Este documento discute o gerenciamento logístico em uma farmácia de manipulação. Analisa as atividades logísticas relacionadas ao fluxo de materiais e informações na farmácia e propõe melhorias para aumentar a competitividade. Explica que a logística integrada é importante para garantir um fluxo eficiente de materiais e informações entre fornecedores, produção e clientes.
Este documento discute o gerenciamento logístico em uma farmácia de manipulação. Analisa as atividades logísticas relacionadas ao fluxo de materiais e informações na farmácia e propõe melhorias para aumentar a competitividade. Explica que a logística integrada é importante para garantir um fluxo eficiente de materiais e informações entre fornecedores, produção e clientes.
Este documento discute o gerenciamento logístico em uma farmácia de manipulação. Analisa as atividades logísticas relacionadas ao fluxo de materiais e informações na farmácia e propõe melhorias para aumentar a competitividade. Explica que a logística integrada é importante para garantir um fluxo eficiente de materiais e informações entre fornecedores, produção e clientes.
IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
Gerenciamento logstico: Um estudo de caso numa farmcia de
manipulao
Hlio Cavalcanti Albuquerque Neto (UFCG) helio@uaep.ufcg.edu.br Charles Cavalcante Marques (UFCG) charlesmarques@uaep.ufcg.edu.br Maria Creuza Borges de Arajo (UFCG) creuzinha@uaep.ufcg.edu.br Francisco Domingos de Paula Jnior (UFCG) juniorpagodeiro@hotmail.com Sunya Freire do Monte Santos (UFCG) suenya.s@ig.com.br
Resumo Acompanhar as constantes alteraes de mercado sem perder qualidade e mantendo a eficcia no atendimento ao cliente tem sido um dos grandes desafios para as empresas e corporaes. Neste sentido o gerenciamento logstico desempenha um papel primordial. A farmcia de manipulao produz medicamentos sob encomenda, de forma artesanal e no seriada, aspirando solues farmacuticas para a melhoria na qualidade de vida de uma determinada comunidade. Este artigo, caracterizado exploratrio, analisa tal forma de gerenciamento em uma farmcia de manipulao por meio das aes desempenhadas pela gerencia, verificando-se que as atividades logsticas esto relacionadas ao fluxo de informaes e de materiais integrados por uma logstica contemplada no planejamento, na implementao e no controle de atividades operacionais. Tais aes oferecem uma maior dinmica s prticas logsticas da empresa e, por conseguinte, ao aumento da sua competitividade. Palavras-chave: Atividades logsticas, Gerenciamento, Farmcia de manipulao.
1. Introduo Com o advento tecnolgico decorrente do progresso atual, importante que as empresas adotem ferramentas ou sistemas logsticos que auxiliem na competitividade de negcios, facilitando a gesto da empresa. Nas diferentes reas de gesto, a logstica tem o papel modificador na estrutura da empresa, permitindo melhor controle e maior integrao entre os departamentos ou unidades da mesma, o que possibilita acrscimo na rentabilidade, e garante sua permanncia no mercado e possvel liderana, alm de ter impacto significativo nos padres de vida da sociedade. A logstica o processo de gerenciar estrategicamente a aquisio, movimentao e armazenagem de materiais, peas e/ou produtos acabados, bem como dos fluxos de informaes relacionadas s atividades desenvolvidas em uma determinada atmosfera de trabalho, por meio da organizao e de canais de marketing, de modo a permitir a maximizao do lucro. A partir dessas consideraes verifica-se que a logstica tem como propsito tornar disponveis aos clientes, produtos e/ou servios no local onde so necessrios e no momento em que so desejados, com qualidade e menor custos possveis. O presente estudo tem o objetivo de analisar as atividades logsticas adotadas por uma farmcia de manipulao em relao ao fluxo de materiais e de informaes, avaliando-os por meio de um planejamento integrado, conforme a abordagem proposta por Oliveira e Cndido (2006), a partir desta anlise foram propostas melhorias no gerenciamento e atividades logsticas, que possibilitam maior competitividade e confiabilidade da mesma em relao ao mercado consumidor. IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
2. Origem e evoluo da logstica A logstica uma das atividades econmicas mais antigas da humanidade. Seu desenvolvimento ocorreu para atender as necessidades de estocagem e transporte de produtos, consolidando-se a partir da revoluo industrial, quando foram desenvolvidas prticas de logstica para atender necessidades de produo-consumo das empresas industriais. A origem da palavra logstica apresenta duas verses: uma originria da palavra francesa loger, que significa alojar, e outra atribuda palavra grega logus que significa a arte de calcular ou manuteno de detalhes de uma operao (MIRA, 2004). Dessa forma, ela procura agrupar as diversas funcionalidades da empresa relacionadas aos processos de produo e distribuio de seus produtos aos clientes e consumidores finais. Para Ching (1999) esse agrupamento permite melhor controle e maior integrao entre os diferentes departamentos, que originalmente apresentavam uma viso limitada da sua rea de atividade, prevalecendo diversas vezes os interesses individuais, sem considerar o envolvimento de cada departamento sobre a distribuio dos produtos finais. 2.1 Componentes de um sistema logstico A logstica composta por diversos campos e canais, estes devem funcionar de acordo com o mercado onde a empresa est inserida. Existe grande similaridade das funes entre os canais de distribuio e suprimento fsico. Um sistema logstico tpico, segundo o CLM (Council of Logistics Managament), constitudo por: servios ao cliente, controle de estoque, comunicao de distribuio, anlise de localizao, compras, embalagem, manuseio de materiais, processamento de pedidos, manuseio de mercadorias, trfego, transporte, armazenagem e estocagem. 2.2 Planejamento do sistema logstico A natureza do desafio de se planejar um sistema logstico, segundo Ballou (2006) dispor mercadorias ou servios na hora e no local certo, na quantidade e na qualidade requerida, com o custo adequado. A tomada de deciso logstica est relacionada a quatro reas-problema, sendo estas: nveis de servio ao cliente, localizao das instalaes, decises de estoque e transporte. Com exceo do primeiro nvel citado (resultado da estratgia formulada nas outras trs reas), o planejamento logstico pode ser comparado a um tringulo de tomada de decises logsticas, conforme ilustrado na figura 1. Essas reas-problema so inter-relacionadas e devem ser planejadas como uma unidade, pois cada uma tem um impacto no sistema, estando diretamente relacionadas aos custos logsticos, perda ou ganho de capital de giro e rentabilidade da empresa. Como a logstica tem uma interface com o marketing e a produo, todas as reas devero estar em sintonia para garantir os resultados desejados. Assim, o processo logstico compreende as reas operacionais, o suprimento, a produo e a distribuio, desde as fontes de matria-prima at a entrega do produto acabado ao consumidor final. IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
Figura 1 O tringulo da tomada de decises logsticas. Fonte: Ballou (2006). 2.3 Gerenciamento do sistema logstico Segundo Christopher (1997), o gerenciamento logstico o meio pelo qual as necessidades dos clientes so satisfeitas atravs da coordenao de fluxos de materiais e de informaes que vo do mercado at a empresa, envolvendo fornecedores, operaes e processos. Assim a misso do gerenciamento logstico planejar e coordenar todas as aes necessrias para alcanar nveis desejveis de qualidade nos servios, com custos reduzidos. Portanto, a logstica deve ser vista como o elo entre o mercado e a atividade operacional da empresa. O seu raio de ao estende-se sobre toda a organizao, desde a aquisio de matrias-primas at a entrega do produto final. A figura 2 ilustra as fases do sistema.
Figura 2 Atividade operacional do sistema logstico. Fonte: Adaptado de Christopher (1997). 2.4 Integrao logstica Na dcada de 80, houve uma grande turbulncia econmica, devida principalmente crise petrolfera, alta inflao e escassez de matrias-primas, acarretando intensa reestruturao empresarial. Em contrapartida, surgiu logstica integrada. Conforme Ching (2001), a logstica se encarrega de melhorar o nvel de rentabilidade da empresa por meio da IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
distribuio eficaz obtida pelo planejamento, organizao e controle das atividades de transporte e armazenagem, de maneira a facilitar o fluxo de materiais. Sendo assim, a logstica exige fluxo efetivo de materiais e informaes extremamente organizado. Quanto ao fluxo de materiais Bowerson e Closs (2001) afirmam que necessrio dividir as operaes logsticas em trs atividades diferentes: Distribuio fsica, relacionada ao fornecimento das mercadorias para a farmcia magistral; apoio produo, que trata da movimentao das mercadorias no interior da empresa; e suprimentos, relacionados com a obteno de materiais dos fornecedores externos. J o fluxo de informaes identifica locais especficos dentro de um sistema logstico em que preciso atender algum tipo de necessidade. As informaes abrangem as trs reas operacionais. Ademais, facilitam a coordenao do planejamento e o controle das operaes de rotina. A organizao das atividades logsticas de suma importncia, pois num setor cada vez mais competitivo a integrao entre os vrios operadores da cadeia logstica indispensvel para garantir a cada cliente uma cadeia de valor completa. Portanto os fluxos de materiais e de informaes fazem com que essa integrao seja cada vez mais intensa, proporcionando um maior estreitamento entre cliente e fornecedor. 3. A farmcia de manipulao A farmcia de manipulao, tambm conhecida como magistral, o estabelecimento de sade onde os medicamentos so preparados um a um, por farmacuticos e seus auxiliares, mediante a solicitao de um cliente portador de uma receita devidamente legal e assinada pelo profissional de sade qualificado. O empreendimento pode atuar em praticamente todos os ramos da medicina (BORGES & RIBEIRO, 2007). Segundo o SEBRAE/ES (2006), h tempos remotos, o sacerdote era incumbido de ser mdico, farmacutico e psiclogo. Somente por volta do ano de 1300 a farmcia foi separada oficialmente da medicina. Os pacientes procuravam os farmacuticos com suas prescries medicas e os autorizavam a elaborar seu medicamento. Em meados da dcada de 40, no Brasil, surgiram as indstrias farmacuticas possibilitando a fabricao de medicamentos em massa, em dosagens padro e indicaes generalizadas quanto s caractersticas individuais de cada paciente. Sendo assim, surgiram as drogarias, fazendo com que o farmacutico se voltasse s atividades industriais, diminuindo cada vez mais a arte da manipulao nas farmcias magistrais Ao final do sculo XX, a farmcia de manipulao ressurgiu, sob responsabilidade total do farmacutico e atualmente a manipulao de medicamentos vem ganhando importncia devido ao fornecimento de medicamentos modernos, elaborados de maneira personalizada por meio da prtica milenar com responsabilidade e segurana. Para Cervi (2002), alguns fatores responsveis pelo crescimento das farmcias magistrais so a profissionalizao, a implantao de novas tecnologias e o surgimento de distribuidoras que passaram a oferecer matrias-primas em quantidades acessveis para as farmcias de manipulao. Entretanto, o principal fator para o impulsionamento foi s lacunas deixadas pelas indstrias de medicamentos, que por desinteresse econmico deixaram de fabricar diversos tipos de medicamentos. Assim as farmcias magistrais conseguiram colocar produtos disposio da classe mdica e suprir o mercado, exercendo um papel fundamental para a sade publica. De acordo com a Associao Nacional de Farmacuticos Magistrais (ANFARMAG), no ano de 2004, as farmcias de manipulao foram responsveis por um faturamento anual de R$ 1,3 bilho, equivalente a 9% do mercado de remdios nacionais. Comparando com o faturamento de 1999, houve um crescimento de 73% no nmero de farmcias abertas, IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
implantadas e estabelecidas, passando de 3,1 mil para 5,3 mil estabelecimentos. 3.1 Vantagens da farmcia de manipulao De acordo com o SEBRAE/ES (2006), entre as vantagens da farmcia de manipulao, podem ser destacadas: ! A elaborao do medicamento personalizada: o mdico prescreve doses determinadas ao paciente, ou seja, so doses sob medida, que no estariam disponveis no medicamento industrializado. Alm disso, o rtulo personalizado, evitando confuses e trocas; ! O fornecimento em uma nica frmula de vrios remdios preceituados pelo mdico de maneira a complementar o tratamento numa nica frmula, com prvia avaliao da compatibilidade entre as substncias a serem utilizadas, a fim de evitar que o paciente consuma vrios medicamentos; ! Na maioria das vezes, o preo do medicamento acessvel, por envolver processos manufatureiros. Do exposto percebe-se que a farmcia de manipulao desempenha um papel importante na melhoria da sade pblica de uma sociedade, permitindo flexibilidade na comercializao de variados produtos manipulados e medicamentos voltados aos pacientes com uma dosagem personalizada e a um baixo custo.
4. Procedimentos metodolgicos O estudo de caso foi realizado numa farmcia de manipulao localizada na cidade de Campina Grande no estado da Paraba. O levantamento dos dados foi baseado: ! Na coleta de documentos operacionais da empresa e pesquisa bibliogrfica; ! Nos exames criteriosos dos documentos da empresa; ! Na observao no-participante, do sistema logstico existente; ! Na aplicao de entrevistas estruturadas, baseadas em um roteiro pr-definido a partir do contedo da fundamentao terica, bem como as inferncias dos pesquisadores, obtidas atravs da observao no-participante.
Para anlise dos dados, foi utilizado o mtodo interpretativo por meio da vinculao das informaes coletadas. 5. Descrio da empresa A farmcia de manipulao, objeto de estudo, produz medicamentos manipulados com ou sem prescrio mdica e produtos de tocante diferenciado. Os medicamentos so manufaturados por um farmacutico de nvel superior e cinco funcionrios devidamente treinados, trabalhando em dois turnos de quatro horas, de segunda-feira a sexta-feira, e um turno aos sbados (no perodo matutino), sem utilizao de horas extras. As instalaes da empresa so adequadas s operaes magistrais desenvolvidas e mantidas em condies necessrias a assegurar a qualidade das preparaes. Estas compreendem: um laboratrio de slidos, um laboratrio de semi-slidos, um laboratrio de lquidos, um laboratrio de controle de qualidade, rea para recepo de matrias-primas e embalagens, sala para o farmacutico responsvel, rea para higienizao, sanitrio, escritrio, rea para recepo e almoxarifado (que funciona como rea de armazenagem de matrias-primas e embalagens). A disposio das instalaes obedecem as exigncias da Resoluo Do Colegiado 67 (RDC/07), que elaborada/estruturada pela Agencia Nacional de Vigilncia Sanitria (ANVISA). O fluxo de materiais da empresa inicia-se com a recepo das embalagens e matrias-primas, IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
que so pesadas observando-se o laudo do fornecedor, onde constam todas as informaes dos componentes qumicos, validade, peso e temperatura/umidade indicada para o uso. Posteriormente ela encaminhada ao almoxarifado, onde retirada uma pequena amostra que conduzida ao laboratrio de controle de qualidade, para que se faa uma anlise da qualidade e veracidade desta. Se for aprovada, ela estar apta para o uso, se no, haver um novo teste com outra amostra. Persistindo o resultado, o material ser lacrado e guardado numa rea segregada do almoxarifado e o proprietrio da empresa entra em contacto com o fornecedor enviando por meio de fax sua anlise na qual o reprova. Neste caso, o fornecedor tem por obrigao legal dirigir alguns de seus funcionrios para a empresa, com o intuito de fazer uma inspeo no lote ou solicitar que a farmcia o envie o para anlise. Tomadas tais providncias, o fornecedor envia para a farmcia um novo lote de matria-prima. Deve-se ressaltar que na farmcia em questo, nunca houve uma reprovao da matria-prima. J com as embalagens, os colaboradores contam o nmero de embalagens de acordo com o nmero fornecido pelo fornecedor. Caso ocorra alguma diferena numrica, ambas as partes entram em contacto e decidem a melhor forma de resoluo do problema. Jamais houve algum tipo de problema de falta ou excesso de embalagens. A estratgia principal da farmcia de manipulao a insero de novas tcnicas e processos para o aperfeioamento de seus servios, atravs do planejamento de maneira a possibilitar a confiana e fidelidade de seus clientes. A anlise das atividades logsticas foi realizada em conformidade com o modelo proposto por Oliveira e Cndido (2006). As variveis utilizadas foram: 1) Relao entre as atividades logsticas e as operaes da empresa; 2) Fluxo de informaes e 3) Integrao dessas atividades. 5.1 Atividades logsticas relacionadas operao da empresa As atividades relacionadas operao, definidas por Bowersox e Closs (2001) como atividade de suprimento, de apoio produo e de distribuio fsica, tiveram suas peculiaridades evidenciadas, como se mostra a seguir. As atividades de suprimento compreendem a compra e a organizao da movimentao de mercadorias e de materiais adquiridos dos fornecedores, isto , as compras e os estoques. Os critrios encontrados para a seleo de fornecedores foram: qualidade, preo, prazo de entrega da matria-prima. Atualmente a farmcia negocia com 12 fornecedores nacionais e adota o modelo de suprimento PEPS primeiro que entra no estoque o primeiro que sai o ressuprimento ocorre atravs de indicativo ponto de pedido, que calculado segundo as sadas de mercadoria. Ademais, o ressuprimento da matria-prima segue uma programao bimestral, podendo ser alterado de acordo com a demanda. O percentual que representa o custo investido em matrias-primas de, em mdia, 75% de todos os custos operacionais da empresa. A negociao para a aquisio dos produtos feita pelo proprietrio de acordo com as necessidades da farmcia e a disponibilidade do fornecedor, considerando os critrios de escolha indicados anteriormente. As atividades de apoio produo esto relacionadas com a formulao mestra de produo e com a disponibilidade em tempo hbil de materiais, componentes e estoque em processo (OLIVEIRA & CANDIDO, 2006). A empresa possui um layout horizontal, com rea total de 209,09m!. O almoxarifado tambm possui um layout horizontal com 25,31m!, com produtos armazenados por ordem alfabtica, havendo uma separao de matrias-primas slidas e liquidas que no podem estar sobrepostas, devido resoluo RDC/07, na qual exige que as matrias-primas sejam dispostas lado a lado, numa rea que possua ventilao artificial, onde a temperatura deve estar entre 25 e 30C e a umidade relativa do ar se apresente entre 50 e 60%. A rea de manipulao (laboratrio de slidos e laboratrio de lquidos e semi-slidos) IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
possui 35,77m! e a administrativa conta com 30,78m!. Os transportes das matrias-primas ocorrem sua maioria atravs do modal rodovirio e raramente pelo modal areo. O processo de manipulao inicia-se quando os clientes fazem seu pedido na recepo, que por sua vez o envia para o laboratrio de slidos ou de lquidos e semi-slidos, dependendo do carter do pedido. O medicamento manipulado pelo farmacutico com auxilio dos funcionrios, e em seguida colocado na embalagem apropriada, onde posteriormente institudo seu rtulo e finalmente levado para a recepo onde ser entregue ao cliente. Para os produtos que no necessitam de manipulao (sabonetes especficos para tratamento de pele), o funcionrio os adquiri no almoxarifado, estabelecendo seus rtulos e entrega-os a recepo, que os repassa ao cliente. As atividades de distribuio tratam da movimentao dos produtos acabados. A farmcia magistral, objeto de estudo, vetada pela ANVISA de realizar quaisquer tipos de revendas ou associaes em redes. Portanto no h nenhuma estratgia de distribuio. 5.2 Fluxo de informaes A empresa possui equipamentos de informtica (computadores, impressoras e scanners) que auxiliam nos procedimentos operacionais para o bom desempenho das suas atividades. Entretanto, o software utilizado no auxilia no fornecimento de dados necessrios para o ressuprimento do estoque, evidenciando carncia de softwares especficos para o controle logstico. A empresa reconhece a necessidade do uso destes programas e pretende implementar alguns deles para o controle de estoque. A solicitao para aquisio dos produtos feita diretamente aos fornecedores passando previamente pela anlise do proprietrio, que por sua vez analisa as solicitaes das unidades para adquirir as mercadorias. Como foi explicitado, os pedidos so gerados na recepo e encaminhados para um dos laboratrios adequados para sua execuo, ou retirados do almoxarifado. Assim observa-se que o fluxo de informaes ocorre por meio de comunicao escrita. 5.3 Integraes das atividades logsticas A empresa est buscando aperfeioar o fluxo de materiais e informaes para que ocorra uma integrao, e finalmente, um agrupamento de suas atividades de forma concisa. Para isso, pretende controlar intensificamente seu almoxarifado e utilizar um novo espao fsico para a separao de pedidos e etiquetagem, de maneira a reduzir a procura de itens por operadores em todo o almoxarifado. Alm disso, o proprietrio consciente da importncia do canal de marketing, e por isso est fazendo investimentos, como o mix promocional (folhetos, mala direta, entre outros) e diversificao de seus produtos e embalagens para atrair futuros clientes. Com relao s atividades de interface da logstica com os mercados fornecedor e comprador, verifica-se que os pedidos so feitos via fax ou telefone e no existe nenhuma aliana estratgica ou de parceria com fornecedores e consumidores, embora possibilite o envio de sugestes e crticas do cliente aos seus produtos e servios quando estes retornam farmcia (ocasionando um feedback). A empresa tenta incessantemente agilizar ao mximo seu canal de distribuio para ter suas mercadorias disponveis ao cliente no tempo certo. A integrao existe mais nos setores de atividades internas, apesar de haver grande potencial para que esta ocorra na forma de cadeia de suprimento. 6. Consideraes finais As micro e pequenas empresas, ameaadas pelas mudanas constantes no mercado, buscam o aprimoramento das suas atividades, a fim de se tornarem mais competitivas, sempre visando a satisfao dos seus clientes. IV EMEPRO Ouro Preto, MG, Brasil, 01 a 03 de maio de 2008
Atravs desse estudo, foi possvel verificar que o gerenciamento logstico da empresa necessita de uma maior interao junto s atividades logsticas apropriadas para o sucesso do empreendimento. As principais medidas para torn-la mais eficiente envolveriam aes no sentido de propiciar melhores condies de funcionalidade para: ! Melhoria na sinalizao dos estoques, tornando mais rpida busca por produtos; ! Maior nfase em servios customizados, criando etiquetas e embalagens personalizadas; ! Maior disponibilidade de espao para os produtos novos e de alta rotatividade; ! Estabelecer parcerias ou alianas estratgicas com os fornecedores e consumidores, com o intuito de facilitar o fluxo continuo de materiais e informaes; ! Implantao de software especfico para o controle logstico; ! Criao de uma rea destinada separao de pedidos, impossibilitando excesso ou falta de produtos na loja; ! Adotar ferramentas de TI (Tecnologia de Informao), para o bom andamento das operaes logsticas, visto que a TI detalha os pedidos de clientes, posio de estoques, movimentao nos armazns, documentaes relativas cobrana, transporte, entre outros. ! Criar um canal direto de atendimento ao cliente (SAC) que seja mais eficiente e eficaz do que envio de sugestes e crticas do consumidor.
Convm ressaltar que todas estas aes necessitariam estarem atreladas as estratgias de atuao da empresa, surtindo o efeito desejado no momento em que as ferramentas logsticas estivessem em plena atividade e sendo utilizadas de forma correta e eficiente, contribuindo para assegurar e ampliar o mercado da farmcia magistral estudada. Referncias AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA. (2007) Resoluo Do Colegiado 67. Disponvel em: <http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2007/101007_1.doc> Acessado em: 15 de fevereiro de 2008. ASSOCIAO NACIONAL DOS FARMACUTICOS MAGISTRAIS (2007) - Disponvel em: <http://www.anfarmag.com.br/home.php> Acessado em: 28 de dezembro de 2007. BALLOU, R. H. (2006) - Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organizao e logstica empresarial. Bookman. 3 a Edio. Porto Alegre. BORGES, F. M.; RIBEIRO, N. K. R. (2007) - A tipologia de solues de riscos aplicada numa Farmcia de Manipulao, 2007, Trabalho apresentado ao 28. Encontro Nacional de Engenharia de Produo, Foz do Iguau BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. (2001) - Logstica empresarial: processo de integrao da cadeia de suprimento. Atlas. 1 a Edio. So Paulo. CHING, H. Y. (2006) - Gesto de estoques na cadeia de logstica. Atlas. 3 a Edio. So Paulo. CHRISTOPHER, M. (1997) - Logstica e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratgias para a reduo de custos e melhorias dos servios. Pioneira. 1 a Edio. So Paulo. FLEURY, P. F.; WANKE, P. & FIGUEIREDO, K. F. (2000) - Logstica empresarial: a perspectiva brasileira. Atlas. 1 a Edio. So Paulo. MIRA, C. A. (2004) - Logstica: o ultimo rinco do marketing. Lettera.doc. 1 a Edio. So Paulo. OLIVEIRA, V. M.; CANDIDO, G. A. (2006) - Gerenciamento logistico: o caso de uma indstria de alimentos, 2006, Trabalho apresentado ao 27. Encontro Nacional de Engenharia de Produo, Fortaleza. SERVIO DE APOIO S MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO ESPRITO SANTO (2006) Farmcia de manipulao. - Disponvel em: <http://www.sebraees.com.br/IdeiasNegocios/ > Acessado em: 11 de janeiro de 2008. YIN, R. K. (2005) - Estudo de caso: planejamento e mtodos. Bookman. 3 a Edio. Porto Alegre.