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ESTUDO
DO
i%ò%V^%ÍTui\%
1999
Estatuto Editorial
1. Carácter da Revista
1.1. A Revista Estudos do I.S.C.A.A. será publicada anualmente, preven-
do-se a sua distribuição para o mês de Outubro.
1.2. Objectivos
2. Colaboradores
2.1. A Revista Estudos está aberta a todos os estudiosos e profissionais
dispostos a reflectir sobre quaisquer questões e experiências que
reforcem os valores humanos, aprofundem conhecimentos e
promovam a eficácia no desempenho das múltiplas tarefas exigidas
ao profissional saído do I.S.C.A.A., sem discriminação de
paradigmas teóricos ou de correntes de pensamento.
Revista Estudos do I.S.C.A.A II Série • N°5 • 1999
Revista de Publicação Anual
ISSN: 0873-2019
APRESENTAÇÃO 7
JOSÉ FERNANDES DE SOUSA
NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 37
AVELINO AZEVEDO ANTÁO
1
A sensibilidade dos docentes do ISCAA para as questões pedagógicas,
nomeadamente as relacionadas com a metodologia da Escola activa, centrada nos
alunos e alicerçada na vida, remonta, pelo menos, a meados da década de 80:
Reformismo Social e Projecto Educativo: António Sérgio, Defensor do Ensino
Técnico Profissional, in Actas das 2aS Jornadas de Contabilidade, realizadas em
Aveiro de 5 a 12 de Maio de 1984, Aveiro, ISCAA, 1985, pp. 543-582, e "A
Empresa e a Escola na Formação do Contabilista, in Actas das III Jornadas de
Contabilidade, realizadas no Porto, de 6 a 9 de Novembro de 1985, Porto, ISCAP,
1986, pp. 341-379 constituem dois momentos do dever de pensar a profissão
docente, que não perderam, penso, sentido e actualidade.
O ENSINO DA CONTABILIDADE NO ENSINO SUPERIOR -
- TENDÊNCIAS. ALGUMAS QUESTÕES/RFLEXÕES centra-se no processo
de ensino aprendizagem - agentes, conteúdos, métodos, etc. O autor
alinha pela ideia de que uma vívida formação escolar passa pelo
desenvolvimento de capacidades, nomeadamente a capacidade de
aprender, que, sendo uma das exigências da escola da vida, não pode
deixar de assumir uma prioridade estratégica na vida da escola.
J.F.S.
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 11-24
SUMÁRIO:
12
A Nova Visão da Contabilidade
13
Revista Estudos do ISCAA
14
A Nova Visão da Contabilidade
15
Revista Estudos do ISCAA
16
A Nova Visão da Contabilidade
ESPECIFICIDADE DO CONHECIMENTO DA
CONTABILIDADE
17
Revista Estudos do ISCAA
18
A Nova Visão da Contabilidade
19
Revista Estudos do ISCAA
20
A Nova Visão da Contabilidade
21
Revista Estudos do ISCAA
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A Nova Visão da Contabilidade
BIBLIOGRAFIA
23
Revista Estudos do ISCAA
24
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 25-36
SUMÁRIO:
26
Influência Intelectual e a Doutrina Neopatrimonialista da Contabilidade
27
Revista Estudos do ISCAA
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Influência Intelectual e a Doutrina Neopatrimonialista da Contabilidade
29
Revista Estudos do ISCAA
30
Influência Intelectual e a Doutrina Neopatrimonialista da Contabilidade
31
Revista Estudos do ISCAA
32
Influência Intelectual e a Doutrina Neopatrimonialista da Contabilidade
33
Revista Estudos do ISCAA
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Influência Intelectual e a Doutrina Neopatrimonialista da Contabilidade
CONCLUSÕES:
BIBLIOGRAFIA
35
Revista Estudos do ISCAA
36
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 37-60
NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
ÍNDICE
1 - INTRODUÇÃO
3 - NORMALIZAÇÃO NA UE
4 - A INFLUÊNCIA AMERICANA NA UE
5 - CONCLUSÃO,
6 - ANEXO
Normalização Contabilística
1 -INTRODUÇÃO
39
Revista Estudos do ISCAA
40
Normalização Contabilística
4
Capítulo 3.2
41
Revista Estudos do ISCAA
42
Normalização Contabilística
43
Revista Estudos do ISCAA
44
Normalização Contabilística
45
Revista Estudos do ISCAA
46
Normalização Contabilística
47
Revista Estudos do ISCAA
3 - NORMALIZAÇÃO NA UE
48
Normalização Contabilística
49
Revista Estudos do ISCAA
1) Regionais
a) de carácter governamental:
b) de carácter profissional:
FEE
2) Mundiais
a) de carácter governamental:
OCDE,
b) de carácter profissional:
IASC e IFAC
50
Normalização Contabilística
6
O que os ingleses designam por "The true and fair view"
7
Directiva n° 78/660/CEE de 25 de Julho de 1978, "Contas anuais de certas formas
de sociedades"
51
Revista Estudos do ISCAA
52
Normalização Contabilística
4 - A INFLUÊNCIA AMERICANA NA UE
8
KIESO, Donald E., and Jerry J. Weygandt, Intermediate Accounting, 1992, 7th ed, John
Wiley & Sons, New York, p. 9.
53
Revista Estudos do ISCAA
9
Ibidem
54
Normalização Contabilística
DC 18 capítulo 4
55
Revista Estudos do ISCAA
5 - CONCLUSÃO
6 - ANEXO
Apresentação de Demonstrações
1 Janeiro de 1975 revista em 1997, em vigor após
Financeiras
Julho de 1998
56
Normalização Contabilística
Janeiro de 1995
8 Resultados Líquidos do Período, Erros Janeiro de 1979 revisão de 1992, em vigor após
Fundamentais e Alterações nas Políticas Janeiro de 1995
Contabilísticas
14 0 Relato da Informação Financeira por Janeiro de 1983 revisão de 1997, em vigor após
Segmentos Julho de 1998
57
Revista Estudos do ISCAA
Dependência
Financeiros
58
Normalização Contabilística
Benefícios de Reforma
59
Revista Estudos do ISCAA
BIBLIOGRAFIA
60
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 61-99
A ÉTICA
COMO FACTOR DE DIFERENCIAÇÃO NO EXERCÍCIO DA
ACTIVIDADE PROFISSIONAL DO CONTABILISTA 1
' O presente trabalho refere-se, na sua essência a um dos trabalhos efectuados (lição)
no âmbito do concurso de provas públicas para professor-coordenador da área
científica de Contabilidade do ISCA de Aveiro, que tiveram lugar em Dezembro de
1998.
Revista Estudos do ISCAA
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO
1. DESTINATÁRIOS DA LIÇÃO
2. ÂMBITO DA LIÇÃO
3. OBJECTIVOS GERAIS
4. TÉCNICAS DIDÁCTICAS
III. LIÇÃO
1. SUMÁRIO
2. TEXTO DE APOIO À LIÇÃO
I. INTRODUÇÃO
1. Conceito de ética
2. A deontologia
3. A ética nos negócios (ética económica e ética
empresarial)
H. A ÉTICA EM CONTABILIDADE,
1. Particularidades
2. Alguns dos problemas do contabilista
3. Dilemas éticos
4. Princípios éticos
5. Os códigos de conduta
6. Elementos necessários para a construção de um código
de ética
7. Alguns códigos de ética
8. Algumas aplicações práticas
m. CONCLUSÕES
rv. BIBLIOGRAFIA
62
A Ética como Factor de Diferenciação...
I. INTRODUÇÃO
63
Revista Estudos do ISCAA
64
A Ética como Factor de Diferenciação...
3
Embora apresentemos vários dos passos que deverão estar presentes na didáctica
da Contabilidade, o modelo apresentado não pode - e não deve, porque a isso não se
destina - ser considerado um esquema de organização didáctica. Conscientemente,
omitimos alguns passos e não desenvolvemos vários dos problemas apresentados,
nem com o rigor, nem com a profundidade que seria exigida se fosse aquele o
objectivo.
65
Revista Estudos do ISCAA
1. DESTINATÁRIOS DA LIÇÃO
4
Matos Carvalho, José Manuel de (1994).
66
A Ética como Factor de Diferenciação...
2. ÂMBITO DA LIÇÃO
5
E, embora isso não seja objecto deste trabalho, deverá ser igualmente sensibilizado
para a problemática do "savoir-continue"
67
Revista Estudos do ISCAA
3. OBJECTIVOS GERAIS
68
A Ética como Factor de Diferenciação...
4. TÉCNICAS DIDÁCTICAS
4.1. METODOLOGIA
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Revista Estudos do ISCAA
70
A Ética como Factor de Diferenciação...
71
Revista Estudos do ISCAA
72
A Ética como Factor de Diferenciação...
II. LIÇÃO
1. SUMÁRIO
I. Introdução
H. A ética em Contabilidade
m. Conclusões
I. Introdução
1. Conceito de ética
2. A deontologia (ou ética profissional)
3. A ética nos negócios (ética económica e ética
empresarial)
H. A ética em Contabilidade
1. Particularidades
2. Alguns dos problemas do contabilista
73
Revista Estudos do ISCAA
III. Conclusões
IV. Bibliografia
74
A Ética como Factor de Diferenciação...
75
Revista Estudos do ISCAA
A ÉTICA
COMO FACTOR DE DIFERENCIAÇÃO NO EXERCÍCIO DA
ACTIVIDADE PROFISSIONAL DO CONTABILISTA
I. INTRODUÇÃO
1. CONCEITO DE ÉTICA
9
in Machado, José Pedro (coord.); Grande Dicionário da Língua Portuguesa; Ed.
Sociedade de Língua Portuguesa e Amigos do Livro
76
A Ética como Factor de Diferenciação...
77
Revista Estudos do ISCAA
2. A DEONTOLOGIA
Aliás, um bom tema de debate (que não cabe no âmbito do presente trabalho),
poderia ser a discussão do grau de desfocagem da realidade provocado pela acção do
transmissor dos factos
78
A Ética como Factor de Diferenciação.,.
12
A propósito veja-se a seguinte notícia publicada no "Expresso de 1 de Novembro
passado "O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a existência de
corrupção no caso José Guímaro, mas suspendeu a pena de prisão efectiva de cinco
anos a que o ex-árbitro tinha sido condenado. O STJ justificou a decisão,
considerando que Guímaro mostrou ter "elevada postura ética e moral
irrepreensível" ... (sublinhados de nossa autoria)
13
Questão igualmente interessante poderia ser a aferição do domínio desta esfera
pessoal.
79
Revista Estudos do ISCAA
80
A Ética como Factor de Diferenciação...
actividade é tão mais importante, quanto maior for o nível das suas
responsabilidades.
81
Revista Estudos do ISCAA
I I . A ÉTICA E M CONTABILIDADE
1. PARTICULARIDADES
Neste sentido de contabilidade social, ela pode ser entendida como o processo de
seleccionar as variáveis de desempenho social do nível da entidade, estabelecer os
procedimentos de medida e medir, bem assim como desenvolver sistematicamente
informação útil para avaliar o desempenho social da entidade e comunicar esta
informação aos grupos sociais internos e externos.
82
A Ética como Factor de Diferenciação...
16
Itálico nosso.
17
Evidentemente que apenas por razão dos diferentes critérios que estão subjacentes
à determinação do resultado contabilístico e do resultado fiscal.
18
Fernandes Ferreira, Rogério; RCC, n° 212, p.450
83
Revista Estudos do ISCAA
3. DILEMAS ÉTICOS
84
A Ética como Factor de Diferenciação...
4. PRINCÍPIOS ÉTICOS
85
Revista Estudos do 1SCAA
i) INDEPENDÊNCIA
9
Reglamento de la Ley de Auditoria de Cuentas
86
A Ética como Factor de Diferenciação...
iv) CONFIDENCIALIDADE
87
Revista Estudos do ISCAA
vii) PUBLICIDADE
88
A Ética como Factor de Diferenciação...
x) SANÇÕES
89
Revista Estudos do ISCAA
♦ Advertência
♦ privada
♦ pública
♦ Multa
♦ Suspensão
♦ E xclusão
5. OS CÓDIGOS DE CONDUTA
90
A Ética como Factor de Diferenciação...
21
Canibano, citando o AICPA
91
Revista Estudos do ISCAA
7.1. IFAC
2
Fonte: Código de Ética do AICPA citado por Grinaker (anterior a 1982)
92
A Ética como Factor de Diferenciação...
A parte A, contempla:
• Objectividade
• Resolução de conflitos éticos
• Competência profissional
• Confidencialidade
• Prática fiscal
• Actividades além fronteiras
• Publicidade
• Independência
• Honorários e comissões
• Actividades incompatíveis com a prática da contabilidade em
regime livre
• Valores dos clientes
• Relações com outros contabilistas profissionais em regime
livre
• Anúncios e solicitações.
7.2. AICPA
93
Revista Estudos do 1SCAA
r Princípios
Standards ideais de conduta ética, apresentado
em termos filosóficos
Não são imperativos
\ -
7.3. CROC
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A Ética como Factor de Diferenciação...
♦ Sigilo Profissional
♦ Publicidade
♦ Deveres dos Revisores Oficiais de Contas para com os
colegas
♦ Deveres dos Revisores Oficiais de Contas para com a CROC
e outras entidades
♦ Honorários
♦ Sanções
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Revista Estudos do ISCAA
III. CONCLUSÕES
96
A Ética como Factor de Diferenciação...
Pode-se pois terminar esta sessão dizendo que "a ética é um bom
negócio" e que como todos os bons negócios têm o seu período
normal de maturação, a que se seguirá um processo de
desenvolvimento natural. Queremos com isto dizer que é nossa
convicção que, mais do que o nível do conhecimento científico-
técnico, o grande factor de diferenciação da actividade profissional do
contabilista está no nível do seu comportamento ético, e asseveramos
que este contribui de forma decisiva para o estabelecimento de carreira
de longo prazo e aqui, como em tudo na vida, muitos preferem esta
forma de estar, a uma carreira ascensional muito rápida, mas
desenvolvida à custa de comportamentos não éticos.
É que, a falta dos alicerces que são dados pelos valores,
designadamente, da honestidade, justiça, lealdade, integridade
implicam que - como acertadamente diz o povo - "quanto mais alto se
sobe maior seja o trambolhão"
IV. BIBLIOGRAFIA
97
Revista Estudos do ISCAA
98
A Ética como Factor de Diferenciação...
99
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 101-112
1
Versões anteriores deste trabalho foram apresentadas no I o Simpósio Internacional
"A Contabilidade na viragem do século" levado a efeito conjuntamente pela
Associação Portuguesa de Contabilistas e pela Universidade Fernando Pessoa, nos
dias 21 e 22 de Novembro de 1997, no 3a Congresso do Ensino Superior Politécnico
realizado em 18, 19 e 20 de Fevereiro de 1998 em Lisboa e no IX Encontro
Nacional de Professores de Contabilidade do Ensino Superior, que se realizou nos
dias 14 e 15 de Maio de 1999 em Faro
Revista Estudos do ISCAA
1. INTRODUÇÃO
102
O Ensino da Contabilidade no Ensino Superior
Não efectuei nenhum estudo sistematizado acerca deste assunto. Contudo, dados os
contactos que tenho mantido com colegas de diversos estabelecimentos de Ensino
Superior (nomeadamente nas reuniões da ADCES) fui formando esta opinião.
103
Revista Estudos do 1SCAA
2. S I T U A Ç Ã O ACTUAL
104
O Ensino da Contabilidade no Ensino Superior
4
E nisso estamos acompanhados, designadamente, por Mendes Ferreira, Manuel, [in
]
105
Revista Estudos do ISCAA
3. A EXIGÊNCIA DE MUDANÇA
3.1. RAZÕES
106
O Ensino da Contabilidade no Ensino Superior
3.2. TENDÊNCIAS
107
Revista Estudos do ISCAA
De Para
Identificar os problemas e Resolver os problemas
medição
Relato histórico Previsões
Trabalho individual Trabalho em equipa
Realização de tarefas Ajudar a decisão
Competências técnicas Competência relacional
Tratamento de dados Conselho
Mudança progressiva Mudança radical
Gerir a mudança Criar a mudança
Conhecimentos contabilístico Conhecimentos de gestão
Kulesza, Bud; The accounting in the 21th century - changes in educational trends;
Comunicação ao XV World Congress of Accountants; Paris; 1997.
108
O Ensino da Contabilidade no Ensino Superior
harmonização internacional
♦ A abordagem pelo método de casos;
♦ Trabalhos de grupo em projectos;
♦ Integração em programas de formação (técnicos, interpessoais
e informáticos),
♦ E stágios, e
♦ Incentivos à investigação.
sendo todavia certo que a definição do plano de estudos privilegiará
como factor determinante, a competência dos estudantes e deverá
desenvolver a aptidão para a interrogação, o espírito lógico e a crítica,
bem assim como a capacidade de escrever, falar e ouvir.
O treino na identificação e resolução de problemas não
estruturados, a aprendizagem pela prática, o trabalho de grupo e a
utilização criativa da tecnologia constituirão elementos que levam a
crer que, pelo menos teoricamente, um modelo como o acima exposto
induzirá os alunos ao exercício de novas funções dotando-os do
competente "savoir-faire".
Pelo seu lado, a formação contínua pode ser desenvolvida nas
Escolas, nas Associações profissionais ou nas entidades empregadoras,
ou no seu conjunto.
Evidentemente que um sistema desta natureza implica
ajustamentos importantes no sistema de ensino que adiante
procuraremos desenvolver com maior pormenor.
109
Revista Estudos do ISCAA
5. CONCLUSÃO
110
O Ensino da Contabilidade no Ensino Superior
111
Revista Estudos do ISCAA
112
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 113-127
P R O J E C T O E M SIMULAÇÃO EMPRESARIAL
U M A EXPERIÊNCIA E M DESENVOLVIMENTO
RESUMO
114
Projecto em Simulação E mpresarial: Uma Experiência em Desenvolvimento
ORIGEM DA IDEIA
Podemos dizer que a ideia nasceu da constatação de uma
necessidade que resulta em grande medida:
■ da massificação do ensino superior, daí resultando um
conjunto de problemas, nomeadamente a dificuldade de manter aulas
práticas com um elevado número de alunos, de forma a que não se
tornem obrigatoriamente mais teóricas que práticas;
■ da grande instabilidade dos postos de trabalho, resultado do
aumento drástico do número de diplomados com habilitações para o
exercício das funções de contabilista.
Estes factos, entre outros, contribuíram para que a E scola
equacionasse a problemática da aproximação do ensino à realidade
empresarial. A ideia principal era permitir aos nossos diplomados
integrar o mercado de trabalho com uma preparação não só teórica
mas também prática, que satisfizesse minimamente os empregadores.
Uma das primeiras soluções que normalmente ocorre, neste
contexto, é a realização de um estágio no último semestre do
Bacharelato. No entanto, colocar em estágio anualmente cerca de
cento e sessenta alunos é uma tarefa árdua, principalmente quando se
pretende estágios efectivamente úteis para a consolidação dos
conhecimentos adquiridos.
Assim, quando a Escola avançou com a reestruturação do curso,
e dado ser impossível, com a qualidade mínima exigida integrar o
estágio no plano curricular, germinou a ideia de simular dentro da
Escola a realidade empresarial. Daí resultou a inclusão no curso de
uma disciplina denominada Projecto Profissional, que contempla no
seu Regulamento Geral de funcionamento aprovado pelo Conselho
Científico da Escola, três vertentes de estudo, sendo a unanimemente
escolhida pelos alunos a de Simulação Empresarial.
Esta, sinteticamente, incorpora os objectivos seguintes:
■ Proporcionar, em ambiente interactivo, consolidação e
integração de conhecimentos adquiridos nos primeiros anos
curriculares dos cursos de Bacharelato, nas áreas de Contabilidade,
Fiscalidade, Direito, Gestão e Informática;
115
Revista Estudos do ISCAA
116
Projecto em Simulação Empresarial: Uma Experiência em Desenvolvimento
Vidé o caso de um grupo, que pretendia constituir uma sociedade por quotas, cujo
objecto social consistia na exploração da actividade de Agente Funerário.
117
Revista Estudos do ISCAA
PONTOS FORTES
118
Projecto em Simulação Empresarial: Uma Experiência em Desenvolvimento
PONTOS FRACOS
119
Revista Estudos do 1SCAA
120
Projecto em Simulação E mpresarial: Uma Experiência em Desenvolvimento
121
Revista Estudos do ISCAA
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Projecto em Simulação Empresarial: Uma Experiência em Desenvolvimento
123
Revista Estudos do ISCAA
PONTOS FORTES
PONTOS FRACOS
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Projecto em Simulação Empresarial: Uma Experiência em Desenvolvimento
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4. PERSPECTIVAS FUTURAS
126
Projecto em Simulação Empresarial: Uma Experiência em Desenvolvimento
127
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 129-138
JOÃO BATISTA
PROFESSOR ADJUNTO DO I.S. C.A.A.
jbatista @ isca-aveiro.pt
A. DIAS DE FIGUEIREDO
PROFESSOR CATEDRÁTICO DA F. C. T. U. C.
adf@dei.uc.pt
Revista Estudos do ISCAA
ABSTRACT
130
Relating Organizational Learning and Information Systems: a Preliminary Study
INTRODUCTION
131
Revista Estudos do 1SCAA
132
Relating Organizational Learning and Information Systems: a Preliminary Study
Argyris & Schõn (Argyris, 1977a; Argyris, 1978; Argyris, 1996) and
Senge (Senge, 1990; Senge, 1994). Excellent reviews of the literature
can also be found (Fiol, 1985; Huber, 1991; Dodgson, 1993; Garvin,
1993; Cohen, 1996). One of the most recent ones has been produced
by Argyris and Schõn (1996, pp. 180-199) in a context that places
their theory of productive learning within this multitude of visions.
They claim that two branches exist in organizational learning. The
more scholar branch is usually referred to as Organizational Learning.
It is usually cultivated by academics, it is generally skeptical,
"intentionally distant from practice, nonprescriptive, and value-
neutral" (Argyris, 1996, p. 188). The other branch, that of Learning
Organizations, where Senge became widely known, is practice-
oriented, value-committed and prescriptive. We support Argyris &
Schõn in their opinion that the two branches are complementary and
non contending.
In this paper, we adopt the expression "organizational learning"
with the meaning that has been proposed by Huber (1991). Huber
established a four process framework for organizational learning:
knowledge acquisition; information distribution; information
interpretation; and organizational memory. This framework seems to
be particularly appropriate as a basis for relating organizational
learning with information systems, as some authors have already
suggested (Balasubramanian, 1996; Sohn, 1998).
133
Revista Estudos do ISCAA
134
Relating Organizational Learning and Information Systems: a Preliminary Study
135
Revista Estudos do ISCAA
For organizational learning, the use and value of the data stored
in the memory system is richer: the higher the meaning is; the bigger
the identification of the associated context is; and the deeper the social
aspects embedded in the data are.
For example, let us consider an individual charged to write and
store in organizational memory the report of a team meeting. He can
do it in several different ways. He can make a written report of just the
key points of the discussion and of the decisions taken. If he adds
some notes and comments on the most important points of the
meeting, namely notes and comments that allow a deeper
understanding of the meaning of the discussion and of the decisions
taken, the report is potentially more useful. If he adds even more data
on the context in which the discussion takes place and the decisions
are made, then the value of that report increases even more. Its value
may reach the top if it includes a sociological view of the context, that
is, if the whole report contains values, norms and other social aspects
of the organization.
CONCLUSION
136
Relating Organizational Learning and Information Systems: a Preliminary Study
ACKNOWLEDGEMENTS
REFERENCES
137
Revista Estudos do ISCAA
138
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 139-174
VISITA GUIADA*:
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O LIBERALISMO E
A ESCOLA CLÁSSICA INGLESA
INTRODUÇÃO
1. INDIVIDUALISMO
2 . A UTILIDADE, FILOSOFIA DA ACÇÃO HUMANA
3. NATURALISMO
4. RACIONALISMO
4.1. O SUBJECTIVISMO EPISTEMOLÓGICO
4.2. A DOUTRINA DA CLASSE MÉDIA
4.3. O RACIONALISMO UTILITÁRIO OCIDENTAL
5. A CONSTRUÇÃO TEORICO-DOUTRINAL DA ESCOLA CLÁSSICA
INGLESA
5.1. A "MÃO INVISÍVEL"
5.2. A CONSCIÊNCIA DOS LIMITES: A DOUTRINA DA POPULAÇÃO
5.3. A RENDA E O SALÁRIO
5.4. O LIVRE CÂMBIO
5.5. O ESTADO ESTACIONÁRIO
CONCLUSÃO
140
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
INTRODUÇÃO
1
René Rémond, Introduction à l'histoire de nôtre temps, Vol. II, Le XIXe siècle,
1815-1914, Paris, Éd. Seuil, 1974, pp. 23 e ss. Esta mesma editora publica: Vol. I,
L'Ancien Régime et la Révolution, 1750-1815; Vol. III, Le XXe de 1914 à nos jours.
O interesse deste manual permanece intocável, como, aliás, demonstra a sua recente
tradução para português num único volume.
2
Este conceito, após o esforço metodológico de Thomas Khun, estabilizou o seu
significado, passando a referir-se a "um conjunto de hipóteses fundamentais", à
"matriz teórica" dominante em cada época e ciência , a "um programa de
investigação" ou, como prefere Edgar Morin, a um "princípio de
distinções/ligações/oposições fundamentais entre algumas noções mestras que
comandam e controlam o pensamento, isto é, a constituição das teorias e a produção
de discursos". ( Edgar Morin, As Grandes Questões do Nosso Tempo, Lisboa, Ed.
Notícias, 3a Ed., 1992, p. 55).
141
Revista Estudos do ISCAA
1. O INDIVIDUALISMO
3
José Esteves Pereira, As Ideias do Século, apud António Reis (Dir.de), Portugal
Contemporâneo, Vol. I, Lisboa, Publ. Alfa/Selecções do Readers Digest, 1996,
p.275.
4
A.Piettre, Les Trois Âges d' Économie, Fayard, 1968, p. 243.
142
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
5
Grande Eciclopédia Portuguesa e Brasileira, Vol. IV, Lisboa/Rio de Janeiro, Ed.
Enciclopédia, pp. 538, col. 2 e 539, col. 1
6
Walter Theimer, História das Ideias Políticas, Lisboa, Círculo de Leitores, 1977,
p.166. Será interessante a leitura de todo o capítulo XII - Os Liberais, pags. 161-
179.
7
Henri Denis, História do Pensamento Económico, Lisboa, Livros Horizonte, 1973,
p.230.
8
Walter Theimer, História das Ideias Políticas, Lisboa, Círculo de Leitores, 1977,
p.168.
143
Revista Estudos do ISCAA
9
A. Piettre, Histoire de la Pensée Économique et Analyse des Théories Contempo-
aines, 8a édition, Paris, Dalloz, 1986, p.86
144
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
3. NATURALISMO
10
A. Piettre, Les Trois Âges d'Économie, Fayard, 1968, p. 230.
11
José Sebastião da Silva Dias, A Política Cultural da Época de D.João III,
Coimbra, 1969
12
Fernand Braudel, Las Civilizationes Actuales, Tecnos, 1978, p. 302.
13
José Esteves Pereira, As Ideias do Século, apud António Reis (Dir.de), Portugal
Contemporâneo, Vol. I, Lisboa, Publ. Alfa/Selecções do Reader's Digest, 1996.pp.
(273-302), p. 275.
145
Revista Estudos do ISCAA
1
A. Piettre., Histoire de la Pensée Économique et Analyse des Théories Con-
temporaines, 8a édition, Paris, Dalloz, 1986, p. 53.
15
A. Piettre, Les Trois Âges d'Économie, Fayard, 1968, p.240.
16
A. Piettre, Histoire Économique, Paris, Cujas, 1986, p. 62.
146
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
4. RACIONALISMO
4 . 1 . O SUBJECTIVISMO EPISTEMOLÓGICO
17
Michel Sallon, Histoire Économique Contemporaine, Paris, Masson, 1972, p. 268.
18
"A teoria tem um fim científico: tenta interpretar um conjunto de factos
correctamente observados"; a doutrina "É uma concepção do Homem e do mundo, a
projecção de um desejo. /.../ exprime uma opinião da qual deduz prescrições".
(Maurice Flamant, Le Libéralisme, Paris, P.U.F., Col. Que sais-je ?, 1979, pp. 3,8 e
9.)
147
Revista Estudos do ISCAA
René Rémond, Introduction à l'Histoire de Nôtre Temps, Vol. II, Le XIXe siècle,
1815-1914, Paris, Éd. Seuil, 1974, p. 24.
148
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
20
Este conceito aproxima-se do uso que certos autores fazem de ideologia, definida
por Guy Rocher como "um sistema de ideias e de juízos, explícito e geralmente
organizado, que serve para descrever, interpretar ou justificar a situação dum grupo
social ou duma colectividade e que, inspirando-se largamente em valores, propõe
uma orientação precisa à acção histórica desse grupo ou dessa colectividade".( Guy
Rocher, Sociologia Geral, Vol. 1, trad, de Ana Ravara, Lisboa, Ed. Presença, 1971,
p. 228.
21
Albert Soboul, 1789 Ano Um Da Liberdade, trad, da 2aed. francesa por Rogério
da Fonseca, Ed.Delfos, Lisboa, s/d.,p. 237 e ss..
149
Revista Estudos do ISCAA
150
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
151
Revista Estudos do ISCAA
23
Harold J. Lasky, O Liberalimo Europeu, trad, de Álvaro Cabral, The Rise of
European Liberalism, Ed.Mestre Jou, 1973, p. 185.
152
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
153
Revista Estudos do ISCAA
24
Harold J. Lasky, O Liberalimo Europeu, trad, de Álvaro Cabral, The Rise of
European Liberalism, Ed.Mestre Jou, 1973, p. 188.
25
Jean Gimpel, A Revolução Industrial da Idade Média, Lisboa, Publ. E América,
1976 p. 165.
154
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
26
Pierre Chaunu, A História Como Ciência Social, Rio de Janeiro, Zahar Editores,
1976, 179 e ss. O mundo cheio é uma forma original de povoamento contínuo, com
uma densidade média de 35-45 habts no centro, e não menos de 5-6 Hab./Km2 na
periferia.
155
Revista Estudos do ISCAA
Pierre Chaunu, A História como Ciência Social, Rio de Janeiro, Zahar Editores,
1976, passim.
28
A. Piettre, Histoire Économique, Paris, Ed. Cujas, 1986, p. 60.
156
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
29
Paul Hazard, Crise da Consciência Europeia, (1680-1715), Lisboa, Ed.Cosmos,
1970, p. 7
157
Revista Estudos do ISCAA
158
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
A "mão invisível" parece, ainda, evocar uma ressonância teológica que vincula a
origem da ordem natural à Providência. Contudo, a base do equilíbrio não resulta do
fluxo dos fisiocratas, mas dos preços dependentes do Wvrejogo do mercado - ou dos
diversos mercados de bens e serviços - , onde se definem os custos dos diversos
factores.
33
João César das Neves, Princípios de Economia Política, Lisboa, Verbo Ed., 1997,
- 2 L Lucas, Historia de las Doctrinas Económicas, Barcelona, Ed. Teide, 1960, p. 87.
P 4Beltran
159
Revista Estudos do ISCAA
35
A.Piettre, Histoire de la Pensée Économique et Analyse des Théories Contemporaines,
Paris, Dalloz, 1986, p.63
36
Maurice Flamant, Le Libéralisme, Paris, P.U.F., Col. Que sais-je ?, 1979, p. 43-44.
37
A.Piettre, Histoire Économique, Paris, Cujas, 1986, p. 100
160
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
161
Revista Estudos do ISCAA
40
A. Piettre, Histoire de la Pensée Économique et Analyse des Théories
Contemporaines, Paris, Dalloz, 1986, p. 65.
162
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
41
João César das Neves, Memorial - os 195 anos do Ensaio Sobre o Princípio da
População de Thomas Malthus - 1798, in Economia, Lisboa, Vol. XVII, n° 2,
Universidade Católica - Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais, Maio,
1993, p. 293
42
João César das Neves, Memorial - os 195 anos do Ensaio Sobre o Princípio da
População de Thomas Malthus - 1798, in Economia, Lisboa, Vol. XVII, n° 2,
Universidade Católica - Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais, Maio,
1993, pp. 232-234.
163
Revista Estudos do ISCAA
Cit. in Valentin Vasquez de Prada, História Económica Mundial, Vol. II, Porto,
Livraria Civilização, 1972, p. 29.
164
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
165
Revista Estudos do ISCAA
166
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
167
Revista Estudos do ISCAA
44
Walter Theimer, História das Ideias Políticas, Lisboa, Círculo de Leitores, 1977,
p. 165
45
A. Piettre, Histoire Économique, Paris, Cujas, 1986, pp. 257-258.
46
Henri Denis, História do Pensamento Económico, Lisboa, Livros Horizonte, 1973,
p. 180.
168
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
169
Revista Estudos do ISCAA
49
Henri Denis, História do Pensamento Económico, Lisboa, Livros Horizonte, 1973,
p. 502.
170
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
171
Revista Estudos do 1SCAA
Nunes, Adérito Sedas, História dos Factos e Doutrinas Sociais, Lisboa, Ed.
Presença, 1992, p.281 ess.
51
0 movimento cartista conduziu ao primeiro partido operário, cujas principais
reivindicações constituem a denominada "carta do povo": sufrágio universal,
abolição das distinções com base na propriedade, parlamentos eleitos anualmente,
igualdade de colégios eleitorais, salário para os deputados e voto secreto. Uns anos
antes, na segunda década do século, deixou eco o movimento dos ludites, que
conduziu à destruição das máquinas industriais pelos operários, em vez de as
colocarem ao seu serviço.(A.J. Avelãs Nunes, Os Sistemas Económicos, Separata do
Boletim de Ciências Económicas, Vol. XVI, Coimbra, 1973)
172
Algumas Considerações Sobre o Liberalismo e a Escola Clássica Inglesa
BIBLIOGRAFIA
173
Revista Estudos do ISCAA
PRADA, Valentin Vasquez de, História Económica Mundial, Vol. II, Porto, Livraria
Civilização, 1972.
RÉMOND, René, Introduction à l'Histoire de Nôtre Temps, Vol. I, L'Ancien Régime
et la Révolution, 1750-1815, Vol. II, Le XIXe siècle, 1815-1914, Vol. III, Le XXe de
1914 à nos jours, Paris, Éd. Seuil, 1974.
ROCHER, Guy, Sociologia Geral, trad, de Ana Ravara, Vol. 1, Lisboa, Ed. Presença,
1971.
SALLON, Michel, Histoire Économique Contemporaine, Paris, Masson, 1972.
a
SOBOUL, Albert, 1789 Ano Um Da Liberdade, trad, da 2 ed. francesa por Rogério da
Fonseca, Lisboa, Ed. Delfos, s/d
THEIMER, Walter, História das Ideias Políticas, Lisboa, Círculo de Leitores, 1977.
174
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 175-188
Luís GOUVEIA
DOCENTE DE LÍNGUA INGLESA DO ISCAA
RESPONSÁVEL PELA GESTÃO DO EQUIPAMENTO MULTIMÉDIA PARA
APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS DA SALA DE LÍNGUAS
Revista Estudos do ISCAA
RESUMO:
176
Diários / Writing Journals: Contributo para o Desenvolvimento da Escrita em
Cursos Técnicos
INTRODUÇÃO
- testes e quizzes;
- traduções;
- exercícios (gramaticais, lexicais, etc.);
- apontamentos
- preenchimento de formulários;
- composições temáticas.
177
Revista Estudos do ISCAA
178
Diários / Writing Journals: Contributo para o Desenvolvimento da Escrita em
Cursos Técnicos
1. CONTEXTO
179
Revista Estudos do ISCAA
2. APRESENTAÇÃO DO PROJECTO
180
Diários / Writing Journals: Contributo para o Desenvolvimento da Escrita em
Cursos Técnicos
181
Revista Estudos do ISCAA
3. DESENVOLVIMENTO DO PROJECTO
182
Diários / Writing Journals: Contributo para o Desenvolvimento da Escrita em
Cursos Técnicos
i
Actividades a
desenvolver na Aula
"Traditionally, the teacher has been not so much the reader as the
judge of students' writing. (...) One problem that arises from this is
that student writers rarely see that their writing is a piece of
reading for someone else - a piece that should be clear and
interesting to the reader. "
(Raimes, 83:17)
183
Revista Estudos do ISCAA
184
Diários / Writing Journals: Contributo para o Desenvolvimento da Escrita em
Cursos Técnicos
- ortografia;
- concordância;
- ordem das palavras;
- adequação de vocabulário e registo de língua.
CONCLUSÃO
185
Revista Estudos do ISCAA
186
Diários / Writing Journals: Contributo para o Desenvolvimento da Escrita em
Cursos Técnicos
BIBLIOGRAFIA ACTIVA
187
Revista Estudos do ISCAA
BIBLIOGRAFIA PASSIVA
188
Revista Estudos do ISCAA, IIa Série, 5 (1999) 189-212
RESUMO:
Palavras-Chave
Anel de polinómios, grau de um polinómio; função polimonial: raiz de
um polinómio; factorização de um polinómio; polinómio irredutível.
190
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
PRELIMINARES
O que é um polinómio?
Em cursos elementares de álgebra definimos muitas vezes
polinómio como uma expressão da forma x3 x ou, mais
191
Revista Estudos do ISCAA
ANÉIS DE POLINÓMIOS
Definição 1
Seja (A,+,.) um anel. Chamamos polinómio f sobre A, a toda a
sequência do tipo {(a0,a],...,an,...):aj e A} onde apenas um
número finito de termos é não nulo. Como consequência, verifica-se
que, para cada polinómio não nulo/, existe um inteiro não negativo n
tal que an * 0 com ãj =0,\/j>n. Ao número inteiro n chamamos
grau do polinómio f, que representamos por gr(f)=n e a an chamamos
coeficiente principal de/!
(Por questões de notação e de agora em diante, sempre que não haja
perigo de confusão, representaremos o anel (A,+,.) simplesmente por
A)1
Definição 2
No conjunto de todas as sequências {(a 0 ,a x ,...,a n ,...):a t G A]
definimos duas operações, a saber:
(a0,al,...)®(b0,bl,...) = (a0 +b0,al +bx,...)
(a0,a1,...)®(b0,b1,...) = (c0,c1,...) onde
c 0 — ã0t?0
Como caso particular, refira-se que o grau do polinómio nulo não está definido.
192
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
c, = a0bx + axb0
c2 = a0b2 + axbx + a2b0
cr = S a,bj
i+j=r
Teorema 1
Seja A um anel. Então o conjunto dos polinómios sobre A,
munido das operações © e ® atrás definidas, ainda é um anel, a que
chamamos anel de polinómios.
Demonstração:
A verificação de que a adição de polinómios forma um grupo
abeliano, resulta imediatamente da própria definição da operação ©
feita termo a termo sobre as sequências e do facto de A ser grupo
abeliano. O zero do anel é a sequência do tipo (0,0,...,0,...) e a que
chamamos polinómio nulo.
Para provar a associatividade da operação <S>, teremos de provar
quey® (g®h)=(j®g) ®h onde/ g, h são polinómios sobre A. Para a
demonstração calculemos o r-ésimo termo de cada membro. Sejam
f = (a0,al,...) , g = (b0,blt...) e h = (c 0 ,c x ,...)• O p-ésimo termo
de (g®h) é dado por ^Jbicj . Donde, o r-ésimo termo de fS> (g®h)
i+j=p
vem
193
Revista Estudos do ISCAA
194
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
Teorema 2
Seja:
ç: A —> A[x]
r _> (>5o,... ) • Então cp é um monomorfismo.
Demonstração:
Queremos provar que (p(r+s)=(p(r)©cp(s) e ainda que
(p(rs)=(p(r)®(p(s) para todos os elementos r,s de A. Ora, por construção
(p(r+s)=(r+s,0,0,...) e pela definição 2
(p(r)0(p(s)=(r,O,...)©(s,O,...)=(r+s,O,...).
De modo análogo provaríamos a segunda relação. *
G R A U D E UM POLINÓMIO
3
A partir de agora e caso não haja dúvidas, representaremos apenas por + e x as
operações definidas na definição 2.
195
Revista Estudos do ISCAA
Proposição 1
Sejam f,geA[*]. E ntão gr(f + g)<max{gr(f),gr(g)} e
gr(pcg)<gr(f) + gr(g)
Teorema 3
Se A é um domínio de integridade então A[x] é um domínio de
integridade e nestas condições gr(fxg) = gr(f) + gr(g)\/f ,g e A[x]
Demonstração:
No teorema 1 foi já demonstrado que, sendo A um anel, também
A[x] é um anel. Por outro lado, é imediato que, se A é um anel
comutativo com elemento unidade, também A[x] é um anel
comutativo cujo elemento unidade é o polinómio constante 1 (distinto
do polinómio nulo). Falta provar que, se A não tem divisores de zero
também A[x] não tem.
Para tal, considerem-se dois elementos f e g de A[x], não
nulos, tais que
f(x)-anx" +an_lxn~l+...+alx + a0 com an ■£■ 0
e g(x) = bmxm +bm_lxm-1+...+blx + b0 com bm*0
Então, por definição, (fxg)(x) = cn+mx"+m+...+clx + c0 onde os
e, se determinam de acordo com a definição 2. Como A é domínio de
integridade e anïO e bm*0 , tem-se anbm*0 . Mas anbm - cm+n .
Logo fxg * 0. Provámos assim que, sendo f e g dois elementos
não nulos de A[x] se tem fxg ï 0 o que prova não existirem divisores
de zero em A[ x ]. Conjugando este resultado com as conclusões
anteriores, fica provado que A[x] é um domínio de integridade.
Do que foi dito podemos também concluir que
gr(fxg) = n + m=gr(f) + gr(g)\/f,ge A[x] c.q.d.*
196
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
FUNÇÕES POLIMONIAIS
Definição 3
Seja A um anel. Uma função yr:A —>A diz-se uma função
polinomial se existe um polinómio anx" +an_1;c""1+...+a1x + a0 de
A[JC] tal que, para todo o be A se tem
n n1 4
y(b) = anb + an_lb ' +...+blx + b0
Teorema 4
Seja K um corpo e sejam f,geK[x] dois polinómios. Sendo
g ï 0 existem q,reK[x] tais que f=gq+r onde gr(r)<gr(g) ou r=0. Os
polinómios qtr assim definidos são únicos.
Demonstração:
I a parte: demonstração da existência dos polinómios qe r.
É claro que, sef=0 então o teorema verifica-se trivialmente com
q=r=0. Suponhamos / # 0 e seja gr(f)=n e gr(g)=m. Note-se que, se
n<m então basta fazer q=0 e r=f. Consideremos então n>m. Vamos
proceder por indução sobre n. Se gr(f)=0, isto é, se n=0, vem gr(g)=0
pelo que os polinómios são constantes. Nesse caso a existência de q e
r está garantida, uma vez que K é corpo. (Recorde-se que, num corpo,
4
Cada polinómio f(x) = ãnx" + an_,x"~ +...+a1x + a0 pode obviamente ser
associado à função definida em A cujo valor em bE A é dado por
anbn -\-an_xb"~ Jr...Jrblx + b0 e que notaremos por
f(b) = anb"+an_1b-1+...+aib + b0.
197
Revista Estudos do 1SCAA
2aparte:.demonstração da unicidade de q e r
Por absurdo, suponhamos que q e r não eram únicos; isto é,
f=gq+r com r=0 ou gr(r)<gr(g)
f=gq'+r com r'=0 ou gr(r')<gr(g) (com g ^ g ' ou r±r').
Mas então gq+r=gq'+r' . Pelas propriedades do corpo g(q-q')=r'-r .
Pelo Teorema 3,
gr(g(q-q'))=gr(g)+gr(q-q'). Logo gr(g)+gr(q-q')=gr(r'-r).
Por outro lado, pela proposição 1, gr(r'-r)<max{gr(r'),gr(>)} .
Mas, por hipótese, max {gr (r'),gr(r)} < gr(g).
Logo gr(g)+gr(q-q')<gr(g) ; ou seja gr(q-q')<0 . Mas então
gr(q-q')=-°°; atendendo às convenções feitas resulta q-q'=0 e portanto
q=q'. Donde resulta, f=gq+r e f=gq+r' e finalmente r=r', como
pretendido. *
198
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
Definição 4
Seja A um domínio de integridade e seja A(0)=A. Define-se
indutivamente A(n) tal que A(n) = A ( " _1) [z] .
De outro modo, se feA (n) então f pode ser escrito como uma
sequência (ao,aj,...) com ai e A (n_1) . (Isto é, cada a, é ainda uma outra
sequência e assim sucessivamente).
Definição 5
Seja fe A[x] onde A é um domínio de integridade. Chama-se
raiz de f a todo o elemento ce A tal que/fcj=0.
199
Revista Estudos do ISCAA
Demonstração:
Definição 6
A raiz a de um polinómio f diz-se de multiplicidade k se (x-a) é
um divisor de f mas (x-a)k+1 já não é divisor de f.
Teorema 6
Seja fe K[x] e aeK.
a é uma raiz de f de ordem de multiplicidade r se e só se f=(x- a)rq
onde qG K[X] e tal que a não é raiz de q.
Demonstração:
(=>)
Ora, por definição, sendo a uma raiz de f de ordem de
multiplicidade r, sabemos que {x-aj é um divisor de f. Em particular
f=(x-a)rq para algum qG K[X] .Queremos provar que a não é raiz de
200
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
(<=)
Para provar a implicação contrária, consideremos f=(x-a)rq ,
com çeA'fX]. Por absurdo, suponhamos que a é uma raiz de f de
ordem de multiplicidade m, com m>r. Por definição f=(x-a)mqi , para
algum qie K[x]. Mas então e pela transitividade, (x-a)rq=(x-a)mqi ■
donde (x-a)m'rqi=q , com m-r>0, o que significa que a é raiz de q, o
que contraria a hipótese. O absurdo resultou de se ter suposto que a
era raiz de f de ordem superior a r. Logo podemos concluir que a é
raiz de f de ordem de multiplicidade r, como pretendíamos. *
Teorema 7
Seja K um corpo e fe K[X]. Se gr(f)=n , com n>0, então f tem
no máximo, n raízes distintas em K.
Demonstração:
Vamos proceder por indução sobre n.
Se gr(f)=l então tem-se f=ao+a;x e -aoaf1 é a única raiz de f.
Logo a proposição é verdadeira para n=l. Admita-se a proposição
verdadeira para n-1; isto é, que se um polinómio tem grau n-1, então
tem, no máximo, n-1 raízes distintas.
Seja f tal que gr(f)=n. (É claro que se f não tem nenhuma raiz, o
teorema fica imediatamente demonstrado). Suponhamos então que f
admite pelo menos uma raiz, seja a. Pelo teorema da factorização,
201
Revista Estudos do ISCAA
Definição 7
Seja A um anel comutativo com elemento identidade 1. Um
elemento e de A diz-se uma unidade se c.e=l=e.c , para algum c de A.
Designamos por U(A) o conjunto de todas as unidades de A.
Definição 8
Seja A um anel comutativo com elemento identidade 1 e seja b
um elemento de A. Um elemento a de A diz-se um associado a è s e e
só se a=be , onde e é uma unidade.
Definição 9
Seja A um domínio de integridade. Um elemento r de A diz-se
irredutível se :
i) r£U{A)
ii) Se r=ab, então ou a é uma unidade ou b é uma unidade.
Definição 10
Um domínio de integridade A diz-se um domínio de
factorização única (DFU) se:
i) Todo o elemento a e A \ {0} admite uma factorização do tipo
a=u.ai.ã2....a„ onde UEU(A) , n>0 ea(- é irredutível, para i=1,..., n.
202
Polinómios e Funções Polimoniais, Factorização no Anel dos Polinómios
Definição 11
Seja A um domínio de integridade e v uma função tal que
v: A —» Z 0 + e que verifica as condições:
a) \/aeA,\/beA\{0},3q,reA:a = bq + r com r=0 ou
vCr/)<vf&)
b) Vfl,è6A\{0),v(a)<v(&)
À estrutura formada pelo domínio de integridade A munido da
função v assim definida chamamos domínio euclediano.
Como consequência desta definição e do que até aqui foi visto,
podemos concluir que "Se K é corpo, então K[x] munido da função
grau, é um domínio euclediano"
Definição 12
Seja K um corpo e pe K[X] . Diz-se que p é um polinómio
irredutível sse:
i) p não é um polinómio constante;
ii) Para todos os g.he K[X] se p=gh, então ou h é um polinómio
constante não nulo ou g é um polinómio constante não nulo.
Proposição 2
Se pe K[X] é um polinómio de grau um, então p é irredutível.
203
Revista Estudos do 1SCAA
Demonstração:
De facto, se p é um polinómio de grau um, então p não é
constante. Falta provar que, se p=gh com g,/ie K[x], então g é um
polinómio constante não nulo ou h é um polinómio constante não
nulo. Suponhamos, por exemplo, que g não é um polinómio
constante. Logo gr(g)> 1 . Por absurdo, suponhamos que h também
não é um polinómio constante e logo gr{h) > 1 . Pelp teorema 3
gr(p)=gr(g)+gr(h) . Logo gr(p) > 2 o que contradiz a hipótese. O
absurdo resultou de se ter suposto que h não era constante. Logo h é
um polinómio constante . c.q.d. *
Proposição 3
Seja ueU(A) e veA tal que u=kv para algum keA. Então
V£[/(A).
Demonstração:
Queremos provar que existe v'e A tal que v.v'=l= v'.v. Ora,
por hipótese, 3u'e A:u.u'= 1 = u'.u . Substituindo atrás, vem
1= u.u'= (kv).u'= (u'k).v ; pelo que basta tomar v'=u'k .
De modo análogo procederíamos para a outra igualdade. *
204
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
Corolário
pe C[X] é um polinómio irredutível se e só se gr(p)=l
(Isto é, em C os únicos polinómios irredutíveis são do primeiro grau).
Demonstração:
Já vimos que se o grau de p é um, então p é irredutível. Falta
provar a implicação contrária; suponhamos que pe C[x] é um
polinómio irredutível. Então gr(p)>l . Logo, pelo teorema
fundamental da álgebra, p tem uma raiz em C.Designemos por a tal
raiz. Por outro lado e atendendo ao teorema 5, p=(x-a)q , par algum
qe C[X] . Ora, como p é irredutível e (x-a)í í/(c[x]) resulta, pela
proposição 3 que qeU(c[x]j . Mas então q é um polinómio
constante não nulo e logo gr(p)=l. c.q.d. *
Teorema 9
/?e/?[X] é um polinómio irredutível se e só se gr(p)=l ou
p=ax2+bx+c com a # 0 e è 2 - Aac < 0
205
Revista Estudos do ISCAA
Demonstração:
(=0
Seja peR[X] um polinómio irredutível . Então gr(p)>l. Se
fôr gr(p)=l o teorema fica provado. Caso contrário, suponha-se
gr(p) > 2. Pelo teorema 8 e porque Rr C, p tem pelo menos uma raiz
complexa. Seja a tal raiz. Então podemos escrever a = w+si com
s * O. Seja h = (x - a)(x - a) com a = w - si Efectuando os cálculos
facilmente se verifica que então h e R[X] \ {0}. Então e pelo teorema
4, existem q,reR[X] tais que p-hq+r com r=0 ou gr(r)<gr(h)
sendo gr(h)=2. Suponhamos gr(r)<2; isto é, r=a}x+a0 com a , , , » ^ ^ .
Por outro lado e como a é raiz de p tem-se p(a)=0. Portanto
0=p(a)=(hq+r)( a)=h(a)q(a)+r(a)=r(a).
Isto é, r(a)=0
ou seja aj(a)+ao=0
ai(w+si)+ao=0
(ao+aiw)+aisi=0
Donde resulta (ao+aj\v)=0 e ajs=0 .Como s ï O resulta aj=0 e
portanto a0=0. Mas então r=0 donde p=hq, com h E R[X] \ {6},
q £ R[X] e gr(h)=2. Como, por hipótese p é irredutível, tem-se que q
é um polinómio constante não nulo, donde gr(h)=gr(p)+gr(q)=2+0=2
Seja p=ax +bx+c . Como sabemos este polinómio tem duas
-b + Vè 2 - Aac -b - 4b1 - Aac
raízes, al = e a2 = , que só são
2a 2a
2
reais se b - 4ac> O . Mas, se tais raízes fossem iguais, o polinómio
p poderia ser escrito p = a(x-al)(x-a2) , com a constante, o que
contraria a hipótese de pe R[X] ser um polinómio irredutível. Logo
b2 -4ac<0.
206
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
207
Revista Estudos do ISCAA
Teorema 10
pe Z[Z]é irredutível em Q[X] se e só se p é irredutível em
Z[X].
Para a demonstração, ver "Lectures in abstract algebra I" de
Nathan Jacobson; 1975, Springer Verlag.
i) aXan
ii) a\ãi com i=0,...,n-l
iii) cfXao
então p é irredutível em Z[X].
208
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
Definição 13
Seja D um domínio de integridade crés elementos de D. Diz-se
que r divide s (simbolicamente r\s) se existe ke. D tal que s=kr.
Definição 14
Seja D um domínio de integridade e r um elemento de D. Diz-se
que r é um elemento primo em D se e só se:
i ) r í O e r€U{D)
ii) Dados a ,beD, se r\ab então r\a ou r\b
ax = V i + V o
as=b0cs+b1cs_l+...+bsc0
ar =b0cr + V r -i+---+Vo
a„ = brcs
Por hipótese ii) ocVzo isto é, a\boCo . Como a é primo, a\bo ou
a\co . Podem então ocorrer três situações:
1) a\bo e cc\co
2) a\b 0 e ocXc0
209
Revista Estudos do ISCAA
3) aXbo e a\c 0
Se ocorresse o primeiro caso, tínhamos b0 - ka e c0 -k'a
com k,k'eZ Logo a0 = b0cQ - kak'cc = kk'a2 Mas então a 2 \a 0 o que
contradiz a hipótese iii) . Não podendo ocorrer a situação 1 é porque
se deve verificar a situação 2 ou a situação 3. Suponhamos que se
verifica a situação 2. Então a\t>o e oc\ai e a1 = b0cx + bxc0 o que
implica a\b]Co. Mas como otXc0 e a é primo, terá de se concluir que
oc\bi . Analogamente cc\b0 e cc\t>i e cc\a2 e az - b0c2 + bxcx + b c0 o que
implica oc\D2Co . Mas como aXco e a é primo, terá de se concluir que
cc\b2. Continuando um raciocínio análogo, concluímos que a\bj com
j=0,...,r. Por último e atendendo a que an = brcs e a\br conclui-se que
oc\an , o que contradiz a hipótese 1.
Não podendo ocorrer nem 1 nem 2 é porque deve ocorrer 3.
Suponha-se então que 3 se verifica. Então a\co e a\ai e
a, = b0c] + 6,c0 o que implica cc\boCi. Mas como ocXbo e a é primo,
terá de se concluir que a\ci. Mas então a\co e a\ci e a\a2 e
a2 =b0c2 +blcl +b c0 o que implica a\boC2. Como ocXbo e a é
primo, terá de se concluir que a\c2. Continuando um raciocínio
análogo, concluímos que a\ck com k=0,...s. Por último e atendendo a
que an =brcs e cc\cs, tem-se que oc\an o que é absurdo. O absurdo
resultou de se ter suposto que p não era irredutível. Logo p é
irredutível, c.q.d. * 6
210
Polinómios e Funções Polimoniais. Factorização no Anel dos Polinómios
Teorema 12
Seja f um polinómio tal que f = a0+ a^x+..A-anxn ,an ■*■ 0 . Se
- fôr uma raiz racional de/(com reZ e seZ\{0} eres primos entre
s
si), então r\xo e s\an.
Demonstração:
Se - é raiz de f(x) então f(-)=0 ; ou seja
s s
a0 + ai(r/ s)+...+a„_,(r / s)"-1 +an(r/s)n=0
Desembaraçando de denominadores, vem
sna0+alsn-1r+...+an_lrn-ls + anrn = 0
elogo
r{alsn-x+...+an_lrn-2s + anrn-x) = -aQsn
Mas então o primeiro membro da equação é múltiplo de r, pelo
que também o segundo membro o é. Ou seja, r\ a0sn . Como, por
hipótese, r e s são primos entre si e sn tem um número finito de
divisores resulta que, ao fim de um número finito de tentativas,
encontramos que r\ao .
De modo análogo, se tivéssemos dado à expressão
s"a0 +alsn-lr+...+an_lrn'ls + anrn = 0
a forma equivalente
s(a0s"-i+...+an_lrn-2s) = -anrn
e efectuando um raciocínio análogo, concluiríamos que s\an , como
pretendíamos. *
211
Revista Estudos do ISCAA
Exemplo:
Estude-se a irredutabilidade de x3-3x-l em Q. Comecemos então
f
por construir todas as possíveis fracções do tipo - onde Aa0 e s\an .
s
Ora, os únicos divisores inteiros de an e a0 são 1 e -1. As possíveis
fracções são apenas 1/1 , -1/1 , 1/-1 , -1/-1 ; ou seja, o polinómio só
pode ter duas raízes racionais, 1 e -1. Efectuando os cálculos,
verificamos que / ( 1 ) * 0 e / ( - 1 ) * 0 , pelo que nem 1 nem -1 são
raízes. Logo x -3x-l não tem raízes racionais pelo que é irredutível.
A laia de observação final, diga-se que nem sempre é tarefa fácil
decidir se um dado polinómio é ou não irredutível, apesar de existirem
certas regras gerais.
BIBLIOGRAFIA
212
SUGESTÕES PARA APRESENTAÇÃO DOS ORIGINAIS
1. Os originais podem ser acompanhados por uma nota biográfica que não exceda três linhas.
2. Os textos devem fazer-se acompanhar de um sumário elaborado de acordo com os tópicos do
artigo.
3. Os artigos não podem, em princípio, exceder 25 páginas, marginadas de acordo com os
parâmetros da Revista. As recensões não devem ultrapassar as cinco páginas.
4. Os originais serão acompanhados de registo em diskete, de acordo com as seguintes normas de
processamento de texto:
4.1. Sistema Operatitvo: MS/DOS - ambiente Windows.
4.2. Tipo de Letra:Times New Roman, com o seguinte tamanho: 14 no título, 13 nos capítulos, 12
nos subcapítulos, 10 nas subdivisões menores, tudo em small caps; 12 no texto e 10 nas notas.
4.3.Alinhamento do texto em centímetros: Top. 5,5; Bot. 6,75; Ins.5,5; Out. 3,5; Head. 1,25;
Foot.5,5; Parágr.1,0; espaço entre linhas 1,0 e com opção de páginas par e ímpar.
5. Bibliografia, referências bibliográficas, citações e notas.
5.1. A Bibliografia deve ser ordenada com base no apelido do autor: Amorim, Jaime Lopes. Se a
obra for colectiva, normalmente mais de três autores, refere-se pelo nome do 1.° autor e pelo vocábulo
latino alii ( ou apenas al.). Ex: Amorim, Jaime Lopes et al. (ou e o.).
5.2. As referências bibliográficas devem seguir as orientações vulgarmente aceites: rigorosas,
precisas e uniformes, respeitando o seu carácter específico.
As monografias devem inserir as seguintes informações: autor, (eventualmente o ano da 1.' ed.),
título, volume, edição, local da edição, editor, colecção, ano da edição consultada.
Os artigos das publicações periódicas devem referir: autor, título do artigo, in (título da
publicação), local da publicação, série, volume, n.°, data, com referência ao mês(es) e/ou elementos
relacionados com a periodicidade - v.g. 1 ° trimestre, ano, págs (50-75) em que se encontra o artigo.
5.3. As referências bibliográficas coladas às 1." citações devem acrescentar aos campos
enunciados em 5.2, a(s) página(s) - p. ou pp. - e, se for caso disso, como nos Dicionários e Jornais, etc.
a(s) coluna(s). Ex. Godinho, Vitorino Magalhães, Complexo histórico-geográfico, in Joel Serrão,
(Dir. de), Dicionário de História de Portugal, Vol. 1/A-D, Porto, Iniciativas Editoriais/Figueirinhas,
p. 645, col. 2. As referências bibliográficas relativas às 2."s citações colhem a vantagem da sequência das
notas: aparecem abreviadas recorrendo aos vocábulos latinos idem (autor), ibidem (obra) e, às vezes,
passim (em vez de uma indicação precisa da página). A redução dos campos bibliográficos acontece
igualmente quando as referências têm por suporte a bibliografia geral. Ex: Amorim, Jaime Lopes A (ou
B); ou simplesmente o ano de publicação: Amorim, 1929, p. 20.
5.4. Localização das referências bibliográficas.
5.4.1. As referências bibliográficas podem aparecer em nota de rodapé, na totalidade ou
articuladas com a bibliografia geral.
5.4.2. Podem igualmente surgir, em alguns casos restritos, no interior do texto, logo a seguir à
citação, seguindo o modelo mais sintético de referência: Amorim, 1947 D, p. 20.
5.4.3. As notas podem também aparecer no final do texto, devendo esta opção prevalecer sempre
que o artigo exige longas notas informativas ou explicativas, que, em rodapé, tornam demasiado pesado o
seu desenvolvimento.
2.2. Os colaboradores naturais da Revista Estudos do I.S.C.A.A. são os
Docentes da Escola e seus diplomados, cujas páginas se podem
constituir em espaço privilegiado de divulgação dos seus trabalhos
académicos, após adaptação ao seu modelo editorial.
2.3. Não sendo uma revista para consagrados, acolherá, com gosto,
trabalhos de personalidades com prestígio no mundo da
contabilidade e vizinhos domínios científicos - podendo mesmo
solicitar a sua colaboração.