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Celeste Duque

2005-2006
Modelos internos de Funcionamento

• A criança desenvolve um modelo interno


do funcionamento da relação
estabelecida com a mãe.
• Essas representações podem ser descritas
como:
– estruturas cognitivas que incorporam:
• as recordações,
• os registos mentais
– das interacções diárias desenvolvidas com a figura
central desse relacionamento sócio-afectivo.
Modelos internos de Funcionamento
[cont.]

• Podem ser esquemas ou guiões de


acontecimentos que orientam os actos da
criança em relação a essa figura, baseados
nas suas interacções anteriores, nas
expectativas e nas experiências afectivas a
ela associadas.
Modelos internos de Funcionamento [cont.]

Teste de Ansiedade perante a separação


(8-12 anos)
• As crianças cujo relacionamento é estável e
seguro normalmente reconhecem e admitem:
– a ansiedade que advém da separação, mas
– sugerem reacções de compensação ou de
enfrentamento razoáveis e possíveis.
• Pelo contrário, as crianças com relacionamento
instável tendem a:
– recusar a ansiedade, ou a
– apresentar reacções de compensação inadequadas ou
bizarras.
Teste de Ansiedade perante a Separação

Criança: A mãe vai às compras e o filho fica em casa


sozinho.
Entrevistador: Como é que te sentirias?
Criança: Com um bocadinho de medo e tentava
divertir-me um pouco.
Entrevistador: Porquê?
Criança: Porque poderia entrar alguém em casa e
raptar-me.
Entrevistador: O que é que farias?
Criança: Divertia-me e pensava que o meu pai e
minha mãe estavam em casa e ninguém podia
raptar-me.
Teste de Ansiedade perante a Separação
[cont.]

Criança: A mãe vai às compras e o filho fica em casa


sozinho.
Entrevistador: Como é que te sentirias?
Criança: Mal.
Entrevistador: Porquê?
Criança: Porque viu muitas vezes «Sozinho em
Casa» e tem medo dos ladrões.
Entrevistador: O que é que farias?
Criança: Punha armadilhas e acabava por bater na
cara da mãe com barras de ferro e com o maçarico
a gás…
Relacionamento Sócio-Afectivo em
Adolescentes e Adultos

Entrevista de Relacionamento Adulto (ERA)


(4 padrões principais):
Autónomo: lembram e reconstituem experiências
anteriores de forma objectiva e aberta – mesmo
experiências negativas;
Recusante: refutam relacionamentos objectivos ao
considerá-los de somenos importância, valor e
influência;
Relacionamento Sócio-afectivo em
Adolescentes e Adultos [cont.]

Confuso/Preocupado: preocupados com a


dependência que sentem em relação aos
próprios pais
– esforçam-se activamente por lhes agradar;
Não resolvido: sofreram trauma ou perda precoce
de uma figura afectiva e
– ainda não resolveram a situação ou não
terminaram o processo de luto.
Relação Situação Estranha/ERA
(11 estudos)

Recusante Autónomo Confuso

Evitação 116 46 27

Seguro 53 304 46

Ambivalente 10 19 40
Relação Situação Estranha/ERA
(9 estudos)

Recusante Autónomo Confuso Não


resolvido
Evitação 62 29 14 11

Seguro 24 210 14 39

Ambivalente 3 9 10 6

Desorganizado 19 26 10 62
Relação ERA/Situação Estranha

• Adultos autónomos têm filhos estáveis ou


seguros.
• Adultos recusantes têm filhos caracterizados
pela evitação.
• Adultos confusos têm filhos ambivalentes.
• Adultos não resolvidos têm filhos
desorganizados
Relação ERA/Situação Estranha [cont.]

• Parece que há uma transmissão inter-


geracional do relacionamento sócio-
afectivo, que pode efectuar-se por via do
modelo de comportamento e de reacção
parentais (mas outros factores podem
exercer influência, como o temperamento
do bebé).
Estilos Parentais

Foram encontrados três tipos de estilos


parentais:
– Autoritários;
– Firmes ou peremptórios;
– Permissivos.
Estilos Parentais [cont]
•Pais autoritários
– São pais que possuem uma noção rígida da disciplina e
do comportamento, não se mostrando, portanto,
dispostos a negociar nesse campo.
•Pais firmes ou peremptórios
– São pais que possuem ideias definidas sobre o
comportamento e disciplina, mas que se predispõem a
explicar, a negociar com os filhos e, por vezes, a ceder
ou a fazer adaptações...
•Pais permissivos
– São pais que possuem um conceito bastante flexível,
quer do comportamento, quer da disciplina.
Conflitos entre os Pais

Uma hostilidade conjugal mútua sentida


numa fase precoce faz prever
posteriormente comportamentos de
exteriorização (anti-sociais) nos filhos,
enquanto um comportamento do pai que
oscile entre a fúria e a taciturnidade faz
prever mais tarde comportamentos de
interiorização (auto-culpabilização) nas
crianças.
Negligência Infantil

Nalguns casos, os pais ou encarregados de


educação podem negligenciar um filho, não
lhe dedicando o amor, a atenção e os
cuidados necessários para o
desenvolvimento saudável normal da
criança.
Maus tratos e Abuso infantil

• Anualmente no Reino Unido, cerca de 200


crianças encontram-se provavelmente em
risco de vida, devido a maus tratos infligidos
directa e indirectamente pelos pais:
– constituindo a 4ª causa de morte em idade
pré-escolar.
• Maus tratos, primeira infância nos rapazes.
• Abuso sexual, durante a infância intermédia,
com risco superior nas raparigas.
Relacionamento com Outros
membros da família

Papel do pai após o nascimento


1960 1980
O marido ajuda no período
30% 77%
após o nascimento?

O marido levanta-se à noite


49% 87%
para cuidar do bebé?
Papel do Pai nos cuidados
Empenha-se em pôr o bebé na cama
1960 1980
raramente 29% 26%
ocasionalmente 35% 24%
frequentemente 35% 48%

Dar banho ao bebé 1960 1980


raramente 54% 62%
ocasionalmente 26% 9%
frequentemente 20% 29%

Mudar as fraldas ao bebé


1960 1980
raramente 37% 40%
ocasionalmente 43% 32%
frequentemente 20% 28%
Mudanças no papel do Pai

• Suécia: campanha específica


• Reino Unido: assistir ao parto
• Grande parte dos pais, apesar de se
mostrarem ansiosos em relação a esse
momento, mesmo tendo sido incitados pelas
suas esposas, consideraram a observação do
parto uma experiência positiva.
Mudanças no papel do pai [cont.]

E.U.A. (Lamb, 1987)


O envolvimento e o empenho paterno
aumentaram na última década, ainda que de
uma forma modesta.
Papel dos Avós
Vollmer (1937):
– “as avós exercem uma influência
extremamente perniciosa nos netos.”
– Nova realidade: 70% das pessoas de meia
idade em diante tornam-se avós.
– Em média, as mulheres tornam-se avós
aos 50 anos e os homens um pouco mais
tarde, e serão avós durante 25 anos (1/3
das suas vidas).
Ser-se avô constitui uma parte importante
do ciclo de vida da maioria das pessoas.
Papel dos avós [cont.]

• Vivem em casa dos netos (uma minoria) ou


relativamente perto (a esmagadora maioria).
– Influência indirecta, por intermédio dos pais:
• A interacção entre pai e filho será influenciada
pela forma como o primeiro foi educado;
• Apoio financeiro e emocional.
– Influência directa:
• Substituto da entidade parental.
Cuidados fora da família

•Infantários/creche
– Uma ampla investigação indica que os
infantários não possuem efeitos adversos,
desde que apresentem garantidamente um
elevado grau de qualidade:
• proporção adequada funcionários/crianças;
• baixa rotatividade de pessoal;
• condições globais estimulantes.
•Ama

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