A entrevista discute a trajetória intelectual de Hugh Lacey e seu modelo de interação entre ciência e valores. Lacey inicialmente se concentrou em problemas filosóficos abstratos, mas passou a se interessar por questões sociais e políticas da ciência. Seu modelo argumenta que valores cognitivos e sociais influenciam a escolha da estratégia em pesquisas científicas, e que valores como o progresso tecnológico moldaram o uso predominante de certas estratégias.
A entrevista discute a trajetória intelectual de Hugh Lacey e seu modelo de interação entre ciência e valores. Lacey inicialmente se concentrou em problemas filosóficos abstratos, mas passou a se interessar por questões sociais e políticas da ciência. Seu modelo argumenta que valores cognitivos e sociais influenciam a escolha da estratégia em pesquisas científicas, e que valores como o progresso tecnológico moldaram o uso predominante de certas estratégias.
A entrevista discute a trajetória intelectual de Hugh Lacey e seu modelo de interação entre ciência e valores. Lacey inicialmente se concentrou em problemas filosóficos abstratos, mas passou a se interessar por questões sociais e políticas da ciência. Seu modelo argumenta que valores cognitivos e sociais influenciam a escolha da estratégia em pesquisas científicas, e que valores como o progresso tecnológico moldaram o uso predominante de certas estratégias.
Trab. Educ. Sade, Rio de Janeiro, v. 7 n. 3, p. 623-628, nov.2009/fev.2010
ENTREVISTA INTERVIEW Entrevista: Hugh Lacey Interview: Hugh Lacey Hugh Lacey Professor Emrito de Filosofia da Fa- mlia Scheuer e Pesquisador Snior na Swarthmore College (Pennsylvania, EUA), onde lecionou por trinta anos, e Pesquisador Colaborador no Projeto Temtico Gnese e significado da tecnocincia: relaes entre cincia, tecnologia e sociedade, USP/Fapesp. Entre 1969 e 1971 ele foi conferencista no Departamento de Filosofia na Universidade de So Paulo e desde ento tem desenvolvido uma intensa interao com univer- sidades brasileiras e institutos de pesquisa, com muitas outras visitas. Alguns dos seus principais in- teresses de pesquisa so: a interao entre fatos e va- lores, a relevncia do desenvolvimento de alternativas para as prticas tecnocientficas (agroecologia, por exem- plo), o princpio da precauo e os transgnicos. Para conduzir esta entrevista, convidamos a professora Brena Paula Magno Fernandes 1 , da Universidade Fede- ral de Santa Catarina. Para encerrar essa breve apre- sentao do entrevistado, 2 importante mencionar as numerosas publicaes do professor Lacey, algumas delas listadas no final da entrevista, como tambm algumas publicaes sobre seu trabalho realizadas por pesquisadores brasileiros. Uma lista mais com- pleta dos seus livros e artigos pode ser encontrada no site da Associao Filosfica Scientiae Studia, <www.scientiaestudia.org.br>. Hugh Lacey is Scheuer Family Professor of Philoso- phy Emeritus and Senior Research at the Swarthmore College (Pennsylvania, U.S.A.), where he taught for thirty years, and researcher collaborator in the the- matic project: "Gnese e significado da tecnocincia: relaes entre cincia, tecnologia e sociedade", USP/ FAPESP. Between 1969 and 1971 he was a lecturer at the Department of Philosophy of the University of So Paulo and ever since he has developed an intense interaction with Bra-zilian Universities and Research Institutes, with many others visits. Some of his main research interests are: the interplay between facts and values, the relevance of the development of alterna- tives to technoscientific practices (e.g., agroecology), the precautionary principle and transgenics. To end this brief presentation, it is important to mention Pro- fessor Laceys numerous publications, some of which listed at the end of the interview, as well as some pu- blications on his work made by Brazilian Researchers. A more complete list of this books and articles can be found on the web page of Associao Filosfica Scientiae Studia, <www.scientiaestudia.org.br>. 624 Trab. Educ. Sade, Rio de Janeiro, v. 7 n. 3, p. 623-628, nov.2009/fev.2010 Entrevista: Hugh Lacey Revista Osenhor se formou emmatemtica e depois migrou para o estudo de histria e filosofia da cincia, trabalhando no incio de sua carreira principal- mente com problemas do mainstream da tradi- o analtica (problemas abstratos). Atualmente, o princpio norteador do seu programa de pes- quisa uma preocupao com problemas muito concretos relacionados sociedade e s vidas humanas. Isso me leva primeira pergunta: qual foi a virada da sua trajetria intelectual (se houve alguma)? Hugh Lacey verdade que minhas teses de mestrado e doutorado e minhas primeiras publicaes li- daram com problemas abstratos da filosofia da matemtica e da fsica. Entretanto, no foi um caso de uma virada, e muito mais um proces- so lento de centralizar s minhas preocupaes ideias que haviam me interessado por muitos anos. No incio, eu estava interessado nas questes de dimenses humansticas, sociais e polticas da cincia. Escrevi vrios artigos em publica- es estudantis nesses temas e dei muitas pales- tras sobre eles. Eu estava especialmente interes- sado em questes sobre a interao da cincia e a religio (Crist). Os requisitos para conseguir qualificaes formais e para conseguir um car- go acadmico conduziram ao foco anterior nos problemas abstratos. Enquanto estava na USP, entre 1969 e 1972, comecei a trabalhar em ques- tes de filosofia da psicologia, em grande parte estimulado pelo envolvimento de minha esposa (Maria Ins Rocha e Silva Lacey) em psicologia e o interesse do Instituto de Psicologia da USP de iniciar um curso de ps-graduao em filo- sofia da psicologia. Usando as ferramentas da filosofia da cincia, escrevi vrios artigos sobre o conflito entre a psicologia behaviorista e a cognitiva. Isso me tornou intensamente ciente sobre papel indispensvel da tica e dos valores sociais na modelagem de programas de pesquisa em psicologia muito do meu trabalho posterior na interao entre cincia e valores pode ser visto como uma generalizao desse trabalho relacionado psicologia experimental. Em se- guida, durante os anos 1980, Maria Ins e eu fi- camos profundamente envolvidos nos movi- mentos de oposio s guerras apoiadas pelos EUA na Amrica Central, e isso conduziu aos meus estudos, ensino e escritos sobre a Teologia da Libertao da Amrica Latina. A influncia da Teoria da Libertao est por trs da minha preocupao atual em perguntar sobre como a cincia deve ser modelada para lidar com os problemas enfrentados pela sociedade e pelas vidas humanas. Revista Em suas publicaes recentes (desde 1998 e 1999, por exemplo), o senhor desenvolveu um modelo de interao de atividades cientficas e compromissos valorativos. Poderia sintetizar as ideias principais do seu trabalho a respeito da interao de valores cognitivos e sociais nas prticas cientficas? Hugh Lacey Os modelos do empirismo lgico e do raciona- lismo crtico da epistemologia e metodologia da cincia, que dominaram o campo quando eu era um estudante e por algum tempo depois, foca- vam nas relaes entre teoria e dados empricos. Kuhn introduziu um terceiro termo, paradigma, em discusses de metodologia. No meu modelo central uma modificao da noo de Kuhn, que eu chamo de estratgia. Os principais pa- pis de uma estratgia so restringir os tipos de teorias que podem ser consideradas na pesquisa e fornecer critrios para a seleo dos tipos de dados empricos que podem ser procurados e registrados para o fim de avaliar teorias onde a teoria fornece entendimento de algum do- mnio de fenmeno ou outro. O que avaliado se uma teoria ou no confirmada dentro de um domnio especfico de fenmeno. Essa ava- liao depende somente de o quo adequada- mente a teoria se encaixa nos dados empricos, luz de critrios cognitivos (epistmicos) espe- cficos que, seguindo Kuhn, eu chamo de va- lores cognitivos. Eu tenho argumentado que valores cognitivos so distintos de outros tipos de valores (incluindo valores ticos e sociais). Entretanto, sustento que valores ticos e socais possuem um papel legiti- mado (e provavelmente indispensvel) em cone- xo estratgia a ser adotada em um projeto de pesquisa. No h s uma metodologia cientfica; ao invs disso, a questo metodolgica funda- mental a escolha da estratgia. Essa escolha varia propriamente com as caractersticas do objeto de investigao; as mesmas estratgias no podem lidar adequadamente, por exemplo, 625 Trab. Educ. Sade, Rio de Janeiro, v. 7 n. 3, p. 623-628, nov.2009/fev.2010 Interview: Hugh Lacey de controle da natureza. Claramente, se algum est engajado em uma pesquisa cuja finalidade fazer descobertas capazes de levar inovao tecnolgica, adequado adotar estratgias da abordagem descontextualizada. Mas essas estra- tgias por si prprias no nos tornam capa- zes de investigar adequadamente os riscos da implementao de tais inovaes, e a explorar as possibilidades de alternativas prticas que no esto enraizadas na inovao tecnolgica. (Para entender as possibilidades da agricultura transgnica, estratgias descontextualizadas so essenciais; para explorar as possibilidades da agricultura agroecolgica, outras estratgias tambm devem ser adotadas.) Tenho argumen- tado que podemos explicar o uso quase exclu- sivo de estratgias que se enquadram na abor- dagem descontextualizada da cincia moderna fazendo referncia s relaes de reforo mtuo que existem entre a adoo dessas estratgias e manter (o que eu chamo) os valores do progresso tecnolgico, o que pode ser visto como uma atua- lizao da valorao baconiana do controle da natureza. Note que isso ilustra bem a caracters- tica do meu modelo de preservao dos resultados objetivos (teorias cientficas modernas frequen- temente representam o conhecimento objetivo da estrututra subjacente /interao/processo/lei de domnios importantes de fenmenos!), enquan- to permite certos tipos de crtica poltica como legtimas. Algumpode criticar o uso quase exclu- sivo de estratgias de acordo com a abordagem descontextualizada sem com isso questionar a objetividade dos seus resultados confirmados. Revista Progressos cientficos tornaram possvel o pro- gresso tecnolgico, que hoje um pr-requisito integral para o crescimento econmico (no m- bito do capitalismo). Por que o senhor questiona que a tecnocincia pode ter enfraquecido os valores democrticos? Hugh Lacey Atualmente, a tecnocincia est se desenvolvendo em associao prxima com interesses entre os quais o crescimento econmico a considerao primria. As estratgias adotadas na pesquisa tecnocientfica atual tm uma relao de reforo mtuo no somente com os valores do progresso tecnolgico, mas tambm com valores que do a maior importncia ao crescimento econmico. com estruturas moleculares de sementes e com seu papel em agroecossistemas sustentveis (para usar um exemplo sobre o qual j escrevi detalha- damente). So os valores ticos e sociais que mo- tivam, dando prioridade para um objeto particu- lar de investigao em preferncia a outro, e assim para a estratgia que ser adotada no projeto de pesquisa subsequente. Afirmo que existem relaes de reforo mtuo entre adotar uma es- tratgia e manter certos valores tico/sociais. Frequentemente, os valores que motivam a ado- o de uma estratgia particular so os mesmos que informam os interesses que so atendidos quan- do os resultados da pesquisa so aplicados. Algumas vezes, eu destaco trs momentos da atividade cientfica: (1) escolha da estratgia, (2) avaliao da teoria, (3) aplicao de resulta- dos cientficos. De acordo com o meu modelo, existem papis de legitimao para valores ti- cos e sociais, no somente em (3), mas tambm em (1) mas em (2) apenas os valores cognitivos tm um papel legtimo na avaliao de teorias. Assim, o modelo preserva a possibilidade de obje- tividade do conhecimento cientfico, enquanto reconhece um destino para a crtica tica e po- ltica da pesquisa cientfica. Isto ocorre porque o fato de que certos resultados sejam objetiva- mente confirmados no implica que eles possam ser aplicados a servio de interesses modelados por qualquer configurao de valores ticos e sociais. Revista Um dos argumentos-chave do seu modelo o reforo mtuo entre um valor social especfico o ideal baconiano de controle da natureza e a cincia moderna. O senhor poderia explicar essa conexo com mais detalhes? Hugh Lacey A pesquisa cientfica moderna tendeu a adotar virtualmente apenas variedades de estratgias que se encaixem (no que agora eu chamo) de abordagem descontextualizada. (Em documentos anteriores me referi a elas como estratgias ma- terialistas). Sob essas estratgias, teorias so restringidas para que possam representar a es- trutura subjacente, a interao, o processo e a lei dos fenmenos, dissociadas de seus contex- tos ecolgico, social e humano. A pesquisa conduzida sob estas estratgias que prontamente leva inovao tecnolgica, a realizao social concreta da ideia baconiana 626 Trab. Educ. Sade, Rio de Janeiro, v. 7 n. 3, p. 623-628, nov.2009/fev.2010 Entrevista: Hugh Lacey isto que ameaa os valores democrticos por ser a pesquisa cientfica cada vez mais colocada sob o controle das corporaes (agrobusiness, corporaes farmacuticas e de energia etc.) e agncias de governo que so sensveis aos inte- resses corporativos. (Tem sido dito que a cincia est se transformando em cincia do interesse privado.) Isso quer dizer que a pesquisa que muito importante para fortalecer os valores demo- crticos no est sendo conduzida, ou que re- cursos inadequados esto disponveis a ela. Por exemplo, segurana alimentar essencial para o bom funcionamento da democracia mas a crise mundial de alimentos do ano passado mos- trou definitivamente que a dominao da oferta de alimentos pelo agrobusiness, que respon- svel por fazer a agricultura dependente de ino- vaes tecnocientficas, como transgnicos, no produz segurana alimentar. Muitos movimen- tos sociais esto propondo que programas de soberania alimentar, nos quais a agroecologia desenvolvida e usada muito mais extensiva- mente, estabeleam o caminho para a produo da segurana alimentar. A inovao tecnocien- tfica pode certamente tomar parte nestes pro- jetos, apesar de eles no estarem primordialmente baseados nela. A pesquisa necessria para o for- talecimento dos projetos de soberania alimentar (e para testar seu potencial total) no capaz de obter os recursos adequados enquanto a cincia do interesse privado dominante. Ento, no quero dizer que a tecnocincia per se enfraquece os valores democrticos, mas que a cincia e a tecnocincia dominadas pelos interesses do cresci- mento econmico (abstraindo valores como se- gurana alimentar para todos) os ameaam. Revista O senhor tem defendido a ideia de que novas formas de pesquisa cientfica no necessaria- mente conectadas com o controle da natureza devem ser promovidas, em ateno ao pluralismo do sistema de valores existente em uma socie- dade. Poderia explicar essa proposta e quais seriam suas principais dificuldades prticas? Hugh Lacey O exemplo da soberania alimentar um caso pertinente. A insegurana alimentar de vastos nmeros de pessoas e naes no tem sido ade- quadamente tratada pelas prticas e polticas agrcolas predominantes na atualidade que so informadas por resultados cientficos (que gera- ram os transgnicos, por exemplo) obtidos sob estratgias com relaes de reforo mtuo com valores que do a maior importncia ao crescimen- to econmico, embora esteja claro que o cresci- mento econmico no se traduz, por exemplo, em segurana alimentar para todos. A agroecologia objetiva investigar as possibilidades dos agroecos- sitemas em termos de sua contribuio simul- tnea produtividade, sustentabilidade, pre- servao da biodiversidade, sade social e ao favorecimento dos interesses e fortalecimento dos valores das comunidades locais. Como o con- texto essencial a esse tipo de pesquisa, ela no se coaduna abordagem descontextualizada (embora possa livremente usar o conhecimento objetivo obtido dentro da abordagemdescontextualizada). Outras estratgias so tambm necessrias para conduzir essa pesquisa. Subordinar o crescimento econmico segurana alimentar para todos mo- tiva o engajamento em pesquisas desse tipo. As principais dificuldades diante desta ideia so: primeiro, que o mainstream da cincia no pensa em pesquisa cientfica simplesmente como pesquisa emprica que possa produzir conheci- mento confirmado objetivamente. Ao invs disso, ele tende a identificar a pesquisa cientfica com a pesquisa conduzida no mbito da abordagem descontextualizada, ento ele (impropriamente) rejeita a credencial cientfica de abordagens al- ternativas e, de modo mais geral, no leva a srio a ideia de que pode haver um pluralismo de estratgias frutferas. Em segundo lugar, as abordagens alternativas funcionam contra os poderosos interesses da cincia do 'interesse privado', que esto por trs dela. Revista De acordo com a sua experincia pessoal (morar nos EUA e possuir um intenso contato com um pas perifrico), o senhor acredita que a Am- rica Latina tem um papel especfico a desem- penhar ao apresentar alternativas de pesquisa corrente convencional? Hugh Lacey Eu seguramente acho que movimentos sociais em reas empobrecidas do mundo (incluindo a Amrica Latina) tm esse papel, pois entre elas que valores como segurana alimentar (e participao democrtica popular) so mais pro- vveis de ficar em primeiro plano. A pesquisa 627 Trab. Educ. Sade, Rio de Janeiro, v. 7 n. 3, p. 623-628, nov.2009/fev.2010 Interview: Hugh Lacey ligada soberania alimentar, por exemplo, tem uma importncia particular entre pessoas que esto vivenciando insegurana alimentar. Elas possuem a percepo clara de que os mtodos atuais esto falhando, e elas precisam de uma al- ternativa urgentemente. Assim, no surpreen- dente que os movimentos sociais que criaram a Via Campesina tenham alcanado a liderana em fazer propostas para a implementao da soberania alimentar e demandado recursos para a conduo de mais pesquisas em campos como a agroecologia. Entretanto, eu no acho que se deva exagerar nesse papel para os movimentos sociais. Outros podem compartilhar tambm os mesmos valo- res, e a sustentabilidade um valor altamente sustentado dentro dos movimentos sociais, e importante para os projetos cientficos alterna- tivos sem dvida amplamente compartilhada. Alm disso, o engajamento nas prticas alterna- tivas deve ganhar apoio de valores tradicionais centrais da cincia moderna, como: ser parte do patrimnio compartilhado da humanidade e tam- bm a objetividade. A respeito da objetividade, a menos que as possibilidades dos agroecossiste- mas sustentveis sejam investigadas (sob as es- tratgias apropriadas), a reivindicao dos porta- vozes da cincia de que no existem possibili- dades srias fora da trajetria da tecnocincia ser necessariamente no objetiva. Notas 1 Professora substituta do Departamento de Eco- nomia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Atuou como integrante na pesquisa Cincia moderna, tecnologia e controle: uma extenso da crtica de Hugh Lacey ao caso da economia, finan- ciada pelo CNPq, entre 2005 e 2007. 2 O texto original em ingls desta entrevista pode ser consultado no site www.revista.epsjv.fiocruz.br. Algumas publicaes de Hugh Lacey: LACEY, H. Valores e atividade cientfica. So Paulo: Discurso Editorial, 1998. ______. Is science value free? Values and scientific understanding. Londres: Routledge, 1999. ______. As formas nas quais as cincias so e no so livres de valores. Crtica, Londrina, v. 6, n. 21, p. 89-111, 2000. ______. Psicologia experimental e natureza hu- mana. Florianpolis: Editora da Universidade Federal de Santa Catarina, 2001. ______. Tecnocincia e os valores do Frum Social Mundial. In: LOUREIRO, J. M.; CEVASCO, M. E.; CORRA LEITE, J. (eds.), O esprito de Porto Alegre, Porto Alegre: Ed. Paz e Terra, 2000. ______. Existe uma distino relevante entre valores cognitivos e sociais?. 2003a. Scientiae Studia, v. 1, n. 2, p. 121-49. Disponvel em: <www.scientiaestudia.org.br/revista/PDF/01_ 02_01_Lacey.pdf> ______. A cincia e o bem-estar humano: uma nova maneira de estruturar a atividade cientfica. In: SANTOS, B. de S. (ed.). Conhecimento prudente para uma vida decente: um discurso sobre as cincias revisitado. Porto: Afrontamento, 2004, p. 471-493, 2003b. ______. A controvrsia sobre os transgnicos: questes ticas e cientficas. Aparecida, SP: Ideias e Letras, 2006a. ______. O princpio de precauo e a autonomia da cincia. 2006b. 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So Paulo: Associao Filosfica Scientiae Studia e Editora 34, 2009. (Second edition of 1998). Publicaes sobre o modelo de Hugh Lacey: FERNANDEZ, B. Iseno ou insero de valores na cincia? Aposio crtica de Hugh Lacey. 2003. Cadernos de Pesquisa Interdisciplinar em Cincias Humanas (UFSC), Florianpolis, n. 49, p. 1-16. Disponvel em: <www.cfh.ufsc.br/~dich/Texto Caderno49.pdf> ______. Retomando a discusso sobre o papel dos valores na cincia: a teoria econmica domi- nante (pode ser) axiologicamente neutra?. 2006. Episteme (Porto Alegre), v. 23, p. 151-176. Disponvel em: <www.ilea.ufrgs.br/episteme/portal/ pdf/numero23/episteme23_fernandez.pdf> ______. A epistemologia de Hugh Lacey em dilogo com a economia feminista: neutralidade, objetividade e pluralismo. 2008. Revista Estudos Feministas, v. 16, n. 2, p. 359-385. Disponvel em: <www.scielo.br/pdf/ref/v16n2/04.pdf> OLIVEIRA, M. B. A epistemologia engajada de Hugh Lacey. Manuscrito, v. 21, n. 2, p. 113-135, 1998. Disponvel em: <www2.fe.usp.br/~mbarbosa/ hlacey1.pdf> ______. Aepistemologia engajada de Hugh Lacey II, Manuscrito 23, n. 1, p. 185-203, 2000. Dispon- vel em: <www2.fe.usp.br/~mbarbosa/hlacey2.pdf> ______. Science and the values of popular move- ments. Trans/Form/Ao, v. 27, n. 1, p. 133-147, 2004. Disponvel em: <www.scielo.br/pdf/trans/ v27n1/a10v27n1.pdf> OLIVEIRA, M. B.; FERNANDEZ, B. Hempel, Semmelweis e a verdadeira tragdia da febre puer- peral. Scientiae Studia, v. 5, n. 1, p. 49-79, 2007. Disponvel em: <www.scientiaestudia.org.br/ revista/PDF/05_01_03.pdf> REGNER, A. C. Cincia e valores: retomando o flego da questo. Episteme, Porto Alegre, n. 10, p. 125-134, 2000. Disponvel em: <www.ilea. ufrgs.br/episteme/portal/pdf/numero10/episte me10_resenha_regner.pdf>