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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Este material é parte integrante da disciplina “Didática do Ensino Superior”
oferecido pela UNINOVE. O acesso às atividades, as leituras interativas, os
exercícios, chats, fóruns de discussão e a comunicação com o professor devem ser
feitos diretamente no ambiente de aprendizagem online.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Sumário
AULA 01 • PRESSUPOSTOS E CARACTERÍSTICAS DA DIDÁTICA.............................................4
A origem da Didática ...................................................................................................................5
Exercícios....................................................................................................................................9
AULA 02 • ATUAÇÃO DO PROFESSOR UNIVERSITÁRIO: ENSINO OU APRENDIZAGEM ? ....11
Abordagem tradicional...............................................................................................................13
Abordagem comportamentalista ................................................................................................13
Abordagem humanista...............................................................................................................14
Abordagem cognitivista .............................................................................................................15
Abordagem sóciocultural ..........................................................................................................15
Exercícios..................................................................................................................................16
AULA 03 • A ENSINAGEM: NOVO PARADIGMA DE ATUAÇÃO DO PROFESSOR
UNIVERSITÁRIO ..........................................................................................................................18
Processo de ensinagem ............................................................................................................20
Exercícios..................................................................................................................................22
AULA 04 • O PLANEJAMENTO DE ENSINO ................................................................................24
Níveis de planejamento: educacional, institucional, curricular e do ensino ................................25
Planejamento educacional.....................................................................................................25
Planejamento institucional .....................................................................................................26
Planejamento curricular .........................................................................................................26
Planejamento do ensino ........................................................................................................26
Como elaborar planos de ensino ...............................................................................................27
Plano de disciplina.................................................................................................................28
Planos de unidade.................................................................................................................28
Plano de aula.........................................................................................................................29
Exercícios..................................................................................................................................30
AULA 05 • O PROFESSOR UNIVERSITÁRIO NA SELEÇÃO E ORGANIZAÇÃO DOS
CONTEÚDOS DE ENSINO ...........................................................................................................31
Papel dos conteúdos no planejamento do ensino......................................................................32
Critérios para a seleção dos conteúdos.....................................................................................34
Ordenação dos conteúdos.........................................................................................................35
Exercícios..................................................................................................................................36
AULA 06 • AULAS EXPOSITIVAS: UMA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO..............................38
Exercícios..................................................................................................................................43
AULA 07 • A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NO ENSINO SUPERIOR .........45
Exercícios..................................................................................................................................53
AULA 08 • AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR .....................................55
Exercícios..................................................................................................................................62
AULA 09 • ESTUDO DE CASO .....................................................................................................63
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................64
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Nesta aula, buscase discutir os motivos que justificam o estudo da disciplina Didática, que
desde sua origem, por ter sido inaugurada como uma arte de ensinar, desperta, nos estudantes, o
desejo de adquirir técnicas, métodos capazes de ensinar qualquer turma de estudantes. O
professor universitário não foge dessas expectativas. Para sua atuação, em sala de aula, exigia
se apenas o domínio de saberes e facilidade de comunicação, dispensando os estudos dessa
disciplina. Atualmente, ele precisa de conhecimentos da área que leciona e de habilidades
pedagógicas para proporcionar um aprendizado eficaz.
Nesta aula, discutiremos os pressupostos da Didática, suas características e as
expectativas que desperta nos alunos, no tocante às técnicas para ensinar.
A preocupação com a formação docente superior é recente na história da educação
brasileira. Antes se pensava que, para ensinar, bastava saber se comunicar de forma clara e
possuir conhecimentos na área de atuação pretendida, e o que sustentava essa posição era que
os alunos, por serem adultos, não precisariam do auxílio de pedagogos.
Geralmente, esse professor recebe a ementa da disciplina pronta e planeja suas aulas
individualmente, não sendo orientado sobre processos de planejamento, metodologias e
avaliação; por outro lado, a “falta de didática” é uma das críticas mais contundentes ao professor
universitário e, dessa forma, o estudo da Didática tornase necessário, como veremos a seguir.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Professor
A influência de novas configurações do trabalho, na sociedade contemporânea, reduz a
empregabilidade, decorrendo daí o afluxo dos profissionais liberais, exempregados ao
exercício da docência no ensino superior, resultando na expansão de oferta de cursos
superiores de graduação e de pósgraduação lato e stricto senso. A LDBEN 9394/96
recomenda preparação pedagógica (não processo de formação) para o exercício da
docência no ensino superior, ao exigir, nesse nível, parcela de seus professores em
nível de pósgraduação, em programas de mestrado ou doutorado, sendo que a maioria
deles não oferece disciplinas de caráter didáticopedagógico. O desenvolvimento de
habilidades pedagógicas dos professores universitários ocorre por meio de leituras
individuais ou cursos específicos, e a didática oferece novas possibilidades na formação
dos professores em questão.
A origem da Didática
A Didática surge, no Brasil, como uma disciplina nos cursos de formação de professores, a
partir de 1934 (USP), para oferecer, aos bacharéis das várias áreas, conhecimentos pedagógicos
necessários às atividades de ensinar.
Como se sabe, a Didática foi inaugurada como a arte de “ensinar tudo a todos”, por Jean
Amos Comenius (15921670). A pretensão do monge luterano era criar um método universal,
invariável, capaz de orientar o trabalho docente. Na apresentação da Didática Magna, ou Tratado
da arte universal de ensinar tudo a todos, comenta os objetivos de sua proposta: “A proa e a popa
da nossa didática será investigar e descobrir o método segundo o qual os professores ensinem
menos e os estudantes aprendam mais; nas escolas, haja menos barulho, menos enfado, menos
trabalho inútil, e, ao contrário, haja mais recolhimento, mais atrativo e mais sólido progresso; na
Cristandade, haja menos trevas, menos confusão, menos dissídios, mais ordem, mais paz e mais
tranqüilidade.
Percebese a relação entre a Didática e o ensino (“menos trabalho inútil”), em que o
professor ensina menos e o aluno aprende mais.
Desde então, a Didática e o ensino associamse como arte, entendida, nesse contexto,
como uma técnica, modo específico de realizar uma tarefa e um ofício, como o saber técnico do
artesão, do operário, do trabalhador. O professor, então, é alguém que conhece e domina sua
profissão, um profissional especializado. O ensino é pensado como uma profissão.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Didática
Atualmente, nos deparamos com diferentes definições de didática e, em quase todas
elas, apresentase como ciência, técnica ou arte de ensinar.
No dicionário aparece como “parte da Pedagogia que trata dos preceitos científicos que
orientam a atividade educativa de modo a tornála mais eficiente” (HOUAISS, 2001). A
pedagogia é tradicionalmente a arte e a ciência da educação, enquanto a didática
aparece como a ciência e a arte do ensino.
Para Maseto (1997), Didática é o estudo do processo de ensinoaprendizagem em sala
de aula e de seus resultados.
Outra definição, encontramos em Libâneo (1994), onde a Didática surge “quando os
adultos começam a intervir na atividade de aprendizagem das crianças e jovens através
da direção deliberada e planejada do ensino, ao contrário das formas de intervenção
mais ou menos espontâneas de antes”.
Rousseau (17121778) trouxe um novo conceito de infância, com ênfase na sua natureza.
Transformou o método de ensinar em um procedimento natural, “exercido sem pressa e sem
livros”. Ao questionar o método único e valorizar o sujeito que aprende, lança as bases da “Escola
Nova”.
Herbart (17761841) lançou as bases da pedagogia científica. Criou os passos formais da
aprendizagem, dos quais surgiram os passos formais do ensino: clareza (na exposição),
associação (dos conhecimentos novos com os anteriores), sistema e método. Seus discípulos os
transformaram em: preparação (da aula, da classe: motivação), apresentação, associação,
sistematização e aplicação (dos conhecimentos adquiridos).
Nessa didática, o ensino depende do professor, que prepara suas aulas de acordo com os
passos formais e se responsabiliza pelo sucesso do ensino.
Comparando ambos, percebemos que, se para Rousseau, a ênfase está no sujeito que
aprende, para Herbart, o mais importante é o método (de ensinar), retomando o desejo de
Comenius com o método único.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
No início do século XX, vários movimentos de reforma escolar reconhecem que a Didática
tradicional é insuficiente. Surge a necessidade de se considerar os aspectos psicológicos
envolvidos no processo de ensino.
O movimento escolanovista aparece como uma nova forma de tratar os problemas da
educação em oposição às formas tradicionais de ensino, sendo que, para algumas vertentes
desse movimento, a referência científica é a psicologia das diferenças individuais.
Dito de outra forma, sua pretensão consistia num movimento de renovação pedagógica de
cunho técnico, pois buscava aplicar, na prática educativa, os conhecimentos derivados das
ciências do comportamento.
A partir da segunda década do século XX, a Didática segue os postulados da Escola Nova.
Nesse sentido, destaca a necessidade de se partir das necessidades e interesses espontâneos e
naturais da criança e valorizar os princípios de atividade, liberdade e individualização.
A criança não é mais vista como um adulto em miniatura, não mais um ser passivo à
transmissão dos conhecimentos pelo professor, mas um aluno ativo, que se autoeduca num
processo natural.
A idéia básica é que a aluno aprende melhor por si. A partir daí, as diferenças individuais e
a utilização de jogos educativos passam a ser valorizados.
Na didática da Escola Nova, o aluno é considerado como o sujeito da aprendizagem,
cabendo ao professor colocálo em situações de investigação, principalmente incentivar, orientar e
organizar situações de aprendizagem, de acordo com as capacidades e características individuais
dos alunos.
A didática contribui para constituir o fundamento do liberalismo econômico, pois fornece as
bases científicas para explicar as diferenças individuais e as desigualdades escolares (o
fracasso), como próprias da natureza individual de cada criança.
O que, à primeira vista, significava uma revolução democrática nos métodos de ensinar,
porque se opunha ao método tradicional, próprio da classe dominante, de forma contraditória,
serviu para justificar a desigualdade social e escolar.
Nessa lógica da exclusão, a escola é para todos e os professores estão ali para ensinar.
Se o aluno aprende ou não, a responsabilidade não é do professor, de sua didática, de seus
métodos, do que ensina, das maneiras que avalia, da forma como se relaciona com os alunos.
Também não é responsabilidade da escola, da maneira como se organiza ou seleciona os alunos.
Ambos, professor e escola, cumpriram seus papéis determinados pela sociedade, agora, se o
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
aluno não tem condições naturais e sociais para aprender, a responsabilidade não é nem da
escola e nem dos professores.
Dessa análise, surge um movimento de eliminação da Didática e sua substituição por
disciplinas de conteúdos “mais críticos”, que não reproduzissem as ideologias da classe
dominante, como a História da Educação e a Sociologia da Educação, gerando o entendimento de
que o professor não precisa de didática.
Dessa forma, tanto a didática como teoria de ensino, quanto a Pedagogia como teoria da
educação, restringese aos métodos e procedimentos, entendidos como aplicação de
conhecimentos científicos e em técnicas de ensinar.
A partir dos anos 60 e, posteriormente, no final do século XX, com o desenvolvimento
tecnológico e da informática, surge um novo paradigma didático com predomínio das técnicas, e a
didática resumese no desenvolvimento de novas técnicas de ensinar, e o ensino, na aplicação
delas nas variadas situações.
A função da Didática consiste em fornecer, aos futuros professores, os meios e os
instrumentos eficientes para o desenvolvimento e o controle do processo de ensinar, visando
resultados mais eficazes.
Os fins do ensino são definidos pelo que a sociedade (classe dominante) espera da escola:
preparar para o mercado de trabalho, sendo esse o critério de avaliação do sistema escolar.
Nos cursos de licenciatura predomina uma didática instrumental (desejada pelos
licenciados), pois se busca um método, uma técnica capaz de ensinar toda e qualquer turma de
estudantes.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
1) Resumir a preparação do professor a uma disciplina pedagógica. Nesse caso, a
Pedagogia é a teoria da educação e a Didática teoria de ensino com conhecimentos
técnicos instrumentais, que oferece receitas às situações de ensino.
2) Restringir o campo da Pedagogia e o da Didática às questões e aprendizagem de
crianças e adolescentes;
3) Reduzir a docência ao espaço escolar.
Diante do acima exposto, qual é a tarefa da Didática?
Sabendose que o ensino é um fenômeno complexo e o ensinar uma prática social, a
tarefa da Didática é compreender o funcionamento do ensino em situação, suas funções sociais,
suas implicações estruturais, dialogar com os outros campos de conhecimento, numa perspectiva
multi e interdisciplinar, rever, apropriarse e criar novos conhecimentos que surgem nas situações
de ensino (as técnicas, os métodos, as teorias).
Nas próximas aulas, serão abordados os temas relevantes à formação do professor
universitário, dentre eles, conteúdos, objetivos, métodos de ensino, avaliação, planejamento, de
forma a evidenciar o trabalho didático comprometido com a totalidade do processo educativo, na
perspectiva da construção do conhecimento.
Exercícios
1. De acordo com o que estudamos na aula 1, podemos afirmar que a Didática é uma disciplina
prescritiva, normativa e uma técnica fruto de uma ciência.
a) Incorreta.
b) Correta.
2. A LDBEN 9394/96 recomenda processo de formação para o exercício da docência no ensino
superior ao exigir, nesse nível, parcela de seus professores em nível de pósgraduação, em
programas de mestrado ou doutorado.
Essa afirmativa está:
a) Correta.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
b) Incorreta.
4. A Didática como arte e técnica, infelizmente ainda influencia as expectativas dos alunos dos
cursos de licenciatura. Essa afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. De acordo com o que estudamos na aula 1, podemos afirmar que a Didática é uma disciplina prescritiva, normativa e uma técnica
fruto de uma ciência.
RESPOSTA CORRETA: A
Essa afirmativa está incorreta, pois a Didática tem sido uma disciplina que prescreve normas e se fundamenta em teorias pré
estabelecidas, e que, ao contrário das outras áreas de conhecimento, inaugurouse como método universal de ensinar tudo a todos,
e não como técnica, fruto de uma ciência.
2. A LDBEN 9394/96 recomenda processo de formação para o exercício da docência no ensino superior ao exigir, nesse nível, parcela
de seus professores em nível de pósgraduação, em programas de mestrado ou doutorado.
Essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: B
A LBDEN 9394/96 recomenda preparação pedagógica para o exercício da docência no ensino superior ao exigir, nesse nível,
parcela de seus professores em nível de pósgraduação, em programas de mestrado ou doutorado.
3. O movimento escolanovista opunhase ao método tradicional, próprio da classe dominante, e serviu para acabar com a
desigualdade social e escolar.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: B
O movimento escolanovista opunhase ao método tradicional, próprio da classe dominante, mas, de forma contraditória, serviu para
justificar a desigualdade social e escolar, numa lógica da exclusão.)
4. A Didática como arte e técnica, infelizmente ainda influencia as expectativas dos alunos dos cursos de licenciatura. Essa afirmativa
está:
RESPOSTA CORRETA: A
A maioria dos alunos de licenciatura ainda espera adquirir técnicas para bem ensinar, quando indagados sobre suas expectativas
em relação à Didática.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Esta aula trata dos temas ensino, aprendizagem e atuação do professor universitário, que
muda de forma considerável segundo a opção por um desses pólos. Quando opta pelo ensino,
suas ações, em sala de aula, são expressas pelo verbo ensinar e centralizadas na sua pessoa,
qualidades e habilidades. Quando opta pela aprendizagem, suas atividades centralizamse no
aluno, sendo o facilitador da aprendizagem. Segundo Mizukami, existem cinco abordagens do
processo de ensino: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sóciocultural.
Esta aula analisa o professor universitário, que, conforme a ênfase que coloca no ensino
ou na aprendizagem, sua atuação diversificase de forma significativa.
Quando prioriza o ensino, suas ações, em sala de aula, são expressas pelo verbo ensinar
e centralizadas na sua pessoa, qualidades e habilidades. Tratase do especialista em determinada
área do conhecimento e “a sua arte é a arte da exposição”.
Ele se preocupa com o programa, conteúdos e critérios para aprovar ou reprovar os
alunos.
Nesse caso, os alunos recebem as informações transmitidas coletivamente e demonstram
que assimilaram os conteúdos por meio de deveres, tarefas ou provas individuais.
Essa é a educação “bancária”, que se caracteriza, segundo Paulo freire, com o ato de
transmitir, depositar ou transferir valores e conhecimentos.
Nessa postura, o magistério é uma vocação e a missão do professor é ensinar, pois para
isso ele se preparou e, conforme se torna especialista na matéria e venha dominar a “arte de
ensinar”, ninguém melhor do que ele poderá contribuir para que, por meio de seu ensino, os
alunos aprendam.
Por outro lado, quando o professor opta pela aprendizagem, suas atividades centralizam
se no aluno, suas aptidões, capacidades, expectativas, interesses, possibilidades, oportunidades
e condições para aprender. Atua, portanto, como facilitador da aprendizagem, e os educadores
progressistas, preocupados com uma educação para a mudança, exemplificam essa postura. Dito
de outra forma, considera o aluno como agente do processo educativo.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Nesse pólo (aprendizagem dos alunos), seu papel muda de forma perceptível, pois, ao
invés de ensinar, o professor ajuda o aluno a aprender. A educação não consiste na “arte de
introduzir idéias na cabeça das pessoas, mas de fazer brotar idéias”. Enfim, preocupase com:
expectativas dos alunos, aprendizagem significativa e estratégias adequadas para facilitála.
Apesar de ser uma postura apoiada numa visão humanista da educação e embasada nas
modernas teorias e pesquisas educacionais, gerou alguns equívocos, como veremos em seguida.
Muitos professores valorizam, de forma excessiva, qualidades pessoais (amizade, carinho,
compreensão, amor, tolerância, abnegação) e excluem de sua função a tarefa de ensinar, pois se
pautam no princípio de que “ninguém ensina ninguém”, atribuído a Rogers. Mediante o argumento
da autoridade, dissimulam sua competência técnica.
Entretanto, para muitos professores universitários, que aprenderam seu ofício como os
antigos aprendiam (fazendo), essa polêmica não existe. Não recebem preparação pedagógica
específica ao longo de sua vida profissional e raramente participam de cursos, seminários ou
reuniões sobre métodos de ensino e avaliação da aprendizagem; concebem o ensino como
transmissão de conhecimentos por meio de aulas expositivas. Embora atentos à qualidade do
ensino, de modo geral, não são incentivados a desenvolver sua capacidade pedagógica e, muitas
vezes, não dispõem de informação sobre a evolução pedagógica universitária, que progrediu com
novos conceitos e novos métodos.
Na perspectiva que prioriza o professor como facilitador da aprendizagem, constatase que
o ensino é mais eficaz quando a aula é tecida com a participação do aluno.
Nesse contexto, o papel do professor não se limita a explanar seus conhecimentos, pois, a
qualquer momento, precisa reorientar a aula e garantir que seja superior à leitura de um livro ou
assistência de um filme, mesmo porque “muitas aulas ministradas em cursos universitários não
passam de seções de leitura, diferindo de aulas medievais apenas porque o livro utilizado pela
gente naquela época foi substituído pelas transparências projetadas”. (GIL, 2007, p. 10)
Uma piada auxilia no entendimento dessa questão: ” É possível ensinar um
cachorro a falar? Sim, e é muito fácil. O difícil é fazêlo aprender” .
O ensino, fenômeno complexo, prática social, uma situação em movimento e diversa
conforme os sujeitos, os lugares e os contextos onde ocorre (PIMENTA, 2002, p. 48), é
abordado sob diferentes óticas.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Abordagem tradicional
Essa abordagem do processo ensinoaprendizagem não se fundamenta em teorias
empiricamente validadas, mas numa prática educativa e na sua transmissão através dos anos. Ela
inclui tendências e manifestações diversas. É uma concepção e uma prática educacional que
persiste no tempo, sob diferentes formas, e que fornece um quadro referencial para as demais
abordagens.
Nessa abordagem, o adulto é considerado um homem acabado, “pronto”, e o aluno, um
“adulto em miniatura”, que precisa ser atualizado.
O ensino, em suas diferentes formas, está centrado no professor, que se responsabiliza
pela transmissão dos conhecimentos. Voltase para o que é externo ao aluno: o programa, as
disciplinas e o professor.
O aluno executa prescrições que lhes são fixadas por autoridades exteriores. O papel do
professor é garantir que o conhecimento seja recebido pelo aluno independentemente do
interesse e da vontade própria.
A educação é concebida como um produto, os modelos a serem alcançados já estão
previamente estabelecidos e, nesse sentido, o processo é irrelevante.
De modo geral, o ensino preocupase com a variedade e a quantidade de noções,
conceitos, informações. Caracterizase pelo verbalismo do professor e pela memorização do
aluno. Enfatiza a sistematização dos conhecimentos apresentados de forma acabada, exigindo
tarefas de aprendizagem padronizadas, com fixação de conhecimentos, conteúdos e informação.
Abordagem comportamentalista
Essa abordagem centraliza o primado do objeto (empirismo).
O conhecimento é uma descoberta, nova para quem a faz, mas já estava presente na
realidade exterior.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
O organismo está sujeito às condições do meio e, assim, o conhecimento é uma cópia de
algo do mundo externo.
O papel do professor consiste no planejamento e desenvolvimento de um sistema de
ensinoaprendizagem orientado para a maximização do desempenho do aluno (importam os
fatores economia de tempo, esforços e custos), sendo sua responsabilidade assegurar a
aquisição do comportamento.
A educação tem, como função, a transmissão cultural em um mundo objetivo, já
construído, onde o homem é considerado como produto do meio.
Nessa abordagem, considerandose a prática educacional, não há modelos ou sistemas
ideais de instrução, mas a eficiência na elaboração e utilização dos sistemas; modelos de ensino
dependem das habilidades do planejador, do professor.
Abordagem humanista
O homem é visto de forma individualizada, em um processo de contínua descoberta sobre
si mesmo, que concebe a própria visão de mundo em função da percepção sobre as experiências
vividas.
A realidade é subjetiva e o conhecimento constróise no processo de “vir a ser” da pessoa
humana, visando uma aprendizagem significativa.
A responsabilidade pela educação é depositada nas mãos do estudante. Cabe à instituição
educacional criar condições que facilitem a aprendizagem do aluno, promovendo seu
desenvolvimento intelectual e emocional.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
O professor é visto como um facilitador, ele não ensina, mas cria condições para que os
alunos aprendam. Ele cria situações para que o aluno as solucione.
Abordagem cognitivista
Implica no estudo cientifico da aprendizagem como sendo mais que um produto do
ambiente, das pessoas ou de fatores que são externos aos alunos.
São consideradas as formas como as pessoas lidam com os estímulos ambientais,
organizam os dados, sentem e resolvem problemas, adquirem conceitos e empregam símbolos
verbais.
Há preocupação com as reações sociais, mas a ênfase principal recai na capacidade do
aluno de integrar informações e processálas.
Tratase de uma perspectiva interacionista, na qual o conhecimento é um produto da
interação entre homem e mundo.
O indivíduo, como um sistema aberto, busca seu desenvolvimento de modo a obter a
máxima operacionalidade em suas atividades motoras, verbais ou mentais.
Aprender significa assimilar o objeto a esquemas mentais. Como o aluno aprende depende
do estágio atual, da forma de relacionamento com o meio.
O ensino, na perspectiva piagetiana, baseiase no ensaio e no erro, na pesquisa,
investigação, na solução de problemas por parte do aluno, ao contrário da aprendizagem de
fórmulas, nomenclaturas e definições, por isso se preocupa com processos, e não em produtos de
aprendizagem.
Abordagem sóciocultural
É uma abordagem que enfatiza os aspectos socioculturais que envolvem o processo de
aprendizagem, e, como o construtivismo, é interacionista, considerando o sujeito como elaborador
e criador do conhecimento, e inserido em um determinado contexto histórico.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
A construção do conhecimento se dá na medida em que o homem reflete sobre o ambiente
em que vive, apropriandose e tomando consciência de sua historicidade.
Para Paulo Freire, a educação verdadeira consiste na educação problematizadora, que
ajuda na superação da relação opressoroprimido. Busca o desenvolvimento da consciência
crítica e a liberdade como meios de superar as contradições da educação bancária. Sua essência
é a dialogicidade, por meio da qual educador e educando tornamse sujeitos de um processo em
que crescem juntos.
Nessa abordagem, o conhecimento é uma transformação contínua e não transmissão de
conteúdos programados.
Para finalizar, de acordo com determinada abordagem do processo ensinoaprendizagem,
privilegiase um ou outro aspecto do fenômeno educacional.
Na próxima aula, estudaremos as finalidades da docência: do ensinar à ensinagem.
Exercícios
1. O professor Paulo, da terceira série do Ensino Fundamental, acredita que os alunos não podem
ser considerados como seres passivos no processo ensinoaprendizagem. Ele entende que a
aprendizagem ocorre quando os alunos interagem com seus objetos de conhecimento,
formulam hipóteses sobre os mesmos, testam essas hipóteses e, se for o caso, modificamnas.
Assim, Paulo planeja suas ações pedagógicas de modo a criar situaçõesproblema que
desafiem os alunos e os levem a buscar soluções.
Podese dizer que a prática pedagógica desse professor inspirase na abordagem
comportamentalista.
a) Correta.
b) Incorreta.
2. Na abordagem humanista, que tem Carl Rogers como um de seus principais teóricos, o
professor atua como facilitador da aprendizagem. Podese dizer que essa afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
3. “A essência da abordagem sociocultural é o diálogo”. Essa afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
4. Atualmente, o professor precisa de conhecimentos da área que leciona e de habilidades
pedagógicas para ensinar seus alunos, cuja eficácia depende de sua formação acadêmica e,
principalmente, de sua visão de mundo.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. O professor Paulo, da terceira série do Ensino Fundamental, acredita que os alunos não podem ser considerados como seres
passivos no processo ensinoaprendizagem. Ele entende que a aprendizagem ocorre quando os alunos interagem com seus objetos
de conhecimento, formulam hipóteses sobre os mesmos, testam essas hipóteses e, se for o caso, modificamnas. Assim, Paulo
planeja suas ações pedagógicas de modo a criar situaçõesproblema que desafiem os alunos e os levem a buscar soluções.
Podese dizer que a prática pedagógica desse professor inspirase na abordagem comportamentalista.
RESPOSTA CORRETA: B
Essa é a abordagem cognitivista, em que cabe, ao professor, proporcionar a orientação necessária para que os objetos possam ser
explorados pelos estudantes sem o oferecimento de soluções prontas.
2. Na abordagem humanista, que tem Carl Rogers como um de seus principais teóricos, o professor atua como facilitador da
aprendizagem. Podese dizer que essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: A
Nessa abordagem, o professor não transmite conteúdos, mas dá assistência, sendo um facilitador da aprendizagem.
3. “A essência da abordagem sociocultural é o diálogo”. Essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: A
A essência da abordagem sociocultural é o diálogo, por meio da qual educador e educando tornamse sujeitos de um processo em
que crescem juntos.
4. Atualmente, o professor precisa de conhecimentos da área que leciona e de habilidades pedagógicas para ensinar seus alunos, cuja
eficácia depende de sua formação acadêmica e, principalmente, de sua visão de mundo.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: B
Atualmente, o professor precisa de conhecimentos da área que leciona e de habilidades pedagógicas para proporcionar um
aprendizado cuja eficácia depende de sua visão de mundo, de ser humano, de ciência e de educação.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Esta aula situa o trabalho docente na aula universitária e desenvolve o conceito de
ensinagem processo de ensino do qual decorre, necessariamente, a aprendizagem como um
desafio a ser enfrentado pelo professor universitário. No ensino e na aprendizagem, enquanto
unidade dialética, destacase o princípio didático do papel condutor do professor e da auto
atividade do aluno, em que o ensino une o aluno à matéria e, ambos, alunos e conteúdos, ficam
frente a frente mediados pela ação do professor, que produz e dirige as atividades e as ações
necessárias para que os alunos desenvolvam processos de mobilização, construção e elaboração
da síntese do conhecimento.
Como vimos anteriormente, em alguns momentos na história da Didática, o ensinar
prevaleceu sobre o aprender (com ênfase nos métodos, recursos e centralizada na figura do
professor); em outros, o aluno tornouse o centro do processo e o professor o facilitador da
aprendizagem.
Nesta aula, abordaremos o ensinar enquanto atividade social, que visa a aprendizagem de
todos, à medida que a escolaridade contribui para a humanização e redução das desigualdades
sociais.
O conceito de ensinagem traz consigo a superação da falsa dicotomia, pois carrega os
compromissos éticos, políticos e sociais da atividade docente para com os alunos e se realiza em
determinado espaço institucional. Nesta, a ação de ensinar definese na relação com a ação de
aprender e possibilita o método dialético de ensinar.
Muitos processos de ensino, em curso na universidade, reproduzem minipalestras ou
reuniões de um número determinado de pessoas ouvindo uma delas expondo determinado
assunto, denominadas, por alguns, de aula magistral, “ local onde todos dormem e uma pessoa
fala” .
Nesse sentido, o ato de ensinar restringese à aula expositiva, a qual desconsidera que, da
ação de ensinar, se conduzida de acordo com os fins educacionais, decorre a ação de aprender.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
A ação de ensinar não se limita à simples exposição dos conteúdos, mas inclui a
necessidade de um resultado bem sucedido daquilo que se pretendia fazer – no caso ensinar,
dirigese a uma meta, que se pode encontrar além dos limites da própria atividade ou de um de
seus segmentos, exigindo condições temporais, local planejado, e estipulado, participação
conjunta dos sujeitos envolvidos no processo, professores e alunos.
A aula expositiva, como forma única de ensinar, na qual o professor é visto como
palestrante e o aluno copista do conteúdo, é superada pela aula enquanto momento e espaço de
encontro e de ações, que não deve ser dada, nem assistida, mas construída, feita pela ação
conjunta de professores e alunos.
No ensino e na aprendizagem, enquanto unidade dialética, destacase o princípio didático
do papel condutor do professor e da autoatividade do aluno, em que o ensino une o aluno à
matéria, e, ambos, alunos e conteúdos, ficam frente a frente mediados pela ação do professor,
que produz e dirige as atividades e as ações necessárias para que os alunos desenvolvam
processos de mobilização, construção e elaboração da síntese do conhecimento.
A aprendizagem exige a compreensão do conteúdo. O aluno tem que, ativamente, refletir
para apropriarse do quadro teórico objetivado pelo professor e pelo currículo no processo de
ensino, e, para apropriarse, precisa superar o aprender (no sentido de tomar conhecimento, reter
na memória, mediante o estudo, a observação ou a experiência), para o apreender, do latim
apprehendere, que significa segurar, agarrar, prender, pegar, assimilar mentalmente, entender,
compreender.
Nessa perspectiva é que a ação de aprender não é passiva e o assistir aula perde sentido,
pois exige informarse, exercitarse, instruirse, culminando na abstração, e este é o maior desafio.
Zaballa (1998) diferencia, na aprendizagem , características de quatro tipos de conteúdos:
Conteúdos procedimentais – conjunto de ações ordenadas e com um fim, incluindo
regras, técnicas, métodos, destrezas e habilidades, estratégias e procedimentos, verificados pela
realização de ações, dominados pela exercitação múltipla e tornados conscientes pela reflexão
sobre a própria atividade.
19
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Conteúdos conceituais – conjunto de fatos, objetos ou símbolos e princípios (leis e
regras que se reproduzem num fato, objeto ou situação).
Apreender não é um processo que se efetive sem rotinas ou ocorra de forma espontânea
ou mágica. Exige escolha e utilização de uma metodologia adequada aos objetivos e conteúdos
do objeto de ensino e os alunos; competência docente que, além do domínio do conteúdo, seja
capaz de planejar e efetivar um processo contínuo de ações que possibilitem, aos alunos,
construir, agarrar, apreender o quadro teóricoprático pretendido de momentos seqüenciais e de
complexidade crescente.
• nova construção da sala de aula, em que coabitem tanto o dizer da ciência quanto da
leitura da realidade (e a ação sobre ela), da qual o aluno, como futuro profissional, terá
de dar conta;
• selecionar, do campo científico, os conteúdos e os conceitos a serem apreendidos;
• organização das atividades de ensino (responsabilidade do professor) e as de
aprendizagem, que deverão atender às características do conteúdo, do curso, da
disciplina e, principalmente, dos alunos envolvidos no processo;
• estabelecer um processo de apreensão e construção do conhecimento.
Processo de ensinagem
Esse processo compartilhado de trabalhar conhecimentos, no qual concorrem conteúdo,
forma de ensinar e resultados mutuamente dependentes, é denominado de processo de
ensinagem.
Vasconcelos (1995) contribui para a compreensão do processo de ensinagem, ao referirse
ao método dialético de ensino, no qual três momentos são fundamentais:
20
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
• problematização na origem do conhecimento está presente um problema, gênese que
pode ser recuperada no estudo do conteúdo;
• práxis articular o conhecimento com a prática que lhe deu origem, toda aprendizagem é
ativa;
• criticidade conhecimento ligado a uma visão crítica da realidade;
• continuidade ruptura: partir da visão sincrética para, sob efeito da análise, possibilitar a
construção de uma síntese que represente um conhecimento mais elaborado;
• historicidade a síntese existente no momento, por ser histórica e contextual, poderá
ser superada por novas sínteses, sem desconsiderar as etapas de elaboração que a
humanidade atravessou para chegar à síntese atual;
• totalidade combinar a análise com a síntese.
elaboração da síntese do conhecimento pelo aluno: é o momento da sistematização,
da expressão empírica acerca do objeto apreendido, da consolidação de conceitos.
Ensinar é um projeto coletivo e, embora cada professor, em sua sala de aula, possua
autonomia para desenvolver sua disciplina, esta é parte integrante de um percurso formativo dos
alunos. As disciplinas precisam ser pensadas no contexto de um quadro teóricoprático global no
que se refere ao campo a que pertence, e enquanto um quadro teóricoprático parcial de um
processo de formação.
Nesse exercício construído coletivamente pelos integrantes dos cursos superiores, para
superar a fragmentação curricular, convém: pensar coletivamente o curso, seus fins e valores, as
séries iniciais, intermediárias e finais do processo de formação profissional, os processos mentais
21
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
necessários ao futuro profissional, a lógica das disciplinas, a melhor forma de trabalhar com os
conteúdos tendo em vista os objetivos e as condições institucionais necessárias.
À universidade cabe tratar o conhecimento / ciência, transformandoos em saber escolar,
fazendo com que a síntese apresentada nas disciplinas em ação interdisciplinar seja traduzida ao
nível de apreensão dos alunos e efetivada em práticas pedagógicas que garantam a
aprendizagem.
Para finalizar, poderíamos dizer que o paradigma atual exige uma das práticas mais
importantes: do conhecimento construído, buscado pelo grupo, partilhado.
Na medida em que o saber é construído, os conteúdos e as experiências são
compartilhados, legitimando o conhecimento, pois o expõe a críticas, a divergências, de modo a
enriquecer a pesquisa de todos.
Exercícios
1. A ensinagem é um processo de ensino centrado na transmissão dos conhecimentos pelo
docente, que explicita o conteúdo da disciplina com suas definições e síntese.
Podemos afirmar que essa é uma afirmação:
a) Correta.
b) Incorreta.
2. “apreender não é um processo que se efetive sem rotinas ou ocorra de forma espontânea,
exige a escolha e execução de uma metodologia adequada aos objetivos e conteúdos do
objeto de ensino e aos alunos”.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
3. “No Ensino Superior, a aula tradicional, na qual o professor é visto como palestrante e o aluno
copista, deve ser superada pela aula construída por ambos.” Podese dizer que essa idéia
está:
a) Correta.
b) Incorreta.
22
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
4. “Ensinar é um projeto de ampla autonomia docente, pois, em sala de aula, o professor tem
liberdade para desenvolver sua disciplina, e esta é parte integrante de um percurso formativo
dos alunos”.
Podese dizer que a afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. A ensinagem é um processo de ensino centrado na transmissão dos conhecimentos pelo docente, que explicita o conteúdo da
disciplina com suas definições e síntese.
Podemos afirmar que essa é uma afirmação:
RESPOSTA CORRETA: B
Essa é uma aula tradicional que desconsidera que as definições e sínteses foram historicamente construídas, num dado contexto,
como sínteses provisórias e, portanto, não é um processo de ensinagem.
2. “apreender não é um processo que se efetive sem rotinas ou ocorra de forma espontânea, exige a escolha e execução de uma
metodologia adequada aos objetivos e conteúdos do objeto de ensino e aos alunos”.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: A
Se você escolheu essa alternativa, acertou, parabéns! Apreender não é um processo que ocorre de forma espontânea ou mágica, ao
contrário, exige a escolha e a utilização de uma metodologia adequada.
3. “No Ensino Superior, a aula tradicional, na qual o professor é visto como palestrante e o aluno copista, deve ser superada pela aula
construída por ambos.” Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: A
A aula expositiva, como forma única de ensinar, na qual o professor é visto como palestrante e o aluno copista do conteúdo, é
superada pela aula enquanto momento e espaço de encontro e de ações, que não deve ser dada, nem assistida, mas construída,
feita pela ação conjunta de professores e alunos.
4. “Ensinar é um projeto de ampla autonomia docente, pois, em sala de aula, o professor tem liberdade para desenvolver sua
disciplina, e esta é parte integrante de um percurso formativo dos alunos”.
Podese dizer que a afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: B
Ensinar é um projeto coletivo e, embora cada professor, em sua sala de aula, possua autonomia para desenvolver sua disciplina,
esta é parte integrante de um percurso formativo dos alunos.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Esta aula aborda o planejamento do ensino e, mais especificamente, a elaboração de
planos de ensino: documentos preparados pelo professor que envolve decisões a serem tomadas
durante o ano letivo. Conceituase o planejamento de ensino, caracterizando seus diferentes
níveis e sugerindo a elaboração de planos de disciplina, de unidade e de aula.
AULA 04 • O PLANEJAMENTO DE ENSINO
Nesta aula, trataremos da importância do planejamento do ensino, ressaltando que o início
das atividades do professor universitário não ocorre no primeiro dia de aula, mas com o
planejamento, que se inicia algumas semanas ou alguns meses antes, dependendo da sua
experiência com a disciplina que pretende lecionar, e requer algumas habilidades distintas
daquelas que estão diretamente relacionadas à prática docente.
Os planos de ensino são os documentos preparados pelo professor que envolvem as
decisões mais importantes a serem tomadas ao longo do processo letivo.
O planejamento educacional é o processo sistematizado mediante o qual se pode conferir
maior eficiência às atividades educacionais, para, em determinado prazo, alcançar as metas
estabelecidas; requer o conhecimento da realidade e envolve:
• diagnóstico: sondagem; sondar o que os estudantes conhecem a respeito do que será
ministrado, qual seu intresse nesse aprendizado e real necessidade desse
conhecimento;
• execução: nessa etapa, desenvolvemse as atividades (ações didáticas) necessárias para
o alcance dos objetivos pretendidos, tais como a exposição, a orientação de leituras e a
condução dos grupos de estudo;
24
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
• avaliação educacional: consiste na coleta, análise e interpretação dos dados relativos ao
progresso dos alunos. Não ocorre apenas ao final das ações educativas, mas ao longo de
todo o processo; a avaliação diagnostica o que ocorre no início do processo de
aprendizagem para identificar os conhecimentos e as habilidades dos estudantes; a
avaliação formativa, realizada ao longo do processo, fornece os dados necessários para
aperfeiçoar o processo de ensinoaprendizagem; e a avaliação somativa, que classifica os
resultados de aprendizagem de acordo com os níveis de aproveitamento estabelecidos,
proporcionando, ao final da unidade ou do curso, a verificação do alcance dos objetivos
preestabelecidos.
A avaliação constitui elemento propiciador de feedback, entendido aqui como um processo
pelo qual se fazem retroagir os efeitos de um sistema sobre as causas, com o propósito de alcançar
os resultados pretendidos, o que significa íntimo relacionamento da avaliação com o planejamento.
Níveis de planejamento: educacional, institucional, curricular e do
ensino
Planejamento educacional
Tratase de um planejamento a médio e longo prazo, que requer, para sua execução, o
diagnóstico claro e preciso da situação educacional do país, a definição das bases filosóficas que
darão suporte à ação governamental, a avaliação dos recursos humanos, materiais e financeiros
requeridos, bem como a previsão dos fatores capazes de interferir em seu desenvolvimento.
Os produtos do planejamento educacional não são constituídos, na maioria das vezes, por
ações pontuais, mas por documentos, como políticas, planos, programas e projetos capazes de
orientar e de fornecer os meios necessários ao alcance dos objetivos da Educação.
25
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Planejamento institucional
O planejamento institucional é desenvolvido no âmbito das Instituições de Ensino Superior
(IES), que, por exigência do Ministério da Educação, têm que elaborar, a cada cinco anos, o seu
Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI). Tratase de um documento que identifica a
instituição no tocante à sua filosofia de trabalho, à missão a que se propõe, às diretrizes
pedagógicas que orientam suas ações, à sua estrutura organizacional e às atividades acadêmicas
que desenvolve e/ou que pretende desenvolver.
Planejamento curricular
Planejamento do ensino
O planejamento do ensino é o que se desenvolve em nível mais concreto e está a cargo,
principalmente, dos professores; alicerçado no planejamento curricular, visa ao direcionamento
sistemático das atividades a serem desenvolvidas dentro e fora da sala de aula, a fim de facilitar o
aprendizado dos estudantes.
Quando o professor universitário assume uma disciplina, precisa tomar várias decisões:
objetivos a serem alcançados pelos alunos, o conteúdo programático adequado para o alcance
desses objetivos, as estratégias e os recursos para facilitar a aprendizagem, os critérios de
avaliação, etc.
Essas decisões, e os meios necessários para sua viabilização, fazem parte do planejamento
de ensino, que se configura como condição essencial para o êxito do trabalho docente, porque, ao se
planejar as ações docentes, evitase a improvisação, garantese maior probabilidade de alcance
dos objetivos, obtêmse maior segurança na direção do ensino e também maior economia de
tempo e de energia.
26
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Na maioria das vezes, o planejamento do ensino é elaborado somente pelo professor
responsável pela disciplina, mas recomendase que mais professores compartilhem a
responsabilidade de sua elaboração.
Para o planejamento de ensino, o professor procede, inicialmente, ao diagnóstico da
realidade em que se insere a disciplina, ou seja, as necessidades e as expectativas dos alunos, a
importância e o status da disciplina no contexto do curso, os recursos disponíveis para o seu
desenvolvimento, etc.
Com base nesse diagnóstico, o professor define os objetivos da disciplina, determina o seu
conteúdo programático, seleciona as estratégias e os recursos de ensino e define os procedimentos
a serem adotados para a avaliação da aprendizagem pelos alunos.
Como o planejamento, de modo geral, apresenta flexibilidade, o professor pode, com base
num feedback que recebe dos alunos, efetuar alterações com vistas a melhorar a qualidade do seu
curso e, dessa forma, os estudantes tornamse coparticipantes desse processo, caracterizandoo,
de certa forma, como planejamento participativo.
Como elaborar planos de ensino
As decisões tomadas no processo de planejamento concretizamse em documentos, que,
habitualmente, são designados como planos. Assim, o planejamento educacional desenvolvido
pelas autoridades governamentais dá origem a planos nacionais, estaduais ou municipais de
educação.
Os professores também consolidam as decisões decorrentes do planejamento em planos de
ensino. Primeiramente, elaboram o plano da disciplina, que envolve de forma global as ações a
serem desenvolvidas durante o ano ou semestre letivo. Em seguida, elaboram os planos de
unidade, que orientam sua ação em relação a cada uma das partes do plano da disciplina. Cada
uma dessas partes ou unidades corresponde a ações a serem desenvolvidas ao longo de um certo
número de aulas. E, na medida em que especificam as atividades a serem desenvolvidas em cada
uma das aulas, elaboram também planos de aulas.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Plano de disciplina
O plano de disciplina constitui uma previsão das atividades a serem desenvolvidas ao longo
do ano ou do semestre letivo, esclarece duração, objetivos gerais, conteúdo programático,
estratégias de ensino, recursos didáticos e procedimentos de avaliação. É um roteiro abreviado e
esquemático, e seu principal valor está, principalmente, no caráter pessoal de quem o executa,
entretanto, deve ser lido e analisado por outras pessoas, tais como: coordenador do curso,
professores responsáveis pelas demais disciplinas e assessores pedagógicos. Por isso, na
elaboração do plano, devem ser considerados alguns princípios norteadores.
Planos de unidade
O plano de unidade é um documento mais pormenorizado que o plano de disciplina. Os
objetivos são mais operacionais, isto é, designam clara e precisamente os comportamentos
esperados dos alunos. Os conteúdos e as estratégias de ensino, os recursos e os procedimentos
para a avaliação são mais detalhados.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Plano de aula
O plano de aula é mais restrito que o plano de unidade; prevê o desenvolvimento a ser
dado ao conteúdo da matéria e às atividades de ensinoaprendizagem propostas de acordo com os
objetivos no âmbito de cada aula.
Quando o professor elabora, cuidadosamente, o plano de disciplina e o plano de unidade,
com o esclarecimento dos objetivos, a especificação dos conteúdos e a determinação das
estratégias e recursos mais eficazes, bem como os procedimentos de avaliação, simplifica a
elaboração do plano de aula, porque especifica os conteúdos, cuidando para que cada um de seus
tópicos seja desenvolvido mediante a utilização das estratégias e dos recursos mais adequados,
com rigorosa previsão do tempo e das atividades que ficarão a cargo dos alunos.
Nenhum plano pode ser considerado absolutamente rígido e, por isso, pode ser modificado
quando necessário, no entanto, antes de qualquer alteração, aconselhase verificar em que
medida as dificuldades são devidas a fatores pessoais, como, por exemplo: se o professor é muito
prolixo em suas apresentações, se aborda superficialmente alguns tópicos, se quando propõe
discussões os alunos desviam o assunto, se não motiva adequadamente suas aulas. Essas e
outras situações podem ser melhoradas, mas o professor precisa rever suas atitudes, em sala de
aula, quando percebe que não consegue levar a cabo seu plano.
Apesar da flexibilidade (característica importante na sua elaboração), os planos devem ser
seguidos e o professor deve considerar que o planejamento de ensino envolve muito mais do que
aquilo que será dito em classe. O professor precisa ficar atento para as dificuldades relativas à
formulação dos objetivos, seleção dos conteúdos, escolha das estratégias e recursos de ensino e
procedimentos de avaliação.
Na próxima aula, abordaremos a seleção e a organização dos conteúdos de ensino.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Exercícios
1. “O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da atividade
docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social”.
Podese dizer que a idéia está:
a) Correta
b) Incorreta.
2. “Os planos, a despeito de sua flexibilidade, não precisam ser seguidos, pois o professor sabe o
que tem a dizer em classe”.
a) Correta.
b) Incorreta.
3. “A avaliação educacional, que consiste na coleta, análise e interpretação dos dados, relativos
aos progressos dos alunos, ocorre ao final das ações educativas”. Podese dizer que essa
afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
4. Podese afirmar que: “o plano de disciplina é apenas um roteiro abreviado e esquemático e
constitui uma previsão das atividades a serem desenvolvidas ao longo de um ano ou semestre”.
a) Correta.
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. “O planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da atividade docente, articulando a atividade escolar
e a problemática do contexto social”.
Podese dizer que a idéia está:
RESPOSTA CORRETA: A
O planejamento é um processo de racionalização, uma tarefa de previsão das atividades didáticas articulando a atividade escolar
com a problemática social.
2. “Os planos, a despeito de sua flexibilidade, não precisam ser seguidos, pois o professor sabe o que tem a dizer em classe”.
RESPOSTA CORRETA: B
Todo plano precisa ser seguido. Deve conter a flexibilidade como característica desejável e não a rigidez, o que possibilita mudanças
quando necessárias e, por outro lado, a experiência é um fator importante, pois professores mais experientes conseguem planejar
com mais precisão, mas, mesmo assim, estes admitem que seus planos precisam de correções.
3. “A avaliação educacional, que consiste na coleta, análise e interpretação dos dados, relativos aos progressos dos alunos, ocorre ao
final das ações educativas”. Podese dizer que essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: B
A avaliação educacional não ocorre apenas ao final das ações educativas, mas ao longo de todo o processo.
4. Podese afirmar que: “o plano de disciplina é apenas um roteiro abreviado e esquemático e constitui uma previsão das atividades a
serem desenvolvidas ao longo de um ano ou semestre”.
RESPOSTA CORRETA: A
Como um instrumento voltado para o processo de aprendizagem, o plano de disciplina serve de roteiro flexível para as ações do
professor.
30
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Nesta aula, abordase o tema conteúdo, destacandose sua importância na elaboração dos
planos de ensino e os procedimentos necessários para sua operacionalização; os critérios para
sua seleção (vinculação aos objetivos, validade, significância, utilidade e flexibilidade), sem perder
de vista que deve ser adequado à diversidade dos alunos e ao tempo necessário ao seu
desenvolvimento; sua ordenação considerando a ordem lógica e psicológica.
Nesta aula, discutiremos o papel dos conteúdos nos planos de ensino, os procedimentos
necessários para sua operacionalização e concretização dos objetivos da aprendizagem,
lembrando que constituem um dos ítens mais importantes na elaboração dos planos de ensino,
conforme vimos na aula anterior.
Podemos definir os conteúdos como o conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos,
modos valorativos e atitudinais de atuação social, organizados pedagógica e didaticamente, tendo
em vista a assimilação ativa e a aplicação pelos alunos na prática de vida.
São expressos nos programas oficiais, nos livros didáticos, nos planos de ensino e de aula,
nas aulas, nas atitudes e convicções do professor, nos exercícios, nos métodos e nas formas de
organização de ensino.
Enfim, servem de base para a aquisição de informações, conceitos, princípios e para o
desenvolvimento de hábitos, habilidades e atitudes, e é através dos conteúdos curriculares que
alcançamos os objetivos estabelecidos para o processo educacional.
31
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Eles se compõem dos elementos a seguir:
1) Conhecimentos sistematizados (conceitos);
3) Atitudes e convicções: modos de agir, sentir e se posicionar frente a tarefas da vida
social, orientando tomadas de posição e decisões pessoais frente a situações
concretas.
Os elementos constitutivos dos conteúdos convergem para a formação das capacidades
cognoscitivas que se desenvolvem no processo de assimilação ativa dos conhecimentos, como,
por exemplo, na compreensão da relação partetodo, abstração, generalização, etc.
Os conteúdos possuem uma dimensão críticosocial que se manifesta no tratamento
científico, evidenciado no estudo de leis, habilidades, métodos, fenômenos da natureza e da
sociedade; têm um caráter histórico ligado ao caráter científico porque são elaborados e
reelaborados de acordo com as necessidades práticas de cada época histórica e os interesses
sociais vigentes em cada organização social; vincula as exigências teóricas e práticas de
formação dos alunos em função das atividades da vida prática.
Significa situar um tema de estudo nas suas ligações com a prática humana, com os
homens em sua atividade prática coletiva nas várias esferas da vida social, intervindo,
modificando e construindo esse tema de estudo; sua importância para atender necessidades
práticas da vida social, como os problemas sociais, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia,
as necessidades humanas básicas, dentre outras.
Papel dos conteúdos no planejamento do ensino
Até algumas décadas atrás, para o professor universitário, a definição e organização do
conteúdo não era tarefa difícil e constituia o ponto de partida para todo o planejamento de ensino,
32
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
pois, com base nos programas elaborados pela faculdade, desenvolvia todas atividades de
planejamento. As ementas das disciplinas definiam a organização dos livrostextos, que,
adotados, constituíam a base para todas as atividades do ensino. O professor esgotava o assunto
sem considerar o rendimento qualitativo do aluno, passando o conteúdo elaborado e definido
pelas autoridades educacionais, pelos grandes mestres ou pela instituição de ensino.
Essa mudança na maneira de lidar com os conteúdos exige muito mais do professor,
entretanto, para que sua autonomia possa constituir um benefício, é necessário que a utilize com
competência e responsabilidade.
Os conteúdos não podem ser sempre os mesmos, devendo acompanhar as demais
mudanças, além disso, é preciso considerar que a própria escola, ao longo do tempo, assume
funções sociais diferentes. A escolha e a organização do conteúdo, por sua vez, não são ações
neutras, pois implicam a decisão de regular e distribuir o que se ensina.
O professor, quando seleciona e organiza conteúdos, desenvolve uma ação política, que
“contribui para garantir a hegemonia de certos saberes e perpetuar uma visão de mundo”.
(Sacristan, 2000)
A seleção e a ordenação dos conteúdos não são apenas atividades simples e burocráticas
porque envolvem conflitos e negociação. Isso significa que o professor, ao fazêlo, precisa ponderar
sobre: as características dos grupos para os quais os conteúdos são oferecidos, as possibilidades e
os limites para o seu alcance e também a disposição para alterálos em função do modo como os
estudantes respondem a eles. Nesse sentido, alguns questionamentos devem permear esse
momento.
33
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Que conhecimentos, habilidades e atitudes devem ser ensinados?
Quem deve participar dessas decisões? A coordenação do curso? Os ou
tros professores? A direção da escola? Os estudantes?
Como decidir acerca do que deve ser ensinado e do que deve ser colocado de lado?
Quão fáceis, agradáveis, coerentes e significativos serão esses conteúdos
para os estudantes?
Os conteúdos deverão ser alcançados por todos os estudantes ou por parte deles?
A quem interessam esses conteúdos?
Em que medida os conteúdos contribuem para o avanço pessoal e social
dos estudantes?
Como vimos até aqui, a seleção e a organização dos conteúdos são atividades que
exigem: conhecimento do assunto e do grupo de estudantes para os quais será ministrado e, além
disso, são indispensáveis, ao professor, segurança, atualização constante, criatividade, iniciativa e
sistematização.
Critérios para a seleção dos conteúdos
A seleção dos conteúdos, além de importante e significativa, deve atender às
necessidades sociais e individuais dos estudantes numa determinada realidade e época.
• Vinculação aos objetivos elaborar a partir de objetivos claros e precisos.
• Validade selecionar os que são válidos não só no momento em que são ministrados,
mas também que possam servir em outros momentos da vida dos estudantes, que
contribuam para vislumbrar novas perspectivas e identificar novas possibilidades.
• Significância relacionados às experiências pessoais dos estudantes: significativos.
• Utilidade considerar as necessidades e os interesses dos estudantes, as exigências do
meio em que vivem, bem como a utilização posterior do conhecimento em situações
novas, entretanto, os conteúdos não podem ser de natureza puramente técnica, mas
relacionados aos mais amplos desafios da sociedade contemporânea.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
• Flexibilidade elaborar com flexibilidade suficiente para que o professor possa fazer
alterações, adaptações, renovações e enriquecimentos, em função do acelerado ritmo de
transformação dos tempos atuais e das características dos estudantes.
• Adequação ao tempo o aprendizado não ocorre somente durante o tempo em que o
aluno permanece em sala de aula, mas também ocorre com leituras, exercícios,
pesquisas, etc, entretanto, a carga horária, geralmente, indica a profundidade que se
pretende conferir à disciplina; por esse motivo, ao fixar o conteúdo de uma disciplina,
devese considerar o tempo que o professor disporá para o seu desenvolvimento.
Ordenação dos conteúdos
A ordenação criteriosa simplifica a compreensão dos conteúdos e favorece o progresso da
aprendizagem num espaço de tempo mais curto.
Nessa ordenação, que ocorre após a seleção, descartase a possibilidade de se adotar um
livrotexto e seguir sua ordem. Essa forma, que é simples e prevaleceu durante muito tempo, é
substituída pela postura de se selecionar os conteúdos com vistas ao alcance de determinados
objetivos. Nesse sentido, sua ordenação requer maiores cuidados.
Recomendase considerar não somente a ordem lógica, mas também a ordem psicológica,
condições pessoais dos alunos, experiências de vida para o aprendizado da disciplina.
Ao estabelecer a seqüência dos conteúdos, devese levar em conta a motivação dos
estudantes para identificar quais unidades despertam maior interesse, para depois intercalálas, à
medida do possível, com as demais unidades do curso.
Para concluir, acrescentamos que tanto a forma de organização quanto a apresentação do
conteúdo influenciam a aprendizagem no tocante à motivação e à compreensão; a ordem lógica
35
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Seguem as leitura recomendadas para aprofundamento da aula:
SANT’’ANNA, Flavia M.; ENRICONE, Dílcia; ANDRÉ, Lenir; TURRA, Clodia M. .Pla
nejamento de ensino e avaliação. 11. ed. .Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1995.
(O Capítulo 4 desse livro é dedicado a Conteúdos. Nele, as autoras procuram, além de
esclarecer acerca de sua seleção e organização, chamar a atenção para as relações entre
objetivos, conteúdos, estratégias, recursos e avaliação).
Exercícios
1. Numa visão mais moderna de ensino, os conteúdos orientam o planejamento.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
2. A seleção e organização dos conteúdos não constituem atividades simples e burocráticas,
envolvendo conflitos e negociações.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
3. “Os conteúdos são os conhecimentos que devem ser transmitidos aos estudantes”.
Podese dizer que a afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
4. “O conteúdo deve ser elaborado a partir dos objetivos”.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. Numa visão mais moderna de ensino, os conteúdos orientam o planejamento.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: B
36
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Realmente, numa visão mais moderna de ensino, os conteúdos são vistos como elementos que contribuem para a concretização
dos objetivos da aprendizagem, e não como orientadores do planejamento.
2. A seleção e organização dos conteúdos não constituem atividades simples e burocráticas, envolvendo conflitos e negociações.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: A
A seleção e organização não são tarefas simples e burocráticas; o professor precisa considerar as peculiaridades dos grupos para
os quais os conteúdos são oferecidos, as possibilidades e os limites para seu alcance e efetuar alterações quando necessárias.
3. “Os conteúdos são os conhecimentos que devem ser transmitidos aos estudantes”.
Podese dizer que a afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: B
Essa é uma visão clássica, os conteúdos devem referirse também aos domínios afetivo e psicomotor.
4. “O conteúdo deve ser elaborado a partir dos objetivos”.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: A
Os objetivos, numa prespectiva mais moderna, constituem o ponto de partida para a determinação das ações de ensino, por isso, os
conteúdos devem derivar dos objetivos, e não o contrário.
37
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
O método expositivo, provavelmente o mais antigo e ainda o mais utilizado, assume várias
formas de apresentação. Esta aula indica suas vantagens e desvantagens, pontua a importância
das emoções na exposição, como aprimorar as habilidades de comunicação. Além disso, procura
diferenciar as modalidades de exposição e traz recomendações para um planejamento adequado
e melhoria da qualidade das aulas expositivas, consideradas como uma estratégia de
comunicação.
A preleção verbal é, provavelmente, o mais antigo método e o mais utilizado desde as
séries finais do ensino fundamental à universidade. É criticado por muitos professores e defendido
por outros, sobretudo pela praticidade.
É adotado nas empresas sob a forma de palestra, nas campanhas políticas sob a forma de
discurso e na igreja sob a forma de sermão. Sua morte já foi anunciada por cronistas da
educação, mas sobreviveu à difusão dos materiais escritos, à televisão, ao vídeo, ao computador
e à Internet.
Foi até definido como um processo em que as informações passam das fichas do
professor para o caderno dos estudantes, sem passar pela cabeça de nenhum dos dois.
O intenso uso da exposição devese muito mais a circunstâncias de natureza
administrativa, por ser uma estratégia econômica flexível, rápida e que pode ser aplicada mesmo
por quem não detenha muitos conhecimentos pedagógicos.
A exposição apresenta vantagens, tais como: pode ser adaptada aos mais diversos
públicos; é útil para a introdução de qualquer assunto; o produto é apresentado em sua forma final;
possibilita apresentar o assunto de forma organizada; permite a comunicação de experiências e
observações pessoais que não são possíveis por outros meios; é útil para a apresentação de
conteúdos que ainda não estão disponíveis nos livros; favorece o controle do professor em relação
ao conteúdo, sequência e duração da apresentação; não é ameaçadora para o estudante, já que
não exige sua manifestação.
38
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Por outro lado, a exposição também tem suas limitações : não favorece a recepção de
feedback; estimula a passividade dos estudantes; seu sucesso depende das habilidades do
expositor; não possibilita levar em consideração as diferenças individuais; é pouco útil para o
alcance de objetivos cognitivos em níveis mais elevados; é pouco eficaz no ensino de habilidades
motoras.
Afirmase, então, que a exposição por si só não é melhor nem pior que as demais
estratégias de ensino, e como qualquer outra, apresenta vantagens e limitações, o que exige do
professor que esteja consciente delas para que possa decidir se deve ou não e como utilizálas.
Convém, então, caso se opte por adotála, conhecer alguns fatores e habilidades que a tornem
mais proveitosa, agradável e, principalmente, como aprimorála.
A atuação do professor universitário, em sala de aula, comparase, muitas vezes, com
a do ator de teatro. Lowman (2004) até define as salas de aula como “arenas dramáticas”.
Isso significa que, numa exposição, esperase que o professor prenda a atenção dos alunos,
mas seus propósitos são diferentes do ator. Para este último, a emoção é usada como um
objetivo em si mesmo; para o primeiro, ela constitui um objetivo instrumental, na pretensão de
que contribua para envolver os estudantes com o conteúdo ministrado.
Na prática, isso se manifesta quando o professor, ao expor assuntos abstratos,
modifica sua expressão facial, altera o volume de sua voz, pontua a apresentação, enfatiza
suas idéias e, principalmente, quando demosntra entusiasmo pelo tema, transformando
conteúdos áridos em fontes de interesse.
As habilidades de comunicação expressamse pela voz, por gestos e movimentos,
reforçam ou desviam a atenção dos alunos em relação ao que o professor pretende transmitir.
39
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Além da voz, todo nosso corpo fala e expressa uma mensagem que pode apresentar ou
não a coerência com a mensagem emitida por meio da voz: os movimentos da cabeça e do
tronco, a posição das pernas e dos pés, o movimento dos braços e das mãos, as contrações do
rosto, a expressão do rosto.
Os gestos, quando coerentes com a fala, ampliam o poder da palavra, o que demanda
atentar aos mais expressivos e pertinentes, lembrando que o seu excesso não supre a falta de
conhecimento e, nesse caso, podem até poluir ou comprometer a apresentação.
A posição das pernas, da mesma forma, merece considerações, uma vez que se
recomenda que as aulas expositivas sejam, sempre que possível, feitas de pé. Não é
aconselhável movimentar desordenadamente as pernas, mas falar aos estudantes com os pés
afastados na mesma largura dos ombros e os joelhos levemente flexionados. Isso não significa
que o professor deva permanecer como estátua, mas, ao se movimentar pela sala, que o faça de
forma discreta.
A posição dos braços e das mãos também merece atenção, como, por exemplo, cruzar os
braços, colocar as mãos no bolso, na cintura ou atrás da cabeça, apoiar as mãos na mesa,
esfregar os olhos ou nariz, arrumar o cabelo, segurar fortemente lápis ou canetas, ou mexer na
pulseira do relógio, são posturas geradas pelo desconforto natural quando se fala em público,
mas, algumas delas, comprometem a imagem do professor. Vale ressaltar que alguns gestos das
mãos são tão expressivos que dispensam a palavra oral.
O contato visual com a classe é tão importante quanto o uso da voz e, quando o professor
o perde, os alunos se dispersam. Diante disso, até ao escrever na lousa ou ler um texto, é
importante que o professor olhe regularmente para a classe.
Trataremos, agora, das modalidades que a exposição assume e iniciaremos pela mais
comum nos cursos universitários, que é a aula expositiva. Muitas aulas desse tipo são úteis,
satisfatórias e até excepcionais quando preparadas e apresentas de forma adequada, mas, nem
sempre, é isso que acontece, principalmente quando o professor domina determinado conteúdo,
gosta de falar e abusa dessa modalidade de exposição, considerada quase uma palestra, pois
nela quem mais fala é o professor.
Na aularecitação, o professor fala a maior parte do tempo, mas, freqüentemente, pára e
faz perguntas específicas aos estudantes, encorajando a participação.
A exposiçãodemonstração é uma modalidade na qual o professor utiliza recursos como
modelos, máquinas, instrumentos, simuladores, dentre outros, e é adotada nos cursos que
envolvem objetivos psicomotores.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Após a seleção e organização dos tópicos, recomendase que o professor prepare “notas
de aula”, também conhecidas como “cola do professor”, configurandose num verdadeiro roteiro
da exposição, um roteiro que serve para lembrar os pontos principais e não para recitação em
classe. Quando colocado em transparências, podem desviar a atenção dos alunos para a tela,
não sendo, portanto, recomendável esse procedimento.
As aulas expositivas podem ser subdivididas em três partes:
1) Introdução: para que os alunos identifiquem os objetivos das aulas e tenham uma visão
global da apresentação, indicados num quadrodegiz ou projeção;
2) Desenvolvimento: tomar cuidado com a estrutura da exposição, com a forma da
explanação, com o oferecimento de exemplos e a verificação de aprendizagem. Há
várias maneiras de estruturar a aula, como veremos em seguida.
A estrutura clássica, preferida pelos professores, consiste na apresentação geral do tópico
seguida por detalhamento e síntese, com a vantagem de desenvolver o conteúdo no tempo
previsto e, como desvantagem, o baixo nível de participação dos alunos.
Na estrutura dialética, o professor inicia a aula com a apresentação de determinados
argumentos (tese), seguidos de argumentos contrários (antítese), que, por sua vez, conduzem a
uma síntese com a participação dos alunos. Favorecese a participação dos alunos e o
desenvolvimento de posturas críticas.
Há, também, as aulas que partem de temas geradores (Paulo Freire), extraídos da
problematização e da prática de vida dos estudantes.
Não é recomendável que todo o tempo da aula seja destinado a exposições, porque,
depois de 30 minutos, os alunos apresentam dificuldades de concentrarse no professor e, para
recapturar o interesse, devese acrescentar outras propostas por meio de exercícios,
41
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
demonstração, recurso audiovisual ou reunindo os alunos em pequenos grupos, a fim de que
discutam alguns tópicos referentes ao conteúdo ministrado.
Em qualquer disciplina é conveniente a apresentação de exemplos, ilustrações, metáforas,
demonstrações e analogias para reforçar os pontoschaves da exposição, principalmente para o
aprendizado de conceitos abstratos. Os melhores exemplos não são os que aparecem nos livros
textos, mas os decorrentes da experiência dos professores e dos alunos.
3) Conclusão: o professor precisa controlar o tempo para que todas as aulas sejam
concluídas, por meio de perguntas a fim de proporcionar esclarecimentos, de um
resumo ou revisão dos pontos considerados mais importantes, de formulação de
questões não respondidas e, nesse caso, necessitam de uma pesquisa. Não significa,
entretanto, que a conclusão deva ser minuciosamente prevista, pois uma de suas
finalidades é a de promover reparos no desenvolvimento da aula.
Embora não existam fórmulas mágicas nem receitas infalíveis que garantam a eficácia das
aulas expositivas, algumas recomendações contribuem para que os estudantes se interessem
mais, faltem menos e evitem cochilar enquanto o professor fala, como veremos adiante.
Espontaneidade: professor espontâneo e autêntico.
Variedade: variar a forma de apresentação, planejar mudanças ao longo do
desenvolvimento da aula, variar na altura, ritmo e velocidade da voz, na expressividade do rosto e
movimentos corporais.
Feedback: no transcorrer da aula, valerse da expressão corporal dos alunos para verificar
o interesse ou não. As pistas (revelamse em bocejos, suspiros, olhar fixos no teto, movimentos
constantes de ajeitarse na carteira, conversas paralelas) são oferecidas graciosamente e servem
para promover pequenos ajustes no ritmo da aula.
Para finalizar, o professor deve estimular a atenção dos estudantes, encorajar a tomada de
notas e promover revisões no início, durante ou no final de cada aula.
42
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Seguem as leituras recomendadas para aprofudamento da aula:
HOFFEBECK, Gérard; WALTER, Jaques. Como tomar notas rapidamente e bem: guia útil
no diaadia da empresa, preparação e conclusão de reuniões e palestras e em todas as situações
que exigem uma anotação rápida e eficaz. São Paulo: Nobel, 1987.
A leitura dessa obra contribui para que o professor organize suas aulas de forma tal que
favoreça a tomada de notas pelos estudantes.
LOWMAN, Joseph. Dominando as técnicas de ensino. São Paulo: Atlas, 2004.
O quinto capítulo dessa obra é dedicado às aulas expositivas. Trata de suas diferentes
modalidades, de suas vantagens e limitações dessa estratégia de ensino, e de procedimentos que
podem ser adotados para tornálas mais eficazes.
MASETTO, Marcos Tarciso. Aulas vivas. 2.ed. . São Paulo: MG Editora, 1996.
Essa obra é produto de uma pesquisa em que o autor identificou e analisou condições
facilitadoras de aprendizagem possíveis de ser aplicadas em sala de aula do Ensino Superior, que
não exijam, necessariamente, recursos especiais e que possam envolver o estudante no processo
de aprendizagem, tornando gratificante a atividade do professor.
* Extraídas da bibliografia mencionada nesta aula: p. 152.
Exercícios
1. “O professor precisa deter o controle do tempo para que, em todas as aulas, haja efetivamente
uma conclusão. Isso quer dizer que a conclusão deva ser minuciosamente prevista”.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta
2. “A melhor forma de ensinar os outros consiste na exposição oral”.
Essa afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
3. “As aulas expositivas podem se tornar mais eficazes desde que sejam consideradas como
estratégias de comunicação”.
Essa afirmativa está:
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
a) Correta.
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. “O professor precisa deter o controle do tempo para que, em todas as aulas, haja efetivamente uma conclusão. Isso quer dizer que a
conclusão deva ser minuciosamente prevista”.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: B
O professor não pode prever minuciosamente a conclusão porque uma das finalidades da conclusão é a de promover reparos no
desenvolvimento da aula expositiva, no que se refere à esclarecimentos da matéria ministrada, aprendizagem dos alunos e revisão
de conteúdos considerados importantes.
2. “A melhor forma de ensinar os outros consiste na exposição oral”.
Essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: B
Essa forma é a estratégia que melhor caracteriza a “educação bancária”, na qual o professor decide sobre a ordem, o ritmo e a
profundidade a ser dada ao assunto, cabendo ao aluno docilidade, atenção e submissão à autoridade do professor.
3. “As aulas expositivas podem se tornar mais eficazes desde que sejam consideradas como estratégias de comunicação”.
Essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: A
A comunicação é um processo de interrelação entre as pessoas e a eficácia da exposição requer os conhecimentos oferecidos pela
ciência da Comunicação. As habilidades de comunicação expressamse pela voz, por gestos e movimentos, reforçam ou desviam a
atenção dos alunos em relação ao que o professor pretende transmitir.
4. “Na maioria dos cursos universitários, o professor dispõe de duas ou mais aulas por semana para ministrar sua disciplina e, por isso,
recomendase que todo tempo seja destinado a exposições”.
Essa recomendação está:
RESPOSTA CORRETA: B
Após trinta minutos de exposição, os estudantes passam a ter dificuldade para se concentrar no professor, então, este precisa
pensar em outras atividades que tornem a aula mais interessante.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Esta aula trata dos recursos tecnológicos no Ensino Superior, destacando que, quando bem
elaborados e apresentados oportunamente, são capazes de despertar a atenção e,
conseqüentemente, de facilitar a aquisição, na compreensão e aplicação dos conhecimentos, e de
contribuir para a formação de atitudes, além de proporcionar uma aprendizagem mais
permanente. Alerta também para os cuidados na utilização das folhas auxiliares, quadrodegiz e
quadro branco, lousa interativa, blocos de papel, retroprojetor, videocassete e DVD, projetor
multimídia, emails e fóruns de discussão online.
Vimos, na aula anterior, o valor da aula expositiva, sobretudo quando o professor domina o
conteúdo da disciplina que ministra e detém habilidades comunicativas.
Nesta aula, destacamos que a comunicação tornase mais eficaz quando os recursos
audiovisuais, que vão desde simples desenhos feitos no quadro até sofisticados equipamentos e
programas de multimídia, são utilizados para facilitar a aprendizagem no Ensino Superior.
Iniciamos com a expressão Tecnologia Educacional, que inclui, além da informática, o
uso da televisão, do rádio, do vídeo, do retroprojetor e do quadrodegiz. Dito de outra forma, tudo
o que o ser humano construiu, tanto em termos de artefatos, quanto de métodos para ampliar sua
capacidade de ensinar, sem, entretanto, esquecerse de que, apesar do notável desenvolvimento
dessas tecnologias, a comunicação oral ou escrita e o texto impresso são tecnologias
fundamentais para a educação, tanto em sua modalidade presencial como a distância.
A propósito da relevância das estratégias didáticas Dale (1946) representa em forma de
cone os diferentes níveis dos métodos e técnicas, que favorecem o processo de aprendizagem.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Dale, 1946 in GIL, Antonio Carlos. Didática do Ensino Superior. São
Paulo. Atlas: 2007.(p.228)
O que nos remete que as pessoas lembram: 10% do que lêem, 20% do que ouvem, 30%
do que vêem, 50% do que vêm e ouvem, 70% do que dizem e escrevem e 90% quando explicam
o que produziram.
A intensa difusão dos recursos audiovisuais contribuiu para a supervalorização de seu uso
e para o surgimento de alguns mitos da tecnologia educativa: o mito da tecnologia mágica, que
a considera essencial e imprescindível e que, por si só, muda as coisas; mito da tecnologia
ignorada, cuja eficácia não é demonstrada em virtude da resistência de alguns professores; o
mito da tecnologia “ divernética” que, apesar de motivadora, não garante que os estudantes
aprendam com elas; mito da tecnologia inteligente, reconhecida como capaz de ensinar a
pensar e a resolver problemas; mito da tecnologia igualitária, com a qual se pretende resolver
as desigualdades educativas; mito da revolução tecnológica, com a qual se propõe mudar
radicalmente os sistemas de ensino e aprendizagem.
O uso exaustivo, sobretudo de filmes ou transparências, desestimula a participação ativa
dos alunos. Vale lembrar que o uso do vídeo, do projetor multimídia, do retroprojetor ou qualquer
outro recurso tecnológico deve ser reconhecido como auxiliar de ensino e não como direcionador
do processo didático.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Para exemplificar uma utilização inadequada sobre o uso de vídeo em sala de aula: vídeo
tapaburaco, quando surge um problema inesperado como a falta do professor; vídeoenrolação,
quando não tem relação com o conteúdo; vídeodeslumbramento, utilizado pelo professor, que o
considera empolgante, em todas as aulas; vídeoperfeição, sistematicamente questionado pelo
professor, porque possui defeitos de informação ou estéticos; e, finalmente, só vídeo, utilizado de
forma exclusiva sem qualquer discussão.
Existem vários recursos tecnológicos utilizados no Ensino Superior, como veremos em
seguida.
Recursos visuais
Quadrodegiz Flanelógrafo Quadros
Gravuras Imanógrafo Cartaz
Modelos Filme Gráficos
Fotografias Diagramas
Álbum seriado Mapas
Mural didático Objetos
Museus Diapositivos
Espécimes Exposição Transparências
Diafilmes
Recursos auditivos
Rádio Disco Fita magnética
Recursos Audivisuais
Diapositivos Cinema sonoro
Diafilmes Televisão
Fonte: Parra E Parra (1985) in GIL,Antonio Carlos. Didática do
Ensino Superior. São Paulo: Atlas, 2007(p. 229).
As folhas auxiliares são folhas distribuídas aos estudantes, contendo esquemas de aula,
fórmulas, diagramas, fluxogramas, definições de termos, tabelas ou diagramas.Têm, como finalidade
principal, contribuir para a organização do conteúdo da disciplina e para sua recordação, e não
como repositório da matéria a ser estudada para as provas; por esse motivo, devem ser
distribuídas à medida em que o professor apresenta o conteúdo de sua disciplina.
47
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Os quadros (pretos, verdes ou brancos, lisos ou quadriculados, para serem utilizados com
giz ou com pincéis) constituem, provavelmente, a mais universal de todas as características de
uma sala de aula e, ainda, um dos mais eficientes recursos visuais disponíveis e muito utilizados
em programas de treinamento, sobretudo em suas versões multifuncionais, que comportam quadro
branco magnético, tela de projeção e flipchart.
Além de acessíveis, práticos e versáteis contribuem para estimular o interesse pela
disciplina, ao contrário, por exemplo, da projeção de um filme, que pode favorecer a concentração
sobre si mesmo.
Muitos professores, ao compararem os quadros com os retroprojetores e, principalmente,
com os projetores multimídia, tendem a vêlos como recursos muito rudimentares que só deveriam
ser utilizados na ausência daqueles. Com efeito, as instituições de Ensino Superior precisam
adequarse aos novos tempos, garantindo, ao professor, modernos recursos de comunicação. Não
se pode mais admitir que esteja à disposição dos professores apenas um quadrodegiz e que
seja limitado o uso das novas tecnologias para "ocasiões especiais". Mas isso não significa que o
uso dos quadros, como recurso de ensino, deva ser considerado "coisa do passado". O desejável é
que a escola ofereça múltiplos recursos ao professor e que este decida acerca da conveniência de
utilização de um ou de outro.
O ato de escrever sobre o quadro contribui para a concentração na aula e estimula os
alunos a anotar o que o professor escreve. É um local adequado para escrever palavraschave ou
nomes que sejam convenientes memorizar ao longo de uma aula expositiva.
Não convém, no entanto, escrever muito no quadro, porque toma muito tempo,
principalmente quando o professor procura garantir que a matéria escrita possa ser lida
facilmente pelos estudantes, mesmo por aqueles que se sentam nas últimas fileiras. A regra
básica é não escrever nada que não seja importante, nada a que o professor não se referirá em
algum detalhe, e nada excessivamente longo.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Alguns cuidados possibilitam melhores resultados: o planejamento da utilização, definir
o que será colocado no quadro: sumários, gráficos, desenhos e planejar a seqüência e
a harmonização dos elementos no quadro; a limpeza constitui requisito indispensável
para uma boa apresentação, antes de iniciar qualquer explicação, convém apagar
totalmente o quadro; a seqüência de utilização, de cima para baixo e da esquerda para
a direita. Quando muito largo, primeiramente a sua metade esquerda e depois a sua
metade direita; a postura do professor, pois não convém escrever ou desenhar no
quadro em silêncio. O professor também não deve ficar de costas para a classe, o
correto é escrever um pouco de lado, falando para os alunos.
A lousa interativa constitui uma combinação do tradicional quadro branco com a tecnologia
do computador. A imagem do computador é projetada na lousa e basta tocar sua superfície para
acessar ou controlar qualquer aplicação do computador. Usando uma caneta digital, tornase
possível trabalhar naturalmente, tomando notas e destacando informações importantes com tinta
eletrônica.
Qualquer quadrobranco pode ser transformado em lousa interativa. Existem sensores
especiais que são fixados nos cantos superiores do quadrobranco e acoplados a um computador
e a um projetor multimídia. Dessa forma, todas as funções de qualquer aplicativo de software
podem ser acessadas diretamente no quadrobranco através da caneta digital.
Os flipcharts (do inglês flip = piparote; chart = quadro), também conhecidos como blocos
de papel, ainda são muito utilizados em cursos universitários e apresentam algumas vantagens
adicionais. Não precisa apagar o que se escreve e permite consultas quando necessárias. Podem ser
folheados para a frente e para trás. As folhas são removíveis e podem ser colocadas na parede ou no
quadro e, como são enroláveis, podem ser transportadas facilmente de uma sala para outra.
O retroprojetor é muito utilizado no Ensino Superior em virtude de seu custo bem menor e
também da pouca familiaridade de muitos professores com a preparação de transparências
eletrônicas e manejo do projetor multimídia.
Ele possibilita a projeção de transparências preparadas com o auxílio de máquinas
copiadoras ou com canetas apropriadas, e também pelos próprios em sala de aula, o que exige
número suficiente de folhas e canetas. Deve ficar em posição diagonal em relação à sala e seu
cabeçote paralelo à tela para evitar distorções na imagem. O professor deverá permanecer junto
ao retroprojetor, frente aos estudantes, mantendo contato visual com o grupo. Para tornar mais
fácil a colocação e a retirada das transparências, convém que o retroprojetor seja colocado sobre
uma mesa suficientemente grande para possibilitar a formação de uma pilha de transparências
49
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
de cada lado: uma para as já projetadas e outra para as que ainda não o foram. Para assinalar
algum ponto da projeção, o professor deverá fazêlo na própria transparência e não na tela. Para
tanto, poderá valerse de um lápis ou de um ponteiro.
Com vistas a garantir maior eficácia do ensino com o uso de videocassete e do DVD,
convém que se considerem os seguintes pontos:
• o material utilizado deverá estar diretamente relacionado com os objetivos de ensino;
• os filmes deverão, preferencialmente, ter curta duração. Poucas são as situações que
requerem apresentações com mais de 20 ou 30 minutos;
• as apresentações devem ser complementadas pela comunicação oral do professor;
• obtémse uma aprendizagem mais eficaz quando sua apresentação é seguida pela
discussão com os estudantes;
• convém estabelecer um sistema de avaliação tanto da aprendizagem quanto da
reação dos estudantes, para promover as alterações que se fizerem necessárias.
O projetor multimídia constitui, hoje, um dos recursos tecnológicos mais apreciados pelos
professores universitários e apresenta muitas vantagens em relação a outras tecnologias.
• projeção de imagens da tela de computadores, filmadoras, videocassetes e DVDs;
• apresentação de gráficos, textos e planilhas com a possibilidade de uso de som e
animação;
• projeção de imagens em cores brilhantes e saturadas, mesmo com as luzes acesas;
• fácil locomoção, visto ser compacto e leve;
• projeção direta do que é digitado ou desenhado na tela do computador;
• comando de apresentação a distância; leitura do material projetado sem que o
professor tenha que olhar para a tela.
50
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Substitui, com vantagem, a maioria dos recursos tecnológicos de ensino, mas apresenta
limitações, como custo de aquisição e manutenção ainda relativamente altos, quantidade
insatisfatória na maioria das instituições de Ensino Superior, e, nesse caso, tanto o professor
quanto os alunos, que também o requisitam para apresentar seus trabalhos, dificultando sua
disponibilidade e seu uso conforme foi planejado. O programa mais conhecido e utilizado é o
PowerPoint, mas existem outros programas, como o Imagine e o SmartDraw.
A apresentação eletrônica exerce muita sedução sobre os professores, pois são
notáveis suas vantagens em relação a outros tipos de apresentação. Alterações no
material podem ser feitas até o último momento. As animações de texto e os elementos
gráficos ajudam a ilustrar a aula e a prender a atenção dos estudantes. Permite a
utilização de efeitos de multimídia. Possibilita a apresentação de dados numéricos sob a
forma de gráficos pictóricos, contribuindo para aumentar o interesse dos estudantes e
para mostrar padrões e tendências que as tabelas não permitem. Com um pouco de
arte, as mensagens tornamse muito atraentes, principalmente quando se usa
animação. Quando se passa para o item seguinte de uma animação, os itens anteriores
podem ser esmaecidos, ocultos ou alterados para uma cor diferente. Podese também
criar mais de uma animação por transparência e determinar a ordem em que estas
serão apresentadas.
• use o PowerPoint como um guia para sua apresentação e não como folha a ser lida
para a platéia. Procure fazer observações orais que ampliem e discutam, em lugar de
reproduzir o que está na tela;
• não se limite aos recursos oferecidos pelo PowerPoint. O uso de elementos gráficos
externos e de videoclipes torna a apresentação mais rica;
• olhe para a audiência enquanto estiver projetando as transparências;
• evite utilizar a projeção com a sala completamente escurecida por mais de 15 minutos;
• evite que os estudantes coloquemse em posição passiva durante o recebimento da
informação, combinando a apresentação com outras ati
vidades;
O uso de email permite a comunicaçao com um estudante, com um grupo, com uma
classe ou mesmo com todos os estudantes da instituição. O professor informa procedimentos a
serem observados na elaboração de trabalhos, do prazo para sua apresentação, bem como de
sua avaliação. Também pode fornecer textos para leitura e análise, indicar sites de interesse para
pesquisas relativas à disciplina, informar acerca de notas e faltas, dentre outros.
51
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Necessitase, como qualquer outro recurso, que o professor tome alguns cuidados na
administração de seus emails.
• estabelecer convenção para endereçamento das mensagens;
• definir o tempo para resposta;
• definir acerca do formato dos documentos anexados ao email;
• baixar os emails para evitar perdas de mensagens;
• preparar cópia de toda mensagem importante.
Em algumas disciplinas, os professores utilizam fóruns para discussão on line de temas
ligados ao curso. Como nem sempre é possível reunir os estudantes em horários predeterminados,
esses fóruns tornamse muito úteis para estimular a continuidade dos debates e conceitos
iniciados em sala de aula.
Esses fóruns são muito apreciados pelos estudantes, sobretudo porque lhes permite a
interação com os colegas e a manifestação de suas idéias. Mas para que possam contribuir
para os objetivos da disciplina, requerse, como nos demais recursos acima mencionados, uma
série de cuidados.
•definição clara dos objetivos da discussão;
•estabelecimento de instruções detalhadas para os estudantes, inclusive acerca de seus
deveres e responsabilidades;
•definição precisa do início e do término de cada discussão;
•definição prévia de critérios para avaliação do desempenho dos estudantes na
discussão;
•criação de uma atmosfera favorável à discussão;
•encorajamento para a participação ativa dos estudantes;
•fechamento de cada discussão com a apresentação sumarizada dos pontos discutidos;
•estabelecimento de vínculo do fórum com outras atividades didáticas.
52
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Seguem as leituras recomendadas para aprofundamento da aula:
LEITE, Ligia Silva (Coord.). Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades em sala
de aula. 4. ed. .Petrópolis: Vozes, 2004.
Este livro oferece informações que auxiliam no planejamento da utilização de tecnologias
educacionais em sala de aula.
MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Marilda A. .Novas tecnologias e
mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.
Este livro tem, como propósito, discutir a introdução da informática e da telemática na
educação. No debate, inseremse, entre outros temas, questões associadas a propostas de
integração e utilização do computador e da Internet na escola. Numa abordagem de mediação
pedagógica, as discussões convergem para uma revisão ampla do papel do professor nos
dias de hoje.
ANDRADE, Maria Angela Serafim. PowerPoint 2003. São Paulo: SENAC, 2004.
Este livro possibilita ao leitor criar apresentações eletrônicas com facilidade, mesmo que
não tenha conhecimentos prévios sobre o aplicativo.
Exercícios
1. “O professor pode utilizar amplamente os recursos audiovisuais, mesmo que em excesso, pois
seu uso contribui para manter a atenção e a atividade mental do aluno”.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
2. “Durante o processo de ensinoaprendizagem, não basta o professor apresentar aos alunos os
recursos audiovisuais, é preciso desencadear a atividade operativa, fazendoos acionar e
mobilizar seus esquemas mentais”. Essa afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
3. “A expressão Tecnologia Educacional referese ao uso da informática, que privilegia a utilização
de computadores em sala de aula e a conexão da mesma com o mundo externo por meio da
Internet”.
Podese dizer que essa afirmativa está:
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
a) Correta.
b) Incorreta.
4. “O vídeo, o projetor multimídia, o retroprojetor são recursos importantes e valiosos porque
direcionam o processo didático”.
Podese dizer que essa idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. “O professor pode utilizar amplamente os recursos audiovisuais, mesmo que em excesso, pois seu uso contribui para manter a
atenção e a atividade mental do aluno”.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: B
Se você escolheu esta alternativa, parabéns! É preferível usar pouco material, desde que seja bem escolhido e significativo para
determinada situação de ensinoaprendizagem, o que permite que os alunos os explorem mentalmente, aplicando seus esquemas
cognitivos.
2. “Durante o processo de ensinoaprendizagem, não basta o professor apresentar aos alunos os recursos audiovisuais, é preciso
desencadear a atividade operativa, fazendoos acionar e mobilizar seus esquemas mentais”. Essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: A
Se você escolheu esta alternativa, parabéns! Acertou! Durante o processo de ensinoaprendizagem, não basta o professor
apresentar os recursos audiovisuais, é preciso que o aluno trabalhe essas informações obtidas pelos sentidos através da sua
atividade operativa, de forma a agir sobre os objetos, transformandoos e reconstruindoos mentalmente. É por meio da ação ou da
operação que o indivíduo poderá apreender o significado das coisas.
3. “A expressão Tecnologia Educacional referese ao uso da informática, que privilegia a utilização de computadores em sala de aula e
a conexão da mesma com o mundo externo por meio da Internet”.
Podese dizer que essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: B
Se você escolheu esta alternativa, acertou! Parabéns! De fato a expressão Tecnologia Educacional não se refere apenas ao uso de
computadores em sala de aula e a conexão da mesma com o mundo externo por meio da Internet, mas tudo o que o ser humano
construiu em termos de artefatos, quanto de métodos, para ampliar sua capacidade de ensinar, pode ser considerado Tecnologia
Educacional.
4. “O vídeo, o projetor multimídia, o retroprojetor são recursos importantes e valiosos porque direcionam o processo didático”.
Podese dizer que essa idéia está:
RESPOSTA CORRETA: B
Parabéns! Você acertou! Tais recursos devem ser reconhecidos como recursos auxiliares de ensino, e não como direcionadores do
processo didático.
54
DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Esta aula dedicase à análise do processo de avaliação no Ensino Superior, destacando:
os aspectos críticos, sua importância, os princípios que contribuem para tornála mais eficaz, no
intuito de colaborar na decisão sobre a modalidade de avaliação mais adequada. Para tanto, traz
aspectos positivos, recomendações e sugestões para um trabalho que objetive emancipação e
promoção da aprendizagem dos estudantes universitários, sem, no entanto, se configurar em
normas ou procedimentos que devem ser seguidos.
Nesta aula, trataremos do processo da avaliação no Ensino Superior no intuito de
reconhecer seus aspectos críticos e sua importância; identificar princípios que contribuem para
sua eficácia e colaborar para a decisão da modalidade mais adequada.
Dentre os aspectos críticos da avaliação, destacamse:
A avaliação é fonte de ansiedade e de stress. Os exames finais das diferentes
disciplinas são realizados em poucos dias e de forma consecutiva, e as avaliações intermediárias
durante o ano ou semestre letivo; muitas vezes, ocorrem num clima de tensão, pois alguns
professores utilizam as provas de maneira terrorista, com propósitos implícitos e, algumas vezes,
explícitos de vingança.
A avaliação conduz a injustiças. Essa crítica referese às situações em que os
professores ministram aulas em escolas com alunos diferentes, mas avaliam todos com o mesmo
rigor; esforçamse para se adaptar ao nível dos estudantes; utilizam provas com poucas questões
pela facilidade de correção; elaboram questões que abrangem todo o conteúdo.
A avaliação privilegia o controle da retenção de conhecimentos, deixando de lado
aspectos importantes da aprendizagem. Privilegiase a memorização. Existem muitas
disciplinas com objetivos afetivos e que não podem ser avaliadas pelos procedimentos
tradicionalmente utilizados nos cursos superiores.
Muitas avaliações têm pouco a ver com o que foi ensinado no curso. Ocorre quando o
professor não possui conhecimentos técnicos suficientes para elaborar provas adequadas e
quando não tem muita clareza acerca dos objetivos pretendidos.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
A avaliação tradicional favorece o imobilismo social. As notas obtidas num curso
seguem as pessoas por toda a vida, definindo, de alguma forma, o seu grau na hierarquia
profissional, o seu nível de remuneração e o poder de que irá dispor. A escola tem, como principal
função, fornecer às pessoas os conhecimentos e as habilidades necessárias para bem viver na
sociedade; a existência de exames contribui para tornála uma instituição ultrapassada.
As avaliações consomem demasiado tempo e energia dos professores e dos alunos.
A correção conscienciosa das provas exige muito trabalho e energia, e quando é feita de forma
superficial, acarreta conseqüências graves.
As provas enfatizam mais a forma do que o conteúdo. Valorização da aptidão para se
exprimir em detrimento dos conhecimentos específicos.
A questão da validade das provas é critica. Quando o professor considera, na
avaliação, os fatores freqüência, assiduidade e comportamento da classe.
A questão da fidedignidade das provas é crítica. Um instrumento de avaliação é
considerado fidedigno quando utilizado por diferentes avaliadores ou pelo mesmo avaliador em
momentos diferentes; produz, consistentemente, os mesmos resultados.
As avaliações desestimulam a expressão dos juízos pessoais dos alunos. Quando os
alunos direcionam seus estudos para o que acreditam ter maior possibilidade de ser solicitado ou
respondem de acordo com o que pensam que o professor gostaria que respondessem e,
conseqüentemente, são desestimulados a exprimir seus juízos pessoais.
As avaliações contribuem para encurtar o período letivo. Uma avaliação adequada não
se restringe à prova final. Várias provas, durante o ano ou semestre, diminuem o tempo destinado
ao ensino e, além disso, são geralmente antecedidas por um período de preparação e sucedidas
por um período de esgotamento.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
As provas tradicionais favorecem a especulação com a sorte. Nestas, há poucas
questões e refletem as características dos professores, sendo facilmente reconhecidas pelos
estudantes, até mesmo porque muitos repetem as provas nos períodos letivos seguintes.
As provas tradicionais incentivam a fraude. Ao invés de se preparar para a prova, o
estudante “prepara a cola”, sem contar que, atualmente, esse problema agravase em função das
modernas tecnologias de comunicação.
Os exames dificultam a prática de uma pedagogia da descoberta. A preparação de
provas voltadas para conteúdos definidos dificulta a adoção de estratégias que estimulem a
exploração e a descoberta pessoal.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Em defesa da avaliação, que serve para emancipar e promover, convém considerar
que: pode ser feita com alto grau de cientificidade (respaldo científico), a aprendizagem
pode ser mensurada com razoável grau de precisão (definir claramente os objetos e
suas propriedades); o processo de avaliação fornece dados necessários à melhoria da
aprendizagem e do ensino (verificar mudanças no comportamento, em que medida
ocorre e definir as que podem ser feitas quando a aprendizagem não é eficaz); inclui
mais procedimentos além do rotineiro exame escrito (variar de acordo com as
características dos estudantes e os objetivos da aprendizagem); envolve todo o
processo de aprendizagem (diagnóstica, formativa e somativa); os professores podem
avaliar bem os estudantes (provas objetivas e avaliação feita por mais de um professor
exemplificam procedimentos que ampliam o grau de objetividade das avaliações);
constitui traço fundamental de nossa civilização; favorece a integração dos
conhecimentos; permite que os estudantes se situem em relação aos outros (um meio
para descobrir causa e conseqüências de suas fraquezas); fornece feedback para o
professor (verificar pertinência do ensino e validade das ações); serve para avaliar a
ação do professor e da própria instituição (abrange todo curso, a escola, uma região ou
mesmo toda a nação, como o Exame Nacional de Cursos, o qual verifica em que
medida foram cumpridas as funções docentes.
Mediante alguns princípios, a avaliação tornase adequada aos propósitos do Ensino
Superior, ou seja, entendida como parte integrante do processo de aprendizagem; contínua; os
instrumentos devem apresentar validade e precisão; abranger os diferentes domínios de
aprendizagem; integrada; preparada com razoável antecedência; provas múltiplas e
diversificadas.
As provas devem ser ministradas em clima favorável, e para que isso ocorra alguns
cuidados são importantes. O professor pode tranqüilizar os alunos informando que chegará mais
cedo no dia da prova para responder eventuais duvidas e garantir que terão tempo suficiente para
as respostas. Diante disso, convém não perder tempo para iniciála e mantêlos informados
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
acerca do tempo que resta para o fim da mesma, para tanto, é preciso garantir que possa ser
elaborada no período definido. O ideal é anunciar o final quando faltarem quinze minutos e
proceder ainda a mais dois anúncios: quando faltarem dez e cinco minutos, por exemplo.
As provas devem ser corrigidas com cuidado e devolvidas rapidamente, e o processo deve
contar também com a autoavaliação, não no sentido simplista em que o professor pede que o
aluno atribua, a si mesmo, uma nota em determinada disciplina, pois se trata de um processo que
requer o desenvolvimento de habilidades, como as de observarse a si mesmo, de comparar e
relacionar seu desempenho com os objetivos propostos, e de atitudes, como a honestidade
pessoal para reconhecer tanto os seus sucessos como as suas falhas.
O desempenho do professor também deve ser avaliado no sentido de buscar informações
dos alunos referentes a comportamentos e atitudes assumidos em sala de aula, que contribuem
ou não para o processo de aprendizagem.
Um item que não poderia passar despercebido referese às modalidades de provas,
considerando que o primeiro passo na avaliação da aprendizagem consiste na definição dos
objetivos que se pretende alcançar, o que significa que esse processo iniciase com o
planejamento, antes das aulas em que os conteúdos foram ministrados. Após a definição dos
objetivos, determinase a técnica mais adequada. Trazemos, em seguida, algumas provas para
que o professor utilize as que melhor se ajustam aos objetivos definidos no plano.
Provas discursivas. Há duas modalidades: dissertativa ou prova de pergunta curta.
1) A prova dissertativa, conhecida como ensaio, ou de resposta longa, é constituída por
um tema desenvolvido livremente e tem como única limitação o tempo disponível para a
resposta. Para que tenha qualidade, exigese alguns cuidados: utilizála apenas para
avaliação da aprendizagem relativa a conteúdos complexos (raciocínio analítico,
capacidade de síntese e julgamento de valor); apresentar a tarefa com clareza e
precisão (evitar perguntas do tipo “Escreva tudo o que sabe...ou “Qual sua opinião...”.
Solicitar avaliação crítica apoiada em evidências, não em sentimentos pessoais);
advertir acerca da influência dos erros de português na pontuação, corrigir as provas
sem identificar o seu autor (para evitar interferências no julgamento); não formular
questões relacionadas entre si; preparar uma chave de apuração (serve para especificar
os elementos a serem considerados e o seu valor); escrever comentários na prova
(serve para justificar a nota, fornecer um feedback ao estudante).
2) Para as provas de respostas curtas, em que o professor apresenta algumas questões
abertas, também existem algumas recomendações: formular apenas questões que se
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
refiram a conteúdos importantes; iniciar as questões com um verbo de ação (descrever,
comparar, contrastar, definir, relacionar, justificar, criticar e resumir); formular questões
que mostrem se o estudante sabe aplicar o que aprendeu a situações novas; não
formular questões relacionadas entre si (quem errar uma já está prejudicado na
seguinte); proporcionar tempo suficiente para o estudante refletir, organizar as respostas
e redigir (dica: para calcular o tempo da prova, o professor redige a resposta que
considera ideal e multiplica por três os minutos que gastou); indicar o valor dos itens e o
tempo aproximado para sua execução; avaliar uma questão de cada vez em todas as
provas.
Provas objetivas: apresentam brevidade da resposta e exatidão da correção. Quando
bem elaboradas, contribuem para o fornecimento de informações úteis, a fim de tornar mais
efetivo o processo de aprendizagem. Aspectos favoráveis: promovem julgamento imparcial;
garantem rapidez na correção; proporcionam imediato feedback ao estudante; permitem a
verificação extensa da matéria; possibilitam a comparação entre as turmas; permitem a
identificação das diferenças individuais, contribuem para a avaliação do trabalho docente.
Principais tipos de questão objetiva:
1) Questões de lacuna: são constituídas por frases incompletas, cujo espaço em branco
deve ser preenchido por uma ou mais palavras.
2) Questões certo ou errado: cabe ao estudante indicar o que julga certo ou errado, mas,
mesmo sem conhecer o assunto, tem chance de acertar 50% das questões.
3) Questões de múltipla escolha: são adequadas para classes numerosas e para
professores que lecionam a mesma matéria em diversas classes. Sua elaboração é tida
como atividade de cunho rigorosamente técnico. Alguns procedimentos devem ser
observados na sua elaboração.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
1) Garantir que cada questão apresente uma única resposta certa;
2) Incluir cinco opções e não quatro, para diminuir a probabilidade de acerto devido ao
acaso;
3) Expressar o enunciado da questão em linguagem positiva;
4) Incluir, no enunciado, o máximo de palavras, mantendo as opções de respostas mais
curtas;
5) Variar a posição da resposta correta ao longo da prova;
6) Não sobrecarregar o enunciado com elementos inúteis;
7) Não retirar frases completas de livros ou apostilas;
8) Verificar se o enunciado do problema comporta tantas soluções quantas são as
opções pretendidas. Não sendo possível, recorrer a outro tipo de questão;
9) Todas as alternativas gramaticalmente concordantes com o enunciado;
10) Formular primeiro a pergunta e sua resposta correta para facilitar a construção das
outras alternativas;
12) Evitar termos, como: sempre, nunca, somente e todos, porque sugerem escolhas
incorretas;
13) Não incluir opções que expressam a mesma coisa, já que, nesse caso, nenhuma
das duas poderá estar certa.
Nas questões de associação cabe ao estudante estabelecer associações entre os
elementos que são apresentados em dois grupos.
Ainda temos as provas práticas: referese tanto à execução de atividades quanto ao
resultado de qualquer execução. A execução pode consistir numa aula expositiva, num trabalho
de laboratório, clínica ou oficina, no manejo de equipamentos, maquinaria ou veículos, na
condução de uma entrevista, na execução de uma peça musical. O resultado pode referirse a
desenhos, pinturas, esculturas, plantas e casas, cartazes, maquetes, etc; pode ser feita através de
folha de cotejo ou de escalas de classificação.
Para finalizar, as provas orais, nos cursos de pósgraduação, são úteis se utilizadas com
o objetivo de verificar habilidades de argumentação.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
Exercícios
1. “A melhor avaliação do aprendizado é a que se faz de maneira intuitiva, sem fundamentação
científica”.
Podese dizer que a idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
2. “A avaliação deve ser vista como um processo que se desenvolve ao longo de todo um curso e
envolve três tipos de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa”.
Podese dizer que a afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
3. “O desempenho do professor deve ser avaliado pelos alunos”.
Podese dizer que a idéia está:
a) Correta.
b) Incorreta.
4. “A avaliação, ao longo dos últimos séculos, vinculouse quase exclusivamente à função seletiva
da escola”. Essa afirmativa está:
a) Correta.
b) Incorreta.
Respostas dos Exercícios
1. “A melhor avaliação do aprendizado é a que se faz de maneira intuitiva, sem fundamentação científica”.
Podese dizer que a idéia está:
RESPOSTA CORRETA:
Se você escolheu esta alternativa, acertou! Parabéns! Durante muito tempo, a avaliação foi feita de forma intuitiva, sem
fundamentação científica, mas, atualmente, podemse desenvolver procedimentos de avaliação escolar com amplo respaldo
científico.
2. “A avaliação deve ser vista como um processo que se desenvolve ao longo de todo um curso e envolve três tipos de avaliação:
diagnóstica, formativa e somativa”.
Podese dizer que a afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA:
Se você escolheu esta afirmativa, acertou! Parabéns! De fato a avaliação deve ser vista como um processo que ocorre ao longo de
todo um curso. No início serve como um diagnóstico, um levantamento das capacidades dos estudantes em relação aos conteúdos;
formativa, informa acerca do desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, para que o professor possa efetuar os ajustes
necessários; e a somativa, que ocorre no final para determinar o alcance dos objetivos previamente determinados.
3.“O desempenho do professor deve ser avaliado pelos alunos”.
Podese dizer que a idéia está:
RESPOSTA CORRETA: A
A avaliação docente deve buscar informações dos alunos referentes a comportamentos e atitudes assumidos pelo professor em sala
de aula, que contribuem ou não para o processo de aprendizagem e são importantes para melhoras de sua atuação.
4. “A avaliação, ao longo dos últimos séculos, vinculouse quase exclusivamente à função seletiva da escola”. Essa afirmativa está:
RESPOSTA CORRETA: A
Se você escolheu esta alternativa, acertou! Parabéns! Grande parte dos esforços dos professores foi dedicada, principalmente, a
determinar quais estudantes seriam eliminados em cada uma das etapas do processo educacional.
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DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
AULA 09 • ESTUDO DE CASO
Aqui é o momento de aplicar todos os conceitos estudados nesta disciplina. Lembrese
que o Estudo de Caso será postado pelo seu professor no botão "Atividades/Tarefas".
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BIBLIOGRAFIA
GIL, Antonio Carlos. Didática do ensino superior. São Paulo: Atlas, 2007.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994, pp. 127138.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo:
EPU, 1986.
PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Lea das Graças Camargos. Docência no ensino
superior. São Paulo: Cortez, 2007, pp.203218. (Coleção Docência em Formação)
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