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LIVRO ELETRÔNICO GRATUITO

ATENÇÃO: TEXTO EM CONTRUÇÃO – ENCAMINHE AO AUTOR


SUAS REFLEXÕES E IDÉIAS, SE UTILIZADAS SERÃO CONCEDIDOS
OS CRÉDITOS DEVIDOS.

Espiritismo Filosófico
Método Kardeciano de Construção do
Conhecimento Espírita
Albino A. C. de Novaes
01 de setembro de 2009

http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=1042686

prof.novaes@gmail.com

Não existe outro caminho que não seja a VERDADE para reverenciar a
memória de Allan Kardec.

A Imaginação abandonada pela razão produz monstros impossíveis; unida a


ela, é a mãe dos atos e a fonte dos seus encantos - Goya
Para que serve a Filosofia Espírita?

Temos hoje, no movimento espírita brasileiro uma sopa


ideológica, uma doutrina que nem de longe lembra a idealizada por
Allan Kardec. Muitas são as perguntas feitas por aqueles que tentam
esquivar-se da reflexão obrigatória exigida quando se constrói
qualquer conhecimento que pretende ser verdadeiro; análogas, quase
sempre, às que fazemos quanto desejamos nos esquivar do estudo
da Filosofia ou do pensar a Filosofia:

 Vale a pena preocupar-nos com a Filosofia e particularmente com


a Filosofia Espírita?

 Qual o interesse que mobiliza a Filosofia Espírita?

 Por acaso a Filosofia prepara o pão que distribuímos aos pobres,


costura as roupinhas dos bebes que distribuímos às mães pobres,
põe os aviões no ar, gera a eletricidade, compõe na gráfica o livro
espírita?

 Por que razão não havemos de por as perguntas reflexivas de


lado, e passar às outras coisas?

Os filósofos espíritas, como todos os demais filósofos, têm para


as perguntas que acabamos de fazer, três tipos de respostas:

1. A ELEVADA

2. A INTERMEDIÁRIA

3. A CHÃ.

A resposta elevada põe em questão a pergunta – uma


estratégia filosófica típica, pois implica subir um grau na ordem da
reflexão, subjugando a opinião até sua nulidade de poder
argumentativo.

O que queremos dizer quando perguntamos: para que serve? É


certo que a reflexão não prepara o pão, não costura as roupinhas,
não põe os aviões no ar, não gera eletricidade e muito menos compõe
graficamente o livro espírita, nem faz música, arte, história da
literatura. Acontece que queremos compreender-nos, como Sócrates
intentou.

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Queremos isto pelo valor intrínseco, tal como os especialistas
em Ciências ou em Matemáticas puras podem querer compreender o
princípio do Universo, ou a Teoria dos Conjuntos, pelo seu valor
intrínseco, em como um músico pode querer resolver alguns
problemas na harmonia ou no contraponto pelo seu valor intrínseco.
São coisas que não se fazem em função de aplicações práticas. Por
inferência deduzimos que ocorre o mesmo quando remetemos as
mesmas perguntas para a Filosofia Espírita, afinal trata-se de uma
Filosofia aplicada a uma Ciência: a Espírita.

Grande parte da vida trata-se de atender às necessidades


materiais ou ao que julga ser; por exemplo, algumas pessoas criam
gado para vender e comprar mais terras ou para obter leite, com ele
fazer manteiga, queijo ou outro derivado qualquer, com o que
arrecadar comprar mais terras, equipar ou adquirir bens em benefício
da produção e em benefício próprio. Os momentos que rompemos
esse ciclo, seja para fazer matemática ou música, para ler Platão ou
Eça de Queirós, devem e precisam ser acarinhados. São momentos
em que DESENVOLVEMOS nossa SAÚDE MENTAL, muito importante
para trabalhar o intelecto. Qual tem sido nossa ação quando em
nossas confabulações de exercer o direito e o dever da CRÍTICA
ESPÍRITA?

Nossa forma de construir CONHECIMENTO ESPÍRITA é a que


mais se aproxima da concepção kardeciana, pois mobiliza recursos da
moderna filosofia, permite o exercício do direito e do dever da
CRÍTICA ESPÍRITA, através da reflexão centrada na razão e com
juízos construídos na mais exata engenharia de conhecimento que
dispomos nos tempos modernos e iniciados pelo genial Allan Kardec.
O que sugere a aceitação incondicional da FORÇA DA TRADIÇÃO ou
da AUTORIDADE imposta com registros verbais característicos da
ESTAGNAÇÃO em detrimento do DINAMISMO que encontramos
somente na CONSTRUÇÃO RACIONAL DO CONHECIMENTO, por via
CIENTÍFICA.

A proposta de Allan Kardec é cristalina: opta pela DINÂMICA


CONSTRUTIVISTA da DOUTRINA ESPÍRITA, por uma visão oposta á
que se tem utilizado no Movimento Espírita Brasileiro; ele é
inigualável na forma como conduz a Filosofia na direção da Ciência
Espírita. Kardec trabalha magnificamente o MENTAL e o ESPIRITUAL
ao fazer a defesa da BOA POLÊMICA, incentivando a REFLEXÃO sobre
todos os pontos da DOUTRINA ESPÍRITA. O exercício MENTAL,
ESPIRITUAL e FÍSICOS organizados e disciplinados, nos proporciona

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prazer, alegria no viver e segurança na construção de qualquer
conhecimento.

Por que queremos compreender-nos?

Queremos isto pelo seu valor intrínseco, tal como os


especialistas em ciências ou matemáticas puras podem querer
compreender o princípio do Universo, ou a Teoria dos Conjuntos, ou
como um músico pode querer resolver alguns problemas na harmonia
ou no contraponto – tudo pelo seu valor intrínseco. São coisas que
não se fazem em função de aplicações práticas. Por inferência
deduzimos que ocorre o mesmo quando remetemos as mesmas
perguntas para a FILOSOFIA ESPÍRITA, afinal trata-se de uma
FILOSOFIA APLICADA a uma Ciência que lida com os fenômenos
espirituais (Ciência Espírita).

Na questão “PARA QUE SERVE A FILOSOFIA?” obtemos uma


resposta PURISTA. Se considerarmos o ponto de vista da FILOSOFIA,
esta resposta não está errada, mas formula um novo PROBLEMA.
Acontece que, segundo SIMON BLACBURN da Universidade de
Cambridge, só consegue ser atraente para as pessoas que já estão
parcialmente convencidas – pessoas que não fizeram a pergunta
original NUM TOM DE VOZ MUITO AGRESSIVO. Deparamo-nos a todo
o momento com pessoas assim, elas não sabem sustentar um debate
reflexivo em bom tom, argumentando com sabedoria. No contexto da
resposta PURISTA o autor procura mesclar uma parte de uma
resposta INTERMÉDIA. A REFLEXÃO é importante porque está na
continuidade com a prática. Mas de que prática estamos
intencionados? A prática espírita? Existe alguma diferença no ato de
pensar a prática espírita da prática mediúnica?

O modo como pensamos sobre o que estamos a fazer afeta o


modo como fazemos, ou até mesmo se chegamos a fazer, pode
conduzir a nossa investigação, ou nossa atitude relativamente a
pessoas que fazem as coisas de modo diferente, ou até a nossa vida.
O modo como pensamos sobre alguma coisa é uma posição de
CRÍTICA. Um exemplo pode legitimar nossa prática neste contexto:
se nossas REFLEXÕES nos levarem a acreditar na vida depois da
morte, podemos estar preparados para enfrentar todo tipo de
perseguição que não enfrentaríamos se tivéssemos outro
pensamento. Mesmo o modo de pensar ESPIRITISMO tem nos
colocado como alvo dos dardos verbais desferidos em muitos casos
até com incompreensível violência por nossos opositores. É certo que

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muitos FILÓSOFOS – sem margem de erro a maioria - não admitem
a vida após a morte, mas estão prontos para defender suas idéias e
prontos para vê-las rejeitadas por outros argumentos. O FATALISMO,
ou a idéia de que o FUTURO está determinado, seja o que for que
façamos, é uma convicção puramente filosófica – mas uma convicção
que tem o poder de brecar a ação e mesmo, paralisá-la.

O astrônomo polaco NICOLAU COPÉRNICO (1473-1543)


REFLETIU COMO TEMOS conhecimento do movimento. Copérnico
percebeu que o modo como compreendemos o movimento depende
da nossa perspectiva, isto é, a questão de saber se vemos ou não os
objetos em movimento é o resultado do modo como nós próprios
estamos colocados e, em particular, em movimento. Assim os
movimentos aparentes das estrelas e dos planetas poderiam ocorrer
não por eles se movimentarem como aparentou, mas por causa do
nosso próprio movimento. Neste caso, a REFLEXÃO sobre a natureza
do conhecimento – o que os FILÓSOFOS chamam “INVESTIGAÇÃO
EPISTEMOLÓGICA”, do grego EPISTEMA que significa CONHECIMENTO
– deu origem ao primeiro grande SALTO DA CIÊNCIA MODERNA. As
REFLEXÕES de EINSTEIN sobre o modo como sabemos que dois
acontecimentos são simultâneos quando apresentavam a mesma
estrutura. EINSTEIN percebeu que os resultados das nossas medições
dependeriam da direção em que estamos a viajar relativamente aos
acontecimentos que estamos a CRONOMETRAR. Isto conduziu à
TEORIA DA RELATIVIDADE ESPECIAL (e o próprio EINSTEIN
reconheceu a importância dos FILÓSOFOS que o precederam, ao
sensibilizarem-no para complexidades epistemológicas de tais
medições).

Para compreender as implicações envolvendo MENTE-CORPO-


ESPÍRITO no aspecto da CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO, veremos
algumas confabulações feitas por alguns FILÓSOFOS.

Existe outro problema filosófico a considerar: o que muitas


pessoas enfrentam quando pensam a MENTE e o CORPO; elas têm
em vista uma separação estreita entre a MENTE, como uma coisa, e o
CORPO como outra coisa diferente. Embora isto possa parecer apenas
BOM SENSO, pode começar a contaminar a prática de uma maneira
bastante insidiosa. Por exemplo, começa a ser difícil ver como estas
duas coisas diferentes interagem.

[Digite texto]
- Os médicos podem então concluir como quase inevitável que
falhem os procedimentos terapêuticos das condições físicas que
respondem a causas mentais ou psicológicas.

As causas MENTAIS ou PSICOLÓGICAS podem exercer alguma


influência, por menor que seja, no tratamento das condições
FÍSICAS?

Por acaso incorrem em erro pensar ser praticamente impossível


ver como a MENTE de alguém pode em algum momento causar
mudanças no sistema físico complexo que é o corpo orgânico?

Existe alguma implicação ORGÂNICA no ato da CONSTRUÇÃO


de algum CONHECIMENTO? O organismo pode afetar o modo como a
MENTE processa o CONHECIMENTO? São respostas que buscamos
alcançar com algum tempo de estudo e pesquisa, que dependem da
observação de casos e que a mera opinião é insuficiente para
conduzir a uma conclusão que seja razoável.

SIMON BLACKBURN afirma: “... a boa ciência diz-nos que é


necessário ter causas físicas e químicas para ter efeitos físicos e
químicos”.

Existem aqui dois problemas:

1- Uma “boa ciência” implica a existência de uma “má ciência”.


O que distingue uma “boa ciência” de uma “má ciência”? Por
acaso pode uma ciência ser boa ou má?

Examinando detidamente a questão, somos levados a decidir


pela existência de uma “boa verdade” em oposição a uma “má
verdade”, dualidade inconcebível uma vez que sustentamos a
neutralidade da verdade: nem boa nem má, simplesmente,
unicamente, a verdade. O valor lógico é absoluto, a realidade é
absoluta.

2- A implicação CAUSAS QUÍMICAS+CAUSAS FÍSICAS =>


EFEITOS QUÍMICOS + EFEITOS FÍSICOS não é única.
Podemos ter, e a realidade pode demonstrar:

CAUSA FÍSICA =>EFEITO FÍSICO+EFEITO QUÍMICO

CAUSA QUÍMICA => EFEITO FÍSICO+EFEITO QUÍMICO

CAUSA FÍSICA => EFEITO FÍSICO

[Digite texto]
CAUSA FÍSICA => EFEITO QUÍMICO

CAUSA QUÍMICA => EFEITO FÍSICO

CAUSA QUÍMICA => EFEITO QUÍMICO

Mas a tempo Simon Blackburn suaviza o problema:


podemos ter uma certeza a priori, uma certeza de poltrona, de
leigo. Mas esta certeza não tem como premissa a CIÊNCIA, mas
uma FALSA FILOSOFIA. Não há quem não tenha sua FALSA
FILOSOFIA, o que compromete o poder da autoridade na hora
de decidir pela verdade ou pela falsidade de algo. Somente a
autoridade perfeita possui uma FILOSOFIA PERFEITA e não há
entre os homens do planeta uma autoridade comprovadamente
perfeita. Existe uma absoluta impossibilidade de reconhecermos
a perfeição de um Espírito, qualquer que seja ele – não
dispomos do referencial que nos possa indicar qual espírito
supera todas as imperfeições possíveis no Universo. O que
podemos ter é uma CONCEPÇÃO FILOSÓFICA, sem ter certeza
absoluta de que ela é de FATO a MELHOR – uma concepção
melhor deve permitir-nos ver que nada há de surpreendente
que possa vir em acréscimo ao que temos como argumentos;
outros argumentos, porém, podem ser apresentados
concorrendo para que uma nova concepção possa surgir no
cenário da REFLEXÃO, talvez melhor que todas as outras
existentes até então, indicando outros referenciais nunca antes
cogitados, reorganizando nossos conceitos. Não é recomendável
em qualquer discussão a defesa intransigente, apaixonada, de
qualquer ponto de vista diante da mínima possibilidade de
conter algum erro filosófico, é demonstração de ignorância, e
risco de exposição ao ridículo que a prova do contrário pode
impor. Defendemos nossos pontos de vista organizando os
argumentos, escolhendo os melhores e mais justos, até o
limite, sem fazer uso de concepções que não podemos
demonstrar: opção coerente e concorde com a mais correta
metodologia espírita. O ato de “pensar alguma coisa” (domínio
mental-intelectual) pode nos levar à realização experimental
(domínio da ação física), ou seja, a uma conseqüência física. A
REFLEXÃO está na continuidade com a prática, podendo nossa
prática ser melhor ou pior de acordo com o valor das reflexões
que possamos fazer. Boa parcela da humanidade pensa que
muitas de suas loucuras resultam do “sono da razão”.

[Digite texto]
Há sempre pessoas prontas a dizerem o que queremos
ouvir, a explicar-nos como nos vão as coisas e a mostrar-nos no
que devemos crer. As CONVICÇÕES SÃO CONTAGIOSAS, e é
possível CONVENCER as pessoas de praticamente tudo, sem
exibirmos prova alguma. Geralmente estamos predispostos a
pensar que os nossos hábitos, as nossas convicções, a nossa
religião, os nossos políticos, as nossas crenças, são melhores
do que os de outras pessoas que nos cercam; que os nossos
direitos são dados por Deus e, por este motivo, anulam os
direitos delas; ou que os nossos interesses exigem ataques
defensivos e/ou dissuasivos contra elas. Quando essas
convicções levam ao “SONO DA RAZÃO”, resta-nos o
DESPERTAR CRÍTICO como ANTÍDOTO a conduzir-nos nos
CAMINHOS da REFLEXÃO, permitindo-nos o recuo, permitindo-
nos enxergar nova perspectiva sobre o objeto de nossa crença,
fazendo-nos entender que nossa perspectiva pode estar
distorcida ou seja cega, ou pelos menos ver ser há argumentos
a favor dos nossos hábitos ou se tudo é meramente subjetivo.
Segundo Simon Blackburn, fazer isto bem significa por em
prática mais alguma engenharia conceptual.

Nossos amigos espíritas, não gostam e não compreende a


CRÍTICA como instrumento válido de CONSTRUÇÃO DE
CONHECIMENTO, pois estão fascinados pela literatura produzida
à margem da METODOLOGIA KARDECIANA. Alguns se
degladiam entre o docetismo de Jean Baptist Roustaing e a
versão evangélica apresentada pelo médium Francisco Cândido
Xavier, sem efetivamente corrigir os rumos da produção
DOUTRINÁRIA. Considera-se nesta SOPA IDEOLÓGICA que se
transformou o ESPIRITISMO BRASILEIRO, outros movimentos
marginais que se multiplicam dia a dia. Tudo porque se
dispensa a CRÍTICA e ignora-se KARDEC em sua parte mais
importante: O MÉTODO. A METODOLOGIA KARDECIANA exige A
REFLEXÃO como instrumento indispensável, com todo o seu
RIGOR e PROFUNDIDADE, portanto não dispensa a CRÍTICA na
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ESPÍRITA, não a negligencia
em nenhum aspecto. Mesmo o conhecimento produzido no
século XIX por Kardec e seus abnegados colaboradores
contemporâneos não pode ser deixado de lado como
inquestionável, à margem da CRÍTICA MODERNA, pois afinal a
ciência em que se escudavam, em boa parte encontra-se
reformulada, com a aplicação de um MÉTODO CIENTÍFICO mais

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completo, com novos recursos de pesquisa, coleta de dados,
observação e crítica. Para esses espíritas, suas ideologias são
colocadas em círculos fechados, prontas para o ultraje de seus
opositores, sem perda da arrogância, conservam os
pensamentos e as estruturas dogmáticas, imersos numa
confiança que só à ignorância satisfaz.

Algumas pessoas temem a REFLEXÃO, consideram-na


uma coisa perigosa, e de fato é para quem teme não saber
onde se pode chegar. Sem a REFLEXÃO (ou CRÍTICA) não existe
nenhum caminho que possa levar à VERDADE. As QUESTÕES
FILOSÓFICAS fazem muitas pessoas sentirem-se
DESCONFORTÁVEIS ou mesmo ULTRAJADAS. Temem que suas
idéias possam não resistir tão bem como elas gostariam se
começarem a pensar sobre elas. Há os que pretendem basear
suas idéias e seus conceitos nas “POLÍTICAS DA IDENTIDADE”
ou por outras palavras, no tipo de identificação com uma
TRADIÇÃO, GRUPO, ou IDENTIDADES. Quase sempre optam
por um referencial determinado por alguma autoridade – no
caso do Espiritismo a autoridade pode ser um Espírito de
confiança irrestrita, um médium consagrado por seus discursos,
livros, intuições, psicografias e psicofonias – é o processo de
gestação do conhecimento teológico, quando se aceita e se
confia no conhecimento repassado por alguma autoridade, sem
verificação, por pura e cega fé. Os referenciais subjetivos não
são confiáveis. Encontramos no movimento espírita muitos
adeptos que preferem o refúgio no espesso círculo, confortável
porque fogem aos atritos da limalha, ao buril purificador das
idéias, optam pela adoção de tradições populares, sem qualquer
preocupação com suas estruturas, suas origens, muito menos
com os críticos. A REFLEXÃO abre a AVENIDA da CRÍTICA,
ameaçando a segurança das TRADIÇOES e das CRENÇAS. No
movimento espírita do Brasil as pessoas não gostam da crítica,
temem examiná-las racionalmente, logicamente, pois estão
impregnados e contaminados pela farta literatura produzida à
margem da linha metodológica kardeciana. Kardec não fugia da
REFLEXÃO e exigia INTENSO RIGOR e PROFUNDIDADE em
todas as questões, examinando e submetendo à CRÍTICA desde
a mais simples informação à mais complexa, nada deixando
escapar. O que não pode examinar, que lhe parecia ser de
alguma lógica, informou seu parecer ao destinar à publicação. O
CONHECIMENTO produzido por Kardec tinha como referência a

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CIÊNCIA do século XIX, tida por muitos de seus cientistas
contemporâneos como o ápice do CONHECIMENTO HUMANO,
que nada mais havia por se descobrir ou por se concluir. A
CIÊNCIA havia se fechado, mas o responsável pela
CODIFICAÇÃO DA DOUTRINA ESPÍRITA mais uma vez,
desconfiou e declarou ser o ESPIRITISMO uma DOUTRINA
ABERTA; ela continua aberta até hoje e estará em todas os
tempos da HUMANIDADE, acompanhando e se reconstruindo a
cada descoberta, a cada nova conclusão, desde que
suficientemente verificada por todos os meios da observação,
da experimentação e da mais criteriosa conclusão.

Não resta dúvida que o CONHECIMENTO produzido no


século XIX por Kardec e seus abnegados colaboradores não tem
como ser colocado à margem da CRÍTICA unicamente pela
autoridade, afinal a ciência em que se escudava, em boa parte,
tem ainda um método adotado como filosófico que não produziu
CIÊNCIA, esta sim grafada com letras maiúsculas. Novos
métodos de pesquisa, de coleta, observações e críticas de
dados, estão engatinhando em seu uso e tornando
CRITICÁVEIS as hipóteses formuladas como FILOSOFIA. No
segmento deste estudo concluiremos que os Espíritas e
simpatizantes da DOUTRINA elaborada de forma desarticulada e
descuidada, trazendo em seu rótulo a palavra ESPÍRITISMO,
encontram-se aprisionados em suas IDEOLOGIAS FECHADAS,
expondo suas idéias a ultrajes justos, correndo o risco de se
verem mergulhados nas profundezas da arrogância e do
orgulho; manchados pela desilusão e enganados por uma falsa
racionalidade, por uma fé que não compreendem, pois vêem
aumentar o abismo entre a doutrina abraçada e a que foi
CONDIFICADA com bases racionais e lógicos. Os cientistas não
lhes perdoarão, pelo menos num curto prazo, estarão
definitivamente ridicularizados. Da brilhante exposição feita
pelo filósofo SIMON BLACKBURN no livro “PENSE”, extraímos
ainda: “(...) nos últimos dois mil anos, a tradição filosófica tem
sido a INIMIGA deste tipo de COMPLASCÊNCIA CONFORTÁVEL.
Tem insistido na idéia de que uma vida NÃO EXAMINADA não
vale a pena SER VIVIDA.” Tem insistido no poder da REFLEXÃO
racional para descobrir o que há de ERRADO em nossas práticas
e escolher outras que sejam melhores e que possam substituí-
las vantajosamente. Tem identificado a auto-reflexão crítica
com a liberdade – e a idéia é que só quando conseguirmos ver

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a nós mesmos de forma adequada poder controlar a direção em
que desejamos caminhar. Só quando tomamos conhecimento de
nossa realidade, de nossa situação de forma estável, vendo-a
em sua totalidade, podemos então começar a pensar no que
fazer a respeito de nós mesmos.Ressaltamos: há atualmente
correntes acadêmicas que são contra estas idéias, há pessoas
que questionam a própria noção de verdade, de razão, ou a
possibilidade de REFLEXÃO desapaixonada. Na sua maior parte,
fazem má FILOSOFIA, muitas vezes sem saberem que é isso
que estão a fazer.

De acordo com Goya “ A IMAGINAÇÃO abandonada pela


RAZÃO produz MONSTROS IMPOSÍVEIS; unida a ela, é a mãe
das ARTES e a FONTE DOS SEUS ENCANTOS”. Não há como
encarar as coisas de outro modo.

As correntes acadêmicas que nos referimos anteriormente


corporifica uma PSUDOFILOSOFIA. Vamos recorrer, então, a
NICHOLAS RESHER da Universidade de Pittsburgh. A
PSEUDOFILOSOFIA consiste em ELUCUBRAÇÕES que se
apresentam como filosófica, mas que são INEPTAS,
INCOMPETENTES, que CARECEM DE SERIEDADE INTELECTUAL
e que refletem um compromisso INSUFICIENTE com a procura
da VERDADE. Pelo fato de não compreender ou usar com
incorreção os instrumentos da FILOSOFIA, a maioria espírita
pratica uma FALSA FILOSOFIA ESPÍRITA ou, como queiram,
uma PSEUDOFILOSOFIA ESPÍRITA.

A FILOSOFIA é aquilo que os FILÓSOFOS fazem. Partindo


desta premissa não tememos afirmar: a FILSOFIA ESPÍRITA é o
que Allan Kardec, o maior entre todos os FILÓSOFOS do
Espiritismo fez, não existe nenhuma CONSTRUÇÃO maior no
gênero. Todas as outras construções melhores não lhe podem
igualar a qualidade por não terem sido submetidas à mesma
limalha que a Codificação. Entre os nossos contemporâneos não
existe ninguém que possa ter partilhado mais autenticamente
possível dos mesmos métodos da FILOSOFIA nos moldes
kardecianos.

A palavra FILOSOFIA deriva, como bem sabemos, da


palavra grega cujo significado é “AMOR À SABEDORIA”. No caso
da FILOSOFIA ESPÍRITA, sem perda de generalidade, pode ser
entendida como sendo “AMOR À SABEDORIA ESPÍRITA” ou

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“AMOR AO CONHECIMENTO TOTAL”. É uma ARTE e uma FORMA
DE PENSAR as questões espíritas usando argumentos lógicos,
com rejeição das opiniões pessoais quando comprovadamente
falsas – as duvidosas são entregues à FILOSOFIA e as certas e
provadas são encaminhadas à CIÊNCIA ESPÍRITA. O FILÓSOFO
ESPÍRITA tem como atividade principal, criar a partir da
observação dos fatos, referenciados nos acontecimentos
fenomênicos, as hipóteses que serão discutidas, criticadas, por
eles mesmos; constroem assim o conhecimento científico
espírita. Os axiomas espíritas dependem, então, da eficiente
atuação de cada FILÓSOFO a serviço do Espiritismo – não se
considera FILÓSOFO ESPÍRITA aquele que negligencia o esforço
da CRÍTICA, da RACIONALIDADE e da OPERACIONALIDADE
imposta pela LÓGICA com todos os seus instrumentos. O
Movimento Espírita brasileiro conta com um número irrisório,
quase desprezível, de FILÓSOFOS com esta especialidade. Os
que se afirmam como tal, não dispõem de um modo geral e
quase irrestrito de parâmetros que possa igualá-los ao modelo
kardeciano. São incompetentes na hora da argumentação, das
discussões, das reflexões, experimentações e crítica,
finalmente, não inspira confiança qualquer de suas
demonstrações, muito menos as conclusões que tiram em
defesa das hipóteses que trabalham.

Falta ao Movimento Espírita Brasileiro, tendo a FEB no


Timor, a SUFICIÊNCIA INTELECTUAL. Alguns adeptos do
Espiritismo são portadores de alguns títulos acadêmicos; mas a
escola brasileira merece muitas ressalvas, pois resulta de uma
escola capenga e descuidada ao longo de toda vida escolar de
seus cidadãos. São pobres na ARTE de BEM FILOSOFAR e a
ARTE das CIÊNCIAS – não estão habituados à seriedade
intelectual. Têm a força argumentativa comprometida e
apresentam, frequentemente um valor de juízo vulnerável à
CRÍTICA daqueles que fazem ESCOLA de pensamento de VALOR
FILOSÓFICO melhor construída, muitos dos quais entre os
rivais. Muito pior que isso, estão muito longe de admitir a
própria INAPTIDÃO, deixam-se assim mergulhar no mais
profundo lodaçal, deixando-se envolver, aturdidos, pelas
objeções dos oponentes, amortalha-se sem forças, mais
empobrecidos numa filosofia rota e sem qualquer poder
construtivo de conhecimento.

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De acordo com NICOLAS RESNER, o rótulo “PSEUDO” é
particularmente adequado para aplicar aos que usam os
RECURSOS da razão para substanciar a afirmação de que a
RACIONALIDADE é INALCANSÁVEL em questões de
INVESTIGAÇÃO – pois a sua prática trai claramente a doutrina
que pensa abraçar amplamente. Sobre o que não se pode tratar
com força de persuasão filosófica, recomenda-se o SILÊNCIO.

De um modo quase absoluto, os espíritas à brasileira, ao


contrário do que deveria ser, ignoram a FILOSOFIA ESPÍRITA ou
a interpretam muito erradamente. Margeiam-se pelas
futilidades e crenças inocentes apenas nas aparências, deixam-
se contaminar por crenças bizarras e, contraditoriamente,
defendem uma “fé raciocinada” sem saber bem o que isto
significa; aderem às futilidades que nada têm de úteis,
distinções excessivamente SUBTIS, são controversas no
tratamento das questões acerca das quais o CONHECIMENTO é
improvável, para não dizer, IMPOSSIVEL; muito ao contrário de
KARDEC.

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Explorando o valor da FILOSOFIA

Qual o real valor da FILOSOFIA? Por que deve ser estudada? Por
que os espíritas brasileiros têm falhado continuamente na
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO ESPÍRITA? O que lhes falta?

Faltam-lhes a LÓGICA como arte de COGITAR, ou FILOSOFAR,


uma arte que aumenta forma e governa a razão no estudo da
SABEDORIA. A FILOSOFIA é muito necessário ao conhecimento
espírita, é a base de sua construção doutrinária, pois ensina e dá os
preceitos e as regras com que podemos retamente filosofar. Dá ao
pensador a prudência necessária no momento de exercer a crítica das
hipóteses, experimenta muitas coisas por muitas e exaustivas vezes
quando necessário, até encontrar o verdadeiro caminho. Com os
próprios erros descobrem outros caminhos que levam a outras
ciências. A lógica não é uma arte de contenda por amor de pompa,
por evidência do egoísmo, da vaidosa centralidade pessoal, de vitória
nas polêmicas, ao contrário do que praticavam os Sofistas e depois
deles os FILÓSOFOS DA ESCOLA; é acima de tudo, a arte que
GOVERNA O HOMEM na indagação racional da SABEDORIA necessária
ou de UTILIDADE.

A RAZÃO HUMANA é a faculdade ou habilidade de perceber,


entender, cogitar e raciocinar, com método e determinação. Os
princípios chamam-se juízos, retos, claros, de qualquer modo
corretos. A arte de raciocinar é uma reta e pronta faculdade de extrair
dos princípios postos aqueles conseqüentes, que NELES ESTÃO
OCULTOS.

Algumas vezes temos falado na reta razão humana, o que leva


a aceitar a existência de uma DEPRAVADA RAZÃO. Infelizmente basta
um simples exame de superfície no MOVIMENTO ESPÍRITA BRASILEIRO
para encontrar implantada a DEPRAVADA RAZÃO, o que por certo não
acontece quando nosso procedimento se volta para o MOVIMENTO
FRANCÊS idealizado por Allan Kardec. O “Espiritismo” brasileiro
sugere outra origem que não é nenhum exagero de nossa parte
grafá-lo entre aspas. Chama-se RETA RAZÃO quando raciocinamos
seguindo princípios verdadeiros, certos, por um método correto e com
a ordem necessária – quando dos princípios concedidos se seguem
aqueles conseqüentes, que neles se contêm. A DEPRAVADA RAZÃO,
conclui como verdadeiras as falsas hipóteses, se os princípios forem
falsos ou a ordem for irrelevante e desnecessária.

A RETA RAZÃO precisa ser adquirida e aperfeiçoada. A RAZÃO é


o instrumento fundamental na CRÍTICA DAS HIPÓTESES para que a
CIÊNCIA possa ser construída em sua totalidade e exatidão. O ofício
do CRÍTICO e LÓGICO é formar o entendimento para retamente
filosofar, com o fim de estudar e indagar a SABEDORIA. O objeto da
[Digite texto]
LÓGICA são as operações do ENTENDIMENTO, que a mesma lógica
forma e dirige no sentido do RETO FILOSOFAR.

Um grande número de escritores espíritas envereda por


caminhos tortuosos na arte de filosofar, praticam uma DEPRAVADA
RAZÃO pensando trilhar o caminho da retidão filosófica ensinado nos
livros da Codificação Espírita. Pensa ter alcançado significativo
domínio da CIÊNCIA ESPÍRITA e de algumas habilidades e práticas do
cotidiano, encaminhando com boa retórica assuntos polêmicos sob à
luz do “espiritismo”. Para justificar a UFOLOGIA NUMA VISÃO ESPÍRITA
vale-se de textos que pregam a PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS:

Jesus disse em João 14:1 "Na casa de meu Pai há muitas


moradas...".

Não há nenhuma prova que justifique a inclusão de hipóteses


envolvendo ufologia como CIÊNCIA e muito menos como FATOS
ESPÍRITAS. A ufologia continua entregue aos FILÓSOFOS, pois
constitui uma INCERTEZA FILOSÓFICA. Há uma clara inclinação na
direção da DÚVIDA, por parte daqueles que adotam o CRITÉRIO da
CONFIANÇA que depositam na autoridade de MÉDIUNS e de
ESPÍRITOS que se notabilizam pelos seus livros voltados em muitos
casos para a AUTOAJUDA. É preciso repensar essa confiança, e trilhar
outros caminhos que não sejam determinados por qualquer
TEOLOGIA, que aprisiona e dificulta a ação da inteligência nos
domínios da RETA FILOSOFIA e o CAMINHAR SEGURO na direção da
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO que deverá se incorporar ao corpo
doutrinário do Espiritismo, no estrito modelo kardeciano.

Nenhuma CIÊNCIA existe sem a FILOSOFIA. Por exemplo, a


FÍSICA é responsável por praticamente toda a TECNOLOGIA colocada
a serviço do homem; é útil a um sem número de pessoas, mesmo
para aqueles que a ignoram por completo até mesmo em seus
rudimentos. Mas o desenvolvimento do CONHECIMENTO DA FÍSICA
não pode ocorrer sem que ocorra um estudo completo da FILOSOFIA
GERAL e da FILOSOFIA DA CIÊNCIA, o que inclui o MÉTODO
CIENTÍFICO complementado pelo MÉTODO ESTATÍSTICO, com todos os
seus procedimentos experimentais, de coleta, depuração, formulação
de hipóteses, crítica de dados e conclusões. Para o Espiritismo a
prática não pode ser diferente e há de ser até mais rigorosa, dada sua
utilidade e importância para a humanidade. No modelo atual,
praticado por totalidade das instituições “espíritas” predomina a
fantasia, a DEPRAVADA FILOSOFIA, responsável pela estagnação
doutrinária, fracasso na ação moral de evangelizar, promover rituais
de cura incompatíveis com as pregações de Kardec, bizarras cirurgias
e práticas de medicina que ferem a lei vigente no país
(curandeirismo), expondo o Espiritismo ao ridículo, como previu o
mestre francês:

[Digite texto]
“Esses erros provêm quase sempre de Espíritos levianos,
sistemáticos ou pseudo sábios, que se comprazem vendo editadas
suas fantasias e utopias e isso por homens que conseguiram enleiar a
ponto de fazê-los aceitar, de olhos fechados, tudo quanto lhes
debitam, oferecendo alguns poucos grãos de boa qualidade em meio
ao joio.”

“Deus permite que deixem escapar em suas comunicações


erros tão grosseiros, coisas tão absurdas e mesmo tão ridículas, idéias
nas quais as noções científicas mais vulgares são demonstradas com
tanta falsidade, que, ao mesmo tempo, destroem o sistema e o livro
que o contém.”

A forma como Kardec expõe não deixa qualquer margem de


dúvida quanto a existência de adeptos do “espiritismo” que praticam
uma DEPRAVADA FILOSOFIA.

“Sem dúvida alguma seria preferível que só fossem publicados


bons livros! Mas, embora tudo se passe de outra forma, é preciso que
não temais para o futuro a influência dessas obras. Elas podem,
momentaneamente, acender um fogo de palha, mas quando não se
apóiam em uma LÓGICA RIGOROSA, vede, ao fim de alguns anos –
muitas vezes de alguns poucos meses, - a que se reduziram. Para tais
casos as livrarias são um termômetro infalível.”

A FILOSOFIA praticada no século XIX e também a do século XX


não foi suficiente para deter o avanço das publicações nocivas ao
Espiritismo e publicadas pelos próprios simpatizantes. Seus
instrumentos ainda não detinham força suficiente e carecia de
aperfeiçoamento que só o tempo poderia trazer. Acabou por serem
dominantes as publicações contraditórias.

“Sua publicação tanto pode ser útil, se feita com discernimento,


quanto perniciosa, em caso contrário.”

Há também uma insinuação quanto à prática do mercantilismo


espírita, onde os escritores e médiuns que escrevem sobre Espiritismo
têm com certa prevalência o objetivo de conseguir benefícios
financeiros com as obras que escrevem, alegando constituir fruto de
seu trabalho, sem se importar com a finalidade real do Espiritismo.
Referindo às comunicações mediúnicas, prossegue Kardec:

“Outras pessoas têm interesse nas circunstâncias em que são


transmitidas. Sem o conhecimento dos fatos a que relacionam,
surgem insignificantes aos olhos do observador. Todo esse
inconveniente estaria circunscrito apenas aos bolsos dos editores;
todavia ao lado disso, algumas há que SÃO EVIDENTEMENTE
NOCIVAS, tanto por sua forma quanto por seu conteúdo e que, sob
nomes respeitáveis, logicamente apócrifos, revelam UM CONTEXTO
ABSURDO ou TRIVIAL, o que naturalmente, se PRESTA AO RIDÍCULO e
[Digite texto]
OFERECE ARMAS À CRÍTICA. Tudo se torna ainda pior quando, sob o
MANTO DESSES MESMOS NOMES, formulam-se sistemas excêntricos
ou GROSSEIRAS HERESIAS CIENTÍFICAS.”

“Não haveria nenhum inconveniente em publicarem-se essas


espécies de comunicações, se as fizessem acompanhar de
comentários, seja para refutar os erros, seja para lembrar que
constituem a expressão de uma opinião individual, da qual não se
assume absolutamente a responsabilidade. Assim talvez, revelasse
um lado instrutivo, PONDO A DESCOBERTO a que ABERRAÇÕES de
IDÉIAS podem se entregar certos ESPÍRITOS. Mas PUBLICÁ-LAS PURA
E SIMPLESMENTE, APRESENTÁ-LAS COMO A EXPRESSÃO DA VERDADE
E GARANTIR A AUTENTICIDADE DAS ASSINATURAS, QUE O BOM
SENSO NÃO PODE ADMITIR, NISSO ESTÁ O INCONVENIENTE. “

“Uma vez que os Espíritos possuem livre arbítrio e UMA OPINIÃO


sobre os homens e as coisas, compreender-se-á que a prudência e a
conveniência mandam afastar esses perigos. NO INTERESSE DA
DOUTRINA CONVÉM, POIS, FAZER UMA ESCOLHA MUITO SEVERA EM
SEMELHANTES CASOS E POR DE LADO, COM CUIDADO, TUDO
QUANTO PODE, POR UMA CAUSA QUALQUER, PRODUZIR UMA RUIM
IMPRESSÃO.”

Conclui Kardec:

“É preciso que se saiba que o ESPIRITISMO SÉRIO se faz


patrono, com alegria e apressuramento, de toda obra realizada com
critério, qualquer que seja o país de onde provém, mas que,
igualmente, REPUDIA TODAS AS PUBLICAÇÕES EXCÊNTRICAS. Todos
os espíritas que de coração, VIGIAM PARA QUE A DOUTRINA NÃO SEJA
COMPROMETIDA, devem, pois, SEM HESITAÇÃO, DENUNCIÁ-LAS, tanto
mais porque, se algumas delas são produtos da boa fé, outras
constituem trabalho dos próprios inimigos do Espiritismo, que visam
desacreditá-lo e poder motivar acusações contra ele. EIS PORQUE,
REPITO, É NECESSÁRIO QUE SAIBAMOS DISTINGUIR AQUILO QUE A
DOUTRINA ESPÍRITA ACEITA DAQUILO QUE ELA REPUDIA.”

(Créditos: Allan Kardec, Viagem Espírita em 1862 – O Clarim, 2ª


Edição em português)

Sem RETA FILOSOFIA a doutrina espírita entre em colapso e


agoniza em falência, esfacela-se o modelo espírita brasileiro, como
cumprir o apelo “Espíritas, instruí-vos!”? Essa convocação, que soa
como um apelo desesperado convém repensar urgentemente a forma
como tem tentado estabanadamente por sinal, construir o
CONHECIMENTO ESPÍRITA. Não nos convém outra forma de criticar as
hipóteses espíritas e, em decorrência, construir a CIÊNCIA ESPÍRITA.

[Digite texto]
De acordo com BERTRAND RUSSEL, “Se o estudo da FILOSOFIA
tem qualquer valor para os que não são estudantes da FILOSOFIA,
tem de ser apenas indiretamente, parcialmente, através dos seus
efeitos sobre a realidade que tem ou que deseja ter. É nestes efeitos,
portanto, se em algum lado, que o valor da FILOSOFIA deve ser
primeiramente procurado.

Não podemos fracassar na ação de determinar o valor da


FILOSOFIA que queremos usar. O primeiro movimento exige um
esforço para libertarmos nossas mentes dos preconceitos que
arrastamos e que foram determinados pela cultura adquirida no curso
da vida e que nos levam a pensar. O homem prático encontra muito
mais dificuldade para construir seu conhecimento espírita, pois, de
um modo geral, ele reconhece apenas NECESSIDADES MATERIAIS e
sua MENTE trabalha prioritariamente essas necessidades que, no
fundo, estão inseridas na própria razão do ser biológico com os
instintos de preservação; apresenta-se envolvido com o trabalho, com
a proteção e manutenção de si mesmo, da família, da sociedade
como um todo, não consegue envolver-se com as discussões
filosóficas que maceram e constroem o CONHECIMENTO ESPÍRITA,
colocam-nas de lado ou postergam para um tempo que
provavelmente jamais chegará – são abstratos e científicos demais,
alegam, procurando desculpismos diversos. Um exemplo é a rejeição
do estudo sistemático (não confundir com sistematizado) do livro “A
Gênese”, um dos livros preparados por Allan Kardec – é científico
demais e muitos não estão dispostos a estudá-lo, talvez por preguiça
mental mas, em grande parte por falta de escolaridade adequada e
de visão histórica e científica combinadas.

Temos observado o homem em sua adesão ao ESPIRITISMO,


quando demonstra inequivocamente o predomínio da materialidade
em seus pensamentos: mercantilizam o movimento espírita, priorizam
a venda da doutrina através de livros, CDs, DVDs, filmes, palestras e
seminários (médiuns de renome cobram por suas apresentações
alegando necessidades de assistência social, sem nunca prestarem
conta corretamente das aplicações, desviando a maior parcela do
dinheiro em proveito próprio. O dinheiro, não resta dúvida, é a mola
propulsora do progresso material e nada pode ser feito sem ele, mas
nada custa, por em prática maior transparência e ser honesto em não
usar um único centavo em causa próprio sob nenhuma alegação; se
não prestar conta aos homens, não deixará a obrigatoriedade de o
fazer perante sua própria consciência quando estiver diante da morte.
É freqüente o uso do assistencialismo com a intenção de “capturar”
adeptos – uma forma de proselitismo disfarçada mas que não passa
sem ser percebida pelas pessoas mais atentas. As pessoas, em
grande número, procuram os CENTROS ESPÍRITAS a procura de
solução rápida para seus problemas mais prementes: saúde em
baixa, doenças graves, problemas psíquicos (muito deles com causas
patológicas diversas) – são tratados como influenciados gravemente
por espíritos atrasados e malfazejos -, recuperação de emprego
[Digite texto]
perdido, separação conjugal, problemas com a rebeldia dos filhos, etc.
Um número ínfimo procura o ESTUDO sério da doutrina. Os centros
que oferecem terapias de vidas passadas, cromoterapia,
piramidologia, e outras terapias alternativas, além de passes e água
fluidificada – vista à semelhança da “água benta” tendem a ficar
sanzonalmente cheios, enquanto os centros que oferecem o ESTUDO
como prática séria e bem cuidada ficam vazios. As reuniões de
estudos dos livros da Codificação Espírita contam em média com seis
a oito pessoas, e podem ficar completamente esvaziadas pelo
desinteresse e por que estudar é sempre difícil. A solução a longo
tempo para os problemas humanos, por sinal definitiva e a única
eficaz, não interessa aos espíritos ignorantes e sofredores. Estudar é
trabalhoso.

“Se todos os homens vivessem desapegadamente, se a pobreza


e a doença tivessem sido reduzidas ao seu mais baixo ponto possível
haveria ainda muito a fazer para produzir uma SOCIEDADE VÁLIDA;
mesmo neste mundo os BENS DA MENTE (e do ESPÍRITO) são pelo
menos, tão importantes como os BENS DO CORPO”. De fato o
equilíbrio do corpo não se consegue sem o equilíbrio da mente. A
solução dos problemas materiais está afeta à solução dos problemas
da mente e, consequentemente, do Espírito.

“É exclusivamente entre os bens do Espírito, repercutindo na


mente que encontraremos o real VALOR DA FILOSOFIA ESPÍRITA.” Um
número muito reduzido de pessoas pode contar entre os espíritas
preocupados numa solução para os problemas humanos que
demanda cultivar o valor do Espírito como prioridade, através da
aquisição dos bens que somente o estudo eficaz e reto da Filosofia
Espírita pode proporcionar.

Pretendemos apresentar ao longo deste trabalho intelectual


ofertado aos ESPÍRITAS BRASILEIROS um singelo método de estudo e
crítica das hipóteses espíritas, sem nos preocupar suas origens. O
MÉTODO é absolutamente neutro e não mascara as hipóteses falsas
para apresentá-las como viáveis diante do povo ávido por soluções
simples e imediatas. Não escrevemos para ganhar dinheiro ou
notoriedade, rejeitamos cargos, convites de editoras, palestras
remuneradas – usamos um conhecimento que é um bem da
humanidade e não apenas de algumas pessoas.

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