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16/09/2003
Escrito por: Manoel Ruiz
O presidente Fernando Collor de Mello chega ao poder depois de uma disputa no segundo turno com
Luiz Inácio Lula da Silva, que surgiu dos movimentos de luta dos trabalhadores do ABC, tinha sido um
importante líder sindical e era o grande nome do PT. Sua figura contrastava com a de Collor, que vinha
da elite, porem não tinha de nenhum partido forte que o apoiava, mas soube usar com eficiência o
marketing, e temas de moralização. Iria combater os altos salários do funcionalismo público, que
denominava de marajás, com isso iludiu o povo e também teve apoio da mídia mais poderosa, e
conseguiu se eleger.
"Plano Collor" - A inflação em um ano de março de 1989 a março de 1990 chegou a 4.853%, e no
governo anterior teve vários planos fracassados de conter a inflação. Depois de sua posse, Collor
anuncia um pacote econômico no dia 15 de março de 1990, o Plano Brasil Novo. Esse plano tinha
como objetivo por fim a crise, ajustar a economia e elevar o país do terceiro para o Primeiro Mundo. O
cruzado novo é substituído pelo "cruzeiro", bloqueia por 18 meses os saldos das contas correntes,
cadernetas de poupança e demais investimentos superiores a Cr$ 50.000,00. Os preços foram
tabelados e depois liberados gradualmente. Os salários foram pré-fixados e depois negociados entre
patrões e empregados. Os impostos e tarifas aumentaram e foram criados outros tributos, são
suspensos os incentivos fiscais não garantidos pela Constituição. É Anunciado corte nos gastos
públicos, também se reduz a máquina do Estado com a demissão de funcionários e privatização de
empresas estatais. O plano também prevê a abertura do mercado interno, com a redução gradativa
das alíquotas de importação.
As empresas foram surpreendidas com o plano econômico e sem liquidez pressionam o governo. A
ministra da economia Zélia Cardoso de Mello, faz a liberação gradativa do dinheiro retido, denominado
de "operação torneirinha", para pagamento de taxas, impostos municipais e estaduais, folhas de
pagamento e contribuições previdenciárias. O governo libera os investimentos dos grandes
empresários, e deixa retido somente o dinheiro dos poupadores individuais.
Recessão - No inicio do Plano Collor a inflação foi reduzida porque o plano era ousado e radical, tirava
o dinheiro de circulação, porem com a redução da inflação iniciava-se a maior recessão da história no
Brasil, houve aumento de desemprego, muitas empresas fecharam as portas e a produção diminui
consideravelmente, tem uma queda de 26% em abril de 1990, em relação a abril de 1989. As
empresas são obrigadas a reduzirem a produção, jornada de trabalho e salários, ou demitir
funcionários. Só em São Paulo nos primeiros seis meses de 1990, 170 mil postos de trabalho deixaram
de existir, foi o pior resultado, desde a crise do início da década de 80. O Produto Interno Bruto
diminui de US$ 453 bilhões em 1989 para US$ 433 bilhões em 1990.
Collor parecia alheio a sua política econômica desastrosa, procurava passar uma imagem de super-
homem, sempre aparecendo na mídia se exibindo, pilotando uma aeronave, fazendo caminhadas,
praticando esportes etc. Mostrava uma personalidade forte, vaidoso, arrojado, combativo e moderno.
Quem não lembra da frase "Tenho aquilo roxo".
Plano Collor II - A inflação entra em cena novamente com um índice mensal de 19,39% em dezembro
de 1990 e o acumulado do ano chega a 1.198%, o governo se vê obrigado a tomar algumas medidas.
É decretado o Plano Collor II em 31 de janeiro de 1991. Tinha como objetivo controlar a ciranda
financeira, extingue as operações de overnight e cria o Fundo de Aplicações Financeiras (FAF) onde
centraliza todas as operações de curto prazo, acaba com o Bônus do Tesouro Nacional fiscal (BTNf), o
qual era usado pelo mercado para indexar preços, passa a utilizar a Taxa Referencial Diária (TRD) com
juros prefixados e aumenta o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Pratica uma política de
juros altos, e faz um grande esforço para desindexar a economia e tenta mais um congelamento de
preços e salários. Um deflator é adotado para os contratos com vencimento após 1º de fevereiro. O
governo acreditava que aumentando a concorrência no setor industrial conseguiria segurar a inflação,
então se cria um cronograma de redução das tarifas de importação, reduzindo a inflação de 1991 para
481%.
http://www.terra.com.br/voltaire/capa.htm http://www.terra.com.br/voltaire/capa.htm
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História - Política
POLÍTICA
O Impeachment no Brasil
Leia mais
» A história do Impeachment
» O Impeachment no Brasil
A abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é o primeiro passo a ser adotado pelo Congresso
(senadores + deputados) para apurar as denuncias feitas contra o Supremo Mandatário da nação. Ela é quem acolhe
as questões de interesse público ou dinheiro público malversado. Ela tem um prazo para dar o seu parecer através de
um relator.
A partir do momento em que o relatório da CPI torna-se público, sendo ele acusatório qualquer cidadão pode
solicitar junto à Mesa da Câmara a abertura de um processo de impeachment baseado nas provas apresentadas pela
CPI. Cabe então a Mesa da Câmara colocar a questão na Ordem do Dia, isto é, se aprova ou não a abertura de um
inquérito a partir das conclusões do relatório e da denuncia acolhidas. Se a decisão for aprovada por 2/3 do plenário
ou simplesmente majoritário, o critério é o do presidente da Câmara, abre-se caminho para a criação de uma
Comissão Especial para formar um libelo acusatório contra o presidente ou algum outro a quem se pretende julgar.
A Comissão Especial
A abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) é o primeiro passo a ser adotado pelo Congresso
(senadores + deputados) para apurar as denuncias feitas contra o Supremo Mandatário da nação. Ela é quem acolhe
as questões de interesse público ou dinheiro público malversado. Ela tem um prazo para dar o seu parecer através de
um relator. A partir do momento em que o relatório da CPI torna-se público, sendo ele acusatório qualquer cidadão
pode solicitar junto à Mesa da Câmara a abertura de um processo de impeachment baseado nas provas apresentadas
pela CPI. Cabe então a Mesa da Câmara colocar a questão na Ordem do Dia, isto é, se aprova ou não a abertura de
um inquérito a partir das conclusões do relatório e da denuncia acolhidas. Se a decisão for aprovada por 2/3 do
plenário ou simplesmente majoritário, o critério é o do presidente da Câmara, abre-se caminho para a criação de uma
Comissão Especial para formar um libelo acusatório contra o presidente ou algum outro a quem se pretende julgar.
Indicada pela Câmara (somente por deputados) é composta proporcionalmente por todos os partidos políticos que
têm assento no Poder Legislativo. Encarregam-na de apresentar um relatório confirmando ou não as denúncias num
prazo de dez dias, sendo que é dado ao acusado o direito de defesa (ele pode se fazer representar por um advogado).
Se houver confirmação das provas apresentadas nada mais resta à Comissão Especial do que levar de volta o
problema para ser apresentando no plenário da Câmara. Se 2/3 dos parlamentares aprovarem a denuncia vinda da
Comissão Especial, eles a remetem então para o Senado. Ocorrido isso, o Presidente ou qualquer outro acusado, é
obrigado a afastar-se do poder por 180 dias, tempo em que se exige que o Senado, agora transformado em Tribunal
do Júri, demora para chegar a conclusão final sobre o impeachment.
Este Senado transformado em Tribunal do Júri é presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal que atua
então como uma espécie de grande magistrado, enquanto que os senadores transformam-se num grande corpo de
jurados. Se a sentença final é acusatória, o Presidente da República (então em licença) não retorna mais ao poder,
sendo imediatamente substituído pelo Vice-Presidente.
"O sentido do juízo político não é o castigo da pessoa delinqüente, senão a proteção dos interesses públicos contra
o perigo ou ofensa pelo abuso do poder oficial, negligência no cumprimento do dever ou incompatível com a
dignidade do cargo."
Gonzales Calderón – Derecho Constitucional argentino, B.Aires, 1923, 3 v.
Impeachment de Collor, o "Caçador de Marajás"
Processo foi aprovado em 28 de agosto de 1992,
pela Câmara dos Deputados
Em 1989, depois de 29 anos da eleição direta que levou Jânio Quadros à Presidência da
República, o alagoano Fernando Collor de Mello (lançado pelo pequeno PRN) foi eleito por
pequena margem de votos (42,75% a 37,86%) sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em
campanha que opôs dois modelos de atuação estatal: um pautado na redução do papel do
Estado (Collor) e outro de forte presença do Estado na economia (Lula).
A campanha foi marcada pelo tom emocional adotado pelos candidatos e pelas críticas ao
governo de José Sarney. Collor se autodenominou "caçador de marajás", que combateria a
inflação e a corrupção, e "defensor dos descamisados". Lula, por sua vez, apresentava-se à
população como entendedor dos problemas dos trabalhadores, notadamente por sua
história no movimento sindical.
Nos primeiros 15 dias de mandato, Collor lançou um pacote econômico, que levou seu
nome, e bloqueou o dinheiro depositado nos bancos (poupança e contas correntes) de
pessoas físicas e jurídicas (confisco). Entre as primeiras medidas para a economia havia
uma reforma administrativa que extinguiu órgãos e empresas estatais e promoveu as
primeiras privatizações, abertura do mercado brasileiro às importações, congelamento de
preços e pré-fixação dos salários.
Embora inicialmente tenha reduzido a inflação, o plano trouxe a maior recessão da história
brasileira, resultando no aumento do desemprego e nas quebras de empresas. Aliado ao
plano, o presidente imprimia uma série de atitudes características de sua personalidade,
que ficou conhecida como o "jeito Collor de governar".
Era comum assistir a exibições de Collor fazendo cooper, praticando esportes, dirigindo jato
supersônico, subindo a rampa do Palácio do Planalto, comportamentos que exaltavam
suposta jovialidade, arrojo, combatividade e modernidade. Todos expressos em sua notória
frase "Tenho aquilo roxo".
Por trás do jeito Collor, montava-se um esquema de corrupção e tráfico de influência que
veio à tona em seu terceiro ano de mandato.
Em reportagem publicada pela revista Veja, edição de 13 de maio de 1992, Pedro Collor
acusava o tesoureiro da campanha presidencial de seu irmão, o empresário Paulo César
Farias, de articular um esquema de corrupção de tráfico de influência, loteamento de cargos
públicos e cobrança de propina dentro do governo.
Caso Collor