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Sistema Digestivo

Cavidade Oral
O sistema digestivo, constituído pela cavidade oral, trato alimentar e glândulas
associadas, atua na ingestão, mastigação, deglutição, digestão e absorção dos alimentos,
assim como na eliminação dos resíduos não digeridos. A fim de realizar estas tarefas
variadas, as regiões do sistema digestivo têm estruturas modificadas e especializadas.

Mucosa Oral
É constituída por epitélio pavimentoso estratificado (não queratinizado) e por tecido
conjuntivo subjacente, e pode ser dividido em três tipos: mucosa de revestimento –
composta por epitélio não queratinizado superposto a tecido conjuntivo denso não
modelado, porém mais frouxo, mucosa mastigatória – constituído por epitélio
pavimentoso estratificado paraqueratinizado ou completamente queratinizado e por
tecido conjuntivo denso não modelado subjacente e mucosa especializada – as regiões
da mucosa oral que possuem corpúsculos gustativos (superfície dorsal da língua e áreas
do palato mole e da faringe) estão cobertas por uma mucosa especializadas para a
percepção do gosto.
Os ductos dos três pares de grandes glândulas salivares (parótidas, submandibulares e
sublinguais) abrem-se na cavidade oral, lançando saliva que umedece a boca. Estas
glândulas também produzem e libera amilase salivar, a fim de quebrar carboidratos, a
lactoferrina e a lisozimas, agentes antibacterianas e outros. Alem disso, as pequenas
glândulas salivares, situadas no tecido conjuntivo da mucosa oral, reforçam o fluxo de
saliva para a cavidade oral
Os lábios formam o limite anterior, enquanto as pregas palatoglossais formam o limite
posterior da cavidade oral, as estruturas da cavidade bucal são: os lábios, dentes e as
estruturas associadas, o palato e a língua.

Lábios
Podem ser divididos em 3 regiões:
O aspecto externo do lábio é coberto por pele fina à qual estão associados glândulas
sudoríparas, folículo piloso e glândulas sebáceas. Esta região é contínua com a zona
vermelha, região rosada do lábio, que também esta coberta por pele fina, porém é
destituída de glândulas sudoríparas e folículos pilosos. A última região é a mucosa
(interna) do lábio sempre está úmida e é revestida por epitélio pavimentoso
estratificado não queratinizado.
O tecido conjuntivo subepitelial é do tipo denso não modelado e contem principalmente
pequenas glândulas salivares mucosas.

Dentes
Os seres humanos possuem dois conjuntos de dentes: 20 decíduos (de leite), que são
substituídos por 32 dentes permanentes (do adulto).
Os vários dentes têm características morfológicas, número de raízes e funções
diferentes, tais como agarrar a presa, cortar um pedaço grande em pedaços menores,
macerar os pedaços para formar um bolo.
Os componentes mineralizados são o esmalte – é o mais resistente e também o tecido
mais mineralizado do corpo, dentina – é um tecido conjuntivo avascular, mineralizado,
especializado que forma o corpo do dente, suportando e compensando a fragilidade do
esmalte. A dentina é recoberta pelo esmalte na sua porção coronária e pelo cemento na
porção radicular e cemento – é um tecido mineralizado especializado que recobre a
superfície da raiz. Tem muitas características comuns com o tecido ósseo do dente,
entretanto o cemento não contém vasos sanguíneos nem linfáticos, não possui inervação
e não entra em reabsorção fisiológica. A parte interna do dente é a polpa – um tecido
conjuntivo altamente vascularizado e inervado, esta envolvida pela dentina e se
comunica com o ligamento periodontal através do forame apical.

Odontogênese - Formação da Lâmina Dentária


Quando o embrião está com 6 a 7 semanas de V.I.U., certas áreas do epitélio bucal
começam a proliferar numa proporção mais rápida do que as células das áreas
adjacentes, formando uma faixa de epitélio, que será o futuro arco dentário. À medida
que as células epiteliais da camada basal se multiplicam, invaginam em direção ao
ectomesênquima, que começa a sofrer uma condensação. A borda dessa banda epitelial
divide-se em dois processos: um direcionado mais para vestibular, recebendo a
denominação de lâmina vestibular,e outro direcionado mais profundamente (para
lingual ou palatina) conhecido como Lâmina Dentária. Ao longo do comprimento da
lâmina dentária, a atividade proliferativa contínua levará a formação de uma série de
tumefações epiteliais localizadas - 10 pontos no arco superior e 10 pontos no arco
inferior - que correspondem às posições dos futuros dentes decíduos.
Com a contínua proliferação e progressiva histodiferenciação das células ectodérmicas
do órgão dental e ectomesênquima adjacente, as modificações que se processam na
forma do germe dental em desenvolvimento pode ser dividido didáticamente, em três
estágios:
1. Botão ou broto dental;
Representa o esboço inicial da fase do desenvolvimento do órgão dentário. Nesta
etapa, o ectoderma forma maciços celulares arredondados em 10 pontos diferentes
da lâmina dentária, que correspondem a posição dos futuros dentes decíduos, em
cada futuro arco dentário, superior e inferior.
A formação dos botões dentários tem início num embrião de 23 mm
aproximadamente. Os botões correspondentes aos vários dentes, surgem em
períodos diferentes na lâmina dentária.
Os primeiros a aparecerem são da região anterior da mandíbula, que corresponderão
aos futuros incisivos inferiores.
Nos botões dentários, as células apoiadas na lâmina basal, estão em continuidade
com as células da camada basal do epitélio da mucosa bucal.
Nesta fase o germe dentário aumenta de volume, pois, verifica-se uma atividade
mitótica muito grande com rápida proliferação, tanto do epitélio como das células
ectomesenquimais, que estão condensadas ao redor do botão dentário.
2. Capuz ou casquete;
Proliferação
Conforme o botão dentário se prolifera, aumenta de tamanho e muda de forma,
devido ao crescimento desigual em diferentes áreas do botão. Este crescimento leva
a formação da etapa de capuz, o qual se caracteriza por uma invaginação do epitélio
no ectomesênquima subjacente. Nesta fase as células epiteliais são esferóides e estão
ordenadas e separadas por pequena quantidade de substância intercelular.
Nesta etapa de desenvolvimento, já começa a se esboçar todos os elementos
formativos do dente e de seus tecidos de suporte. O conjunto de células
ectodérmicas, que lembram um capuz, é denominado Órgão Dental, responsável
pela formação do esmalte dentário, pela estabelecimento da forma da coroa, pelo
inicio da formação da dentina e pelo estabelecimento da junção dento gengival. A
população de células ectomesenquimais condensadas, localizadas na concavidade do
órgão dental é chamada de Papila dentária, a qual formará a dentina e a polpa. As
células ectomesenquimais que envolvem o órgão do esmalte e a papila dentária
constituem o folículo dentário ou saco dentário, incumbidas de formarem o
cemento, ligamento periodontal e osso alveolar, estruturas de sustentação do órgão
dentário.
Em alguns germes dentários em desenvolvimento, ocorre nesta fase, um acúmulo de
células justapostas no centro do órgão do esmalte, o nó ou nódulo do esmalte.
Muitas vezes o nó de esmalte é contínuo com o cordão do esmalte, coluna de células
que ligam o epitélio interno ao epitélio externo. Estas estruturas são temporárias e
não estão necessariamente em todos os dentes.
3. Campânula
Nesta fase, observa-se um crescimento mais exagerado das bordas do capuz e
concomitantemente há maior diferenciação das células epiteliais, definindo a fase de
campânula ou fase de germe dentário propriamente dito.
A massa de células epiteliais até então semelhantes, por meio de modificações
chamadas histodiferenciação, transformam-se em componentes morfologicamente
distintos.

O órgão dental é constituído das seguintes partes:


 Epitélio dental interno: o epitélio interno do esmalte consiste de uma camada de
células que se diferenciam em ameloblastos, tornando-se células cilíndricas altas.
Possuem um diâmetro de 4 a 5 micrômetros e cerca de 40 micrômetros de altura.
Vistos em corte transversal, apresentam a forma hexagonal. Os ameloblastos são
células formadoras de esmalte e antes de sua total diferenciação, exercem uma
influencia organizadora sobre as células ectomesenquimatosas da papila dentária
que, por sua vez, se diferenciam em odontoblastos. O epitélio interno tem portanto,
função formadora e indutora.

 Estrato intermediário: é constituído de 2 a 3 camadas de células pavimentosas,


situadas entre o epitélio dental interno e o retículo estrelado. Estão unidas entre si,
com as células do retículo estrelado e com o epitélio dental interno por
desmossomas. Esta camada de células é de grande importância para a formação do
esmalte, elaboram fosfatase alcalina, enzima necessária para a mineralização da
matriz de esmalte. Sendo assim, podemos considerar o estrato intermediário em
conjunto com as células do epitélio interno, como uma única entidade funcional,
responsável pela formação do esmalte.

 Retículo estrelado: As células que estão situadas na parte central do órgão dental
tornam-se afastadas entre si, pelo acúmulo de fluído intercelular. As células
assumem uma forma estrelada, com longos prolongamentos que se anastomosam
com diversos tipos de junções celulares.
Os espaços entre as células estreladas, são preenchidos por um fluído mucóide, rico
em albumina (glicosaminoglicanas), o que confere ao órgão dental uma consistência
almofadada, a qual irá mais tarde proteger as delicadas células formadoras de
esmalte.

 Epitélio dental externo: As células do epitélio do órgão dental achatam-se tomando a


forma de cubos baixos. No final da fase em campânula, na etapa preparatória e
durante a formação do esmalte, o epitélio externo do órgão dental que apresentava
anteriormente uma superfície lisa, dispõe-se agora, em pregas. Entre essas pregas
infiltram-se papilas provenientes do ectomesênquima adjacente do saco dentário,
onde se acumulam capilares, que proporcionam um suprimento nutritivo rico, para a
intensa atividade metabólica do órgão do esmalte, que como se sabe é avascular.
Observação: a junção do epitélio interno com o epitélio externo na borda do órgão
dental é conhecida como alça cervical.

Estruturas associadas aos dentes


As estruturas associadas aos dentes são ligamento periodontal – é um tecido conjuntivo
denso não modelado cujos principais grupos de fibras, compostas por colágeno tipo I,
mantêm o dente suspenso em seu alvéolo, alvéolo – é um soquete ósseo dentro do qual
está suspenso pelas fibras do ligamento periodontal, contém a raiz do dente e estão
separados pelo septo interalveolar e a gengiva – está presa à superfície do esmalte por
um epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado, cuneiforme, denominado
epitélio de união. Este epitélio cria uma barreira resistente entre cavidade oral, cheia de
bactérias e o tecido conjuntivo da gengiva.

Palato
É constituído pelo palato duro – ocupa uma posição anterior é fixo e recebe seu nome
por conter uma prateleira óssea, apresenta mucosa mastigatória na superfície oral do
palato duro é constituído por epitélio pavimentoso estratificado queratinizado assentado
sobre tecido conjuntivo denso não modelado e o aspecto nasal esta coberto por epitélio
respiratório com manchas ocasionais de epitélio pavimentoso estratificado não
queratinizado, palato mole – é móvel e seu eixo central é constituído por músculo
esquelético responsável por seus movimentos, está coberta pela mucosa de
revestimento, constituída por epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado e
tecido conjuntivo denso não modelado subjacente contendo pequenas glândulas
salivares mucosas, que são continuas com as do palato duro, o epitélio do aspecto nasal
assim como o do palato duro é do tipo colunar ciliado pseudo-estratificado e a úvula,
separa a cavidade oral da cavidade nasal.

LÍNGUA
É a maior estrutura da cavidade oral. Sua grande mobilidade lhe é dada por seu principal
constituinte, a grande massa de fibras musculares entrelaçados – músculos extrínsecos,
que são responsáveis pela movimentação da língua para dentro e para fora da boca,
assim como pela movimentação lateral e os músculos intrínsecos que alteram a forma
da língua, estão dispostos em quatro grupos: superior e inferior longitudinal , vertical e
transverso.

Papilas linguais ou gustativas


Existem quatro tipos de papilas:
Filiformes – são estruturas delgadas que dão o aspecto aveludado à superfície dorsal;
Fungiformes – assemelham-se a um cogumelo cujo pedículo liga um chapéu largo à
superfície da língua;
Foliadas – estão localizadas ao longo do aspecto posterolateral da língua, estas papilas
têm corpúsculos gustativos funcionais no recém-nascido, mas estes degeneram no
segundo ou terceiro ano de vida;
Circunvaladas – estão dispostas em V imediatamente anteriores ao sulco terminal.

Corpúsculo gustativo
São órgãos sensoriais intra-epiteliais, que agem na percepção do gosto. O processo da
percepção de gostos complexos é causado mais pelo aparelho olfativo do que pelos
corpúsculos gustativos, como evidenciados pela diminuição da capacidade gustativa das
pessoas com congestão nasal.

Canal Alimentar
É continuação da cavidade oral é a porção tubulosa do trato digestivo. É nele que os
alimentos sofrem todo processo de “degradação” e a absorção dos nutrientes, é
composto pelo esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso.
Todo o canal apresenta a seguintes camadas, porém cada região do trato pode apresentar
modificações e especialização distintas.
Mucosa – é a camada epitelial que reveste a luz do canal, e apresentam uma subcamada
de tecido conjuntivo denominada lamina própria, este tecido conjuntivo contem muita
vascularização, glândulas como os vasos e nódulos linfáticos e ainda apresentam uma
outra subcamada a muscular da mucosa, uma capa bimuscular lisa dispostas em interna
(circular) e externa (longitudinal);
Submucosa – é composta por uma camada de tecido conjuntivo fibroelastico denso não
modelado. Não contêm glândulas, exceto no esôfago e no duodeno. Possui ainda vasos
sanguíneos e linfáticos e mais um componente do sistema nervoso entérico (plexo
submucoso de Meissner), que controlam a motilidade da mucosa e a atividade secretora
de suas glândulas (Parassimpático);
Muscular externa – é responsável pela atividade peristáltica, que movimenta o conteúdo
da luz ao longo do trato. Esta camada geralmente é constituída por músculos lisos e
apresentam duas camadas a interna – circular e a externa – longitudinal. Apresenta um
segundo componente do sistema nervoso entérico (o plexo mientérico de Auerbach),
que regulam a atividade da musculatura externa. (Parassimpático). Os músculos desta
camada têm uma disposição helicoidal.
Serosa (adventícia) – envolver a camada muscular externa é uma camada delgada de
tecido conjuntivo.

Inervação do trato digestivo


É composto pelo sistema nervoso entérico (auto suficiente) é o principal fator de
controle mas é “controlado” pelos componentes simpáticos e parassimpáticos.

 Sistema nervoso entérico, esta presente em todo o trato e controla as funções de


secreção e motilidade do canal alimentar. Apresentam dois plexos (o mienterico de
Aurebach e submucoso de Meissner) que exercem diferentes funções.
 Parassimpático e simpático do trato digestivo, a inervação parassimpática é recebida
através do nervo vago. Esta inervação estimula o peristaltismo, inibe os músculos
dos esfíncteres e desencadeia a atividade secretora. Os nervos simpáticos inibem o
peristaltismo e ativam os músculos dos esfíncteres.

ESÔFAGO
É um tubo muscular que transporta o bolo alimentar da orofaringe ate o estomago

A camada muscular esofágica é composta por um epitélio pavimentoso estratificado não


queratinizado, lamina própria, e muscular da mucosa. Disperso pela camada epitelial
encontram-se células apresentadoras de antígenos (células de Langerhans) que
fagocitam e cindem antígenos;
Lamina própria contém as glândulas cardíacas esofágicas, produzem muco, que cobre o
revestimento do esôfago, lubrificando-o para proteger o epitélio quando passa o bolo
alimentar;
Submucosa esofágica é constituída por tecido conjuntivo denso não modelado e
apresentam glândulas esofágicas propriamente ditas;
Muscular externa e adventícia é composta por células musculares esqueléticas e lisas. O
esôfago está coberto por uma adventícia até o ponto em que perfura o diafragma.
O esôfago não possui um esfíncter anatômico, mas possui dois esfíncteres fisiológicos
(faringeoesofágico e o gastresofágico) que impedem o reflexo do esôfago para a faringe
e do estomago para a faringe, respectivamente.
ESTÔMAGO
É responsável pelo processamento do alimento ingerido, transformando-o em um fluido
ácido, espesso, denominado quimo. Este órgão liquefaz os alimentos, continuando a
digeri-los através da produção do HCl e das enzimas pepsina, renina e lípase gástrica,
assim como produz hormônio parácrino (gastrina).
As regiões:
 Cárdia, região estreita, situada na junção gastresofágica;
 Fundo, região em forma de domo;
 Corpo, a maior região e que é responsável pela formação do quimo;
 Piloro, porção estreita, afunilada e apresenta o esfíncter piloro que é responsável
pelo controle da liberação do quimo.
Todas as regiões do estomago apresentam rugas, que desaparecem quando o estoma se
distende.
As células da região fúndica do estomago

Histofisiologia do estômago
O revestimento interno e as glândulas do estomago produzem e liberam secreções na luz
do estomago; estas secreções são compostas por água, HCl, fator gástrico intrínseco,
pepsinogênio, renina, lípase gástrica, muco visível e muco solúvel.
Esvaziamento do conteúdo gástrico
A contração coordenada da musculatura externa e o relaxamento momentâneo do
esfíncter do piloro tornam possível o esvaziamento do estômago através da passagem de
pequenas alíquotas de quimo para o duodeno. Os fatores que facilitam o esvaziamento
são o grau de distensão do estômago e a ação da gastrina, um hormônio que estimula a
contração da musculatura externa da região pilórica e o relaxamento do esfíncter
pilórico. Os fatores que inibem o esvaziamento incluem a distensão do duodeno,
excesso de gorduras e de carboidratos, assim como o aumento da osmolaridade e o
excesso de acidez do quimo no duodeno. Estes fatores ativam um mecanismo nervoso
de retroalimentação estimulando a liberação de colecistoquinina, que age contra a
gastrina e da liberação do peptídio inibidor gástrico, que também inibe a contração
gástrica.

A produção do HCl
O HCl não somente quebra material alimentar, mas também ativa a proenzima
pepsinogênio, que se torna a enzima pepsina.
A secreção de HCl ocorre em três fazes
Cefálica – é causada por fatores psicológicos (ex. cheiro e pensamento) é induzido por
impulsos do parassimpático trazidos pelo nervo vago causando a liberação de
acetilcolina;
Gástrica – resultado da presença de alguns alimentos no estômago é induzido pelos
hormônios parácrinos gastrina e histamina (são liberados pelas células DNES) e pela
substância neurócrina acetilcolina (liberada pelo nervo vago);
Intestinal – causada pela presença de alimentos no intestino delgado é induzido pelo
hormônio endócrino gastrina, liberada pelas células G do intestino delgado.
A produção do HCl Gástrico inicia-se quando a gastrina, a histamina e a acetilcolina
ligam-se à membrana plasmática basal das células parietais. A inibição da liberação do
ácido é efetuada pelos hormônios somatostatina age sobre as células G e células CSE
impedindo que liberem gastrina e histamina, protaglandina, peptídio inibidor gástrico
(GIP) agem diretamente sobre as células parietais e inibem sua capacidade de produzir
ácido.

INTESTINO DELGADO
A digestão começa na cavidade oral e continua no estômago e no intestino delgado (é a
região mais longa do trato alimentar). Esta dividido em três regiões: duodeno, jejuno e
íleo, estas regiões apresentam pequenas características que permitem sua identificação.
Digere material alimentar e absorve produtos finais do processo digestivo. A primeira
região, o duodeno, recebe enzimas e tampão alcalino do pâncreas e bile do fígado. Além
disso, células epiteliais e glândulas da mucosa produzem tampões e enzimas que
facilitam a digestão.

Características histológicas comuns


As pregas circulares (valas de Kerckring) são dobras transversais que envolvem a
submucosa e a mucosa formando elevações semicirculares ou mesmo helicoidais, são
estruturas permanentes do duodeno e do jejuno terminam na metade próxima do íleo.
Aumentam a área da superfície.
As vilosidades são protrusões, digitiformes ou foliáceas, da lamina própria coberta por
epitélio. O eixo central de cada vilosidade contem alças capilares, um canal linfático e
algumas fibras musculares lisas, contidas em um tecido conjuntivo frouxo, rico em
células linfóides. São permanentes e mais numerosas no jejuno e no íleo. Aumentam a
área da superfície.
As microvilosidades, são modificações do plasmalema apical das células epiteliais que
recobrem as vilosidades intestinais. Aumentam a área da superfície.
Invaginaçoes do epitélio na lamina própria, entre as vilosidades, formam as glândulas
intestinais ou criptas de Lieberkühn, que também aumentam a área da superfície.

Mucosa intestinal é composta por três camadas:


Epitélio colunar simples, recobre as vilosidades e sua proximidades, é composto por
células absortivas superficiais, células caliciformes e células DNES.
Lamina própria, o tecido conjuntivo frouxo forma o eixo central das vilosidades e se
elevam acima da superfície do intestino delgado, apresentam as criptas de Lieberkühn,
células regeneradoras e as células de Paneth, que produzem o agente antibacteriano
lisozima.
Muscular da mucosa é composta por uma camada circular interna e uma longitudinal
externa de músculo liso.

Submucosa
É composta por tecido conjuntivo denso, não modelado, fibroelastico, com um rico
suprimento linfático e vascular. A inervação intrínseca da submucosa, provem do plexo
de Meissner do parassimpático. A submucosa do duodeno é diferente, pois contém
glândulas de Brunner (produzem um fluido mucoso, rico em bicarbonato, assim como
urogastrona).

Muscular externa e serosa


Esta camada do intestino delgado é composta por camada circulares interna e uma
externa longitudinal. O plexo mientérico de Auerbach constitui o suprimento nervoso
intrínseco da capa muscular externa, que é responsável pela atividade peristáltica do
intestino delgado.

Diferenças regionais
Duodeno – recebe a bile do fígado e sucos digestivos do pâncreas, através do ducto
biliar e do pancreático. Estes desembocam na luz do duodeno na papila duodenal (de
Vater). Difere do jejuno e do íleo por suas vilosidades que são largas, mais altas e mais
numerosas por unidade de área, ainda possui menos células caliciformes e possui as
glândulas de Brunner em sua submucosa.
Jejuno – as vilosidades são mais largas, mais altas e mais numerosas do que as do
duodeno, maior numero de células caliciformes.
Íleo – as vilosidades são mais escassas, mais curtas e em sua lamina própria contém
glândulas permanentes de nódulos linfáticos.

Atividades do intestino delgado


Imunológica – produz a imunoglobulina A, pelos plasmócitos é recirculada através do
fígado e da vesícula biliar;
Secretora – as glândulas secretam muco e um fluido aquoso em resposta a estimulo
nervoso hormonal. As células DNES do intestino delgado produzem numerosas
hormônios que influenciam os movimentos do intestino delgado e ajudam a regular a
secreção de HCl gástrico e a liberação da secreção pancreática.
Movimento – o intestino delgado participa de dois tipos de contração: mistura e
propulsão.
Digestão – este processo é intensificado no duodeno por enzimas provenientes do
pâncreas exócrinos.
Absorção – a água, aminoácidos, íons e monossacarídeos penetram nas células
absortivas superficiais e são liberadas no espaço intercelular através da membrana
basolateral. Estes nutrientes então penetram no leito capilar e são transportados para o
fígado onde são processados.

INTESTINO GROSSO
O intestino grosso é dividido em: ceco e apêndice vermiforme, cólon
ascendente, cólon transverso, cólon descendente, sigmóide, reto e canal anal.
As principais função do intestino grosso é a de formação, transporte e evacuação
das fezes e por isso ele é dotado da capacidade de absorção e secreção de muco.
O intestino grosso tem como características externas bolsas que são
denominadas haustros, possui também acúmulos de gordura que são os apêndices
epiplóicos e por fim fitas de músculos lisos denominadas tênias cólicas.

 CECO
O ceco é a parte do intestino grosso que esta abaixo da entrada do íleo. Ele
possui duas aberturas que são para o apêndice epiplóico e para o íleo, sendo que na
abertura para o íleo existe uma valva, composta por dois lábios, e que evita, por
exemplo a passagem de contrastes radiopacos para o íleo.

 APÊNDICE VERMIFORME
O apêndice vermiforme tem mais ou menos 10 cm de comprimento, é um órgão
oco e muscular que possui em sua mucosa tecido linfóide. Por isso é que ele tem função
de defesa contra micro-organismos neste local do tubo digestivo.
Sua inflamação é denominada apendicite e esta deve ser tratada precocemente.

 CÓLON ASCENDENTE
O cólon ascendente é a continuação superior do ceco e termina-se na flexura
cólica direita(flexura hepática), e possui em seu interior pregas características do
intestino grosso denominadas semi-lunares.

 CÓLON TRANSVERSO
O cólon transverso inicia-se na flexura cólica direita e termina na flexura cólica
esquerda(flexura esplênica). É um local onde as fezes normalmente ficam acumuladas e
por isso ele pode ser encontrado até mesmo na altura da pelve.

 CÓLON DESCENDENTE
É o mais estreito dos cólons e por isso que tumores ai localizados causam
obstrução intestinal com grande freqüência. Ele inicia-se na flexura cólica esquerda e
termina no cólon sigmóide.

 CÓLON SIGMÓIDE
O cólon sigmóide tem a forma de um S. Ele corre da esquerda para a direita tendo
também um componente anterior e depois um componente posterior terminando
finalmente no reto. É local onde as fezes também encontram-se acumuladas.

GLÂNDULAS ANEXAS
Pâncreas
O pâncreas é uma glândula
mista, de mais ou menos 15 cm
de comprimento e de formato
triangular, localizada
transversalmente sobre a parede
posterior do abdome, na alça
formada pelo duodeno, sob o
estômago. O pâncreas é
formado por uma cabeça que se
encaixa no quadro duodenal, de
um corpo e de uma cauda
afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung e de
Santorini. O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco na ampola de
Vater. O pâncreas comporta dois órgãos estreitamente imbricados: pâncreas exócrino e
o endócrino. O pâncreas exócrino produz enzimas digestivas, em estruturas reunidas
denominadas ácinos. Os ácinos pancreáticos estão ligados através de finos condutos,
por onde sua secreção é levada até um condutor maior, que desemboca no duodeno,
durante a digestão.
O pâncreas endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon, já trabalhados no
sistema endócrino.

Fígado
É o maior órgão interno, e é ainda um
dos mais importantes. É a mais
volumosa de todas as vísceras, pesa
cerca de 1,5 kg no homem adulto, e na
mulher adulta entre 1,2 e 1,4 kg. Tem
cor arroxeada, superfície lisa e recoberta
por uma cápsula própria. Está situado no
quadrante superior direito da cavidade
abdominal.

O tecido hepático é constituído por formações diminutas que recebem o nome de lobos,
compostos por colunas de células hepáticas ou hepatócitos, rodeadas por canais
diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos. Estes
canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da
vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno.
As células hepáticas ajudam o sangue a assimilar as substâncias nutritivas e a excretar
os materiais residuais e as toxinas, bem como esteróides, estrógenos e outros
hormônios. O fígado é um órgão muito versátil. Armazena glicogênio, ferro, cobre e
vitaminas. Produz carboidratos a partir de lipídios ou de proteínas, e lipídios a partir de
carboidratos ou de proteínas. Sintetiza também o colesterol e purifica muitos fármacos e
muitas outras substâncias. O termo hepatite é usado para definir qualquer inflamação no
fígado, como a cirrose.

Funções do fígado:
 Secretar a bile, líquido que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas,
facilitando, assim, a ação da lipase;
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar
glicogênio, que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é
reconvertido em moléculas de glicose, que são relançadas na circulação;
 Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
 Metabolizar lipídeos;
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de
coagulação e de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do
organismo;
 Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua
hemoglobina em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.

Bibliografia da apostila

GARTNER, Leslie P. HIATT, James L. TRATADO DE HISTOLOGIA em Cores.


3ª. ed. São Paulo – SP: Elsevier . 2007

JACOB, Stanley W. FRANCONE, Clarice A. LOSSOW Walter J. Anatomia e


Fisiologia Humana. 5ª. ed. Rio de Janeiro – RJ: Guanabara Koogan

HOWLAND, Richard D. MYCEK, Mary J. Farmacologia Ilustrada. 3ª.ed. Rio Grande


do Sul: Artmed

SILVA, Penildon. Farmacologia. 7ª. ed. Rio de Janeiro – RJ: Guanabara Koogan

HALL, John E. GUYTON, Arthur C. Tratado de Fisiologia Médica. 11ª. ed. São
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