Este documento discute a realização de punção intraóssea por enfermeiros. Ele conclui que enfermeiros podem realizar o procedimento em situações de emergência, desde que devidamente capacitados e garantindo a segurança do paciente. No entanto, cada enfermeiro deve avaliar sua própria competência técnica antes de realizar a punção intraóssea.
Este documento discute a realização de punção intraóssea por enfermeiros. Ele conclui que enfermeiros podem realizar o procedimento em situações de emergência, desde que devidamente capacitados e garantindo a segurança do paciente. No entanto, cada enfermeiro deve avaliar sua própria competência técnica antes de realizar a punção intraóssea.
Este documento discute a realização de punção intraóssea por enfermeiros. Ele conclui que enfermeiros podem realizar o procedimento em situações de emergência, desde que devidamente capacitados e garantindo a segurança do paciente. No entanto, cada enfermeiro deve avaliar sua própria competência técnica antes de realizar a punção intraóssea.
Solicitado parecer a Cmara Tcnica do Coren/SC, acerca da Realizao de puno intrassea por enfermeiro.
II - Da fundamentao e anlise
A via intra-ssea (IO) como via de acesso circulao venosa foi descrita em inicialmente, em 1922, por Drinker e col. Em 1934, Josefson, publicou um estudo sobre a via IO, como substituto emergencial para a administrao de lquidos em crianas. A tcnica passou a ser usada com frequncia crescente, entrando na rotina pr-hospitalar e pronto-socorro na dcada de 1940. Com o surgimento dos cateteres introduzidos sob agulhas para acesso venoso, esta via caiu em desuso at a dcada de 1980, quando passou a ser reaplicada em crianas e recentemente em adultos. O acesso intrasseo voltou a ganhar evidncia com as atuais diretrizes mundiais de reanimao cardiopulmonar, que o posicionam como a segunda opo em sequencia de acessos ou vias de administrao de medicamentos, no caso de insucesso na obteno de um acesso venoso perifrico 1 . Em estudo realizado por Lane e Hlio (2008) estes concluram que o acesso intrasseo usado principalmente para garantir rapidamente um acesso venoso quando h algum retardo ou dificuldade para acesso venoso perifrico. Consiste em tcnica de simples aprendizado e suas complicaes so inferiores a 1%. A maior parte dos frmacos utilizados em emergncias pode ser administrada por esta via em suas doses rotineiras.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA
Autarquia Federal criada pela Lei N 5.905/73
Avenida Mauro Ramos, 224, Centro Executivo Mauro Ramos 6 ao 9 andar, Centro, Florianpolis/SC. CEP 88020-300 Caixa Postal 163 - Fone/Fax: (48) 3224-9091 E-mail: coren-sc@coren-sc.org.br Site: www.corensc.gov.br
O acesso intrasseo pode ser usado com segurana em diferentes locais de puno, tanto em adultos quanto crianas. Este acesso pode ser satisfatoriamente utilizado para coleta sangunea objetivando anlise de gases e bioqumica sangunea, infuso de sangue e hemoderivados, soluo fisiolgica para reposio volmica em estados de choque, parada cardiorrespiratria e outras emergncias, quando o acesso venoso convencional no pode ser rapidamente efetivado.
Figura 1 Ilustrao da Puno intrassea
A puno intrassea (IO) consiste na introduo de uma agulha na cavidade da medula ssea, possibilitando acesso circulao sistmica venosa por meio da infuso de fluidos na cavidade medular, fornecendo uma via rgida, no colapsvel, para a infuso de medicamentos e solues em situaes de emergncia 1 . A puno IO um procedimento invasivo e assim podem ocorrer complicaes, porm o risco descrito na literatura como baixo. A osteomielite pode estar presente em 1% dos pacientes e tem sido relacionada com a infuso de solues hipertnicas. A complicao mais comum o extravasamento por infuso de fludos no subcutneo ou mais raramente na regio subperiostal. Sndrome compartimental, embolia gasosa ou gordurosa, crescimento sseo anormal, reaes cutneas locais, formao de abscessos e fratura ssea tambm so descritas 1 . . O parecer CTA 006/95 do Conselho Federal de Enfermagem, referente Puno Intrassea em Pediatria, favorvel a realizao do procedimento pelo enfermeiro, considerando, dentre outros, que este profissional participa das aes que visam satisfazer as
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA
Autarquia Federal criada pela Lei N 5.905/73
Avenida Mauro Ramos, 224, Centro Executivo Mauro Ramos 6 ao 9 andar, Centro, Florianpolis/SC. CEP 88020-300 Caixa Postal 163 - Fone/Fax: (48) 3224-9091 E-mail: coren-sc@coren-sc.org.br Site: www.corensc.gov.br
necessidades de sade da populao, devendo exercer suas atividades com justia, competncia, responsabilidade e honestidade, assegurando ao cliente uma assistncia de enfermagem livre de danos decorrentes de impercia, negligncia e imprudncia 2 . O Parecer Coren - SP CAT N 001/2009, frente aos benefcios descritos na literatura relativos utilizao da via IO para infuso de fluidos e medicamentos, em pacientes que apresentam a necessidade de estabelecimento rpido de acesso ao sistema vascular em situaes de PCR, bem como outras situaes nas quais se configure risco iminente de agravo sade, considera-se lcito que enfermeiros realizem a puno IO em situaes de emergncia ou urgncia, desde que capacitados para tal finalidade 3 . De acordo com Fogaa et al(2011), compete ao enfermeiro disponibilizar as agulhas em calibres adequados ao peso do paciente (de 3 a 39 kg e maior que 40 kg); prover material assptico; posicionar adequadamente o membro; garantir a analgesia quando o paciente estiver responsivo dor; assegurar a permanncia da agulha em posio reta sem suporte, estabilizando e fixando para prevenir a movimentao e possvel deslocamento da mesma; observar presena de resistncia infuso, infiltrao e sada do fludo pelo local de insero da agulha; garantir um bom gotejamento gravitacional da soluo; observar se h refluxo de sangue aps a puno; imobilizar o membro puncionado; e realizar curativo estril.A adequada assistncia ao paciente com IO contribui para minimizar os riscos dessa terapia e para o sucesso no atendimento de emergncia 4 . A Responsabilidade da Enfermagem na puno intra ssea, nos leva a algumas reflexes para um prtica segura com qualidade de assistencia: na Lei do Exerccio profissional 7.498 de 25 de junho de 1986 5 , cabe ao enfermeiro (a) realizar entre outras atribuies no art. 11 inciso I, alneas: l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida; m) cuidados de enfermagem de maior complexidade tcnica e que exijam conhecimentos de base cientfica e capacidade de tomar decises imediatas. Inciso II, alneas: f) preveno e controle sistemtico de danos que possam ser causados clientela durante a assistncia de enfermagem. E o Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem (Resoluo Cofen n 311/2007 O Cdigo de tica dos Profissionais de Enfermagem aprovado pela Resoluo COFEN n 311 de 12 de maio de 2007 5 estabelece nos direitos, responsabilidades e deveres que o profissional de
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA
Autarquia Federal criada pela Lei N 5.905/73
Avenida Mauro Ramos, 224, Centro Executivo Mauro Ramos 6 ao 9 andar, Centro, Florianpolis/SC. CEP 88020-300 Caixa Postal 163 - Fone/Fax: (48) 3224-9091 E-mail: coren-sc@coren-sc.org.br Site: www.corensc.gov.br
enfermagem dever: Art. 10 - Recusar-se a executar atividades que no sejam de sua competncia tcnica, cientfica, tica e legal ou que no ofeream segurana ao profissional, pessoa, famlia e coletividade. Art.12 assegurar pessoa, famlia e coletividade assistncia de enfermagem livre de danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia; Art.13. Avaliar criteriosamente sua competncia tcnica, cientfica, tica e legal e somente aceitar cargos ou atribuies, quando capaz de desempenho seguro de si e para outrem; Art. 21 - Proteger a pessoa, famlia e coletividade contra danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia por parte de qualquer membro da equipe de sade. Art. 39 - Participar da orientao sobre benefcios, riscos e consequncias decorrentes de exames e de outros procedimentos, na condio de membro da equipe de sade. Esse Cdigo de tica, no que se refere s Proibies acerca da prtica profissional da enfermagem, institui o seguinte: Art.32. Executar prescries de qualquer natureza, que comprometam a segurana da pessoa; Art.33. Prestar servios que por sua natureza competem a outro profissional, exceto em caso de emergncia.
III Da Concluso
Considerando a legislao vigente, entende-se que o profissional enfermeiro pode realizar a puno intrassea em situaes de emergncia ou urgncia, desde que devidamente capacitado para a execuo do citado procedimento. . Por outro lado, profissionais enfermeiros que se encontram atuando em servios de emergncia e urgncia e que se prope a realizao do procedimento de puno intra ssea, devem avaliar criteriosamente sua competncia tcnica, conforme disposto na Resoluo Cofen n 311/2007, especialmente em seu, Art. 2 - Aprimorar seus conhecimentos tcnicos, cientficos e culturais que do sustentao a sua prtica profissional; Art. 12 - Assegurar pessoa, famlia e coletividade assistncia de enfermagem livre de danos decorrentes de impercia, negligncia ou imprudncia. Art. 13 avaliar criteriosamente sua
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA
Autarquia Federal criada pela Lei N 5.905/73
Avenida Mauro Ramos, 224, Centro Executivo Mauro Ramos 6 ao 9 andar, Centro, Florianpolis/SC. CEP 88020-300 Caixa Postal 163 - Fone/Fax: (48) 3224-9091 E-mail: coren-sc@coren-sc.org.br Site: www.corensc.gov.br
competncia tcnica, cientfica, tica e legal e somente aceitar encargos ou atribuies, quando capaz do desempenho seguro para si e para outrem; Art. 25 - Registrar no pronturio do paciente as informaes inerentes e indispensveis ao processo de cuidar. Importante ainda, que em todas as instituies de sade e locais de trabalho onde se realizam punes e infuses intrassea sejam elaborados e implementados protocolos relativos a execuo do procedimento e os cuidados que devem ser dirigidos ao paciente antes, durante e aps o procedimento, pela equipe de sade e de enfermagem, incluindo o registro da avaliao dos resultados esperados e dos cuidados executados.
1. LANE. John Cook,Guimares Penna Hlio. Acesso Venoso pela Via Intrassea em Urgncias Mdicas. Revista Brasileira de Terapia Intensiva. Vol. 20 N 1, Janeiro/Maro, 2008.
2. PAD-COFEN 43/95. Puno intra-ssea em pediatria. Parecer CTA 006/1995.
3. PARECER COREN - SP CAT N 001/2009.
4. FOGAA,VD; Queiroz,GA; Baddini,SP; Mekitarian,FFP.Assistncia de enfermagem criana com puno intra-ssea:relato de experincia. IV SIMPSIO DE TERAPIA INTRAVENOSA INS-BRASIL - 19 e 20 de agosto de 2011.
5. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA. Consolidao da legislao e tica profissional. Quorum comunicao,2013. 132p: Il (Cadernos de Enfermagem).
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA
Autarquia Federal criada pela Lei N 5.905/73
Avenida Mauro Ramos, 224, Centro Executivo Mauro Ramos 6 ao 9 andar, Centro, Florianpolis/SC. CEP 88020-300 Caixa Postal 163 - Fone/Fax: (48) 3224-9091 E-mail: coren-sc@coren-sc.org.br Site: www.corensc.gov.br