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NELSON MANDELA
1918-2013
PS no terreno contra
as desigualdades Pág. 3
s
O “Acção Socialista” deseja
Entrevista
Manuel Machado presidente da ANMP
“OE trata
municípios de
Boas Fe s t a
a todos os Camaradas
A Escaldar
PS na linha da frente do combate
às desigualdades
C
e Exclusão Social”, o jardim-de- omo prestigiado matemático que é, o ministro Nuno Crato
-infância, a creche e o lar de ido- sabe que os números não enganam. Por isso, e não só, se
sos do Centro Comunitário de Por sua vez, a presidente do PS, baseiam na apresentação de ló- compreende o silêncio ensurdecedor do homem que tinha
Terrugem (Sintra), a presidente Maria de Belém Roseira, defen- gicas meramente numéricas. antes de ser ministro como desígnio a implosão do então Ministé-
do Partido, Maria de Belém, es- deu “a indispensabilidade de se “Há diferenças entre a realidade rio da Educação...
teve na Associação de Reforma- conhecer o que está a acontecer e as estatísticas, que são muitas E o que nos diz o maior estudo internacional na área da educação
dos e Idoso de Póvoa de Santa no terreno social para responder vezes meramente instrumentais. (PISA), conduzido pela OCDE? Pois bem, que Portugal nos últimos
Iria (Vila Franca de Xira) e o líder a fenómenos como a pobreza e a Por vezes as médias escondem o anos registou progressos assinaláveis e deixou de estar na cauda
parlamentar, Alberto Martins, exclusão social”. que está pior numa determinada da tabela na educação, designadamente na matemática, demons-
deslocou-se ao Centro Paroquial sociedade. O PS quer conhecer trando de forma inequívoca que as políticas implementadas pelos
da Ramada. Realidade versus melhor a realidade, porque só a governos socialistas de aposta na escola pública estavam e são o
Em Sintra, o líder socialista dei- estatísticas partir do conhecimento da reali- rumo certo.
xou um aviso: “Os portugueses Num momento em que a direção dade se podem construir as polí- Esse rumo permitiu a Portugal atingir melhor desempenho na ava-
estão a passar por sérias priva- do PS se encontra na última fase ticas necessárias para responder liação internacional, colocando os alunos portugueses, ao nível da
ções. Há muitos milhares de por- de elaboração do seu programa aos fenómenos de pobreza e de literacia matemática à frente dos seus colegas norte-americanos,
tugueses que retiram os seus fi- alternativo ao do atual Governo exclusão”, frisou. italianos, espanhóis e suecos. “Portugal conseguiu melhorar a ati-
lhos das creches porque não têm (documento que será apresenta- Mais tarde, em declarações à An- tude dos seus alunos, o empenho e autoconfiança em relação à es-
possibilidades de pagá-las, ou- do na convenção "Novo Rumo"), tena 1, Maria de Belém afirmou que cola em geral e à matemática em particular. Fê-lo, por exemplo,
tros que apenas os mantêm nas Maria de Belém defendeu ser “o país está a empobrecer através reformando currículos, de forma a estarem mais alinhados com os
creches porque as instituições “preciso evitar políticas cegas, de várias hemorragias graves, que interesses dos jovens e capacidades exigidas no século XXI”, lê-se
apoiam essas famílias”. tal como acabou agora por reco- nos enfraquecem”, concluindo que no relatório.
E sustentou que, nesta conjuntu- nhecer a diretora-geral do Fundo o “Portugal não pode conformar- São estes resultados que Nuno Crato, com a sua agenda experimen-
ra de empobrecimento do país, “é Monetário Internacional (FMI) -se com a pobreza”. talista radical de direita de desmantelamento da escola pública,
urgente dar um grito de alerta”. [Christine Lagarde] e que tive- De referir que nestas primeiras está a pôr hoje em causa! Fá-lo, implodindo com um modelo de es-
Reivindicando a necessidade de ram nefastas consequências em ações inseridas na iniciativa do cola pública inclusiva que os governos PS construíram e pondo em
corrigir esta rota de empobre- Portugal”, numa alusão ao pro- PS denominada “Combater as causa um conjunto de programas sólidos que estavam a ser consoli-
cimento gerador de dramas fa- grama de assistência financeira. desigualdades e a exclusão”, es- dados no plano educativo e pedagógico. Sendo que estes programas
miliares e de privações, António De acordo com a presidente do tiveram igualmente envolvidos estavam a alcançar cada vez mais melhores resultados!
José Seguro expressou revolta PS, as políticas de austeridade os dirigentes socialistas Miguel Travar estes ímpetos radicais e de retrocesso civilizacional do mi-
e chamou ainda a atenção para aplicadas desde o segundo se- Laranjeiro, Álvaro Beleza, Bravo nistro e deste Governo é obrigação de todos os socialistas, em
o estudo recente do INE sobre a mestre de 2011 “têm agravado a Nico, João Torres (líder da JS) e nome da igualdade de oportunidades que só a escola pública pode
qualidade de vida dos portugue- taxa de risco da pobreza, aumen- Isabel Coutinho (presidente das garantir, pois só assim asseguramos um ensino de qualidade a to-
ses, no qual se verifica “uma que- taram o desemprego e reduzi- Mulheres Socialistas). dos os portugueses, independentemente da sua condição social. A
bra no que respeita às condições ram as prestações sociais”. Os cortes nas bolsas de estudo aposta na escola pública é cada vez mais uma marca identitária do
materiais”. “O cruzamento destas interven- e no financiamento das Universi- nosso PS.
“Só quem não conhece o país é ções políticas agravou de forma dades, o abandono do Ensino Su-
que não percebe a realidade de significativa as condições mate- perior, as atuais saídas profissio- Nota final: Nelson Mandela é para mim o símbolo universal
milhares de famílias”, criticou riais de vida de muitos portugue- nais, a quebra de rendimentos e da Paz e da Tolerância. Com o seu desaparecimento, os va-
nesta visita a Sintra, na qual foi ses, a par de uma degradação das sobre-endividamento das famí- lores humanistas perderam um dos seus grandes e humil-
acompanhado pelo presidente da condições acesso a bens como a lias e a pobreza em contexto de des obreiros.
Câmara de Sintra, Basílio Horta, saúde e a educação”, sustentou, cortes de apoios sociais são al- Neste número o “Acção Socialista” presta-lhe uma singe-
e os deputados socialistas Fer- alertando depois para a necessi- guns dos temas a tratar nas ini- la homenagem, publicando citações suas em todas as suas
nando Jesus, Nuno Sá e João dade de se relativizarem dados ciativas que se seguem no pro- páginas. Acredito que a força das suas palavras nos fazem
Paulo Pedrosa. estatísticos, sobretudo os que se grama. ^ M.R. querer e fazer um mundo melhor! ^
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Conferência da TSS
O
s Grupos de Trabalho (GT) do Laboratório Google Drive, Dropbox, Skype, Gmail, entre outras).
de Ideias e Propostas para Portugal (LIPP) A abordagem de cada grupo às propostas foi tam-
completam um ano de atividade. É tempo, bém de ordem diversificada, a saber: reuniões/en-
assim, de se prestar contas a todos os militantes do contros focalizados, públicos ou não, avaliação de
PS e aos membros do LIPP, que integram milhares “políticas públicas”, consultas, revisão dos progra-
de inscritos nos cerca de 50 GT. mas de governo anteriores, entre outras (aborda-
No início da atividade, sob a direção do nosso se- gens “matriz estratégica”, “problema-políticas”,
cretário-geral, António José Seguro, a equipa de “top-down” ou “bottom-up”).
coordenação deu prioridade à organização e fun- Quanto aos resultados, em termos globais e quan-
cionamento dos GT, a nível informático, da infor- titativos, neste primeiro ano de trabalho, a equipa
mação e comunicação, sobretudo aos coordena- de coordenação regista a realização de 149 reu-
dores e membros LIPP. Em concreto, procedeu-se niões dos GT, com 498 propostas formalmente
à orientação e sugestão de ins- estruturadas, embora, em bom
trumentos de trabalho e de reu- rigor, ultrapassem substancial-
nião, ferramentas de comunica-
Para este segundo mente esse número, porquan-
ção e informações conexas dos
ano de atividade to a maioria das propostas são
GT aos coordenadores (fluxo-
dos GT-LIPP, e sob chapéus de outras que visam
grama do processo de marca-
a nova coordenação operacionalizar e desenvolver.
ção de reuniões, sugestão de mi-
do LIPP titulada pelo Quanto às conferências dos GT,
nutas, estruturas das propostas,
ilustre camarada organizadas entre março e ju-
sumários das reuniões, listas de
Carlos Zorrinho, lho deste ano, tiveram média
presenças, criação de um email
os GT têm uma de participação alta, conside-
comum para a coordenação dos
missão acrescida: rando que as nove conferências
grupos, etc).
protagonizarem uma realizadas estiveram sempre
Nesta fase, procurou-se ainda
participação maciça lotadas.
valorizar a comunicação on line
e aprofundada nos Outros fatores de regozijo da ati-
adores
(criação de página Internet para
debates e demais vidade dos GT existem, dos quais
os GT, texto introdutório e con-
trabalhos da se destaca o número e a qualida-
tacto direto do coordenador, e
Convenção Novo Rumo de das participações, propostas
publicitação da agenda das reu- e ideias, a receção de contributos
niões dos grupos). Destaque par- e presenças de militantes-base
rência do Rendimento Social ticular para o canal aberto permanente entre LIPP do PS e não-militantes, bem como, ainda, o deba-
de Inserção (RSI), tendo al- e internautas, através de envio online das propos- te vivo nas conferências dos GT, terminando eles a
terado ainda as fórmulas do tas para os coordenadores. Ainda no âmbito da co- “saber a pouco”.
complemento solidário para municação externa, possibilitou-se aos coorde- Para este segundo ano de atividade dos GT-LIPP, e
idosos, entre “outras medidas nadores a transmissão via Internet das reuniões, sob a nova coordenação do LIPP titulada pelo ilus-
penalizadoras”. gravada ou em direto, sendo as conferências do tre camarada Carlos Zorrinho, os GT têm uma mis-
Já este ano, a direita, lembrou LIPP gravadas em vídeo e disponibilizadas no sítio são acrescida: protagonizarem uma participação
ainda Pedro Marques, reduziu do LIPP para download. maciça e aprofundada nos debates e demais traba-
entre 3,5% a 10% as pensões Fonte: Eurostat Os GT têm coordenadores diversos, maioritaria- lhos da Convenção Novo Rumo, cujo resultado fará
entre 1350 e 1750 euros, ace- mente militantes do PS, e muitos participantes das parte integrante do futuro programa eleitoral do
lerou a convergência da idade reuniões e conferências dos GT são simpatizantes PS às eleições legislativas.
antónio josé seguro
de reforma dos funcionários e não-militantes. Os coordenadores possuem plena Em nome pessoal, agradeço a todos os que con-
públicos, “medida que devia “As propostas do PS visam autonomia na organização, gestão e funcionamen- tribuíram para estes resultados: ao secretário-ge-
chegar apenas em 2015”, ten- aliviar os sacrifícios das to do seu grupo, pelo que existem várias metodolo- ral, António José Seguro, e coordenadores dos gru-
do ainda retirado o comple- famílias e das empresas” gias utilizadas nos GT, a saber: criação simultânea pos de trabalho, membros e convidados do LIPP;
mento de dependência (ou por carlos silva de “núcleos duro” (abertos ou fechados) e grupos ao gabinete do secretário-geral, na pessoa do Mi-
cônjuge a cargo) de pessoas “Nós, os sindicalistas do PS, abertos, de subgrupos no âmbito do GT, reuniões guel Ginestal; aos trabalhadores sedeados no Rato,
com pensões superiores a 600 não estamos adormecidos” abertas e/ou fechadas (maioritariamente em Lis- José Miranda, Miguel Andrade e Paula Perna; e, em
euros. boa e/ou interação com estruturas regionais e lo- especial, à Raquel Silva e Sílvia Esteves que, para
Pedro Marques lembra que até pedro marques cais do PS), reuniões bilaterais entre o coordenador além do seu excelente trabalho e apoio, colmata-
à posse deste Governo, Por- “Entre 2011 e 2013 o e entidades, empresários, profissionais, personali- ram falhas da minha coordenação no que lhes foi
tugal “dava claros sinais de Governo cortou mais de 800 dades e/ou peritos, reuniões com ex-responsáveis possível, sem prejuízo de todas serem da minha
eficácia ao nível das funções milhões na Escola Pública governamentais socialistas no sector temático do responsabilidade.
sociais do Estado”, tendo-se e mais de 500 milhões de GT, reuniões com oradores convidados e debate, de Junte-se ao LIPP, ative-se e seja ator da mudança
mesmo aproximado dos pa- euros no Sistema Nacional reuniões nas redes sociais (v.g. Facebook) com uti- que defende.
drões europeus. ^ R.S.A. de Saúde” lização de plataformas colaborativas (Facebook, *Coordenador-executivo do LIPP
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e mobilização
OVAR GUIMARÃES
Algarve Luís M. P. M. Cardoso Alves Armindo J. F. da Costa e Silva
marcam
Ricardo Clemente Henrique Pereira Ferreira Frederico de Oliveira Castro
eleições ALJEZUR
José Gonçalves
SEVER VOUGA
Ricardo M. Pereira Tavares
VIEIRA MINHO
Jorge A. Abreu Dantas
AROUCA Vidigueira
Francisco J. Costa Ferreira Idalina Galinha Castelo Branco
ILHAVO BRAGA
Sérgio Manuel Jesus Lopes Hugo A. Polido Pires Coimbra
Qual o seu principal desa- que está o falhanço do Governo senta o novo ciclo do poder seu alcance para ajudar a criar siva e, em muitos casos, ilegal,
fio neste mandato que ago- a este nível, os municípios são local que defende? empresas. como se não fossem merece-
ra inicia como presidente da chamados a provar que conse- Como é urgente criar emprego, dores da autonomia de que dis-
ANMP? guem fazer melhor ao nível da os municípios têm de ser capa- Qual é a primeira prioridade põem. Um exemplo deste tra-
A fase de infraestruturação do criação de postos de trabalho. zes de atrair o investimento e da nova geração de políticas tamento, que não admitimos,
país está praticamente concluí- Mas a crise também se comba- descomplicar a sua concretiza- autárquicas? é o facto de o Governo querer
da. E isso deve-se em grande te a outros níveis. Falo, nomea- ção no terreno, de possibilitar a A ANMP quer ser a plataforma que os municípios assumam
parte ao trabalho dos municí- damente, das respostas a nível inovação para podermos compe- política de afirmação dos muni- responsabilidades, mas sem
pios, que fizeram escolas, estra- social em que as tir na economia global e não cípios como entidades, por ex- os dotar do necessário suporte
das, equipamentos desportivos, autarquias são através dos baixos salá- celência, do desenvolvimento financeiro.
entre outras infraestruturas. manifesta- rios defendidos pela socioeconómico. Só assim o país
Deram um contributo histórico mente um troika. Têm, no fun- poderá recuperar a sua sobe- Porque é que considera que
impressionante para o desen- pilar im- do, de fazer tudo rania de forma duradoura e re- este Orçamento é dos docu-
volvimento do Portugal demo- prescin- o que esteja ao gressar aos caminhos do desen- mentos mais centralistas
crático. Pode dizer-se que, em dível da que já foram produzidos em
grande medida, terminou a fase socieda- Portugal?
do hardware e queremos agora de por- Orgulho-me de Essa afirmação proferi-a no re-
dedicar-nos ao software. De que tugue- cente congresso de Santarém,
forma? Através da criação de sa. pertencer ao PS no qual fui eleito líder da Asso-
emprego e, consequentemente, ciação Nacional de Municípios
aumentando o bem-estar das Quais desde há mais de quatro Portugueses. E volto a repetir: é
populações. Este é o nosso prin- as prin- dos documentos mais centralis-
cipal desígnio. cipais li- décadas, mas a ANMP tas que já foram produzidos em
nhas-força Portugal. Isto verifica-se, por
Que contributos podem dar em que não será a correia de exemplo, quando trata por igual,
os municípios, na atual con- as- em matérias de recursos huma-
juntura, para ajudar a com- transmissão de qualquer nos, 308 realidades bem diferen-
bater a crise que assola tes entre si. Isto revela descon-
o país? partido político” fiança, menorização e imposição
O principal de limitações que não toleramos.
contributo Como se apenas a gestão ema-
passa pela nada do Terreiro do Paço fosse
criação de volvimento. Para chegarmos lá, boa.
emprego, é também necessário que o Go-
que já referi verno privilegie um relaciona- Que leitura faz da ideia que
na respos- mento mais igualitário e respei- perversamente alguns ten-
ta ante- tador com os municípios. tam passar, nomeadamen-
rior. Ve- Queremos ainda que as políticas te opinion makers da direita,
rificado do próximo Quadro Comunitário associando as autarquias a
de Apoio não sejam normaliza- má gestão e desperdício dos
doras. Ou seja, que se apliquem dinheiros públicos?
afinações que tenham em con- Não é apenas perversa, como re-
ta as especificidades e diferen- fere na sua pergunta. É profun-
tes dinâmicas de cada território. damente enganadora sobre o que
É obrigatório maximizar o poten- se passa na sociedade portugue-
cial de cada município. sa. A esmagadora maioria dos
municípios soube controlar as
Este Orçamento do Estado dívidas, baixar a despesa e dimi-
para 2014 trata de forma nuir efetivos. Tudo áreas em que
lesiva os municípios? o Estado Central se tem revela-
Infelizmente, isso parece- do de uma impotência confran-
-me evidente. O Orçamento gedora. Por isso é que se tenta
do Estado para 2014 trata colocar as culpas pela lamentá-
os municípios de forma le- vel situação do país nos municí-
“Aqui estou diante de vós, não como um profeta
mas como vosso humilde servidor” 9
(dirigindo-se à multidão, ao ser libertado, em 1990)
PS vota contra
OE de provocação
constitucional
António José Seguro acusou o Governo de apresentar
um Orçamento do Estado para 2014 de “provocação
constitucional”, que faz cair “a máscara do consenso”
e prossegue a política “de empobrecimento e da
desigualdade social”. J. C. Castelo Branco
AS NOSSAS PRINCIPAIS P
Manutenção das regras de contratação de trabalhadores nas
instituições de ensino superior públicas previstas para 2013;
Excecionar do limite de endividamento a liquidação de dívidas
das autarquias locais resultantes de concessões ou parcerias
público-privadas do setor da água e saneamento;
Alargamento do subsídio social de desemprego por um período
de seis meses;
Suspensão das operações de reprivatização até à publicação do
regime para salvaguarda de ativos estratégicos em setores
fundamentais para o interesse nacional;
Criação de plano de regularização do pagamento das dívidas do
Estado às PME;
Revisão do PAEF da Região Autónoma da Madeira em termos
credíveis;
Criação de um plano de revitalização económica para a Ilha
Terceira / Açores;
Prorrogação da vigência e estabelecimento de períodos de
carência das Linhas PME;
Inclusão do ensino do inglês na estrutura curricular do 1.º ciclo
do ensino básico;
Adequação da Lei dos Compromissos ao funcionamento da
Administração Pública;
Regime mais justo e fiscalizado dos subsídios à produção de
eletricidade por cogeração;
Disciplinar a taxa de recursos hídricos, as tarifas dos serviços
públicos de água e os contratos-programa em matéria de
gestão dos recursos hídricos;
Suspensão de tarifas duplas no âmbito do Mercado Ibérico do
Gás (MIBGAS);
“Este Nobel da Paz (1993) é um tributo aos que lutaram
contra o ‘apartheid’. Aceito-o em nome deles!”
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PROPOSTAS AO OE-2014:
Possibilidade de transferência pelos municípios da competência
de liquidação e cobrança das taxas municipais relativas a
imóveis para a Autoridade Tributária;
Eliminar o incentivo a serviços privados de saúde que o Governo
pretende introduzir em IRS;
Repor justa tributação das SGPS;
Isenção de IVA dos direitos conexos;
Reposição da taxa intermédia do IVA na restauração;
Manutenção da cláusula de salvaguarda do IMI;
Eliminação da isenção de IMI dos fundos de investimento
imobiliário abertos;
Contribuição sobre as parcerias público-privadas (PPP);
Aproximação do preço do gás de garrafa às tarifas do gás
natural;
Aumento da dotação orçamental das Universidades e
Politécnicos.
O
Governo PSD/CDS está de forma desabrida a fazer o sua preocupação face ao que cela da Temas e Debates do com 336 páginas de reflexões
caminho da mercantilização do ensino e a escancarar chama de uma iminente “ex- Círculo de Leitores, o livro as- profundas sobre a atualidade
a porta à privatização da escola pública. plosão social”. Com a chan- sinado por Mário Soares conta nacional e europeia. ^ M.R.
A recente publicação do Estatuto do Ensino Particular e Coo-
perativo, da autoria do atual governo, abre o caminho para que
a responsabilidade do Estado se submeta aos interesses dos
grupos económicos dominantes no setor educativo e se alte- o poema da vida de isabel coutinho
re o paradigma serviço público que tem servido de referência à
política educativa.
O Governo protege com dinheiros públicos o mercado privado
da educação e assegura-lhe o futuro que nega à escola pública.
A educação passará a ser regida pelas leis do mercado.
Cântico negro
O principal objetivo político do ministro da Educação é privati-
zar o ensino e, a partir daí, acentuar a discriminação no sistema "Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces Como, pois, sereis vós
educativo e as desigualdades sociais. Estendendo-me os braços, e seguros Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Neste contexto, construiu-se, a coberto de uma pretensa liber- De que seria bom que eu os ouvisse Para eu derrubar os meus obstáculos?
dade de escolha, o cheque-ensino, que não passa de um meca- Quando me dizem: "vem por aqui!" Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
nismo para subsidiar com os impostos de todos o negócio da Eu olho-os com olhos lassos, E vós amais o que é fácil!
educação dos grupos privados. Todavia, não serão as famílias a (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços) Eu amo o Longe e a Miragem,
escolher as escolas, mas sim estas a selecionar os alunos que E cruzo os braços, Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
as irão frequentar. E nunca vou por ali...
A propalada liberdade de escolha esbarra nas regras de admis- A minha glória é esta: Ide! Tendes estradas,
são dos alunos no ensino privado e na não gratuitidade do ensi- Criar desumanidades! Tendes jardins, tendes canteiros,
no. As famílias podem vir a ser ainda sobrecarregadas com os Não acompanhar ninguém. Tendes pátria, tendes tetos,
serviços prestados pelos colégios. O acesso a um serviço públi- — Que eu vivo com o mesmo sem-vontade E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
co de educação universal e gratuito está cada vez mais longe. Com que rasguei o ventre à minha mãe Eu tenho a minha Loucura!
Um estudo de Pauline Musset, da OCDE, no seu livro “School Não, não vou por aí! Só vou por onde Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
choice and equity”, conclui que os sistemas educativos que Me levam meus próprios passos... E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
combinam a escolha de escola e a possibilidade das famílias Se ao que busco saber nenhum de vós responde Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
terem pagamentos adicionais são os que geram uma maior se- Por que me repetis: "vem por aqui!"? Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
gregação social. Nas conclusões, refere-se também a injusti- Mas eu, que nunca principio nem acabo,
ça dos modelos onde a escolha de escola é fornecida apenas a Prefiro escorregar nos becos lamacentos, Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
alguns. Redemoinhar aos ventos,
A análise de resultados em outros países com práticas seme- Como farrapos, arrastar os pés sangrentos, Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
lhantes à que o Governo pretende introduzir acompanhado pelo A ir por aí... Ninguém me peça definições!
crescente desinvestimento na escola pública em favor do che- Se vim ao mundo, foi Ninguém me diga: "vem por aqui"!
que ensino, conduz a uma escola segregadora e elitista que Só para desflorar florestas virgens, A minha vida é um vendaval que se soltou,
agravará as injustiças sociais, pondo definitivamente em causa E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! É uma onda que se alevantou,
a equidade e o acesso à igualdade de oportunidades. ^ O mais que faço não vale nada. É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
José Régio
In “A Mensagem”
“Ainda há gente que não sabe, quando se levanta,
de onde virá a próxima refeição e há crianças 15
com fome que choram”
LIVROs
sugestões de antónio galamba
Pedro da Silva
FOTOgrafias com hiSTÓRIA
almoço de natal
2003
O secretário-geral do
PS, Ferro Rodrigues, e a
direção confraternizam
com os funcionários e
colaboradores do nosso
partido, num almoço
de Natal em 2003, num
hotel em Lisboa. ^ J. C. C. B.
Órgão Oficial do Partido Socialista
Propriedade do Partido Socialista
diretor Marcos Sá // conselho editorial Joel Hasse Ferreira, Carlos Petronilho Oliveira, Paula Esteves, Paulo Noguês // redação J.C. Castelo Branco, Mary Rodrigues, Rui Solano de Almeida // colunistas permanentes
Maria de Belém presidente do ps, Vasco Cordeiro presidente do ps açores, Victor Freitas presidente do ps madeira, Alberto Martins presidente do grupo parlamentar do ps, Rui Solheiro presidente da ana ps, Ferro Rodrigues
deputado, Isabel Coutinho presidente das mulheres socialistas, Carlos Silva tendência sindical socialista, Jamila Madeira secretariado nacional, Eurico Dias secretariado nacional, Álvaro Beleza secretariado nacional,
João Torres secretário-geral da juventude socialista // layout, paginação e edição internet Gabinete de Comunicação do Partido Socialista - Francisco Sandoval // redação, administração e expedição Partido Socialista,
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