e que a absolvição tenha ocorrido por insuficiência
probatória.
1.6.1. Conceito
Imputar a alguém prática de fato desonroso, não-criminoso, verdadeiro ou falso. O
fato deve ser ofensivo à reputação da vítima, ou seja, deve ter potencial de diminuir o
conceito que uma pessoa goze perante a coletividade. A imputação não precisa ser falsa,
como na calúnia, podendo ser verdadeira.
a) Sujeito ativo
b) Sujeito passivo
O morto não pode ser vítima de difamação, por ausência de previsão legal.
1ª) Não, pois a pessoa jurídica é uma ficção (não tem existência real), não tem
reputação a ser preservada.
2ª) Sim, com base na teoria organicista da pessoa jurídica, segundo a qual a pessoa
jurídica é uma realidade viva, ou seja, é sujeito de direitos e obrigações independentemente
das pessoas físicas que a integram. Além disso, no artigo 23, inciso III, da Lei de Imprensa,
o legislador admitiu a hipótese de crime contra “órgão”. Vale lembrar o entendimento do
Superior Tribunal de Justiça consubstanciado na Súmula n. 227: “A pessoa jurídica pode
sofrer dano moral”. Esta posição tende a predominar.
Há, porém, uma hipótese admitida no parágrafo único do artigo 139 do Código
Penal: quando a difamação for contra funcionário público em razão de suas funções.
Admite-se a exceção nesse caso, pois o Estado tem interesse de preservar a função pública.
1.7.1. Conceito
Ofender a dignidade ou decoro de alguém.
a) Sujeito ativo
b) Sujeito passivo
A vítima deve ter a capacidade de entender o que é dignidade e decoro, pois o crime
ofende a honra subjetiva. Uma criança de dois anos, por exemplo, não pode ser vítima de
injúria.
a) Injúria real
Quando a injúria é cometida com violência ou vias de fato, que por sua natureza ou
meio empregado é considerada aviltante (humilhante, apta a envergonhar, ofender), estará
configurado o crime de injúria real (forma qualificada de injúria).
O artigo 140, § 2.º, do Código Penal trata da pena, dizendo que, se da violência
resultar lesão, ainda que de natureza leve, haverá a soma das penas. A soma decorre de
regra explícita da parte especial, pois nesse caso há concurso formal, sendo aplicada a
regra do concurso material.
O artigo 140, § 3.º, do Código Penal (introduzido pela Lei n. 9.459, de 13.5.1997)
pune com reclusão, de 1 a 3 anos, e multa, a injúria que consistir na utilização de
elementos referentes a raça, cor, origem, religião ou etnia.
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alguém de freqüentar um clube em razão de sua cor, não permitir sua entrada em
estabelecimento etc.).
A injúria é uma ofensa contra qualquer pessoa, enquanto o desacato é uma ofensa
contra funcionário público no exercício de suas funções ou em razão dela.
Resposta: Sim. O artigo 141, inciso II, do Código Penal prevê aumento da pena de
1/3 (um terço) quando a ofensa é contra funcionário público e refere-se ao desempenho de
suas funções.
É cabível na injúria, nos termos do artigo 140, § 1.º, do Código Penal. Esse
benefício só é possível no caso de injúria simples, nas seguintes hipóteses:
• Se a ofensa for contra funcionário público em razão de sua função (não precisa
estar no exercício das funções). Ainda que o funcionário esteja de folga, se a
ofensa se referir às funções que exerce, haverá o aumento da pena – o aumento
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DIREITO PENAL
A pena será aplicada em dobro se a ofensa for praticada mediante paga ou promessa
de recompensa.
Em juízo significa qualquer juízo (trabalhista, civil, penal etc.), não se aplicando ao
inquérito policial, à CPI, ao inquérito civil etc. Haverá imunidade se a ofensa for proferida
dentro dos autos.
O artigo 7.º, § 2.º, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil traz norma mais
abrangente para os advogados, estabelecendo que não cometem injúria ou difamação (ficou
de fora a calúnia) em juízo ou fora dele, quando no exercício regular de suas atividades. A
lei amplia a exclusão da ilicitude para as hipóteses de inquérito policial, inquérito civil,
CPI etc. A lei n. 8.906/94 também prevê imunidade penal do advogado no crime de
desacato, mas o Supremo Tribunal Federal entendeu inconstitucional o preceito e o
suspendeu parcialmente no que tange a esse crime.
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DIREITO PENAL
O parágrafo único do artigo 142 dispõe que nas hipóteses dos incisos I e III
responde pelo crime quem dá publicidade ao fato.
A retratação, para gerar efeito, deve ocorrer antes da sentença de primeiro grau.
Após, será inócua.
A retratação, nos crimes contra a honra, só é possível nos crimes de ação privada,
pois o artigo se refere ao “querelado”. Há, porém, uma hipótese de retratação em crime de
ação penal pública, prevista no artigo 342, § 3.º (crime de falso testemunho).
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DIREITO PENAL
O artigo 144, segunda parte, do Código Penal estabelece que o ofensor que não
oferece resposta ou, a critério do juiz, não as dá de forma satisfatória, responde pela ofensa.
1.8.5. Ação penal nos crimes contra a honra – artigo 145 do Código
Penal
A regra é a ação penal privada.
Exceções:
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• Implícita ou equívoca: aquela que não deixa claro o significado e o seu teor
ofensivo. Nessa cabe o pedido de explicação.
• Reflexa: ocorre quando uma pessoa quer ofender alguém, mas, na narrativa,
acaba atingindo outra pessoa.
Trata-se de infração de menor potencial ofensivo a ser julgado pelo Juizado Especial
Criminal.
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DIREITO PENAL
• Estupro (artigo 213): quando a mulher obriga o homem a ter com ela conjunção
carnal, pratica constrangimento ilegal, porque o sujeito passivo do crime de
estupro é somente a mulher.
• Tortura (artigo 1.º, inciso I, alínea “b”, da Lei n. 9.455/97): configura o crime
de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,
causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão de
natureza criminosa. Nesse caso, o agente também responderá pelo crime
cometido. Se o agente obrigar a vítima a cometer contravenção, responderá pela
contravenção e pelo delito de constrangimento ilegal.
A tentativa é possível.
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DIREITO PENAL
• se há emprego de armas; não se exige mais de uma arma, porque a lei faz
menção ao gênero e não ao número.
Trata-se de tipo subsidiário, que fica absorvido quando o fato constitui crime mais
grave.
O crime de ameaça pode ser praticado por palavra, escrito, gesto ou qualquer outro
meio simbólico.
• Injusto: não tem apoio legal. O mal não será injusto se o credor diz que vai
processar o devedor.
A lei traça estes dois requisitos: o mal deve ser grave e injusto. A doutrina e a
jurisprudência entendem que o mal também deve ser verossímil, ou seja, possível de ser
cumprido.
Não é necessário que o agente queira concretizar o mal prometido à vítima, porque a
intenção é de amedrontá-la; no entanto, deve ser possível cumprir a ameça, caso contrário,
ela deixa de ser verossímil.
Resposta: Há 2 correntes:
Trata-se de tipo subsidiário, será aplicado sempre que a infração não constituir
crime mais grave. Importa na privação da liberdade de ir e vir de alguém. Difere da
extorsão mediante seqüestro porque, nessa, a privação da liberdade tem como finalidade a
obtenção de uma vantagem econômica, não prevista no delito do artigo 148 do Código
Penal.
Não se confunde também com o rapto violento, em que a privação da liberdade tem
como sujeito passivo a mulher honesta e a finalidade específica de praticar atos libidinosos.
A consumação ocorre com a privação da liberdade da vítima, ainda que por curto
espaço de tempo. Há, no entanto, entendimento no sentido de que para haver crime a
vítima deve ser privada de sua liberdade de locomoção por tempo juridicamente relevante.
Não é requisito que a vítima seja levada a um local; pode não haver deslocamento,
mas mera retenção.
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DIREITO PENAL
A tentativa é possível, desde que o sujeito não consiga privar a vítima da liberdade.
2.3.2. Qualificadoras
O § 1.º do artigo 148 dispõe que a pena é de 2 a 5 anos de reclusão se:
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DIREITO PENAL
Trata-se de mais uma espécie do gênero “crimes contra a liberdade individual”. A lei
tutela a inviolabilidade da casa do indivíduo, segundo preceito da Constituição Federal
(artigo 5.º, inciso XI).
• taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero: locais públicos tais como
bares, restaurantes, lanchonetes etc.
• Sujeito passivo: a conduta deve ser realizada contra a vontade expressa ou tácita
de quem de direito. Via de regra, esse direito cabe aos cônjuges e na falta desses
aos ascendentes, descendentes, primos, tios, sobrinhos, empregados ou alguém
que os represente.
3.1.7. Formas
a) Simples
É a forma dolosa do caput do artigo 150 do Código Penal, que prevê pena de
detenção, de um a três meses, ou multa.
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DIREITO PENAL
b) Qualificada
Está prevista no § 1.º. A pena é a de detenção, de seis meses a dois anos, além da
pena correspondente à violência, se o crime é cometido:
• ou por duas ou mais pessoas: duas pessoas devem praticar a conduta de entrar
ou permanecer, logo, não se admite a participação.
• durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou
outra diligência:
• a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali
praticado ou na iminência de o ser.
O artigo 5.º, inciso XI, da Constituição Federal, prevê outras causas excludentes: em
caso de desastre e para prestar socorro. Trata-se também de hipóteses de estado de
necessidade.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
§ 1.° – O abono anual será calculado, no que couber, da mesma forma que a
gratificação natalina dos trabalhadores, tendo por base o valor da renda mensal do
benefício do mês de dezembro de cada ano.
Os juízes federais Daniel Machado da Rocha e José Baltazar Junior, em sua obra
Comentários à Lei de Benefícios da Previdência Social, conceituam a contagem recíproca
como sendo “um instituto previdenciário, contaminado pelo princípio da universalidade do
seguro social, tendo por finalidade franquear ao segurado que esteve vinculado a diferentes
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
regimes a obtenção dos benefícios previdenciários, quando ele não preenche os requisitos,
considerando-se unicamente um determinado regime previdenciário”.
Ressalta-se, ainda, que não se pode usar o mesmo tempo de serviço para requerer
mais de um benefício, ainda que seja em regimes distintos. O tempo de contribuição vale
para concessão de apenas um benefício.
A Lei n. 8.213/91, nos artigos 88 a 93, trata dos serviços que a Previdência prestará
aos segurados e dependentes. São eles:
• serviço social;
• habilitação/reabilitação profissional.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Deverá ser dada prioridade aos segurados que estejam recebendo o benefício por
incapacidade, em especial o auxílio-doença, pois existe maior possibilidade desse segurado
recuperar-se e reinserir-se na vida social.Deve ser dispensada também atenção especial aos
aposentados e pensionistas.
A Lei n. 8.213/91 informa qual ajuda material poderá ser dada aos segurados e
dependentes. Consiste, dentre outras coisas, em assistência de natureza jurídica, ajuda
material, recursos sociais, intercâmbio com empresas e pesquisa social.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO
Caso demita um desses empregados, deverá ter outro para colocar no lugar.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Processo de Execução
1. EMBARGOS DO DEVEDOR
1.1. Introdução
Os embargos do devedor constituem ação de conhecimento que gera um processo
incidental e autônomo com a finalidade de impugnar o título executivo, ocorrendo a
suspensão da execução. Por meio deles, o juiz ganha cognição na relação de execução, já
que essa, por si mesma, é a aplicação de atividades materiais para sancionar o devedor.
• Embargos á execução por título judicial (art. 741 e ss. do CPC): não podem versar
sobre matéria objeto do processo de conhecimento, independentemente da coisa
julgada. O contraditório e a ampla defesa já foram feitos em procedimento anterior
ao título.
• Embargos à execução por título executivo extrajudicial (art. 745 do CPC): aqui
podemos versar qualquer matéria de defesa. Isso porque os pontos não foram
discutidos sob o crivo do contraditório.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Quando houver vários réus, incidirá também a regra do artigo 241, inciso III, do
Código de Processo Civil, computando-se o prazo, da data de juntada aos autos do último
aviso de recebimento ou mandado citatório cumprido.
São inadmissíveis os embargos antes de o Juízo estar seguro. Isso ocorre por meio
da penhora (execução por quantia certa) ou do depósito (execução para entrega de coisa).
No que diz respeito ao cônjuge do executado intimado da penhora, tanto pode opor
embargos de terceiro, para defender sua meação, quanto embargos à execução, para
discutir a relação processual.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
É bom mencionarmos a Súmula n. 196 do STJ que determina: “Ao executado que,
citado por edital ou por hora certa, permanece revel, será nomeado curador especial, com
legitimidade para apresentação de embargos”.
O efeito da revelia não pode decorrer da ausência de resposta pelo exeqüente, já que
existe um título executivo que faz presumir a veracidade do seu conteúdo. O ideal é que
isso não seja tomado como uma máxima, já que em certos casos, como os de alguns títulos
extrajudiciais, cabe a presunção de verdade pela ausência de resposta.
Quanto ao saneamento do processo, muito embora a lei não diga nada, deve o juiz
fazê-lo, determinando a instrução ou o julgamento antecipado da lide. É possível fazê-lo
até a designação de audiência de conciliação.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Sentença de mérito faz coisa julgada material nos limites dos pedidos e da causa de
pedir.
2. EMBARGOS DE TERCEIRO
2.1. Introdução
Os embargos de terceiro são o remédio que terceiros possuem para livrar bens que
não pertencem ao devedor do cumprimento de obrigações. Visa, portanto, a proteção da
posse e a propriedade de bens de terceiros contra a constrição jurisdicional. É uma ação de
conhecimento de caráter possessório, de caráter autônomo, livrando bens da apreensão
judicial. É uma tutela autônoma de cognição.
2.2. Cabimento
Duas são as funções dos embargos de terceiro:
“Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus
bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto,
seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá
requerer que lhe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos.
§ 2.º - Equipara-se a terceiro a parte que, posto figure no processo, defende bens que
pelo título de sua aquisição ou pela qualidade em que os possuir, não podem ser cingidos
pela apreensão judicial.
Uma das matérias de defesa do embargado será a fraude à execução, podendo o juiz,
liminarmente, reconhecer a ineficácia da alienação. De acordo com a Súmula n. 195 do
STJ, porém, a fraude contra credores não poderá ser alegada contra o embargado nos
embargos de terceiros, já que o seu conhecimento exige ação cognitiva especifica, ação
pauliana, não podendo ter uma análise meramente incidental.
II – para o credor com garantia real obstar alienação judicial do objeto da hipoteca,
penhor ou anticrese”.
O terceiro credor pode se valer dos embargos de terceiro quando titular de garantia
real. É óbvio que esse credor deve ser intimado da penhora e da hasta pública. Os
embargos de terceiro, portanto, visam que o credor possa sobrestar o andamento do
processo executivo quando não for intimado, ensejando a repetição dos atos.
2.3. Legitimidade
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
própria execução. Caso bem diverso daquele em que o próprio devedor é o penhorado –
aqui o remédio são os embargos do devedor e não embargos de terceiro.
2.4. Propositura
É muito elástica a propositura, já que os embargos podem ser propostos, a qualquer
tempo, enquanto não transitada a sentença (art. 1.048, 1.ª parte, do CPC). No processo de
execução, a propositura pode ocorrer até cinco dias depois da adjudicação, arrematação ou
remição, porém sempre antes da respectiva carta (art. 1.048, 2.ª parte, Código de Processo
Civil). Para outras hipóteses, não previstas, basta aplicarmos a analogia, pois o termo final
será sempre cinco dias depois da transferência do domínio da posse do embargante.
2.4.1. Competência
Os embargos de terceiros são conexos com o processo em que houve a constrição
judicial e, por isso, o artigo 1.049 do Código de Processo Civil determina a distribuição por
dependência.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Se a constrição judicial for feita mediante precatória, será competente o Juízo que
determinou a apreensão do bem. Se a carta já foi encaminhada ao Juízo deprecado, o Juízo
deprecante será competente para processamento dos embargos de terceiro. Se a precatória,
porém, foi expedida com requisição genérica para citação e penhora, será o Juízo
deprecado o competente para julgar os embargos de terceiro. Devemos aplicar, por
analogia, o artigo 747 do Código de Processo Civil, que envolve Juízo deprecante e
deprecado.
O artigo 1.213 autoriza que as cartas precatórias da Justiça Federal sejam cumpridas
pela Justiça Estadual nas comarcas em que aquela não tiver sede. Nesse caso, porém, a
Justiça Federal deprecante será sempre competente para julgar seus próprios embargos. O
Juiz Estadual só deve julgar embargos de terceiro, de competência federal, nas matérias em
que tenha competência no processo principal. Se o autor dos embargos de terceiro, porém,
for a União, autarquia federal ou empresa pública federal, tal fato deslocará a competência
da Justiça Estadual para a Federal, não só quanto aos embargos, mas também quanto ao
próprio processo principal.
Tal regra se aplica a todas as hipóteses, mesmo aos casos em que exista
supostamente fraude à execução. O juiz precisa de maior cognição para verificar, nos
embargos, se ocorreu ou não fraude à execução. A ocorrência ofenderia as garantias
constitucionais da ampla defesa e do contraditório.
2.6. Procedimento
Na petição inicial, devem ser observados os requisitos dos artigos 282 e 1.050 do
Código de Processo Civil. O autor indicará a qualidade de possuidor e de terceiro e, na
hipótese de designação de audiência preliminar, apresentará testemunhas. Caso o juiz
extinga o processo liminarmente, cabe apelação com efeito suspensivo. Nesse caso, porém,
ela de nada adiantará, já que a constrição judicial prosseguirá normalmente.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
O embargado será citado pessoalmente, e não por meio do seu advogado, e terá o
prazo de 10 dias para contestar. Na resposta, poderá alegar qualquer matéria de defesa,
respeitada a limitação cognitiva dos embargos. Também ocorrerão os efeitos da revelia, se
não houver resposta. No mais, segue o procedimento das cautelares. Não havendo
contestação, o juiz decidirá em cinco dias; em caso contrário, abrirá para produção de
provas. A sentença de mérito é apelável, com efeito suspensivo, de forma que o processo e
a constrição dos bens remanescerão suspensos até a decisão do recurso.
(PANORAMA GERAL)
3.1. Introdução
A execução por quantia certa contra devedor insolvente é o processo de execução
que procura proteger o credor do devedor não comerciante, aquele que não tem bens
suficientes para responder por suas dívidas. É uma falência civil, muito embora tal
nomenclatura só sirva para ilustrar, já que nada tem a ver com a falência. Tal processo não
é mero incidente de concurso singular de credores; ele é sempre precedido de sentença
judicial na qual se reconhece a insolvência do devedor, submetendo-o a novo regime
jurídico. Sempre é precedido, portanto, de processo de cognição para verificar a situação
patrimonial do devedor.
3.1.1. Legitimidade
Podem requerer a insolvência:
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
3.1.2. Competência
O local de domicílio do devedor é o competente para ajuizar o pedido de declaração
de insolvência e processar a execução universal que lhe segue.
Pode haver execução contra a Fazenda Pública com base em título executivo
extrajudicial.
Se a dívida tem natureza alimentar, é preciso expedir precatório que, porém, terá
preferência.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Se o credor preferir, poderá cobrá-la por meio da execução por quantia (execução
comum).
• casamento;
• união estável;
Se ficar provada a impossibilidade de o devedor pagar, isso apenas servirá para não
ser decretada a sua prisão civil, pois os alimentos continuarão devidos.
Se não efetuar o pagamento, não provar que já o fez nem justificar sua
impossibilidade de fazê-lo, o devedor terá – a requerimento da parte – sua prisão civil
decretada pelo juiz. Se houver o requerimento genérico na petição inicial, o juiz deverá, ao
final dos três dias, ouvir novamente o exeqüente sobre a prisão civil.
O Ministério Público não pode requerer a prisão civil, pois a decretação dessa é de
interesse pessoal do exeqüente. O prazo da prisão civil é de 60 dias (para a maioria da
doutrina). Esse prazo está na lei de alimentos. O Código de Processo Civil traz um prazo
de 90 dias.
É cabível o agravo de instrumento contra a decisão que decreta a prisão. Deve ser
postulado o agravo com efeito suspensivo.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• Ser a infração inafiançável ou, se afiançável, não tiver sido paga a fiança.
Na visão da doutrina, o réu só poderá ser preso por força de sentença condenatória
recorrível quando o encarceramento se mostrar necessário. Isso ocorre quando presentes os
requisitos da prisão preventiva (fumus boni iuris, que é a sentença condenatória recorrível;
e o periculum in mora, garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica,
conveniência da instrução criminal, garantia da aplicação da lei penal). Deve-se
compatibilizar essa prisão com o princípio constitucional do estado de inocência. Só os
requisitos do artigo 594 do Código de Processo Penal não podem determinar a prisão, pois
seria execução antecipada da pena.
Em virtude desses dispositivos, são pressupostos para que o réu seja preso por
sentença de pronúncia:
• réu pronunciado;
• ser o crime inafiançável ou, se afiançável, o réu não ter pago fiança (nos crimes
dolosos contra a vida, são afiançáveis o infanticídio, artigo 123 do Código
Penal, e o aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento, artigo 124
do Código Penal);
2
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
• crimes punidos com reclusão, em que a pena mínima for superior a dois anos;
• crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade, se o réu for reincidente
doloso;
• crimes punidos com reclusão e que provoquem clamor público, ou que tenham
sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave ameaça;
3
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Resposta: Não, pois a Constituição prevê que “ninguém será levado à prisão ou nela
mantido quando a lei admitir a liberdade provisória com ou sem o pagamento de fiança”,
logo, nos casos em que a lei não admite a liberdade provisória, pode vedá-la.
1.4. Fiança
Fiança é a caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações processuais do
réu. É um direito subjetivo constitucional do acusado. Pode ser prestada pelo acusado ou
por terceiro em seu favor, nas modalidades de depósito ou hipoteca.
São infrações inafiançáveis, além dos casos previstos nos artigos 323 e 324 do
Código de Processo Penal:
• crimes de racismo;
A autoridade policial pode arbitrar a fiança nas infrações punidas com detenção e
prisão simples; nos demais casos, compete ao juiz (artigo 322 do Código de Processo
Penal).
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Conforme a situação econômica do réu, o valor da fiança pode ser reduzido até o
máximo de dois terços ou aumentada até o décuplo (artigo 325, § 1.º, incisos I e II, do
Código de Processo Penal).
• natureza da infração;
Se o juiz verificar que é impossível ao réu prestar fiança, por motivo de pobreza,
poderá conceder-lhe a liberdade provisória, sujeitando-o ao cumprimento das obrigações,
que, se não cumpridas, acarretarão a revogação do benefício, conforme o artigo 350 do
Código de Processo Penal. Esse dispositivo é anterior ao surgimento da possibilidade da
liberdade provisória sem fiança.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO PROCESSUAL PENAL
O recurso adequado para as decisões sobre fiança será o recurso em sentido estrito
(artigo 581, incisos V e VII), da decisão que concede, cassa, julga inidônea, decreta o seu
quebramento, nega, arbitra e declara perdido o seu valor.
O Ministério Público não precisa ser ouvido para concessão de fiança; deverá,
contudo, ser intimado da decisão, para interpor recurso se achar necessário.
Se o réu não for condenado, o valor da fiança lhe será restituído, deduzido eventual
montante declarado perdido.
Se o réu for condenado, o valor da fiança será destinado ao pagamento das custas
processuais (no Estado de São Paulo não há custas processuais no processo penal), ao
pagamento de multa criminal e ainda pode ser revertido no pagamento de indenização civil
ex delicto.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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MÓDULO XV
DIREITO TRIBUTÁRIO
Extinção do Crédito Tributário
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DIREITO TRIBUTÁRIO
DIREITO TRIBUTÁRIO
1. DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
Do disposto acima decorre, como conseqüência prática, que o contribuinte que paga
o débito prescrito não tem direito à repetição, pois o direito à percepção do tributo persiste;
ao contrário, se o contribuinte pagar tributo lançado após o prazo decadencial, faz jus à
repetição, pois o direito de lançar já não mais existia.
1.2. Decadência
A regra do artigo 173 do C’digo Tributário Nacional, é aplicada para tributos
lançados de ofício ou por declaração. A regra do § 4.º do artigo 150 Código Tributário
Nacional, é aplicada para tributos lançados por homologação.
• do primeiro dia do ano seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado;
1
_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO TRIBUTÁRIO
O parágrafo único do artigo 173 estabelece que “o direito a que se refere este
artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data
em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito
passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento”.
O Fisco tem, então, cinco anos para constituir o crédito tributário, sob pena de
decadência.
Quando o tributo for lançado por homologação (artigo 150, § 4º., do Código
Tributário Nacional),o direito da Fazenda Pública de homologar ou corrigir o
autolançamento decai em 5 (cinco) anos, contados da data da ocorrência do fato imponível.
1.3. Prescrição
1.3.1. Conceito
Prescrição, de acordo com o Código Civil, artigo 189, é a perda da pretensão do
titular do direito, por seu não exercício durante certo lapso. A fluência do lapso
2
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DIREITO TRIBUTÁRIO
A doutrina tem entendido que o dies a quo, para o cômputo do prazo prescricional, é
o do inadimplemento do contribuinte, pois é a partir dessa data que a Fazenda Pública
passa a ter o direito de ação exercitável, passa a poder executar o devedor.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO TRIBUTÁRIO
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
DIREITO TRIBUTÁRIO
Alguns autores, fundados no artigo 146, inciso III, alínea “b”, da Constituição
Federal, sustentam a inconstitucionalidade desses dispositivos, pois, prescrição e
decadência devem ser reguladas em lei complementar. Porém, essa posição é minoritária,
pois, a lei complementar dispõe apenas sobre normas gerais, sendo possível à lei ordinária
traçar regras específicas.
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MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
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DIREITOS HUMANOS
DIREITOS HUMANOS
1. SISTEMA GLOBAL
Era composta por dez princípios fundamentais que determinavam uma proteção
especial para a criança. Teriam elas, à sua disposição, todo o bem necessário para um
desenvolvimento saudável; seriam protegidas pelo seguro social; teriam direito à nutrição,
moradia, lazer e atendimento médico; deveriam receber educação; e seriam protegidas de
qualquer tipo de abuso, fosse ele físico, espiritual, moral, mental ou qualquer outro que
impedisse seu desenvolvimento pleno e absoluto.
Como afirma o Dr. Sérgio de Souza, “as mesmas considerações a respeito do caráter
de jus cogens da Declaração Universal dos Direitos do Homem, feitas anteriormente,
podem aqui ser novamente todas apresentadas de forma a concluir-se que também a
Declaração Universal dos Direitos da Criança pode ser entendida como dotada de força
obrigacional, tendo em vista também poder-se atribuir à mesma um caráter de jus
cogens”.19
Apesar disso, não houve qualquer melhoria no sentido de proteção à criança. Ficou
num patamar teórico e elevado, mas nada foi feito. De acordo com Sérgio de Souza, “no
plano prático, a possibilidade de tal força obrigacional não conseguiu traduzir-se em
medidas efetivas de proteção à criança, consubstanciando-se, mais, no embrião de uma
nova doutrina relativa aos cuidados com a criança, de uma nova maneira de enxergar o
indivíduo detentor de direitos e prerrogativas, do que num instrumento ativo de
consolidação de tais direitos e prerrogativas”.20
18
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
19
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
20
Idem. Ibdem.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
“Se refletirmos que a Declaração de Genebra, adotada pela Liga das Nações, datada
de 1924, e que foi reafirmada em 1950, já no âmbito das Nações Unidas, pela Declaração
sobre os Direitos da Criança, compreenderemos que mesmo a proclamação do Ano
Internacional da Criança, em 1979, não foi suficiente para catalisar o interesse da
comunidade internacional pelos direitos da criança – o recurso mais precioso da
humanidade – e metade da população mundial: somente no Brasil, são cerca de 60 milhões.
Foi necessário esperar ainda mais 10 anos, até 1989, para que a adoção de um
instrumento internacional viesse a incorporar os princípios e grandes diretrizes da nova
temática e marcar a emergência de uma nova consciência, uma nova ética – a doutrina de
proteção integral da criança e do adolescente. Todos os direitos estão aí incluídos:
políticos, civis, econômicos, sociais e culturais, enfocados sob o prisma do interesse
prioritário da criança ou prioridade absoluta à criança – princípio básico consagrado pela
Convenção. Para os direitos da criança, foi como um rito de passagem para a maturidade
no tratamento da questão na agenda internacional”.23
21
GONÇALVES, Marília S. Z. Grupos vulneráveis: aspectos relacionados com a discriminação de gênero e com as crianças.
Instituto Interamericano de Direitos Humanos. Antônio C. Trindade Editora.
22
GONÇALVES, Marília S. Z. Op. cit.
23
Idem, ibdem.
24
Idem. Ibdem.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Diz Marília S. Z. Gonçalves que “é interessante observar que, na categoria dos mais
vulneráveis, a Conferência sublinhou especialmente a situação da menina (girlchild) e das
crianças em conflitos armados, quando as questões da proteção das minas, da recuperação
dos feridos e traumatizados e da idade mínima de recrutamento receberam grande
atenção”.25
O tema mais importante, afirma Michel Bonnet, “era definir quais os direitos
humanos que podem ser realmente universais devido a estas diversidades. Há percepções
25
Op. cit.
26
PEREIRA, Tânia da Silva. A Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU) e a proteção da infância e adolescência no Brasil.
Instituto Interamericano de Direitos Humanos. Antônio C. Trindade Editor.
27
Idem. Ibdem.
28
Idem. Ibdem.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Até 1996, 186 países haviam ratificado a Convenção. Em 1998, apenas 2 países, dos
existentes no mundo, não haviam ratificado a Convenção, portanto, do total de 195 países
existentes no mundo, 193 ratificaram a Convenção. Deixaram de ratificar a Convenção, os
Estados Unidos da América do Norte e a Somália.
Interessante é a posição dos Estados Unidos que, normalmente, põe em destaque seu
interesse pela defesa dos direitos humanos na ordem internacional.
Acrescenta Sérgio de Souza, “deve-se ter em vista, ainda, em relação aos Estados
Unidos, que a ratificação da Convenção, em função do seu sistema federativo puro,
implicará na discussão dos direitos estaduais em contraposição aos direitos federais. Como
exemplo, pode-se citar a disposição do art. 37, letra “a”, da Convenção que proíbe a pena
de morte aos menores de dezoito anos, em contraposição aos precedentes firmados pela
Suprema Corte Americana no sentido de que os Estados Federados têm o direito
constitucional de estabelecer e executar a pena de morte a maiores de dezesseis anos”32.
Como esses são problemas particulares dos Estados Unidos, vamos considerar os
números relativos à ratificação levada a efeito pelos outros países e, assim sendo, podemos
declarar que houve, pela comunidade internacional, uma aceitação total desse tratado sobre
os direitos humanos.
É fácil, então, dizermos que durante os muitos anos transcorridos entre a Declaração
e a Convenção, na realidade trinta anos, houve um crescimento dos instrumentos
internacionais, o que proporcionou uma profunda visão dos Direitos da Criança. E essa
visão está permitindo o afastamento cada vez maior daquelas situações de desnutrição,
agressão, abuso, falta de escolaridade e tantos outros aos quais as crianças eram e ainda
são, em alguns lugares, submetidas.
O artigo 3.º assegura que os Estados-Partes darão proteção às crianças por meio de
medidas legislativas, administrativas e fiscalizando as instituições que estarão a seus
serviços, encarregadas do cuidado e da proteção das crianças, em todos os aspectos,
destacando-se a segurança e saúde.
Daí surgiu um texto aceito por todos os países do mundo, tendo uma aplicação
global e respeitando as individualidades de cada nação participante, pois estabeleceu um
conjunto de valores e objetivos comuns, de aplicação universal. A Convenção declara, em
alguns itens, seu respeito pelas tradições e características culturais de cada povo.
37
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
38
SOUZA, Sérgio Augusto. G. P. de. Op. cit.
8
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Reconhece que, nos principais sistemas jurídicos do mundo, existem outras instituições
valiosas que representam uma alternativa, como a Kafala do direito islâmico, que
proporciona atenção substitutiva às crianças que não podem receber os cuidados de seus
próprios pais. Destaca a necessidade de se observar com carinho a origem étnica, religiosa,
cultural e lingüística da criança como, também, leva em consideração soluções locais em
caso de problemas que pudessem ser resolvidos pela própria comunidade.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos das Nações Unidas (Paris, 1948)
revela que a criança tem “direito a cuidados e assistência especiais”. A Declaração de
Genebra, de 1924, afirma “a necessidade de proporcionar à criança uma proteção especial”.
39
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
40
Idem. Ibdem.
9
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DIREITOS HUMANOS
A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma que a criança, por ser uma
pessoa em desenvolvimento, deverá ter privilégios quando se tratar do âmbito social,
educacional, de trabalho, de proteção, de saúde, com a finalidade de garantir-lhe
crescimento saudável em todos os aspectos da vida.
Outro aspecto abordado pela Declaração é o de que a criança deve ter oportunidades
e serviços por efeito de lei e de outros instrumentos, com a finalidade, também, de seu
desenvolvimento integral.
Consta, ainda, que “em todos os países do mundo existem crianças vivendo em
condições excepcionalmente difíceis”. A Convenção recomendou, por meio de suas
normas, a prioridade imediata para a infância. Este princípio tem, sem dúvida, caráter
universal ao exigir proteção para as crianças, estando acima de ajustes econômicos, de
dívidas dos países em desenvolvimento e outros problemas internos dos países signatários.
Devem, pois, os mencionados países signatários dar prioridade à modificação de seus
ordenamentos jurídicos nos termos da Convenção. A ONU enfatizou a prioridade máxima a
ser dada à infância, em 1990, na “Reunião de Cúpula Mundial em favor da infância”.
João Gilberto Lucas Coelho, detalhando a Doutrina da Proteção Integral, diz que ela
representa “os direitos de todas as criança e adolescentes que devem ser universalmente
reconhecidos. São direitos especiais e específicos pela condição de pessoas em
desenvolvimento. Assim, as leis internas e o direito de cada sistema nacional devem
garantir a satisfação de todas as necessidades das pessoas de até 18 anos, não incluindo
apenas o aspecto penal do ato praticado pela ou contra a criança, mas o seu direito à vida,
saúde, educação, convivência, lazer, profissionalização, liberdade e outros”.41
Situa, João Gilberto Lucas Coelho, que o princípio do interesse maior da criança
“reafirma direitos e deveres dos pais e responsáveis e o papel do Estado quando aqueles
não tenham condições de assegurar a proteção e cuidado”. Caberá ao Estado “assegurar
41
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
10
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Nos dizeres de Sérgio Souza, “a doutrina que a Convenção consolida e que cada
Estado-Parte aceitou ao ratificar a Convenção, submetendo-se ao compromisso de construir
uma ordem legal interna voltada para a efetivação dessa proteção integral, que
consubstancie o pleno e integral desenvolvimento de todos os potenciais da criança e seja
orientada para a realização do interesse maior dessa mesma criança, de forma a possibilitar
o surgimento de um ser humano mais apto a construir e participar de uma sociedade
internacional mais justa e equânime”.43
Além do acima descrito, a Convenção determina que a criança seja o “autor” de seu
próprio desenvolvimento, pois pode declarar suas convicções e vivê-las de acordo com sua
vontade.
42
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
43
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
11
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Regras foram estabelecidas para que a criança seja ouvida quanto aos assuntos a ela
pertinentes, estando aí o princípio da igualdade estabelecido pela Carta das Nações Unidas,
equiparando os direitos da criança aos dos adultos, colocando-a como um membro da
sociedade humana.
Como declara Sérgio Souza “pode-se dizer que a Convenção não esqueceu de
estabelecer normas relativas às crianças com problemas junto à legislação criminal de cada
país, à educação, trabalho, prevenções sanitárias, normas de saúde, contra os perigos
físicos, mentais e sexuais, o uso de drogas e o seqüestro e contrabando de menores”.46
44
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
45
Idem, ibdem.
46
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
12
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Outro ponto a ser destacado é que a Convenção estabeleceu a proteção aos Direitos
da Criança. Foi criado o Comitê dos Direitos da Criança, e este seria um foro internacional
para o intercâmbio de idéias, demonstrando os problemas que comprometem a vida de uma
criança e, assim, haveria uma maior agilidade para resolvê-los, por meio da troca de idéias
entre os participantes do Comitê. Organizações internacionais foram também convidadas a
participar dos debates do Comitê. Assim sendo, sistemas como a Organização Internacional
do Trabalho (OIT), a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Organização das Nações
Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) são organismos colaboradores, de acordo com o artigo 45 da
Convenção.
E mais, como diz Sérgio Souza, “foi adotado um sistema de informes nacionais, a
serem prestados pelos Estados-Partes, que dão a conhecer, periodicamente, ao Comitê, a
respeito das medidas que Estados-Partes estejam adotando para conferir efetividade à
Convenção, bem como dos progressos que estejam alcançando.
47
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
13
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DIREITOS HUMANOS
O Brasil teve várias Constituições e a atual é a única que inclui os interesses das
crianças e dos adolescentes de maneira absoluta. Esses interesses estão acobertados na
48
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
49
SOUZA, Sérgio Augusto G. P. de. Op. cit.
14
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Como diz Tânia da Silva Pereira: “Neste trabalho conjunto de defesa e proteção foi
convocada em primeiro lugar a Família, como célula base na sociedade, no sentido de,
dentro de condições mínimas, proporcionar a seus membros, de forma responsável,
assistência material, educacional e afetiva, considerando aí o conceito amplo de família.”
Considera-se família “aquela resultante do casamento”, “a união estável entre um homem e
uma mulher e, também, a comunidade formada por um dos pais e seus descendentes(...)”.
Ao determinar, no artigo 227, § 6.º, que “os filhos havidos ou não da relação do casamento
ou por adoção terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação”, a Constituição Federal encerrou com brilhantismo o
capítulo da diferença de tratamento entre filhos, o que várias leis esparsas vinham
conquistando nas últimas décadas.
50
PEREIRA, Tânia da Silva. A Convenção sobre os Direitos da Criança (ONU) e a proteção da infância e adolescência no Brasil.
Instituto Interamericano de Direitos Humanos. Antônio C. Trindade Editor.
51
PEREIRA, Tânia da Silva. Op. cit.
15
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
DIREITOS HUMANOS
Como obra humana, o Estatuto tem imperfeições, mas não cabem, neste momento,
radicalismos nem palavras de ordem. É vivenciando e aplicando a lei que teremos
condições de melhorá-la.
16
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MÓDULO XV
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
1. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE
“Art. 306 - Conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool
ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Ressalte-se, no entanto, que o condutor do veículo automotor não pode ser obrigado
a se submeter aos exames. A recusa não enseja presunção de culpa ou a configuração de
crime de desobediência. Trata-se de princípio segundo o qual a ninguém deve ser imposta a
obrigação de colaborar na coleta de prova contra si mesmo. Assim, se o condutor é
flagrado cometendo o crime em estudo, havendo recusa em se submeter ao bafômetro, o
agente policial deverá conduzi-lo perante a autoridade policial que requisitará ao Instituto
Médico Legal o exame clínico para verificar a embriaguez, nos termos do artigo 277 do
Código de Trânsito Brasileiro.
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
2.2. Sujeitos
Como sujeito ativo figura o condutor de veículo automotor. É viável a participação
que, em princípio, poderia ser configurada com o comportamento de co-pilotos, fiscais,
organizadores do evento etc.
Disputa, por sua vez, significa o esforço para se obter algo ou alguém. Para o Prof.
DAMÁSIO, a disputa é o “racha”. Dos núcleos nos parece o de conteúdo mais amplo.
Competição: busca simultânea, por dois ou mais indivíduos, de uma vantagem, uma
vitória, um prêmio. A modalidade exige um número maior de “participantes”. Para o Prof.
DAMÁSIO, impõe-se um número mínimo de três motoristas.
Poderão ser impostas as infrações administrativas previstas nos artigos 174 e 175 do
Código de Trânsito Brasileiro.
5
_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
3. FALTA DE HABILITAÇÃO
“Art. 309 – Dirigir veículo automotor, em via pública, sem a devida permissão para
dirigir ou habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano:
3.2. Sujeitos
Como sujeito ativo temos o condutor de veículo automotor. Trata-se de crime de
mão própria, o que inviabiliza a co-autoria. A participação, no entanto, é viável, desde que
a conduta do agente não seja uma das inseridas no artigo 310 do Código de Trânsito
Brasileiro, o que determina o enquadramento em figura penal autônoma. Veja-se a redação
do artigo 310:
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Nota-se, portanto, que não basta à configuração do delito a mera falta de permissão,
habilitação ou cassação desse direito. Exige-se uma conduta anormal à direção do veículo
automotor, tais como o desrespeito à sinalização de trânsito ou o excesso de velocidade.
Veja-se, no entanto, que se o condutor imprimir ao veículo velocidade incompatível
próximo aos locais descritos no artigo 311, responderá por este delito (velocidade
incompatível com a segurança), e nesse caso, a falta de habilitação funcionará como
agravante genérica do artigo 298, inciso III, da lei em estudo.
O artigo 32 da Lei das Contravenções Penais ainda incide no caso de direção, sem
habilitação, de embarcação a motor em águas públicas.
Concurso de crimes: o previsto no artigo 309 será absorvido pelo outro crime de
trânsito; incidirá, conforme a hipótese, a causa de aumento estabelecida no parágrafo único
do artigo 302 ou a agravante genérica disposta no inciso III do artigo 298.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO XV
LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo, ainda que não iniciados,
quando da inovação, o procedimento preparatório, o inquérito ou o processo aos quais se
refere.”
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LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL
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MÓDULO VIII
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Tanatologia
1. TANATOLOGIA I
1.1. Conceito
Tanatologia é a parte da Medicina Forense que estuda a morte, abordando os
aspectos biológicos e antropológicos.
O conceito de morte evoluiu com o tempo, desde a “morte pulmonar” dos gregos até
a “morte encefálica” contemporânea, necessidade atual, compatível com a evolução
médica, permitindo um novo entendimento nos casos de transplantes de órgãos, passando
pela “morte cardíaca”, ainda válido, considerado conceito operacional, pois com a parada
definitiva do coração, os demais órgãos param sucessivamente, incluindo o pulmão e o
encéfalo, permitindo o diagnóstico de morte em todos os locais, sem a necessidade de
grandes recursos.
Logo após a parada cardíaca e o colapso e morte dos órgãos e estruturas, como o
pulmão e o encéfalo, surgem os sinais abióticos imediatos ou precoces, perda da
consciência, midríase paralítica bilateral (dilatação das pupilas), parada cardiocirculatória,
parada respiratória, imobilidade e insensibilidade. Tais sinais são considerados de
probabilidade, ou seja, indicam a possibilidade de morte e são denominados por alguns
autores como período de morte aparente, por outros são chamados de morte intermediária.
equilíbrio térmico) e opacificação da córnea. Tais sinais constituem uma tríade – livor,
rigor e algor –, ou seja, alterações de coloração, rigidez e de temperatura, indicativos de
certeza da morte (morte real).
A rigidez, contratura muscular, tem início na cabeça, uma hora após a parada
cardíaca, progredindo para o pescoço, tronco e extremidades, ou seja, de cima para baixo
(da cabeça para os pés). O relaxamento se faz no mesmo sentido. Tal observação é
denominada Lei de Nysten. O tempo de evolução é variável.
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MEDICINA LEGAL
• Agônica: aquela precedida de período de sobrevida. Neste item cabe lembrar das
situações de sobrevivência, em que o indivíduo realiza atos conscientes e
elaborados no período de sobrevida; por exemplo, após ter sido atingido
mortalmente com um tiro no coração, o indivíduo tem tempo para reagir e ferir
ou matar o desafeto; ou então o suicida que, após ter dado um tiro na cabeça,
escreve bilhete de despedida (situações não usuais, mas possíveis).
Nas mortes naturais, regra geral, o médico deverá fornecer “Declaração de Óbito”,
documento que contém o Atestado de Óbito e que originará a Certidão de Óbito.
Nas mortes naturais, sem diagnóstico da causa básica (doença ou evento que deu
início à cadeia de eventos que culminou com a morte), há necessidade de autópsia pelos
Serviços de Verificação de Óbitos e, nas mortes violentas, as autópsias devem ser
realizadas pelos Institutos Médico-Legais.
2. TANATOLOGIA II
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2.1.1. Putrefação
A putrefação é o fenômeno cadavérico mais freqüente. Tem início com a fase
cromática, como apresentado no parágrafo anterior. A segunda fase, denominada gasosa ou
enfisematosa, aparece geralmente dias após e é caracterizada pela produção de gases e de
álcool etílico.
2.1.2. Maceração
Quando ocorre alguma perturbação ambiental ou na estrutura dos restos mortais, são
observados outros fenômenos cadavéricos. A maceração é um desses fenômenos.
• Séptica: mais comum, ocorre geralmente nos corpos que permanecem, após a
morte, em lagos, rios e mares.
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MEDICINA LEGAL
2.1.3. Mumificação
São conhecidos também fenômenos conservativos.
2.1.4. Saponificação
Outro fenômeno conservativo é a saponificação, caracterizado pela transformação
da gordura corporal em sabão, dando aos restos mortais um aspecto acinzentado e de
manteiga e um odor de queijo rançoso (“adipocera”). Ocorre com cadáveres de obesos e
grávidas e é facilitado por inumações em solos argilosos, úmidos e mal ventilados.
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Acentuação Gráfica
Ortografia
Prefixo e Hífen
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PORTUGUÊS
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Acentuação Gráfica
Ortografia
Prefixo e Hífen
1. ACENTUAÇÃO GRÁFICA
• razão da falha: faz-se uma falsa analogia com construções como construí-lo,
instruí-lo, que devem ser acentuados porque seguem outra regra (do I e U
tônicos e precedidos de uma vogal);
b) Pacaembú
• razão da falha: faz-se uma falsa analogia com construções como Anhangabaú,
Jaú, que devem ser acentuados porque seguem outra regra (do I e U tônicos e
precedidos de uma vogal);
c) ítem, ítens
• razão da falha: falsa analogia com palavras (de origem grega) como hífen, hímen
e pólen, que são acentuadas, pois a terminação é um pouco diferente, ou seja,
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PORTUGUÊS
terminadas em EN. O mais curioso é que no plural essas mesmas palavras não
recebem acento: hifens, himens e polens. O que ocorre agora é a igualdade com a
regra: paroxítona terminada em EM (ou no plural ENS) não é acentuada;
memorize que a paroxítona com:
d) frequência
• o que diz a regra: põe-se trema quando o U for sonoro e átono nas formações
qüe, qüi, güe, güi
e) econômia / emergêncial
f) compôr
• razão da falha: os verbos ter e vir assim ficam no presente do indicativo (na
terceira pessoa):
derivados de ter (abster-se, ater-se, conter, deter, entreter, manter, obter, reter, etc.) e vir
(advir, avir-se, contravir, convir, intervir, provir, sobrevir, etc.) recebem a mesma análise.
2. ORTOGRAFIA
CERCA DE: termo que expressa falta de exatidão; significa “perto de, aproximadamente”:
HÁ CERCA DE: aqui também temos a idéia de “imprecisão” o verbo haver (em geral
usado com o sentido de “existir” ou se referindo a tempo passado):
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PORTUGUÊS
A FINAL: expressão usada na linguagem jurídica; significa o que vem por último, no final.
ciente, informado
AO PAR: termo usado na área econômica para indicar igualdade cambial Esses papéis de
crédito estão ao par.
EM VEZ DE: expressão que significa “no lugar de” e não possui restrições, cabendo em
simples substituições e também em oposições:
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PORTUGUÊS
AO INVÉS DE: expressão que significa “ao contrário de” e só deve ser usada para idéias
que se opõem, para antíteses:
EZA: tendo como base os adjetivos, “EZA” é um sufixo que forma os substantivos
abstratos (belo – beleza, cru – crueza, pálido – palidez);
Observação: Uma forma de verificação é o uso dos verbos ter e ser. Em geral, quando se
usar o verbo TER, cabe o sufixo com Z. Ao usar o verbo SER, o sufixo é S.
HAJA VISTA: é expressão que significa “veja-se, por exemplo, atente-se para” e possui
três possibilidades de flexão:
b) invariável, seguida de preposição (a, de): A lei foi vetada, haja vista às/das
inconstitucionalidades de vários artigos;
c) variável, concordando com a palavra posterior: A lei foi vetada, hajam vista as
inconstitucionalidades de vários artigos.
A letra “a)” é a opção mais recomendada hoje em dia. Destaca-se também que a
palavra “vista” é, em qualquer circunstância, invariável.
HAJA VISTO: é locução verbal (conjugado no subjuntivo) em que o verbo auxiliar haver
(haja) pode ser trocado por ter (tenha) e que aceita concordância normal com todas as
pessoas: Embora ele haja (= tenha) visto o problema, nós hajamos (= tenhamos) visto o
problema, eles hajam (= tenham) visto o problema, ninguém conseguiu resolvê-lo.
HÁ UMA HORA: indica o tempo que passou, ou seja, faz uma hora. Deve sempre se
referir ao tempo decorrido.
À UMA HORA: designa o horário do relógio, ou seja, a expressão “à uma hora” pode
designar “à 1h da tarde (às 13h)” ou “à 1h da madrugada”.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
distância:
Indeterminação:
IZAR: não havendo is + vogal, grafe Z (fértil = fertilizar; canal = canalizar; ameno =
amenizar).
Atenção: batismo (is + consoante): batizar, batizado; catequese (es + vogal): catequizar,
catequizado, catequizando, catequização;
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
ONDE: só use ao se referir a lugar e para os verbos e nomes que exigem preposição EM
(estar em, ficar em, entregar em);
AONDE: só use ao se referir a lugar e para os verbos e nomes que exigem preposição A (ir
a, voltar a, chegar a);
POR HORA: significa a cada uma hora, pelo período de uma hora.
• porque: conjunção que introduz uma causa ou uma explicação. Na maioria das
vezes, pode ser trocado pela conjunção pois:
• porquê: substantivo, por isso é a única forma que aceita pluralização. Em geral,
vem acompanhado de um determinante (artigo, numeral, pronome) e pode ser
substituído pela palavra motivo, razão:
• por que: preposição + pronome relativo; pode ser trocado fielmente por pelo
qual (e variações):
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
• Os amores por que você tem morrido dia a dia não nos explicam por que você
continua a lutar.
Os amores pelos quais você tem morrido dia a dia não nos explicam por que
motivo você continua a lutar).
Observação: Não confunda o porquê (o motivo) com por que (por que motivo). As trocas
são diferentes, bem como o sentido da construção.
SE NÃO: conjunção condicional mais advérbio de negação; pode ser substituída por caso
não:
defeito, erro:
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
TRÁS: funciona como preposição ou advérbio; forma também atrás, detrás, por trás, para
trás. Para memorizar, lembre-se de traseira.
TRAZ: refere-se ao verbo trazer, aceita mudança de tempo (trazia, trará) e também o
plural (trazem).
EXERCÍCIOS
2) (S ou Z)
3) (MAL ou MAU)
4) (ONDE ou AONDE)
5)
( ) vultuoso ( ) vultoso
( ) despercebido ( ) desapercebido
( ) mandado ( ) mandato
( ) caçado ( ) cassado
( ) assoar ( ) assuar
( ) aferida ( ) auferida
( ) descrição ( ) discrição
( ) sela ( ) cela
( ) distratar ( ) destratar
( ) enumeráveis ( ) inumeráveis
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PORTUGUÊS
( ) aferida ( ) auferida
( ) senso ( ) censo
( ) eminente ( ) iminente
( ) comprimento ( ) cumprimento
a) Saíram daqui há menos de meia hora. a) Algumas pessoas não sabem aonde chegam seus
protestos.
b) Ainda a tempo para o governo mudar. b) Pense no ideal porque trabalhamos e diga-me
porque fracassamos.
c) Eles poderão vir só daqui a pouco. c) A justiça infligiu a pena merecida aos
desordeiros.
d) A colisão ocorreu há pouco tempo. d) Ele não tinha intenção de atirar, tampouco de
matar o indivíduo.
e) Todos chegaram a tempo de fazer a prova. e) Ele acompanhou o caso dia a dia.
( ) a fim de ( ) afim de
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
( ) senão ( ) se não
( ) a par ( ) ao par
(porquês)
(cerca de)
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PORTUGUÊS
a) Algumas pessoas não determinam donde provém sua insatisfação, porque não sabem
onde vão os sentimentos bem aonde mora a consideração pelo próximo.
b) Pense nos ideais porque trabalhamos há tanto tempo, e diga-me porque fracassamos.
a) censo - juízo
b) serrar - cortar
c) comprimento - extensão
d) degradar - rebaixar
e) destratar - insultar
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PORTUGUÊS
GABARITO
2) (S ou Z)
3) (mal ou mau)
4) (onde ou aonde)
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PORTUGUÊS
a) Saíram daqui há menos de meia hora. a) Algumas pessoas não sabem aonde chegam seus
protestos.
b) Ainda a tempo para o governo mudar. b) Pense no ideal porque trabalhamos e diga-me
porque fracassamos.
c) Eles poderão vir só daqui a pouco. c) A justiça infligiu a pena merecida aos
desordeiros.
d) A colisão ocorreu há pouco tempo. d) Ele não tinha intenção de atirar, tampouco de
matar o indivíduo.
e) Todos chegaram a tempo de fazer a prova. e) Ele acompanhou o caso dia a dia.
(porquês)
a) Por que
b) Por que
c) Porquê
d) Porque
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PORTUGUÊS
(cerca de)
a) Acerca
b) A cerca
c) Há cerca
d) Há cerca
a) Se não
b) Senão
c) Senão
9) c
10) c
11) a
3. PREFIXO E HÍFEN
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PORTUGUÊS
além – aquém – recém – pós – pré1 – pró – soto – sota – vice – grã – grão – sem – bem
– ex2 – não – co(m) 2
Prefixos que possuem tonicidade própria e sempre virão com hífen: além-mar,
além-túmulo, aquém-mar, aquém-fronteiras, recém-nascido, pós-graduação, pós-
operatório, pré-requisito, pró-alfabetização, soto-soberania, vice-presidente, grã-fino, sem-
cerimônia, bem-amado, ex-presidente, não-agressão, co-acusado, co-autor, co-avalista, co-
credor, co-signatário, co-fiador
Nota1: Os prefixos pós, pré, pró, que são tônicos e vêm acentuados, também possuem
formação com pronúncia átona, sem acento e sem hífen. Compare: pós-doutorado, mas
pospor; pré-aviso, mas prefixado, pró-americano,mas pronome, etc. A diferença sonora
(som aberto/som fechado) providencia, em geral, o uso adequado. Cuidado, porém, com as
formas oficiais das seguintes palavras: preadivinhar, prealegar, preanunciar, preaquecer,
precautelar, precingir, precintar, precogitar, preconceber, preconcepção, precondição,
precondicionar, predefinir, predelinear, predemarcar, predestinar, predestinado,
predeterminar, predeterminado, predispor, predisposto, predizer, preestabelecer,
preestabelecido, preexistir, preexistido, preexistente, prefazer, prefigurar, prefiltrar,
prefixar, prefixado, prefixação, preformar, prejulgar, prejulgamento, prejulgado,
prematurar, premunir, prenomear, prenotar, prenotado, preopinar, preordenação,
preordenado, prepor, prequestionar, prequestionado, pretraçar, prevaler, previver. Aqui,
nota-se uma lacuna entre a fala e a escrita.
Nota2: O prefixo ex é usado aqui com o sentido de “estado anterior”, “que foi”.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
PREFIXOS VOGAL H R S
ante sobre X X X
anti arqui X X X
ab ad ob X
sob sub X
entre X
Exemplos
subitem, subtópico. Se a palavra se inicia com h, perderá essa letra: subabitar, subumano,
subidratação, subigiene.
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
Exemplos
sociolingüística, sociopolítico,
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
Observação: O radical sócio possui um uso vacilante e aparece com hífen em algumas
construções (socioeconômico / sócio-econômico; socioideológico / sócio-ideológico). Pela
regra, não deve haver hífen.
EXERCÍCIO
Una as palavras.
a) ab+jurar:
b) extra+oficial:
c) extra+ordinário:
d) inter+americano:
e) pluri+celular:
f) semi+deus:
g) ambi+destro:
h) sobre+humano:
i) supra+sumo:
j) hipo+suficiente:
l) des+habitado:
m) anti+horário:
n) bio+social:
o) micro+ondas:
p) super+emigração:
q) sub+alugar:
r) auto+alugar:
s) des+habilitado:
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_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
t) tele+instalação:
u) arqui+inimigo:
v) pseudo+amigo:
x) pan+americano:
z) hiper+inflação:
GABARITO
a) abjurar
b) extra-oficial
c) extraordinário
d) interamericano
e) pluricelular
f) semideus
g) ambidestro
h) sobre-humano
i) supra-sumo
j) hipossuficiente
l) desabitado
m) anti-horário
n) biossocial
o) microondas
p) superemigração
q) subalugar
r) auto-alugar
s) desabilitado
23
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
PORTUGUÊS
t) teleinstalação
u) arquiinimigo
v) pseudo-amigo
x) pan-americano
z) hiperinflação
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MÓDULO VIII
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TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
(Lei n. 8.069/90)
1. CONSELHO TUTELAR
Temos municípios que para a escolha dos conselheiros optaram por eleição direta,
por concurso, eleição indireta, dentre outras possibilidades.
Cada Conselho Tutelar é composto por cinco membros escolhidos pela comunidade
local. Os membros do Conselho Tutelar devem ser remunerados ou não, conforme o que
dispuser a lei municipal que criar o Conselho Tutelar, terão mandato certo de três anos e
terão permitida apenas uma recondução.
2
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
Com relação à prática de ato infracional por adolescente, caberá ao Poder Judiciário,
ou seja, à autoridade competente aplicar as medidas previstas no artigo 112, nos incisos I a
VII, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que são as chamadas medidas sócio-
educativas.
Assim, o Delegado deverá liberar o adolescente aos pais ou responsáveis sempre que
o ato não tiver sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, lavrando apenas um
boletim de ocorrência. Nos demais casos (ato praticado com violência ou ameaça) deverá
permanecer apreendido o adolescente. Veja-se que, não raro, o ato praticado causa grande
conturbação ou recebe elevada repercussão (e reprovação) social, constituindo a liberdade
do adolescente em fator de risco a ele próprio. Nessa situação extrema (em que a liberdade
constitui risco para o adolescente), ele deverá permanecer apreendido, mas a decisão
quanto à liberdade ou não será de competência do juízo competente (o do lugar da
infração).
3
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
O adolescente poderá:
Não podem fazer parte do mesmo Conselho Tutelar, também estando impedidos para
o exercício de conselheiro, marido e mulher, ascendente e descendente, sogro(a) e genro ou
nora, irmãos, cunhados(as) durante o cunhadio, tio(a) e sobrinho(a) e padrasto ou madrasta
e enteado.
4
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
4. COMPETÊNCIA
5
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
• concessão de remissão52;
52
A remissão ou perdão, para ser concedida, deve atender às circunstâncias e conseqüências de fato, ao
contexto social, à personalidade do adolescente, bem como a sua maior ou menor participação no ato
infracional, que são assim requisitos para a sua concessão. Essa é a concedida pelo juiz e importa na
suspensão ou extinção do processo (artigos 126 a 128 do Estatuto da Criança e do Adolescente).
53
RT, 574:72.
6
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
Esse rol do artigo 149 é taxativo. Dessas decisões do juiz da Vara da Infância e
Juventude, tocantes a alvarás e portarias, caberá o recurso de apelação (expressamente
previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 199).
5. MINISTÉRIO PÚBLICO
54
RT, 567:247, 556:260, 555:253.
7
_________________________________________________________________________ MÓDULO VIII
TUTELA DOS INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
• conceder remissão55;
55
Remissão ministerial, que é concedida pelo representante do Ministério Público antes de iniciado o
procedimento judicial para a apuração de ato infracional, como forma de exclusão do processo.
8
___________________________________________________________________
MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
CURSO ANUAL
OPÇÃO 3
__________________________________________________________________
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Tel.: (11) 3346.4600 – Fax: (11) 3277.8834 – www.damasio.com.br
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ADMINISTRATIVO
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CIVIL
3. De acordo com a Lei n. 9.610/98 (Lei dos Direitos Autorais), a falta de registro:
a) impede a proteção legal da obra;
b) não exclui a obra da proteção legal;
c) exclui da proteção legal apenas os direitos autorais patrimoniais sobre a obra;
d) exclui da proteção legal apenas os direitos autorais morais sobre a obra.
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO COMERCIAL
1. A concordata:
a)Não produz novação, não desonera os coobrigados com o devedor, nem os fiadores desse
e nem os responsáveis por via de regresso.
b)Produz novação, mas não desonera os coobrigados com o devedor, nem os fiadores
desse.
c)Não produz novação, não desonera os coobrigados com o devedor, mas desonera os
fiadores desse e os responsáveis por via de regresso.
d)Produz novação, desonera os coobrigados com o devedor, os fiadores e os responsáveis,
sem via de regresso.
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
4. Na concordata preventiva:
a)O concordatário continua na administração de seus bens.
b)O síndico administra os bens do concordatário.
c)O comissário administra os bens do concordatário.
d)Existe uma co-gestão na administração dos bens do concordatário partilhada entre ele e o
síndico.
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO CONSTITUCIONAL
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO ELEITORAL
4
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO INTERNACIONAL
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PENAL
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
3. Os embargos do devedor:
a) na execução por quantia certa, somente poderão ser interpostos depois de o Juízo estar
seguro pela penhora;
b) na fase executória de processo de conhecimento, poderão ser interpostos
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
4. Caio propõe ação contra devedor solvente em face de Tício. Citado regularmente,
é feita a penhora sobre imóvel, sendo o executado e sua esposa Penélope
intimados. Tício oferece embargos que são julgados improcedentes, transitando
em julgado a sentença. O imóvel é avaliado e designada hasta pública. Antes da
arrematação, Penélope ingressa com embargos de terceiro, alegando que o imóvel
penhorado constitui bem de família, razão pela qual não pode sofrer constrição
judicial. Deduz-se que:
a) os embargos de terceiro deverão ser rejeitados liminarmente, porquanto Penélope teria
que interpor embargos de devedor, pois fora intimada da penhora;
b) os embargos de terceiro deverão ser rejeitados, na medida em que Penélope teria que os
interpor no prazo de 10 (dez) dias contados de sua intimação;
c) os embargos de terceiro serão processados e, caso Penélope demonstre efetivamente
que se trata de bem de família, o mesmo será levado à hasta pública, e metade do valor
obtido na arrematação lhe será pago para que possa adquirir outro imóvel;
d) os embargos de terceiro serão processados e, caso Penélope demonstre efetivamente
que se trata de bem de família, o juiz irá proferir sentença liberando a totalidade do
bem, cabendo ao exeqüente requerer a penhora sobre outros bens do executado.
d) são verdadeiras a II e a IV
e) somente a II é verdadeira
3
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1. É certo afirmar que a prisão preventiva não poderá ser decretada se:
a)o acusado se apresentar espontaneamente;
b)já tiver sido revogada no decorrer da ação penal;
c)a infração apurada for contravenção penal;
d)for determinada pelo Juízo de segundo grau.
1
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITO TRIBUTÁRIO
5. Ato por meio do qual a autoridade perdoa uma dívida tributária, com base em
critérios legais, denomina-se:
a)remição;
b)isenção;
c)remissão;
d)imunidade.
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
DIREITOS HUMANOS
c) F – 2.
d) F – 4.
e) F – Nenhum dos itens está correto.
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
MEDICINA LEGAL
1
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2
__________________________________________________________________________MÓDULO XV
EXERCÍCIOS
Aluno(a):
1
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d) pelo domicílio dos pais ou responsável e, à falta destes, pelo lugar onde se encontre a
criança ou adolescente;
e) pelo domicílio do adolescente no caso de ato infracional, observadas as regras de
conexão, continência e prevenção.