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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO


FACULDADE DE JORNALISMO

Construção da Reportagem Online


Mike Ward
WARD, Mike. Jornalismo online. São Paulo : Roca, 2006, p. 125-153

Reportagens de jornais impressos ou transmitidas via rádio ou TV, como vimos no


Capítulo 4, são construídas em um modelo linear. Porém, muito tem sido escrito a respeito da
natureza não-linear das reportagens onfine. Os usuários têm o poder de ir aonde quiserem,
coletando informações. Eles podem, a partir de um bloco de informações, acessar um arquivo
de áudio, um banco de dados, um gráfico, um resumo, um vídeo, um arquivo e, em seguida,
desaparecer um link externo para outro site. Isso não significa que todos os usuários agem
dessa forma, mas eles podem se assim quiserem. Esse padrão de consumo de informações é um
ziguezague aleatório, não uma linha, e cada trajetória criada pelos usuários pode ser diferente.
O meio online é também, principalmente, um ambiente na tela1. Existem telas em
todos os formatos, tamanhos e posições, porém elas ainda possuem resolução inferior à alta
qualidade da página impressa. Ler na tela pode ser uma tarefa difícil.
Junte esses dois fatores - o compromisso necessário para que o leitor permaneça diante da tela e a liberdade
que ele tem para navegar pela página - e poderá perceber que jornalistas online e provedores de conteúdo devem pensar
muito em como construir e apresentar suas reportagens. Esse é um ambiente muito diferente da mídia "tradicional" dos
jornais impressos, rádio e televisão.
Em meados dos anos 90 tornou-se evidente que uma nova abordagem para a construção de reportagens onfine
foi adotada. Uma das principais vozes a se manifestar foi a de Leah Gentry, que defendeu, primeiro no Orange County
Register e Chicago Tribune e, posteriormente, na latimes.com, uma abordagem à estrutura narrativa não-linear, que
muitos têm seguido desde então.
Conforme a própria Gentry explica:
A teoria fundamental por trás da estrutura narrativa não-linear para a web é que você precisa olhar para o meio
de comunicação com o qual está trabalhando e perguntar: "Quais são os poderes desse meio de comunicação e como eu
posso utilizá-Ios para que me ajudem a narrar a minha reportagem?" Desse modo, você trabalha a favor do meio de
comunicação, e não contra ele.
É impressionante a freqüência com que as primeiras diretrizes de Gentry, que datam de 1996, ainda são
endossadas e reafirmadas por jornalistas online e provedores de conteúdo. Elas passaram pelo teste dos tempos
turbulentos de forma tão resistente que estão sendo repetidas aqui, de maneira resumida.
• Regra 1: siga as diretrizes do bom jornalismo. Os métodos tradicionais de reportagem cuidadosa e imparcial,
utilizando texto convincente, fotografia, áudio e vídeo, traduzirão bem a nova mídia.
• Regra 2: "alavancar os poderes da mídia". Essa expressão me marcou desde a primeira vez em que ouvi Leah
Gentry falar sobre isso em uma conferência em 1997. Ela define esses poderes como vínculo (link), instantaneidade,
interatividade, multimídia e profundidade. Esses fatores, especialmente quando combinados, são o que tornam o
jornalismo online diferente.
• Regras 3 e 4: desconstrua, reconstrua e roteirize. Divida sua reportagem em partes, procure similaridades ou
tendências entre elas, agrupe-as em categorias lógicas, reconstrua a sua reportagem utilizando roteiros e construa links.
Cada reportagem terá uma seção a qual será o núcleo linear - a essência da reportagem. Adicione outras partes que
fornecerão informações adicionais, fontes e explicações.
• Regra 5: não use tecnologia fora do contexto. Qualquer coisa que não acrescente nada à reportagem é
"barulho visual".
A tradicional estrutura de pirâmide, como já vimos, posiciona a introdução, o desenvolvimento e a base de uma
reportagem em um bloco sólido de seções interligadas. Esse método produz extensas partes isoladas, cuidadosamente
desenvolvidas e estruturadas. Isso pode ser uma vantagem em jornais impressos, ajudando a orientar os leitores através
da reportagem. Porém, tal procedimento apresentou problemas para o meio online desde o início.
A abordagem de Gentry, adotada pelo menos em teoria por muitos na comunidade online, quebrou em pedaços
o monólito, desmontando a pirâmide.
A razão para isso, conforme explicado no Capítulo 4, é ser mais demorado e cansativo ler a partir de uma tela
do que em uma página impressa. É claro, reportagens mais longas também significam arquivos maiores que levam mais
tempo para download. Ao separar a sua reportagem em diferentes seções, você amenizará esses problemas. Porém, se
não for cuidadoso, poderá criar alguns outros problemas, como confusão no leitor quando ele estiver navegando pelas
seções. No entanto, certamente será mais fácil para os leitores baixar um arquivo e passar os olhos do que rolar a tela.

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Principalmente, mas não sempre. O áudio pode ser acessado online e, é claro, existem milhões de cópias de webpages
impressas todos os dias.
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Essa melhora na acessibilidade pode ser razão suficiente para seguir o modelo de Gentry. Porém, há outros
dois fatores mais fundamentais para o jornalismo que ajudam a explicar por que a abordagem desconstrução-
reconstrução tem sido fundamental para o desenvolvimento do jornalismo online durante os anos.
• Dividir a sua reportagem em blocos maximiza o potencial de leitura. As reportagens podem ser complexas,
com vários assuntos, ângulos e áreas de cobertura. Como resultado, os leitores irão se sentir atraídos pelas diferentes
partes da reportagem e por diferentes razões. Quando apresentadas em uma única reportagem pirâmide, os leitores
precisam separar a informação que não os motiva daquela que desejam. Alguns não se incomodam e buscam algo novo.
Isso minimiza o potencial de leitura. Porém, se a reportagem for segmentada em diferentes seções que podem ser
localizadas pelo leitor (por meio de um mecanismo de busca) e lidas separadamente, sem a necessidade de recorrer a
outras seções, será possível satisfazer o potencial do usuário médio e maximizar o potencial de leitura.
• Separar a reportagem em blocos também aumenta o número de pontos de entrada para os diferentes
elementos da mídia online. Quando Leah Gentry instou a todos nós a "alavancar os poderes da mídia", ela queria que
nós trabalhássemos com o meio de comunicação online e não contra ele. Dividir a reportagem em seções permite
introduzir conteúdo multimídia, interatividade e links como elementos constituintes de cada seção. Se a reportagem
online é uma pirâmide única, a maioria desses elementos (que são fundamentais em vez de adicionais) é produzida de
modo periférico e não integral. Ao distribuir a reportagem em diferentes seções, você oferece múltiplos pontos de
entrada para essas importantes ferramentas jornalísticas.
Portanto, dividir em blocos faz sentido. Sendo assim, não há lugar para a tradicional estrutura de pirâmide no
mundo segmentado da escrita online e criação de conteúdo? Bem, na verdade, há. Porém, para entender o porquê,
primeiro temos que dar um passo para trás.
Um Lugar para Linearidade?
Somos repetitivos ao dizer que a mídia online é um meio não-linear, mas o que isso significa? Alguma coisa é,
realmente, não-linear? Um solo de Omette Coleman talvez, mas esse é outro assunto.
Não seria mais correto dizer que as aplicações online, como navegar na web, envolvem consumo não-linear de
produtos principalmente lineares? Leah Gentry fala sobre núcleo linear, porém blocos de texto, resumos de matérias e
arquivos de áudio e vídeo são todos construídos individualmente em um padrão linear. Como modelo de consumo, o
meio online é completamente irregular e imprevisível. No entanto, assim como um modelo de produção, é um protótipo
de linearidade, pelo menos no que diz respeito ao "bloco de informações". O jornalismo e a criação de conteúdo
requerem modelos de produção. Para texto, não há nada que supere a pirâmide por linearidade.
Então, quando desmontamos a pirâmide para uso online, ela é desconstruída do ápice para baixo, em três ou
quatro partes como blocos de brinquedo? Isso produziria algumas formas muito estranhas e, portanto, estruturas de
matéria estranhas. Certamente, em vez disso, construímos uma série de pedaços em forma de pirâmide ligados, o que
significa que não a descartamos completamente.
Antes de continuarmos, devemos considerar três outras razões para conservar uma estrutura linear ao
escrevermos para o meio online.
Primeira, algumas pessoas querem notícias a qualquer momento. Elas procuram um produto linear similar à
"mídia tradicional" quando estão online. Elas utilizam esse meio de comunicação primeiramente por ser imediato, não
pela facilidade de quebrar uma matéria em diferentes blocos. Elas procuram por um resumo conciso de uma reportagem
ou notícia em geral, porém querem agora, ou até mesmo às três da manhã, e atualizado. Não que as coisas aconteçam
sempre assim.
Segunda, algumas pessoas querem notícias em qualquer lugar. A Internet sem fio transmite notícias e
informações ao seu telefone celular. No entanto, a interface inapropriada (tela pequena e comando de entrada restrito)
desencoraja uma experiência com a "mídia rica". No momento, é melhor mantê-la direta e simples. Mantenha-a linear.
Finalmente, a transposição de frases criadas para mídia impressa ou para a mídia online requer cuidados
especiais. Isso é geralmente uma expressão de exagero entre os especialistas, referindo-se a como os jornais impressos
colocam seu conteúdo bruto online com poucas adaptações, ou nenhuma, para a nova mídia. É a pirâmide completa em
toda a sua glória digital.
No entanto, algumas pessoas realmente são, até certo ponto, ortodoxas. O alcance global da web permite aos
cidadãos exilados, que não podem comprar seu jornal local do outro lado do mundo, escolher uma cópia online. Eles
querem a página de esportes exatamente como na versão impressa - o mesmo estilo, o mesmo conteúdo ... a mesma
estrutura linear. Vida longa à linearidade.
Mais uma vez, o meio de comunicação pede aos jornalistas que sejam flexíveis e não dogmáticos. É o usuário
quem decide. No jornalismo online há espaço tanto para a desconstrução quanto para o resumo.
Como Separar uma Reportagem em Blocos
A linearidade é fundamental para o modo como construímos cada bloco. Porém, como decidimos como será
cada bloco? Existe algum cnteno para segmentarmos as reportagens?
A segmentação pode ser influenciada por:
• Características da reportagem.
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• Necessidades e interesses do usuário.


• Plataforma de distribuição a ser usada.
O item características da reportagem refere-se à maneira como a própria reportagem pode influenciar o modo
como o jornalista a segmenta, nas tres formas seguintes:
• Escala e duração de cobertura: essa é a principal reportagem, que podena exigir muitas páginas separadas e
atualizações constantes?
• Amplitude e profundidade da cobertura: trata-se de uma reportagem complexa com muitas facetas
diferentes e, portanto, vários potencIaIs de leitores diferentes?
• Alcance da cobertura: essa reportagem presta-se a características multimídia, interativas, etc.?
Isso dificilmente é um bicho-de-sete-cabeças, mas nos ensina a manter toda reportagem dentro de seus limites
e atribuir-lhe tratamento adequado. É a reportagem que deve guiar o processo de segmentação, e não dogmas, hábitos
ou sistemas automáticos.
A segunda influência na segmentação da reportagem não é de surp~eender: é o usuário. Ao desconstruir e
reconstruir, é preciso considerar o seguinte:
• Interesses do usuário: quais assuntos da reportagem atrairão os grupos-alvo de usuários?
• Necessidades do usuário: ele quer atualizações constantes, análises e explicações detalhadas, características
interativas personalizadas, dados brutos, imprimir cópias, etc.?
O último fator é a plataforma de distribuição disponível. Distribuir a mesma reportagem para plataformas
múltiplas (por exemplo, computadores, telefones celulares e televisão na web) será mais comum porque faz sentido
econômico. A notícia é uma mercadoria cara para se produzir. Sendo assim, deve ser produzida para o maior número de
pessoas e de muitas formas. No entanto, a mesma reportagem precisará de diferentes plataformas.
Então, vamos recapitular. Vimos que dividir em blocos é geralmente (mas nem sempre) o melhor caminho para
elaborar uma reportagem ou informações para consumo online. Vimos também os critérios que guiam esse processo de
divisão. Porém, como construímos os blocos individuais? A resposta é: usando uma linguagem clara e direta. Podemos
também aplicar a fórmula da pirâmide para dar a esses blocos uma forma de leitura rápida a fim de resumir o conteúdo.
Porém, existem outras técnicas de redação ou construção de reportagem específicas para o meio online? Aqui estão
várias que podemos considerar.
Certifique-se de que cada bloco individual possa "ficar sozinho". As pessoas podem chegar em uma seção de
sua reportagem por meio de outro site, lê-Ia e desaparecer para outro canto da Internet sem tocar no restante de sua
matéria. Elas devem conseguir ler um único bloco isolado e compreendê-Io. Isso significa que você precisa fornecer
orientação editorial e navegacional, além de contexto para seu leitor. Isso é mais difícil do que parece, porque você deve
também atender o usuário que trabalha com todos os blocos de sua reportagem e não quer o mesmo contexto repetidas
vezes. Isso é um pouco parecido com o trabalho de um roteirista de televisão, que escreve uma história em várias
páginas, mas não sabe qual será vista primeiro por cada espectador. Um escritor ajuda o leitor sem nenhum controle. O
outro auxilia a ter controle total. No entanto, a exigência é a mesma.
Às vezes, a matéria deve fornecer mais que um contexto editorial.
Ela deve também sustentar uma navegação inadequada no site. Conforme Amy Gahran explica, você pode ser
contratado para fornecer conteúdo para um site cuja interface não fornece aos leitores contexto e orientação suficientes.
O seu conteúdo vai ficar dentro dessa bagunça. Então, o que você faz? Ela dá três sugestões:
• Mencione seu público-alvo em seu lead ou introdução.
• Crie um link para a home page do site no começo do artigo.
• Seja explícito, no início de seu artigo, sobre a área que cobrirá.
Você deve também prender a atenção de seus usuários - é perigoso criar estereótipos de uso na web, mas agora
aceita-se que um número significativo de pessoas passe os olhos pelas páginas da web em vez de lê-las detalhadamente.
No entanto, ainda há uma freqüente diferença de percepção entre provedores e receptores de conteúdo da web.
Conforme o perito em acessibilidade Steve Krug (2000) declara, "Estamos pensando em 'ótima literatura' (ou pelo
menos em 'folheto do produto') enquanto a realidade do usuário está muito próxima do 'cartaz passando por ele a 100
quilômetros por hora"'.
Krug assume estar oferecendo uma visão simplista para determinar um ponto fundamental. Ele também afirma
que documentos como reportagens e relatórios podem prender a atenção do leitor por mais tempo. No entanto, segundo
ele, a maioria das pessoas olha com pressa, procurando por palavras ou expressões que prendam o olhar.
O foco de Krug é o design dos sites. a design é uma parte integrante de como comunicar, e isso será visto no
Capítulo 7. Por enquanto, concentrar-nos-emos no conteúdo. Será que podemos escrever nossas reportagens de modo a
fazer com que o motorista apressado diminua a velocidade e dê uma olhada?
Escrever para Meio Online
• Seja sucinto: não use mais de 50% do texto que escreveria para a mesma reportagem em um jornal impresso.
• Escreva para passar os olhos: use parágrafos curtos, subtítulos e listas com marcadores em vez de grandes
blocos de texto.
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• Use hipertexto para dividir longos blocos de informação em múltiplas páginas.


Nielsen é também um defensor da linguagem plana e das estruturas de pirâmide.
Crawford Kilian enfatiza a importância de "prender um visitante impaciente ... Seus leitores estão dando uma
olhadela, então use tanto as manchetes como o texto prendê-Ios." Seu conselho é:
• Faça manchetes simples e informativas.
• Use aspas no texto, porque as pessoas parecem preferir ler algo que alguém realmente disse.
• Inclua perguntas, pois elas nos fazem procurar a resposta.
• Inclua declarações incomuns, visto que os leitores adoram ser surpreendidos.
• Inclua a “promessa de conflitos - nós amamos disputas”.
• Utilize ganchos de notícias "para agarrar o conteúdo à aba de algum acontecimento corrente".
• Dirija-se diretamente ao leitor.
Jakob Nielsen enfatiza o valor dos redatores da web e Alysson Troffer tem algumas orientações úteis para
edição de conteúdo não seqüencial na revista eletrônica Contentious. Assim como manter blocos curtos e auto-
suficientes, ela sugere editá-los de forma aleatória, não na seqüência. Isso ajuda a "assegurar uma organização adequada
e acessível aos seus leitores".
Para facilitar uma rápida passada de olhos, ela sugere que você:
- Vá direto ao ponto.
- Enfatize o que é novo ou diferente em cada bloco.
- Evite a síndrome do "como visto acima" - você não deve escrever sua matéria como se os usuários fossem ler
todas as partes dela, mas sim fornecer links e o contexto de cada página.
- Faça referências pronominais, explícitas e próximas: não importa a que o pronome ele se refere, deve ter
passado pela tela de seus leitores.
Assim como Nielsen e Killian, Troffer também aborda a importância da linguagem plana, particularmente nas
manchetes:
Suas manchetes e títulos devem explicar claramente o tópico localizado em cada página em termos que
reflitam a perspectiva de seus leitores. Evite manchetes insólitas, ardilosas ou enigmáticas, assim como as manchetes
que refletem apenas a perspectiva do autor. Lembre-se - quando os leitores estão passando os olhos em uma de suas
páginas, todos eles realmente "verão" primeiro o título da pagrna e as manchetes.
Fazer com que partes de uma reportagem fiquem isoladas e acessíveis são dois dos fundamentos da redação na
web. Porém, há espaço nesse novo meio de comunicação para mais abordagens inovadoras?
Ela existe há muitos anos, desde que Carole Rich publicou seu estudo sobre redação de notícias para a web.
Nele, ela reconheceu o valor a estrutura de pirâmide, mas também sugeriu experimentação:
Se escritores estão tentando atrair o leitor, outros estilos devem ser explorados. Experimentos Com a redação
na web envolvem muito sites de ficção, e ficção não é redação em forma de pirâmide invertida. A web oferece uma
chance de ser eclético em estilos de escrita e na população de leitores. Um padrão único não é adequado!
Janet Murray (1997), autora de Hamlet on the Holodeck, fala sobre o uso de segmentação para transmitir um
enredo interligado a partir de diferentes pontos de vista. Poderia tal abordagem ser utilizada em notícias? Em essência,
ela já é. A maioria das notícias gira em torno de percepções diferentes; porém, a forma como essas percepções são
apresentadas é outro assunto. Reportagens abertamente separadas em seções com base em perspectiva em vez de,
digamos, tópicos de assunto são ainda uma técnica em desenvolvimento na redação de notícias online e construção de
reportagem.
A abordagem segmentada do meio online deve também permitIr a utilizaçao de diferentes estilos de redação
em uma reportagem. Porem, como isso acontece? Jornalistas de mídia impressa muitas vezes cobrem reportagens
"difíceis" mas com nível elevado de “interesse humano”. A menos que se faça um especial, geralmente espera-se
encapsular todos os elementos em uma reportagem e, consequentemente, um estilo. Mudar de escrita de uma notícia
direta para uma narrativa, por exemplo, em uma única reportagem de Jornal Impresso não é uma prática recomendada.
Ao cobrir a mesma reportagem para a web, você irá dividi-Ia e depois escrevê-Ia. Você pode usar o estilo de
notícia compacta para posterior desenvolvimento, então narre em partes separadas a fim de "humanizar" a reportagem.
Essa separação o deixa livre para adotar diferentes estilos de redação adaptados ao conteúdo. Você pode até estender
essa flexibilidade a outros elementos de sua narrativa, como a multimídia. Resumos de um repórter poderiam ser
utilizados para áudio e vídeo no núcleo linear, com entrevistas para a seção de "interesses humanos" para completar o
estilo narrativo. Como diz Leah Gentry, você está apto para trabalhar a favor do meio de comunicação.
Tudo isso é bom, mas com que freqüência acontece? Carole Rich está certa em chamar a atenção para a
experimentação. Portanto, a realidade é que a visão muitas vezes é a primeira vítima do trabalho diário e, com ela, cai a
inovação. A busca é ainda voltada para um modelo de receita confiável e viável da publicação online, em especial
notícias online. Como vimos no Capítulo 1, cortes começaram a surgir em 2001, com sites se extinguindo e reduções no
quadro editorial. Como resultado, as suaves pressões atenuantes contra as inovações crescem diariamente.

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É importante ser pragmático assim como é fácil ser idealista sobre o potencial e a prática do jornalismo online,
mas devemos também analisar o contexto e lembrar o que tirou o jornalismo online de campo, em primeiro lugar: a
inovação. O que já foi inovador, por exemplo, a combinação de multirnídia, interatividade e links, é agora corriqueiro.
Se queremos o corriqueiro para que ter um desenvolvimento daqui a cinco anos, devemos inovar agora.
Entretanto, podemos considerar o que realmente temos à nossa disposição para auxiliar a narrativa da
reportagem digital. Deixenos continuar na exploração dos aspectos diferenciais do meio online, que vão além da escrita
- instantaneidade, alcance global e multimídia; e, em seguida, a verdadeira casa de força de arquivamento,
interatividade e vínculos (links) em mais detalhes.
Ative Aqueles Poderes
A transferência de um meio de comunicação para outro pode ser uma experiência salutar para qualquer
jornalista. Os repórteres de jornais (impressos) tradicionais que mudam para rádio ou televisão logo aprendem o que
podem levar com eles e o que têm de deixar para trás.
As habilidadesjornalísticas básicas de localizar, descobrir a fonte e desenvolver uma reportagem ainda são
essenciais. Porém, os métodos de construí-la, digamos, para a televisão, podem ser muito diferentes. Os fatores que
geram essa diferença estão enraizados no próprio meio de comunicação e, desse modo, colidem com o processo
jornalístico como um todo. Por exemplo, o jornalista de televisão vai procurar imagens externas para elaborar a
reportagem em determinada seqüência. Somente então ele vai transformá-Ia em palavras, escrevendo um script para
apoiar e realçar as imagens.
Assim como o meio de comunicação determina o processo de construção da reportagem, ele também molda o
produto final. A televisão exige a primazia de imagens e possui um processo linear de disseminação. Espectadores de
uma reportagem são alimentados com um único fluxo de conteúdo, o qual não podem reorganizar ou selecionar (o que
mudará com a chegada da televisão interativa, mas essa Iinearidade dominou o processo de telejornalismo desde seu
início e ainda é a norma hoje em dia).
Some esses fatores e submeterá o jornalista de televisão a um desafio interessante, isto é, como conquistar o
público e mantê-la. Notícias televisivas pedem muito dos telespectadores - que sejam receptores passivos,
comprometidos fisicamente (sentados, assistindo e ouvindo) e mais envolvidos emocional e intelectualmente em uma
reportagem sobre o governo local do que com exibições de futebol, filmes ou jogos em outros canais.
Jornalistas de televisão adotam uma estratégia de baixo risco para enfrentar esse problema: manter-se breves.
Não dar tempo para o público ficar entediado. Narrar a reportagem, não importa quão complexa, em no máximo dois
minutos. Então, novamente, o meio de comunicação tem conseqüências fundamentais para a construção da reportagem.
Por exemplo, nesse caso, nenhum resumo de entrevista deve durar mais de dez segundos. Essa é também a razão pela
qual o bom telejornalismo é tão difícil e constitui um raro artigo de consumo.
As mesmas regras se aplicam à mídia online? Até que ponto a interatividade e o poder que ela dá ao usuário
afetam o processo de jornalismo online? Que impacto os outros elementos distintos de narrativa digital têm sobre o
produto final? E como você o aproveita efetivamente para fazê-Ios trabalhar tanto para o Provel dor de conteúdo como
para o usuário?

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Figura 5.1 - Ative aqueles poderes - a BBC tirou grande proveito do potencial da web com um meio de
comunicação controlado pelo usuario com seus serviços de resultados da 2001 UK General Election. Ela recebeu
mais visitantes que qualquer outro à noite e no dia seguinte.

Instantaneidade
Programas de notícias, 24h de rádio e televisão orgulham-se de sua instantaneidade. Porém, eles não têm a
flexibilidade da mídia online. Como a televisão é um meio de comunicação linear, canais de notícias 24h precisam
repetir muitas matérias a fim de continuar fornecendo os últimos resumos e atualizações. Para quem quer atualização
instantânea, a diferença entre noticiários 24h e os da mídia online é como a diferença entre tentar entrar em um ônibus
em movimento ou fazer sinal para um táxi parar. O ônibus o deixa no ponto final, porém, você contempla muitas outras
paisagens ao longo do caminho.
No entanto, se as operações de notícias online têm o potencial de ser diretas e instantâneas, elas não podem
tirar proveito disso sempre. Os jornais impressos, em especial, requerem uma mudança organizacional e cultural a fim
de tirar vantagem da instantaneidade do meio online. O ritmo de uma redação de jornal diário, com seus altos e baixos,
não oferece a continuidade exigida para o fornecimento constante de notícias online. Você não pode realizar um
trabalho se a maioria dos membros de sua equipe editorial diminui o ritmo no meio da tarde. Isso requer uma mudança
organizacional.
Barreiras culturais também limitam o potencial da instantaneidade. A tensão entre segurar ou divulgar
reportagens online antes que elas saiam no papel ainda é evidente em muitos jornais online.
A instantaneidade é um fator importante no jornalismo online; porém, não tão simples como abrir uma torneira.
Bob Eggington, fundador e diretor de projetos da BBC News online, declara:

Manter um importante site de notícias atualizado é uma tarefa muito séria e é mais difícil que trabalhar em
qualquer outra mídia tradicional, até porque está sempre ao vivo. Quando você imprime algo, aquilo fica lá.
Porém, você tem de manter o site atualizado e isso é um trabalho muito difícil.

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Alcance Global
Todas as principais organizações de notícias se interessam por notícias internacionais. Elas tentam, mesmo que
de forma superficial, ter uma perspectiva global, em suas seções de notícias internacionais ou integradas em suas
principais pautas e programas de notícias. Porém, nenhum meio de comunicação popular pode equiparar-se à Internet
no que se refere ao alcance global, fato que tem implicações tanto na pauta de notícias quanto na capacidade (coleta de
notícias dos provedores de notícias online.
Se um site de notícias começa a cobrir acontecimentos mundiais logo se descobrirá por meio de e-mails ou
grupos de discussão: está fazendo isso direito ou não. Ignorância e falta de visão na redação ficam expostas à luz do
holofote do público do mune inteiro, que pode dizer em um instante o que pensa. Atentos, público global, alguns sites
de notícias certificam-se de que ; notícias internacionais estejam na primeira página do seu site cada dia. Esse simples
ato tem forçado muitas organizações ( notícias e jornalistas que trabalham nelas a reavaliar suas pauta:
O alcance global é o mais automático de todos os poderes distintos da mídia online. Ele não tem de ser
introduzido ou manufaturae pelo jornalista, visto que já é um fato da vida da Internet. No el tanto, suas implicações
precisam ser entendidas. O alcance glob não significa apenas uma grande imagem. Ele significa també milhões de
pequenas imagens. Global = local.
Isso levanta uma questão interessante sobre a posição da web como meio de comunicação de massa. Ela é
utilizada por milhões de pessoas todos os dias. Porém, contém inúmeros sites diferentes, cada um apresentando um
produto e uma experiência diferentes para os usuários. Cada usuário pode construir a sua própria conexão entre esses
sites, um produto sob encomenda em vez de um produto produzido em massa. E o que acontece quando todos usuários
querem os mesmos produtos simultaneamente (por exemplo, visitar o seu site de notícias favorito durante a divulgação
de uma reportagem)? O sistema pode não agüentar e o acesso é negado. A web tem alcance global e consumo em
massa, mas não um produto em massa ou capacidade para recepção coletiva de uma única mensagem que caracteriza o
meio de comunicação de massa tal como a televisão.
Multimídia
Atualmente a imagem multimídia não é perfeita. Entre os maiores provedores de notícias, sites como o da
CNN e da BBC News repousam sobre uma mina de ouro digital de conteúdo em suo operações de transmissão. Eles o
apresentam de forma eficaz via online e geram muito tráfego. Para eles e seus similares, o vídeo, em especial,
aumentará em importância à medida que a qualidade e a velocidade de distribuição melhorarem. Porém, para outros,
permanece um buraco negro. Na teoria, é simples equipar o repórter com um minidisco gravador e um laptop. Porém,
na prática, muitas empresas de mídia impressa têm, na melhor das hipóteses, apenas improvisado com áudio e vídeo. À
medida que o mercado fica mais acirrado as marcas noticiosas tradicionais podem decidir se especializar mais e pôr em
ação seus diferenciais. É difícil ver a multimídia tornar-se universal a esse nível, exceto, é claro, pelo uso de gráficos.

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Figura 5.2 - Áudio e vídeo estão se tornando as principais características do conteúdo para sites, que têm
uma grande quantidade deles e podem apresenta-los com qualidade, como esse site da BBC.

Para uma empresa menor, o começo é ainda mais instável, porém o potencial está lá. Apesar da barreira
organizacional e cultural da maioria dos jornais, é relativamente fácil coletar e distribuir áudio, em especial. É um
recurso quase não utilizado em sites noticiosos, com exceção da área de entretenimento. Por que sites de organizações
sem fins lucrativos não fazem uso de áudio? Por que os sites de viagens não fornecem arquivos de áudio? Por que todos
os sites não têm alternativas de áudio para os que têm de ciência visual?
Há diferentes vantagens em acessar áudio e vídeo online:
• A facilidade de encontrá-los (você pode procurar o áudio e vídeo que lhe interessam).
• A flexibilidade de acesso (você pode escolher quando assistir ou ouvir).
• O alcance de acesso (você pode ver e ouvir materiais que n conseguiria de outra maneira, como transmissões
de outros país não disponíveis via cabo ou satélite) .
• A capacidade de armazenamento (você pode ouvi-lo repetidas vezes).

Essas são questões de acesso; porém, o que dizer sobre intenção, sobretudo no jornalismo online? Existem
alguns exemplos. BBC News Online transmitiu ao vivo o funeral do Rei Hussein Jordânia, combinando o vídeo ao vivo
a comentários árabes, a partir do estúdio da BBC na Arábia.
A rádio web também está se tornando popular. De certa fom ela democratizou o poder de comunicação através
da mídia áudio. Mais uma vez, no entanto, tem sido mais uma inovação transmissão do que uma inovação editorial. Na
maior parte, empresas de notícias ainda têm de estender as fronteiras da mul mídia, em especial no que se refere à
reportagem.
Por exemplo, se apresentar uma entrevista na íntegra ou uma que dura dez segundos tornou-se uma prática
comum, a multimídia poderá fazer maravilhas com a técnica de entrevistas de políticos. Há muito tempo, eles confiam

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nas limitações do meio de comunicação linear. Os repórteres fazem a eles cinco perguntas diferent mas dão a mesma
resposta para todas elas, pois sabem que apenas dez segundos da entrevista serão utilizados. Ao ouvir a entrevista
completa, a evasão é óbvia. É claro que o eleitor raramente, ou nunca, acompanha a entrevista completa. No meio
online isso é possível caso esse recurso seja oferecido. Porém, comparado à potência de radiodifusão existente, tal uso
de áudio é um mercado minoritário.

Arquivo
À primeira vista, os arquivos não são um elemento verdadeiramente distinto do meio online. Eles são uma
característica do jornal impresso há séculos. Muitos deles, agora, são armazenados de forma digital em CD-ROM e,
assim, podem ser acessados.
Porém, começam a ser vistas diferenças significativas entre o potencial de arquivo de um jornal impresso e de
um recurso com base na web. Em primeiro lugar, o arquivo de dados da web pode ser muito mais rico em áudio, vídeo,
imagens, mapas e dados que complementam o texto. Segundo, a escala de materiais arquivados com base na web pode
ser impressionante. Em meados do ano 2000, a BBC News ünline calculou ter aumentado para 700 mil as reportagens
em seu arquivo, sendo centenas delas adicionadas diariamente.
No entanto, é a terceira diferença, isto é, a quantidade de informações acessadas, que realmente nos chama a
atenção. No caso da BBC, trata-se de cerca da metade do total de arquivo a cada semana. Isso corresponde a mais de
350 mil reportagens acessadas e lidas semanalmente - cerca de 70 mil por dia. O que isso nos diz? Bem, entre outras
coisas, que um arquivo de dados na web é uma entidade viva, um elemento essencial de fornecimento de conteúdo do
site. Ele pode complementar o conteúdo corrente e aumentar a interatividade e a personalização das informações. Isso
também mostra que um site pode satisfazer um campo extenso de exigências dos usuários, caso organize seus arquivos
efetivamente.
A organização é o segredo. Já existe uma tensão diária entre o que Rosenfeld e Morville chamam de
arquitetura da informação top-down, isto é, a "estrutura básica de navegação para organizar grandes concentrações de
conteúdo, como sites inteiros", e a perspectiva de arquitetura de informação bottom-up. É assim que “você organiza o
conteúdo em um nível muito melhor de granulosidade, não sites inteiros, mas documentos individuais ou, indo mais
adiante, 'blocos' de conteúdo".
O que acontece quando as arquiteturas top-down e bottom-up se encontram? Quando você define as áreas de
conteúdo para os sites, você está trabalhando em uma tela grande - com pincel largo em vez de um estilo pontilhista.
Como isso acomoda, ou pode acomodar o sutil detalhe de dividir reportagens individuais em blocos esses – átomos da
informação?
Uma reportagem pode ser dividida em vários trechos, colocados sob um título genérico como "Europa". Este é
um mecanismo manejável, e até útil, quando você analisa a reportagem como um todo no dia em que ela é lançada.
A questão salta aos olhos quando você armazena tal reportagem. Os usuários vão ao arquivo de um site pela
mesma razão que visitam a seção de notícias? Ou estão mais interessados em uma busca vertical, em vez de horizontal?
Caso estejam, você tem um grupo diferente de usuários, com necessidades diferentes. Para suprir essas necessidades,
você terá, é claro, que oferecer uma função de busca. No entanto, os atuais sites de busca nem sempre são um meio
satisfatório de encontrar material, porque:
• Nem sempre são fáceis de encontrar.
• Nem sempre oferecem buscas avançadas.
• Caso seus sistemas de busca avançada ofereçam buscas por categoria de conteúdo, eles, em geral,
simplesmente repetem as mesmas categorias do site (por exemplo, "mundo" ou "Reino Unido").
• Algumas pessoas preferem pesquisar diretórios.
Rosenfeld e Morville defendem uma combinação de ferramentas conceituais (índice manual) e tecnologia
(mecanismos de busca): "O grande prêmio vai para aqueles que apresentarem a melhor solução híbrida que combine o
grupo mais apropriado de ferramentas tecnológicas e conceituais para ajudar sua comunidade particular de usuários a
encontrar seu caminho ao conteúdo".
Uma resposta encontra-se no melhor metadado de cada reportagem - as tags em cada bloco relacionado aos
títulos do arquivo que contrariam a ordem original das categorias de cima para baixo. Seu usuário pode, então, conectar-
se a uma cadeia de blocos de informações dentro de cada campo, não apenas uma seção de páginas anteriores relativas
ao assunto. É possível oferecer a mais excelente granulosidade de informações.
Os mais avançados arquivos de sites oferecem essa flexibilidade, porém muitos deles omitem uma das suas
mais preciosas vantagens, além de fontes de conteúdo sem igual, isto é, seus arquivos.

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Figura 5.3-Arquivos de notícias estão se tornando, cada vez mais, componentes valiosos de sites como o
da Electronic Telegraph, que teve o cuidado de estabelecer um arquivo desde o estágio inicial.
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Links
O poder dos links encontra-se no coração da web. É a habilidade de ler um documento e então ir para outro, em
geral armazenado em um computador completamente diferente. Esse conceito baseia-se em padrões humanos de
pensamento. Você pensa em uma coisa que o faz pensar em outra. No entanto, como pessoa, você é limitado pela
amplitude de sua experiência pessoal. É difícil pensar em coisas que não conhece, a menos que use outra ferramenta
perigosa - a imaginação. Esta tem um lugar muito definido nos princípios fundamentais da habilidade e do
conhecimento jornalístico. No entanto, tem suas limitações caso se tente retomar informações factuais e precisas.
Teoricamente, com a web, é possível remover as limitações da experiência e conhecimento pessoal e plugar seu leitor
em um mainframe, construído a partir do conhecimento e da experiência de vários outros.
Na prática, é claro, isso pode ser bem diferente. O link mental instantâneo do cérebro não pode ser reproduzido
online. Demoras no download, links que não funcionam e materiais irrelevantes podem confundir a experiência do
usuário e gerar dores de cabeça em vez de esclarecimento. Portanto, o jornalista online deve pensar com cuidado sobre
quais links oferecer e fornecê-Ios de modo que seja de fácil utilização ou até mesmo intuitivo, e ao mesmo tempo
certificar-se de que esses mecanismos simples funcionam.
Fundamentalmente, existem dois tipos de links: os internos e os externos.
Os links internos são:
• Links de navegação que orientam o usuário pelo site, como o botão Home.
• Links que levam os usuários a outras seções da mesma reportagem ou a reportagens especiais, como arquivos
de áudio.
• Links que levam as pessoas a reportagens similares no mesmo site ou ao arquivo do site.
Os links externos levam os usuários para outros sites.
Todos esses links são essenciais para facilitar esse processo "intuitivo". Sites com navegação confusa ou
inconsistente são menos propensos a manter seus usuários por tempo suficiente para se engajarem em uma viagem
significativa pelo conteúdo. Os links dentro de uma reportagem devem ser claros e reforçar a estrutura da matéria,
guiando o usuário através de sua segmentação.
No entanto, os Links para outras reportagens, arquivos ou sites externos, talvez precisem de maior vigilância
constante. Uma escola de pensamento afirma que os Links para sites externos a partir do seu site não são uma boa idéia.
Eles incentivam seus usuários a saírem e possivelmente não retornarem. Porém, a Internet não é assim. Se você tratar
seus usuários como visitantes de um showroom de automóveis, colocando-os contra a parede em uma venda difícil, eles
não retomarão jamais. Se, em vez disso, você ficar fora de sua porta de entrada, coletando detalhes de tudo que há de
melhor e atualizando todos os dias, você os verá repetidas vezes". O importante é considerar o que os usuários precisam
e propiciar a eles com clareza e simplicidade. Desse modo, os Links externos podem fornecer "valores adicionais" ao
seu site.
Bob Eggington acredita que fornecer Links aos leitores é uma das "diferenças atrativas entre a web e as outras
mídias":

Você pode indicar ao leitor todas as fontes principais em outros sites e dizer: "Se você não gostou do nosso
enfoque sobre a reportagem, quer verificá-Ia em outro lugar ou ter sua própria interpretação, vá para as fontes
originais. Nós lhe daremos as indicações”.
Portanto, não estam os apenas tentando prender o público em noSso próprio site. Afirmamos também que há
muitas outras fontes que podem ser encontradas, por meio de pesquisa ou verificação.

Considerações Éticas
Outra pergunta importante ao criar links que levam a sites externos é: "Para onde estou enviando o meu
usuário?". Aqui pode haver um conflito de interesses para o jornalista online. Qualquer tentativa de negar ao usuário
acesso às informações, incluindo links contradiz o próprio meio de comunicação.
Porém, existem ocasiões em que a natureza da reportagem deveria ao menos fazê-lo refletir sobre alguns links
que você fornece. Por exemplo, se escreveu uma reportagem sobre a descoberta de um grupo pedófilo, deveria criar um
link que leve à uma fonte primária? Se o fizer, ele estabelecerá algum tipo de relação, mesmo que tênue, entre seu site e
o grupo?
Libertinos argumentarão que é inútil negar o link aos seus usuários, pois eles estão apenas a dois cliques de
distância de seu site um para um mecanismo de busca e outro para o site. Tudo que você fará é orientar os leitores a
saírem do seu site e, portanto afastá-los de qualquer argumento contrário apresentado em sua cobertura responsável.
Outros acreditam que, se as pessoas quiserem procurar por esse material, não cabe à organização de notícias
facilitar o processo de fornecer uma plataforma para tais grupos. Qual seria a defesa organização de notícias se fosse
divulgado mais tarde que pedófilos teriam utilizado o link de seu site para fazer contato com pessoas mesma opinião e
isso teria levado ao abuso de crianças?

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Há também a possibilidade de o material em certos sites violarem leis referentes a obscenidades ou incentivar o
preconceito racial. Um link desses podem ser visto como cúmplice de tais violações.
Inquietação e conflitos políticos também podem levantar questões acerca de links para sites externos. Um país
pode estar politicamente isolado e sua política receber amplas críticas, porém as empresas de notícias ainda assim
devem criar links em seus sites oficiais para levar os leitores a julgarem por si próprios. E podem buscar "equilíbrio"
nos links oferecidos assim como ficam em suas reportagens. Desse modo, eles vão conectar-se a ambos os sites em
qualquer conflito.
Empresas de notícias geralmente aceitam ter responsabilidades em relação à sociedade nas quais operam.
Porém, isso pode causar tensões reais na mídia online. Qualquer potencial conflito de interesses costuma ser tratado
caso a caso. Coletar e publicar notícias online é um processo contínuo com pessoas diferentes muitas vezes trabalhando
na mesma reportagem. Grandes organizações precisam de políticas sobre links e outros assuntos a fim de garantir a
continuidade editorial.
Um exemplo de tais políticas são as diretrizes da BBC Online Producer. Elas esclarecem que quaisquer links
para sites externos devem ser "justificados editorialmente". Questões mais elevadas na mente dos jornalistas da BBC
devem ser as de "integridade editorial" e "bom gosto e decência". As diretrizes mostram a importância de checar o
conteúdo de sites antes de estabelecer links com eles. No entanto, o desafio de controlar a web reaparece com o edital
em que todos os sites conectados devem continuar sendo checados após o link ter sido estabelecido.
Apesar de todas essas orientações, a BBC ainda questiona seu padrão negativo em seu site, distanciando-se do
conteúdo de qualquer link externo e abstendo-se de qualquer responsabilidade em relação ao que pode ser encontrado.
A BBC está completamente comprometida com o meio online, mas ainda controla sua própria produção. A "titia" ainda
fica um pouco nervosa com a midia online, quando um novo animalzinho de estimação da família se revela um cão
raivoso.
Interatividade
Essa é a última característica distintiva do meio online e, possivelmente, a mais poderosa.
As pessoas, às vezes, falam sobre interatividade com I maiúsculo, como se essa palavra representasse alguma
entidade definida. Porém, interatividade é um processo e não um produto. Como muitos processos, ela pode operar em
diferentes níveis. A compreensão desses níveis ajudará você a construir a interatividade em uma reportagem ou em um
site. Se você aplicar um nível inapropriado de interatividade em sua reportagem ou em seu site, você pode sofrer
rejeição; e no caso de haver muitas janelas que remetem a outras páginas, isso pode ser muito cansativo.
Para compreender os diferentes níveis de interatividade é útil pensar nos diferentes modelos de comunicação
em massa.
Modelo Unilateral
Modelo tradicional utilizado por jornais impressos e radiodifusores.
Eles decidem o que vale e o que não vale a pena ser publicado e, em seguida, enviam as reportagens finais para
os seus leitores, que as lêem/assistem/ouvem ou as ignoram, dependendo das escolhas do jornalista. É
predominantemente um modelo unilateral- jornalista para usuário. Nada importante retorna.
Modelo Bilateral
Como se sugere, esse modelo não apenas permite ao jornalista enviar algo, mas também permite que algo
retorne do usuário. Esse é o início da interação. No entanto, podem existir dois níveis de interação no modelo bilateral.
• No primeiro nível, algo está voltando do usuário. São as escolhas que os usuários fazem a respeito de o que
querem ver e ouvir, com base no modelo de consumo não-linear. Eles têm controle do que consomem, porém ainda
estão apenas consumindo.
• No segundo nível, os usuários começam a contribuir e consumir.
A interação é ainda bilateral- entre jornalista e usuário -, porém o usuário torna-se fornecedor além de
consumidor. Muitos jornalistas, incluindo os que trabalham com mídia impressa, estão adotando o e-mail. Alguns
fornecem seus endereços eletrônicos no final dos artigos. Isso ocorre porque os jornalistas estão acima de todos os
pragmáticos e abraçam qualquer tecnologia nova, caso possam ver o benefício. Basta alguns jornalistas mencionarem o
grande lead que eles conseguiram a partir de um e-mail de um leitor para que os outros implorem ao editor pela mesma
oportunidade. Feedback e idéias de reportagens de leitores são um primeiro exemplo do segundo nível de interação no
modelo de comunicação bilateral.
Bob Egginton tem visto esses efeitos em primeira mão e acredita que tal interatividade está “mudando a cara
do jornalismo”:

Quando algo acontece em qualquer lugar do mundo, percebíamos na BBC News que era possível confiar nas
pessoas da área em questão para entrar em contato com você quase imediatamente. O velho modo de se
fazer jornalismo era que, onde quer que algo acontecesse, você se esforçaria imediatamente para encontrar o
depoimento, a confirmação e a colaboração das pessoas envolvidas. Você ligaria e procuraria telefones e
endereços, além de tentar obter informações que ajudariam a compreender o que aconteceu ... A Internet está
começando a mudar isso. Quando algo acontece, você começa a receber uma enxurrada de informações e
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não precisa procurar por elas. A tarefa tornou-se diferente: filtrar e checar. Porém, isso está mudando o
jornalismo e os sites que tirarem maior proveito disso serão, no final, os melhores e mais bem-sucedidos.

Cada usuário conectado pode ir além simplesmente reagindo aos acontecimentos. Steve Yelvington acredita
que os jornalistas podem usar os leitores como um quadro sonoro e um teste para idéias antes que as matérias sejam
escritas:

Há uma oportunidade para o repórter utilizar um ambiente log na web e dizer: "Aqui estão alguns fatos que me
parecem importantes ... O que vocês acham?" Em seguida, você pode iniciar uma discussão com as pessoas.
Algumas podem estar bem informadas e outras podem ser idiotas, mas o jornalista pode desse modo participar
da discussão e aprender mais, escrevendo sobre isso mais tarde. Eu acho que esse é um modelo maravilhoso.

Esse usuário está um passo além do modelo unilateral. Porém, o jornalista ainda está atuando como um filtro.
A colaboração do usuário está sendo canalizada por ele. Não é o que acontece no modelo trilateral.

Modelo trilateral
Este é o modelo que deixa alguns jornalistas nervosos. Eles podem sentir o ataque da redundância virtual e
temem ser rapidamente seguidos pelos tipos mais tangíveis.
No modelo trilateral, os usuários colaboram com outros usuários e com o jornalista. O triângulo pode ser
multiplicado ilimitadamente, como uma estrutura molecular. No entanto, se olharmos para o terceiro ponto do triângulo
como sendo qualquer outro usuário, o modelo trilateral é suficiente.

Figura 5.4 - Consumidores de notícias como provedores de notícias - A Megastorie Out There News está
constantemente pedindo a colaboração de usuários que não jornalistas, como esse fazendeiro que instalou uma
câmera de vídeo durante o surte febre aftosa no Reino Unido, em 2001.

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A expressão mais comum do modelo trilateral é o grupo de discussão (newsgroup) ou quadro de mensagens.
Existem também comunidades virtuais, como o GeoCities ou Fortune City. Aqui usuários compartilham informações e
ouvem notícias sem a participação do jornalista, e nem todo material é superficial.
Os jornalistas podem se sentir como "peixes fora d'água", mas não estão. Como vimos no Capítulo 3, grupos de
discussão e quadros de mensagens são maneiras úteis de compreender as necessidades, os interesses e as preocupações
dos usuários. Eles podem fornecer idéias de reportagens e contatos. Os jornalistas ainda estão comprometidos no
processo, porém se tornaram ao mesmo tempo usuários e provedores. Isso é uma oportunidade, não uma ameaça.
Então, os usuários podem ser provedores, mas também podem ser jornalistas? Onde termina a auto-indulgência
e começa uma nova forma de jornalismo? Existe algum selo de qualidade e, caso exista, como ele pode operar?
Steve Yelvington acredita que tal modelo pode ser autocorretivo:

Sem dúvida, algum trabalho ruim será feito por jornalistas "despreparados': Porém, trabalhos ruins também são
feitos, todos os dias, por jornalistas preparados. Dependemos do mercado para corrigir isso. Há um mercado
de opinião e pensamento e isso é o que eu vejo na Internet.

Yelvington cita o Slashdot como um exemplo de site cujo conteúdo é auto moderado pelos usuários, os quais
publicam correções para contribuições prévias e avaliam as sugestões. Se você terminar com a nota zero, e os usuários
tiverem filtrado duas ou mais vezes, eles podem nunca mais ver sua contribuição.

Quando o ambiente está aberto como este, a tendência é nivelarse. Se você considerar o meio de
comunicação apenas como uma extensão do clássico mercado aberto de idéias, eu penso que isso faça
sentido. Se você olha para o meio de comunicação como um produto individual, assim como o mundo impresso
tendia a olhar, então eu posso ver que isso se parece com uma assustadora perda de controle. Porém, você
nunca realmente teve esse controle. Você apenas acreditava tê-lo.

Tal interação e as outras características da mídia online acrescentarão mais cores à paleta dos jornalistas
quando ampliarmos a nossa atenção para o design do site. No entanto, primeiro, porque o hipertexto está no coração da
web, e por este livro visar desfazer mitos desnecessários, daremos uma olhada no mundo maravilhoso do HTML.

REFERÊNCIAS E LEITURA ADICIONAL


Kim, AJ. (2000). Community Building on the Web. Peachpit Press. Krug, S. (2000). Don't Make Me Think.
Circle.
Murray, J. (1997). Hamlet on the Holodeck. MIT Press. Nielsen, J. (1999). Designing Web Usability. New
Riders.
Rosenfeld, L. and Morville, P. (1998). Information Architecture. O'Neill.
http://acij.uts.edu.au/index.html- Online Journalist, Australia. Produzido pela Australian Centre for
Independent Journalism. As ferramentas para jornalistas incluem "Signpost to Asia and fhe Pacific" e o "Online
Journalisfs" Notebook'.
www.contentious.com - valiosa revista eletrônica de Arny Gahran para criadores e editores de conteúdo online.
www.content-exchange.com - mercado digital para criadores e editores de conteúdo online. Inclui uma
newsletter por e-mail da Confenf Spotlight.
www.megastories.com - site da Out There News.
www.ojr.org - site da Online Journalism Review - um sile abrangente sediado no Reino Unido.
www.yelvington.com - site do próprio Steve Yelvington, com comentários e conselhos úteis.

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