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LUCAS EDUARDO MACHADO DANIEL

A INCIDÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum NA


LAVOURA DE GIRASSOL (Helianthus annus L.) NA
SAFRA 2007/2008 NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

MONOGRAFIA

CENTRO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE


MACHADO
CURSO DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

MACHADO- MG
2008
LUCAS EDUARDO MACHADO DANIEL

A INCIDÊNCIA DE Sclerotinia sclerotiorum NA


LAVOURA DE GIRASSOL (Helianthus annus L.) NA
SAFRA 2007/2008 NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

Monografia apresentada ao curso de engenharia agronômica


do Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado, como
parte dos requisitos para obtenção do titulo de Engenheiro
Agrônomo.

Orientadora: HEBE PEREZ DE CARVALHO, M.Sc.

Co – Orientador: CLEBER KOURI DE SOUZA, D.Sc.

CENTRO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE


MACHADO
CUSOR DE ENGENHARIA AGRONÔMICA

MACHADO-MG
2008
AVALIAÇÃO DA MONOGRAFIA

Avaliação da monografia intitulada “A incidência de Sclerotinia sclerotiorum na


lavoura de girassol (Helianthus annus L) na safra 2007/2008 na região Sul de
Minas Gerais” apresentada ao Centro Superior de Ensino e Pesquisa de
Machado pelo acadêmico LUCAS EDUARDO MACHADO DANIEL, como parte
dos requisitos para obtenção do titulo de Engenheiro Agrônomo.

Apresentação da monografia ______________

Trabalho Escrito ______________

Nota Final ______________

Resultado ______________

Machado _____ de _________________de 2008.

_________________________________________
Prof. M. Sc. Hebe Perez de Carvalho
Orientadora

_________________________________________
Prof. D. Sc. Cleber Kouri de Souza
Co-orientador

__________________________________________
Prof. M. Sc. José Henrique dos Santos
Membro da Banca

_________________________________________
Prof. M. Sc. Gisele Prado Brigante
Responsável pelo trabalho de Conclusão de Curso

ii
DEDICATÓRIA

Quando é realizado um trabalho em que o autor é apenas uma pessoa mas na verdade existem
um grande número de pessoas que colaboraram tanto diretamente como indiretamente para a
realização do mesmo nada mais justo do que fazer uma homenagem a estes amigos, portanto, dedico
este trabalho ao meu pai Marcelo que foi um herói enfrentando noites de insônia e estresses extremos
para que eu conseguisse realizar o meu sonho que é de ser um Engenheiro Agrônomo, a minha mãe
Dulcemaris que sempre me apoiou e foi a grande responsável por eu ser o que hoje sou, pois se não
fosse o empurrão e o incentivo dela, hoje eu não seria um Engenheiro. A minha irmã Letícia que
também sempre me apoiou, minha namorada Juliana que agüentou todas as minhas inquietações me
ajudando a superá-las para depois sempre dar mais um passo a frente, a minha avó Dulce ( “in
memorian”) que foi para mim um exemplo de sabedoria comprovando que os sábios não são estudiosos
mas eles já nascem prontos, a minha avó (madrinha) Tereza que é um exemplo de que nas adversidades
da vida que aprendemos como é bom viver, ao meu avô (padrinho) Tião também um grande sábio que
tem sempre palavras e conselhos certos no momento em que mais precisamos, a todas as Tias ( Márcia,
Marisa, Estela, Célia, Nilda) pessoas diferentes na maneira de pensar que sempre me ensinaram a
lutar pelos meus ideais através de seus exemplos de vida, a todos os tios ( Jairo, Sterlino, Marcio,
Mauro, Mauricio) pessoas que me ajudaram muito em todos os sentidos e a todas as primas e primos.

iii
AGRADECIMENTOS

Começo meus agradecimentos a Jesus e Nossa Senhora Aparecida, sem vocês nada disso
aconteceria, a Profª. Giselle, pessoa que mais me incentivou, auxiliou e ajudou me mostrando sempre
o caminho correto a seguir, sem ela não sei se teria chegado até aqui, a minha orientadora Profª Hebe
que sempre me esclareceu duvidas colaborando e muito para minha formação profissional, ao Profº
Cléber pela amizade e companheirismo e a todos os outros do corpo Docente, pois são vocês os grandes
responsáveis pelo futuro do País, ao Centro Superior de Ensino e Pesquisa de Machado que me
acolheu de braços abertos no dia que cheguei vindo de uma transferência, a todos os amigos em
especial ao Fred e ao Donato que colaboraram de forma direta para a realização deste trabalho, digo
a vocês o meu humilde e sincero “Muito Obrigado”.

iv
ÍNDICE

Página

Resumo viii

l – INTRODUÇÃO 1

ll – DESENVOLVIMENTO 3

1- Principais fatos que marcaram a história do girassol no Brasil 3

2 - Aspectos Gerais da Planta de Girassol 6

2.1 - Biodiesel X Girassol 9

2.1.1- Importância do óleo comestível de girassol 13

2.2 – Fatores que afetam a produtividade da cultura 13

3 - Sclerotinia sclerotiorum na cultura do girassol 16

3.1 – Etiologia 17

3.2 - Sintomatologia 19

3.3 – Epidemiologia 22

3.4 – Controle 25

4. - Perdas 27

4.1 – Amostragem 30

4.2 - Custos de Produção e Perdas Reais da Lavoura 32

lll – CONCLUSÃO 34

lV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35

v
LISTA DE TABELAS

TABELAS

Página

1- Rendimento em óleo de diversas oleaginosas.......................................... 12


2- Plantas Infectadas em 130 metros lineares ..............................................30
3- Comparativo entre uma gleba sadia e uma infestada............................... 31
.

vi
LISTA DE FIGURAS

FIGURAS
Página

1- Processo de Transesterificação de óleos vegetais.......................................10

2- Escleródios retirados de uma planta de girassol...........................................17

3-.. Germinação carpogênica do escleródio de S. sclerotiorum........................18

4-. Planta de girassol no estádio V5 atacada pelo mofo branco


na haste próximo ao solo..................................................................................19

5 - Planta de girassol atacada pelo mofo branco na porção mediana...............20

6 - Podridão do capítulo.....................................................................................21

7 - Ciclo da Sclerotinia sclerotiorum................................................................. 23

8 - Sintomas de Sclerotinia sclerotiorum na fase V3........................................ 28

9 - Planta de girassol atacada por S. sclerotiorum na fase R8..........................29

vii
RESUMO

O objetivo deste trabalho foi estudar a incidência de Sclerotinia

sclerotiorum em uma lavoura de girassol na safra 2007/2008 na região do Sul

de Minas. Para a realização deste trabalho contei com o apoio da BIOSEP

Complexo dos Lagos, Energia e Agronegócio Ltda representada pela Profª

M.Sc. Giselle Prado Brigante que cedeu dados precisos da lavoura , auxiliando

na metodologia usada para a avaliação da doença no campo. Este trabalho

trará parâmetros de como a doença atinge lavouras de girassol, os prejuízos

que ela causa e os possíveis métodos de controle.

viii
I – INTRODUÇÃO

O girassol ( Helianthus annus L.) tem se destacado como cultura alternativa

em cultivo de susceção a cultura principal como milho, feijão, soja,etc, abrindo

ainda mais o leque de opções para o produtor rural. Vale ressaltar que o girassol

é uma cultura de fácil adaptação que consegue se sobressair sobre um déficit

hídrico podendo ser plantada no período de outono/inverno, época em que ocorre

baixa pluviosidade e pouca intensidade na região do Sul de Minas Gerais.

Apesar da fácil adaptação da cultura é necessário ter um bom

planejamento e um conhecimento básico da mesma antes da implantação, pois

algumas doenças como a Sclerotinia sclerotiorum podem dizimar lavouras

trazendo sérios prejuízos. São poucas as limitações da cultura deve-se atentar

para a deficiência de Boro, elemento essencial para a formação do capítulo.

Usinas como a BIOSEP Complexo dos Lagos, Energia e Agronegócio Ltda

tem incentivado e assistido produtores da região no cultivo do girassol, dando a

garantia de compra do produto final ao produtor, trabalhos como este são de

extrema importância para o desenvolvimento e expansão da cultura no País, pois

faz com que a demanda das usinas sejam supridas e conseqüentemente gera

renda extra aos produtores rurais. Como parte da matéria-prima utilizada pelas

usinas deve ser oriunda da agricultura familiar, os grandes favorecidos são os

pequenos produtores que vivem e sustentam suas famílias através do cultivo de

suas terras.
O objetivo deste trabalho foi verificar a incidência de Sclerotinia

sclerotiorum em uma lavoura de girassol, mensurando os prejuízos que o

patógeno pode vir a causar mostrando as conseqüências que podem acontecer

em uma lavoura atacada pelo fungo.

2
II – DESENVOLVIMENTO

1 - Principais fatos que marcaram a história do girassol no Brasil

O cultivo de girassol no Brasil iniciou-se na época da colonização da região

sul do Brasil, no final do século XIX, trazidos pelos primeiros colonos europeus. O

primeiro cultivo comercial ocorreu em 1902, em São Paulo quando a Secretaria

da Agricultura distribuiu sementes gratuitas aos agricultores. No Rio Grande do

Sul os primeiros cultivos ocorreram no final da década de 1940, mas como

ocorreu em São Paulo, o cultivo não obteve muito sucesso pois as cultivares não

eram adaptadas a região, pois eram pouco produtivas e muito susceptíveis a

doenças.

Na década de 1960, houve uma nova tentativa para estimular o cultivo do

girassol no Brasil, no Estado de São Paulo os órgãos do governo deram apoio a

implantação da cultura e à abertura de uma fábrica de extração de óleos vegetais,

impulsionando o cultivo da oleaginosa. No ano agrícola de 1964/1965 o país

atingiu uma produção superior a 4 milhões de toneladas de grãos de girassol, em

uma área de aproximadamente 3.000 hectares. Porém, mais uma vez o insucesso

aconteceu, devido a falta de tecnologia de produção para as condições

brasileiras, onde o manejo e as cultivares utilizadas eram os mesmos da

Argentina, Agnol; Vieira; Leite (2005).

Vários fatores desfavoráveis a cultura foram fazendo com que barreiras

entre a cultura e o agricultor fossem sendo construídos, eis alguns desses fatores:

3
· Competição da cultura com outras culturas já estabelecidas como milho,

amendoim, algodão.

· Falta de informações mais precisas sobre correção do solo, nutrição,

espaçamento e densidade de semeadura

De maneira geral o girassol não conseguiu se estabelecer no país até os

últimos anos da década de 1970, então nessa mesma época o governo federal

através do Programa de Mobilização Energética, estimulou o uso de óleos

vegetais em substituição aos derivados de petróleo, a partir daí determinou-se o

aumento de pesquisas em torno de oleaginosas como mamona, amendoim e

girassol, portanto, a partir de 1980 houve grandes investimentos em pesquisa

sobre o girassol, de lá pra cá conseguiu-se esclarecer muitos pontos que no

passado eram obscuros, Agnol; Vieira; Leite (2005).

O entusiasmo ao cultivo aconteceu no oeste do estado do Paraná, onde já

havia pesquisas locais promovidas pelo IAPAR ( Instituto Agronômico do Paraná),

com isso o sucesso aconteceu já na safra de 1980/1981 (como segundo cultivo

de verão jan/mar), em sucessão aos cultivos de primavera como milho, soja,

feijão, onde a produtividade média chegou a 1800kg ha-1, porém já no ano

agrícola seguinte houve intenso ataque de doenças fúngicas principalmente o

mofo-branco causado pela Sclerotonia sclerotiorum, fazendo com que a

produtividade despencasse para 460kg ha-1 de média.

Em 1998 a cultura renasce nos campos do Sul do país com uma proposta

inovadora, unindo cooperativas, indústrias de óleos e produtores, essa iniciativa

parece estar viabilizando o cultivo de girassol no Rio Grande do Sul. Na região

dos Cerrados brasileiros, também a partir de 1999, o girassol retomou áreas

expressivas, principalmente nos Estados de Goiás e Mato Grosso do Sul,

4
sustentada em resultados de pesquisas mais sólidas com o girassol como

segundo cultivo de verão (safrinha), com o fomento técnico de uma grande

indústria de óleos e o trabalho de pesquisa, os agricultores da região

responderam ao desafio, Agnol; Vieira; Leite (2005).

No Brasil, devido a todos os entraves mencionados anteriormente a área

cultivada com girassol ainda é considerada inexpressiva, mas graças aos avanços

obtidos pela pesquisa nas ultimas décadas, a área plantada está se expandindo

gradativamente, Leite; Paula Júnior; Venzon (2007). Segundo a Conab citado por

Midiamax (2008), a produção de girassol está projetada em 154,6 mil toneladas

na safra 2007/08, com aumento de 45,7% sobre o total colhido em 2006/07. A

área plantada deve subir de 75,4 mil para 106,4 mil hectares, acréscimo de

41,1%. A produtividade está estimada em 1.453 Kg ha-1, com alta de 3,5%.

Os dados apresentados anteriormente trazem boas perspectivas para a

cultura dando ao produtor rural uma alternativa que lhe trará rentabilidade sobre

uma terra em que estava ficando ociosa, mas falta ainda experiência e tradição ao

agricultor brasileiro no cultivo dessa oleaginosa, bem como capacitação da

assistência técnica sobre a cultura, o que certamente irá proporcionar maiores

rendimentos no futuro, Agnol; Vieira; Leite ( 2005).

5
2 - Aspectos Gerais da Planta de Girassol

O girassol ( Helianthus annus L.) é uma dicotiledônea anual da família

Asteraceae, sendo originaria do continente Norte Americano. Atualmente o

girassol é cultivado em todos os continentes, em área que atinge

aproximadamente 18 milhões de hectares. É destacado como a quarta oleaginosa

em produção de grãos e a quinta em área cultivada no mundo, é uma cultura com

grande capacidade de adaptação às diversas condições de latitude, longitude e

fotoperíodo. Nos últimos anos vem se apresentando como grande alternativa na

rotação e sucessão de culturas nas regiões produtoras de grãos de Milho, Sorgo,

Trigo.

Em áreas onde se faz rotação de culturas com o girassol, observa-se um

aumento de produtividade de 10% nas lavouras de soja e entre 15 e 20% nas de

milho. O girassol vem sendo utilizado, principalmente, para extração de óleo e é

considerado, dentro os óleos vegetais, como um dos óleos de melhor qualidade

nutricional e organoléptica (aroma e sabor). Além disso, a massa resultante da

extração do óleo, rende uma torta altamente protéica, usada na produção de

ração. O girassol ainda é utilizado na silagem para alimentação animal e seu

cultivo também pode estar associado à apicultura, EMBRAPA (2000).

O ciclo vegetativo do girassol pode variar de 65 a 155 dias dependendo do

cultivar, da data de semeadura e das condições climáticas particulares de cada

região e ano, Castro e Farias, (2005).

O caule é ereto variando de 1,0 a 2,5 m de altura, geralmente não ramificado,

composto de 20 a 40 folhas, EMBRAPA (2000). Seu crescimento é vigoroso a

6
partir dos 30 dias após emergência, seu interior é aquoso e esponjoso tornando-

se oco e quebradiço quando atinge a maturação fisiológica. O desenvolvimento

do caule é muito influenciado pelas condições ambientais, pelo arranjo e pela

população de plantas, geralmente caules grossos e com entrenós curtos estão

associados a plantas fortes e resistentes, capazes de sustentar a produção de

capítulos com grande número de aquênios, reduzindo os riscos de quebra ou

acamamento e, conseqüentemente, de perdas na colheita, Castro e Farias (

2005).

Seu sistema radicular é pivotante e tem a função principal de alcançar as

camadas mais profundas do solo, buscando água e nutrientes, bem como a

sustentação da planta. Em condições idéias de distribuição de água, as raízes

desenvolvem-se nos primeiros 40 cm de profundidade, conseguindo suprir

adequadamente as necessidades de água das plantas, porém, se o

desenvolvimento inicial da planta ocorrer em condições de baixa disponibilidade

de água, as raízes irão explorar o solo em profundidade conseqüentemente, irão

crescer mais alterando a relação raiz – parte aérea, porém, deve-se destacar que

o girassol é uma planta muito sensível a impedimentos físicos do solo, como por

exemplo a compactação. Caso algum impedimento físico ocorra, sérios prejuízos

poderão acontecer, pois ao encontrar barreiras a raiz tende a crescer

horizontalmente e não mais verticalmente, com isso a absorção de nutrientes será

comprometida reduzindo o crescimento foliar e posteriormente a redistribuição de

fotoassimilados para os aquênios.

A filotaxia das folhas do girassol ocorre de duas formas básicas.

Primeiramente, as folhas se desenvolvem até as fazes V4 a V8, em disposição

oposta e, a partir dessas fases, gradualmente, o arranjo das folhas apresenta-se

7
como uma espiral em filotaxia alternada. As folhas são cordiformes, pecioladas e

com grande número de tricomas, principalmente na face abaxial, apresentam

também grande número de estômatos localizados em ambas as faces conhecido

como anfiestomático. De modo geral, as plantas de girassol possuem de 20 a 40

folhas, alcançando área foliar de até 0,9 m2 de folhas/planta, em solos profundos

e sem deficiência hídrica ou nutricional. Após o florescimento, quando as folhas

atingem o maior índice de área foliar, a ocorrência de déficit hídrico afeta

severamente as folhas, causando senescência precoce das mesmas. Essa

redução do aparato fotossintético reduz fortemente a translocação de

fotoassimilados para os grãos, reduzindo o peso dos mesmos, a produtividade e o

teor de óleo, Castro e Farias (2005).

A inflorescência do girassol é composta por flores sésseis, condensadas

em receptáculo comum discóide e rodeada por um invólucro de brácteas, formado

na parte superior do caule, conhecido como capítulo. O mesmo pode ter diversas

formas como côncavo, convexo ou plano. No entanto a deformação dos capítulos

pode estar associada à deficiência de boro e não necessariamente a forma

original do capitulo. A direção do capítulo em direção ao sol, conhecido como

heliotropismo, deve-se ao crescimento diferenciado do caule. Essa movimentação

ocorre em função da iluminação desigual de um lado para o outro da planta. O

lado da planta que está sombreado acumula auxina, que é um hormônio

regulador de crescimento vegetal, esse acúmulo faz com que a parte que está

sombreada cresça mais rapidamente do que a que está ao sol e, desse modo, o

caule e o capitulo se inclinam para o sol, Castro e Farias, (2005 ). Com o pôr do

sol a auxina é redistribuída na planta e o capitulo retorna a posição inicial, voltada

para o leste segundo Seiles , citado por Castro e Farias (2005).

8
Ocorrem dois tipos de flores no capítulo do girassol. As liguladas são

estéreis, geralmente tem cor amarela e situam-se na parte externa do capítulo e

as tubulares são flores férteis que ocupam todo o centro do capitulo. A antese das

flores ocorre gradualmente, abrindo segundo um padrão em espiral centrípeta,

demorando de 10 a15 dias para completar essa fase, a duração da floração

depende do diâmetro do capitulo e das condições climáticas, prolongando-se em

dias frescos e nublados,Knowles , citado por Castro e Farias (2005).

O fruto é o resultado do processo do desenvolvimento do ovário, o

pericarpo, que é a parede do ovário e parte do fruto, divide-se em três partes:

epicarpo, mesocarpo e endocarpo. O girassol produz um pseudofruto seco,

proveniente de um ovário ínfero e de um pistilo dicarpelar, conhecido como

aquênio. O aquênio é um fruto indeiscente, que possui uma só semente, ligada a

parede do fruto por apenas um ponto, o funículo Esau (1974) citado por Castro e

Farias (2005).

2.1– Biodiesel X Girassol

O Biodiesel é obtido de fontes renováveis tais como óleos e gorduras

vegetais e animal, e de outras fontes. Por ser biodegradável, não tóxico e por

possuir baixa concentração de substâncias aromáticas e cancerígenas, recebe o

título de “combustível ecológico”. Pela extensão territorial e devido às condições

edafoclimáticas, o Brasil oferece exploração de biomassa com fins alimentícios,

químicos e energéticos, para o biodiesel, se encontram as oleaginosas que são

9
matérias-primas de qualidade para a obtenção do produto, entre elas se

encontram a mamona, soja, dendê, babaçu e girassol,citado por Silva (2005).

O “combustível ecológico” é produzido através da reação química de um

óleo vegetal ou gordura animal com metanol ou etanol (álcool de cana) na

presença de um catalisador. Este processo é conhecido como transesterificação,

sendo que a catálise pode ser alcalina, ácida ou enzimática. Na Figura 1 segue

um esquema simplificado do processo:

Figura 1 – Processo de Transesterificação de óleos vegetais


Fonte: Associação Brasileira das Industrias de Óleos Vegetais (2003).

Desse processo como pode se verificar também na Figura 1, se extrai a

glicerina empregada para fabricação de sabonetes e diversos outros cosméticos.

Outro método de extração de óleo empregado é chamado de pirólise que consiste

no aquecimento dos óleos vegetais ou gorduras animais a um reator segundo

Gazzoni (2005), com isso, o Biodiesel pode ser usado em motores ciclo diesel

automotivos (caminhões, tratores, caminhonetes, automóveis, etc.) ou

estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc.), na sua forma pura ou

misturada com diesel de petróleo, em diversas proporções, não sendo necessária

nenhuma modificação nos motores.

10
O girassol como oleaginosa tem se desenvolvido nas diversas regiões

brasileiras, e devido às particularidades agronômicas, ou seja, sua resistência a

fatores abióticos, adaptação, ciclo reprodutivo, época de semeadura e a crescente

demanda do setor industrial e comercial, a cultura do girassol tem se constituído

em uma importante alternativa econômica em sucessão a outras culturas

produtoras de grãos, uma vez que os atuais sistemas agrícolas, que utiliza

rotação restrita de cultura, são caracterizados pelos altos custos de produção e

problemas fitossanitários. Ao se aproveitar à adaptabilidade do cultivo de girassol

nas diversas regiões brasileiras para a produção de biodiesel, ameniza-se o

déficit energético do país e promove o avanço tecnológico, a inclusão social e o

desenvolvimento sustentável, uma vez que nas diretrizes do Governo Federal dá-

se ênfase ao pequeno produtor, Silva (2005), onde para se obter o selo

combustível social há necessidade de absorver 30% dos grãos da agricultura

familiar.

Dentro deste conceito, verifica-se que o girassol possui diversas

externalidades de produção positivas. Dentre os estudos relacionados a esta

cultura, destacam-se aqueles que tratam da utilização do girassol na alimentação

animal, a produção integrada do girassol à apicultura, biodiesel, entre outros.

Quanto à apicultura, o girassol apresenta polinização cruzada feita basicamente

por entomofilia, por ação principalmente de abelhas e, em menor escala, por

outros insetos, durante o período de florescimento do girassol, ocorre um

incremento na produção de mel de abelha entre 20 e 40 litros por hectare

plantado com essa cultura. Já, quanto ao óleo, principal produto resultante desta

cultura, pode ter diversos destinos, dentre eles destacam-se o óleo comestível e a

produção de biodiesel. Quando usado na alimentação humana ele é considerado,

11
dentro dos óleos vegetais, um dos de melhor qualidade nutricional e organoléptica

(aroma e sabor), sendo usado inclusive na prevenção de doenças, Silva e

Tillmann (2007).

Na produção de biodiesel, o óleo de girassol é mais viável que de outras

espécies como a soja, o algodão e a mamona, por atender aos níveis de

viscosidade, teor de iodo e outras especificações que são exigidas, Parente

(2003). A Associação Brasileira das Industrias de Óleos vegetais – Abiove,

comparou, entre diversas oleaginosas, qual possuía maior rendimento em óleo,

de acordo com a Tabela 1 :

TABELA 1: Rendimento em óleo de diversas oleaginosas

Oleaginosas Rendimento em Óleo


Algodão 30 a 40%
Amendoim 40 a 50%
Arroz 15 a 23%
Babaçu 58 a 67%
Coco 50 a 65%
Colza 39 a 45%
Gergelim 48 a 55%
Girassol 45 a 55%
Linhaça 30 a 36%
Mamona 35 a 45%
Milho (germe) 30 a 36%
Palma (dendê) 35 a 45%
Palmiste 55 a 65%
Soja 18 a 21%
Fonte: Abiove (2003)

12
2.1.1 – Importância do óleo comestível de girassol

O óleo de girassol é considerado o de melhor características nutritivas em

relação a outros vegetais comestíveis, principalmente por seu alto conteúdo de

ácido linoléico. Ele se situa entre os melhores óleos vegetais comestíveis, sendo

que uma grama de óleo de girassol chega a proporcionar 8,8 calorias, das quais o

organismo pode assimilar 98%. Seu alto conteúdo de ácido linoléico faz com que

ele seja o mais recomendável na prevenção das efermidades cardiovasculares

produzidas pelo excesso de colesterol.

O óleo de girassol é considerado semi - secante e sumamente digestivo, o

que pode ser determinado por seu alto índice de Iodo. "Quanto mais alto for o

índice de Iodo, mais alto será o conteúdo de ácido linoléico. Os rendimentos do

óleo cru por extração de solvente oscilam entre 40 e 54% em base de matéria

seca. Sendo um dos mais saudáveis em seu segmento, o óleo de girassol contém

em sua estrutura o maior teor de gorduras poliinsaturadas, e o maior teor de ácido

linoléico, Boaron (2005).

2.2 - Fatores que afetam a produtividade da cultura

O girassol é uma planta com grande potencial de aumento da produção de

grãos no País, não só para a alimentação humana ou animal, mas também

objetivando práticas adequadas de manejo do solo, uso com planta ornamental ou

matéria-prima para a produção de bicombustíveis. A obtenção de altos

rendimentos está em função da interação genótipo/ambiente e uso de um pacote

13
tecnológico adequada, Castro e Farias (2005), porém, alguns fatores

determinantes podem vir a afetar este aumento da produção.

Dentre os determinantes da produtividade estão a água, por meio da qual é

possível que a planta realize crescimento, transporte de nutrientes, balanço

energético, etc. Os nutrientes que são utilizados para o crescimento e

desenvolvimento das plantas estando presentes em compostos e enzimas,

estruturas, etc. A radiação solar que é fundamental para que haja crescimento e

desenvolvimento, fotossíntese e a produção de carboidratos. As questões ligadas

às temperaturas alteram a dinâmica de adaptação de um determinado genótipo e

o seu desenvolvimento nas condições locais. E a genética, que permitirá a

adaptação ao ambiente, alterará o rendimento e a qualidade dos grãos

produzidos, Martin e Sluszz (2007).

Dentre os fatores ambientais que afetam o rendimento do girassol, o clima

é considerado praticamente incontrolável. Algumas adversidades climáticas como

a falta de água podem ser total ou parcialmente amenizadas, porém se

determinado genótipo não estiver adaptado ao clima não será possível realizar

cultivos economicamente viáveis.

As plantas possuem faixas térmicas de conforto e faixas térmicas

toleráveis. No caso do girassol, a faixa térmica ideal de desenvolvimento é de

27oC a 28oC e a faixa tolerada vai de 8oC a 34oC. As temperaturas baixas

retardam a germinação e produzem plântulas pequenas, podendo também

ocasionar dano apical que quebrará sua dominância e produzirá ramificações no

caule. As folhas poderão ficar deformadas possuindo um tamanho reduzido,

alongando o ciclo da cultura. Outras interferências que ocorrem em baixas

temperaturas estão relacionadas a uma menor atividade das enzimas, menor

14
transpiração, menor fotossíntese, menor absorção de nutrientes, maior rigidez da

parede celular, menor crescimento, alongamento do ciclo e menor rendimento.

De outra maneira, quando as temperaturas são elevadas ou acima da faixa

de conforto, a temperatura do solo também se torna elevada, reduzindo o

estabelecimento das plantas, ocorrendo à alteração da taxa de crescimento,

floração antecipada, havendo prejuízos na floração e na polinização, além da

aceleração da maturação com conseqüências no teor de óleo e na composição de

ácidos graxos com diminuição da qualidade das sementes. Esses aspectos são

ocasionados pela maior transpiração, inibição da função enzimática, maior

fotorrespiração, menor fotossíntese, menor absorção de nutrientes, menor

crescimento e encurtamento do ciclo e conseqüentemente menor rendimento,

citado por Martin e Sluszz, (2007)

Ainda segundo Martin e Sluszz, (2007), as doenças que ocorrem no

girassol são os fatores mais limitantes da produção e qualidade dos grãos

colhidos, por poderem dizimar a lavoura totalmente. No girassol, as doenças

ocorrem com maior intensidade a partir do florescimento, sendo os fungos os

mais importantes causadores. Dentre as principais doenças, destaca-se a

mancha de alternaria, causada pelo fungo Alternaria helianthi e a podridão branca

ou esclerotínia, causada pelo fungo Sclerotinia sclerotiorum, outras doenças como

a ferrugem (Puccinia helianthi), a podridão da base (Sclerotium rolfsii), a mancha

preta da haste (Phoma oleracea var. helianthi-tuberosi), a mancha cinzenta da

haste (Phomopsis helianthi) e a podridão cinzenta do capítulo (Botrytis cinerea),

também podem provocar danos significativos.

15
3 – Sclerotinia sclerotiorum na cultura do girassol

O mofo branco ou murcha de sclerotinia causada por Sclerotinia

sclerotiorum, tem preocupado produtores de várias culturas como feijoeiro,

algodoeiro, soja e girassol, entre outras, Oliveira (2005).

Este fungo é considerado o patógeno mais importante para o girassol no

mundo e está distribuído em todas as regiões produtoras, sejam elas temperadas,

tropicais ou subtropicais.

As perdas causadas por S. sclerotiorum dependem da parte da planta

afetada pelo fungo, que pode infectar a raiz e o colo da planta, a haste ou

capitulo. As perdas atribuídas à podridão basal dependem da idade da planta no

inicio da infecção. Como a S. sclerotiorum mata rapidamente as plantas

infectadas na fase de plântula, ocorrem falhas no estande. Quando a infecção

acontece em estádios de desenvolvimento mais avançados, a ocorrência de

murcha afeta seriamente a produção e a qualidade das sementes, que

apresentam menor peso. As perdas associadas à podridão do capitulo afetam

diretamente a produção, com redução no número de sementes por capitulo, no

peso de sementes e na concentração de óleo. A qualidade do óleo extraído de

sementes infectadas pelo fungo é inferior devido ao aumento da concentração de

ácidos graxos livres. A podridão branca pode causar a queda de sementes do

capitulo ou do próprio capítulo. Quando a infecção ocorre na base deste, resulta

em perda total da produção, Leite (2005 a).

Ainda segundo Leite (2005 a), perdas indiretas ocorrem devido a

contaminação de lotes de sementes com escleródios, freqüentemente de mesmo

tamanho, forma e peso especifico dessas, o que dificulta sua remoção na

16
operação de limpeza. Além desses prejuízos, o fungo persiste durante muitos

anos no solo, representando um perigo potencial permanente para o girassol.

Bernardes (2005) afirma que os escleródios podem permanecer por até 8 anos no

solo e em restos vegetais.

3.1 – Etiologia

Sclerotinia sclerotiorum é um fungo pertencente à classe Ascomycetes,

ordem Leotiales. O fungo produz estruturas de resistência negras, duras,

relativamente grandes ( até cerca de 1 cm de diâmetro ou comprimento, ou

mesmo maiores) e de formato irregular, chamados de escleródios, Paula Júnior,

Ferreira, Chagas, Carneiro (2004).

A S. sclerotiorum ( sin. Sclerotinia libertiana e Whetzelinia sclerotiorum)

forma micélio e escleródios na fase assexual e ascos com ascósporos na fase

sexual. O escleródio forma-se a partir da anastamose de um grande número de

hifas em um corpo duro e compacto, o escleródio maduro é formado por uma

casca pigmentada, uma camada fina de células pseudoparenquimatosas e uma

medula de tecido parenquimatoso, que será observado na Figura 2;

17
Figura 2 – Escleródios retirados de uma planta de girassol
Fonte: Daniel (2008 a)

Ocorrem duas formas de germinação do escleródio: uma miceliogênica,

formando somente hifas e outra carpogênica, produzindo apotécios.

O apotécio é uma estrutura plana ou em forma de taça que produz os

esporos sexuais do fungo. Podem ser formados muitos apotécios a partir de um

único escleródio, os apotécios são de coloração marrom-clara e tem de 4 a 10

mm de diâmetro. Solos úmidos por um longo período e luz são essenciais para a

formação de apotécios, Leite (2005 a). A Figura 3 mostra a germinação

carpogênica dos escleródios;

18
Figura 3 : Germinação carpogênica do escleródio de S. sclerotiorum
Fonte: Paula Júnior et al (2004)

S. sclerotiorum é um fungo polífago, tendo como hospedeiros plantas de 75

famílias, 278 gêneros, 408 espécies e 42 subespécies ou variedades, com

exceção de uma espécie da divisão Pteridophyta, todos os hospedeiros de S.

sclerotiorum pertencem às classe Gymnospernae e Angyospermae. Não há

relatos de especialização fisiológica do fungo, Leite (2005 a).

3.2 – Sintomatologia

O mofo branco pode produzir três sintomas diferentes em girassol,

dependendo do órgão da planta afetado. A podridão basal pode ocorrer desde o

estádio de plântula até a maturação. A infecção na base é principalmente

observada a partir da floração, quando plantas doentes aparecem isoladas na

linha. Logo após, mais plantas tornam-se infectadas, até que, próximo a

maturação, podem ser observadas grandes reboleiras de plantas mortas nos

campos de cultivo. O sintoma inicial é uma murcha súbita da planta, que pode

19
recuperar a turgidez à noite ou após uma chuva, mas que, em poucos dias, torna-

se irreversível. Uma lesão marrom-clara, mole e encharcada aparece na haste, no

nível do solo, que pode se estender até 50 cm de comprimento circundando a

haste. Se houver umidade elevada, a lesão pode ser coberta por um micélio

branco, o fungo também desenvolve-se internamente destruindo os tecidos da

haste. Muitos escleródios são formados dentro da parte da planta colonizada pelo

fungo, porém poucos são encontrados na raiz e na área externa, as plantas

afetadas acamam facilmente , Leite (1997), conforme mostra a Figura 4 :

Figura 4: Planta de girassol no estádio V5 atacada pelo mofo branco na haste próximo ao solo
Fonte: Brigante (2008 a)

A podridão na porção mediana da haste ocorre em plantas a partir do final

de estádio vegetativo até a maturação. A infecção ocorre em folhas feridas e

prossegue em direção ao pecíolo, terminando na haste. A aparência da lesão é

semelhante à podridão basal. Um micélio branco pode cobrir a lesão, e

20
escleródios são observados dentro e, em menor quantidade, fora da haste. As

plantas podem quebrar no ponto da lesão, exemplificado na Figura 5:

Figura 5: Planta de girassol atacada pelo mofo branco na porção mediana


Fonte: Daniel (2008 b)

A podridão do capítulo ocorre a partir do final da floração, a infecção pode

começar em qualquer parte do receptáculo, os sintomas iniciais caracterizam-se

por lesões pardas e encharcadas no lado dorsal do capítulo, com a presença de

micélio branco cobrindo porções dos tecidos. O fungo destrói o interior do

capitulo, deixando apenas os elementos vasculares intactos, um grande número

de escleródios, de formato irregular são encontrados no interior do capítulo, no

final ocorre a completa desintegração do capitulo, com os elementos vasculares

21
fibrosos expostos, assemelhando-se a uma vassoura, Leite (1997). A podridão do

capítulo poderá ser observada na Figura 6:

Figura 6 : Podridão do capítulo


Fonte: Brigante (2008 b)

3.3 – Epidemiologia

O escleródio começa e termina o ciclo de vida de S. sclerotiorum, a

germinação miceliogênica do escleródio causa a infecção de tecidos da base da

plantas, produzindo podridão de raízes, podridão basal do caule e murcha das

plantas. O papel atrativo dos exsudatos radiculares é provável, apesar de não

estar claramente demonstrado. As hifas penetram nos tecidos através de

22
ferimentos, estômatos ou pela cutícula, invadem os espaços intercelulares e,

finalmente, atingem o interior das células. O fungo provoca lesões visíveis na

base do caule e murcha da parte aérea, devido à obstrução dos vasos

condutores. Contaminações secundarias são possíveis através do contato direto

dos tecidos doentes com os tecidos sadios das plantas vizinhas.

Na germinação carpogênica, os apotécios formados a partir de escleródios

existentes na camada superficial do solo, emergem na superfície e liberam os

ascósporos. Em condições de alta umidade relativa, acima dos 70%, um apotécio

maduro pode produzir até 2 X 108 de ascósporos por um período de várias

semanas. Os ascósporos são liberados em temperaturas de 3°C a 22°C, com

maior intensidade entre 19°C e 22°C. Temperaturas superiores a 25°C e umidade

relativa abaixo de 35% são limitantes para a sobrevivência dos ascósporos. Os

ascósporos germinam em condições favoráveis e infectam o hospedeiro,

causando principalmente, podridão da haste e podridão do capitulo. A

contaminação do capitulo só é possível quando os órgãos florais estão cobertos

por água livre por um período mínimo de 42 horas. A colonização ocorre através

das flores tubulares, a susceptibilidade do capitulo à infecção é maior

compreendido entre a floração inicial e até duas semanas após o florescimento.

Após um período de latência de 15 a 40 dias, o fungo invade o parênquima do

capitulo e provoca o apodrecimento dos tecidos. O micélio desenvolve-se sobre

um substrato formado por tecidos mortos ou senescentes ou no interior da

cavidade do capitulo. A temperatura ótima para o desenvolvimento do micélio

situa-se entre 18°C e 25°C. Os escleródios produzidos dentro e na superfície dos

tecidos colonizados retornam ao solo com os resíduos da cultura e são

responsáveis pela conservação do fungo. As sementes são importantes veículos

23
de disseminação de S. sclerotiorum através de escleródios misturados a elas ou

de micélio existentes nos tecidos internos, Leite (2005 a), devido a isso o

Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) criou os padrões para

a produção e comercialização de sementes de girassol, onde o lote será

condenado caso seja encontrado um único indício do fungo.

Para entendermos um pouco mais sobre o fungo, o ciclo do patógeno pode

ser observado na Figura 7:

Figura 7: Ciclo da Sclerotinia sclerotiorum


Fonte: Whartom e Kirk (2007)

24
A disseminação dos ascósporos é feita através do vento, água da chuva,

implementos contaminados em outros campos e trânsito de pessoas, Wharton e

Kirk (2007).

3.4 – Controle

O controle da S. sclerotiorum, é dificultado devido à permanência de

escleródios viáveis por um longo tempo no solo, ao fato de que os ascósporos

que produzem a infecção aérea podem ser provenientes de escleródios existentes

a longas distâncias, à falta de controle químico eficaz e à alta susceptibilidade dos

genótipos de girassol cultivados. Assim, o controle mais efetivo baseia-se num

programa integrado de medidas, que incluem diversas práticas culturais.

Medidas de exclusão foram adotadas, a partir de 1984, para prevenir a

introdução do fungo através de semente contaminada proveniente de outros

países. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabeleceu a

importação de material propagativo de girassol somente de áreas de produção

livres de S. sclerotiorum.

A rotação de culturas é um método bastante indicado para o controle do

patógeno, a intercalação com culturas resistentes a esse fungo, como as

gramíneas, serve para dar tempo para a degradação natural dos escleródios por

meio de seus inimigos naturais. Devido à susceptibilidade a S. sclerotiorum, deve-

se evitar o cultivo em sucessão com soja, canola, ervilha, feijão, alfafa, fumo,

tomate e batata, entre outras culturas. É recomendado manter o cultivo livre de

plantas daninhas, que podem ser hospedeiras alternativas do fungo.

25
Uma medida fundamental para prevenir a ocorrência da S. sclerotiorum, é

reduzir ao máximo os períodos de alta umidade e baixa temperatura na cultura.

Para isso, a escolha da época de semeadura é fundamental para reduzir as

chances de ocorrência de podridão de capítulos, é imperativo evitar a época de

semeadura que resulte em florescimento em períodos de baixas temperaturas,

como ocorre no outono-inverno, na região Sul do País. Na região sul de Minas

Gerais o inverno é seco, sendo desfavorável ao desenvolvimento do patógeno.

Outras práticas culturais são importantes para minimizar os problemas

causados pelo fungo. O isolamento espacial é uma medida eficiente na redução

da ocorrência da infecção aérea por ascósporos. Geralmente, recomenda-se

escolher áreas pelo menos 1 km de distantes de lavouras infectadas com S.

sclerotiorum no ano anterior. Em lavouras de pivô central, deve-se diminuir ao

máximo o numero de irrigações na fase de maior susceptibilidade do capitulo à

infecção. É conveniente escolher menores densidades de semeadura e

espaçamentos maiores, de modo a permitir uma adequada aeração das plantas e

diminuir as chances de contato de plantas doentes com plantas adjacentes. Deve-

se evitar adubações excessivas de nitrogênio,o que pode tornar os tecidos mais

suculentos e, consequentemente mais susceptíveis ao fungo. A aplicação de

dessecantes é recomendada em alguns países, permitindo a antecipação da

colheita, reduzindo os prejuízos provocados pela podridão do capitulo, Leite (2005

b) .

O controle químico da podridão do capitulo não tem se mostrado eficiente

por diversas razões. Para o girassol, não existem produtos com eficiência

sistêmica. Também, os produtos são rapidamente degradados por fenômenos

físico-químicos. O período de duração da floração e consequentemente, da

26
susceptibilidade do capitulo à infecção, exige dois ou três tratamentos preventivos

com fungicidas de contato. Além disso a penetração dos produtos nos órgãos

florais é bastante difícil e o fungicida precisa ser aplicado na face do capitulo para

ser eficiente, Leite (2005 b).

O uso de espécies de Trichoderma no controle de S. slerotiorum tem sido

usado no Brasil, espécies de Trichoderma, são naturais do solo, especialmente

de solos orgânicos , e podem viver saproficamente ou parasitando outros fungos.

Trichoderma spp. São micoparasitas necrotróficos eficazes no controle de

muitos fungos fitopatogênicos, principalmente dos com estruturas de resistência

consideradas difíceis de serem atacadas por microorganismos. T. harzianum é a

espécie mais estudada para o biocontrole, Bernardes (2005).

4 – Perdas

Segundo Agnol; Vieira; Leite (2005), as perdas podem chegar em até 60%

em lavouras de girassol atacadas pela Sclerotinia sclertotiorum, para verificar este

dado foi realizado um estudo de caso que será descrito a seguir:

Na cidade de Silvianópolis localizada na região sul de Minas Gerais na

Fazenda Nossa Senhora Aparecida de propriedade do Sr. Armando Guirão foi

implantado uma lavoura de girassol com a cultivar Charrua em uma área de 39

hectares no sistema de semeadura direta sobre a palhada de milho ( Zea mays

L.), sendo esses divididos em 3 glebas de 13 ha cada totalizando 39 ha, com

estande de 40.000 plantas. ha-1.

27
A propriedade foi arrendada pela BIOSEP Complexo dos Lagos, Energia e

Agronegócio Ltda.

A BIOSEP é uma empresa da área de energia de fontes renováveis,

voltada à produção de biodiesel. A primeira unidade industrial, a ser instalada em

Três Pontas, apresenta um diferencial em relação às demais indústrias do setor,

uma vez que está baseada na integração dos diversos participantes da cadeia

produtiva, com ênfase na agricultura, passando pela difusão de tecnologias para a

produção de oleaginosas, suporte técnico, política de incentivos para a aquisição

de sementes e outros insumos, até a contratação da safra com garantia de

compra. Além do biodiesel, a BIOSEP produzirá farelos ricos em proteínas, para

nutrição animal, bem como tortas para o uso agrícola, Biosep (2008).

A fim de melhor interagir com os agricultores, a empresa trabalhará

priorizando as parcerias com seus representantes, associações, sindicatos e

cooperativas, com o intuito de melhor poder auxiliá-los nesta empreitada que trará

o beneficio da diversificação de culturas, com redução dos riscos climáticos e

comerciais. Além disso, a BIOSEP chega a região com o compromisso de estar

sempre junto aos agricultores, apoiando-os com incentivos à produção, dias de

campo para troca de informações, suporte técnico e melhoria de resultados,

possibilitando o bem estar dos agricultores e de suas famílias. Uma empresa que

trabalha com bicombustíveis e estimula o plantio de árvores, praticando a

responsabilidade ambiental, Biosep (2008).

Têm como previsão de inauguração o mês de Abril de 2009. Sua

capacidade de produção será de 50 mil litros de biodiesel por dia e usará como

matéria prima inicialmente o girassol e diversas oleaginosas, Castro Neto (2008).

28
Na área de produção de girassol da Biosep em Silvianópolis, MG, foi

detectado sintomas de Sclerotinia sclerotiorum na fase fenológica da planta 3 em

uma das glebas e persistiu até a fase R8 da cultura, conforme mostram as

Figuras 8 e 9 :

Figura 8: Sintomas de Sclerotinia sclerotiorum na fase V3


Fonte : Brigante (2008 c)

29
Figura 9: Planta de girassol atacada por S. sclerotiorum na fase R8
Fonte : Brigante (2008 d).

Para estimar os prejuízos causadas pelo fungo na lavoura em questão, foi

realizada uma amostragem para verificar perdas no estande afetado, a


-1
produtividade e quanto representaria em sacas . ha . Para efeito de

comparação, denominou-se gleba 1 a área de ocorrência do fitopatógeno e gleba

2 a área que não apresentou incidência da doença.

4.1 Amostragem

Foi escolhido ao acaso o local que seriam realizadas 13 sub-amostras da

seguinte forma:

Foi medido 10 metros lineares e contado quantas plantas estavam infectadas pelo

fungo e chamado de sub-amostra 1, essa mesma metodologia foi repetida por

30
mais 12 vezes totalizando 130 metros. Em seguida através de regra de três

simples obteve-se os seguintes resultados, conforme mostra a Tabela 2:

Tabela 2 – Plantas Infectadas em 130 metros lineares

Quantidade de Plantas
Nº Sub –Amostra
Infectadas
1 3
2 16
3 16
4 8
5 10
6 12
7 10
8 11
9 16
10 16
11 17
12 6
13 12

Total de Plantas Infectadas em 130m


153
lineares
Fonte : Daniel (2008)

Levando em consideração que em 1 hectare temos 12500 m lineares,


-1
portanto, o número de plantas infectadas foi de 14711,5 plantas. ha , isso
-1
representa 37% de plantas infestadas. ha , lembrando que a coleta das sub-

amostras foi realizada no dia 13/10/2008, nessa data a cultura já se encontrava

na fase R7.

31
4.2 – Custos de Produção e Perdas Reais da Lavoura

O custo de produção de 1 hectare da lavoura ficou em R$ 1.087,00 (hum

mil e oitenta e sete reais) estando embutido nesse valor R$ 100,00 (cem reais por

hectare) do arrendamento da propriedade.

A Tabela 3 mostra uma comparação entre a gleba 1 e a gleba 2, onde a

gleba 2 não registrou a presença do patógeno:

Tabela 3 : Comparativo entre uma gleba sadia e uma infestada

MÉDIA DE SACAS/HÁ GLEBA MÉDIA DE SACAS/HÁ


VALOR DE MERCADO DA SACA DE GIRASSOL
1 GLEBA 2
R$ 44,00 7,85 30

TOTAL PAGO AO PRODUTOR R$ 345,40 R$ 1320,00

CUSTOS DE PRODUÇÃO R$ 1.187,00

LUCROS E OU PREJUÍZOS DA LAVOURA -R$ 841,60 R$ 133,00


Fonte : Daniel (2008)

Portanto, os 37 % de infestação de S. sclerotiorum na gleba 1 representou

22,15 sacas. ha-1 colhidas a menos. Transformando estes dados em reais , a

BIOSEP deixou de colher R$ 974,60 (novecentos e setenta e quatro reais e

sessenta centavos) por hectare na gleba atacada.

Não foi utilizado nenhum tipo de tratamento químico ou biológico, mas

como a lavoura foi implantada sobre a palhada de milho (SPD), o patógeno não

conseguiu atingir os 60% de infestação, citado por Agnol; Vieira; Leite (2005).

32
As causas da infestação do fungo na área não foram muito bem definidas

uma vez que a gleba que apresentou a infestação não tinha relatos em seu

histórico de cultivo. Como o proprietário da fazenda também é produtor de feijão

em uma área próxima a gleba atingida, pode-se dizer que a infecção pode ter sido

causada por implementos contaminados e também pela água da chuva e vento,

pois a cultura do feijoeiro é um dos maiores hospedeiros da S. sclerotiorum.

33
III – CONCLUSÃO

A Sclerotinia sclerotiorum é um fungo de fácil disseminação e de difícil

controle na cultura do girassol. Para o seu controle é necessário que se faça

concomitantemente o uso de várias práticas como o controle biológico e cultural.

Os prejuízos causados ficaram muito evidenciados através do estudo de

caso, mostrando que em áreas que foram infestadas pelo fungo fica descartada a

possibilidade de se implantar a cultura do girassol.

Recomenda-se, não plantar nenhuma oleaginosa por um período mínimo

de 8 anos em áreas que houve relatos da doença ,e sim o uso da terra para

implantação com gramíneas, uma vez que plantas dessa família não são

susceptíveis ao patógeno.

34
IV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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