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WILEY
BENT FORMBY, Ph.D.
APAGUE A LUZ!
Durma melhor e: perca peso, diminua a pressão arterial
e reduza o estresse
Editora Campus
2000
Apague a luz!
Durma melhor e: perca peso, diminua a pressão arterial e
reduza o estresse
Bent Formby e T. S. Wiley
Auto-Ajuda 377 páginas
T. S. Wiley
SUMÁRIO
Introdução 13
PARTE 1, 21
SEGREDOS E MENTIRAS
UM 23
Queremos acreditar: a igreja dos falsos deuses
DOIS 41
No escuro: Um evento no nível da extinção
PARTE II 59
NÃO ESTAMOS SOZINHOS
TRÊS 61
Uma autópsia da terra:
O meio ambiente controla a genética da obesidade
QUATRO 83
No gelo: A evolução, a biofísica e o escuro
PARTE III 97
A VERDADE ESTÁ AQUI
CINCO 99
Negue tudo:
O sono controla o apetite e, portanto, a obesidade, o diabetes e a
hipertensão
SEIS 121
Tudo está dentro da sua cabeça:
Não dormir e comer açúcar demais v]ao levar você à loucura
Sete 145
O melhor lugar para esconder uma mentira é entre duas verdades:
O que faz parar o maior relógio de seu corpo
OITO 169
Dez segundos para a autodestruição:
No esquema evolutivo, o câncer é simplesmente o novo “você”
PARTE IV 193
SÓ OS PARANÓICOS SOBREVIVEM
NOVE 195
Controle dos danos:
O método rítmico de comer para evitar a extinção
DEZ 235
Tenha medo, muito medo:
Somos uma espécie em perigo
GLOSSÁRIO 245
NOTAS 267
ÍNDICE 369
Não estamos aqui preocupados com esperanças e medos, apenas
com a verdade, até onde nossa razão nos permite descobri-la. Já
forneci provas, ao máximo de minha capacidade...
- Charles Darwin
A descendência do homem
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INTRODUÇÃO
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nome que pode pegar... Talvez assim a perda do sono atraia
alguma atenção. De alguma maneira, a idéia de relacionar a perda
do sono a ser credor ou devedor de alguma coisa – igual a dinheiro
– atribua ao assunto maior importância. O dinheiro sempre fala alto
– e essa dívida de sono que você está contraindo tem um custo
anual direto, para a nação, de 15,9 bilhões de dólares, e um custo
indireto de mais de 100 bilhões de dólares, em horas perdidas de
trabalho e acidentes. Mas nós dizemos que o custo é, na verdade,
bem maior.
É o custo da sua vida.
Dormir depois que o despertador toca, cochilar no teclado do
computador ou derramar o café na mesa de trabalho, não são os
principais desastres para quem dorme pouco: a morte é a pior
conseqüência.
E, quando falamos de morte não estamos falando de acidentes de
automóvel.
Como a nação, estamos doentes porque não dormimos. Estamos
gordos e diabéticos porque não dormimos. Estamos morrendo de
câncer ou do coração porque não dormimos. Uma avalanche de
artigos científicos escritos e revisados por colegas nossos dão
suporte à nossa conclusão de que, quando não dormimos em
sincronia com a variação sazonal da exposição à luz, alteramos
definitivamente um equilíbrio da natureza que foi programado em
nossa fisiologia desde o Primeiro Dia. O relógio cósmico está
embutido na fisiologia de cada ser vivo.
A história que estamos prestes a contar é tão óbvia e, no entanto
tão fantástica, que você não acreditaria, se não fosse verdade. Há
mais coisas na história da perda de sono do que qualquer um de
nós esperaria, porque até agora ninguém foi capaz de enxergar o
quadro completo.
Nós enxergamos – e vamos mostrá-lo a você.
Em Apague a luz, provamos que a obesidade e os principais
assassinos relacionados a ela – doenças cardíacas, diabetes e
câncer – são causados por noites curtas, por trabalhar durante
horas ridiculamente longas, por, literalmente, queimar a vela nas
duas pontas – e pela eletricidade, que nos permite fazer tudo isso.
A causa, com toda a certeza, não é comer gordura demais ou a
falta de exercício.
Pesquisamos o crescimento da obesidade e das chamadas
doenças relacionadas a esse aumento de peso durante dois anos e
meio. Nossas conclusões são suportadas por mais de uma década
de pesquisa feita no National Institutes of Health (NIH), em
Washington, e em mais de
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outras fontes científicas. A nova abordagem em relação à doença
pode ser humilde e desconcertante, mas é o preço da verdade.
Então ouça.
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tínhamos hobbies, jogávamos beisebol, montávamos miniaturas de
navios, éramos membros de clubes e líderes de escoteiros. Hoje,
embora o número de horas que dedicamos ao trabalho e ao lazer
seja aproximadamente o mesmo, a proporção mudou
consideravelmente. Nos últimos trinta anos, desde 1970,
encontramos novas paixões para acrescentar às antigas: fazer
exercícios, ir ao médico, agüentar um tráfego cada vez mais
ensandecedor, assistir a 150 canais e a filmes de verdade na TV a
cabo, além dos mais recentes bandidos: e-mail e eBay. Não admira
que não sobra tempo para dormir ou cuidar das crianças.
Então, por que os guardiões da nossa saúde não prestam
atenção ao estresse e à falta de sono antes de colocarem a culpa
na comida? Vai advinhar. E quando resolveram examinar a dieta
dos americanos e dar conselhos, fizeram tudo ao contrário.
Disseram à população para comer açúcar e evitar gorduras.
Ao revelar como seu corpo evoluiu junto com o planeta e tudo o
mais que nele existe, e ao explicar como esse corpo utiliza o
alimento para provocar o sono e lidar com o estresse, podemos
dizer exatamente o que acontece – à sua mente, ao seu corpo e ao
planeta – quando você come. Agora vamos lhe mostrar a luz.
A ciência do ritmo circadiano explica tudo. Todos os mistérios
podem ser desvendados. Neste livro, examinamos as evidências
científicas através das lentes da biologia evolutiva e da biofísica.
Os mapas moleculares nos mostram o caminho de casa e nos
contam de novo o que sempre soubemos. O sono controla o
apetite, e o apetite e o estresse controlam a reprodução. Dormir,
comer e fazer amor controlam o envelhecimento.
Os hormônios melatonina e a prolactina são atores fundamentais
em nossa conexão mente-corpo-planeta. Eles se comunicam com o
sistema imunológico e com o sistema de metabolização de energia,
em relação aos ciclos de luz-e-escuridão. A insulina e a prolactina
orquestram a química cerebral que governa a serotonina e a
dopamina no cérebro, para controlar nosso comportamento e
estado de espírito. Serotonina e dopamina controlam o
comportamento em relação à comida e ao sexo. Resultado: pouco
sono faz você ficar gordo, faminto, impotente, hipertenso,
canceroso, e com o coração doente.
A energia solar é a catalizadora de todo tipo de vida. A quantidade
de luz que age sobre você informa os “controles” do seu “sistema”
sobre a rotação e a órbita do planeta em que vivemos. Esse
posicionamento global ajuda nossos sentidos a ficarem de olho no
estoque de alimentos.
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É essa comunicação cósmica que nos diz, desde o início dos
tempos, quando comer, o que comer e quando reproduzir, para
maximizar a comida disponível. Nós e todos os outros organismos
neste planeta evoluímos com o giro do planeta – dentro e fora da
luz do sol.
O fato de você estar lendo isto significa que o sistema teve
sucesso.
O fato de você querer ler isto mostra que o sistema está
desmoronando.
A maioria das pessoas está absolutamente cansada de controlar o
peso e preocupar-se com o coração. Estamos prestes a lhe dizer
como parar.
Poderíamos ter dado a este livro o título de Perca peso enquanto
você dorme, mas nos pareceu demasiado vulgar. Quase o
chamamos de Mantido no escuro, depois que descobrimos
exatamente onde eram conduzidos os estudos que provavam nossa
premissa: em Washington. E ninguém menos do que o National
Institutes of Health confirma que é um “dado” científico dizer que os
ciclos de luz-e-escuridão:
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Se o NIH realizou a maior parte dos estudos que fornecem as
provas de que a depressão, a obesidade, as doenças do coração e
o câncer podem ser prevenidos, em grande parte dos casos, se as
pessoas simplesmente dormirem mais e apagarem as luzes, por
que eles nos mantiveram no escuro até agora? Por que continuar a
insistir que dietas ricas em carboidratos e exercício vão nos curar?
Será que eles estão realmente tentando nos matar?
A verdade é sempre mais estranha que a ficção. Os cientistas da
MacArthur Mind/Body Foundation, da Universidade de Chicago, da
NASA, do National Institutes of Health e do National Institutes of
Mental Health, esses últimos em Washington, vêm estudando
biofísica ao longo da última década. Isso significa que os mais
importantes pensadores científicos dos Estados Unidos estão
pesquisando a mesma ciência que nós pesquisamos para este livro.
Enquanto você lê, também eles estão provando que nos
reproduzimos e nos alimentamos sazonalmente, que temos um
metabolismo fartura-fome, que desenvolvemos diabetes, doenças
cardíacas, câncer e depressões graves se dormirmos menos de
nove horas e meia por noite durante pelo menos sete meses no
ano.
Quando perguntamos ao Dr. Thomas Wehr, o chefe do
departamento que estuda os ritmos sazonais e circadianos no NIH
em Washington, se ele achava que a população tinha o direito de
saber que com menos de nove horas e meia de sono por noite – ou
seja, no escuro – as pessoas a) nunca serão capazes de deixar de
comer açúcar, fumar e beber álcool; e b) com grande margem de
certeza desenvolverão uma das seguintes condições: diabetes,
doenças cardíacas, câncer, infertilidade, doença mental e/ou
envelhecimento precoce, ele respondeu:”Bem, sim, ela tem o direito
de saber. E deve ser informada; mas isso não vai mudar nada.
Ninguém vai apagar mesmo as luzes...”
Talvez não.
Afinal, a luz é sedutora. Quanto mais tempo ficamos acordados,
mais aprendemos. É por isso que os americanos são os melhores e
os mais brilhantes – e também os mais doentes do mundo.
Mas ainda acreditamos que algo pode acontecer.
Afinal, quando os números divulgados pelas autoridades disseram
aos americanos, no final da década de 1960, que era melhor
encontrarem tempo para fazer exercícios ou então morreriam, eles
passaram a fazer exercícios. E quando nos disseram para cortar a
gordura de nossa dieta porque senão morreríamos, todas as
fábricas de alimentos se prepararam para isso. Quando a medicina
declarou que os remédios para
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diminuir o colesterol seriam a nossa salvação, enquanto ficávamos
cada vez mais doentes. A gente botou as pílulas para dentro como
se fossem balas de chocolate. É claro que muita gente ganhou
dinheiro com o movimento do condicionamento físico, com os
alimentos de baixo teor de gordura e com os remédios. Mas a única
pessoa que vai se beneficiar com o sono é você mesmo.
O que está em jogo, aqui, é se queremos ou não ir mais cedo
para a cama e trabalhar menos horas por dia. Com os
minimercados 24 horas, 250 canais de televisão e a internet para
surfar a noite toda, reverter nosso ritmo exigiriam um esforço
hercúleo. Sabemos disso, mas estamos prestes a fazer da volta ao
tempo dos dinossauros uma escolha pessoal, não federal.
Acreditamos que a população merece, de nosso governo, o acesso
aos fatos e a uma consultoria nutricional mais precisa.
Nós pagamos por isso.
Todos os americanos sabem que Washington é pródiga em
segredos, mas é um pouco difícil de engolir que, ao mesmo tempo
que o Departamento Federal de Medicina nos diz para ingerir uma
dieta pobre em gordura e 58% de carboidratos para curar
obesidade, diabetes, doenças cardíacas e câncer, o NIH, que fica
do outro lado da rua, está provando que o consumo excessivo de
carboidratos, provocado pela privação do sono, figura entre as
causas dessas mesmas doenças.
Por que vimos sendo mantidos na ignorância, quando eles
sempre souberam da verdade?
PARTE I
SEGREDOS
E MENTIRAS
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UM
QUEREMOS ACREDITAR:
A igreja dos falsos deuses
Em algum momento do passado, os cientistas descobriram que o
tempo flui mais vagarosamente quanto mais longe estivermos do
centro da Terra. O efeito é minúsculo, mas pode ser medido com
instrumentos extremamente sensíveis. Uma vez conhecido o
fenômeno, algumas pessoas, ansiosas por permanecer jovens,
mudaram-se para as montanhas.
Agora, todas as casas estão construídas em Dom, no Matterhorn,
Monte Rosa e outras elevações. É impossível vender casas em
qualquer outro lugar... Pilotis... Pessoas ansiosas por viver mais
construíram suas casas nos pilotis mais altos... Elas celebram sua
juventude e caminham nuas em suas varandas...
Com o tempo, as pessoas esqueceram a razão por que o mais
alto é melhor.
Mesmo assim, continuam a ensinar a seus filhos a evitarem
deliberadamente outras crianças que vivem em elevações menores.
Elas até se convenceram de que o ar rarefeito é bom para seus
corpos e, seguindo essa lógica, adotaram dietas parcimoniosas e
recusam tudo que não seja o alimento mais leve. No final, o povo
se tornou fino como o ar, ossudo e velho antes da hora.
– Alan Lightman,
Os sonhos de Einstein
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A trama engrossa quando dois cientistas fora-da-lei o
descongelam ilegalmente para tirar vantagem do fato de que ele é
uma não entidade numérica – e, como tal, pode ajudá-los a
derrubar o regime fascista que controla os Estados Unidos em
2173. Há uma conversa em que eles discutem o progresso do
paciente:
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nutritivas. Na década de 1970, as saladas e barras nutritivas
certamente seriam classificadas como “comida saudável” para os
“maníacos da saúde”. Todos se sentiam muito confortáveis com o
fato de que havia os “maníacos da saúde” e o resto de nós.
Atualmente, se você não cuida da sua saúde, é considerado um
imbecil.
Hoje em dia tudo é rotulado “de baixo teor de gordura”, “sem
gordura”, “99% livre de gordura” ou “com 30% menos de gordura”,
na tentativa de se qualificar um “alimento saudável”. Até mesmo os
sucos de frutas e as massas secas são vendidas como “sem
gordura” porque somos todos imbecis. Seu médico e os doutores
que aparecem na mídia, todos dizem – mesmo depois que os livros
Protein Power do Dr. Atkins, já provaram o contrário – que você não
consegue carboidratos de alta qualidade para perder peso a menos
que consuma:
O MÓDULO DE DEUS
Pág 26
lobos temporais do cérebro, que emite repetidamente fagulhas de
atividade elétrica quando a pessoa pensa em Deus ou tem qualquer
sentimento relativo à espiritualidade. Nós, cientistas, conhecemos
isso através das tomografias de monges, freiras e esquizofrênicos,
quando “falam com Deus”. Quase na frente desses lobos temporais
está a amigdala, um órgão de formato amendoado que imbui os
eventos de intensa emoção e de sensação de significado.
Devido à forma como os lobos temporais são estruturados e
sensorialmente conectados com a amigdala, eles são as regiões
mais eletricamente sensíveis do cérebro. O Dr. Persinger tem
conhecimento pessoal sobre isto porque ele criou um elmo com
molas de fios de aço colocadas logo acima das orelhas (lembra
Woody Allen em O Dorminhoco?). Ao passar uma corrente elétrica
cuidadosamente controlada através dessas molas, o médico cria
um campo magnético pulsante que imita os padrões transmissores
de energia dos neurônios nos lobos temporais. Isso gera uma
experiência espiritual mística completa, com uma saudável dose de
paz. Os cobaias do Dr. Persinger relatam um “efeito opiáceo, com
uma queda substancial da ansiedade e uma elevada sensação de
bem-estar, semelhante aos relatos de iluminação”.
Enquanto o Dr. Persinger caprichava em sua melhor
caracterização de cientista louco, Vilayanur Ramachandran, Ph.D.,
diretor do Laboratório do Cérebro e da Percepção da Universidade
da Califórnia, em San Diego, entrava em contato com o céu. O Dr.
Ramachandran anunciou, em 1998, que havia descoberto o
“módulo de Deus”. Este “módulo” está localizado no cérebro, numa
área dentro dos lobos temporais, que se torna eletricamente ativada
quando uma pessoa pensa em Deus ou em espiritualidade, ou
relembra uma experiência “mística”. Olha, isso me parece familiar.
Sabemos também que o estresse, a tristeza e principalmente a
falta de oxigênio estimulam fortes descargas elétricas na mesma
área, vizinha ao módulo de Deus. Como a falta de oxigênio
desencadeia estas explosões neurais, alguns cientistas acreditam
que esse mecanismo pode ser o responsável pelas várias
experiências de euforia e tranqüilidade próximas da morte. Também
a apnéia do sono, em pessoas com lobos temporais
descontrolados, pode significar que elas ouvem alguém chamar seu
nome quando adormecem, ou que têm uma “experiência fora do
corpo”, como a sensação de estar voando, durante o sono.
Podemos dizer também que a hiperventilação resultante do
exercício, junto com o estilo de vida Yuppie-urbano de baixo teor de
gordura,
Pág 27
aciona o módulo de Deus. É por isso que o barato do corredor é
uma experiência tão religiosa.
Seu cérebro pensa que você está morrendo. Mas você só está
sem fôlego.
Receamos que você esteja sem tempo também.
A verdade é que todo esse exercício está fazendo mais do que lhe
dar um barato. Está exacerbando a queima de seus receptores de
cortisol. Correr é uma resposta de medo. No mundo real, significa
algo está querendo te pegar; pelo menos é o que seu corpo e seu
cérebro pensam. Se você correr por tempo suficiente, todos os seus
sistemas acreditarão que você vai conseguir ultrapassar aquele
predador. A química cerebral que acompanha as corridas longas
evolui para tornar mais agradável a saída deste mundo. Isso
significa que a falta de oxigênio, sozinha, vai acionar aquela parte
do cérebro que nos leva para o céu ou, neste mundo, nos dá uma
razão para continuar correndo. O mecanismo da química cerebral
que o faz ver Deus enquanto fica sem oxigênio evolui a partir das
respostas programadas – respostas a impulsos ambientais que não
mais existem, respostas que, num passado remoto, podem ter salvo
sua vida ou tornado a morte agradável.
Pois agora essas respostas o estão matando.
VIDA SAUDÁVEL?
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II teria servido, em outro tempo e lugar, para manter aquecidos os
órgãos internos e ser utilizada como energia durante o período
normal de fome (o inverno). A ingestão cada vez maior de
carboidratos (açúcar) sempre acaba numa produção maior de
colesterol também, porque os carboidratos baixam a temperatura de
congelamento da membrana celular. No mundo real, você nunca
teria acesso a uma tal quantidade de açúcar, a menos que fosse
verão antes do inverno. Mas você não vive no mundo real.
Da próxima vez que seu médico disser que seu colesterol está
alto demais e que você deve cortar gorduras e fazer mais exercício,
diga-lhe que ele está errado. Diga-lhe que você não está doente,
que só vai hibernar – e que não quer congelar. Talvez ele ache
graça.
Você, por outro lado, deveria estar chorando pois tem um grande
problema.
Todos os sistemas que evoluíram para mantê-lo vivo, e que o
mantiveram até este ponto, estão berrando: “A fome está
chegando!!!”
Quando você se exercita dia e noite para driblar o ganho de peso
que seu corpo e sua mente desejam, você aciona sua “resposta de
estresse”. E a mensagem que você envia a esses sistemas é: “Ai,
meu Deus, a fome está chegando e tem um tigre atrás de mim!”
Acredite, isso não é solução.
Na realidade, o exercício pode muito bem ser o último prego de
nossos caixões coletivos. A resposta de estresse ancenada quando
você corre para salvar sua vida naquela esteira eleva seus níveis de
cortisol. Se você faz isso de vez em quando – digamos, a cada dez
dias, a resposta episódica natural do cortisol vai manter seu
coração e cérebro saudáveis. Mas se você faz exercício feito um
maníaco mais de uma vez por semana, os altos níveis de cortisol
resultantes de todo o exercício crônico na verdade imitam o
estresse da época da procriação, quando as longas horas de luz e a
competição (principalmente para os machos) mantinham o cortisol
em picos anuais. A competição sexual é a situação mais
estressante possível na natureza, depois da morte. O período da
procriação seria um fracasso sem uma base de gordura para
sustentar uma gravidez durante o inverno. Assim sendo, não é por
acaso que a compulsão por carboidratos, para gerar gordura,
coincide com os altos níveis de cortisol e de hormônios sexuais. É
preciso ter pão no forno em agosto ou setembro para a maioria dos
mamíferos, para que o bebê possa nascer em abril ou maio, na
primavera, quando o alimento é abundante.
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Agora você está na academia de ginástica, é novembro e o
horário é um momento qualquer entre seis e meia e nove e meia da
noite; pelo menos dez watts de luzes florescentes estão acesos,
intensificados pelos espelhos que brilham diretamente em seus
olhos e sobre a pele de seu corpo superexposto. Você levante
pesos, corre e caminha numa esteira ou trilha, e se for realmente
suicida, está num StairMaster ou girando.
Saiba que, para seu corpo e sua mente – que evoluíram, ao longo
de milênios, para reconhecer os sinais da Natureza – você está
numa luta, uma disputa mortal, igualzinho aos gnus que golpeiam
com os chifres, que você vê no Discovery. Você está lutando por um
ovo, pela imortalidade ou apenas por uma chance no próximo
round. Essa luta parece razoável para seu corpo porque as luzes à
noite (a luminosidade da sala de ginástica) significa que estamos no
auge do verão, e que você deve se acasalar ou vai se tornar
violento. É por isso que o cortisol fica elevado durante o dia: para
fornecer glicose aos músculos para correr ou fugir, e para mantê-lo
calmo para os processos de tomada de decisão – no caso,
acasalar-se. É por isso que, quando somos constantemente
banhados por luzes inesgotáveis, sentimo-nos todos tão nervosos
(leia-se: paranóicos, agressivos, histéricos, apressadíssimos), até
mesmo quem não se exercita, até nos desligarmos de tudo.
Nesse estado crônico, você não está apenas mantendo alto o
nível de açúcar no sangue, o que sobrecarrega o sistema de
resposta da insulina com os efeitos mobilizadores do açúcar no
sangue do cortisol; na verdade, também está se tornando resistente
à insulina enquanto se exercita.
Esse fato significa que o exercício pode engordar.
Enquanto você faz exercícios feito um maníaco e vive numa dieta
de baixo teor de gordura, ganha peso até se cheirar um biscoito.
Além disso, de quebra, desperdiça hormônios sexuais, causa
câncer e provoca supressão do seu sistema imunológico. O cortisol
alto crônico também altera sua percepção do tempo e fez com que
você viva constantemente correndo. É essa percepção alterada do
tempo que provoca o período de divagação tarde da noite, antes de
ir para a cama, quando você fica acordado sob a impressão de que
deve haver algo a ser feito, ou de que você não concluiu seu
trabalho. Aí você enche mais de açúcar, porque não dormiu – e sua
insulina vai à estratosfera. Sabemos que só esse comportamento já
o torna gordo e doente.
Acredite, a culpa não é da falta de exercício, da carne ou da
manteiga.
Nem da gordura, de jeito nenhum.
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De verdade, gente.
Se a ingestão de gordura saturada causasse obesidade, já
estaríamos lá na frente, no sentido de reduzir a obesidade
nutricionalmente. Todos nós teríamos a aparência de supermodelos.
Estamos comendo menos gordura e nos exercitando mais do que
nunca, mas não lembramos em nada os supermodelos.
Na verdade, estamos horríveis.
Estamos mais gordos e doentes do que nunca, em toda a história
do nosso país. E o problema não é apenas a nossa aparência
terrível: nossos planos de erradicar doenças cardíacas, câncer e
diabetes foi para o brejo. O americano mediano na verdade ganhou,
em média, quatro quilos de peso desde o início da uerra do baixo
teor de gordura” contra a obesidade.
O pressuposto que cultivamos com carinho durante trinta anos era
que perder peso cortando gorduras e fazendo exercícios levaria a
uma redução importante nas ocorrências de doenças
cardiovasculares, sem mencionar o diabetes e o câncer.
Mas não foi o que aconteceu.
E quando não aconteceu, a medicina disse que os cientistas
disseram que a gente não tinha cortado gordura suficiente. E que,
se diminuíssemos o teor de gordura de todos os alimentos
processados, se reduzíssemos o consumo de carne vermelha e
criássemos imitações de gordura com o Olean, a marca do olestra,
a maré finalmente se reverteria. Hoje, todos esses milagres e metas
já se concretizaram, a gente se exercita dia e noite – e, no entanto,
muitos de nós já tentaram, pelo menos uma vez durante os últimos
anos, virar vegans.* Todos os dias os apresentadores de televisão,
os documentários, novos âncoras e programas de culinária nos
dizem que a vida de baixo teor de gordura funciona. E você jamais
saberá que não funciona, a menos que dê uma olhada nas
estatísticas e no crescimento das vendas de remédios para dieta.
Esses números mostram um quadro totalmente diferente.
Dizer que o cenário não é tão róseo, no mínimo, uma brincadeira
de mau gosto. Estudos recentes mostraram que perdemos mais de
________________ ___
*Vegans: vegetariano radical, que não consome qualquer produto de origem animal, nem
mesmo laticínios. (N.T.)
Pág 31
um milhão de vidas, só de doenças cardíacas. O grande rumor,
entre os estatísticos, é que as mortes por doenças cardiovasculares
têm sido omitidas indiscriminadamente. De alguma forma, embora o
número de mortes por doenças cardíacas tenha caído, o verdadeiro
número de ataques cardíacos subiu bastante.
Isto significa que alguém está manipulando os números.
Significa, também que as pessoas continuam tendo tantos
ataques cardíacos e doenças cardiovasculares quanto sempre
tiveram; no entanto, procedimentos como cirurgias, angiogramas,
uma droga que dissolve coágulos chamada t-PA, 911 e angioplastia
as têm salvo, por enquanto, e com isso o índice de mortes tem
caído. Isso para falar só em morte cardiovascular; outros 60 milhões
de pessoas (isso é 25% da popoulação norte-americana) vão
acabar morrendo de doenças cardíacas, tendo em vista seu perfil
de risco.
Alguns desses “riscos” são cigarro, idade, gênero, pressão alta,
elevadas taxas de colesterol, diabetes, estresse e, logicamente, a
obesidade, o pesadelo médico de quase todo o mundo (em nossa
sociedade), o terror não é a pogreza, as doenças cardíacas ou
sequer os crimes violentos; a idéia assustadora de que, um dia, a
pessoa pode simplesmente acordar de manhã e constatar que está
realmente gorda).
Muito bem, agora acorde e sinta o cheiro do milk-shake dietético.
O homem mediano, nos Estados Unidos, não é magro. Tem 23%
de gordura corporal, enquanto a mulher mediana tem 32%. Esses
números tornam o cidadão médio 53% mais gordo do que o ideal
saudável, e a cidadã média pelo menos 50% mais gorda. Em 1961,
a obesidade atingia, historicamente – ou pelo menos assim se
pensava – 20% de toda a população. Em 1995, o Centers for
Disease Control and Prevention nos revelou que o número de
americanos gravemente obesos havia aumentado 30%, somente
durante a década de 1980. lembre-se da academia de ginástica.
Nos vinte anos anteriores, essa mesma estatística de obesidade
permaneceu inalterada, em um quarto da população. E este é
exatamente o mesmo período de vinte anos em que se desenvolveu
o grosso da pesquisa nutricional que hoje seguimos. Esse intervalo
de vinte anos assistiu também ao fim da comida de verdade, da
semana de trabalho de quarenta horas e das férias de suas
semanas, assim como ao advento da TV a cabo, dos telefones
celulares, do correio de voz e do e-mail.
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T. S. Wiley
Medical Writer/Researcher
A Beverly Hills, California-based medical practitioner, Dr. Christian
Renna said that he believes T.S Wiley has made, “one of the most
important discoveries in this century” a simple molecular mechanism
that up until now, everyone else has missed. Her revolutionary
discovery is the fact that it’s the rhythm that matters in the accurate
physiological replacement of hormones without side-effects for
women in the second half of life. Wiley’s findings may have
important implications across a wide range of areas, from the
treatment of menopause and anti-aging to all of the other diseases
of aging such as heart disease and stroke, Type II diabetes, cancer
and Alzheimer’s disease.
In her first book, “Lights Out: Sleep, Sugar and Survival, ” Pocket
Books, 2000, Wiley points out how the discovery of electricity and
the light bulb put us out of sync with nature. Before Edison, people
spent summers sleeping less and eating heavily in preparation for
winter because light triggers the hunger for carbohydrates. Now,
with light available 24 hours a day, we can consume carbohydrates
year round, and sleep less. In Wiley’s modest opinion, sleep is the
best medicine.
Professional Affiliations
A member of the New York Academy of Sciences, and the American
Anthropological Association, Wiley often lectures, and has been a
keynote speaker at the following venues:
• Formby B, Wiley TS. Bcl-2, survivin and variant CD44 v7-v10 are
downregulated and p53 is upregulated in breast cancer cells by
progesterone: inhibition of cell growth and induction of apoptosis.
Mol Cell Biochem. 1999 Dec; 202(1-2):53-61.
Projects
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Home About T.S. Wiley Lights Out: Sleep, Sugar, and Survival
Lights Out: Sleep, Sugar, and Survival
Written by Booklist
The lightbulb put us out of sync with nature. Way back when, people
spent the summer sleeping less and eating heavily in preparation for
winter because light triggers the hunger for carbohydrates. Now,
with light available 24 hours a day, we gulp down food all year long.
So, Wiley and Formby assert, it is light, not what we eat or whether
we exercise, that causes obesity--and diabetes, heart disease, and
cancer. Indeed, eating bacon, ham, butter, and eggs for breakfast
doesn't impair health, and exercise can make you fat. If we
considered our waking periods as equivalent to the long days of
summer and the short ones of winter, we would avoid those health
problems. Wiley and Formby offer three steps for improvement, but
they aren't optimistic, because the light-driven speed and intensity of
contemporary life may be too much to overcome. Still, try, first,
plugging the leaks in your psyche; then, because you will have lost
weight, resisting carbohydrates; and, finally, swallowing a few pills
and helpful foods. William Beatty --This text refers to an out of print
or unavailable edition of this title.
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212 695-2105
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Apague a luz!
Durma melhor e: perca peso, diminua a pressão arterial e
reduza o estresse
Bent Formby e T. S. Wiley
Auto-Ajuda 384 páginas
http://www.livrariasaraiva.com.br/