You are on page 1of 15

HISTÓRICO E SITUAÇÃO ATUAL DO ATENDIMENTO À CRIANÇA DE

0 A 6 ANOS DE BAIXA RENDA NO BRASIL


O EXEMPLO DE NITERÓI1

Maria Vittoria Pardal Civiletti2


Angela Meyer Borba3

RESUMO

O presente trabalho discute as origens da creche no Brasil desde a época da colônia, quando
começou a ser defendida sua existência, até os dias atuais. Aponta as rupturas e os continuísmos
do atendimento, sobretudo em relação à população de baixa renda. Finaliza exemplificando com a
situação atual do atendimento à população de baixo poder aquisitivo do município de Niterói, onde
foi realizado um levantamento das condições de atendimento nas creches filantrópicas e
comunitárias e vem sendo desenvolvido um projeto de assessoria pedagógica às creches
comunitárias.

PALAVRAS-CHAVE:
EDUCAÇÃO INFANTIL - CRECHE - FORMAÇÃO DO PROFESSOR

A educação infantil no Brasil, embora obrigatória por lei desde 1988, atende ainda a uma

pequena parcela da população de baixa renda. O escasso atendimento existente possui muitas

vezes características apenas de guarda de crianças, apresentando pouca preocupação com o

processo educacional e o desenvolvimento infantil. O Setor de Educação Infantil da Faculdade de

Educação da Universidade Federal Fluminense preocupado com as políticas públicas de

atendimento à população de 0 a 6 anos e a formação do educador que atende essas crianças,

sentiu a necessidade de mapear a situação do atendimento a esta faixa etária por instituições não

governamentais no Município de Niterói, em virtude da indisponibilidade destes dados. A criação

de um banco de dados destas instituições teve como objetivo criar subsídios para a capacitação de

professores e assessoria pedagógica. Este trabalho vincula-se ao Núcleo Multidisciplinar de

Pesquisa, Extensão e Estudo da Criança de 0 a 6 anos da Universidade Federal Fluminense que

vem, desde 1988 , prestando assessoria pedagógica a creches que atendem à população de baixa

renda no Município de Niterói.

O município possui, segundo o censo de 1991 do IBGE, 436.155 habitantes, sendo o

quinto município mais populoso do Estado do Rio de Janeiro. Nas décadas de 60/70, verificou-se o

1
As autoras agradecem às alunas e ex-alunas Ana Paula Lanter, Anésia Gilio, Liana Pessoa, Márcia
Nunes, Penha Mabel Nascimento e Valquíria Gonçalves pela colaboração prestada na realização do
presente trabalho.

2
Doutora em Psicologia pela UFRJ.
Prof. Adjunto da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense
e.mail: mvittoria@bigfoot.com.br

3
Mestre em Educação pela PUC/RJ.
Prof. Assistente da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense
e.mail: ameyer@hexanet.com.br
aprofundamento do processo de periferização urbana, com o aumento das áreas de moradia das

populações de baixa renda, provenientes, sobretudo de outros municípios da Região Metropolitana

do Rio de Janeiro e do interior do Estado. Neste sentido o governo vem se estruturando para

atender a esta demanda, principalmente na área da saúde e da educação.

Os dados relativos à composição etária do Município revelam que 29,5% da população era

jovem. Destes, 10,6% tinham até seis anos de idade; 13,9% estavam em idade escolar (sete a

quatorze anos) e somente 5% eram adolescentes (quinze a dezessete anos).

Examinando-se os dados sobre os rendimentos percebidos pelos chefes de domicílio de

Niterói, observa-se que quase um terço deles vivia em situação de pobreza: 31,8% tinha renda

média de até dois salários-mínimos mensais, proporção inferior àquela encontrada para a região

(43,7%). Cerca de 19,3% declaram ter renda mensal entre cinco e dez salários-mínimos e 22,5%

tinham renda superior a dez salários-mínimos mensais. (Brasil, IBGE, 1996)

A observação dessas informações permite dizer que cerca de um terço da população do

Município é muito pobre, tendo em vista que os chefes de domicílio, geralmente, são responsáveis

por 75% da renda domiciliar. A proporção de crianças menores de seis anos de idade que residiam

em domicílios cujos chefes não ganhavam mais de dois salários-mínimos por mês era de 40,8%,

percentual que corresponde a 19.120 crianças. Segundo levantamento realizado pela Prefeitura de

Niterói (1996, p.34) o Município dispõe de 8.073 vagas em creches e pré-escolas públicas

(estaduais e municipais), filantrópicas e comunitárias, disponíveis para a população de baixa

renda. Mesmo que estas vagas fossem utilizadas exclusivamente pelas crianças que residem em

domicílios cujos chefes não ganham mais de dois salários-mínimos por mês, haveriam vagas

apenas para 42.2% da demanda potencial do Município.

Do total de instituições de educação infantil encontradas no município, foram cadastradas e

participaram da pesquisa 21 creches não públicas, sendo 16 filantrópicas, atendendo a 1.574

crianças, e 5 comunitárias, atendendo a 195 crianças. Para todas foi preenchido um questionário

de avaliação quantitativa, que investigou as condições das instalações das creches e o nível de

escolaridade e condições trabalhistas dos profissionais (tipo de vínculo, carga horária, salário,

tempo de serviço). Foi também preenchido um relatório qualitativo que versou sobre a concepção

de educação adotada.

As creches filantrópicas são em geral mais antigas que as comunitárias. Possuem de 4 a 49

anos, tendo uma média de 19 anos. Já as comunitárias têm de 2 a 12 anos , com uma média de 5

anos de existência.

Embora atendam ao mesmo público  famílias com renda de até um salário mínimo, cujas

mães são predominantemente empregadas domésticas  as creches filantrópicas contam com

melhores recursos humanos e materiais do que as comunitárias, devido ao fato de estarem


predominantemente ligadas a ordens religiosas. Em contrapartida, o trabalho pedagógico nelas

executado prioriza a obediência, valorizando a transmissão de ‘valores morais’, com

características restritivas e autoritárias. Já as creches comunitárias, por sua própria origem de luta

e mobilização popular, são menos autoritárias e mais abertas ao novo.

Os dados encontrados podem ser facilmente compreendidos quando se analisam as origens

históricas destas duas modalidades de atendimento. As creches filantrópicas têm sua origem

ligada ao movimento higienista que se desenvolveu ao longo do século XIX, dentro das faculdades

de medicina, desembocou na organização de instituições particulares de proteção à infância. A

preocupação com a mortalidade infantil, o combate ao aleitamento mercenário, a aliança da

medicina com as mulheres das classes abastadas, assim como a difusão de ensinamento às mães

pobres continuarão sendo a finalidade do movimento. A filantropia se põe a serviço do Estado para

assegurar uma população adulta moral e fisicamente saudável. A creche, que sai do plano do

discurso e ganha uma existência factual, será marcada por essas características.

Em 1899, Moncorvo Filho funda o Instituto de Proteção e Assistência à Infância do Rio de

Janeiro, que tinha em meio a seus objetivos, o fomento à criação de asilos de maternidade e

creches. Com efeito, em 1908 é inaugurada a creche Sra. Alfredo Pinto. O modelo de atendimento

é médico. As atendentes são enfermeiras com uniforme branco e touca com cruz vermelha na

cabeça. Paredes e chão são cobertos de azulejos e os berços, mesas, cadeiras e armários, são de

ferro. Numa série de fotografias realizadas em 1929, por ocasião da inauguração de um novo

edifício do Instituto (Moncorvo Filho, 1931), não se vê um único brinquedo nem é feita menção à

realização de atividades pedagógicas.

Vinte anos após a criação do Instituto, o poder público se mantém omisso, o que leva

Moncorvo Filho a criar o “Departamento da Criança no Brasil”. Dentre as finalidades do órgão

encontramos o incentivo à criação de creches, escolas maternas e jardins de infância. Dez anos

depois, aquele departamento registrava a existência de apenas dez creches em diferentes

cidades.

O modelo médico e o pavor ao contágio prevalecem e têm em Fernandes Figueira sua

mais alta expressão.

“A creche - escreveu ele - há de dividir-se em dois compartimentos


essenciais: quarentena e asilo. Naquele demorarão separados por alguns dias
os entrados que somente no caso de reconhecidos sem perigo para os outros, a
eles se juntarão. No asilo agrupam-se, duas a duas, crianças sãs, e ainda assim
isoladas por biombo ou simples cortinas. Espirra uma criança ? Não comunicará
com as outras. Surge diarréia num internado? Seqüestremo-lo quanto antes.
Fraldas, lençóis, toalhas, etc.., passarão pela estufa. Mamadeiras e bicos
rigorosamente limpos. Termografo, barometro e hidrometro nos informarão das
condições metereológicas. As amas de leite se as há, serão examinadas
quotidianamente para que não transmitam a menor infecção”. (Vasconcelos &
Sampaio, 1938, pp. 230-231)
“As mães serão ordenhadas pela manhã”. (Vasconcelos & Sampaio, 1938,
p.235)

A higiene porém não se esgota na prevenção dos males físicos. Também os morais

precisam ser combatidos. Em sua série de conferências para mães pobres, pronunciadas entre

1901 e 1907, Moncorvo Filho define Higiene como

“a parte da medicina que cuida da saúde das pessoas, estabelecendo


regras do modo de viver com cuidados inprescindíveis sobre a habitação, a
alimentação, o vestir, o dormir, a educação, etc.” (Monvorvo Filho et alii, 1907,
p. 1)

Efetivamente, as conferências sobre higiene infantil não se limitam ao âmbito restrito da

medicina, mas também a fatos ligados aos costumes, como o uso da chupeta, ingestão de bebida

alcoólica por parte dos pais, jogos infantis e educação propriamente dita: se é correto ou não

bater na criança, que exemplos lhe devem ser dados, quando devem ser enviados à escola, etc.

O não seguimento de tais conselhos é, para os higienistas, a principal causa da

delinquência infantil. Vicente Piragibe, em um artigo de 1937 (apud Vasconcelos & Sampaio,

1938), aponta dois fatores causais para a delinquência: os hereditários e os ambientais. Dentre os

primeiros situam-se a sífilis e o alcoólismo. Quanto à influência do meio, esta se concretiza

através do ambiente familiar, aparecendo como fatores etiológicos: mãe que trabalha fora, pais

criminosos, lares mal constituídos, etc.

Vasconcelos & Sampaio (1938) diagnosticam de forma semelhante os problemas da

infância:

“A dissolução atual da família, a dissociação de seus elementos pelo


enfraquecimento da autoridade paterna, pela ausência diária da mulher no
recinto do lar, pela guarda dos menores em mãos mercenárias dão à família
moderna uma estrutura frágil e inconsciente.” (P. 8)

Para os higienistas, o trabalho feminino é portanto listado ao lado do vício, da doença

venérea, do crime e da fragilidade e inconsciência familiares. Como poderiam se sentir as mães

que trabalhavam e faziam uso das creches recém-criadas? Que tipo de atendimento e apoio estas

lhe prestavam?

Se o trabalho feminino em geral não interessava à sociedade e era condenado, havia um

tipo de atividade onde a mulher parecia ser imprescindível - o trabalho doméstico. Liberar a

mulher para exercê-lo, e bem formá-la para tal, não escapa às preocupações dos higienistas.

Numa conferência no Primeiro Congresso Americano da Criança, em Buenos Aires, uma

professora da Escola Normal de São João d’El -Rey defende uma solução curiosa. Alarmada com

os grandes perigos das amas-secas, que por pertencerem às camadas menos favorecidas,

acredita serem intelectualmente atrasadas e cheias de crendices, a conferencista defende

ardentemente a instrução para tarefas domésticas, das meninas mantidas em orfanatos. Com essa
finalidade aconselha a criação de creches e jardins de infância que lhes sejam anexos, onde as

futuras amas-secas receberiam treinamento adequado.

“Enquanto regorgitam de enclausuradas sem ideaes os orphanatos do Brasil,


luta a família brasileira pela obtenção de serviçaes domésticos, luta pela
libertação da crença do predomínio das amas-secas.” (Magalhães Pinto, 1917,
p.484)

Na realidade, a idéia de tornar os abandonados úteis ao Estado já era antiga. De

Chamausset em 1787 defende, na França, a utilização dos bastardos para tarefas nacionais, como

a colonização, a milícia e a marinha, tarefas para as quais eles estariam perfeitamente adaptados

pelo fato de não possuirem vínculos familiares (Donzelot, 1980, p. 16). Não eram também no

Brasil os meninos colocados na Roda, destinados ao Arsenal da Guerra à Marinha ou às oficinas

do Estado? ( Cony, s.d.). Segundo esta lógica, a conferencista propõe uma solução para um

grande problema denunciado pelos higienistas: os perigos da ama-seca.

Vasconcelos & Sampaio (1938) preocupados com as altas taxas de mortalidade das

crianças entregues às criadeiras, constatam que elas são, em sua maioria, filhas de empregadas

domésticas.

“A maioria das mães pobres, porém, trabalha no serviço doméstico. São


cozinheiras, copeiras, amas-secas, etc., profissões estas que implicam, quasi
sempre, permanencia contínua nas casas dos patrões. Acresce que as donas
de casa, por conveniência própria muito justa, recusam-se sistematicamente
receber empregadas que se façam acompanhar de seus filhos.” (Vasconcelos &
Sampaio, 1938, p.250)

O autor aponta a creche como solução para o problema e cita como exemplo o

atendimento da Casa do Pobre de Copacabana. Em seu relatório de 1934 a 1935, seus dirigentes

se expressam em relação à função e finalidade das creches em nosso meio:

“As creches de depósito sempre foram, ao nosso ver, das mais úteis
instituições para o combate à mortalidade infantil. As serviçais, na falta de
estabelecimentos como o nosso, são obrigadas a entregar seus filhos as
chamadas ‘criadeiras’, que capricham em aumentar o nosso obituário infantil
pela ignorância de quaisquer rudimentos de puericultura.” (Vasconcelos &
Sampaio, 1938, p. 229, grifos nossos)

Este autor reconhece porém ser a creche uma instituição pouco adequada à realidade de

vida da empregada doméstica. As que não dormem no emprego não possuem horário de trabalho

e as que o fazem não podem manter o filho junto a si.

“Por isso, ao lado da ampliação de nossa rêde de lactários e créches, na defesa


das crianças e no combate a mortalidade infantil, cumpre fixar o horário de
trabalho das mães domésticas, pelo menos nos seis primeiros meses que se
seguem ao parto.” (Vasconcelos & Sampaio, 1938, p. 250)
A solução adotada entretanto não foi a da fixação do horário de trabalho e sim a da

utilização do internato.

Rizzini (et alii, 1984) exemplifica este processo através do estudo de uma instituição

específica. Fundada em 1928, dedica-se até 1937 ao atendimento médico infantil em sistema

ambulatorial, distribuição de leite, medicamentos, enxovais para bebê e conselhos e ensinamentos

às mães. Em 1937, nesta instituição, criou-se uma creche destinada, segundo o relatório anual,

“exclusivamente às crianças de empregadas domésticas que, mediante


pequena contribuição, deixarão seus filhos internados por dois anos, fase essa
em que a criança tem mais necessidade de cuidados.”

Apesar de constar nos relatórios a fundação de uma creche, o que se formava, na realidade, era

um internato, onde as crianças permaneciam por toda a semana.

A ampla utilização, por muitos anos, dos termos creche, internato e orfanato para designar

o mesmo tipo de instituição - onde as crianças não retornam diariamente a seus lares - é em

grande parte responsável pelo preconceito social em relação à creche. Se os estudos sobre os

efeitos da creche, no desenvolvimento infantil, mostram não ser este prejudicado, o mesmo não

ocorre em relação aos internatos. Uma ampla e difundida literatura psicológica denuncia os efeitos

da separação mãe-filho (Bowlby, 1981) e das instituições totais (Goffman, 1974) .

Embora Vasconcelos aconselhe a creche para todas “as mulheres que são forçadas a

trabalhar” (1938, grifo nosso) e defenda “sua construção nas grandes casas de comércio e

indústria” (1938, p. 238), na prática, a maioria atenderá aos filhos de empregadas domésticas.

Numa relação do Departamento Nacional da Criança constam 87 creches registradas em todo o

país, até dezembro de 1937. Destas, 27 encontram-se no Rio de Janeiro, sendo apenas três

anexas a estabelecimentos industriais. Em todo o Estado de São Paulo existia apenas uma creche

de empresa neste período (Teles et alii, 1986).

Quais as causas do predomínio dessa população entre os usuários das creches? As

crianças de maior nível sócio-econômico estavam excluídas por motivos ideológicos óbvios. Afinal

os higienistas são unânimes em afirmar que “os filhos dos casais abastados ou remediados

devem ser assistidos pelos próprios pais” (Vasconcelos & Sampaio, 1938, p. 253, grifado no

original). Por outro lado, a oferta de mão de obra feminina e masculina não justificava, para o

empresariado emergente, a necessidade de um gasto suplementar com creches, o que eliminava

o filho da operária.

A empregada doméstica porém era indispensável. As donas de casa não podiam substituí-

la, como os empresários, pela mão de obra masculina e o serviço se tornava impossível com seus

filhos pequenos por perto. A necessidade do trabalho materno, portanto, incentivava a formação

de creches. Um outro fator veio se somar a este: a propagação, pelas mulheres das classes
abastadas, dos valores higiênicos, sua associação ao trabalho filantrópico, descrita por Donzelot

(1980).

A criação de creches por mulheres das classes média e alta atendia portanto a essa dupla

função: abrigar os filhos das empregadas domésticas e difundir os preceitos higiênicos entre os

menos favorecidos. Para atender a esta finalidade em muitas creches funcionavam ‘consultórios

para lactentes’ onde os médicos prestavam, “no momento em que as mães iam buscar os filhos,

uma série de conselhos relativos à puericultura” (Vasconcelos & Sampaio, 1938, p. 238)

Se a mãe que utilizava a creche era por definição faltosa, já que não cuidava

pessoalmente do filho, ela tinha um atenuante: por pertencer às classes populares, a educação

que forneceria à criança, seria, de qualquer forma, inadequada. Utilizando a creche ela pelo

menos aprenderia a ser uma boa mãe. Seguindo os conselhos higiênicos, expiaria esta segunda

culpa. Com a primeira restava-lhe saber conviver.

Essas primeiras creches eram filhas legítimas do casamento do movimento higienista

com a mulher burguesa. Do primeiro herdaram o modelo médico e os conselhos que deveriam

difundir. A segunda forneceu-lhes a administração e a clientela. A mentalidade sobre a função

materna insubstituivel, a condenação do seu trabalho e a incapacidade da mãe pobre em saber

educar seus filhos criam, na trabalhadora usuária da creche, a culpa.

A creche por sua vez ganha a conotação que em parte a acompanha até hoje: o lugar do

abandono, usado em último recurso pelo filho do pobre. Ali serão depositados estes “entesinhos

deserdados da sorte” (Rizzini, 1984, p.114) e se fará não mais do que abrigá-los da morte. Afinal,

nas creches de depósito, eles precisam apenas permanecer vivos.

As origens históricas da creche explicam as características de guarda do atendimento à

população de baixa renda e a clientela predominantemente de empregadas domésticas que

permanecem até hoje. Podemos observar, entretanto, a partir de 1970, transformações no campo

social que influenciarão no surgimento de outra modalidade de creche para atender a população

de baixa renda: as creches comunitárias.

O aumento da participação feminina na força de trabalho na década de 70 possui duas

causas principais: o ‘milagre’ econômico criado pelo regime militar e o início da atuação, no Brasil,

dos movimentos feministas.

O modelo econômico instalado no país após o golpe de 64 teve como consequência um

aumento na oferta de empregos, ao mesmo tempo que se efetuava um forte processo de

concentração de renda.

Esse empobrecimento progressivo das famílias de baixa renda forçou a mulher a

procurar emprego para aumentar a escassa renda familiar. A necessidade de ter com quem deixar

os filhos durante a jornada de trabalho, pressiona o aumento da demanda popular por creches.
Diante da ausência do poder público, mulheres das classes populares começam a se organizar em

torno da criação de creches comunitárias.

Embora organizadas pela população, e portanto com forte referencial de sua realidade

sócio-cultural, as creches comunitárias surgem marcadas pela precariedade material, o que

aprisiona o trabalho nela realizado ao atendimento das necessidades básicas, de guarda. A

preocupação pedagógica, quando presente, vincula-se ao ideário da educação compensatória,

amplamente difundido na década de 70 e que via na educação pré-escolar a possibilidade de

evitar a evasão escolar no 1º grau. Como o próprio nome indica, pré - escola deve ser algo que

vem antes e prepara para a escola.

As creches comunitárias possuem portanto uma origem histórica, político-ideológica e

econômica bem diferente das filantrópicas. Neste sentido se constituíram enquanto uma forma

singular de atendimento a população empobrecida, como uma resposta ao descaso do poder

público em relação às suas necessidades de educação e guarda.

No Município de Niterói as creches comunitárias estudadas possuem entre 2 e 12 anos

tendo em média 5 anos de existência. Evidenciamos que esta organização popular em Niterói não

se deu antes da década de 80.

Ao analisarmos o trabalho pedagógico das creches comunitárias pudemos constatar que à

precariedade de condições materiais soma-se o despreparo dos profissionais, o que acarreta uma

prática pedagógica onde prevalece a guarda da criança ou no máximo uma tentativa de

preparação para a alfabetização, caracterizando uma prática preparatória / compensatória.

Este panorama vem se modificando a partir da absorção, pelo poder público municipal,

das creches comunitárias e conseqüente repasse de verbas. Além dos recursos materiais, a

parceria da Prefeitura com a Universidade tem aberto um espaço promotor de cursos de

capacitação e assessoria pedagógica, que deu origem a este trabalho.

Boa parte das creches que hoje são municipais originaram-se de iniciativas comunitárias,

muitas contando com a contribuição da Secretaria Municipal do Trabalho e Bem Estar Social (atual

SMDS). A partir de meados da década de 90, a FME vem progressivamente assimilando as

creches e pré-escolas à sua Rede Municipal de Ensino, bem como estruturando equipes centrais

para promover a implementação e o desenvolvimento do trabalho educativo junto à população

infantil de 0 a 6 anos.

A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO


O município de Niterói foi criado em 1819. Em 1835 a Assembléia Provincial aprovou um

projeto relativo à instrução primária em toda província e a criação de uma escola normal (Jornal

do Comércio, no41,21.02.1835, apud Soares de Souza,1993). A lei nº 1, de 2 de janeiro de 1837,

estabeleceu que as escolas públicas existentes fossem regidas por professores formados pela

Escola Normal ou, então, pelos professores já em exercício, depois de prestarem concurso ou de

completarem os estudos naquela Escola. Havia já então, claramente, uma preocupação com a

qualidade do ensino. O deputado Paulino José Soares de Souza que sancionou a lei, entretanto,

também já reconhecia a dificuldade de ter professores de qualidade em função dos baixos

salários.

Existiam em Niterói, em 1840, cinco escolas públicas, sendo três de meninas e duas de

meninos. Todas eram regidas por professores formados, sendo que apenas um deles era do sexo

feminino - Dona Rosa Senhorinha de Souza Leitão - que teria sido a primeira mulher a lecionar

numa escola pública nesta cidade.

Se a educação primária surge em Niterói ligada ao poder público e com uma

preocupação pedagógica, a educação infantil aparece pela primeira vez como uma iniciativa

privada e de cunho claramente assistencial, como se comprova pelo anúncio abaixo:

“Os pais e as mães, cujas ocupações não lhes permitam ter consigo os seus
filhos de três anos e acima podem dirigir-se a uma casa francesa, ao lado da
Armação (Praia Grande), onde se tratará, de consentimento mútuo, a preços
razoáveis, tanto dos cuidados e alimentação, quanto do conserto e lavagem das
roupas de cada criança.” (Jornal do Comércio, no188, de 18.07.1840, apud
Soares de Souza, 1993,p.253).

Mesmo assim, é surpreendente a precocidade da iniciativa - 1840. Kulhmann Junior (1991)

e Civiletti (1988) apontam que no Rio de Janeiro, 1899, criou-se a creche da Companhia de

Fiação e Tecidos Corcovado e em 1908 surgiu uma creche ligada ao Instituto de Proteção e

Assistência à Infância do Rio de Janeiro. Não há menção de nenhuma iniciativa anterior a estas

datas.

Mais de 150 anos depois, algumas características do sistema educacional em Niterói

permanecem. O professor primário continua mal pago e a educação infantil destinada à população

de baixa renda ainda é marcada predominantemente pela guarda.

Longe de ser uma exclusividade local, esta realidade estende-se por todo o território

nacional. Embora obrigatória por lei desde a constituição de 1988, a educação infantil não chega à

maioria das crianças brasileiras. Ainda não há, também, uma formação específica para o

profissional que atua em creches e pré-escolas, embora o assunto esteja sendo tratado pela

L.D.B.(1994).

A busca da identidade educacional das creches e pré-escolas pressupõe a busca da

qualificação do profissional da educação infantil. O trabalho pedagógico que vem se delineando


em diversas propostas de educação infantil tem esbarrado, entre outros fatores, na questão da

formação do profissional que atua neste campo.

Segundo Campos ( 1994 ), as funções que historicamente marcaram a educação infantil

no Brasil têm determinado, a grosso modo, dois tipos de profissionais: ( i ) mulheres, de baixa

renda, podendo ser consideradas leigas "lato sensu"1, de quem se espera que cuide, alimente,

proteja e controle as crianças; ( ii ) professoras, com habilitação de magistério de 2º grau, de

quem se espera que promovam atividades que desenvolvam nas crianças habilidades e hábitos

preparatórios para a escola de 1º grau.

O primeiro tipo de profissional de educação infantil apontado foi forjado a partir da

concepção assistencialista que, tradicionalmente, tem orientado o atendimento à criança de zero a

seis anos , principalmente nas creches. A função exclusiva de guarda e assistência conferida a

estas instituições de educação infantil faz com que a tônica principal do trabalho resida nos

cuidados básicos de alimentação, higiene, sono e de alguns momentos de distração, sem que

haja, para tal, necessidade de uma formação específica e consistente do profissional que trabalha

junto à criança. A este é requerido apenas que goste de crianças e que tenha alguma experiência

no cuidado das mesmas ( esta experiência pode significar o cuidado dos próprios filhos ou

parentes ou a experiência como babás).

Os profissionais que se enquadram neste perfil são nomeados ora pagens, ora auxiliares

de creches, ora monitores, ora recreadores, traduzindo a inexistência de uma concepção

pedagógica do seu fazer cotidiano e a supremacia do cuidar sobre o educar.

Barreto ( 1994 ) ressalta que diagnósticos realizados por pesquisadores de conceituadas

instituições brasileiras têm mostrado que é grande o número de profissionais de educação infantil

que não têm uma formação adequada, que percebem remuneração muito baixa e que trabalham

em condições muito precárias, acentuando, ainda, que este perfil de profissional caracteriza

principalmente aquele que atua em creches. A autora aponta entretanto que, mesmo no segmento

da pré-escola, é grande o número de profissionais que não possuem o segundo grau completo

podendo ser considerados leigos ( 18,9% dos professores de pré-escola do país ). Este percentual

é ainda mais elevado nas pré-escolas municipais ( 26,4% ) e federais ( 24,8% ). Nas zonas rurais

do país a situação é ainda mais grave  mais da metade do pessoal docente possui escolaridade

inferior ao 2º grau completo ( Brasil, MEC, 1994).

O segundo tipo de profissional identificado insere-se em uma outra perspectiva conferida

às instituições de educação infantil, mais voltada à educação do que à assistência. Esta função

1
No documento “Por uma política de formação do profissional de educação infantil” do MEC é utilizado o

termo leigo "lato sensu" para designar os profissionais que possuem nível de escolaridade inferior ao

segundo grau completo.


está vinculada à concepção de que a educação infantil deve ter como ênfase a preparação para a

escola de 1º grau, a partir do desenvolvimento de habilidades consideradas pré-requisito para a

aprendizagem. Esta função ganhou força a partir da política de educação compensatória

introduzida no Brasil nos anos 70, através da qual se difundiu a idéia de que a pré-escola deveria

compensar supostas deficiências das crianças das classes populares, a fim de prevenir o

problema do fracasso escolar que atingia estas crianças na escola de 1º grau. Nas instituições de

educação infantil que assumem esta perspectiva preparatória/compensatória, exige-se, em geral,

um profissional com formação de magistério, que seja capaz de realizar junto às crianças

atividades que propiciem a formação de habilidades cognitivas e hábitos necessários à rotina

escolar.

A precariedade do sistema de formação de professores, em especial da habilitação

magistério do 2ºgrau, também tem sido apontada por vários autores como um dos problemas a

serem superados no campo da educação em todos os níveis. Pimenta ( 1994 ) alerta que a

habilitação magistério tem se constituído como uma habilitação a mais no 2º grau, sem identidade

própria, não cumprindo nem com uma formação geral adequada, nem com uma formação

pedagógica consistente. Desta forma esta habilitação tem formado, de uma maneira geral,

professores sem base suficiente para transformar qualitativa e quantitativamente o ensino. Ou

seja, a habilitação magistério não tem qualificado o professor para desempenhar satisfatoriamente

sua tarefa de ensinar. Ao enfrentar o cotidiano das escolas, o professor se depara com uma

realidade que não conhece ( pois de uma maneira geral os cursos de formação não têm esta

realidade como referência ) e, além disso, não dispõe de uma teoria consistente sobre a prática

pedagógica que lhe permita a superação das dificuldades encontradas no seu fazer pedagógico. O

que adquire nos cursos de formação são discursos e técnicas distanciados da prática.

Estas duas concepções de profissionais e de educação infantil revelam, na verdade, a

dicotomia existente entre a assistência e a educação. O cuidar e o educar são duas funções

inseparáveis quando se pretende promover o desenvolvimento e a aprendizagem da criança de

zero a seis anos em creches e pré-escolas. Neste sentido , a superação desta dicotomia faz-se

necessária, de forma a conjugar estes dois aspectos na ação educativa destas instituições e na

formação dos seus profissionais aliando as questões pedagógicas com as questões ligadas à

higiene, alimentação e cuidados em geral.

Na nossa pesquisa encontramos uma realidade que confirma o quadro nacional que

caracteriza os profissionais de educação infantil em termos de formação e condições de trabalho.

Das creches comunitárias que fizeram parte do levantamento, 69,2% dos educadores têm

nível de formação equivalente ao 1º grau incompleto. Apenas 7,7% possuem o 2º grau completo,
que poderia se consideradar o nível adequado de escolaridade. Quanto ao pessoal de apoio,

53,8% possuem 1ºgrau incompleto, sendo que destes, 23% não têm nenhuma escolaridade.

Nas creches filantrópicas já encontramos uma realidade um pouco diferente: 50% dos

profissionais possuem o 2º grau completo e 35,7% têm escolaridade inferior a este nível, sendo

20% com 1º grau incompleto 12% com 1º grau completo e 3,7% com 2º grau incompleto.

Identificamos ainda um percentual de 6,9% dos educadores com formação de 3º grau completo.

Quanto ao pessoal de apoio, temos 60% com 1º grau incompleto e 12,8% com 3º grau completo

( este percentual corresponde aos diretores, pedagogos, psicólogos, nutricionistas, pediatras,

dentistas e assistentes sociais ).

Um outro aspecto que deve ser ressaltado diz respeito ao salário dos educadores. Nas

creches comunitárias encontramos um percentual de 53,8% de educadores sem perceber salário

algum e 46,1% percebendo de 1 a 2 salários mínimos. Dentre o pessoal de apoio temos um

percentual ainda maior de profissionais que não percebem nenhum salário ( 61,5%). Os outros

38,5% recebem de 1 a 2 salários mínimos. No total, nessas creches comunitárias temos mais da

metade de seus profissionais trabalhando de forma não remunerada (57,7%)1. Nas creches

filantrópicas encontramos condições trabalhistas um pouco melhores, já que apenas 11% dos

educadores não recebiam remuneração pelo trabalho executado.

Como consequência destes dois fatores  baixa escolaridade e pouca ou nenhuma

remuneração  pudemos detectar uma alta rotatividade dos profissionais. Quase 30% dos

educadores das creches filantrópicas encontram-se a menos de um ano na função, o mesmo

ocorrendo com mais de 60% dos educadores das creches comunitárias.

É estarrecedor encontrarmos condições tão pouco dignas de trabalho, que com certeza afetam a

qualidade do atendimento às crianças. A marca assistencialista do processo histórico da educação

infantil também se faz presente neste quadro de mulheres  de pouca instrução, salário baixo e

até mesmo inexistente  que trabalham junto às crianças de zero a seis anos nestas instituições.

Parece que esse quadro revela o lema que ainda impera na realidade educacional do país: quanto

menor a criança menor a necessidade de formação do profissional que com ela atua, pois da

criança pequena apenas se cuida, não se educa, nem se ensina.

CONCLUSÃO

Pode-se afirmar que as creches que se organizam de forma comunitária (no sentido da

iniciativa, participação e gestão da comunidade) contêm possibilidades de mudança, na medida


1
Após o término da pesquisa, mais três creches comunitárias assinaram o convênio com a

Prefeitura, o que passou a garantir o salário das educadoras e portanto modificou os percentuais aqui

apresentados.
em que podem se constituir enquanto espaços públicos, sem a imposição de padrões institucionais

dirigidos à reprodução de modelos dominantes. Desta forma, enquanto comunitárias e

autogestivas, as creches podem se transformar em experiências férteis ao surgimento de um

processo educativo novo, que comporta em si mesmo, a crítica e a superação das formas atuais

de atendimento à criança pequena.

“... O capitalismo pós-industrial que, de minha parte, prefiro qualificar


como Capitalismo Mundial Integrado ( CMI ) tende, cada vez mais, a descentrar
seus focos de poder das estruturas de produção de bens e de serviços para as
estruturas produtoras de signos, de sintaxe e de subjetividade, por intermédio,
especialmente, do controle que exerce sobre a mídia, a publicidade, as
sondagens etc. ...” (Guattari,F. 1995, pág. 31 ).
“... Uma imensa reconstrução das engrenagens sociais é necessária
para fazer face aos destroços do CMI. Só que essa reconstrução passa menos
por reformas de cúpula, leis, decretos, programas burocráticos do que pela
promoção de práticas inovadoras, pela disseminação de experiências
alternativas, centradas no respeito à singularidade e no trabalho permanente de
produção de subjetividade, que vai adquirindo autonomia e ao mesmo tempo se
articulando ao resto da sociedade. Dar lugar para as brutais desterritorializações
da psique e do socius, em que consistem os fantasmas de violência, pode
conduzir não a uma sublimação miraculosa, mas a reconversões de
Agenciamentos que transbordam por todos os lados o corpo, o Ego, o
indivíduo.” (Guattari, F. 1995, pág. 44 ).

O projeto “Tempo de Mudança: Assessoria Educacional às Creches Comunitárias do

Município de Niterói” realizado pela Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense

em convênio com a Fundação Municipal de Educação que se encontra em andamento pretende

contribuir para este processo de transformação. O projeto tem como objetivo realizar uma

pesquisa participante junto às creches comunitárias conveniadas com a Fundação Municipal de

Educação de Niterói, visando a elaboração de um planejamento pedagógico participativo que

possibilite a construção de novas práticas, criativas e transformadoras.

Pretende-se alcançar não só uma melhora da qualidade pedagógica do atendimento, mas

também a capacitação em serviço dos profissionais.

Será utilizada a pesquisa participante, visando estabelecer uma relação de parceria onde

pesquisadores e pesquisados buscarão, através de um movimento de ação-reflexão conjuntas,

repensar e superar as formas atuais de formação da subjetividade e de construção do

conhecimento das crianças das classes populares nas creches. Buscar-se-á a superação de

práticas pedagógicas reprodutoras e emergenciais, visando a construção de um projeto

pedagógico que de fato comprometa a educação infantil com os desejo das classes populares:

uma escola de qualidade que lhes garanta o acesso ao saber, condição fundamental ao exercício

pleno da cidadania. Para tal, serão utilizadas entrevistas e reuniões com as famílias e com os

funcionários, além da observação participante do cotidiano da creche, com o objetivo de conhecer

a demanda da comunidade. As questões levantadas serão trabalhadas em oficinas e em seguida

avaliadas novamente através de reuniões com os funcionários e as famílias. Através deste


processo contínuo pretende-se romper com o instituído, o que implica na revisão crítica e na

redefinição de posturas e práticas baseadas em posições teórico-epistemológicas que norteiam

nossas ações cotidianas.

BIBLIOGRAFIA

BARRETO , Angela M. Rabelo F. Por que e para que uma política de formação do profissional de
educação infantil ? In: BRASIL / MEC / SEF / DPE / COEDI. Por uma política de formação do
profissional de educação infantil. Brasília-DF, l994.

BRASIL / MEC / SEF / DPE / COEDI . Educação Infantil no Brasil: situação atual. Brasília - DF, l994.

BRASIL. Câmara Federal. Comissão de Educação. Projeto de Lei nº l25l8 - C de l988 (LDB). Jorge Hage.
Brasília, l988.

BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Departamento de População e Indicadores Sociais.


Retratos Municipais: região metropolitana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, IBGE, l996.

BRASIL. Prefeitura de Niterói. Consultoria Especial de Ciência e Tecnologia. Diagnóstico de 0 a 6 anos:


educação em Niterói, 1996.

BOWLBY , J. Apego . São Paulo, Martins Fontes, 1984.

CAMPOS, Maria Malta. Educar e cuidar : questões sobre o perfil do profissional de educação
infantil. In: BRASIL / MEC / SEF / DPE / COEDI. Por uma política de formação do profissional de
educação infantil. Brasília-DF, l994.

CAMPOS, Maria Malta, ROSEMBERG, Fulvia, FERREIRA, Isabel M. Creches e Pré - escolas no Brasil.
São Paulo: Cortez Editora - Fundação Carlos Chagas, l993.

CIVILETTI, Maria Vittoria Pardal. A creche e o nascimento da nova maternidade. Rio de Janeiro, l988.
Diss. (mestr.). FGV.

CONY, A. C. X. Memória sobre asylos infantis de estuydo destas instituições. Rio de Janeiro,
Typographia da Escola de Serafim José Alves, s.d.

DONZELOT, J. A política das famílias. Rio de Janeiro, Graal, l980.

FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Departamento de Educação. O processo de escolarização no


município de Niterói. Niterói, F.M.E, l995.

GOFFMAN, E. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo, Perspectiva, l974.

GUATTARI,F. As três ecologias. Campinas, Papirus,1995.

KUHLMANN JR. , Moysés. Educação pré-escolar no Brasil (l899-l922): exposições e Congressos


patrocinando a “ assistência científica “. São Paulo, l990. Diss. (mestr.) PUC - SP.

MAGALHÃES Pinto, A. “Contribuição para o estudo da psychologia da criança brasileira”. In:


Comitê Nacional Brasileiro do Primeiro Congresso Americano da Criança. Rio de Janeiro,
Imprensa Nacional, l917.

MONCORVO FILHO, A. A locução por ocasião da inauguração do edifício do Instituto de Proteção a


Infância do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Empreza a Graphica Editora, l931.
______________________et alii. Higiene infantil às mães pobres. Conferência realizada no
Dispensário Moncorvo Filho, Rio de Janeiro, Imprensa Nacional, l907.

OLIVEIRA, M. I. Couto. As Escolas Comunitárias da Rocinha l968 / l986: um fator de Conservação


ou de transformaçao social. Rio de Janeiro, l987. Dissertação de Mestrado - I E S A I.

PIMENTA, Selma Garrido. Aspectos gerais da formação de professores para a Educação Infantil
nos programas de magistério - 2 grau. In: BRASIL / MEC / SEF / DPE/ COEDI. Por uma
política de formação do profissional de educação infantil. Brasília - DF , l994.
______________ et alii. “Instituições para menores: a quem serve?”. Espaço: Cadernos de Cultura -
USU . Rio de Janeiro, (10) : 103 - l22, dez. l984.

SOARES DE SOUZA,J.A. Da vila real da Praia Grande à imperial cidade de Niterói. 2ª ed. Niterói, RJ,
Fundação Niteroiense de Arte, 1993.

TAVARES, Tereza Goudard. Caminhos e Descaminhos da Educação Pararela: um estudo sobre o


cotidiano das creches e escolas comunitárias da Maré. Niterói, l992. Universidade Federal
Fluminense.
TELES, M.A.A. et alii. Creches e berçários em empresas paulistas privadas paulistas. Cadernos de
Pesquisa. São Paulo, (57): 39 - 54, maio l986.

VASCONCELOS, J. F. & SAMPAIO, S. Problemas médico-sociais da infância, o comércio das


criadeiras. Rio de Janeiro, Liv. Odeon Ed., l938.

You might also like