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America and Europe should not be subjected to a historiographical divorce.
Na frase citada acima, o historiador britnico John H. Elliot (ELLIOT,1992: 07) alerta
que a compreenso do Novo Mundo entre os viajantes, missionrios, piratas e filsofos
europeus exige uma perspectiva de anlise que cnjuge dois eixos de reflexo: se por um
lado, boa parte dos estudos se debruam sobre a srie de especulaes filosficas geradas pelo
encontro de europeus e os povos americanos, por outro lado, no se deve deixar de lado como
a prpria auto percepo europia se reinventou nesse cenrio. Logo, mais do que destacar o
quanto esse Novo Mundo possibilitou em termos de especulao do conhecimento filosfico,
nosso interesse aqui est na anlise de como a leitura e escrita da histria dos povos
americanos conduziu a uma construo da prpria identidade europia. Dessa maneira, nosso
objetivo aqui apresentar as nuances de um lento processo de elaborao da identidade
inglesa no Atlntico no decorrer do sculo XVIII a partir da escrita e da publicao de uma
srie de histrias da Amrica.
Cabe esclarecer inicialmente, que boa parte da historiografia em lngua inglesa nesse
perodo foi responsvel pela redao de narrativas que procuravam no apenas apresentar a
trajetria dos territrios americanos como teciam especulaes filosficas notadamente a
respeito do homem e da natureza americana ;cujo maior expoente foi o escocs William
Robertson com a publicao em 1777 da sua History of America
1
. No entanto, no somente
sobre a Amrica e seus povos que se detm essas obras: a escrita e as observaes do Novo
Mundo dividem espao com a construo de uma imagem e de uma interpretao sobre a
presena inglesa. Mais do que se indagar acerca da possibilidade de desenvolvimento e de
sofisticao do mundo americano, essa produo textual sistematiza idias e valores j