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GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS

SECRETARIA DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO


Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Tocantins – RURALTINS

CURSO SOBRE CRIAÇÃO DE


FRANGO CAIPIRA MELHORADO

ASSOCIAÇÃO ESTRELA DO ORIENTE


ASSOCIAÇÃO BARRO ALTO
RECURSOLÂNDIA – TO.

RUA PEREIRA ROCHA, Qd. 21 Lt. 06 Nº 18 FONE: (63) 3420-1007


CEP 77.723-000
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GOVERNO DO ESTADO DO TOCANTINS


MARCELO DE CARVALHO MIRANDA
GOVERNADOR

SECRETARIA DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E


ABASTECIMENTO
ROBERTO JORGE SAHIUM
SECRETÁRIO

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO ESTADO DO


TOCANTINS – RURALTINS
SEBASTIÃO PELIZARI JÚNIOR
PRESIDENTE

COORDENADORIA DE CAPACITAÇÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL


CIDIA ALANA CORREA MELO
COORDENARORA

SUPERVISÃO REGIONAL DO RURALTINS / MIRACEMA–TO


RORILÂNDIO NUNES DOS SANTOS
SUPERVISOR REGIONAL

UNIDADE LOCAL DE EXECUÇÃO DE SERVIÇOS DE CENTENÁRIO


JOSÉ JOAQUIM ARRUDA FILHO
CHEFE ULES CENTENÁRIO

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INTRODUÇÃO

A avicultura é uma das áreas que mais tem evoluído nos últimos anos, devido
sua importância para a produção e suprimento alimentar de proteína de alta
qualidade. No entanto, com a mudança de hábitos dos consumidores, que cada vez
mais vêm dando preferência a produtos mais naturais e saudáveis e também
mostram preocupação com os possíveis efeitos da criação moderna, o Frango
Caipira está novamente no mercado. Uma dieta à base de alimentos integrais e com
sabor natural passou a fazer parte da mesa de uma parcela da população.

Estes alimentos, entretanto, têm um custo de produção mais elevado se


comparado à produção industrial, no caso de frango de corte. Por esse motivo, o
frango caipira tem um preço de mercado maior, não competindo em escala de
produção e custo com o frango industrial, mas em qualidade e sabor da carne,
atendendo a uma fatia de mercado que paga mais por essas características de
apelo ecológico.

Dessa forma, o sistema caipira de criação de frango de corte é uma atividade


em franco desenvolvimento, principalmente entre os pequenos e médios produtores,
que têm demandado de informações técnicas para a produção de uma ave com
características mais voltadas para o tradicional frango de ”fundo de quintal”, com
carne de sabor silvestre, com menos teor de gordura, menos colesterol e mais
proteína, para atender um mercado diferenciado.

1. ESCOLHA DO LOCAL
A escolha do local onde será conduzida a criação deve ser feita com muito
cuidado. Escolha um local plano ou com pouca declividade, protegido de ventos e
bem seco. É importante, ainda, que tenha uma área sombreada, se possível próximo
à água limpa.
Deve-se considerar ainda uma área anexa ao galpão, preferencialmente
gramada ou com pasto formado, destinada ao piquete, essencial ao sistema caipira
de criação.

2. GALPÕES
2.1. ORIENTAÇÃO
O galpão deve ser construído no sentido Leste/Oeste, ou seja, com o maior
comprimento no sentido em que o sol nasce e se põe, de forma que não haja
incidência direta de raios solares no interior deste (figura 1).

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Leste Oeste

FIG.1 – Orientação do galpão segundo posição

2.2. DIMENSIONAMENTO
2.2.1. Área do galpão
O tamanho deve ser definido em função do número de aves a serem criadas.
Para frangos de corte utiliza-se 10 a 12 aves/m².

2.2.2.Altura do galpão
A altura do pé direito deve ser de 2,70m a 3,0m. O galpão mais alto favorece
a circulação de ar, diminuindo os problemas com calor dentro deste, o que é muito
importante, principalmente em regiões quentes e/ou no verão (figura 2).

Pé Beiral
direito Tela 1m
2,5 a
3,0m
Mureta
50cm
FIG. 2 – Dimensões do
galpão

2.2.3. Mureta
A mureta deve ter de 40-60cm de altura e sua função é a de proteger as aves,
bem como sustentar as cortinas e telas. É conveniente que tenha a borda superior
inclinada (45º) para evitar o empoleiramento das aves .

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2.2.4. Beiral
A cobertura do galinheiro deve poderá ser feita com qualquer tipo de telha.
Um detalhe que merece muita atenção quanto a largura do beiral (parte que excede
aos limites da parede) que deverá ter de 1,0 a 2,0m. A necessidade desse beiral
largo é a de proteger as aves do sol e principalmente das chuvas (detalhe figura 2).

2.3. MATERIAL
2.3.1.Piso
O piso do galinheiro deve ser, de preferência, cimentado, com declividade de
1% no sentido longitudinal, ou seja, no maior comprimento do galpão. Não sendo
possível cimentar, pode ser de terra batida de modo que fique bem compactado.
Neste tipo de piso há a desvantagem do maior número de reparos.

2.3.2.Cobertura
Para se cobrir os galpões procura-se utilizar material de menor custo. Os mais
utilizados são telhas de fibrocimento, de barro e de zinco, podendo-se utilizar sapé
ou outro material disponível na propriedade.
Em telhados de fibrocimento ou zinco é interessante pintar a face externa das
telhas com tinta branca ou cobri-las com sapé. Estes procedimentos podem reduzir
em até 3ºC a temperatura interna do galpão.

2.3.3.Galpão
A construção do galpão poderá ser feita com diversos tipos de materiais, tais
como estruturas metálicas, concreto ou madeira disponível na região. Deve-se
considerar uma construção rústica aproveitando-se os materiais da propriedade.
A caixa d’água poderá ser de diversos materiais, tais como: fibrocimento,
plástica, metálica ou alvenaria. Deve ser coberta e não é aconselhada sua
instalação no interior do galpão. O encanamento até o galpão deverá ser enterrado
de 30 a 40cm da superfície, evitando-se o aquecimento da água.

2.3.4.Mureta
Pode ser feita de tijolos ou pré-moldados de concreto. Para a confecção da
mureta pré-moldada de concreto o produtor poderá utilizar formas de madeira com
enchimento de concreto. Uma opção para baratear o custo é a utilização de bambu,
em substituição à ferragem para constituição do concreto armado.

2.4.PIQUETE
A área do piquete deverá ter no mínimo 3 vezes o tamanho da área coberta
destinada as aves. Deve-se dispor de telas de malha de 2 polegadas e 1,80m de
altura, bem como de madeira ou mesmo bambu para fixá-las. O terreno do cercado
deverá estar sempre limpo, e é necessário que haja sombra. Este sombreamento
poderá ser feito de capim elefante (capim de capineira) plantado em faixas. Alguns
produtores aproveitam a cerca do piquete para o plantio de maracujá, propiciando

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sombra para as aves. Deverá ser fornecida água de boa qualidade, se possível com
instalação de bebedouros dentro do piquete.
A partir do 30º dia de vida, as aves devem ter acesso ao piquete onde irão
adquirir o hábito de ciscar, comer insetos e verde, o qual será fornecido à vontade.
Além disso, esse espaço permitirá o exercício das aves, fator importante para
melhorar a consistência e o sabor da carne.
A forragem utilizada no pastejo das aves será a grama estrela africana.

3. EQUIPAMENTOS
3.1. CÍRCULO DE PROTEÇÃO
Tem como função proteger os pintos de corrente de ar e limitar a área
disponível aos mesmos, mantendo-os próximos da fonte de aquecimento, da água e
da ração.

Para alojar 500 pintos, deve-se fazer um círculo de proteção com diâmetro de
3,50 metros (50 pintos por m²), permitindo assim boa distribuição dos equipamentos
e do calor. Para isso usam-se 4 folhas de eucatex de 2,75 metros de comprimento
com 60 cm de altura. Poderão ser utilizados outros materiais, tais como folhas de
zinco ou outros encontrados na propriedade (figura 3).
bebedouro

Campânula a Diâmetro =
gás 3,5m

Comedouro
Círculo tipo bandeja
de
proteção

FIG. 3 – Formação do círculo de proteção e distribuição dos


equipamentos.

3.2.CAMPÂNULAS
Equipamento destinado ao aquecimento dos pintinhos enquanto estiverem no
círculo de proteção. As campânulas serão usadas na fase inicial, ou seja, da
chegada dos pintinhos até 14 dias de vida destes. As mais utilizadas são as que
utilizam gás de cozinha, sendo bom lembrar que o botijão deverá ficar fora do círculo
de proteção.

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3.3. COMEDOURO
3.3.1. Comedouro tipo bandeja
Utilizado para pintos na primeira semana de vida. Usa-se um comedouro tipo
bandeja para 100 pintos (figura 4).

FIG. 4 - Comedouro tipo


bandeja 40cm

50cm

3.3.2. Comedouro tipo tubular


Comedouro utilizado a partir da 2ª semana até o abate. Encontram-se no
mercado comedouros de diferentes capacidades, quanto a quantidade de ração que
comporta e quanto ao número de aves que suportadas, sendo os mais utilizados os
comedouros para 20kg de ração com capacidade para 50 aves.

3.4. BEBEDOURO
3.4.1. Bebedouro de pressão
Utilizado dentro do círculo de proteção para os pintos na primeira semana de
vida. Cada bebedouro com capacidade de 4 litros de água atende a 100 pintos.

3.4.2.Bebedouro pendular
Utilizado a partir da 2ª semana de vida até o abate. São bebedouros
automáticos, abastecidos através de rede suspensa de distribuição de água.
Normalmente a proporção é de 1 bebedouro para 80 a 100 pintos.

3.5. CORTINA
É utilizada contra ventos, chuvas e controle de temperatura do galpão. Deve
ser instalada do lado de fora do galpão, afixada na mureta. Normalmente o material
utilizado é a ráfia (polietileno).

4. MANEJO
4.1. PREPARO DO GALPÃO
4.1.1. Limpeza e desinfecção
O galpão deve ser limpo e desinfetado antes de se começar a criação. Em
retirada de um lote e entrada de outro, além da limpeza e desinfecção, deve-se
deixar o galpão com vazio sanitário (sem nenhuma ave dentro).
Logo após a retirada dos frangos, deve-se tomar as seguintes as seguintes
medidas:
• Retirar a cama e os equipamentos;
• Varrer as instalações (teto, piso, telas, muretas);

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• Queimar as penas e detritos (com lança chamas ou vassoura de fogo);


• Lavar e desinfetar equipamentos e cortinas;
• Deixar o galpão com descanso de criação (vazio sanitário) por no mínimo 10
dias;
• Distribuir o material da nova cama e aplicar novamente desinfetante.

DESINFETANTES MAIS USADOS


1) Calda de cal extinta:
Água 25 litros
Cal 20 kg
Creolina 200 ml
Modo de usar: caiação das instalações.

2) Solução de creolina a 10%:


Creolina 1 litro
Água 9 litros
Modo de usar: pulverização das instalações e/ou lavagem de piso, paredes e
cortina.

3) Cal virgem em pó ou cal apagada:


Usado para se colocar em caixas nas entradas e saídas das instalações (pedilúvio).

4.1.2. Cama
Na criação de aves utilizamos uma “cama” para que as mesmas não fiquem
em contato direto com o piso. A cama é um importante fator que interfere nas
condições sanitárias e no bom desenvolvimento do lote. Deverá ser de boa
qualidade, cobrir o piso do galpão de maneira uniforme, atingindo 5 a 8cm de altura.
O volume de 1m³ pode cobrir 20m² de área, com uma altura de 5cm.
A falta da cama pode ocasionar “calo de peito”, o que prejudica a qualidade
da carcaça.
A escolha da cama a ser usada vai depender da disponibilidade de material.
Vários materiais poderão ser utilizados, destacando-se entre os melhores: sabugo
de milho triturado, casca de arroz, cepilho de madeira (maravalha), capim elefante
maduro, triturado e bem seco (Napier, Cameroon).
A casca de amendoim e o bagaço de cana devem ser evitados, devido a
possíveis problemas com fungos. Maravalha de madeira de lei também deve ser
evitada em virtude ao seu alto nível de tanino e de sua facilidade em lascar.
Requisitos para uma cama de boa qualidade:
• Capacidade de absorver umidade evitando o empastamento;
• Capacidade de liberar facilmente a umidade absorvida;
• Macia e compressível;
• Partículas de tamanho médio e homogêneo, livre de partículas estranhas;

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• Aproveitável como subproduto (adubo, alimentação animal) de fácil aquisição e


preço acessível; e
• Livre de fungos e substâncias tóxicas.

Quando a cama começar a apresentar umidade elevada (molhada), precisamos


buscar as causas, que pode ser:
• Bebedouros mal regulados;
• Mau manejo de cortinas (chuvas de vento);
• Umidade relativa do ar alto (muita chuva);
• Frango com diarréia e fezes líquidas;
• Cama ruim (não absorve a umidade);
• Cama fina (menos de 5cm de altura).

A cama úmida e empastada prejudica o frango e pode causar:


• Diarréia nas aves;
• Ferimentos na pele, patas e calo no peito;
• Crescimento de microorganismos causadores de doenças;
• Aumento da incidência de doenças respiratórias;
• Pior conversão alimentar;
• Queda do desempenho do lote.

Quando acontecer de molhar ou empastar a cama, a primeira atitude é saber a


causa, corrigir o problema, depois tirar as partes úmidas e empastadas e colocar
cama nova no lugar.
Este trabalho deverá ser feito no período da manhã, com as aves no piquete e
com as cortinas abertas para que ocorra renovação do ar.

4.2. MANEJO NA FASE INICIAL


4.2.1.Chegada dos pintinhos
Os pintinhos devem ser retirados das caixas delicadamente, para evitar
batidas e ferimentos. Ao soltar os pintos recomenda-se molhar o bico de cerca de
10% do lote na solução de água e açúcar dos bebedouros (item 4.2.3); devem ser
soltos perto da campânula e com movimentos lentos.
No momento da retirada dos pintinhos, deve ser feita uma avaliação visando
uma “refugagem” desde a chegada, eliminando-os do criatório. As características a
serem avaliadas são as seguintes:
• Peso – 100 pintinhos devem pesar no mínimo 3,8kg;
• Cicatrização do umbigo – a presença de pintos com anel escuro em torno do
umbigo é sinal de onfalite, indicando má higiene no incubatório;
• Vivacidade – olhar vivo e olhos brilhantes;

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• Hidratação – canelas enceradas e brilhantes (canelas opacas indicam
desidratação);

• Plumagem – pintos com casca aderida geralmente são fracos;


• Má formação – verificar defeitos congênitos como : bico torto, patas tortas, 3
patas.

4.2.2. Campânula
Deve ser colocada dentro do círculo de proteção, a uma altura de mais ou
menos 80cm do piso. É importante que ligue a campânula 2 horas antes da chegada
dos pintinhos.
O controle da temperatura fornecida pala campânula pode ser feito pela
observação dos pintinhos, conforme quadro abaixo.

CORRETO TEMPERATURA DE
CONFORTO
- Crescimento sadio;
- bom ganho de peso; - Distribuição uniforme.
- boa conversão alimentar;
- menor aparecimento de doenças;
- lote mais homogêneo;
- maior lucro
ERRADO EXCESSO DE CALOR
- Não se alimentam;
- não bebem água;
- ficam fracos; - Fogem da campânula
- menor peso e conversão alimentar;
- maior mortalidade;
- ficam amontoados.

ERRADO FRIO

- Dificulta consumo de água;


- comem pouco; - Amontoam-se sob a
- desidratam; campânula
- aparece diarréia;
- crescem menos

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ERRADO CORRENTE DE AR

- Aumenta a competição;
- crescimento desuniforme; - Fogem do vento
- aumenta a mortalidade

Nas primeiras semanas de vida dos pintinhos, o aquecimento é muito importante


porque os mesmos não têm capacidade suficiente para regular a temperatura do
corpo. A medida que vão crescendo, as aves exigem menos calor, podendo diminuir
a temperatura do galpão na base de 3ºC por semana, até atingir a temperatura de
conforto da ave, conforme tabela 1.

Tabela 1 – Temperatura de conforto das aves conforme a idade


IDADE DAS AVES (DIAS) TEMPERATURA (ºC)
01 A 07 32 A 29
08 A 14 29 A 27
15 A 21 26
22 A 28 23
29 dias acima 21 a 20
Fonte: ESALQ

4.2.3. Bebedouro
Nas primeiras duas horas de alojamento dos pintinhos, fornecer apenas água
com açúcar a 3%, ou seja, duas colheres de sopa para cada litro de água. Após
esse período fornecer água limpa e potável.
Os bebedouros devem ser limpos diariamente, com esponja, utilizando-se um
balde para retirar a água suja.
A partir da 1ª semana substituir, gradativamente, os bebedouros de pressão
pelos pendulares, de modo que ao 12º dia estejam todos substituídos.

4.2.4. Comedouro
O fornecimento de ração se dará após as duas primeiras horas, nos
comedouros tipo bandeja. A ração enquanto fornecida nas bandejas, deve ser
peneirada no mínimo duas vezes ao dia para a retirada dos excrementos e material
da cama.
Colocar um terço da capacidade da bandeja pela manhã e metade à tarde,
para evitar o desperdício. Ao final da tarde, reforçar a quantidade de ração para não
faltar no período da noite.

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A substituição das bandejas pelos comedouros tubulares pode ser feita da


seguinte maneira:

Tabela 2 – Substituição dos comedouros.


No 4º dia Substituir 1 bandeja de cada campânula por comedouro tubular.
No 8º dia Substituir mais uma bandeja de cada campânula.
No 10º dia Substituir mais uma bandeja de cada campânula.
No 12º dia Substituição de todas as bandejas por comedouros tubulares
Fonte: EMATER-DF

4.2.5.Círculo de proteção
O círculo de proteção deve ser ampliado gradativamente, de acordo com o
crescimento dos pintinhos.
No quarto dia procede-se a primeira abertura do círculo, devendo ser feita
pala manhã, para que os pintinhos possam se ambientar ao novo espaço. No oitavo
dia procede-se a segunda abertura do círculo e, a partir do 15º dia, libera-se toda a
área do galpão para os pintinhos.

4.2.5. Cortina
No momento da chegada dos pintinhos, as cortinas deverão estar fechadas e
a partir daí o manejo se dará conforme a temperatura ambiente, umidade, ventos,
chuvas, presença de gases, idade e comportamento das aves.
A partir da 3ª semana de vida, as cortinas poderão permanecer abertas por
mais tempo, pois as aves começam a regular melhor sua temperatura corporal.
É difícil estabelecer um padrão para o manejo de cortinas, mesmo assim
devemos fazê-lo em etapas, para evitar mudanças bruscas de temperatura e
correntes de vento dentro do galpão, iniciando-se do lado contrário do vento
dominante.
O manejo correto das cortinas, merece especial atenção do criador, pois
reduz a ocorrência de uma série de problemas que podem prejudicar o
desenvolvimento do lote. O bom senso ainda é a melhor receita para este manejo.

4.3.MANEJO NA FASE DE CRESCIMENTO E ENGORDA


4.3.1.Regulagem do bebedouro pendular
O bebedouro pendular é regulado para ficar com a borda superior na altura do
dorso das aves. Quando o bebedouro está muito alto, a ave tem dificuldade para
beber água, gasta mais energia e tem o seu desenvolvimento retardado. Ficando
baixo, a água suja mais rápido, molha mais a cama e o bebedouro machuca a ave.
Após o 12º dia, a quantidade de água do bebedouro poderá ser reduzida à
metade de sua capacidade, evitando derramamento de água na cama.

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4.3.2. Regulagem do comedouro


A borda superior do comedouro deve ficar na altura da parte superior do peito
dos frangos (papo).
Como os frangos crescem rapidamente, a cada 3-5 dias é necessário fazer
nova regulagem.
O que acontece quando o comedouro está fora da altura certa?
• Ficando muito baixo, por terem hábito seletivo, as aves escolhem os maiores
grãos de ração, e ao selecionar, promovem o desperdício da ração, prejudicando
a conversão alimentar.
• Ficando muito alto, dificulta a ingestão de ração, gastando mais energia, levando
a um menor crescimento.

4.3.3. Pega e carregamento dos frangos para abate


É importante deixar as aves em jejum por um período de 12 horas antes do
abate para que ocorra o esvaziamento do trato digestivo, diminuindo, desta forma,
as chances de contaminação da carcaça na hora da evisceração (retirada das
vísceras após o abate). Para isso, suspender a ração deixando água à vontade.
O jejum não deve ultrapassar 12 horas para evitar que as aves percam peso,
fiquem agitadas, com fome e comecem a se bicar, prejudicando a qualidade da
carcaça.
A pega e o carregamento são serviços que devem ser feitos com muito
cuidado para evitar batidas, machucaduras, contusões, arranhões e amontoamento.
Cuidados para apanhar e carregar um frango:
• Conduzir as aves com calma, evitando batidas e ferimentos;
• Fazer cercado pequeno com gaiola ou folhas de eucatex;
• Colocar uma ave por vez, dentro das caixas, sem jogar;
• Cuidado no carregamento das caixas;
• Colocar o número de frangos por caixas conforme recomendado.
O trabalho de pega e carregamento, feito conforme a recomendação, ajuda a ter
um frango de melhor qualidade e apresentação.

4.4. MANEJO NUTRICIONAL


A ração representa 65 a 75% do custo de produção das aves, portanto deve-
se ser especial cuidado na sua aquisição e na manutenção de sua qualidade.
Toda ave, mesmo sendo caipira, deve receber uma ração balanceada, pois a
boa qualidade da alimentação é que vai conferir à ave saúde e boa conversão
alimentar.
Embora o objetivo seja um produto mais natural possível, no sistema de
criação semi-extensivo, recomenda-se o uso de coccidiostático somente na ração
inicial.

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Utilizar 3 tipos de ração para os frangos caipiras:


• ração inicial;
• ração de crescimento;
• ração de engorda.

4.4.1.Ração inicial
Ração indicada para o fornecimento a partir do1º até o 28º dia de vida. Deve
ter de 20 a 22% de proteína bruta (PB) e 2.800kcal a 2850kcal de energia
metabolizável (EM).

4.4.2. Ração de crescimento


Ração indicada para fornecimento do 29º até 53º dia de vida. Deve ter de 18
a 20% de PB e 2.850 a 2.900kcal de EM.

4.4.3. Ração de engorda


Ração indicada para o fornecimento do 54º dia de vida até o abate. Deve ter
de 16 a 18% de PB e 2.850 a 2.900kcal de EM.

FORMULAÇÃO DE RAÇÃO

RAÇÃO INICIAL
Alimento Kg
Milho triturado 63,20
Farelo de soja 31,80
Núcleo para fase inicial 5,00
TOTAL 100,00

RAÇÃO CRESCIMENTO
Alimento Kg
Milho triturado 68,50
Farelo de soja 26,50
Núcleo para fase inicial 5,00
TOTAL 100,00

RAÇÃO ENGORDA
Alimento Kg
Milho triturado 74,30
Farelo de soja 20,70
Núcleo para fase inicial 5,00
TOTAL 100,00

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4.4.4. Alimentação complementar alternativa


A partir do 30º dia de vida das aves, podemos complementar a alimentação
com produtos e subprodutos disponíveis na propriedade e/ou na região, como:
• rami;
• hortaliças diversas (couve, cenoura, abóbora, beterraba);
• frutas;
• milho;
• soja torrada;
• cana-de-açúcar.
Se a área de piquetedisponível for pequena, devemos plantar uma capineira para
suplementação com verde, que deverá ser fornecida todos os dias, à vontade.

4.4.5. Água
A água constitui de 60 a 70% do peso corporal de um frango. A perda de 10%
por desidratação causará queda no desenvolvimento e a de 20% pode levar à morte.
O consumo da água varia conforme a idade, temperatura e tipo de ração. Uma ave
bebe cerca de 2 a 3 litros de água para cada kg de ração consumida. Outra forma de
estimativa de consumo de água é de 4% do peso vivo ao dia. A temperatura da água
deve ser sempre mantida em torno de 18 a 24ºC.

Tabela 3 – Consumo médio diário de água para 100 frangos


Semanas 1 2 3 44 5 6 7 8 9 10
Litros/dia 4 6 8 10 13 16 19 21 23 25

4.5.MANEJO SANITÁRIO

O manejo sanitário engloba todas as medidas necessárias para garantir a


saúde das aves. Estas medidas iniciam-se antes mesmo da chegada dos pintinhos,
quando do preparo do galpão, incluindo-se esquemas de vacinação, vermifugação,
higiene e isolamento das aves.
Durante a criação, toda ave morta, enferma ou refugo deve ser retirada do
galpão, sacrificada se for o caso e, em seguida, queimada.

4.5.1. Vacinação
O método mais seguro e barato de se evitar doença é, sem dúvida, a
vacinação. Porém, para se obter o melhor resultado com a vacinação é preciso
observar alguns cuidados:
• a dose deve ser administrada de acordo com a via de aplicação escolhida. Seguir
orientação da bula;
• as vacinas devem ser mantidas à temperatura de 2ºC a 8ºC (na porta da
geladeira);

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• o transporte das vacinas deve ser feito em caixas de isopor com gelo. Retirá-las
apenas na hora do uso;
• a vacina não pode receber incidência direta de raios solares;
• evitar vacinar aves doentes.

Considerações quanto as vias de aplicação:

a) Via oral (água de bebida)


• deixar as aaves sem água durante 1 a 2 horas antes da vacinação, aumentando
a sede e acelerando o consumo de água com a vacina;
• a água com a vacina deverá ser consumida em no máximo 2 horas, para que a
mesma não perca a sua eficiência;
• não usar água misturada com desinfetante;
• usar sempre água fria e limpa;
• vacinar nas horas frescas da manhã;
• adicionar leite em pó desengordurado na proporção de 25g para cada 10 litros de
água, para melhorar a estabilidade do vírus vacinal;

b) Via intramuscular
• é mais utilizada nos músculos do peito e da coxa;
• seguir diluição indicada pelo fabricante;

c) Via ocular
• De acordo com a diluição indicada pelo fabricante, aplicar uma gota de maneira
que haja penetração no olho. Segurar a ave até que isto aconteça, caso contrário
repetir o processo.

d) Via nasal
• Aplicar uma gota na narina, com o dedo deve-se tampar a narina oposta. Segurar
a ave até que haja absorção da gota.

e) Punctura da asa
• É realizada com estilete próprio ou feito com agulhas, molhando a ponta
perfurante e atravessando a pele da asa da ave.

f) Subcutânea
• Essa via de aplicação, usada embaixo da pele, normalmente na região do
pescoço, é utilizada nos pintos, no incubatório, logo ao nascer, contra doenças
de Marek e Bouba.

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4.5.2. Esquema de vacinação


As aves são selecionadas e vacinadas no incubatório no 1º dia de vida contra
as doenças de Marek e Bouba aviária.
O esquema de vacinação no campo vai depender da região e deve estar a
cargo do médico responsável.
Abaixo os esquemas sugeridos para a criação de frangos sob o sistema
caipira.

Tabela 4 – Esquema completo de vacinação para frangos sob sistema caipira


DOENÇAS IDADE (dias) VIA DE APLICAÇÃO
Marek ¹ 1 Subcutânea
Bouba¹ 1 Subcutânea
Bronquite infecciosa 4 Oral
Newcastle 7 Ocular, nasal, oral
Bouba 20 Escarificação da coxa ou punctura da
asa
Gumboro 21 Oral
Newcastle 30 Ocular, nasal, oral
Bronquite infecciosa 30 Oral
Coriza 40 Intramuscular
Cólera e tifo 60 Intramuscular
Bouba 80 Escarificação da coxa ou punctura da
asa
Newcastle 100 Ocular, nasal, oral
Bronquite infecciosa 100 Oral
Cólera e tifo 100 Intramuscular
Newcastle 160 Ocular, nasal, oral
Bronquite infecciosa 160 Oral
Fonte: EMATER-DF
¹ Vacinas dadas no incubatório no 1º dia de vida

Tabela 5 – Esquema simplificado de vacinação para frangos de corte criados sob o


sistema caipira
DOENÇA IDADE (dias) VIA DE APLICAÇÃO
Marek¹ 1 Subcutânea
Bouba¹ 1 Subcutânea
Newcastle 10 Oral
Bouba aviária 30 Escarificação da coxa ou punctura da
asa
Newcastle 30 Oral
Coriza 40 intramuscular

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Tifo e cólera 60 intramuscular
¹vacinas dadas no incubatório no 1º dia de vida

4.5.3. Vermifugação
O combate aos vermes deve receber esoecial atenção por parte do criador
em função dos prejuízos que pode acarretar. Altas infestações prejudicam a
conversão alimentar, atrasando o desenvolvimento do lote e levando a um menor
rendimento econômico. No sistema caipira de criação as aves estão mais sujeitas à
infestação por vermes, devido, principalmente, ao acesso dessas ao piquete. Um
sistema básico de vermifugação para frangos no sistema caipira consiste na
administração de vermífugos aos 45 dias de idade. Existem produtos (vermífugos)
para serem misturados à água durante 3 dias e produtos para serem misturados à
ração durante 5 dias consecutivos. Deve-se dar atenção às recomendações do
fabricante. Alternativamente, pode-se utilizar produtos naturais como semente de
abóbora e de mamão.

4.5.4. Tratamento da água


A água representa importânte veículo transmissor de germes e doenças. Por
isso é importante tratarmos e protegermos a água de agentes patogênicos
(causadores de doenças). Em regra, para as águas filtradas, sem presença de
matéria orgânica, usa-se 1 ppm de cloro ativo (exemplo: 25ml de água sanitária a
2% em 500 litros de água). A cada lote deve-se lavar e desinfetar a caixa d’água.

5. DOENÇAS
De maneira geral é dificil identificar o tipo de doença que a ave apresenta
olhando somente os sintomas, porque a galinha é diferente de outras espécies e
praticamente todas as doenças têm sintomas muito parecidos.
Os principais sintomas, que podem ser observados no comportamento das
aves, quando inicia alguma doença, são os seguintes:
• presença de tosse e espirro;
• diarréia (ficam com as penas da cloaca sujas);
• crescimento desuniforme do lote;
• aumento do consumo de água;
• diminui o consumo de ração;
• fica de cor pálida ou esbranquiçada;
• baixo desenvolvimento;
• fezes de cor e aspecto diferente do normal;
• aumento da mortalidade.
Procedimento: solicitar atendimento Médico Veterinário.

5.1. PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS:


5.1.1.Bouba aviária

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Conhecida como pipoca ou verruga, que se manifesta principalmente em aves
jovens.
a) Agente causador da doença:
Vírus
b) Sintomas:
Apresentam-se de duas formas distintas:
• forma cutânea
- febre; arrepios;
- verrugas na crista, barbelas, cabeça, pernas e pé;
- placas amareladas na boca e olhos;
- exsudato nasal e ocular.
• forma diftérica
- placas amareladas na garganta,por baixo da língua e cantos do bico;
- quando se retira as placas há sangramento no local.
c) Controle
- higiene;
- controle de moscas;
- isolamento;
- vacinação;
d) Tratamento
- desinfetar feridas;
- aplicar sulfas e antibióticos, visando controle de infecção secundária;
- fornecer polivitamínico.

5.1.2. Bronquite infecciosa


Doença respiratória aguda, altamente contagiosa, afetando exclusivamente
galinhas (não afeta outras espécies).
a) Agente causador da doença:
Vírus (coronavírus)
b) Sintomas
- espirros;
- dificuldade respiratória;
- lesões renais nas aves de 3 a 7 semanas de idade;
- em aves jovens há mortalidade de 50 a 60%;
- em aves adultas a mortalidade é baixa.
c) Controle
- higiene;
- isolamento;
- vacinação.
d) Tratamento
- Não existe. Em alguns casos há necessidade de se administrar antibióticos para
controlar infecção secundária.

5.1.3. Coccidiose

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É uma das mais graves e frequentes doenças das aves, manifestando-se em
geral, de forma aguda e violenta, determinando alta mortalidade, devido a lesões no
trato intestinal. Pode afetar aves de qualquer idade.

a) Agente causador da doença


- protozoário do gênero Eimeria.
b) Sintomas:
- aves tristes, arrepiadas e com asas caídas;
- sonolentas e sem apetite;
- diarréia, sendo comum a presença de sangue;
- aves tendem a ficar isoladas e se movem com dificuldade;
- anemia;
- desidratação rápida e acentuada;
- paralisia devido a fraqueza intensa.
c) Controle
- higiene;
- isolamento;
- é usado temporariamente um medicamento preventivo ou curativo, conhecido
como coccidiostático, que deve ser usado na ração desde o 1º dia de idade;
- vacina não existe, ainda está em estudo.
d) Tratamento
- sulfas;
- polivitamínicos.

5.1.4. Cólera
Doença altamente contagiosa conhecida como peste das aves. Ataca
principalmente aves com mais de 2 meses de idade.
a) Agente causador da doença:
Bactéria Pasteurella multocida
b) Sintomas
- aves são encontradas mortas nos ninhos pela manhã;
- aves tristes, não comem, não bebem, palidez e diarréia verde-amarelada;
- fígado com aparência de cozido e com pontos necróticos;
- pús nas articulações, barbela e cavidade peritonial.
c) Controle
- higiene
- isolamento
- vacinação
d) Tratamento
- sulfas;
- antibióticos;
- polivitamínicos.

5.1.5. Coriza

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Doença altamente contagiosa, conhecida popularmente como Pevide que
acomete aves de todas as idades.
a) Agente causador da doença

Bactéria Haemophilus paragallinarum.


b) Sintomas
- espirros, corrimento nasal e ocular;
- inflamação dos olhos (inchados) e barbela;
- língua ressecada devido ao entupimento das narinas (ave passa a respirar com o
bico aberto).
c) Controle
- proteger as aves do frio;
- higiene;
- isolamento;
- vacinação.
d) Tratamento
- antibiótico injetável de amplo espectro;
- antibiótico na água ou na ração;
- polivitamínico.

5.1.6. Gumboro
Doença infecciosa que ataca o sistema imunológico das aves, levando a uma
diminuição da resistência a outras doenças.
a) Agente causador da doença
Vírus chamado Birnavirus
b) Sintomas
- desidratação acentuada;
- diarréia esbranquiçada;
- palidez acentuada;
- hemorragia nos músculos e tecidos subcutâneos.

c) Controle
- higiene;
- isolamento;
- vacinação;
- adquirir pintinhos que tenham controle vacinal.
d) Tratamento
- Não existe.

5.1.7. Marek
Acomete principalmente as aves jovens, ocorrendo esualmente antes de
alcançar a maturidade sexual.
a) Agente causador da doença
Vírus denominado Herpesvirus

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b) Sintomas
- o mais comum é a paralisia dos membros;
- andar inseguro;
- posição de apoio do peito contra o solo e fica com uma perna estirada para frente
e outra para trás;
- pode apresentar paralisia das asas;
- lesões tumorais no fígado, baço, rins e musculos peitorais.
c) Controle
- higiene;
- isolamento;
- a medida de controle mais importante é a vacinação, feita no 1º dia de vida.
d) Tratamento
- Não existe.

5.1.8. Newcastle
Doença altamente infecciosa que acomete aves de todas as idades.
a) Agente causador da doença
- Vírus denominado Paramixovirus.
b) Sintomas
- mortalidade dos pintos pode exceder a 80%;
- febre, tristeza e sonolência;
- sintomas respiratórios, nervosos e digestivos;
A forma respiratória é predominante nos pintos e frangos, que apresentam
respiração difícil, espirros e tosse.
Na forma nervosa os sintomas mais típicos são tremores e paralisia das asas,
patas ou pescoço, levando a um quadro de torcicolo.
Na forma digestiva há perda de apetite, papo distendido, por um conteúdo verde
escuro, diarréia verde azulada.
c) Controle
- higiene;
- isolamento;
- vacinação.
d) Tratamento
- Não existe.

5.1.9. Tifo
Doença que ataca principalmente aves adultas, mas pode aparecer em aves
jovens.
a) Agente causador da doença
- Bactéria Salmonella gallinarum.
b) Sintomas
- sede, perda de apetite, diarréia verde-amarelada;
- tendência a isolar-se das aves sadias;

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- febre (antes de morrer a temperatura corporal pode estar baixa);
- morte com 1 a 2 dias após os 1º sintomas;
- músculos do peito com aparência de cozido;
- crista e barbela enrugadas e pálidas.
c) Controle
- higiene
- isolamento
- vacinação.
d) Tratamento
- sulfas;
- antibióticos;
- polivitamínicos.

5.2. PRINCIPAIS DOENÇAS PARASITÁRIAS

5.2.1. Parasitas externos


Os principais parasitas externos das aves são os piolhos, ácaros, carrapatos
e moscas, sendo eles causadores de prejuízos tanto pela propagação de doenças,
contaminação de alimentos, como pelo ataque direto aos animais. A incidência é
maior quando há falta de cuidados higiênicos nas instalações, principalmente nas
épocas quentes e úmidas.

Ácaros
São pequenos parasitas aracnídeos causadores de sarna. São encontrados
de 2 formas, uma parasita as penas e uma parasita as patas das aves. Estes
parasitas cavam galerias na pele ou corroem as penas, causando grande irritação
nas aves e provocam lesões típicas.
- Combate
Pulverização das aves e das instalações com produtos acaricídas.

Carrapatos
São parasitas que se alimentam sugando o sangue das aves, que
apresentam asas caídas, cristas e barbelas pálidas.
- Combate
Pulverização de carrapaticida nas aves e instalações.

Moscas
Sua principal fonte de alimento e local de reprodução são os excrementos,
devido ao hábito de se alimentarem de substâncias úmidas. Desta forma, elas
acabam por transmitir vermes e outros agentes causadores de doenças, dos
excrementos para a ração.
- Combate
Pulverização de inseticidas nas instalações, tomando o cuidado para não atingir as
aves.

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Piolhos
São insetos que parasitam as aves provocando irritação intensa e podendo
causar a morte dos pintos. São encontrados entre as penas, ou sobre a pele,
especialmente do abdômem e cloaca. Existe uma espécie de pinto que se localiza
exclusivamente na cabeça, atacando principalmente os pintos.
- Combate
Pulverização ou polvilhamento de produtos inseticidas nas aves e instalações,
principalmente poleiros e cortinas.

5.2.2. Parasitas internos


Os parasitas internos, quando em grande infestação, são altamente
prejudiciais às aves, pois concorrem com estas pelos nutrientes. Provocam
debilidade, diminuindo a resistência das aves à outras doenças. Os vermes mais
comuns que parasitam as aves são Ascaris, Capilária e Tênias.

Ascaris
A espécie Ascaridia galli é a mais comum. É uma lombriga que chega até
10cm de comprimento e que se aloja no intestino delgado da ave. Quando em
grande número pode causar morte por obstrução intestinal. O tratamento é feito com
vermífugos.
Outra lombriga de menor tamanho é o Singamus traquealis que ataca a
traquéia, principalmente em pintos nas 6 a 8 semanas. Os vermes quando adultos
fixam-se na traquéia sempre em pares (macho e fêmea). A presença de verme
provoca inquietação, tosse e dificuldade respiratória. As aves ficam como que
sufocadas. Estes sintomas são popularmente chamados de GOGO, porém a
denominação correta da doença causada por estes vermes é SINGAMOSE. Para a
identificação da doença deve-se iluminar atraquéia por fora, olhando pelo bico
aberto, visualizando-se o verme. A propagação pode se dar pelo solo pelo período
de 1 ano.
O controle da singamose deve ser feito com medidas de higiene das
istalações, evitar a umidade e acúmulo de fezes no galpão e piquetes e evitar
superlotação das aves. O combate é feito com a aplicação periódica de vermífugos.
Em pequenas criações quando se consegue identificar os vermes na traquéia, pode-
se promover a retirada deste com o auxílio de um cabelo de cauda de cavalo,
dobrado em dois e introduzido cautelosamente na traquéia da ave. Deve-se ter
muito cuidado neste manejo e se fazer a retirada dos vermes bem devagar para
evitar ferir a ave.

Capilária
Este gênero envolve várias espécies de vermes redondos, finos como um
cabelo muitas vezes visíveis apenas ao microscópio. Podem infestar o papo,
proventrículo, duodeno, esôfago ou cecos. O controle também é feito com medidas
de higiene e uso periódico de vermífugos.

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Tênias
Várias espécies podem parasitar aves. Caracterizam-se pela forma de fita
segmentada, e hospedam o intesino delgado das aves. Os animais infestados
apresentam cansaço, comem pouco e perdem peso.

A prevenção se faz com combate dos insetos transmissores e uso de


vermífugos (necessitando doses altas).
Um esquema básico de vermifugação e uso de produtos naturais alternativos
está citado no item 4.5.3.

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