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7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria
de sua condição social:
"Ao trabalhador rural não se aplicam, por analogia, os benefícios previstos na Lei 6.367, de 19-
10-1976." (SÚM. 612)
"Músico integrante de orquestra da empresa, com atuação permanente e vínculo de
subordinação, está sujeito a legislação geral do trabalho, e não à especial dos artistas." (SÚM.
312)
"Ainda que exerça atividade rural, o empregado de empresa industrial ou comercial é
classificado de acordo com a categoria do empregador." (SÚM. 196)
“(...) deve-se mencionar que o rol de garantias do art. 7º da Constituição não exaure a
proteção aos direitos sociais.” (ADI 639, voto do Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-6-05,
Plenário, DJ de 21-10-05)
"A propósito das questões mais genéricas, suscitadas na inicial, penso que não devem merecer
acolhida pelo menos nesta sede de juízo provisório, a saber: quanto à proibição do chamado
retrocesso social, dada a delicadeza da tese, que implicaria, na prática, a constitucionalização,
e até a petrificação, das condições de expectativa de aquisição dos benefícios previdenciários,
impedindo a sua revisão por lei ordinária, elaborada nos limites da Constituição." (ADI 1.664-
MC, voto do Min. Octavio Gallotti, julgamento em 13-11-97, Plenário, DJ de 19-12-97)
I - relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos
de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;
"No cálculo da indenização por despedida injusta inclui-se, quando devido, o repouso semanal
remunerado." (SÚM. 462)
"No cálculo da indenização por despedida injusta, incluem-se os adicionais, ou gratificações,
que, pela habitualidade, se tenham incorporado ao salário." (SÚM. 459)
"Não é absoluto o valor probatório das anotações da carteira profissional." (SÚM. 225)
"Reclamação: alegação de desrespeito dos julgados do Supremo Tribunal nas ADIns 1.770-4
(Moreira Alves, DJ 6-11-98) e de 1.721-3 (Galvão, DJ 11-4-03): improcedência. A decisão
reclamada, com base na OJ 177, da SDI-1, do Tribunal Superior do Trabalho, aplicou o caput do
art. 453 da CLT, para considerar extinto o contrato de trabalho pela aposentadoria espontânea.
As decisões das ações diretas invocadas não cuidaram do caput do art. 453, da CLT, não
impugnado. Não há desrespeito à decisão vinculante do Supremo Tribunal se o paradigma
normativo invalidado é diverso do dispositivo legal aplicado ao caso pela autoridade
reclamada. Precedentes." (Rcl 3.940-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 23-2-
06, Plenário, DJ de 24-3-06). No mesmo sentido: Rcl 4.129-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgamento em 3-6-09, Plenário, DJE de 7-8-09.
"Previdência social: aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato de
trabalho. Despedida arbitrária ou sem justa causa (CF, art. 7º, I): viola a garantia constitucional
o acórdão que, partindo de premissa derivada de interpretação conferida ao art. 453, caput, da
CLT (redação alterada pela L. 6.204/75), decide que a aposentadoria espontânea extingue o
contrato de trabalho, mesmo quando o empregado continua a trabalhar na empresa após a
concessão do benefício previdenciário. A aposentadoria espontânea pode ou não ser
acompanhada do afastamento do empregado de seu trabalho: só há readmissão quando o
trabalhador aposentado tiver encerrado a relação de trabalho e posteriormente iniciado outra;
caso haja continuidade do trabalho, mesmo após a aposentadoria espontânea, não se pode
falar em extinção do contrato de trabalho e, portanto, em readmissão." (RE 449.420, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, julgamento em 16-8-05, 1ª Turma, DJ de 14-10-05). No mesmo sentido:
RE 487.758-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-4-09, 2ª Turma, DJE de 22-5-09; AI
628.883-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 24-4-07, 1ª Turma, DJ de 25-5-07;
AI 530.224-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23-10-07, 2ª Turma, DJE de 28-3-08;
AI 752.346-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-9-09, 2ª Turma, DJE de 25-9-09.
"Norma que assegura ao trabalhador a manutenção de contrato de trabalho por doze meses
após a cessão do auxílio-doença, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Alegação de ofensa à reserva de lei complementar, prevista no art. 7º, I, da Constituição
Federal, para a disciplina da proteção da relação de emprego contra despedida arbitrária ou
sem justa causa. Norma que se refere às garantias constitucionais do trabalhador em face de
acidentes de trabalho e não guarda pertinência com a proteção da relação de emprego nos
termos do art. 7º, I, da Constituição." (ADI 639, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 2-6-
05, Plenário, DJ de 21-10-05)
"Art. 2º, IV, ‘a’, ‘b’ e ‘c’, da Lei n. 10.779/03. Filiação à colônia de pescadores para habilitação
ao seguro-desemprego (...). Viola os princípios constitucionais da liberdade de associação (art.
5º, inciso XX) e da liberdade sindical (art. 8º, inciso V), ambos em sua dimensão negativa, a
norma legal que condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-
desemprego à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região.” (ADI 3.464, Rel.
Min. Menezes Direito, julgamento em 29-10-08, Plenário, DJE de 6-3-09)
"Conta-se a favor de empregado readmitido o tempo de serviço anterior, salvo se houver sido
despedido por falta grave ou tiver recebido a indenização legal." (SÚM. 215)
"O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ao contrário do que sucede com as
cadernetas de poupança, não tem natureza contratual, mas, sim, estatutária, por decorrer da
Lei e por ela ser disciplinado. Assim, é de aplicar-se a ele a firme jurisprudência desta Corte no
sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico. Quanto à atualização dos saldos do
FGTS relativos aos Planos Verão e Collor I (este no que diz respeito ao mês de abril de 1990),
não há questão de direito adquirido a ser examinada, situando-se a matéria exclusivamente no
terreno legal infraconstitucional. No tocante, porém, aos Planos Bresser, Collor I (quanto ao
mês de maio de 1990) e Collor II, em que a decisão recorrida se fundou na existência de direito
adquirido aos índices de correção que mandou observar, é de aplicar-se o princípio de que não
há direito adquirido a regime jurídico. Recurso extraordinário conhecido em parte, e nela
provido, para afastar da condenação as atualizações dos saldos do FGTS no tocante aos Planos
Bresser, Collor I (apenas quanto à atualização no mês de maio de 1990) e Collor II." (RE
226.855, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 31-8-00, Plenário, DJ de 13-10-00). No
mesmo sentido: AI 709.962-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 9-6-09, 1ª Turma,
DJE de 7-8-09.
“Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da Constituição, referem-se ao total da
remuneração percebida pelo servidor público.” (Súmula Vinculante 16)
“O cálculo de gratificações e outras vantagens do servidor público não incide sobre o abono
utilizado para se atingir o salário mínimo.” (Súmula Vinculante 15)
"Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as
praças prestadoras de serviço militar inicial.” (Súmula Vinculante 6)
“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.” (Súmula Vinculante 4)
“Após a edição das leis de custeio e benefícios da previdência social, impossível a revisão de
benefícios previdenciários vinculada ao salário mínimo.” (AI 594.561-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 23-6-09, 1ª Turma, DJE de 14-8-09)
"O Tribunal, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta de
inconstitucionalidade proposta pelo Partido Democrático Trabalhista – PDT contra os artigos 60,
parágrafo único, 83, I e IV, c, e 141, II, da Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a
extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. (...) Também repeliu-se a
apontada inconstitucionalidade do art. 83 da Lei 11.101/2005, por ofensa aos artigos 5º, XXXVI
e 7º, IV, da CF, na qualificação, como quirografários, dos créditos trabalhistas derivados da
legislação do trabalho que ultrapassem 150 salários mínimos. Frisou-se não haver perda de
direitos por parte dos trabalhadores, haja vista que, independentemente da categoria em que
tais créditos fossem classificados, não deixariam de existir nem se tornariam inexigíveis,
deixando de ter apenas caráter preferencial. Observou-se que o estabelecimento de um limite
quantitativo para a inserção dos créditos trabalhistas na categoria de preferenciais, do ponto
de vista histórico, implicou uma ruptura com a concepção doutrinária que dava suporte ao
modelo abrigado no Decreto-lei 7.661/45, que tinha como enfoque principal a proteção do
credor e não a preservação da empresa como fonte geradora de bens econômicos e sociais.
Destacou-se, ainda, que a própria legislação internacional de proteção ao trabalhador
(Convenção 173 da Organização Internacional do Trabalho – OIT) prevê a possibilidade do
estabelecimento de limites legais aos créditos de natureza trabalhista, desde que preservado o
mínimo essencial à sobrevivência do empregado. Considerou-se que, apesar de ainda não ter
havido ratificação dessa Convenção pelo Brasil, poder-se-ia afirmar que os limites eleitos para
a garantia dos créditos trabalhistas, na hipótese de falência ou recuperação judicial de
empresas, teriam respaldo nas normas adotadas no âmbito da OIT. Nesse sentido, as
disposições da Lei 11.101/2005 demonstrariam uma preocupação de caráter distributivo,
fixando um critério razoável e proporcional, o mais possível equitativo no que diz respeito ao
concurso de credores, ou seja, ao estabelecer um limite máximo para que os créditos
trabalhistas tivessem um tratamento preferencial, teria buscado garantir que essa proteção
alcançasse o maior número de trabalhadores, isto é, exatamente os que ganham os menores
salários. Concluiu-se que o limite de conversão dos créditos trabalhistas em quirografários,
portanto, não afrontaria a Constituição Federal, visto que teria por objetivo a proteção do
patrimônio dos trabalhadores, especialmente os mais necessitados do ponto de vista
econômico. Por fim, não se vislumbrou, de igual modo, nenhum vício na fixação do limite dos
créditos trabalhistas, para o efeito de classificá-los como quirografários, em salários mínimos,
ao fundamento de que o que a Constituição proíbe é a utilização do salário mínimo como
indexador de prestações periódicas e não como parâmetro de indenizações ou condenações."
(ADI 3.934, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 27-5-09, Plenário, Informativo 548)
“Constitucional. Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação
aos arts. 1º, III, 5º, caput, e 7º, IV, da CF. Inocorrência. RE desprovido. A Constituição Federal
não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o
fez para outras categorias de trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se
confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias,
prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório
exercem um múnus público relacionado com a defesa da soberania da pátria. A obrigação do
Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada
prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas.” (RE 570.177, Rel. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 30-4-08, Plenário, DJE de 27-6-08). No mesmo sentido: RE
551.453, RE 551.608, RE 551.713, RE 551.778, RE 555.897, RE 556.233, RE 556.235, RE
557.542, RE 557.606, RE 557.717, RE 558.279, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em
30-4-08, Plenário, DJE de 27-6-08.
"Art. 7º, inc. IV, da Constituição da República. Não-recepção do art. 3º, parágrafo único, da Lei
Complementar paulista n. 432/1985 pela Constituição de 1988. Inconstitucionalidade de
vinculação do adicional de insalubridade ao salário-mínimo: precedentes. Impossibilidade da
modificação da base de cálculo do benefício por decisão judicial. Recurso extraordinário ao
qual se nega provimento. O sentido da vedação constante da parte final do inc. IV do art. 7º da
Constituição impede que o salário-mínimo possa ser aproveitado como fator de indexação;
essa utilização tolheria eventual aumento do salário-mínimo pela cadeia de aumentos que
ensejaria se admitida essa vinculação (RE 217.700, Ministro Moreira Alves). A norma
constitucional tem o objetivo de impedir que aumento do salário-mínimo gere, indiretamente,
peso maior do que aquele diretamente relacionado com o acréscimo. Essa circunstância
pressionaria reajuste menor do salário-mínimo, o que significaria obstaculizar a implementação
da política salarial prevista no art. 7º, inciso IV, da Constituição da República. O
aproveitamento do salário-mínimo para a formação da base de cálculo de qualquer parcela
remuneratória ou com qualquer outro objetivo pecuniário (indenizações, pensões, etc.) esbarra
na vinculação vedada pela Constituição do Brasil. Histórico e análise comparativa da
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal." (RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento
em 30-4-08, Plenário, DJE de 8-8-08). No mesmo sentido: AI 395.455-AgR, Rel. Min. Ellen
Gracie, julgamento em 23-6-09, 2ª Turma, DJE de 7-8-09; AI 344.269-AgR-AgR, Rel. Min. Celso
de Mello, julgamento em 23-6-09, 2ª Turma, DJE de 7-8-09; RE 557.727-AgR, Rel. Min. Eros
Grau, julgamento em 19-8-08, 2ª Turma, DJE de 12-9-08.
“Servidor público. Piso de vencimento. Vinculação ao salário mínimo. O art. 7º, IV, da
Constituição Federal, refere-se à remuneração, e não somente ao salário-base. Jurisprudência
assentada.” (RE 522.661-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 6-11-07, 2ª Turma, DJE
de1º-2-08). No mesmo sentido: AI 695.307-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 8-9-
09, 2ª Turma, DJE de 25-9-09.
"O artigo 3º da Lei federal n. 6.194 vincula ao salário mínimo as indenizações pagas em
decorrência de morte, invalidez permanentes e despesas de assistência médica e
suplementares resultantes de acidentes causados por veículos automotores de via terrestre. O
Tribunal dividiu-se quanto à caracterização do fumus boni iuris e do periculum in mora: i) votos
majoritários que entenderam ausentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, eis que o
artigo 7º, inciso IV, da Constituição do Brasil não vedaria a utilização do salário mínimo como
parâmetro quantificador de indenização e a Lei n. 6.194 teria sido inserida no ordenamento
jurídico em 1974, respectivamente; ii) votos vencidos, incluindo o do Relator, no sentido de que
o fumus boni iuris estaria configurado na impossibilidade de vinculação do salário mínimo para
fins remuneratórios, indenizatórios – embora em situações excepcionais esta Corte tenha
manifestado entendimento diverso – e o periculum in mora evidenciado pela existência de
inúmeras decisões judiciais que, aplicando o texto normativo impugnado, impondo às
entidades seguradoras obrigações pecuniárias. Medida cautelar indeferida, contra o voto do
Relator, que determinava a suspensão do trâmite dos processos em curso que respeitem à
aplicação do artigo 3º da Lei n. 6.194, de 19 de dezembro de 1.974, até o julgamento final do
feito." (ADPF 95-MC, Rel. p/ o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 31-8-06, Plenário,
DJ de 11-5-07)
“Noutro giro, não ofende a Carta Magna a utilização do salário mínimo como critério de
aferição do nível de pobreza dos aspirantes às carreiras públicas, para fins de concessão do
benefício de que trata a Lei capixaba n. 6.663/01." (ADI 2.672, Rel. p/ o ac. Min. Carlos Britto,
julgamento em 22-6-06, Plenário, DJ de 10-11-06)
“Adicional de insalubridade. Vinculação ao salário mínimo. Art. 7º, IV da CF/88. O art. 7º, IV da
Constituição proíbe tão-somente o emprego do salário mínimo como indexador, sendo legítima
a sua utilização como base de cálculo do adicional de insalubridade.” (RE 452.205, Rel. Min.
Ellen Gracie, julgamento em 11-10-05, 2ª Turma, DJ de 4-11-05).
“Indenização vinculada ao salário mínimo: impossibilidade. CF, art. 7º, IV. O que a Constituição
veda – art. 7º, IV – é a fixação do quantum da indenização em múltiplo de salários mínimos.
STF, RE 225.488/PR, Moreira Alves; ADI 1.425. A indenização pode ser fixada, entretanto, em
salários mínimos, observado o valor deste na data do julgamento. A partir daí, esse quantum
será corrigido por índice oficial.” (RE 409.427-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 16-
3-04, 1ª Turma, DJ de 2-4-04). No mesmo sentido: AI 537.333-ED, Rel. Min. Joaquim Barbosa,
julgamento em 12-5-09, 2ª Turma, DJE de 26-6-09; RE 225.488, Rel. Min. Moreira Alves,
julgamento em 11-4-00, 1ª Turma, DJ de 16-6-00.
“Multa administrativa vinculada a salário mínimo. (...) O Plenário desta Corte, ao julgar a ADI
1.425, firmou o entendimento de que, ao estabelecer o artigo 7º, IV, da Constituição que é
vedada a vinculação ao salário mínimo para qualquer fim, 'quis evitar que interesses estranhos
aos versados na norma constitucional venham a ter influência na fixação do valor mínimo a ser
observado'. Ora, no caso, a vinculação se dá para que o salário mínimo atue como fator de
atualização da multa administrativa, que variará com o aumento dele, o que se enquadra na
proibição do citado dispositivo constitucional. É, portanto, inconstitucional o § 1º do artigo 4º
da Lei 5.803, de 4-9-90, do Município de Ribeirão Preto.” (RE 237.965, Rel. Min. Moreira Alves,
julgamento em 10-2-00, Plenário, DJ de 31-3-00). No mesmo sentido: RE 445.282-AgR, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgamento em 7-4-09, 1ª Turma, DJE de 5-6-09.
“Salário mínimo. Vinculação proibida. Previdência. Contribuição. A razão de ser da parte final
do inciso IV do artigo 7º da Carta Federal – '... vedada a vinculação para qualquer fim;' – é
evitar que interesses estranhos aos versados na norma constitucional venham a ter influência
na fixação do valor mínimo a ser observado.” (RE 197.072, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento
em 25-11-98, Plenário, DJ de 8-6-01)
“Estado do Rio Grande do Sul. Constituição Estadual. Art. 29, I, que assegura aos servidores
militares vencimento básico nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União.
Inconstitucionalidade formal. Dispositivo ofensivo ao princípio da iniciativa legislativa privativa
do Chefe do Poder Executivo, prevista no art. 61, § 1º, II, a, da Constituição, corolário do
postulado da separação dos poderes, de observância imperiosa pelos Estados-membros, por
instituir mecanismo de reajuste automático de vencimentos de servidores. Aliás, a garantia do
salário mínimo, quando da edição da norma sob enfoque, ainda não havia sido estendida aos
militares, o que somente ocorreu com a EC n. 18/98, havendo de entender-se, entretanto,
como referida à remuneração global do servidor, visto destinar-se a assegurar o atendimento
das necessidades vitais básicas deste, sendo vedada, ademais, sua vinculação para qualquer
fim. Inconstitucionalidade que se declara, no art. 47 da Constituição do Estado do Rio Grande
do Sul, da referência feita ao inciso I do art. 29 da mesma Carta.” (RE 198.982, Rel. Min. Ilmar
Galvão, julgamento em 5-8-98, Plenário, DJ de 19-4-02)
"A fixação de pensão alimentícia tem por finalidade garantir aos beneficiários as mesmas
necessidades básicas asseguradas aos trabalhadores em geral pelo texto constitucional. De
considerar-se afastada, por isso, relativamente a essa hipótese, a proibição da vinculação ao
salário mínimo, prevista no inciso IV do artigo 7º da Carta Federal." (RE 134.567, Rel. Min. Ilmar
Galvão, julgamento em 19-11-91, 1ª Turma, DJ de 6-12-91). No mesmo sentido: RE 166.586,
Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 22-4-97, 2ª Turma, DJ de 29-8-97; RE 170.203, Rel. Min.
Ilmar Galvão, julgamento em 30-11-93, 1ª Turma, DJ de 15-4-94.
VII - garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração
variável;
“Constitucional. Serviço militar obrigatório. Soldo. Valor inferior ao salário mínimo. Violação aos
arts. 1º, III, 5º, caput, e 7º, IV, da CF. Inocorrência. RE desprovido. A Constituição Federal não
estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez
para outras categorias de trabalhadores. O regime a que submetem os militares não se
confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias,
prerrogativas e impedimentos próprios. Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório
exercem um múnus público relacionado com a defesa da soberania da pátria. A obrigação do
Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada
prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas.” (RE 570.177, Rel. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 30-4-08, Plenário, DJE de 27-6-08). No mesmo sentido: RE
551.453, RE 551.608, RE 551.713, RE 551.778, RE 555.897, RE 556.233, RE 556.235, RE
557.542, RE 557.606, RE 557.717, RE 558.279, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em
30-4-08, Plenário, DJE de 27-6-08.
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
"Gratificação especial de trabalho policial. Adicional noturno. (...) Não malfere o disposto no
artigo 7º, IX, da Constituição Federal a interpretação oferecida pelas instâncias ordinárias que
consideraram que a gratificação chamada Regime Especial de Trabalho Policial – RETP, como
expressamente previsto na legislação de regência, alcança o trabalho em horário irregular,
incluído o regime de plantões noturno. Interpretação em outra direção conflita com o disposto
no artigo 37, XIV, da Constituição Federal." (RE 185.312, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento
em 15-4-08, 2ª Turma, DJE de 30-5-08)
"Participação nos lucros. Art. 7°, XI, da Constituição Federal. Necessidade de lei para o
exercício desse direito. O exercício do direito assegurado pelo art. 7°, XI, da Constituição
Federal começa com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentá-lo, diante da
imperativa necessidade de integração. Com isso, possível a cobrança das contribuições
previdenciárias até a data em que entrou em vigor a regulamentação do dispositivo.” (RE
398.284, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 23-9-08, 1ª Turma, DJE de 19-12-08). No
mesmo sentido: RE 393.764–AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 25-11-08, 2ª Turma,
DJE de 19-12-08.
“Participação dos empregados na gestão da empresa: admitida, com base no art. 7º, XI, CF,
parece que, na eleição do representante, o sufrágio deve ser concedido apenas aos
empregados em atividade, não aos inativos.” (ADI 2.296-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence,
julgamento em 16-11-00, Plenário, DJ de 23-2-01)
"Participação nos lucros da empresa: CF, art. 7º, XI: mandado de injunção prejudicado em face
da superveniência de medida provisória disciplinando o art. 7º, XI, da CF." (MI 102, Rel. p/ o ac.
Min. Carlos Velloso, julgamento em 12-2-98, Plenário, DJ de 25-10-02)
"Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 2º, caput, da Medida Provisória n. 1.136, de 26-9-95,
repetido na Medida Provisória n. 1.239, de 14-12-95, que regula a representação dos
empregados, em convenção celebrada para regular a forma de sua participação nos lucros da
empresa. Alegada afronta ao art. 8º, inc. VI, da Constituição Federal. Plausibilidade da
alegação, relativamente às expressões ‘por meio de comissão por eles escolhida’, contida no
texto da referida norma, requisito a que se alia, por motivos óbvios, a conveniência da pronta
suspensão de sua vigência. Cautelar parcialmente deferida." (ADI 1.361-MC, Rel. Min. Ilmar
Galvão, julgamento em 12-12-95, Plenário, DJ de 12-4-96)
Redação Anterior:
XII - salário-família para os seus dependentes; (Alterado pela EC nº 20/1998)
XII - salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da
lei; (Redação da EC 20/98)
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho;
“Cargo de gestão. Ausência de controle da jornada de trabalho. Possibilidade. Art. 62, II, da
CLT. Decisão mantida. Não afronta o art. 7º, XIII, da Constituição da República, a decisão que
excepciona os ocupantes de cargos de gestão do controle de jornada de trabalho.” (RE
563.851-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 26-2-08, 2ª Turma, DJE de 28-3-08)
“(...) a apuração do salário-hora, para efeito de cálculo da hora extraordinária, há de ser feita,
no caso do trabalhador mensalista, mediante a divisão do salário por 220, e não por 240 (...).”
(RE 325.550, voto do Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 26-2-02, 1ª Turma, DJ de 5-4-
02)
XIV - jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento,
salvo negociação coletiva;
"Os intervalos fixados para descanso e alimentação durante a jornada de seis horas não
descaracterizam o sistema de turnos ininterruptos de revezamento para o efeito do art. 7º, XIV,
da Constituição." (SÚM. 675)
"É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de
revezamento." (SÚM. 213)
"Não vulnera o inciso XIV do artigo 7º da Carta Política da República, voltado à proteção dos
trabalhadores, pronunciamento judicial em que se conclui que, contratado o prestador dos
serviços para trabalhar em turnos ininterruptos mediante o salário-hora, a sétima e oitava
horas são devidas como extraordinárias." (AI 543.614-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento
em 18-10-05, 1ª Turma, DJ de 9-12-05)
“A expressão 'ininterrupto' aplica-se a turnos, pois são eles que podem ser ininterruptos.
Intraturno não há interrupção, mas suspensão ou, como nominado pela CLT, intervalo. A
ininterrupção do texto constitucional diz com turnos entre si. Nada com as suspensões ou
intervalos intraturnos. São os turnos que devem ser ininterruptos e não o trabalho da empresa.
Circunscreve-se a expressão 'turno' aos segmentos das 24 horas, pelo que se tem como
irrelevante a paralisação coletiva do trabalho aos domingos. O trabalhador, por texto
constitucional, tem direito ao repouso semanal remunerado. Se a empresa, tendo em vista as
condições operacionais de suas máquinas, pode paralisar no domingo, cumpre uma obrigação
constitucional. Preferencialmente no domingo, diz a Constituição. Consideram-se os intervalos,
que são obrigações legais, como irrelevantes quanto à obrigação de ser o turno de 6 horas,
quando (a) forem os turnos ininterruptos entre si, (b) houver revezamento e (c) não houver
negociação coletiva da qual decorra situação diversa. Não é a duração do intervalo, se de 15
minutos, de uma ou de duas horas – que determina a duração da jornada. É o inverso. É a
duração da jornada que determina o tamanho do intervalo: se de 15 minutos, de uma hora ou
mais.” (RE 205.815, Rel. p/ o ac. Min. Nelson Jobim, julgamento em 4-12-97, 1ª Turma, DJ de 2-
10-98)
"No cálculo da indenização por acidente do trabalho inclui-se, quando devido, o repouso
semanal remunerado." (SÚM. 464)
"No cálculo da indenização por despedida injusta inclui-se, quando devido, o repouso semanal
remunerado." (SÚM. 462)
"É duplo, e não triplo, o pagamento do salário nos dias destinados a descanso." (SÚM. 461)
"O vendedor pracista, remunerado mediante comissão, não tem direito ao repouso semanal
remunerado." (SÚM. 201)
“A Constituição não faz absoluta a opção pelo repouso aos domingos, que só impôs
'preferentemente'; a relatividade daí decorrente não pode, contudo, esvaziar a norma
constitucional de preferência, em relação à qual as exceções – sujeitas à razoabilidade e
objetividade dos seus critérios – não pode converter-se em regra, a arbítrio unicamente de
empregador. A Convenção 126 da OIT reforça a argüição de inconstitucionalidade: ainda
quando não se queira comprometer o Tribunal com a tese da hierarquia constitucional dos
tratados sobre direitos fundamentais ratificados antes da Constituição, o mínimo a conferir-lhe
é o valor de poderoso reforço à interpretação do texto constitucional que sirva melhor à sua
efetividade: não é de presumir, em Constituição tão ciosa da proteção dos direitos
fundamentais quanto a nossa, a ruptura com as convenções internacionais que se inspiram na
mesma preocupação.” (ADI 1.675-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 24-9-97,
Plenário, DJ de 19-9-03)
XVII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário
normal;
"Não é inconstitucional a Lei 1.530, de 26-12-1951, que manda incluir na indenização por
despedida injusta parcela correspondente a férias proporcionais." (SÚM. 200)
"O salário das férias do empregado horista corresponde à média do período aquisitivo, não
podendo ser inferior ao mínimo." (SÚM. 199)
"As ausências motivadas por acidente do trabalho não são descontáveis do período aquisitivo
das férias." (SÚM. 198)
"O Tribunal desproveu recurso extraordinário interposto pelo Estado do Rio Grande do Norte
contra acórdão que mantivera sentença que reconhecera a servidor público ocupante de cargo
comissionado o direito a receber, quando exonerado, o valor referente às férias não usufruídas,
acrescido de um terço. Alegava o Estado recorrente que, como não tinha gozado as férias, o
servidor não teria direito ao referido adicional. Na linha do que decidido no julgamento do RE
324.656/RJ (DJU de 17-8-06), no sentido de que não é o gozo de férias que garante o adicional
de, pelo menos, um terço a mais, e sim o próprio direito às férias constitucionalmente
assegurado (CF, art. 7º, XVII), entendeu-se que, no caso, haveria dupla punição do servidor
exonerado, que, além de não poder gozar as férias por necessidade de serviço, também não
recebera o acréscimo de um terço, o que configuraria, ainda, enriquecimento ilícito do Estado.
Rejeitou-se, ademais, a alegação do recorrente de que o terço constitucional não seria devido,
por não dispor a legislação estadual (Lei Complementar 122/94, art. 83) de previsão do seu
pagamento para a hipótese de férias não gozadas, haja vista não ser possível à legislação
infraconstitucional restringir um direito constitucional garantido ao trabalhador." (RE 570.908,
Rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 16-9-09, Plenário, Informativo 559). No mesmo
sentido: RE 588.937-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 4-11-08, 2ª Turma, DJE de 28-
11-08; RE 324.656-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 6-2-07, 2ª Turma, DJ de 2-3-
07; RE 324.880-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 24-5-05, 1ª Turma, DJ de 10-3-06.
“Servidor público aposentado: férias: acréscimo de um terço. CF, art. 7º, XVII. Resolução n.
06/89 do Tribunal de Justiça do Espírito Santo. O direito às férias remuneradas é assegurado ao
servidor público em atividade. O acréscimo de um terço da remuneração segue o principal:
somente faz jus a esse acréscimo o servidor com direito ao gozo de férias remuneradas. CF,
art. 7º, inciso XVII. Servidor público aposentado não tem direito, obviamente, ao gozo de férias.
Resolução 06/89 do Tribunal de Justiça do Espírito Santo que estendeu aos magistrados
aposentados o acréscimo relativamente às férias na base de um terço da remuneração:
inconstitucionalidade.” (ADI 2.579, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 21-8-03, Plenário,
DJ de 26-9-03)
“Estado do Rio Grande do Sul. Art. 2º da Lei n. 8.870, de 18-7-89, que limita a apenas um mês
de férias o aumento, em 30%, dos vencimentos dos membros da magistratura estadual,
previsto no art. 7º, XVII, da Constituição. Dispositivo legal que se revela incompatível com a
norma constitucional em referência, dado tratar-se de carreira cujos integrantes têm direito a
sessenta dias de férias anuais (art. 66 da LOMAN).” (AO 517, Rel. Min. Ilmar Galvão,
julgamento em 16-12-99, Plenário, DJ de 10-3-00)
XVIII - licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias;
"O legislador brasileiro, a partir de 1932 e mais claramente desde 1974, vem tratando o
problema da proteção à gestante, cada vez menos como um encargo trabalhista (do
empregador) e cada vez mais como de natureza previdenciária. (...) Diante desse quadro
histórico, não é de se presumir que o legislador constituinte derivado, na Emenda 20/98, mais
precisamente em seu art. 14, haja pretendido a revogação, ainda que implícita, do art. 7º,
XVIII, da Constituição Federal originária. Se esse tivesse sido o objetivo da norma constitucional
derivada, por certo a EC n. 20/98 conteria referência expressa a respeito. E, à falta de norma
constitucional derivada, revogadora do art. 7º, XVIII, a pura e simples aplicação do art. 14 da
EC 20/98, de modo a torná-la insubsistente, implicará um retrocesso histórico, em matéria
social-previdenciária, que não se pode presumir desejado. Na verdade, se se entender que a
Previdência Social, doravante, responderá apenas por R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais)
por mês, durante a licença da gestante, e que o empregador responderá, sozinho, pelo
restante, ficará sobremaneira, facilitada e estimulada a opção deste pelo trabalhador
masculino, ao invés da mulher trabalhadora. (...) A convicção firmada, por ocasião do
deferimento da Medida Cautelar, com adesão de todos os demais Ministros, ficou agora, ao
ensejo deste julgamento de mérito, reforçada substancialmente no parecer da Procuradoria
Geral da República. Reiteradas as considerações feitas nos votos, então proferidos, e nessa
manifestação do Ministério Público federal, a Ação Direta de Inconstitucionalidade é julgada
procedente, em parte, para se dar, ao art. 14 da Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998,
interpretação conforme à Constituição, excluindo-se sua aplicação ao salário da licença
gestante, a que se refere o art. 7º, inciso XVIII, da Constituição Federal." (ADI 1.946, Rel. Min.
Sydney Sanches, julgamento em 3-4-03, Plenário, DJ de 16-5-03)
“Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho – SAT: Lei 7.787/89, art. 3º, II;
Lei 8.212/91, art. 22, II: alegação no sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4º, c/c art. 154,
I, da Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de observância da técnica da
competência residual da União, CF, art. 154, I. Desnecessidade de lei complementar para a
instituição da contribuição para o SAT.” (RE 343.446, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em
20-3-03, Plenário, DJ de 4-4-03)
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;
“Mandado de injunção. Artigo 7º, XXI da Constituição. Aviso prévio proporcional ao tempo de
serviço. Situação de mora do legislador ordinário na atividade de regulamentar o aviso prévio,
como previsto no artigo 7º, XXI da Constituição. Falta de perspectiva de qualquer benefício ao
peticionário, visto que dispensado em perfeita sintonia com o direito positivo da época –
circunstância impeditiva de desdobramentos, no caso concreto, em favor do impetrante.
Mandado de injunção parcialmente deferido, com o reconhecimento da mora do Congresso
Nacional.” (MI 369, Rel. p/ o ac. Min. Francisco Rezek, julgamento em 19-8-92, Plenário, DJ de
26-2-93)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
"Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como causa de pedir o
descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e saúde dos
trabalhadores." (SÚM. 736)
“Acontece que esse caso em parece peculiar, e muito peculiar – se o superlativo for admitido
eu diria peculiaríssimo –, porque a lei federal faz remissão à Convenção da OIT n. 162, art. 3º,
que, por versar tema que no Brasil é tido como de direito fundamental (saúde), tem o status de
norma supralegal. Estaria, portanto, acima da própria lei federal que dispõe sobre a
comercialização, produção, transporte, etc., do amianto. (...) De maneira que, retomando o
discurso do Ministro Joaquim Barbosa, a norma estadual, no caso, cumpre muito mais a
Constituição Federal nesse plano da proteção à saúde ou de evitar riscos à saúde humana, à
saúde da população em geral, dos trabalhadores em particular e do meio ambiente. A
legislação estadual está muito mais próxima dos desígnios constitucionais, e, portanto, realiza
melhor esse sumo princípio da eficacidade máxima da Constituição em matéria de direitos
fundamentais, e muito mais próxima da OIT, também, do que a legislação federal. Então,
parece-me um caso muito interessante de contraposição de norma suplementar com a norma
geral, levando-nos a reconhecer a superioridade da norma suplementar sobre a norma geral. E,
como estamos em sede de cautelar, há dois princípios que desaconselham o referendum à
cautelar: o princípio da precaução, que busca evitar riscos ou danos à saúde e ao meio
ambiente para gerações presentes; e o princípio da prevenção, que tem a mesma finalidade
para gerações futuras. Nesse caso, portanto, o periculum in mora é invertido e a plausibilidade
do direito também contraindica o referendum a cautelar. Senhor Presidente, portanto, pedindo
todas as vênias, acompanho a dissidência e também não referendo a cautelar.” (ADI 3.937-MC,
Rel. Min. Marco Aurélio, voto do Min. Carlos Britto, julgamento em 4-6-08, Plenário, DJE de 10-
10-08)
XXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei;
“Salvo nos casos previstos na Constituição, o salário mínimo não pode ser usado como
indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser
substituído por decisão judicial.” (Súmula Vinculante 4)
"Art. 7º, inc. IV, da Constituição da República. Não-recepção do art. 3º, parágrafo único, da Lei
Complementar paulista n. 432/1985 pela Constituição de 1988. Inconstitucionalidade de
vinculação do adicional de insalubridade ao salário-mínimo: precedentes. Impossibilidade da
modificação da base de cálculo do benefício por decisão judicial. Recurso extraordinário ao
qual se nega provimento. (...) Inexistência de regra constitucional autorizativa de concessão de
adicional de insalubridade a servidores públicos (art. 39, § 1º, inc. III) ou a policiais militares
(art. 42, § 1º, c/c 142, § 3º, inc. X). Inviabilidade de invocação do art. 7º, inc. XXIII, da
Constituição da República, pois mesmo se a legislação local determina a sua incidência aos
servidores públicos, a expressão adicional de remuneração contida na norma constitucional há
de ser interpretada como adicional remuneratório, a saber, aquele que desenvolve atividades
penosas, insalubres ou perigosas tem direito a adicional, a compor a sua remuneração. Se a
Constituição tivesse estabelecido remuneração do trabalhador como base de cálculo teria
afirmado adicional sobre a remuneração, o que não fez." (RE 565.714, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgamento em 30-4-08, Plenário, DJE de 8-8-08). No mesmo sentido: AI 395.455-AgR, Rel.
Min. Ellen Gracie, julgamento em 23-6-09, 2ª Turma, DJE de 7-8-09; AI 344.269-AgR-AgR, Rel.
Min. Celso de Mello, julgamento em 23-6-09, 2ª Turma, DJE de 7-8-09; RE 557.727-AgR, Rel.
Min. Eros Grau, julgamento em 19-8-08, 2ª Turma, DJE de 12-9-08.
XXIV - aposentadoria;
"(...) minha decisão no RE 460.700 determinou o retorno dos autos ao Tribunal Superior do
Trabalho para que este prosseguisse no exame do processo como entendesse de Direito,
afastando do aresto recorrido a premissa de que a aposentadoria espontânea extingue o
contrato de trabalho. (...) Conforme destacou o Procurador-Geral da República, não há, na
decisão deste Supremo Tribunal Federal, ‘uma determinação para que a interessada seja
reintegrada ao cargo de origem’." (Rcl 5.515, voto do Min. Carlos Britto julgamento em 29-4-
09, Plenário, DJE de 19-6-09)
“Previdenciário. INSS. Aposentadoria por tempo de serviço. Lei 8.213/91. Efeito retroativo.
Impossibilidade. Esta Turma já se manifestou no sentido da impossibilidade de ser estendida a
lei mais vantajosa (Lei 8.213/91, art. 53, I e II) a benefício que lhe é anterior." (RE 521.703-ED,
Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 27-11-07, Plenário, DJE de1º-2-08).
"Previdência social: aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato de
trabalho. Despedida arbitrária ou sem justa causa (CF, art. 7º, I): viola a garantia constitucional
o acórdão que, partindo de premissa derivada de interpretação conferida ao art. 453, caput, da
CLT (redação alterada pela L. 6.204/75), decide que a aposentadoria espontânea extingue o
contrato de trabalho, mesmo quando o empregado continua a trabalhar na empresa após a
concessão do benefício previdenciário. A aposentadoria espontânea pode ou não ser
acompanhada do afastamento do empregado de seu trabalho: só há readmissão quando o
trabalhador aposentado tiver encerrado a relação de trabalho e posteriormente iniciado outra;
caso haja continuidade do trabalho, mesmo após a aposentadoria espontânea, não se pode
falar em extinção do contrato de trabalho e, portanto, em readmissão." (RE 449.420, Rel. Min.
Sepúlveda Pertence, julgamento em 16-8-05, 1ª Turma, DJ de 14-10-05). No mesmo sentido:
RE 577.832-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 9-6-09, 2ª Turma, DJE de 1º-7-09; AI
752.346-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 8-9-09, 2ª Turma, DJE de 25-9-09.
Redação Anterior:
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até seis anos de idade
em creches e pré-escolas;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de
idade em creches e pré-escolas; (Redação da EC 53/06)
"Acordo coletivo de trabalho: o artigo 7º, XXVI, da Constituição Federal, não elide a declaração
de nulidade de cláusula de acordo coletivo de trabalho à luz da legislação ordinária." (AI
617.006-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 2-3-07, Plenário, DJ de 23-3-07).
No mesmo sentido: AI 657.925-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-8-07,
1ª Turma, DJ de 14-9-07
“A cobrança da contribuição ao SAT incidente sobre o total das remunerações pagas tanto aos
empregados quanto aos trabalhadores avulsos é legítima.” (AI 742.458-AgR, Rel. Min. Eros
Grau, julgamento em 14-4-09, 2ª Turma, DJE de 15-5-09). No mesmo sentido: AI 727.542-
AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 26-5-09, 1ª Turma, DJE de 19-6-09. No
mesmo sentido: AI 727.542-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 26-5-09, 1ª
Turma, DJE de 19-6-09.
“Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho – SAT: Lei 7.787/89, art. 3º, II;
Lei 8.212/91, art. 22, II: alegação no sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4º, c/c art. 154,
I, da Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de observância da técnica da
competência residual da União, CF, art. 154, I. Desnecessidade de lei complementar para a
instituição da contribuição para o SAT.” (RE 343.446, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em
20-3-03, Plenário, DJ de 4-4-03). No mesmo sentido: RE 567.544-AgR, Rel. Min. Carlos Britto,
julgamento em 28-10-08, 1ª Turma, DJE de 27-2-09.
Redação Anterior:
XXIX - ação, quanto a créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de:
a) cinco anos para o trabalhador urbano, até o limite de dois anos após a extinção do contrato;
(Revogado pela EC nº 28/00)
b) até dois anos após a extinção do contrato, para o trabalhador rural. (Revogado pela EC nº
28/00)
XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional
de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção
do contrato de trabalho; (Redação da EC nº 28/00)
"A prescrição atinge somente as prestações de mais de dois anos, reclamadas com
fundamento em decisão normativa da Justiça do Trabalho, ou em Convenção Coletiva de
Trabalho, quando não estiver em causa a própria validade de tais atos." (SÚM. 349)
"O art. 7º, XXIX, da Carta Magna estabelece apenas o prazo prescricional. A relação da
dicotomia entre as espécies de prescrição: parcial ou total, reside, exclusivamente no âmbito
infraconstitucional." (RE 575.019-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 3-2-09, 2ª Turma,
DJE de 6-3-09). No mesmo sentido: AI 734.392-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 26-
5-09, 2ª Turma, DJE de 19-6-09; AI 735.532-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 19-
5-09, 2ª Turma, DJE de 19-6-09.
"Trabalhador Rural. Art. 7º, XXIX, da CF. Prescrição. Ação iniciada antes da promulgação da EC
n. 28, de 2000. Retroatividade. Inadmissibilidade." (AI 467.975, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgamento em 25-4-06, 2ª Turma, DJ de 26-5-06). No mesmo sentido: RE 423.575-AgR, Rel.
Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 23-11-04, 1ª Turma, DJ de 17-12-04.
“A vedação constitucional de diferença de critério de admissão por motivo de idade (CF, art.
7º, XXX) é corolário, na esfera das relações de Trabalho, do princípio fundamental de igualdade
(CF, art. 5º, caput), que se estende, à falta de exclusão constitucional inequívoca (como ocorre
em relação aos militares – CF, art. 42, § 11), a todo o sistema do pessoal civil. É ponderável,
não obstante, a ressalva das hipóteses em que a limitação de idade se possa legitimar como
imposição da natureza e das atribuições do cargo a preencher. Esse não é o caso, porém,
quando, como se dá na espécie, a lei dispensa do limite os que já sejam servidores públicos, a
evidenciar que não se cuida de discriminação ditada por exigências etárias das funções do
cargo considerado.” (RMS 21.046, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 14-12-90,
Plenário, DJ de 14-11-91). No mesmo sentido: AI 722.490-AgR, Rel. Min. Ricardo
Lewandowski, julgamento em 3-2-09, 1ª Turma, DJE de 6-3-09.
Redação Anterior:
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre aos menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de quatorze anos, salvo na condição de aprendiz;
XXXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos; (Redação da EC nº 20/98)
"Tem direito a salário integral o menor não sujeito a aprendizagem metódica." (SÚM. 205)
"Trabalhador rural ou rurícola menor de quatorze anos. Contagem de tempo de serviço. Art. 11,
VII, da Lei n. 8.213. Possibilidade. Precedentes. Alegação de violação aos arts. 5°, XXXVI; e 97,
da CF/88. Improcedente. Impossibilidade de declaração de efeitos retroativos para o caso de
declaração de nulidade de contratos trabalhistas. Tratamento similar na doutrina do direito
comparado: México, Alemanha, França e Itália. Norma de garantia do trabalhador que não se
interpreta em seu detrimento. Acórdão do STJ em conformidade com a jurisprudência desta
Corte. Precedentes citados: AgRAI 105.794, 2ª T., Rel. Aldir Passarinho, DJ 2-5-86; e RE
104.654, 2ª T., Rel. Francisco Rezek, DJ 25-4-86." (AI 529.694, Rel. Min. Gilmar Mendes,
julgamento em 15-2-05, 2ª Turma, DJ de 11-3-05)