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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO:........................................................................................................................4

CRONOLOGIA DA DOENÇA:..............................................................................................5

CONCEITO:..............................................................................................................................9

CAUSA:......................................................................................................................................9

TRANSMISSAO:......................................................................................................................9

QUADRO CLÍNICO:.............................................................................................................10

DIAGNÓSTICO:....................................................................................................................11

TRATAMENTO:....................................................................................................................12

PREVENÇÃO:........................................................................................................................15

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS:....................................................................................16

CONCLUSÃO:........................................................................................................................18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:.................................................................................19

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INTRODUÇÃO:

O presente trabalho vem, de maneira sucinta, mas clara, explicar a AIDS e todos os
seus aspectos epidemiológicos. Uma doença que é causada por um vírus (vírus da
imunodeficiência adquirida), com transmissão pelas vias sexuais e sanguíneas.
A epidemia de AIDS tem gerado questionamentos éticos de diferentes ordens em todas
as sociedades e culturas. Conseguiu colocar em questão certos valores e costumes
relacionados às práticas sexuais, modos de vida e mitos relacionados ao sangue. No setor
saúde, a AIDS trouxe a tona fissuras entre ciência e ideologias, questões éticas, morais e de
intervenções técnicas, e também, claro, entre exclusão e solidariedade.
O medo gerado por uma doença inicialmente pouco conhecida, que remetia à
sexualidade e à morte, acrescido dos preconceitos sociais previamente existentes levou a
práticas públicas equivocadas, caracterizadas pela recusa e por outras formas de preconceito
em relação ao atendimento nos serviços de saúde, sem mencionar a realização de testes
compulsórios para admissão ao emprego, e a exclusão de crianças e adultos com HIV/AIDS
do convívio social.
Para CHEQUER, temas até então considerados indubitáveis, como o sigilo médico,
foram confrontados com a responsabilidade perante a saúde de terceiros e da coletividade. (1)
O estudo epidemiológico vem mostrando a estreita correlação entre
a infecção pelo HIV e todas as demais doenças de transmissão sexual.
Assim, o tratamento e diagnóstico precoces das infecções do trato
reprodutivo constituem-se em arma importante no combate ao avanço
desta epidemia.
Diferente de outras epidemias, o poder da sociedade – por meio de
movimento e ações de ONGs – conseguiu expressar a possibilidade de
controle da doença, e mostrar que a maior arma é a informação clara e
precisa, conduzindo à compreensão que pessoas portadoras do vírus HIV,
podem sim, ter uma vida normal como qualquer outro cidadão.
A partir de agora, um breve relato sobre a doença, prevenção,
tratamento e todos os aspectos epidemiológicos.

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_______________
(1) MINISTÉRIO DA SAÚDE. Implicações Éticas do Diagnóstico e da Triagem Sorológica do HIV. Brasília, 2004.

CRONOLOGIA DA DOENÇA:

1977/78: Primeiros casos nos EUA, Haiti e África Central, descobertos e definidos como
AIDS, em 1982, quando se classificou a nova síndrome.
1980: Primeiro caso no Brasil, em São Paulo, também só classificado em 1982.
1981: Primeiras preocupações das autoridades de saúde pública nos EUA com uma nova e
misteriosa doença.
1982: Adoção temporária do nome Doença dos 5 H - Homossexuais, Hemofílicos, Haitianos,
Heroinômanos (usuários de heroína injetável), Hookers (profissionais do sexo em inglês).
Conhecimento do fator de possível transmissão por contato sexual, uso de drogas ou
exposição a sangue e derivados. Primeiro caso de transfusão sangüínea. Primeiro caso
diagnosticado no Brasil, em São Paulo.
1983: Primeira notificação de caso de AIDS em criança. Relato de caso de possível
transmissão heterossexual. Homossexuais usuários de drogas são considerados os difusores
do fator para os heterossexuais usuários de drogas. Relato de casos em profissionais de saúde.
Primeiras críticas ao termo grupos de risco (grupos mais vulneráveis à infecção). Gays e
haitianos são considerados principais vítimas. Possível semelhança com o vírus da hepatite B.
Focaliza-se a origem viral da AIDS. No Brasil, primeiro caso de AIDS no sexo feminino.
1984 : A equipe de Luc Montagner, do Instituto Pasteur, na França, isola e caracteriza um
retrovírus (vírus mutante que se transforma conforme o meio em que vive) como causador da
AIDS. Início da disputa, entre os grupos do médico americano Robert Gallo e do francês Luc
Montagner, pela primazia da descoberta do HIV. Estruturação do primeiro programa de
controle da AIDS no Brasil - o Programa da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
1985: Fundação do GAPA - Grupo de Apoio à Prevenção à Aids (primeira ONG do Brasil e
da América Latina na luta contra a AIDS). Diferentes estudos buscam meio diagnóstico para a
possível origem viral da AIDS. O primeiro teste anti-HIV é disponibilizado para diagnóstico.
Caracterização dos comportamentos de risco no lugar de grupo de risco. A AIDS é a fase final
da doença, causada por um retrovírus, agora denominado HIV - Human Immunodeficiency
Virus (vírus da imunodeficiência humana). Primeiro caso de transmissão vertical (da mãe
grávida para o bebê).
1986: Criação do Programa Nacional de DST e Aids.
1987: Criação do Primeiro Centro de Orientação Sorológica - COAS, em Porto Alegre/RS.
Questiona-se a definição de comportamentos sexuais tidos como anormais. Início da
utilização do AZT, medicamento para pacientes com câncer e o primeiro que reduz a
multiplicação do HIV. Os Ministérios da Saúde e do Trabalho incluem as DST/AIDS nas
SIPAT (Semana Interna de Prevenção de Acidentes no Trabalho e Saúde). A Assembléia
Mundial de Saúde, com apoio da ONU (Organização das Nações Unidas), decide transformar
o dia 1º de dezembro em Dia Mundial de Luta Contra a Aids, para reforçar a solidariedade, a
tolerância, a compaixão e a compreensão em relação às pessoas infectadas pelo HIV. A
escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas. Total de casos notificados no
Brasil: 2.775.

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1988: No Brasil, uma portaria assinada pelo Ministro da Saúde passa a adotar o dia 1º de
dezembro como o Dia Mundial de Luta Contra a Aids. Morre o cartunista Henrique de Souza
Filho, o Henfil, aos 43 anos. Criação do Sistema Único de Saúde. O Ministério da Saúde
inicia o fornecimento de medicamentos para tratamento das infecções oportunistas. Primeiro
caso diagnosticado na população indígena. Total de casos notificados no Brasil: 4.535.
1989: Morre Lauro Corona, ator da TV Globo, aos 32 anos. Ativistas levam o fabricante do
AZT (Burroughs Wellcome) a reduzir em 20% o preço do remédio. Novo Critério de
Definição para a classificação de Casos de Aids após o Congresso de Caracas, Venezuela.
Total de casos notificados no Brasil: 6.295.
1990:O cantor e compositor Cazuza morre aos 32 anos.
1991: Inicia-se o processo para a aquisição e distribuição gratuita de anti-retrovirais
(medicamentos que dificultam a multiplicação do HIV). Dez anos depois da AIDS ser
identificada, a OMS anuncia que 10 milhões de pessoas estão infectadas pelo HIV no mundo.
O jogador de basquete Magic Johnson anuncia que tem HIV. O Videx (ddl), que como o AZT
faz parte de um grupo de drogas chamadas inibidores de transcriptase reversa, é lançado.
Total de casos notificados no Brasil: 11.805.
1992: Primeiro estudo sobre o uso de várias drogas combinadas contra o HIV. Estudo sobre a
importância das doenças sexualmente transmissíveis (DST) como co-fator para a transmissão
do HIV, podendo aumentar o risco de transmissão e aquisição do HIV em até 18 vezes (Dra.
J. Wasserheit). Gallo e Montagnier chegam a um acordo definitivo sobre o crédito da
descoberta do vírus. A opinião pública brasileira fica indignada quando a menina Sheila
Cartopassi de Oliveira, de cinco anos, tem a matrícula recusada em uma escola de São Paulo,
por ser portadora de HIV. Inclusão, no código internacional de doenças, da infecção pelo
HIV. Ministério da Saúde inclui os procedimentos para o tratamento da AIDS na tabela do
SUS. Início do credenciamento de hospitais para o tratamento de pacientes com AIDS.
Campanha: Vamos todos contra a AIDS de mãos dadas com a vida. Total de casos: 14.924.
1993: Início da notificação da AIDS no Sistema Nacional de Notificação de Doenças -
SINAN. Morre o bailarino Rudolf Nureyev. A atriz Sandra Brea (1952-2000) anuncia que é
portadora do vírus. A opinião pública começa a perceber que a doença atinge também as
mulheres. O AZT passa a ser produzido no Brasil. Total de casos notificados no Brasil:
16.760.
1994: Acordo com o Banco Mundial dá impulso às ações de controle e prevenção às DST e à
AIDS previstas pelo Ministério da Saúde. Estudos mostram que o uso do AZT ajuda a
prevenir a transmissão do HIV de mãe para filho. Definição para diagnosticar casos de AIDS
em crianças. Total de casos notificados no Brasil: 18.224.
1995: Medicações consolidadas para o tratamento anti-retroviral até este momento:
AZT/ddI/ddC. Uma nova classe de drogas contra o HIV, os inibidores de protease, é aprovada
nos EUA. Zerti (d4T) e Epivir (3TC), outros inibidores de transcriptase reversa, são lançados,
aumentando as escolhas de tratamento. Estudos revelam que a combinação de drogas reduz a
progressão da infecção, mas o custo do tratamento é de US$ 10 mil a US$ 15 mil por ano.
Aparecimento dos primeiros inibidores de protease (medicações que dificultam a
multiplicação do HIV no organismo). Até esse ano, a assistência medicamentosa era precária.
Estudo demonstra que o tratamento precoce das DST, com conseqüente redução no tempo de
evolução das doenças e de suas complicações, faz com que o risco de transmissão e aquisição
do HIV diminuam. A incidência do HIV é reduzida em 42% com essas medidas (Grosskurt H
et al.). Total de casos notificados no Brasil: 19.980.

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1996: Primeiro consenso em terapia anti-retroviral (regulamentação da prescrição de
medicações para combater o HIV). Lei fixa o direito ao recebimento de medicação gratuita
para tratamento da AIDS. Disponibilização do AZT venoso na rede pública. Queda das taxas
de mortalidade por AIDS, diferenciada por regiões. Percebe-se que a infecção aumenta entre
as mulheres (feminização), dirige-se para os municípios do interior dos estados brasileiros
(interiorização) e aumenta significativamente na população de baixa escolaridade e baixa
renda (pauperização). Total de casos notificados no Brasil: 22.343.
1997: Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para o monitoramento de pacientes com
HIV em terapia com anti-retroviral, com a realização de exames de carga viral e contagem de
células CD4 (células que fazem parte do sistema de defesa do organismo ou sistema
imunológico). Morre o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Hemofílico, contaminado por
transfusão de sangue, defendia o tratamento digno dos doentes de AIDS. Total de casos
notificados no Brasil: 22.593.
1998: Validação do algoritmo nacional para diagnóstico das DST no Brasil (Moherdaui F et
al.). Ministério da Saúde recomenda a aplicação da Abordagem Sindrômica das DST para seu
tratamento oportuno e conseqüente diminuição da incidência do HIV. Onze medicamentos
disponíveis, gratuitamente, na rede de saúde. Lei define como obrigatória a cobertura de
despesas hospitalares com AIDS pelos seguros-saúde privados (não assegura tratamento anti-
retroviral). Muitos soropositivos que usam o coquetel apresentam cargas virais indetectáveis
pelos exames. Mas o HIV continua 'escondido' no organismo (gânglios linfáticos, medula e
partes do cérebro). Cientistas registram a imagem da estrutura cristalina da proteína gp 120 do
vírus da AIDS, usada por ele para entrar nas células do sistema imunológico atacadas pelo
HIV. Campanhas: Sem camisinha não tem carnaval; A força da mudança: com os jovens em
campanha contra a AIDS.
1999: Aumenta para 15 o número de medicamentos disponibilizados pelo Ministério da
Saúde. Queda de 50% na mortalidade dos pacientes de AIDS e melhora da qualidade de vida
dos portadores do HIV. Estudos indicam que, quando o tratamento é abandonado, a infecção
torna-se outra vez detectável. Pacientes desenvolvem efeitos colaterais aos remédios. Marylin,
um chimpanzé fêmea, ajuda a confirmar que o SIV (Simian Immunodeficiency Virus ou
Vírus da Imunodeficiência dos Símios) foi transmitido para seres humanos e sofreu mutações,
transformando-se no HIV. Testes genéticos mostram que o HIV é bastante similar ao SIV,
que infecta os chimpanzés, mas não os deixa doentes. Total de casos notificados no Brasil
1998/1999 (até agosto): 22.102.
2000: A 13ª Conferência Internacional sobre Aids, em Durban, na África do Sul, denuncia ao
mundo a mortandade na África. Dezessete milhões morreram de Aids no continente, 3,7
milhões são crianças. 8,8% dos adultos estão contaminados. O Presidente da África do Sul,
Thabo Mbeki, escandaliza o mundo ao sugerir que o HIV não causa a AIDS. Realização do I
Forum em HIV/Aids e DST da América Latina, no Rio de Janeiro. A partir de acordo
promovido pelas Nações Unidas, cinco grandes companhias farmacêuticas concordam em
diminuir o preço dos remédios usados no tratamento da AIDS para os países em
desenvolvimento. No Brasil, aumentam os casos em mulheres. A proporção nacional de casos
de AIDS notificados já é de uma mulher para cada dois homens. Total de casos notificados no
Brasil 1999/2000 (até junho): 17.806.
2001: Implantação da Rede Nacional de Laboratórios para Genotipagem. O Brasil ameaça
quebrar patentes e consegue negociar com a indústria farmacêutica internacional a redução no
preço dos medicamentos para AIDS. Organizações médicas e ativistas denunciam o alto preço
dos remédios contra AIDS. Muitos laboratórios são obrigados a baixar o preço das drogas nos
países do Terceiro Mundo. O HIV Vaccine Trials Network (HVTN) planeja testes com vacina
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em vários países, entre eles o Brasil. Total de casos de AIDS acumulados: (1980 - 2001)
220.000.
2002: O Fundo Global para o Combate a Aids, Tuberculose e Malária é criado para captar e
distribuir recursos, que serão utilizados por países em desenvolvimento, para o controle das
três doenças infecciosas que mais matam no mundo. Um relatório realizado pelo Unaids,
Programa Conjunto das Nações Unidas para a luta contra a AIDS, afirma que a Aids vai
matar 70 milhões de pessoas nos próximos 20 anos, a maior parte na África, a não ser que as
nações ricas aumentem seus esforços para conter a doença. A 14ª Conferência Internacional
sobre Aids é realizada em Barcelona. Total de casos de AIDS acumulados: (1980-2002)
258.000.
2003:Realização do II Forum em HIV/Aids e DST da América Latina, em Havana, Cuba. O
Programa Brasileiro de DST/Aids recebe um prêmio de US$ 1 milhão, da Fundação Bill &
Melinda Gates, como reconhecimento às ações de prevenção e assistência no país. Os
recursos foram doados para ONGs que trabalham com portadores de HIV/Aids. O Programa
Nacional de DST/Aids é considerado por diversas agências de cooperação internacional como
referência mundial. Total de casos de AIDS acumulados até 2003: 310.310.
2004: Morrem duas lideranças transexuais, a advogada e militante Janaína Dutra e a ativista
Marcela Prado (ambas foram grandes colaboradoras do Programa Nacional de DST e Aids).
Lançamento do algoritmo brasileiro para testes de genotipagem. Recife reúne quatro mil
participantes em três congressos simultâneos: o V Congresso Brasileiro de Prevenção em
DST/Aids, o V Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e
Aids (SBDST) e o I Congresso Brasileiro de Aids. Total de casos de AIDS acumulados até
30/06/04: 362.364.
2005: Makgatho Mandela (filho do ex-presidente Nelson Mandela) morre em conseqüência
da AIDS aos 54 anos. O tema do Dia Mundial de Luta Contra a Aids no Brasil aborda o
racismo como fator de vulnerabilidade para a população negra. Total de casos de AIDS
acumulados até junho de 2005: 371.827.
2006: O terceiro sábado de outubro é promulgado como o Dia Nacional de Combate à Sífilis.
Toronto recebe 20 mil pessoas para a 16ª Conferência Mundial sobre Aids, o maior evento
sobre AIDS no mundo. Dia Mundial de Luta contra a Aids teve sua campanha protagonizada
por pessoas vivendo com AIDS. À noite, em uma ação inédita, a inscrição da RNP+ “Eu me
escondia para morrer, hoje me mostro para viver” foi projetada em raio laser nas duas torres
do Congresso Nacional, que ficou às escuras, como forma de lembrar os mortos pela
doença. Acordo reduz em 50% preço do anti-retroviral tenofovir, representando uma
economia imediata de US$ 31,4 milhões por anos. Total de casos de AIDS acumulados até
30/06/06: 433.067.
2007: Em janeiro, a Tailândia decide copiar o anti-retroviral Kaletra, e em maio, o Brasil
decreta o licenciamento compulsório do Efavirenz. Também é assinado acordo para reduzir
preço do anti-retroviral Lopinavir/Ritonavir. O Programa Nacional de DST/AIDS institui
Banco de Dados de violações dos direitos das pessoas portadoras do HIV. Em um ano, a
UNITAID reduz preços de medicamentos anti-retrovirais em até 50%. Aumenta a sobrevida
das pessoas com AIDS no Brasil. A Campanha do Dia Mundial, cujo tema são os jovens, é
lançada no Cristo Redentor. Os Ministérios da Saúde e Educação e as Nações Unidas
premiam máquinas de preservativos. Total de casos de AIDS acumulados até junho de 2007:
474.273.

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AIDS:

A AIDS é uma doença causada pelo vírus humano da imunodeficiência, o HIV. Uma
doença mortal que ataca o sistema imunológico do corpo. A sigla AIDS quer dizer Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida. O HIV é encontrado no sangue, no esperma, na secreção
vaginal e no leite materno de pessoas infectadas.
Como o HIV ataca o sistema imunológico, varias infecções chamadas de oportunistas
se desenvolvem, tirando proveito da fraqueza do sistema imunológico. Essas infecções
normalmente não causam problemas graves ou fatais.
No entanto, devido a AIDS, estas infecções eventualmente causam a morte porque o
corpo não consegue defender-se, e acaba por ser atacados por infecções oportunistas e/ou
tumores. (2)

CAUSA:

A AIDS é causada pelo vírus HIV, Retrovírus atualmente denominado como Vírus da
Imunodeficiência Humana. Vírus RNA. Com 2 tipos conhecidos: o HIV-1 e o HIV-2.
O HIV destrói os linfócitos - células responsáveis pela defesa do nosso organismo -,
tornando a pessoa vulnerável a outras infecções e doenças oportunistas, chamadas assim por
surgirem nos momentos em que o sistema imunológico do indivíduo está enfraquecido.
Os linfócitos atingidos pelo HIV são do tipo CD4. O HIV invade estas células de
defesa e começa a se replicar. Após isso, centenas de vírus rompem o linfócito, espalhando
várias cópias virais na corrente sanguínea que irão atacar outros linfócitos, dando
continuidade à replicação e aumento do HIV.
À medida que o tempo passa, o número de linfócitos diminui e o do HIV aumenta,
deixando o indivíduo indefeso contra infecções e doenças oportunistas.

TRANSMISSÃO:

As formas de transmissão do vírus HIV são: pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e
pelo leite materno.
Transmissão sexual: ocorre pelo ato sexual vaginal, anal ou oral no qual haja contado
do sangue, sêmen ou secreções vaginais da pessoa infectada pelo HIV com a pessoa sadia.
Pode haver infecção também através do contato com objetos sexuais contaminados, caso não
sejam devidamente lavados ou cobertos com uma camisinha.
Transmissão por sangue contaminado: o HIV pode ser transmitido através do sangue
ou produtos derivados do sangue (como plasma e plaquetas) em transfusões sanguíneas.
Desde o início da década de 90, hospitais e bancos de sangue têm feitos exames de rotina no
sangue de doadores para identificação do HIV. Estes exames reduziram substancialmente o
risco de alguém ser contaminado pelo HIV durante uma transfusão.
_______________
(2) UOL Boa Saúde (site). < http://boasaude.uol.com.br/lib/showdoc.cfm?libdocid=3248&returncatid=59>. Capturado em 15/10/2009

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Transmissão através de agulhas ou seringas contaminadas: o HIV pode ser transmitido
através de agulhas ou seringas contaminadas. Usuários de drogas injetáveis que compartilham
seringas ou agulhas, também têm risco da transmissão do vírus da hepatite e outras doenças
infecciosas.
Transmissão através de perfuração acidental com agulhas ou objetos cortantes: a
transmissão do HIV de um paciente contaminado para um profissional de saúde, seja por uma
perfuração acidental por agulha durante procedimento cirúrgico ou mesmo numa punção
venosa, é baixa. Especialistas acreditam que o risco de contaminação neste tipo de acidente
seja menor que 1%.
Transmissão da mãe para o filho: a cada ano, cerca de 600.000 recém-nascidos são
infectados pelo HIV, seja durante a gestação, durante o parto ou no período de amamentação.
Mas de a mulher recebe tratamento para o HIV durante a gravidez, o risco de infecção do
bebê se torna bastante reduzido.
Outros métodos de transmissão: em raros casos, o HIV pode ser transmitido através de
um órgão transplantado, inseminação artificial ou por equipamentos cirúrgicos ou
odontológicos não esterilizados.
“É importante ressaltar que o HIV não é transmitido pelo convívio social ou familiar,
abraço ou beijo, alimentos, água, picadas de mosquito ou de outros insetos.” (3)

QUADRO CLÍNICO:

A AIDS não se manifesta da mesma forma em todas as pessoas. Entretanto, os sintomas


iniciais são geralmente semelhantes e, além disso, comuns a várias outras doenças.
Geralmente estes sintomas aparecem de 02 a 04 semanas após a infecção. São eles:
• Febre
• Calafrios
• Dor de cabeça
• Dor de garganta
• Dores musculares
• Manchas na pele
• Gânglios ou ínguas embaixo do braço, no pescoço ou na virilha
“Mesmo que uma pessoa infectada não desenvolva os sintomas citados acima, ela é capaz
de transmitir o vírus para outros, enquanto o HIV se multiplica e ataca o sistema imunológico.
A AIDS propriamente dita pode levar mais de 10 anos para aparecer e manifestar os primeiros
sinais e sintomas.” (4)

______________

(3) Tem Cura, AIDS Aspectos Clínicos e Epidemiológicos (Site). <http://www.temcura.com.br/article_read.asp?id=49>. Capturado em 15/10/2009.

(4) Banco de Saúde, Tudo Sobre AIDS e Infecção pelo Vírus HIV (Site). <http://www.bancodesaude.com.br/aids/sintomas-aids> Capturado em
12/10/2009

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Com a progressão da doença e com o comprometimento do sistema imunológico do
indivíduo, começam a surgir doenças oportunistas e outros sintomas, tais como:
• Tuberculose
• Pneumonia
• Diarréia crônica
• Alguns tipos de câncer, como o sarcoma de Kaposi e o linfoma
• Candidíase e infecções do sistema nervoso (toxoplasmose e as meningites, por
exemplo)
• Emagrecimento
Em crianças, os sintomas da infecção pelo HIV podem ocorrer das seguintes formas:
• Dificuldade para ganhar peso
• Dificuldade na curva do crescimento
• Problemas para andar
• Atraso no desenvolvimento mental
• Formas graves de otite, pneumonia e amigdalite

DIAGNÓSTICO:

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes, realizados a partir da
coleta de uma amostra de sangue.
Esses testes podem ser realizados nos laboratórios de saúde pública, por meio do
atendimento do usuário nas unidades básicas de saúde, em Centros de Testagem e
Aconselhamento (CTA) e em laboratórios particulares. Nos CTA, o teste anti-HIV pode ser
feito de forma anônima e gratuita.
Nesses Centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de
aconselhamento, antes e depois do teste, feito de forma cuidadosa, a fim de facilitar a correta
interpretação do resultado pelo paciente.
Todos os testes devem ser realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério
da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA/MS) e por ela controlados.
O indivíduo portador do HIV pode ter um teste negativo caso esteja dentro da
chamada “janela imunológica”.
“Janela imunológica” é o termo que designa o intervalo entre a infecção pelo vírus da
AIDS e a detecção de anticorpos anti-HIV no sangue através de exames laboratoriais
específicos. Estes anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta
ao HIV, o que indica nos exames a confirmação da infecção pelo vírus. Para o HIV, o período
da janela imunológica é normalmente de duas a oito semanas, mas em alguns casos pode ser
mais prolongado.
Se um teste de detecção de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há
possibilidade de um resultado falso-negativo, caso a pessoa esteja infectada pelo vírus.
Portanto, se o teste for feito no período da janela imunológica e o resultado for negativo, é

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necessário realizar um novo teste, dentro de dois meses. Neste período ocorre a soroconversão
(o teste identifica os anticorpos anti-HIV), se a pessoa estiver realmente infectada.
É importante nesse período que a pessoa não passe por nenhuma situação de risco,
pois se estiver realmente infectada, já poderá transmitir o vírus para outras pessoas.
Testes e exames para identificação do HIV:
1. Testes Elisa: Essa técnica é amplamente utilizada como teste inicial para detecção
de anticorpos contra o HIV no sangue do paciente, podendo ser realizada com um grande
número de amostras ao mesmo tempo. Para a sua realização, utiliza-se uma placa de plástico
que contém algumas proteínas do HIV absorvidas ou fixadas nas cavidades em que cada
amostra de soro ou plasma (que são frações do sangue) será adicionada. Após uma seqüência
de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por
meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa. Se uma amostra
apresentar resultado negativo no teste Elisa, esse resultado é fornecido para o paciente,
acompanhado do aconselhamento pós-teste. Caso uma amostra apresente resultado positivo
nesse teste, é necessária a realização de outros testes adicionais, denominados testes
confirmatórios.
2. Teste de imunofluorescência indireta para o HIV: Esse teste também permite a
detecção de anticorpos contra o HIV. No entanto, somente é utilizado quando a amostra de
sangue do paciente apresentar resultado positivo no teste Elisa. É, portanto, um teste
confirmatório. Para a sua realização, utiliza-se uma lâmina de vidro que contém células
infectadas com o HIV, fixadas nas cavidades onde o soro ou plasma do paciente é adicionado.
Após uma seqüência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o
resultado é fornecido por meio da leitura em um microscópio de imunofluorescência. Esses
testes são produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz/Ministério da Saúde e são distribuídos
gratuitamente para os laboratórios da rede pública.
3. Teste western blot: O western blot também é um teste confirmatório, que tem custo
bastante elevado. Assim, só é realizado quando a amostra de sangue do paciente apresentar
resultado positivo no teste Elisa. Para sua realização, utiliza-se uma tira de nitrocelulose que
contém algumas proteínas do HIV fixadas. O soro ou plasma do paciente é então adicionado,
ficando em contato com a tira de nitrocelulose. Após uma seqüência de etapas, em que são
adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura visual,
que é feita pelo profissional responsável pela execução do exame.
4. Testes rápidos anti-HIV: Os testes rápidos permitem a detecção de anticorpos
contra o HIV, presentes na amostra de sangue do paciente, em um tempo inferior a 30
minutos. Por isso, podem ser realizados no momento da consulta. A utilização desse teste
permite que, em um mesmo momento - o da consulta -, o paciente faça o teste, tenha
conhecimento do resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste. Esses testes são
produzidos pela Universidade federal do Espírito Santo e pela Fundação Oswaldo
Cruz/Ministério da Saúde e são distribuídos gratuitamente para serviços de saúde da rede
pública em todo o país, incluindo um grande número de maternidades.

TRATAMENTO:

Não existe cura para a doença, entretanto a melhor maneira de combater o vírus é
impedir sua multiplicação. É o que fazem os medicamentos anti-HIV, que devem baixar a
carga viral, tornando-a indetectável e, se possível, restaurar a imunidade. Mas, para que o
tratamento contra a AIDS seja mais eficaz, é recomendável iniciá-lo antes que a pessoa tenha
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alguma doença e que seu sistema imunológico esteja muito enfraquecido. É a razão pela qual,
hoje, muitas pessoas infectadas pelo HIV fazem um tratamento enquanto dispõem de boa
saúde. Todavia, o início de tratamento raramente ocorre com urgência. É importante informar-
se bem com seu médico, grupos e outras pessoas sob tratamento e se preparar antes de
começar um tratamento anti-HIV.
Aquela imagem do paciente com AIDS, caquético, cheio de lesões de pele e
candidíase oral, já não é mais tão comum. O tratamento avançou muito nos últimos anos e boa
parte dos doentes mantém seus níveis de CD4 elevados, impedindo a ocorrência de infecções
oportunistas. (5)
O estado de saúde de cada pessoa, o estilo de vida e preferências pessoais vão
influenciar a escolha das drogas anti-retrovirais.
A seguir, alguns tópicos que devem, também, ser considerados:
• A combinação de drogas deve ser forte o suficiente para baixar a carga viral aos mais
baixos níveis possíveis, que irão reduzir os riscos do surgimento de doenças
oportunistas no futuro;
• Na terapia combinada é melhor não incluir nenhuma droga anti-retroviral que já tenha
sido usada como monoterapia;
• Ao escolher a primeira combinação de drogas é importante planejar a longo prazo. O
ideal é que o infectologista informe qual é a segunda opção, caso a primeira falhe;
• Existe a possibilidade do aparecimento de efeitos colaterais. Assim, antes de iniciar a
terapia é prudente levá-los em consideração e discuti-los com o médico;
• Alguns anti-retrovirais interagem de maneira ruim com outros medicamentos que
possam estar sendo tomados. Podem tornar-se menos eficazes ou, por outro lado, até
perigosos. É indispensável, portanto, que o médico esteja ciente das outras medicações
utilizadas junto com o coquetel.
Drogas disponíveis: Atualmente, há 17 drogas que compõem o arsenal contra o HIV, são
elas:
• Inibidoras da protease: indinavir (Crixivan); ritonavir (Norvir); saquinavir (Invirase ou
Fortovase); nelfinavir (Viracept); amprenavir (Agenerase); lapinovir (Kaletra).
• Inibidoras da Transcriptase Reversa Nucleosídeos: zidovudina (Retrovir ou AZT);
didanosina (Videx ou ddI); zalcitabina (Hivid ou ddC); estavudina (Zerit ou d4T);
lamivudina (Epivir ou 3TC); combivir (AZT + 3TC); abacavir (Ziagen); Trizivir (AZT
+ 3TC + abacavir).
• Inibidoras da Transcriptase Reversa Não Nucleosídeos: nevirapina (Viramune);
efavirenz (Sustiva); delavirdina (Rescriptor).
Coquetel do dia seguinte: São os medicamentos anti-retrovirais usados após a
exposição acidental da pessoa ao vírus. No Brasil é preconizado após acidentes de trabalho,
quando médicos ou pessoal da enfermagem se ferem com uma agulha ou objeto cortante
contaminado; ou em vítimas de estupros. Em alguns países, como a França, tem sido
recomendado também depois de relação sexual sem preservativos com parceiro infectado.
_______________
(5)MD Saúde, Sintomas do HIV e AIDS (Site). < http://www.mdsaude.com/2009/07/sintomas-hiv-aids-sida.html>. Capturado em 12/10/2009

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Momento ideal para iniciar o tratamento com o coquetel: Ninguém sabe qual é o
momento ideal para o início da terapia. A decisão vai depender das condições de saúde da
pessoa e da linha científica adotada pelo médico. No Brasil, existe um consenso elaborado por
técnicos do Ministério da Saúde, segundo o qual se deve dar medicamentos quando a carga
viral superar 100.000/ml e o CD4 tornar-se inferior a 500/ml. Pessoas com CD4 maior que
500/ml só devem iniciar a terapia quando a carga viral for maior a 100.000 cópias/ml.
Ação dos medicamentos: O HIV infecta as células do sistema imunológico
(principalmente as células CD4) e as utiliza para fazer novas cópias do vírus. Estas cópias,
então, continuam infectando outras células vizinhas. Com o tempo, isso vai diminuindo a
habilidade do corpo em combater infecções. As drogas anti-retrovirais agem impedindo o
HIV de se reproduzir dentro das células CD4, cessando a infecção de novas células pelas suas
cópias. Ao fazer isto, a quantidade de HIV no organismo diminui e o dano que ele pode
causar ao sistema imunológico também é reduzido.
Terapia combinada: Significa usar duas ou mais drogas juntas, o que popularmente se
conhece como coquetel e é muito mais eficaz e duradoura do que monoterapia (um
medicamento de cada vez) na tarefa de reduzir a quantidade de HIV presente no organismo,
prevenindo, assim, o desenvolvimento dos sintomas da AIDS. Quando uma população de
vírus é combatida por mais de uma droga, torna-se mais raro o surgimento de vírus mutantes
ou resistentes. Hoje, a monoterapia é utilizada somente por gestantes infectadas pelo HIV, em
esquema de quimioprofilaxia da transmissão mãe-filho.
A terapia combinada vem apresentando bons resultados em diferentes estágios da
infecção (pessoas com ou sem sintomas). Isso significa que não há evidências da relação entre
tempo e melhores resultados.
Efeitos colaterais: Visando diminuir ou eliminar alguns efeitos colaterais, médicos e
pacientes estão experimentando trocar o esquema de drogas. Vários estudos em andamento
sugerem que esta estratégia pode ser bem-sucedida no caso de redução de níveis de
triglicérides e colesterol, ao contrário do que ocorre com a lipodistrofia, para a qual, até o
momento, não existe resposta definitiva.
Em alguns casos, as reações adversas são mais severas no início do tratamento, mas
diminuem com o tempo, se a pessoa puder tolerá-las. Em outros, podem ser controladas pela
sensibilização, isto é, iniciar-se a droga com dose menor do que a habitual, aumentando-a
gradativamente.
De qualquer forma, conscientização é a palavra-chave na hora de aliviar ou eliminar os
efeitos colaterais dos antivirais: cabe aos médicos informar seus pacientes sobre as potenciais
reações (a maioria não experimenta reação alguma). Mas, é obrigação do paciente comunicar
ao médico todas as sensações diferentes devidas aos remédios, mesmo as aparentemente
simples.
Efeitos secundários específicos: Certas classes de drogas são associadas com maior
freqüência a efeitos secundários específicos. Por exemplo, alguns análogos de nucleosídeos
(AZT, ddI, 3TC etc.) tendem a causar reduções no número de glóbulos brancos e toxicidade
mitocondrial (ataque a filamentos no interior das células).
Alguns inibidores da transcriptase reversa não nucleosídeos (delavirdina, nevirapina,
efavirenz) causam mais reações cutâneas (doenças na pele). Já o tratamento anti-HIV de
longo prazo, especialmente os que empregam regimes que incluem um inibidor da protease

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(indinavir, saquinavir, ritonavir etc.), é associado a elevações do nível de gordura no sangue
(diabetes) e redistribuição de gordura no organismo (lipodistrofia).
Efeitos colaterais mais comuns: Entende-se por efeitos colaterais, também
conhecidos como efeitos secundários, toxicidade farmacológica ou reações adversas, qualquer
reação inesperada produzida por um medicamento. Podem ser leves e transitórios; moderados
e persistentes; graves ou potencialmente mortais e, infelizmente, alguns destes efeitos não são
confirmados até que o fármaco esteja aprovado, devidamente comercializado e utilizado por
milhares de pessoas.
Os efeitos colaterais mais freqüentes que se apresentam no início do tratamento
incluem cansaço, náusea, vômitos, diarréia, dores musculares, dor de cabeça e irritação de
pele. Outros efeitos variam de acordo com o tipo de remédio que está sendo usado. Pacientes
com AIDS em estágio avançado tendem a apresentar reações adversas com mais freqüência.
Principais benefícios do coquetel: A terapia combinada previne o desenvolvimento
das infecções, diminui a carga viral e aumenta a contagem de CD4. Algumas semanas após o
início do tratamento, muitas pessoas sentem que recuperaram o apetite e o peso e ainda, sua
energia e bem-estar.
Pode-se, inclusive, aumentar o interesse sexual. Entretanto, ainda não se sabe com
certeza durante quanto tempo a combinação de drogas irá manter seus benefícios. Até agora,
mostrou-se efetiva por, pelo menos, dois anos.
Falhas e resistências: Se a carga viral aumentar rapidamente ou de maneira
sistemática, durante um tempo, mesmo com o uso da terapia combinada, isto indica que se
está diante de um HIV resistente a alguma droga. Para evitar esse problema, recomenda-se:
• Não incluir na terapia combinada drogas anti-retrovirais que já tenham sido usadas em
monoterapia (uso de um só remédio);
• Tomar as drogas nos horários certos e com dieta adequada;
• Encontrar uma combinação que consiga reduzir a carga viral e mantê-la muito baixa,
preferivelmente em níveis indetectáveis.
Não menos importante é enfatizar que o Brasil é um dos poucos países que financia
integralmente a assistência ao paciente com AIDS na rede pública de saúde, com gastos, só
em medicamentos, em mais de 1 bilhão de reais em 2001, atendendo mais de 100.000
pacientes em todo o território nacional. (6)

PREVENÇÃO:

Uso da camisinha (ou preservativo masculino): diversos estudos confirmam a


eficiência do preservativo na prevenção da AIDS e de outras doenças sexualmente
transmissíveis. Em um estudo realizado recentemente na Universidade de Wisconsin (EUA),
demonstrou-se que o correto e sistemático uso de preservativos em todas as relações sexuais
apresenta uma eficácia estimada em 90-95% na prevenção da transmissão do HIV.

_______________
(6)PDAMED, AIDS - Tratamento de Doenças Dermatológicas (Site) < http://www.pdamed.com.br> . Capturado em 19/10/2009

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Pré-natal: toda mulher grávida deve fazer o teste da AIDS. Esse exame é
especialmente importante durante os meses de gestação, pois, em caso positivo para infecção
da mãe, ela poderá receber um tratamento adequado e, na hora do parto, evitar a transmissão
vertical (de mãe para filho) do HIV. Se forem tomados todos os cuidados devidos, esse risco
pode ser reduzido em até 67%.
A prevenção de uma transmissão vertical é feita pela mãe, sob orientação médica
sempre, por meio do uso do AZT durante a gravidez e no momento do parto. O recém nascido
também deve fazer uso desse mesmo medicamento por um período de 06 semanas.
A transmissão do HIV também pode acontecer durante a amamentação, através do
leite materno. Portanto, o leite da mãe portadora do vírus HIV deve ser substituído por leite
artificial ou leite humano processado em bancos de leite que fazem aconselhamento e triagem
das doadoras.
Uso de agulhas e seringas descartáveis: o risco de um usuário de droga injetável
infectar-se pelo HIV está ligado à forma como a droga é utilizada: se houver
compartilhamento de seringas e agulhas, esse risco é bem elevado. Por isso, há a
recomendação da utilização de agulhas e seringas descartáveis.

ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS

AIDS NO BRASIL
De 1980 a junho de 2007 foram notificados 474.273 casos de AIDS no País – 289.074
no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte.
No Brasil e nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, a incidência de AIDS tende à
estabilização. No Norte e Nordeste, a tendência é de crescimento. Segundo critérios da
Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de
prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos.
Em 2006, considerando dados preliminares, foram registrados 32.628 casos da doença.
Em 2005, foram identificados 35.965 casos, representando uma taxa de incidência de 19,5
casos de AIDS a cada 100 mil habitantes. (7)
O Boletim Epidemiológico 2007 trouxe, pela primeira vez, dados sobre a proporção de
pessoas que continuaram vivendo com AIDS em até cinco anos após o diagnóstico. O estudo
foi feito com base no número de pessoas identificadas com a doença em 2000. Os dados
apontam que, cinco anos depois de diagnosticadas, 90% das pessoas com AIDS no Sudeste
estavam vivas. Nas outras regiões, os percentuais foram de 78%, no Norte; 80%, no Centro
Oeste; 81%, no Nordeste; e 82%, no Sul.
A análise mostra, ainda, que 20,5% dos indivíduos diagnosticados com AIDS no Norte
haviam morrido em até um ano após a descoberta da doença. No Centro Oeste, o percentual
foi de 19,2% e no Nordeste, de 18,3%. Na região Sudeste, o indicador cai para 16,8% e, no
Sul, para 13,5%. A média do Brasil foi de 16,1%. Em números absolutos, o Brasil registrou
192.709 óbitos por AIDS, de 1980 a 2006, considerando que os dados do ano passado ainda
são preliminares.
______________
(7)Ministério da Saúde – DST/AIDS (Site) < http://www.aids.gov.br> Capturado em 12/10/2009.

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Na série histórica, foram identificados 314.294 casos de AIDS em homens e 159.793
em mulheres. Ao longo do tempo, a razão entre os sexos vem diminuindo de forma
progressiva. Em 1985, havia 15 casos da doença em homens para 1 em mulher. Hoje, a
relação é de 1,5 para 1. Na faixa etária de 13 a 19 anos, há inversão na razão de sexo, a partir
de 1998.
Em ambos os sexos, a maior parte dos casos se concentra na faixa etária de 25 a 49
anos. Porém, nos últimos anos, tem-se verificado aumento percentual de casos na população
acima de 50 anos, em ambos os sexos.
Em 2005, foram identificados 700 casos de AIDS na população de menores de cinco
anos, representando taxa de incidência de 3,9 casos por 100 mil habitantes. Em 2006, foram
registrados 526 casos em menores de 5 anos, mas esse número provavelmente está
subnotificado. Considerando as regiões, a taxa de incidência é maior no Sul (6,1), seguido do
Sudeste (4,4); Nordeste (3,1); Norte (2,7) e Centro Oeste (2,6).
Do total de 192.709 óbitos por AIDS identificados no Brasil (1980-2006*), a maioria
foi no Sudeste, com 131.840 mortes em decorrência da doença. Em seguida, vêm Sul
(28.784), Nordeste (18.379), Centro Oeste (8.738) e Norte (4.968).
Em 2004, pesquisa de abrangência nacional estimou que no Brasil cerca de 593 mil
pessoas, entre 15 a 49 anos de idade, vivem com HIV e AIDS (0,61%). Deste número, cerca
de 208 mil são mulheres (0,42%) e 385 mil são homens (0,80%).
A mesma pesquisa mostra que quase 91% da população brasileira de 15 a 54 anos
citou a relação sexual como forma de transmissão do HIV e 94% citou o uso de preservativo
como forma de prevenção da infecção. O conhecimento é maior entre as pessoas de 25 a 39
anos, entre os mais escolarizados e entre as pessoas residentes nas regiões Sul e Sudeste.
Os indicadores relacionados ao uso de preservativos mostram que aproximadamente
38% da população sexualmente ativa usou preservativo na última relação sexual,
independentemente da parceria. Este número chega a 57% quando se consideram apenas os
jovens de 15 a 24 anos. O uso de preservativos na última relação sexual com parceiro eventual
foi de 67%. A proporção comparável em 1998 foi de 63,7%.

AIDS NO MUNDO
Conforme o relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre
HIV/AIDS, existem no mundo aproximadamente 33 milhões de pessoas vivendo com
HIV/AIDS. Esse número inclui os 2,5 milhões estimados de pessoas que adquiriram o HIV
durante 2004.
O número de pessoas que vivem com o HIV diminuiu globalmente em comparação
com os dos anos anteriores. A diferença nos números se deve ao aperfeiçoamento da
metodologia e às ações efetivas de enfrentamento da epidemia que vêm sendo desenvolvidas
em diversos países.
A África Subsaariana é a área mais afetada, com aproximadamente dois terços do total
mundial (22,5 milhões de pessoas com o HIV); desse número três quartos são do sexo
feminino. A região também concentra 76% das mortes pela doença.
Na América Latina, o relatório afirma que a epidemia permanece estável. Em 2007, o número
estimado de novas infecções na região foi de 100 mil; e o de mortes, de 58 mil. Atualmente,
estima-se que 1,6 milhão de pessoas vivam com AIDS na América Latina.
O documento também indica aumento de 150% no número de pessoas infectadas na Europa
17
Oriental e Ásia Central: passou de 630 mil, em 2001, para 1,6 milhão, em 2007. Noventa por
cento das pessoas com HIV no Leste Europeu vivem na Ucrânia e na Rússia.
CONCLUSÃO:

Por seu caráter pandêmico e sua gravidade, a AIDS representa um dos maiores
problemas de saúde pública da atualidade. No Brasil, desde a identificação do primeiro
caso em 1980 até o mês de junho de 2008, já foram identificados, aproximadamente, 506 mil
casos da doença.
De uma ótica mais ampla, temos que reconhecer o direito à saúde como um dos
direitos mais fundamentais dos seres humanos e entendê-la num conceito não-reducionista, ou
seja, de que não é possível promover saúde sem que condições mínimas de nutrição, acesso à
moradia, educação e empregos sejam garantidas.
A evolução da epidemia de AIDS no Brasil afeta seletivamente uma população menos
favorecida do ponto de vista socioeconômico, e também do ponto de vista sociocultural com
implicações importantes para as ações de prevenção e assistência. O acesso restrito à
educação acaba dificultando apreensão das mensagens educativas.
O que cada um vai fazer em relação a AIDS será sempre uma questão pessoal e
intima, e este fato não deve ser atenuado por ilusões onipotentes comportamentalistas. Cabe-
nos, como futuros profissionais de saúde, desde já fazer a nossa parte, da melhor forma
possível, e acreditar na capacidade do indivíduo no desejo e busca em uma melhor condição
de vida, apesar de todas as dificuldades que, aliás, também são nossas, enquanto seres
humanos.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

FEBRASGO. Manual de Orientação DST/AIDS. São Paulo, 2004.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Implicações Éticas do Diagnóstico e da Triagem Sorológica


do HIV. Brasília, 2004.

Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Disponível em <http://www.aids.gov.br>.


Capturado em 10/10/2009.

Banco de Saúde. Disponível em <http://www.bancodesaude.com.br/aids/sintomas-aids>.


Capturado em 12/10/2009.

Tem Cura. Disponível em <http://www.temcura.com.br/article_read.asp?id=49>. Capturado


em 15/10/2009.

PDAMED. Disponível em < http://www.pdamed.com.br>. Capturado em 19/10/2009.

UOL Boa Saúde. Disponível em <http://boasaude.uol.com.br>. Capturado em 15/10/2009.

M D Saúde. Disponível em <http://www.mdsaude.com/2009/07/sintomas-hiv-aids-


sida.html>. Capturado em 13/10/2009.

FERNANDES, João Cláudio L.; Práticas Educativas para a prevenção do HIV/AIDS. Rio
de Janeiro, 1994.

FONSECA, Maria Goretti Pereira; SZWARCWALD Célia Landmann; BASTOS Francisco


Inácio; Análise Sociodemografica da Epidemia de AIDS no Brasil, 1989-1997. São Paulo,
2002.

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