Hoje a população israelense apoia de maneira massiva a presença do
muro. Especialmente em Jerusalém, muitos israelenses asseguram que a barreira foi eficaz contra os ataques palestinos.
Jonathan Fine, analista do Instituto de Antiterrorismo em Herzliya,
disse que “o terrorismo suicida só pode ser neutralizado com boa informação, pontos de controle e, como última medida, o muro de divisão”.
Fine reconhece que o sul da Cisjordânia não está hermeticamente
fechado, mas em sua opinião, isto não tem importância. “A grande maioria dos terroristas suicidas vêm de cidades como Nablus e Jenin, localizadas no norte da Cisjordânia. As barreiras de controle fazem com que o sul da Cisjordânia seja inacessível para eles”, acredita o analista.
Jonathan Fine ainda opina que, se o muro roubou terras dos
palestinos, eles mesmos são os responsáveis: “Se eles não tivessem mandado terroristas suicidas a Israel, o muro não seria necessário”, argumenta.
Consequências para os palestinos
O fato é que só 14% do traçado do muro respeita as fronteiras
reconhecidas internacionalmente antes da guerra de 1967. Em muitos pontos, a barreira penetra vários quilômetros nos territórios palestinos. Um sistema de permissões restrito e burocrático faz com que a maioria dos palestinos, cerca de 700 mil pessoas, não tenha acesso às áreas além do muro. Isto afetou suas relações familiares, deixou camponeses separados de suas terras e muitas crianças sem acesso a suas escolas.
Uma vez concluído, o muro fará com que 125 mil palestinos fiquem fechados por três lados e cerca de 35 mil se verão completamente cercados pela barreira.
Um palestino, empregado de um posto de gasolina em Jerusalém
Oriental, disse: “Israel está criando guetos”. Seu local de trabalho fica perto do muro que separa Jerusalém da Cisjordânia. Desde que a barreira foi levantada, o posto perdeu dois terços de seu faturamento.
Todos os muros caem
A sentença da Corte Penal Internacional provoca indiferença entre os palestinos. Eles sabem que não teve nenhum efeito. Apesar disso, o porta-voz da organização de ajuda humanitária Oxfam, Michael Bailey, acredita que a sentença da CPI é importante porque negou legitimidade internacional ao muro levantado pelos israelenses.
Tanto Bailey como o analista Jonathan Fine estão convencidos de que
o muro não terá vida longa. “Pode ser derrubado com a mesma velocidade que está sendo construído”, disse Fine. “A história nos mostra que se levantaram muitos muros de separação, mas todos terminam por cair. Assim que haja um acordo de paz entre palestinos e israelenses, este muro deixará de cumprir sua função”, assegura Jonathan Fine.
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