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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

LEONARDO DE ARRUDA DELGADO

AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

São Luis
2004
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 2

Leonardo de Arruda Delgado

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 5
2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL ............................................................................... 7
2.1 Objetivos de uma avaliação funcional....................................................... 7
2.2 Unidades metabólicas............................................................................... 8
2.2.1 O Consumo máximo de oxigênio (VO2MAX) ........................................ 8
2.2.1.1 Métodos utilizados para mensuração da capacidade aeróbica 10
2.2.1.2 Testes máximos e submáximos................................................ 12
2.2.1.3 Testes utilizados na mensuração da capacidade aeróbica ...... 13
2.2.1.4 Testes ergométricos ................................................................. 14
2.2.1.5 Considerações gerais ............................................................... 16
3 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIO ........................ 19
3.1 Declaração de consentimento................................................................. 20
3.2 Histórico de saúde .................................................................................. 22
3.3 Avaliação médica .................................................................................... 23
3.3.1 Exame médico ................................................................................. 23
3.3.2 Exames complementares ................................................................ 24
3.4 Medidas de repouso................................................................................ 25
3.5 Aplicação de testes submáximos ............................................................ 25
3.5.1 Recomendações antes do teste....................................................... 26
3.5.2 Pré-requisitos para realização do teste............................................ 27
3.5.3 Equipamentos de urgência .............................................................. 27
3.5.4 Condições em que são indicações os testes de esforço ................. 28
3.5.5 Condições onde são contra-indicações os testes de esforço .......... 29
3.5.6 Critérios para interrupção de um teste de esforço ........................... 30
3.5.7 Variáveis a serem controlados durante o teste ................................ 32
3.5.7.1 Índice de percepção de esforço (IPE)....................................... 32
3.5.7.2 Freqüência cardíaca ................................................................. 35
3.5.7.3 Pressão arterial (PA) ................................................................ 37
3.5.8 Parâmetros de controle.................................................................... 38
3.6 Prescrição de atividades ......................................................................... 38
3.6.1 Encaminhamento médico ................................................................ 39
3.6.2 Programa supervisionado ................................................................ 40
3.6.3 Programas normais de condicionamento......................................... 41
4 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NA FC .................................. 42
4.1.1 Protocolo de RUFFIER .................................................................... 47
4.1.2 Protocolo de FRED & KASH ............................................................ 48
4.1.3 Protocolo de TECHUMSEH ............................................................. 49
4.1.4 Protocolo de CONCONI................................................................... 50
4.1.4.1 Limitações do teste de CONCONI ............................................ 53
5 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NO CONSUMO MÁXIMO DE
OXIGÊNIO............................................................................................................. 55
6 TESTES DE CAMPO ..................................................................................... 56
6.1 Teste de BALKE de 15 minutos .............................................................. 57
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6.2 Teste de COOPER (corrida de 12 minutos)............................................ 61


6.3 Teste de 2400m (ou 1,5 milha) ............................................................... 66
6.4 Teste de corrida de 8 min. para crianças ................................................ 68
6.5 Teste de corrida de 1000 metros (MATSUDO, 1983) ............................. 69
6.6 Teste de caminhada de uma milha (1609m)........................................... 71
7 TESTES ERGOMÉTRICOS........................................................................... 74
7.1 Protocolos de banco ou testes de degraus ............................................. 74
7.1.1 Protocolo de NAGLE et al................................................................ 76
7.1.2 Protocolo do QUEENS COLLEGE................................................... 78
7.1.3 Teste de banco de BALKE............................................................... 79
7.1.4 Teste de banco de ASTRAND ......................................................... 82
7.2 Protocolos de bicicleta ergométrica ........................................................ 83
7.2.1 Protocolo de ASTRAND sub-máximo .............................................. 86
7.2.2 Protocolo de ASTRAND máximo ..................................................... 91
7.2.3 Protocolo de FOX ............................................................................ 92
7.2.4 Protocolo de BALKE ........................................................................ 93
7.2.5 Protocolo de ROCHA....................................................................... 94
7.2.6 Protocolo de VON DOBELN ............................................................ 94
7.2.7 Protocolo de JONES........................................................................ 95
7.2.8 Protocolo do Colégio Americano de Medicina Esportiva ................. 96
7.2.9 Protocolo de BRUCE ....................................................................... 96
7.3 Protocolos de Esteira .............................................................................. 97
7.3.1 Protocolo de BRUCE ....................................................................... 98
7.3.2 Protocolo de BALKE ...................................................................... 100
7.3.3 Protocolo de NAUGHTON ............................................................. 101
7.3.4 Protocolo de ELLESTAD ............................................................... 101
8 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA O CONDICIONAMENTO
CARDIORRESPIRATÓRIO................................................................................. 103
8.1 Intensidade ........................................................................................... 103
8.1.1 Metodologia de trabalho ................................................................ 104
8.1.1.1 Determinação da FC basal ..................................................... 104
8.1.1.2 Determinação do nível inicial de condicionamento físico........ 104
8.1.1.3 Estimar a freqüência cardíaca máxima................................... 105
8.1.1.4 Determinação da zona sensível do treinamento..................... 106
8.1.1.4.1. Prescrição de treinamento pela freqüência cardíaca (FC).. 107
8.1.1.4.2. Prescrição de treinamento pelo VO2Máx .............................. 110
8.1.1.4.3. Prescrição de treinamento pelo sistema de pontos de Cooper
111
8.1.1.4.4. Prescrição de treinamento utilizando a bicicleta ergométrica
113
8.1.1.4.5. Orientações gerais ............................................................. 113
8.2 Freqüência ............................................................................................ 115
8.3 Duração ................................................................................................ 115
8.4 Tipo de atividade................................................................................... 116
REFERÊNCIAS................................................................................................... 119
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ANEXO-1 EXEMPLO DE FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO PARA


REALIZAÇÃO DE TESTE DE ESFORÇO........................................................... 121
ANEXO - 2 QUESTIONÁRIO PAR-Q.................................................................. 123
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AVALIAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA

1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste material é apresentar, através de uma revisão de

literatura, as diversas formas (protocolos e métodos) existentes, para a realização

de uma avaliação da aptidão cardiorrespiratória, além de mostrar como proceder

para a prescrição de exercícios aeróbicos com segurança e cientificidade, através

de parâmetros fisiológicos.

A Aptidão Cardiorrespiratória sendo, sem duvida o aspecto que deve

receber maior atenção quando se trata de Avaliação da Aptidão Física

Relacionada à Saúde, é entendida como a capacitação de se realizar trabalho e

depende da eficiência dos sistemas: respiratório, cardiovascular, de componentes

sanguíneos adequados, além dos componentes celulares específicos que ajudam

o corpo a utilizar oxigênio durante o exercício.

Sua melhoria e manutenção situam-se entre os principais objetivos de

qualquer programa sistemático de exercícios. Uma adequada aptidão

cardiorrespiratória está associada a uma menor ocorrência de distúrbios

orgânicos. Entre eles podemos citar a hipertensão arterial, a doença arterial

coronariana, a diabetes melito, as hiperlipidemias e a obesidade.


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Autores como GUEDES & GUEDES (1995), apud MONTEIRO (2001,

p.87), relatam que os indivíduos cuja aptidão cardiorrespiratória exibe níveis mais

elevados tendem a apresentar maior eficiência nas atividades do cotidiano e a

recuperar-se mais rapidamente, após a realização de esforços físicos mais

intensos. De fato, uma boa condição cardiorrespiratória diminui as demandas

miocárdica e geral para atividades submáximas, representando uma economia

que se traduz por uma maior capacidade de trabalho e aproveitamento das horas

de lazer com redução dos riscos de doenças.

Existe um consenso entre os autores FOX (1979 & 1991), WEINECK

(1986, 1991 & 1999), McARDLE (1992), POLLOCK (1993), GOMES (1995), LEITE

(1996) & MONTEIRO (2000 & 2001), no sentido de se atribuir ao VO2 Máx, a função

de medida mais representativa da aptidão cardiorrespiratória, pois, em geral, ele

resume o que ocorre no sistema de transporte de oxigênio, podendo também ser

chamado de potência aeróbica máxima.


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2 AVALIAÇÃO FUNCIONAL

De acordo com MARINS (2003, p.147) a avaliação funcional representa

a mensuração e interpretação da capacidade de mobilização metabólica

(bioenergética) a partir do resultado obtido de um protocolo (teste) específico.

2.1 Objetivos de uma avaliação funcional

O principal objetivo, para a realização de uma avaliação funcional, inclui

a investigação do processo de adequação dos ajustes fisiológicos às demandas

metabólicas que ultrapassam as necessidades de repouso que representam a

identificação da capacidade aeróbica máxima do avaliado. É possível encontrar

outros objetivos, a partir dos dados coletados do teste ergométrico, entre eles:

• Identificação da capacidade aeróbica máxima;

• Observação do comportamento do ECG durante o esforço

progressivo;

• Possibilitar a correta prescrição de exercícios baseados nos

resultados, adequado volume e intensidade para a atividade a ser

desenvolvida;

• Servir como parâmetro comparativo do grau de evolução do

treinamento físico, quando aplicado de forma regular;


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• Possibilitar a comparação com avaliações futuras;

• Avaliar o grau da dor precordial;

• Determinar o grau de comprometimento de uma coronariopatia;

• Avaliar a resposta pressórica e cronotrópica ao esforço;

• Avaliar o comportamento eletrocardiológico em esforço;

• Avaliar a capacidade laborativa.

2.2 Unidades metabólicas

Para a interpretação de uma avaliação funcional, é necessário uma total

familiarização com uma série de variáveis metabólicas. Usualmente são utilizados

três parâmetros fisiológicos, que são o consumo de oxigênio (VO2) no steady-state

de um sujeito durante uma atividade, o MET e a Kcal consumida.

2.2.1 O Consumo máximo de oxigênio (VO2MAX)

O consumo máximo de oxigênio (VO2Máx), é definido como a maior

quantidade de oxigênio que um indivíduo é capaz de captar ao respirar ar

atmosférico, ao nível do mar, transportar aos tecidos pelo sistema cardiovascular e

utilizá-lo durante em um esforço físico por unidade de tempo.


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É expresso em mililitros ou litros por minuto, ou ainda, mais

acertadamente, é ajustada ao peso do indivíduo. Constitui-se numa medida de

potência e que, segundo McARDLE (1992, p.84), trata-se de um consumo de

oxigênio, que permite enunciar quantitativamente a capacidade individual de

transferência de energia aeróbica. Assim sendo, trata-se de um dos fatores mais

importantes que determinam nossa capacidade de sustentar um exercício de alta

intensidade por mais de quatro ou cinco minutos.

Durante um esforço físico, o VO2 tende a aumentar com a carga de

trabalho, até atingir um ponto onde se verifica um platô, e não mostra qualquer

aumento adicional (ou aumenta apenas ligeiramente) com uma carga de trabalho

adicional é denominado consumo máximo de oxigênio, captação máxima de

oxigênio, potência aeróbica máxima ou simplesmente VO2Max.

Figura 1 Consumo de oxigênio durante um exercício de intensidade progressiva, até alcançar o


consumo máximo de oxigênio. Fonte; McARDLE, 1992, p.85
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Em geral, admite-se que isso representa a capacidade individual de

ressíntese aeróbica de ATP. Um trabalho adicional somente será realizado através

das reações de transferência de energia da glicólise com subseqüente acúmulo de

ácido lático e fadiga.

O consumo máximo de oxigênio (potencia aeróbica máxima) é

determinado e/ou influenciado por diversos fatores relacionados com o sistema

cardiovascular e com a musculatura esquelética.

No sistema cardiovascular, pode-se distinguir o volume sanguíneo, a

contratilidade do miocárdio, a hipertrofia cardíaca, a resistência total periférica e a

freqüência cardíaca máxima, enquanto no nível de musculatura esquelética, a

capilarização, o fluxo sanguíneo, a condutância vascular e a capacidade oxidativa

e outros fatores como a idade, sexo, constituição corporal, ambiente, etc., sendo

relativamente constante em um dado indivíduo, embora também possa diminuir

por falta de atividade física aeróbica, ou aumentar após um período de

treinamento aeróbico.

2.2.1.1 Métodos utilizados para mensuração da capacidade aeróbica

Os métodos utilizados para a medida da capacidade aeróbica podem

ser amplamente classificados de duas formas: Direta e Indireta. A metodologia


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direta realiza a medida do consumo de oxigênio diretamente, através de métodos

químicos e físicos, com um custo operacional elevado, os quais podem ser

desejáveis em certas situações de investigações laboratoriais, sendo, no entanto,

a medida de maior precisão.

Figura 2 Mensuração direta do volume máximo de oxigênio

As metodologias indiretas são baseadas na relação lineares que existe

entre a freqüência cardíaca (F.C.) e o VO2, medido quando as requisições e

produção energética tenham chegado a equilíbrio (steady-state). Esses tipos de

avaliação são feitos utilizando-se nomogramas, fórmulas, análises de regressão,

desenvolvidos a partir de medidas diretas e com o objetivo de predizer o VO2 do

indivíduo partindo de um teste físico.

Devido a grande dificuldade material, neste trabalho iremos abordar

apenas as técnicas indiretas, onde o consumo de oxigênio é calculado em função


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de equações de predição, visando, sobretudo aplicação prática nas avaliações

físicas em escolas e academias.

2.2.1.2 Testes máximos e submáximos

Algumas controvérsias têm surgido com relação à utilização de testes

máximos ou submáximos. Nós entendemos por teste máximo aquele no qual o

indivíduo é levado a sua exaustão voluntária e tende a levar o avaliado ao máximo

de sua captação de oxigênio, ou o teste é interrompido por sinais ou sintomas que

impeçam seu desenvolvimento. De uma forma geral para aquelas pessoas que

apresentam um baixo risco, com menos de 30 anos e que realizam atividades

físicas rotineiras, bem como para os atletas, os protocolos de avaliação máximos

serão os mais indicados. Uma das mais importantes aplicações do teste máximo

além da predição do estado funcional é em relação ao diagnóstico de doenças

coronarianas.

O teste submáximo é aquele em que o indivíduo é levado a atingir um

nível de esforço pré-estabelecido e o valor de VO2MAX é obtido através de um

previsor sem, portanto impor um stress orgânico intenso durante a realização do

teste. De maneira geral os testes de esforço de caráter máximo apresentam

maiores riscos que os submáximos, devendo ser controlados por pessoas

experientes.
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Embora os testes de exercícios submáximos não sejam tão eficazes na

identificação de condições de doenças, eles são apropriados para avaliar

condicionamento cardiorrespiratório antes e depois de programas de exercícios.

Os protocolos de avaliação submáximo, serão mais indicados para

pessoas com a faixas etárias superiores a 30 anos, com algum tipo de fator de

risco coronário primário presente, sem o hábito de prática de atividade física

regular e na ausência de um médico ou alguns equipamentos de segurança.

Os testes submáximos são bastante úteis para determinação da aptidão

cardiorrespiratória, quando um teste diagnóstico não se faz necessário, isto é, em

indivíduos com o consumo máximo de oxigênio sejam inferiores as obtidas em

protocolos máximos, estes oferecem menos riscos para o avaliado, sendo

realizados em curto espaço de tempo, facilitando sua operacionalidade.

2.2.1.3 Testes utilizados na mensuração da capacidade aeróbica

A captação máxima de oxigênio pode ser determinada através de

inúmeras tarefas que ativam grandes grupos musculares, desde que o exercício

seja de intensidade e duração suficientes para engajar ao máximo a transferência

de energia aeróbica. As formas habituais de exercícios incluem andar ou correr

numa esteira rolante, subir e descer de um banco ou pedalar. Logo, quanto aos
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tipos, de testes que podem ser aplicados na avaliação da capacidade aeróbicos

temos:

- Testes de campo: com baixo custo operacional e com possibilidade

de avaliação em massa.

- Testes ergométricos: são testes que utilizam ergômetros, que são

instrumentos que medem trabalho.

Resistência Básica

Testes de Campo Testes Ergométricos

Corridas Caminhadas Banco Bicicleta Esteira


Figura 3 Quadro dos tipos de resistência básica

2.2.1.4 Testes ergométricos

Na avaliação da potência aeróbica podemos usar alguns aparelhos

denominados ergômetros. Dentre os principais ergômetros podemos citar o banco,

a bicicleta e a esteira rolante. Todos apresentam vantagens e limitações que

devem ser cuidadosamente analisados, para determinação do instrumento a ser

utilizado. A seguir apresentaremos uma comparação entre os tipos de ergômetros

visando assim, facilitar a escolha pelo ergômetro ideal as suas realidades, tanto no
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que se refere à infra-estrutura, como as diferentes clientelas que se utilizaram os

testes.

Tabela 1 Dados comparativos entre os principais ergômetros


Critérios ou Situações Diversas Bicicleta Esteira Banco
Como Meio de Diagnóstico I M P
Habilidade necessária para adaptação do avaliado M P I
Espaço Ocupado I P M
Custo e Manutenção I P M
Massa Muscular Envolvida P M I
Facilidade para Transporte I P M
Perigo de Acidente M P I
Registro do ECG em esforço M I P
Tomada de Pressão Arterial M I P
Nível de Ruído I P M
Avaliação do VO2Máx I M P
Adaptação ao Exercício I M P
P = Pior I = Intermédio M = Melhor
Fonte: GOMES, 1995, 57 & FARINATTI e MONTEIRO (2000, 263) P= Pior, I = intermediário,
M=Melhor.

Para cada ergômetro existe uma grande variedade de protocolos que

submetem o testado a uma determinada quantidade de esforço. Enquanto alguns

protocolos são comuns a vários ergômetros, outros são ergômetros-dependentes.

Todos os protocolos apresentam virtudes e limitações, mas ao nosso

modo de ver são os objetivos do teste, a população a ser testada e a

disponibilidade de tempo e material que decidirão o melhor ergômetro e protocolo.


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2.2.1.5 Considerações gerais

Existe um grande número de protocolos que apresentam pontos

positivos e negativos, porém a escolha de um determinado teste deverá

necessariamente ter como orientação a interferência dos seguintes fatores:

objetivos do teste; população a ser testada; disponibilidade de material.

Cada um dos testes apresenta características específicas. As

diferenças entre os protocolos emergem do amplo espectro de variações

existentes que permitem um grande número de combinações. Podemos encontrar

os seguintes fatores envolvidos em um teste:

- Formas operacionais: o grau de utilização de recursos materiais

durante a realização de um teste indica seu nível de complexidade.

Caso seja realizado em laboratório, com a utilização de vários

instrumentos como eletrocardiógrafo, ergômetro, analisador de

gases, desfibrilador, entre outros, pode ser considerado como um

teste complexo. Em situações onde é realizado em campo,

empregando poucos recursos de instrumentos, como, por exemplo,

o teste de Cooper de andar e correr 12 minutos, pode ser

considerado como simples.

- Fonte de energia: dependendo do teste ergométrico, é possível

avaliar as diferentes fontes energéticas existentes. O teste de


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cicloergometria de Balke tem como objetivo principal avaliar a

capacidade aeróbica. Já um teste utilizando o cicloergometro, como

o de Wingate, tem como objetivo avaliar a capacidade anaeróbica;

- Demanda metabólica: um teste ergométrico, para avaliação da

capacidade aeróbica, pode impor uma demanda metabólica máxima

ou submáxima. Quando da realização de um teste máximo, como

por exemplo, o protocolo de Jones em cicloergometria, se analisa a

capacidade máxima aeróbica de trabalho do avaliado. Durante a

realização de um teste submáximo, o resultado obtido representa

uma extrapolação do resultado máximo previsto para o avaliado,

sem expor o mesmo a uma intensidade elevada durante o teste;

- Duração total o teste: um teste para mensurar o VO2Máx, deverá ter

como faixa de tempo ideal um mínimo de 8 e máximo de 15 minutos.

Esta faixa de tempo permite a obtenção de dados fisiológicos

suficientes para uma análise de comportamento físico durante o

exercício;

- Tipo de carga: a forma de aplicação de carga durante a realização

de um teste, pode ser de forma única (protocolo de banco de

Harvard) ou de forma variada (protocolo de banco de Balke).

- Tempo de duração dos estágios: dependendo do tempo de

duração de um estágio, é possível o aparecimento do Steady State;

como exemplo desta metodologia temos o teste de Ellestad.


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Entretanto, outras metodologias não permitem o aparecimento do

Steady State; exemplo o protocolo Balke em esteira.

- Existência de pausas: os procedimentos de execução dos testes

podem ser divididos em dois grupos, contínuos e descontínuos. Nos

protocolos contínuos não existe interrupção do teste em nenhum

momento durante sua realização (protocolo de Fox em

cicloergometria). Nos protocolos descontínuos, mais característicos

para população de cardíacos, é possível estabelecer um período de

repouso durante a execução, podendo ainda ser de forma ativa ou

passiva.

- O Volume de oxigênio usado por minuto (VO2 em l/min): que é

proveniente do metabolismo de uma mistura de 40% de carboidratos

e 60% de gorduras e cujo equivalente calórico é de 4,825 Kcal por

litro de oxigênio.

- Múltiplos da Taxa Metabólica de Repouso (METs): é a relação

entre a energia gasta em uma atividade é o gasto do metabolismo de

repouso. Considerando 1 MET como aproximadamente 3,5

ml/kg,min de O2.

- Consumo de Energia por Minuto (kcal/min): o dispêndio de


energia é calculado, multiplicando as quilocalorias gastas por minuto
(kcal/min) pela duração da atividade em minutos.
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3 AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE CARDIORRESPIRATÓRIO

Talvez esta seja uma das avaliações mais temidas pelos profissionais

que trabalham com avaliação física, a explicação para isso é que a realização de

um teste de condicionamento cardiorrespiratório implica, necessariamente em um

risco do avaliado vir a manifestar algum comprometimento cardiológico, no

entanto, os resultados dos testes de condicionamento cardiorrespiratório devem

ser utilizados para prescrever recomendações de exercícios e permitir ao

avaliador ou professor de educação física avaliar mudanças positivas ou negativas

no trabalho de condicionamento cardiorrespiratório.

Diante do que foi apresentado, e defendendo a prática da realização da

avaliação da capacidade aeróbica, fica a pergunta como posso fazer a avaliação

da capacidade aeróbica com riscos mínimos?

Para minimizar riscos, é aconselhável uma série de procedimentos,

para que seu trabalho se desenvolva com total segurança. Essa seqüência

progride da avaliação inicial ao teste e à programação de condicionamento, com

oportunidade para re-testes e revisões periódicas do programa à medida que são

obtidos ganhos em condicionamento. Seqüência de atividades recomendadas

para minimizar o risco do teste de condicionamento cardiorrespiratório:


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• Declaração de consentimento;

• Histórico de saúde;

• Avaliação médica;

• Testes do condicionamento em repouso, composição corporal e

psicológico;

• Aplicação de testes submáximos;

• Testes para função lombar;

• Prescrição de atividade de condicionamento cardiorrespiratório;

• Prescrição de atividades para força e endurance muscular;

• Revisão das atividades prescritas

• Retestes periódicos;

3.1 Declaração de consentimento

O consenso nacional sobre ergometria da SBC (Sociedade Brasileira de

Cardiologia, 1995) diz que os alunos que forem submetidos a testes de esforço

devem ler e assinar um o documento de consentimento juntamente com duas

testemunhas, onde o documento deve conter obrigatoriamente dois parágrafos:

- Parágrafo 1: Declaro que fui informado sobre as finalidades do

exame ergométrico a que irei me submeter, estando ciente de sua

forma de execução, de eventuais sintomas, cansaço e/ou outras


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 21

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anormalidades que poderão advir, conseqüentes à aplicação do

método.

- Parágrafo 2: Concordo voluntariamente em me submeter a um TE

(teste ergométrico), que tem como finalidades principais avaliar as

respostas cardiovasculares e gerais, frente à aplicação de esforço

físico progressivo. Este poderá ser realizado em esteira rolante ou

bicicleta eletromagnética, com possibilidade do aparecimento de

sintomas, como cansaço, falta de ar, dor no peito, etc., sendo

mínimas as chances de ocorrerem complicações de difícil controle

clínico. Tal exame foi indicado pelo meu médico assistente para

complementação de avaliação.

Sua finalidade consiste no fato, que na eventualidade de acidentes de

natureza grave ou fatal decorrentes do procedimento, sugere-se a comunicação e

solicitação de parecer da comissão de ética do conselho regional de medicina, de

grande valia em caso de contestações jurídicas.

É importante ressaltar que durante uma avaliação com indivíduos de

alto e médio risco, “sempre será necessária a presença de um médico”, para

atender a todos os padrões de segurança. O mesmo procedimento também deve

ser levado em consideração quando o protocolo empregado for solicitação

máxima. Veja no Anexo 1 pagina 112, o exemplo de um termo de consentimento.


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3.2 Histórico de saúde

O Teste de esforço deve ser precedido de um “screening”

(selecionamento completo), para que, desta forma, seja possível um levantamento

das condições de saúde, eventuais riscos de comprometimento cardíaco, além do

nível de condicionamento esperado.

O primeiro procedimento do screening inclui uma anamnese, que

deverá incluir dados da história pessoal e familiar ligados a coronariopatias e

fatores de risco associados, uso de medicamento, hábitos alimentares, história de

tabagismo e padrões atuais de atividade física.

Antes de realizar o teste ergométrico é importante que o avaliador

esteja ciente do estado clinico geral do avaliado e para isso é importante que ele

faça o levantamento de variáveis como; Freqüência cardíaca de repouso, PA de

repouso, dosagem sanguínea de colesterol total, triglicerídeos, HDL e glicose.

Estes indicadores bioquímicos auxiliam na detecção do risco coronariano do

paciente.

Com o objetivo de um screening de massa para identificar os indivíduos

que necessitam de um acompanhamento médico mais extenso, antes de serem

admitidos num programa de exercícios, uma técnica de anamnese menos

complexa, uma coleta mais dirigida pela história clínica, bem como um
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 23

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questionário físico mais objetivo, o PAR-Q, ou seja, um questionário mais imediato

envolvendo as atividades físicas, vem sendo utilizado com sucesso e adotado pelo

governo canadense.1 Anexo 2 pagina 114.

3.3 Avaliação médica

A Avaliação Médica deve ser realizada por um médico, se possível com

formação em Medicina do Esporte. Um exame clínico consta, basicamente, de

duas partes. Na primeira é realizado o exame médico, e na segunda, serão ser

solicitados alguns exames complementares. A ACSM recomenda a realização de

uma rotina mínima de exames físicos e laboratoriais como parte integrante da

avaliação médica.

3.3.1 Exame médico

Nesta etapa, deverá ser realizado um exame sumário abrangendo

aspectos cardiovasculares, pulmonares e ortopédicos, incluindo-se ai os seguintes

tópicos: freqüência e regularidade de pulso; pressão arterial deitado, sentado e de

pé; ausculta pulmonar com atenção especial para a uniformidade dos sons

respiratórios em todas as áreas (ausência de estertores, roncos e sibilos);

palpação do impulso cardíaco apical; ausculta cardíaca com atenção especial para

1
POLLOCK 1993,234
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os sopros, galopes, cliques e atritos; palpação e ausculta das artérias carótidas,

abdominais e femorais; palpação e inspeção dos membros inferiores para

verificação de edema e de pulsos arteriais; ausência ou presença de xantomas ou

xantelasmas; problemas ortopédicos.

3.3.2 Exames complementares

Feito em consultório ou laboratório, dependendo do exame. Serve para

confirmar ou controlar com mais precisão o perfil patológico do avaliado. Em geral,

enquadram-se os exames:

- Dentário: semestralmente ou anualmente uma visita ao dentista

para tratamento ou para evitar futuros problemas nos dentes que

poderão vir a afetar a saúde;

- Otorrinolaringológico: para evitar focos nas amídalas, carne

esponjosa obstruindo o nariz ou desvio no septo.

- Radiológico: serve para assegurar ao médico a integridade do

coração, pulmões e vísceras, além de controle pela comparação dos

exames posteriores com o inicial.

- Oftalmológico: tem por finalidade verificar a visão.

- Sangue: constitui-se num exame importantíssimo, pois verifica a

quantidade de hemácias ou glóbulos vermelhos, leucócitos ou

glóbulos braços, taxa de colesterol, glicose e etc.


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- Urina: verificam os elementos anormais, microscopia da

sedimentação, densidade e reação;

- Fezes: verificação da existência ou não de parasitas intestinais,

ainda que na sua forma ovular.

3.4 Medidas de repouso

Os testes de repouso típico incluir a determinação do Eletrocardiograma

padrão de 12 derivações, FC, PA, perfil bioquímico do sangue (com níveis séricos

de colesterol total, LDL, HDL, triglicérides e glicose), bem como outras variáveis

de condicionamento, tais como hábito de tabagismo, histórico familiar de ataques

cardíacos, composição corporal e traços psicológicos.

3.5 Aplicação de testes submáximos

Se as medidas em repouso refletem valores normais, então um teste

submáximo é administrado. O teste submáximo geralmente fornece as respostas

em FC e PA a diferentes intensidades de trabalho (geralmente 85% da FC máxima

predita). Esse teste pode utilizar o step em um banco, um cicloergômetro ou uma

esteira.
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3.5.1 Recomendações antes do teste

Para a realização do teste de esforço, é necessário orientar o avaliado

no sentido da execução de certos procedimentos básicos que deverão ser

seguidos, antes da realização do mesmo:

- A informação contendo o horário e a data da realização do teste;

- Chegar ao local de avaliação com pelo menos 20 minutos de

antecedência;

- Trazer, caso possua, um ECG em repouso, recente;

- Estabelecer um intervalo mínimo de 2 horas entre a última refeição e

a realização do teste;

- Evitar abusos e excessos na noite anterior

- Ter uma noite repousante entre 6 e 8 horas de sono;

- Evitar o uso de sedativos;

- Evitar fumar com pelo menos 4 horas de antecedência da realização

do teste;

- Evitar qualquer tipo de atividade física no dia do teste;

- Providenciar vestimenta adequada para realização do teste

(bermuda e tênis);

- Comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde ocorrida

nas 24 horas que antecederam à realização do teste;


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3.5.2 Pré-requisitos para realização do teste

O comitê Internacional de Estandardização dos Testes de Avaliação da

Capacidade Aeróbica recomenda como pré-requisitos básicos para a execução de

um teste ergométrico ou de campo, que a pessoa esteja:

- Isento de qualquer doença infecciosa em evolução;

- Livre, pelo menos três meses, de miocardites, infarto do miocárdio e

crise de angina pectoris;

- Isento de alterações eletrocardiografias atípicas;

- Com temperatura oral menor que 37,5°C;

- Complemente refeito do Stress de um exercício intenso previamente

realizado;

- Com noite anterior bem dormida;

- Com intervalo de duas semanas sem utilização de medicamentos

que interfiram na FC;

- Com a P.A. Max inferior a 190mm/Hg e a mínima a 120 mm/Hg;

3.5.3 Equipamentos de urgência

Devido ao risco inerente a este exame complementar, é necessário que

a sala seja equipado com todo o material necessário para lidar com as

emergências cardiorrespiratórias mais comuns. Entre eles podemos citar:


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- Abaixador de língua (cânula) tipo Guedel;

- Material convencional para curativos (luvas, gaze, algodão

esparadrapo, água oxigenada, álcool iodado ou povidine, bandeide)

- Solução eletrolítica: Gatorede; Bicarbonato de Sódio; Cloreto de

Sódio;

- Soluções para reposição volêmica e energética: solução glicosada -

5%; solução fisiológica - 0,9%; solução de glicose - 50%; Carb Up

- Antitérmico – (Dipirona amp 1ml = 500mg)- Analgésicos (Dorflex,

Neusaudina);

3.5.4 Condições em que são indicações os testes de esforço

ARAÚJO (op.cit., 12) apresenta uma lista com as dez principais

indicações do teste de esforço:

- Confirmação do diagnóstico de doenças coronarianas;

- Avaliação do comportamento de arritmias cardíacas no esforço e

sua terapêutica:

- Avaliação da hipertensão e de sua terapêutica;

- Avaliação da terapêutica antianginosa;

- Avaliação da eficiência da terapia cirúrgica;

- Avaliação de dor precordial e dispnéia a esforços;


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- Avaliação de resultados de programas de reabilitação cardíaca;

- Detecção de pacientes em alto risco de coronariopatia e morte

súbita;

- Avaliação de paciente pós-enfartado;

- Avaliação da tolerância do esforço.

3.5.5 Condições onde são contra-indicações os testes de esforço

MARINS (1998, 155) diz que para a realização de uma avaliação

funcional, existem alguns pontos que são considerados totalmente contra-

indicados para a aplicação de um teste ergométrico.

- Grupo das insuficiências coronarianas: Infarto do miocárdio

recente, angina do peito instável, lesão de tronco de coronária

esquerda ou equivalente.

- Grupo da valvulopatias: Estenose aórtica grave.

- Grupo dos distúrbios funcionais: Hipertensão arterial não

controlada, Insuficiência cardíaca descompensada, arritmias

potencialmente graves, Bloqueio AV avançados.

- Grupo de outros comprometimentos: miocardites e pericardites,

angina instável ou de repouso, intoxicação medicamentosa,


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 30

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limitação física ou emocional, qualquer enfermidade aguda, febril ou

grave, embolia pulmonar, desequilíbrio metabólicos e eletrolíticos.

3.5.6 Critérios para interrupção de um teste de esforço

Quando se determina o tipo de protocolo a ser utilizado, máximo ou

submáximo, pode-se, perfeitamente estabelecer os critérios que indicarão a

interrupção do mesmo. Quando o protocolo utilizado corresponder ao máximo, o

principal parâmetro é a exaustão voluntária do avaliado. Porém, o avaliador

deverá interromper o teste para evitar alguma complicação caso verifique o

surgimento de algum fator limitante.

Já nos protocolos de avaliação submáximos, é possível estabelecer

limites antes da realização do teste. Estes limites podem estar ligados a FC, a

finalização de um certo tempo em uma determinada carga, ou ainda no

aparecimento de alguma alteração no ECG.

A interrupção de um teste ergométrico deverá ocorrer a partir do

aparecimento de diversos sintomas ou sinais. A seguir uma lista elaborada pelas

recomendações de ELLESTAD (1984) & MASTROCOLA (1993) indicando a

suspensão de um teste ergométrico, antes que seu final seja atingido:


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- O avaliado pede para interromper o teste;

- Limitações físicas (exaustão);

- FC Max preconizada atingida;

- Náusea e vômito;

- Claudicação induzida pelo exercício;

- Tonteira;

- Obnubilação;

- Palidez intensa;

- Ataxia;

- Lipotimia;

- Cianose;

- Pa sistólica > 250 mmHg;

- Pa diastólica > 120 mmHg nos indivíduos normotensos;

- Pa diastólica > 140mmHg nos hipertensos;

- Dispnéia severa desproporcional à intensidade do esforço;

- Desconforto músculo-esquelético intenso;

- Redução da FC e PA apesar do aumento de carga;

- Dor precordial crescente e intensa;

- Taquicardia ventricular;

- Aumento da freqüência de extra-sítoles ventriculares;

- Infradesnivelação de segmento ST > 3,0 mm;

- Supradesnivelação de segmento ST > 1,0 mm;

- Sinais de insuficiência ventricular – 3ª bulha;


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- Instabilidade emocional ou insegurança;

- Perda da qualidade técnica do exercício;

- Falha do sistema de monitoração;

- Fibrilação ou taquicardia atrial;

- Aumento progressivo da duração QRS;

- Aumento do grau de bloqueio A-V, de segundo e terceiro grau;

- Manifestação clínica de desconforto torácico que incrementa com o

aumento da carga ou que se associa com alterações

eletrocardiografias ou sintomas.

3.5.7 Variáveis a serem controlados durante o teste

Durante a realização de um teste de esforço, torna-se necessário, para

uma perfeita segurança do avaliado, a constante mensuração e análise de

variáveis como IPE (Índice de percepção de esforço), FC e PA.

3.5.7.1 Índice de percepção de esforço (IPE)

O índice de percepção de esforço, em sua versão original, é composto

por uma escala de quinze categorias graduadas de seis a vinte, onde cada

número ímpar associa-se a uma descrição verbal.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 33

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O IPE representa uma escala de valores com os quais o avaliado

informa a sensação de intensidade de trabalho que lhes está sendo imposta

durante a realização de um teste de esforço. Desta forma, o avaliador tem

condições de obter informações sobre a interferência do exercício no que o

avaliado está sentindo e que, conseqüentemente, pode servir como elemento para

interrupção do teste. Originalmente, esta escala foi proposta por BORG (1962).

Após vários anos de estudo, o mesmo autor publicou uma versão adaptada da

escala, desta vez com dez graduações.

Tabela 2 Escala de Borg Revisada


Nível Condição
0 Absolutamente nada
0,5 Demasiadamente fraco
1 Muito Fraco
2 Fraco
3 Moderado
4 Algo forte
5 Forte
7 Muito forte
10 Muito, muito forte

Vários estudos têm demonstrado a relação entre a escala de Borg e

algumas variáveis que indicam a fadiga relativa, como a FC, o VO2Max, a

ventilação e os níveis séricos de ácido lático. Este fato tem levado os treinadores e

avaliadores a utilizarem a escala de Borg como um importante indicador de

intensidade de esforço.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 34

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Dentre as características principais do IPE, durante a realização de uma

avaliação funcional, destacam-se:

1) Trata-se de uma escala de 15 pontos, numerada de 6 a 20, que

representa, respectivamente, os níveis mínimo e máximo de

cansaço;

2) O IPE e a FC, estão linearmente relacionados entre si e com a

intensidade de trabalho;

3) Existe uma boa relação entre IPE e vários fatores fisiológicos como

VE (volume minuto), lactato e VO2;

4) A escala do IPE tem demonstrado ser um indicador confiável do

nível de esforço físico;

5) O IPE fornece ao avaliador um dado objetivo através do qual pode

comparar o grau relativo de fadiga de um teste para outro;

6) Serve como parâmetro para interromper um teste;

7) Obtém-se o valor da escala, interrogando o avaliado a cada minuto;

8) O IPE apresenta uma grande relação com os fatores indicativos de

fadiga muscular;

9) A escala não é perfeita, e deve ser interpretada no conjunto com o

bom senso, além de outros parâmetros clínicos, fisiológicos e

psicológicos envolvidos na avaliação.


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3.5.7.2 Freqüência cardíaca

A Freqüência Cardíaca refere-se ao número de vezes que o coração

bate a cada minuto. Contrações simultâneas dos lados direito e esquerdo do

coração (os ventrículos) são contadas como um batimento. Como a Freqüência

Cardíaca responde ao esforço com um aumento que, no caso do esforço de

caráter dinâmico, é proporcional à intensidade de trabalho e ao consumo de

oxigênio, a mensuração da FC pode ser usada para determinar a intensidade do

exercício.

De acordo com KLAFS (1981, p.51) a freqüência cardíaca durante ou

após um exercício pode ser usada como medição da aptidão física e também para

avaliar a aptidão respiratória em termos de cálculo aproximado da capacidade do

corpo utilizar o oxigênio que está sendo transportado pelo sangue (VO2Máx).

Apesar da Freqüência Cardíaca sozinha somente medir o stress no

coração o que é uma pequena parte da imagem global do estado de uma pessoa.

Enquanto um sistema cárdio-circulatório bem condicionado é altamente desejável

para todo mundo, treinamento para melhorar o sistema cardíaco não irá

necessariamente criar adaptações em determinados músculos necessários para

uma ótima performance. Entretanto, o inverso é verdadeiro. Através de uma

otimização o treinamento dos músculos o atleta irá quase certamente ver as

grandes melhoras no sistema cardiocirculatório.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 36

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Para um melhor controle da freqüência cardíaca e possibilidade de

utilização desta variável como forma de avaliação e prescrição de atividade física

é necessário ter o conhecimento dos fatores que provocam modificações em suas

medidas. Dentre os principais temos:

- Posição do corpo: menor deitado que sentado que em pé.

- Hora do dia: pela manha é menor que a tarde, antes de se levantar,

são considerados normais valores de 35 a 50 bpm para indivíduos

com prática regular de atividade física e 55 a 65 para indivíduos

sedentários.

- Exercício físico: a FC aumenta com a intensidade do exercício e

com o aumento do consumo de oxigênio.

- Meio onde se encontra: FAULKNER (1967) & McARDLE (1971)

demonstram uma diminuição da FC na água.

- Temperatura corporal: a febre aumenta o trabalho cardíaco.

- Estado de tensão emocional: aumenta significativamente a FC.

- Idade: a FC e mais alta em crianças e vai diminuindo com a idade.

- Fármacos: (beta-adrenérgicos: acetazolamida, betabloqueadores,

fusosemida, hidroclorotiazida, reserpina etc.), tendem a baixar

significativamente a FC em repouso, submáxima e máxima.


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3.5.7.3 Pressão arterial (PA)

De acordo com MARINS (1998, p.162) a mensuração da PA representa

um dos principais parâmetros clínicos a ser controlado em um teste de esforço.

Dependendo do comportamento apresentado durante a execução de um teste

ergométrico pode ser identificado algum comprometimento cardíaco.

A pressão arterial é a pressão que o sangue bombeado pelo coração

exercer dentro do sistema arterial durante um ciclo cardíaco. WEINECK (1991,

p.94) define a PA como a força motriz da circulação do sangue, provocada pelo

bombeamento do coração que oscila entre pressão sanguínea sistólica (16 kPA =

120 mmHg) e diastólica (10 kPa = 80 mmHg).

A pressão arterial, como produto da ejeção do coração e da resistência

periférica, é modificada através de influencias sobre um ou ambos parâmetros.

Para uma pressão com regulação ótima, portanto, é sempre decisiva uma ação

conjunta ordenada do volume tempo cardíaco e da resistência periférica.

O comportamento normal da pressão arterial em um esforço do tipo

dinâmico é representado por um aumento progressivo da pressão sistólica

correspondente à intensidade do esforço e por uma redução ou manutenção da

pressão diastólica, resultando em maior pressão média e, por conseguinte maior

perfusão tecidual.
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3.5.8 Parâmetros de controle

O risco de um acidente cardíaco não ocorre somente durante a

execução do teste, mas também após a interrupção do mesmo. POLLOCK &

WILMORE (1993), relatam que 44 das 61 principais complicações cardíacas

ocorrem durante o período de aquecimento ou de volta à calma, desta forma é

necessário uma contínua monitoração do avaliado após a execução do teste até

que ele retorne às suas condições orgânicas próximas as registradas no repouso.

As variáveis a monitorar incluem a FC, a PA e a ECG, além do estado clínico

geral.

3.6 Prescrição de atividades

As informações sobre o estado de saúde, o consentimento informado

do potencial participante e as metas e interesses do indivíduo são fatores que

fazem parte da tomada de decisões sobre as atividades físicas apropriadas. As

orientações a seguir, com base no estado de saúde, devem ser dosados,

considerando-se sua interação com os participantes quanto às suas metas e

interesses em longo prazo.

Com base nessas informações o avaliador físico deve recomendar a

participação:
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• Procurar um médico ou uma equipe médica apropriada;

• Iniciar um programa supervisionado de atividade física;

• Iniciar um programa de normal de condicionamento físico.

3.6.1 Encaminhamento médico

Todas as pessoas que indicam doença, características ou sintomas

codificados com OM (orientação médica) no QES, problemas posturais graves, ou

outros estados patológicos que possam impossibilitar sua prática de atividade

física, são encaminhados a uma equipe médica apropriada.

Os valores relacionados ao risco cardíaco, selecionados para o

encaminhamento médico são:

- FC em repouso > 100 bpm;

- PAS em repouso > 160 mmHg;

- PAD em repouso > 100 mmHg;

- %GC > 40% em mulheres; >30% em homens;

- Colesterol total >240 mg/dl;

- Colesterol total dividido pelo HDL > 5;

- Triglicérides > 200mg/dl;

- Glicemia de jejum > 120 mg/dl;


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 40

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- Capacidade vital < 75% predita;

- VEF < 75%

Todas as variáveis (com exceção da freqüência cardíaca) têm sido

listadas como fatores de risco coronariano. Os valores para o encaminhamento

médico são considerados níveis de risco relativo elevado. Uma freqüência

cardíaca (FC) alta em repouso indica estresses graves, que pode ter uma base

física ou emocional. As quantidades extremas de gordura colocam o indivíduo em

alto risco para uma variedade de problemas de saúde. Um nível alto de glicose

sérica está relacionado à diabete.

3.6.2 Programa supervisionado

Se os indivíduos têm níveis médios ou moderados podem participar de

exercícios de intensidade moderada ou de programas de condicionamento

cuidadosamente supervisionados. Serão encaminhadas para programas

supervisionados de treinamentos as pessoas que:

- Hipertensão 140 a 155/90 a 95 mmHg;

- Colesterol 240 a 255 mg/dl

- %GC 32 a 38% em mulheres; 25 a28% em homens;

- Colesterol Total dividido pelo HDL 4,5 a 4,8;


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- RCQ > 0,8 em mulheres; >0,9 em homens;

- Fumo > 20 cigarros/dia

3.6.3 Programas normais de condicionamento

As pessoas sem nenhum dos problemas codificados sob orientação

médica, procedimentos especiais de emergência ou no QES, podem participar de

um programa não-supervisonado por médicos e serem admitidas em qualquer das

atividades de condicionamento oferecidos por um centro de condicionamento. Se

elas não forem ativas nos últimos meses, recomenda-se que comecem com as

atividades de intensidade moderada; mas elas serão capazes de progredir

rapidamente para outras atividades de interesse e de maior intensidade.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 42

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4 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NA FC

Como efeito de treinamento, pesquisas demonstraram que a FC em

repouso declina com o treinamento, porque o coração torna-se mais forte e pode

bombear mais sangue para fora a cada batida. Conseqüentemente, há

necessidade de menor número de batidas para o fornecimento da quantidade

necessária para o corpo humano em repouso. Logo, para a maioria das pessoas,

a freqüência cardíaca em repouso é de aproximadamente 60 a 80 batimentos por

minuto (b.p.m). A Freqüência Cardíaca em repouso de atletas tende a ser mais

baixa que a de não-atletas, freqüentemente entre 30 e 50 bpm.

Leite (1984, p.122) demonstra isso ao apresentar uma tabela com as

freqüências cardíacas médias de repouso em diferentes atletas olímpicos.

Tabela 3 Freqüência cardíaca de repouso em diferentes atletas olímpicos(média)


Indivíduos sedentários 72 bpm
Esgrimistas 63bpm
Halterofilistas 65bpm
Volibolistas 60bpm
Velocistas 58bpm
Futebolistas 55bpm
Remadores 50bpm
Nadadores (Fundo) 40bpm
Maratonistas 35bpm

De acordo com FRANCIS (1988, p.14) o ritmo de pulsação ou batidas

cardíacas em repouso é o método mais simples de avaliar o grau de sua forma

física. É importante, no entanto, levar em conta os fatores que podem alterar a FC

e que a variação individual da Freqüência Cardíaca de Repouso induzida pelo


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 43

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treinamento físico é muito grande e desconhecem-se os seus mecanismos, mas,

de uma forma geral, uma pulsação baixa, em repouso, com exceção de casos

patológicos, indica que o seu coração é forte e um elevado número de batidas por

minuto poderá indicar um coração fraco.

Pode-se classificar a aptidão cardiorrespiratória, através da FC Basal,

medida de manhã antes de levantar da cama:

Tabela 4 Classificação da aptidão física de acordo com a FC Basal


Classificação Homens Mulheres
Excelente < 60 < 64
Boa 61-68 65-72
Regular 69-75 73-79
Fraca > 76 > 80

Além da FC de Repouso mais baixa outra alteração induzida pelo

treinamento que também foi utilizada para avaliar o estado de condicionamento

cardiorrespiratório foi à eficiência do coração, pois apesar da FC de um atleta de

resistência pode elevar-se em 5 vezes o valor de sua freqüência normal podendo

chegar a 200 bpm; enquanto a freqüência de uma pessoa não treinada eleva-se

em até 3 vezes o seu valor normal (STRAUZENBERG/SCHMIDTMANN 1976,

apud WEINECK 1999, p.152) a sua resposta da Freqüência Cardíaca para a

mesma intensidade é consideravelmente menor se compararmos com um

indivíduo não treinado, além disso apresentam altas Freqüências Cardíacas de

Recuperação.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 44

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A relação linear entre FC e intensidade de esforço foi extremamente

utilizada como forma de predizer o VO2MAX, a partir da Freqüência Cardíaca

obtida em uma carga submáxima, disseminaram-se várias formas de testes,

baseados em regressões lineares, para a predição do consumo máximo de

oxigênio (VO2MÁX) a partir da FC em cargas submáximas, com destaque para os

testes de uma carga proposto por ASTRAND & RYHMING (1954) e o teste de

duas cargas, idealizados por MARGARIA et al. (1965).

A magnitude do aumento da FC com o aumento da carga depende

principalmente da condição física aeróbica do indivíduo em questão, sendo o

aumento proporcionalmente menor para o indivíduo mais treinado. Baseado nessa

afirmação o Quens College apud McARDLE (1992, 145) elaboraram uma

equação linear que relacionava a Freqüência Cardíaca e Consumo Máximo de

Oxigênio, espera-se que uma pessoa com baixa freqüência cardíaca durante um

exercício padronizado, deveria ter um bom nível de VO2Max.

LEITE (op. cit, p.116) diz que será considerada anormal toda a

freqüência cardíaca que não aumentar linearmente quando cresce a intensidade

do esforço. Mas há um ponto a partir do qual um aumento da intensidade de carga

não corresponde a um aumento proporcional da freqüência cardíaca WEINECK

(op.cit). De acordo com LIMA (1997, p.5) há evidências suficientes para acreditar

que a FC em função da carga crescente de trabalho (CCT) tenha comportamento

curvilíneo nos extremos inferior e superior da curva, surgindo um comportamento


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 45

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sigmóide, sugerindo ainda que a FC, na porção inferior da curva, tenha um

comportamento curvilíneo, semelhante ao observado na porção superior.

Figura 4 Ajuste linear da porção central da curva da freqüência cardíaca em função de cargas
crescentes de trabalho. Fonte: LIMA, 1997,p. 5.

A autêntica curva sigmóide tem os crescimentos iniciais lento, que se

acelera até um ponto de máximo crescimento e, a partir desse ponto, seu

crescimento é progressivamente menor. Devido à sua característica, a curva

sigmóide pode ser desdobrada em porções que têm forma semelhante a uma

parábola, a primeira côncava e a segunda convexa, unida por um ponto central,

ponto de crescimento máximo, ou ponto de inflexão.

SKINNER & McLELLAN (1980) apud LIMA (op.cit, p.6) construíram um

modelo que explica a transição do metabolismo aeróbico, em três fases. Os

autores entendem como eventos inter-relacionados à disponibilidade e utilização


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 46

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de substratos energéticos, o padrão de recrutamento de fibras musculares, os

mecanismos de tamponamento de lactato, a ventilação e etc. Seguindo a mesma

linha, WASSERMAN et al (1994, 27) afirmam que os limiares de lactato e os

limiares ventilatórios não têm apenas uma relação de causa e efeito, mas que:

“...limiar anaeróbico, limiar de lactato e limiar de acidose lática são todos


partes de mesmo fenômeno. De um ponto de vista prático, fazer distinção
entre eles, distingue apenas o método de mensuração e não o
mecanismo subjacente, metabolismo anaeróbico, comum aos três
termos.”

WASSERMAN (1967, 1973 e 1982) coloca ainda que: o termo limiar

anaeróbico tem sido empregado para a intensidade de exercício acima do qual o

lactato plasmático sobe, e a ventilação pulmonar aumenta desproporcionalmente

segundo ele, limiar anaeróbico é o momento, logo abaixo daquele em que o ácido

lático começa a acumular-se no sangue, causando a acidose metabólica e suas

conseqüentes alterações nas trocas respiratórias.

Para MAGLISCHO (1999, 65), no uso popular, limiar anaeróbico,

significa realmente a velocidade na qual o metabolismo aeróbico e os mecanismos

de remoção de lactato estão operando numa taxa próxima do máximo; significa,

também, que não estão ocorrendo um acúmulo de ácido lático nos músculos com

rapidez suficiente para gerar acidose.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 47

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PENDERGAST/CERRETELLI/RENNIE (1979) observaram que, acima

do limiar anaeróbico, há um menor aumento do consumo de oxigênio, o que

corresponde à parte linear da curva. CONCONI et al (1982), interessado pelo

estudo da porção superior da curva FC x CCT, observou que esta relação é típica,

sugerindo que a partir do início da parte curvilínea, está associada ao limiar

anaeróbico e este ponto de transição corresponde à máxima intensidade de

trabalho em que o fornecimento de energia é puramente aeróbico. Deste modo,

pode-se determinar o limiar anaeróbico sem recorrer a exames de lactato no

sangue, utilizando-se para isso a FC.

4.1.1 Protocolo de RUFFIER

RUFFIER (apud ROCHA, 1978, p.87), elaborou um protocolo de

avaliação da capacidade aeróbica, que consiste em realizar um exercício físico

com bastante vigor para elevar o seu pulso entre 70 a 90% de sua FCMáx. Neste

ponto realizar a aferição do pulso, espera exatamente 60 segundos e em seguida,

aferir novamente a pulsação. O resultado seria determinado pela subtração entre

o pulso de exercício pelo de recuperação após um minuto. Sendo classificado de

acordo com a tabela abaixo:

Tabela 5 Classificação da freqüência cardíaca de recuperação


Classificação FCR = FC logo após exercício- FC1’ após o exercício
Excelente 60 >
Boa 40-50
Regular 20-30
Fraca >10
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 48

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4.1.2 Protocolo de FRED & KASH

Segundo FRED & KASH (1968), através da curva de recuperação da

freqüência cardíaca, pode ser obtido um índice que traduz a aptidão

cardiorrespiratória.

Este protocolo com possui as seguintes características:

• Tipo: submáximo.

• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.

• População-alvo: pode ser aplicado a indivíduos com diferentes

níveis de condicionamento, jovens e adultos.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: um banco de 30 cm de altura e um

metrônomo regulado em 98 toques.

• Protocolo: o teste consiste em subir 24 vezes por minuto

(metrônomo em 98 toques), em um banco de 30 cm de altura. Um

ciclo completo de subida e descida equivale a quatro toques.

• Resultado: após o termino do terceiro minuto o indivíduo deverá

sentar-se e após 5 segundos, o avaliador deverá acompanhar a

recuperação da freqüência cardíaca durante sessenta segundos.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 49

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Este valor é anotado e comparado com, a classificação da aptidão

cardiorespiratória é mostrada na tabela a seguir:

Tabela 6 Classificação da Aptidão Cardiorespiratória


Conceito Homens (20 a 46 anos) Mulheres (20 a 46 anos)
Excelente 81-90 79-84
Bom 99-102 90-97
Acima da Média 103-112 106-109
Média 120-122 118-120
Abaixo da Média 123-125 121-124
Fraco 127-130 129-134
Muito Fraco 136-138 137-145
Fonte: Monteiro, Wallace. Personal Training, 2001, p.90.

4.1.3 Protocolo de TECHUMSEH

• Tipo: submáxima.

• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.

• População-alvo: pode ser aplicado a indivíduos com diferentes

níveis de condicionamento, jovens e adultos.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: um banco de 20 cm de altura e um

metrônomo regulado em 96 toques.

• Protocolo: o protocolo consiste em subir e descer um banco de 20

cm durante um período de tempo de 3 minutos, onde o metrônomo

deve ser ajustado em 96 toques por minuto (24 subidas).

• Resultado: após a conclusão do teste o avaliado permanece imóvel

trinta segundos e somente após este tempo verifica-se sua


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 50

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freqüência cardíaca durante mais trinta segundos. O número de

batimentos no período de trinta segundos até um minuto após teste

será o valor aplicado na tabela de classificação abaixo;

Tabela 7 Classificação do teste de banco baseado na freqüência cardíaca de recuperação em 30


segundos para homens e mulheres
Classificação 20-29 30-39 40-49 50 >
Homens
Excelente 34-36* 35-38 37-39 37-40
Muito bom 37-40 39-41 40-42 41-43
Bom 41-42 42-43 43-44 44-45
Regular 43-47 44-47 45-49 46-49
Baixo 48-51 48-51 50-53 50-53
Insuficiente 52-59 52-59 54-60 54-62
Mulheres
Excelente 39-42* 39-42 41-43 41-44
Muito bom 43-44 43-45 44-45 45-47
Bom 45-46 46-47 46-47 48-49
Regular 47-52 48-53 48-54 50-55
Baixo 53-56 54-56 55-57 56-58
Insuficiente 57-66 57-66 58-67 59-66
* A freqüência cardíaca em 30 segundos é contada a partir de 30 segundos após o término do
exercício.

4.1.4 Protocolo de CONCONI

Com o objetivo de produzir um teste para a identificação do limiar

anaeróbico, CONCONI et al. (1982) desenvolveram um teste que utilizava a

contagem das freqüências cardíacas e não as concentrações de ácido lático no

sangue para a previsão das velocidades no limiar anaeróbico, que apresenta as

vantagens de ser não-invasivo, e poder ser realizado enquanto o atleta executa

sua atividade usual.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 51

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O “Teste de Conconi” se propõe a identificar, na curva FC x

velocidade crescentes de corridas, o ponto a partir do qual existe tendência a um

platô da FC, denominado pelos autores do teste de “Ponto de Deflexão”. Segundo

os autores, o teste se baseia no princípio de que a FC, em cargas crescentes de

trabalho, aumenta linearmente até uma determinada carga, ponto de deflexão, a

partir do qual o aumento da FC é desproporcionalmente menor que o aumento da

carga de trabalho, fazendo com que, a partir desse ponto, a relação FC x CCT se

torne curvilínea. Os autores defendem que a velocidade ou intensidade em que

ocorre uma deflexão (perda de linearidade) na reta representativa da relação

velocidade e freqüência cardíaca, é denominada de velocidade de deflexão (Vd).

Figura 5 Velocidade de deflexão

O teste tem sido largamente elogiado por alguns e desacreditado por

outros. Embora este teste pertença aos procedimentos de avaliação da resistência

com o auxílio da FC, ele merece atenção especial, uma vez que é central no

diagnóstico do desempenho.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 52

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O teste foi adaptado para várias atividades cíclicas, realizadas de forma

contínua, em protocolos de distâncias fixas e velocidades crescentes. A grande

vantagem do teste de CONCONI reside no fato de que ele não é executado sob

intensidade máxima de carga e conseqüentemente não há o esgotamento das

possibilidades do atleta, não exigindo grande força de vontade deste.

Características do teste:

• Tipo: Submáximo.

• Finalidade: identificação da velocidade de corrida no limiar

anaeróbico no momento da perda da linearidade da relação

(freqüência cardíaca e velocidade de corrida).

• População alvo: atletas e não-atletas, desde que não usem

fármacos que possam influenciar na FC durante o exercício.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: pista de atletismo, cronômetro, medidor de

freqüência cardíaca, apito e folha para anotação dos resultados.

• Protocolo: após um aquecimento de 15 a 20 minutos, cada

participante é munido de um medidor de freqüência cardíaca. O

teste tem início com uma velocidade muito baixa; inicialmente 200m

devem ser percorridos em 72 segundos (1 min. e 12 segundos),

depois disso esta distância devem ser percorridas em tempos cada

vez menores, até atingir valores baixo de 40 segundos. O


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 53

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participante permanece no teste o quanto suportar. O teste para a

natação consiste de um nado longo e contínuo que tem início em

baixa velocidade e que aumenta em dois ou três segundos depois

de cada 50 metros transcorridos até que a intensidade esteja bem

além do limiar anaeróbico do atleta (CELLINI et al., 1986).

• Validade e fidedignidade: CELLINI et al., 1986 usaram o Teste

com 60 nadadores, dirigindo seus trabalhos na direção da

determinação da fidedignidade do Teste para nadadores e

encontraram na comparação teste-reteste uma alta correlação

(r=0,99).

• Dados coletados durante o teste: o tempo de corrida em cada

fração de 200m do teste e a FC correspondente a cada fração de

200m.

• Resultado: se o ponto de transição de um atleta é de 170 bat./min,

então ele deverá ser submetido a um treinamento que mantenha

sua freqüência neste valor, o que resultará num aumento do limiar

aeróbico.

4.1.4.1 Limitações do teste de CONCONI

Vários pesquisadores dizem que raramente se vê uma inclinação

diferente na freqüência cardíaca. Segundo JAKOB e cols. (1988) a principal causa


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 54

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de erro para avaliação deste teste é a falta de linearidade ou uma falsa linearidade

da FC. Se o ponto de transição não for facilmente determinado, pode-se adotar

uma FC alta demais para o treinamento, o que em longo prazo, resulta numa

sobrecarga do atleta.

A Freqüência Cardíaca fornece muito pouco controle sobre os

componentes anaeróbicos do exercício. Como o lactato aumenta muito

rapidamente no sangue depois do limiar lático, freqüência cardíaca continua

aumentando em uma média constante até chegar perto do VO2 máximo e neste

ponto começa a estabilizar-se. Pequenas mudanças na freqüência cardíaca

podem refletir em largas alterações nos níveis de do lactato ou no metabolismo

anaeróbico. Muito freqüentemente níveis de lactato iram dobrar com 5-10 bpm. É

possível ir de 3 mmol/l de lactato em uma extremidade do limiar lático, à 6.0

mmol/l no outro lado, tudo isso dentro de uma variação de 5-10 batimentos. Estes

dois níveis de lactato refletem um stress muito diferente no corpo enquanto

mudanças na freqüência cardíaca parecem quase insignificantes.

Alguns estudos demonstram que a freqüência cardíaca não pode dizer

a um atleta quando ele ou ela está recuperado de um esforço máximo ou de um

treinamento de alta intensidade e este pronto para a próxima série. Freqüência

cardíaca pode retornar ao normal e os níveis de lactato podem continuar altos. Se

um atleta usa uma recuperação ativa isto poderia manter a freqüência cardíaca

alta, mas aumentar a velocidade da remoção de lactato.


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5 PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO BASEADOS NO CONSUMO


MÁXIMO DE OXIGÊNIO

Durante um esforço físico, o VO2 tende a aumentar com a carga de

trabalho, até atingir um ponto onde se verifica um platô, e não mostra qualquer

aumento adicional (ou aumenta apenas ligeiramente) com uma carga de trabalho

adicional é denominado consumo máximo de oxigênio, captação máxima de

oxigênio, potência aeróbica máxima ou simplesmente VO2Max.

Em geral, admite-se que isso representa a capacidade individual de

ressíntese aeróbica de ATP. Um trabalho adicional somente será realizado através

das reações de transferência de energia da glicólise com subseqüente formação

de ácido lático.

O VO2Máx, reflete a maior quantidade de oxigênio que um indivíduo é

capaz de utilizar em um esforço físico, respirando ao nível do mar. É expresso em

mililitros ou litros por minuto, ou ainda, mais acertadamente, é ajustada ao peso do

indivíduo. Constitui-se numa medida de potência e que, segundo MARGARIA

(1975), apud BATISTA (op.cit, 25), trata-se de um consumo que leva um indivíduo

à exaustão entre 6 e 10 minutos.


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6 TESTES DE CAMPO

Os testes de campo são relativamente fáceis de serem aplicados e

representam mais uma opção para avaliar a condição funcional aeróbica de

indivíduos saudáveis. Foram elaborados para avaliar o VO2Máx em grandes

grupos populacionais envolvendo indivíduos jovens e sadios, pertencentes ao

sexo masculino e feminino.

Existem vários testes de corridas de várias durações ou distâncias, que

podem ser utilizados para avaliar a aptidão aeróbica. Estes testes se baseiam na

noção razoável de que à distância que alguém consegue percorrer num

determinado período de tempo (superior a cinco ou seis minutos) é determinada

pela capacidade de manter um alto nível de ritmo estável (steady-rate) de

captação de oxigênio. Este, por sua vez, se baseia essencialmente na capacidade

máxima individual de gerar energia aerobicamente.

Alguns protocolos apresentam altas correlações com resultados obtidos

em laboratórios. Estes testes podem ser máximos ou submáximos, o organograma

abaixo apresenta os principais testes de campo encontrados em nosso

levantamento bibliográficos.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 57

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Testes de Campo

Testes de Corridas Teste de Caminha do ROCKPORT INSTITUTE

Teste de 15 min.

Teste de 12 Min. (COOPER)

Teste de 2.400m

Teste de 8 min. p/ crianças

Teste de 1.000m

Teste de Conconi

Figura 6 Testes de campo

6.1 Teste de BALKE de 15 minutos

O teste dos 15 minutos ou teste de Balke elaborado para avaliar a

aptidão aeróbica no pessoal militar.

• Tipo: máximo.

• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbia do indivíduo.

• População alvo: de acordo com FERNANDES (1998, 22) deve ser

aplicado em pessoas já condicionadas ou atletas na faixa etária

entre 15 e 50 anos, ambos os sexos. No entanto encontramos em

WEINECK (1999, 181) citações de estudos como o de PANLKE &

PETERS (1979) de avaliação da capacidade de desempenho

aeróbico em meninos e meninas de 7 a 13 utilizando este protocolo.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 58

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• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: pista de atletismo, cronômetro e material de

anotação.

• Protocolo: o testado percorre em uma pista de atletismo, a maior

distância possível, durante 15 minutos, procurando manter um ritmo

constante, evitando dar piques, quer durante quer no término do

teste, podendo, entretanto, o testado variar entre correr e andar

rápido. Terminado o tempo de 15 minutos, mede-se à distância

percorrida e determina-se a velocidade média, dividindo-se à

distância percorrida pelo tempo do teste.

• Validade: não reportada.

• Fidedignidade: não reportada.

• Precauções: exame médio prévio, liberando para um esforço

máximo, realizar um aquecimento prévio de aproximadamente cinco

a dez minutos e medir corretamente a distância percorrida.

• Resultado: a avaliação do desempenho em resistência pode ser

determinado pela distância percorrida em metros durante os 15

minutos ou calculada em função do VO2Máx .

Segundo PANLKE & PETERS (1979) apud WEINECK (op.cit) podemos

avaliar a capacidade de desempenho aeróbico em meninos e meninas de 7 a 13

anos utilizando a tabela abaixo:


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Tabela 8 Avaliação do desempenho em resistência de acordo com a distância percorrida em 15


minutos de corrida em função da idade de meninos
Desempenho em resistência dist. (m) percorrida em 15 min.
Faixa Etária
(anos) Bom Suficiente Insuficiente
7 > 2600m 2600-2200m < 2200m
8 > 2800m 2800-2300m < 2300m
9 > 3000m 3000-2400m < 2400m
10 > 3200m 3200-2600m < 2600m
11 > 3300m 3300-2700m < 2700m
12 > 3500m 3400-2800m < 2800m
13 > 3500m 3500-2900m < 2900m
Tabela 9 Avaliação do desempenho em resistência de acordo com a distância percorrida em 15
minutos de corrida em função da idade de meninas
Desempenho em resistência dist. (m) percorrida em 15 min.
Faixa Etária
(anos) Bom Suficiente Insuficiente
7 > 2300m 2300-2000m < 2000m
8 > 2400m 2400-2100m < 2100m
9 > 2600m 2600-2300m < 2300m
10 > 2800m 2800-2400m < 2400m
11 > 3000m 3000-2500m < 2500m
12 > 3100m 3100-2600m < 2600m
13 > 3200m 3200-2700m < 2700m

De acordo com CARNAVAL (1997) & FERNANDES (1998), pode-se

calcular o VO2Max em função da distância ou da velocidade durante o Teste de 15

Minutos. De acordo com as seguintes Fórmulas:

VO2MÁX em função da velocidade média é igual a:

VO2MAX = 33,3 + (Vm-133)x 0,17

VO2MÁX em função da distância percorrida é:

VO2MÁX = 33,3 + 0,17(D-1995)/15


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Onde: Vm = Velocidade média e D = Distância percorrida.

Para facilitar os resultados das avaliações elaboramos uma tabela que


relaciona a distância com velocidade com VO2MÁX para o Teste de 15 minutos:

Tabela 10 Tabela de relação entre distância percorrida, velocidade média e VO2MÁX para o teste de
15 min.
D istâ n c ia (m ) V e lo c id a d e M é d ia (m /m in ) V o 2 M á x (m l/k g .m in )
1500 100 2 7 ,6 9
1550 1 0 3 ,3 2 8 ,2 6
1600 1 0 6 ,7 2 8 ,8 2
1650 1 1 0 ,0 2 9 ,3 9
1700 1 1 3 ,3 2 9 ,9 6
1750 1 1 6 ,7 3 0 ,5 2
1800 1 2 0 ,0 3 1 ,0 9
1850 1 2 3 ,3 3 1 ,6 6
1900 1 2 6 ,7 3 2 ,2 2
1950 1 3 0 ,0 3 2 ,7 9
2000 1 3 3 ,3 3 3 ,3 6
2050 1 3 6 ,7 3 3 ,9 2
2100 1 4 0 ,0 3 4 ,4 9
2150 1 4 3 ,3 3 5 ,0 6
2200 1 4 6 ,7 3 5 ,6 2
2250 1 5 0 ,0 3 6 ,1 9
2300 1 5 3 ,3 3 6 ,7 6
2350 1 5 6 ,7 3 7 ,3 2
2400 1 6 0 ,0 3 7 ,8 9
2450 1 6 3 ,3 3 8 ,4 6
2500 1 6 6 ,7 3 9 ,0 2
2550 1 7 0 ,0 3 9 ,5 9
2600 1 7 3 ,3 4 0 ,1 6
2650 1 7 6 ,7 4 0 ,7 2
2700 1 8 0 ,0 4 1 ,2 9
2750 1 8 3 ,3 4 1 ,8 6
2800 1 8 6 ,7 4 2 ,4 2
2850 1 9 0 ,0 4 2 ,9 9
2900 1 9 3 ,3 4 3 ,5 6
2950 1 9 6 ,7 4 4 ,1 2
3000 2 0 0 ,0 4 4 ,6 9
3050 2 0 3 ,3 4 5 ,2 6
3100 2 0 6 ,7 4 5 ,8 2
3150 2 1 0 ,0 4 6 ,3 9
3200 2 1 3 ,3 4 6 ,9 6
3250 2 1 6 ,7 4 7 ,5 2
3300 2 2 0 ,0 4 8 ,0 9
3350 2 2 3 ,3 4 8 ,6 6
3400 2 2 6 ,7 4 9 ,2 2
3450 2 3 0 ,0 4 9 ,7 9
3500 2 3 3 ,3 5 0 ,3 6
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6.2 Teste de COOPER (corrida de 12 minutos)

O teste de COOPER é o teste recomendado por DANTAS (1998, 99) &

WEINECK (op.cit, 181) para se obter índices sobre o nível de desempenho em

resistência aeróbica ou seu aumento no decorrer do processo de treinamento,

onde o mesmo pode ser aplicado, sobretudo no início, no meio e no fim de um

treinamento, ou pelo menos uma vez durante um período de competição,

permitindo então avaliar a eficácia de um treinamento. No entanto gostaríamos de

assinalar que o teste de COOPER e o de BALKE de 15 minutos, não levam em

conta fatores como idade, sexo, e peso corporal e que estes protocolos devem ser

aplicados em pessoas que já apresentam um nível de condicionamento

cardiorrespiratório que as permitam correr durante o teste, pode ser aplicado a

homens e mulheres a partir de doze anos de idade.

Características do teste:

• Tipo: Máximo

• Finalidade: medir potência aeróbica em crianças a partir de 12 anos

de idade, adolescentes e adultos.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material Necessário: pista de atletismo ou local plano demarcado

de 50 em 50 metros; 1 cronômetro; números para serem fixados nas


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 62

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camisetas dos avaliados; apito e folha para anotação dos

resultados.

• Objetivo do teste: medir a maior distância percorrida pelo avaliado

durante os 12 minutos do teste.

• Procedimentos:

1) Com antecedência orientar os avaliados quanto: ao vestuário que

deverá ser de calção, camiseta e tênis; ao horário da última refeição

que deverá ter uma precedência de 2 horas com relação a realização

do teste; àqueles que fumam pede-se não fumar pelo menos 2 horas

antes e 2 horas depois do teste ou ainda mais que deixem de fumar

para melhorarem sua potência aeróbica;

2) O teste tem como objetivo fazer o avaliado percorrer a maior

distância possível em 12 minutos sendo permitido o andar durante o

teste;

3) Na medida do possível o ritmo das passadas deverá ser constante

durante todo o teste;

4) O número de avaliados em cada teste poderá ser de 20 ou 30 de

uma única vez, dependendo da prática do avaliador como também

da possibilidade de se ter um auxiliar;

5) O início do teste se fará sob a voz de comando "Atenção! Já!"

acionando-se o cronômetro concomitantemente e o término do teste

se fará com um apito;


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 63

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6) O avaliador e se possível um auxiliar permanecerão na linha de

saída, no caso de se utilizar uma pista de atletismo, e irão anotar

uma a uma, as voltas de cada avaliado;

7) Deve-se avisar aos avaliados o tempo já decorrido de teste, de

preferência de 3 em 3 minutos, para que os avaliados possam dosar

melhor o ritmo de corrida de acordo com suas condições;

8) Não se aconselha permitir aos avaliados que corram o último minuto

do teste em velocidade bem superior do que aquela que já vinha

sendo mantida, pois o teste tem como objetivo avaliar a potência

aeróbica e um "pique" como este levaria os avaliados a se

exercitarem em anaerobiose, o que não vem de encontro ao objetivo

do teste;

9) Orientar os avaliados que terminado o teste estes deverão

permanecer o mais próximo possível do local de chegada, para que

você possa anotar a quantidade de metros percorridos nesta última

volta;

10) Aconselha-se aos indivíduos que terminarem o teste que é

extremamente extenuante, que se deitem por uns 2 ou 3 minutos,

mantendo os membros inferiores uma posição mais elevada do que

o resto do corpo e logo após andem. Queremos ressaltar que o ideal

seria continuar andando após o término do teste, fazendo-se uma

recuperação ativa;
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 64

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11) Após serem computados os metros percorridos por cada avaliado,

utiliza-se a tabela seguinte classificando-os em 5 categorias

diferentes de acordo com a idade e o sexo;

• Precauções:

1) Como em todo teste de esforço máximo o avaliado aqui também

deverá antes de tudo passar por exame médico para verificar se ele

se encontra em condições de realizar um esforço máximo;

2) Com antecedência ir ao local da avaliação e verificar se a metragem

do local está correta;

3) Realizar o teste pela manhã ou a tarde e nunca quando a

temperatura estiver muito alta ou muito baixa, de preferência entre

18 e 25° C.;

4) Recomenda-se que um aquecimento de aproximadamente 5 minutos

seja dado para todos os avaliados contendo exercícios de

alongamento da musculatura dos membros inferiores e superiores,

como também do tronco.

• Validade & Fidedignidade: em seus estudos originais de avaliação,

Cooper observou uma correlação aparentemente forte entre o VO2MAX

do pessoal da Força Aérea e a distância que eles conseguiam corre-

caminhar em 12 minutos. Foi relatado um coeficiente de correlação de r

= 0,90 entre a distância para corrida-caminhada de 12 minutos e o

VO2MAX em 47 homens com grandes variações etárias (17 a 54 anos),

no peso corporal (52 a 123 kg) e no VO2Max (31 a 59 ml/kg.min). Essa


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 65

Leonardo de Arruda Delgado

mesma correlação também foi observada em nove meninas da nona

série. Entretanto, outros investigadores não conseguiram demonstrar

essa íntima correlação entre os escores no “Teste de Cooper” e a

capacidade aeróbica. Por exemplo, um estudo mediu meninas de 11 a

14 anos de idade e relatou uma correlação de r = 0,65. Para um grupo

de 26 atletas do sexo feminino, a correlação entre os escores para

corrida caminhada e VO2MÁX foi de r = 0,70, enquanto para 36 mulheres

universitárias destreinadas observou-se uma correlação semelhante de r

= 0,67.

• Resultado: avalia-se a resistência aeróbica do testado de acordo

com a tabela abaixo:

Tabela 11 Classificação da aptidão cardiorrespiratória teste de 12 min. Cooper


Homens
Nível de Aptidão 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59
Muito Fraco < 2050m < 2000m <1900m <1850m <1700m
Fraco 2100-2200 2050-2150 1950-2100 1900-2000 1750-1900
Razoável 2250-2500 2200-2400 2150-2350 2050-2250 1950-2100
Boa 2550-2800 2450-2600 2400-2500 2300-2450 2150-2350
Excelente >2900m >2800m >2550m >2500m >2400m
Mulheres
Nível de Aptidão 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59
Muito Fraco <1600m <1550m <1500m <1400m <1400
Fraco 1650-1900 1600-1800 1550-1700 1450-1500 1450-1500
Razoável 1950-2050 1850-2000 1750-1900 1550-1800 1550-1700
Boa 2100-2250 2050-2150 1950-2100 1850-1950 1750-1900
Excelente 2300m >2200m >2150m >2000m >1950m

O cálculo do VO2Máx dado em (ml/kg.min) é obtido pela equação:

VO2MÁX = (D – 504,1)/44,79
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 66

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A medida de consumo de oxigênio pode ser calculada pela tabela a


seguir:

Tabela 12 Medidas do VO2Máx de acordo com a Distância Percorrida no Teste de 12 min.


Distância VO2Max Distância VO2Max Distância VO2Max
1400 20,00 2400 42,33 3400 64,66
1450 21,12 2450 43,44 3450 65,77
1500 22,23 2500 44,56 3500 66,89
1550 23,35 2550 45,68 3550 68,00
1600 24,47 2600 46,79 3600 69,12
1650 25,58 2650 47,91 3650 70,24
1700 26,70 2700 49,03 3700 71,35
1750 27,82 2750 50,14 3750 72,47
1800 28,93 2800 51,26 3800 73,59
1850 30,05 2850 52,38 3850 74,70
1900 31,17 2900 53,49 3900 75,82
1950 32,28 2950 54,61 3950 76,93
2000 33,40 3000 55,72 4000 78,05
2050 34,51 3050 56,84 4050 79,17
2100 35,63 3100 57,96 4100 80,28
2150 36,75 3150 59,07 4150 81,40
2200 37,86 3200 60,19 4200 82,52
2250 38,98 3250 61,31 4250 83,63
2300 40,10 3300 62,42 4300 84,75
2350 41,21 3350 63,54 4350 85,87

6.3 Teste de 2400m (ou 1,5 milha)

• Finalidade: identificar o nível de capacidade aeróbia.

• População-alvo: faixa etária entre 13 e 60 anos de idade, para

ambos os sexos.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: pista de atletismo,cronômetro e material de

anotação.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 67

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• Protocolo: segundo a metodologia do teste, consiste em

cronômetrar o tempo gasto pelo avaliado para percorrer a distancia

de 2.400 metros. Com o resultado apurado, identificar na Tabela, em

função do sexo e idade, o nível de capacidade aeróbica do avaliado.

• Resultado: o resultado será expresso em ml/kg.min, sendo

descoberto por meio da utilização da fórmula abaixo descrita.

• Validade: não reportada.

• Fidedignidade: não reportada.

• Precauções: normalmente os indivíduos que se submetem a este

teste devem estar familiarizados com a prática da atividade física de

uma forma regular. Em relação a população de atletas, é

perfeitamente adequado, principalmente para modalidades de jogos

com bola.

• Resultado: a analise do teste é apresentada na Indicativa do Nível

de Capacidade Aeróbica é apresentada na tabela á seguir:

Tabela 13 Avaliação da aptidão cardiorrespiratória no teste de 2.400m.


Homens
Nível de Aptidão 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59
Muito Fraco >15:31 >16:01 >16:31 >17:31 >19:01
Fraco 12:11-15:30 14:01-16:00 14:44-16:30 15:36-17:30 17:01-19:00
Razoável 10:49-12:10 12:01-14:00 12:31-14:45 13:01-15:35 14:31-17:00
Boa 9:41-10:48 10:46-12:00 11:01-12:30 11:31-13:00 12:31-14:30
Muito Bom 8:37-9:40 9:45-10:45 11:01-12:30 11:31-13:00 12:31-14:30
Excelente 8:37-9:40 9:45-10:45 10:00-11:00 10:30-11:30 11:00-12:30
Mulheres
Nível de Aptidão 13-19 20-29 30-39 40-49 50-59
Muito Fraco >18:31 >19:01 >19:31 >20:01 >20:31
Fraco 16:55-18:30 18:31-19:00 19:01-19:30 19:31-20:00 20:01-20:30
Razoável 14:31-16:54 15:55-18:30 16:31-19:00 17:31-19:30 19:01-20:30
Boa 12:00-10:16 13:31-15:54 14:31-16:30 15:56-17:30 16:31-19:00
Muito Bom 11:50-12:29 12:30-13:30 13:00-14:30 13:45-15:55 14:30-16:30
Excelente <11:50 <12:30 <13:00 <13:45 <14:30
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 68

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6.4 Teste de corrida de 8 min. para crianças

De modo semelhante ao teste de COOPER, a capacidade de

desempenho em resistência é avaliada pelo percurso percorrido em 8 minutos.

Como crianças podem mudar mais rapidamente do que adultos para o

metabolismo aeróbico e um menor tempo de corrida implica menor monotonia e

menos esforço, DORDEL/BERNOTEIT (1981) desenvolveram o teste de 8 minutos

para crianças.

• Finalidade: mensurar a condição aeróbica.

• População-alvo: a partir da faixa etária de 8 a 9 anos, para ambos

os sexos.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: área marcada e cronômetro, pista de corrida

ou quadra.

• Protocolo: os alunos ficam na posição inicial em pé. Ao sinal

“Pronto”! “Vão”!, os alunos começam a correr. A corrida pode ser

intercalada com o andar. Sugere-se que cada anotador controle no

mínimo 1 (um) e no máximo 3 (três) alunos. Quando faltar 1 minuto

dá-se aviso. Ao final dos 8 minutos será dado um sinal através de

um apito. Nesse instante cada aluno deverá para no local em que


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 69

Leonardo de Arruda Delgado

estiver e aguardar a chegada do anotador. Este, por sua vez,

marcará a distância percorrida com precisão de 10 m.

• Validade: não reportada.

• Fidedignidade: não reportada.

• Precauções: é permitido andar, mas o objetivo é percorrer a maior

distância possível. É permitida apenas uma tentativa.

• Resultado: os valores para avaliação da capacidade de

desempenho em resistência a partir de 8 minutos de corrida

segundo Dorsel/Bernoteit (1981):

Tabela 14 Tabela de valores para o teste de 8 minutos

Avaliação do Meninas Meninos VO2Máx


Desempenho (ml/kg.min)
8 Anos 9 Anos 8 Anos 9 Anos
Excelente >1750m >1800m >1800m >1850m >50,0
Bom 1550-1740 1600-1790 1600-1790 1650-1840 45,0-49,9
Satisfatório 1350-1540 1400-1590 1400-1590 1450-1640 40,0-44,9
Fraco 1150-1340 1200-1390 1200-1390 1250-1440 35,0-39,9
Muito Fraco <1150m <1200m <1200m <1250m 35,0

6.5 Teste de corrida de 1000 metros (MATSUDO, 1983)

• Objetivo: medir potência aeróbica máxima em crianças de 8 a 13

anos de idade.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: avaliado trajando short, camiseta e tênis; local

plano demarcado (pista de atletismo); 1 cronômetro; números para


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 70

Leonardo de Arruda Delgado

serem fixados nas camisetas; dois avaliadores para um grupo de no

máximo 6 avaliados por vez; folha para anotação.

• Procedimentos: saindo da posição em pé sob a voz de comando

"Atenção, já!" os avaliados deverão percorrer os 1000 metros no

menor tempo possível, não sendo permitido andar durante o teste. O

ritmo deverá ser constante. O valor do consumo máximo de oxigênio

é calculado através da seguinte fórmula:

X = (652,17 - Y) / 6,762

Onde:
X = consumo máximo de oxigênio em ml/kg.min -1
Y = tempo de corrida, em segundos, nos 1000 metros e 652,17 e 6,762 são constantes.

• Precauções:

1) Realizar o teste pela manhã ou a tarde e nunca quando a

temperatura estiver muito alta ou muito baixa;

2) Orientar com antecedência os avaliados quanto ao horário da última

refeição;

3) Orientar quanto ao calcado a ser usado (evitar o tênis “novinho”);

4) Orientar sobre o ritmo a ser mantido durante o teste;

5) Incentivar os mais jovens durante o teste, pois se distraem

facilmente;

6) Verificar com antecedência o cronômetro;

7) Sugerir exercícios de alongamento antes e depois do teste.

• Validade: não reportada


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 71

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• Fidedignidade: não reportada

• Precauções: atentar para aplicação correta da fórmula.

• Resultado: os resultados do Teste de 1.000m de MATSUDO, podem

ser correlacionados com o consumo de oxigênio, utilizando a tabela

abaixo:

Tabela 15 Critérios de Avaliação para o Teste de 1000m. Fonte: Physical Teste 1998
Meninos//Meninas
Avaliação do Desempenho VO2Máx (ml/kg.min)
8 a 11 Anos
Excelente <5:27 48,9
Bom 5:28-6:35 47,94-38,0
Médio 6:36-7:29 37,88-30,5
Regular 7:30-8:16 29,9-23,1
Fraco >8:17 <22,95

6.6 Teste de caminhada de uma milha (1609m)

Com o interesse na “caminhada para aptidão física” alcançando o

auge nos anos 80, foi elaborado pelo ROCKPORT INTITUTE (1987) apud

MARDLE (op.cit) um teste com caminhada para predizer o VO2MÁX.

Este teste faz parte de um Programa de Treinamento da Caminhada.

Ao se submeter ao teste coletará dados que serão usados para a obtenção de

uma progressão de treinamento e também para dizer seu grau de

condicionamento (VO² máx.).

Características do testes:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 72

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• Tipo: submáximo.

• Finalidade: mensuração da capacidade aeróbica de indivíduos com

idades entre trinta e sessenta e nove anos, que não conseguem realizar

um teste de corrida.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: cronômetro, pista de atletismo, frequencimentro,

ou estetoscópio e material para anotação.

• Protocolo: o teste consiste em caminhar, à máxima velocidade, uma

distância de mil e seiscentos e nove metros (1 Milha) em pista de

atletismo, ou local plano. Entre os parâmetros a serem analisados

temos:

- Peso corporal expresso em libras (PC): este valor pode ser obtido

pela determinação do peso total e multiplicado pelo fator de conversão

2,2046.

- Idade (I): a idade é dada em anos.

- Sexo: atribui-se o valor de 0 para mulheres e 1 para homens.

- Tempo (T1): é o tempo gasto para a caminhada de uma milha (1609m),

enunciado em minutos e centésimos de minutos.

- Freqüência cardíaca (FC1-4): freqüência cardíaca expressa em

batimentos por minuto, aferida nos últimos 400m ou após 5 segundos

do término.O cálculo do VO2Máx dado em (ml/kg.min) é obtido equação:

VO2MAX = 132,853 - (0,0769 x PC) - (0,3877 x I) + (6,315 x SEXO) - (3,2649 x T1) - (0,165 x FC1-4)
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 73

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• Validade: para essa equação, a correlação múltipla era R=0,92 e o

erro padrão ao predizer o VO2Máx do indivíduo era de +/-0,335 l/min

(4,4 ml/kg.min).
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 74

Leonardo de Arruda Delgado

7 TESTES ERGOMÉTRICOS

De acordo com ARAÚJO (1984, p.4) o teste de esforço pode ser feito

de inúmeras maneiras, onde os ergômetros apresentam-se como instrumentos

utilizados para medir trabalho, realizados durante o teste de esforço.

O autor ainda esclarece que o termo ergometria não é sinônimo de

teste de esforço, onde o termo Ergometria refere-se a medida de trabalho, sem

qualquer outra implicação, ao contrário do termo esforço, que significa em linhas

gerais a realização de um esforço sob condições controladas.

7.1 Protocolos de banco ou testes de degraus

O banco é o mais primitivo dos ergômetros, ele pode ser de um ou mais

degraus, os quais medem entre 30 e 50 cm, na grande maioria dos estudos. O

banco independe de luz elétrica ou qualquer outra fonte energética, é de

baixíssimo custo e na grande maioria das vezes portátil. O banco é normalmente

usado em consultórios particulares, ou em grandes estudos populacionais. Ele

deve ser feito de material rígido, normalmente madeira, e sua superfície deverão

ser de material antiderrapante; os degraus deverão possuir largura suficiente para

permitir que o testado coloque os dois pés por completo e confortavelmente sobre

o degrau.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 75

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Figura 7 Banco de Balke para crianças de 5 a 11 anos. Fonte: CD-ROM, Testes em Ciências do
Esporte.

O metrônomo é um complemento indispensável ao teste de esforço

feito em banco, de modo a assegurar um ritmo constante de subida e descida dos

degraus. Este ritmo é de 4 a 6 tempos no banco de um e dois degraus

respectivamente. Algumas vezes, preferem-se o uso da música ou sons pré-

gravados com o ritmo recomendado, sendo esta prática mais recomendada em

crianças e em estudos populacionais.

Sobre a utilização do metrônomo para realização dos testes de banco,

FARINATTI (op.cit., 267) diz que, o indivíduo a ser testado deve ser orientado para

realizar o trabalho de subida e descida do banco respeitando a seguinte cadência.

Suponhamos que o avaliado escolha começar o teste com a perna direita:


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 76

Leonardo de Arruda Delgado

- 1° toque do metrônomo: sobre o pé direito

- 2° toque do metrônomo: sobe o pé esquerdo

- 3° toque do metrônomo: desce o pé direito

- 4° toque do metrônomo: desce o pé esquerdo.

Cada quatro toques equivalem a um trabalho completo de subida e

descida. Embora exista ainda uma certa controvérsia entre os principais autores, a

altura do degrau não parece influenciar, dentro de certos limites, a performance

final no teste de esforço em banco.

Dentre os principais protocolos de bancos podemos citar:

- Protocolo de Nagle et al (apud ARAÚJO, 1984, 74)

- Protocolo do Queens College (apud MCARDLE, 1992, 145)

- Protocolo de Balke (apud Araújo, 1984, 75).

- Protocolo de Astrand (apud SANTOS, 1994, 79 & MATSUDO 2000)

7.1.1 Protocolo de NAGLE et al

• Tipo: máximo, com cargas variadas.

• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.

• População-alvo: o teste de banco de Nagle, segundo MARINS (1998,

133), pode ser aplicado desde crianças com 6 anos até idosos com 70
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 77

Leonardo de Arruda Delgado

anos. É também o mais adequado para pessoas obesas, cardíacos, em

períodos de recuperação pós-cirúrgicos, e mulheres em período pós-

gestacional. Por sua facilidade na altura dos primeiros degraus,

corresponde um excelente instrumento para ser utilizado em escola.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: bancos progredindo da seguinte forma: 4, 8, 12,

16, 20, 24, 28, 32, 36, 40, 44, 48 e 52 cm e um metrônomo regulado em

98 toques.

• Protocolo: a metodologia de aplicação deste teste inclui os seguintes

aspectos:

1) A velocidade de movimento (subida e descida) deverá corresponder ao

ritmo de 30 passadas por minuto, o que equivale a 120 toques por minuto

no metrônomo;

2) A escolha da altura do banco no qual se iniciará o teste dependerá do

exame médio prévio, do grau de atividade física do avaliado, da idade e do

sexo;

3) O tempo de duração de cada estágio corresponde a 2 minutos, onde após o

término deste período haverá um aumento da altura do banco em 4 cm,

considerando-se como carga final à última carga completada;

4) Indicações para a altura inicial do banco: jovens sadios 28 cm rapazes e

24cm moças, adultos sedentários 12 cm homens e 8cm mulheres, sujeitos

de alto risco 4 cm tanto para homens quanto para mulheres;


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 78

Leonardo de Arruda Delgado

5) Após o término do teste, é possível calcular o VO2MAX a partir da seguinte

fórmula:

VO2MAX(ml/kg,min) = (0,875 x ALTURA DO BANCO em cm) + 7,0

7.1.2 Protocolo do QUEENS COLLEGE

• Tipo: submáximo.

• Finalidade: mensurar a capacidade aeróbica do indivíduo.

• População-alvo: universitários

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: utiliza degraus simples com altura de 40,6 cm.

• Protocolo: o teste foi elaborado utilizando as arquibancadas do

ginásio, para que pudessem ser testados ao mesmo tempo grandes

números de estudantes, tem duração de 3 minutos, onde cada ciclo de

subida e descida era realizado com uma cadência de quatro degraus,

“subir-subir-descer-descer”. As mulheres realizavam 22 subidas e

descidas completas por minuto, que eram reguladas por um metrônomo

para 88 batimentos por minuto. Como o homem médio tendia a ser mais

apto para o exercício da subida de degraus, a cadência era regulada

para 24 passos por minuto ou 96 batimentos por minuto no metrônomo.

O teste do degrau era iniciado após uma breve demonstração e um

período prático.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 79

Leonardo de Arruda Delgado

• Resultado: ao término da subida, os estudantes permaneciam de pé e

a freqüência cardíaca era medida em 15 segundos, dos cinco aos 20

segundos da recuperação. O Valor obtido é multiplicado por quatro para

obtermos o valor por minuto e o VO2MAX é dado por:

Homens VO2MAX = 111,33 - (0,42 x FC)


Mulheres VO2MAX = 65,81 – (0,1847 x FC)

7.1.3 Teste de banco de BALKE

• Objetivo: medir potência aeróbica em crianças de 5 a 11 anos de

idade.

• Material: 1 conjunto de bancos de madeira com alturas sucessivas

de 4,5 cm num total de 12 bancos (ver figura) com uma plataforma

de 60 x 45 cm; 1 estetoscópio de canículo longo; 1 fita para fixar o

receptor ressoador do estetoscópio na região precordial do avaliado;

1 metrônomo (aparelho para marcar o compasso de música); 1

cronômetro; 1 folha de anotação.

• População-alvo: este teste apresenta uma característica

interessante, devido à sua carga múltipla, permite que um grande

número de pessoas possam ser avaliados por está técnica, desde de

crianças em torno de 10 anos até idosos na faixa etária dos 60 anos,

desde que possuam bom condicionamento físico.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 80

Leonardo de Arruda Delgado

• Procedimentos: partindo-se do 1o. banquinho, o avaliado deverá

subir e descer do banco, seguindo um ritmo de 33 passadas por

minuto, sendo que uma passada corresponde aos seguintes quatro

movimentos:

1) o avaliado estando em pé, com os pés paralelos, em frente ao

banco, sobe com um dos pés;

2) subir com o outro pé no banco;

3) descer com o primeiro pé;

4) descer com o outro pé.

5) Fixando-se o ritmo do metrônomo em 132 batidas/minuto (33

x 4), o avaliado deverá treinar por um período de 3 minutos no

1o. banquinho, para que se adapte bem ao teste e ao ritmo

das passadas a serem realizadas. A seguir, um período de

repouso de 2 minutos será dado antes do início propriamente

do teste. Fixar então o estetoscópio.

6) Iniciado o teste, o avaliado deverá permanecer em cada

banco por 2 minutos. A freqüência cardíaca deverá ser

medida nos 15 segundos finais do 2o. minuto de cada banco.

A seguir devemos puxar o próximo banco, troca essa que

deve ser feita sem nenhuma interrupção do teste, quando o

avaliado estiver com os dois pés no solo.

• Resultado: dar-se-á o teste como terminado quando a freqüência

cardíaca do avaliado atingir 160 bpm (batimentos por minuto) ou


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 81

Leonardo de Arruda Delgado

quando a FC do avaliado atingir 85 a 80% da freqüência cardíaca

máxima prevista [FCM = 205 – (0,42 x idade)]. Com o final da

realização do teste aplica-se a seguinte fórmula para o cálculo do

VO2MAX:

VO2MAX = (H . N. 1,33. 1,78) + 10,5


Onde:
H = Altura do último banco completo em metros;
N = Número de descidas e subidas por minutos;
1,33 = Trabalho positivo (ascendente) e mais 1/3 para o trabalho negativo (descida);
1,78 = ml de O2 necessário para 1 kg,m de Trabalho
10,5 = Trabalho horizontal adicionado ao movimento vertical.

Recomenda-se que durante o teste seja trocado o pé que inicia a

subida no banco. O consumo de oxigênio é calculado pelo valor estabelecido para

o banco em que a freqüência cardíaca atingiu 160 bpm (ver esquema). Se algum

caso ocorrer em que a criança consiga atingir o 12º banco e sua freqüência

cardíaca não tenha atingido 160 bpm apesar de ter aumentado gradativamente

com o esforço, para dar continuidade ao teste basta sobrepor o primeiro banco ao

12o. e assim sucessivamente. A interrupção do teste se dá geralmente por fadiga

das pernas e incoordenação.

• Precauções:

- Realizar o teste de preferência em local coberto, tranqüilo e

com uma temperatura variando entre 18 e 25 graus Celsius.

- Avaliador deverá treinar com antecedência a mudança dos

bancos, para não "derrubar" o avaliado durante o teste;


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 82

Leonardo de Arruda Delgado

- Treinar a ausculta da freqüência cardíaca ao som do

metrônomo para não confundir a contagem durante o teste;

7.1.4 Teste de banco de ASTRAND

• Objetivo: avaliar potência aeróbica em jovens e adultos até 35 anos

de idade.

• Material: 1 banco de madeira com plataforma de 45 x 45 cm e com

a seguinte altura, segundo os avaliados: banco de 40 cm de altura,

para jovens de sexo masculino - banco de 33 cm de altura, para

jovens de sexo feminino - banco de 27 cm de altura para adultos de

40 a 70 anos (altura esta que não consta do nomograma); 1

estetoscópio de canículo longo; 1 cronômetro; 1 fita para fixar o

estetoscópio; 1 balança para medida de peso corporal; 1

metrônomo; 1 folha de protocolo; 1 Nomograma de Astrand.

• Procedimentos: seguindo um ritmo de 22,5 passadas por minuto o

avaliado deverá subir e descer do banco por um período de 5

minutos (90 batidas do metrônomo por minuto). A freqüência

cardíaca deverá ser medida nos 15 segundos finais de cada um dos

5 minutos. Terminado o teste, usando o nomograma de Astrand

(anexo), unimos o peso corporal do indivíduo (linha C) e a

freqüência cardíaca do último minuto (linha A) por uma reta que,

cruzando a linha b, determina em algum ponto dessa Iinha o valor

do consumo de oxigênio em l/min. Por exemplo: uma mulher


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 83

Leonardo de Arruda Delgado

terminou o teste com a freqüência cardíaca de 156 bpm, sendo seu

peso corporal de 61 kg seu consumo de oxigênio será de 2,4 l(min)-

1.

• Precauções:

1) como no teste de Banco de Balke devemos fixar o estetoscópio no tórax do

indivíduo para facilitar a ausculta como também não atrapalhar o avaliado no ritmo

de subida e descida do banco, quando da medida da freqüência cardíaca;

2) observar se o ritmo está sendo seguido;

3) treinar a ausculta cardíaca ao som do metrônomo;

4) orientar quanto ao horário da última alimentação.

7.2 Protocolos de bicicleta ergométrica

A utilização da cicloergometria, como forma de avaliação da capacidade

aeróbica, é amplamente difundida em todo mundo, principalmente na Europa. A

ciclo-ergometria para a determinação do VO2Max é geralmente realizada em ciclo-

ergômetro que tanto podem ser freados mecanicamente quanto eletronicamente e

que são calibrados a incrementos de 100 a 1500 kpm/min (17 a 25 watts).

Existem vários protocolos utilizando este ergômetro, a maioria em

múltiplos estágios com fase de 1 a 3 minutos, com a resistência inicial para perna

sendo regulada em 100 ou 150 até 300 kpm/min. Alguns autores utilizam bicicletas

mecânicas, outras bicicletas eletrônicas, uns executam testes submáximos e


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 84

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outros máximos, uns cargas submáximas de longa duração (> 4 minutos) e outros

cargas a cada 2 a 3 minutos; dentre os mais conhecidos e utilizados entre a

comunidade científica destacam-se as Técnicas de2:

- Protocolo de Astrand (máximo e submáximo)

- Protocolo de Fox

- Protocolo de Balke

- Protocolo de Rocha

- Protocolo de Von Dobeln

- Protocolo de Jones

- Protocolo da A.C.S.M.

- Protocolo de Bruce

De acordo com LEITE (1993,p.121) os principais protocolos utilizados

em crianças e adolescentes, em todo o mundo, são:

- Protocolo de Adams;

- Protocolo de Alpert-Durant-Dover;

- Protocolo de James e;

- Protocolo de Goldberg.

2
MARINS, 1998, 135.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 85

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Como procedimento metodológico geral, é sempre aconselhável, a

execução de um aquecimento prévio antes da realização do protocolo, seja ele

qual for. Basicamente podemos dividir a avaliação da resistência aeróbica

utilizando o cicloergômetro em protocolos com intensidade máxima e submáxima.

Um outro aspecto importante a ser lembrado, no uso de um ciclo-

ergômetro, diz respeito ao ajuste adequado da altura do assento. Este deve ser

ajustado de tal forma que permita uma discreta flexão do joelho, quando o pé

estiver sobre o pedal na sua posição mais baixa.

Em comparação à esteira rolante, observam-se algumas vantagens

relacionadas ao uso. Em primeiro lugar, trata-se de um equipamento mais portátil.

Além disso, é mais silencioso e se acompanha de um menor movimento da porção

superior do tronco, permite que a PA seja aferida com mais facilidade. Isto é

particularmente válido em níveis mais intensos de esforço. Na tomada da PA de

avaliados em ciclo-ergômetros, é importante fazer com que ele relaxem o braço e

a pressão manual sobre o guidão do lado em que a medida esteja sendo tomada.

Finalmente, em alguns casos, os registros eletrocardiográficos em ciclo-

ergômetros apresentam menor interferência muscular.

A principal desvantagem do teste ergométrico, em relação às

avaliações realizadas em esteiras rolantes, se relaciona ao fato de que a maioria

das pessoas não anda comumente de bicicleta e, por isso, seus valores máximos
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 86

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de FC e VO2Máx são freqüentemente subestimados. Valores mais baixos são

encontrados no ciclo-ergômetro, podendo variar entre 5 e 25%, dependendo do

condicionamento físico do participante e da força de suas pernas. Valores mais

baixos na medida da capacidade funcional resultam em limitações óbvias na

avaliação e na prescrição dos exercícios. Assim, a maioria dos responsáveis pela

aplicação dos testes prefere usar a esteira rolante. Os indivíduos treinados em

ciclismo ou em ciclo-ergômetria freqüentemente são capazes de oferecer valores

fisiológicos máximos elevados em ambos os tipos de testes.

7.2.1 Protocolo de ASTRAND sub-máximo

ATRAND desenvolveu dois protocolos de avaliação da capacidade

aeróbica em cicloergômetro um submáximo e outro máximo. Iremos falar de cada

um em separado para a melhor compreensão do leitor.

Este protocolo submáximo, é o mais popular na avaliação funcional de

não atletas. Ele pode ser aplicado tanto para sedentários, quanto para indivíduos

bem condicionado.

As características do teste são as seguintes:

• Tipo: submáximo.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 87

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• Finalidade: medir a condição aeróbia sub-máxima.

• População-alvo: crianças a partir de 11 anos de idade,

adolescentes, homens e mulheres adultos sedentários, ou com

pouca atividade física.

• Porção corporal envolvida: membros inferiores.

• Material necessário: 1 bicicleta ergométrica (mecânica ou

eletromagnética); 1 estetoscópio; 1 estigmomanômetro; 1 balança

para medida de peso corporal; 1cronômetro; 1 folha para anotação;

1 escala de Borg - Percepção Subjetiva de Esforço.

• Providências previas: realizar previamente a aferição da FC e PA

de repouso, regular a altura do selin.

• Protocolo: a metodologia empregada diz que o teste será realizado

em 10 minutos, desse total, o avaliado pedalará em uma carga

inicial (carga 1) durante 5 minutos e mais 5 minutos na carga 2, com

um ritmo de 60 rotações por minuto (rpm) na bicicleta

eletromagnética e a 50 rpm na bicicleta mecânica. A escolha de uma

carga inicial de trabalho que varia de acordo com o sexo, tipo de

ergômetro e nível de aptidão física. Veja na tabela abaixo as cargas

de acordo com o sexo, faixa etária e nível de aptidão física.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 88

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Tabela 16 Determinação das cargas inicial e final do teste de Astrand, de acordo com tipo de ciclo
ergômetro, sexo e nível de aptidão física.
Crianças e
Cargas Ergômetro Mulheres Homens Atletas
Sedentários
Eletromagnético 25 Watts 50 Watts 100 Watts 150 Watts
Carga 1
Mecânico 0,5 kg 0,5 kg 1 kg 1 kg
2-2,5
Eletromagnético 1 Watts/ kg 2 Watts/kg 3 Watts/kg
Watts/kg
Carga 2
3% do seu
Mecânico - 4% do se Peso
Peso

Com a seleção da carga o avaliado deverá pedalar durante 5 minutos;

registra-se a FC do quarto e quinto minutos, e se anotem o valor médio. Se o valor

for inferior a 120 batimentos, deve-se aplicar a carga dois e submetê-lo a mais 5

minutos de teste. Espera-se que na carga 2 a freqüência cardíaca se estabilize

(steady-state) entre o terceiro e quarto minuto, com valores entre 140 e 170 e,

preferencialmente, acima de 140 para jovens.

• Procedimentos para execução do teste:

1) O avaliado deverá estar em condições metabólicas padronizadas (relaxado,

sem usar medicamentos ou drogas; sem fome ou ter feito uma refeição nas

últimas 2 horas).

2) Regular a altura do selim até que um dos joelhos esteja totalmente estendido e

o pé apoiado sobre o pedal.

3) O avaliado deverá manter uma velocidade de 50 rpm ou 18 km/h (11,2 mph).

Para certificar-se da precisão da velocidade, use um metrônomo ajustado em 100

BPM.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 89

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4) Ajuste a carga para 25 à 50 watts (0.5 à 1.0 kp na bicicleta Monark) para

mulheres sedentárias ou mal condicionadas e de 50 à 75 watts (1.0 à 1.5 kp na

bicicleta Monark) para homens sedentários ou mal condicionados.

5) Oriente o avaliado para começar (de 1 à 2 min.) a pedalar e tentar encontrar a

velocidade indicada. Ao encontrá-la, aumente a carga até o nível indicado para as

necessidades do avaliado, e dispare o cronômetro.

6) Se medir manualmente a freqüência cardíaca, conte os batimentos durante 15

seg. a partir de 0:45 seg. de iniciado o teste, e multiplique por 4. Repita esta

operação a cada minuto até o último(sexto) do teste. O ideal é utilizar para coleta

de freqüência cardíaca, um monitor de freqüência da marca Polar.

7) Antes (5 seg.) finais de cada minuto, até o final do teste.

8) A F.C. ideal para a prescrição do V02máx deverá estar entre 120 e 170 bpm.

9) Ao monitorar a freqüência cardíaca no 4:45 e no 5:45min, não deverá existir

uma diferença de 5 batimentos entre as duas medidas, caso isto aconteça, o teste

deve continuar por mais 1 minuto, até não produzir esta diferença nas duas

últimas medidas.

10) Durante o teste, observar se a carga não sofre alteração. Se ocorrer, regule-a

imediatamente. Meça a pressão arterial no terceiro minuto e interrompa o teste se

a diastólica estiver acima de 100 mm Hg ou mais de 15 mm Hg acima do repouso.

Observação: Não esqueça de optar pelo tipo de bicicleta que irá realizar o teste.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 90

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• Resultado: pode-se calcular o resultado de duas formas, uma é

utilizando as equações propostas Astrand e a outra é utilizar o

Monograma.

A determinação do VO2MAX utilizando as equações proposta por Astrand

deve seguir a seguinte metodologia:

1) Caso o indivíduo tenha uma idade inferior a 35 anos, utiliza-se as equações

abaixo:

Homens VO2MAX = VO2 de carga x [(195-61)/(FC-61)]


Mulheres VO2MAX = VO2 de carga x [(198-72)/(FC-72)]

Onde: o resultado é expresso em l/min e VO2 de carga é o consumo de oxigênio


necessário para pedalar em uma dada carga, podendo ser obtido pela equação
descrita a seguir:
VO2 de carga = 0,014 x carga (em Watts) + 0,129

De acordo com GOMES (op.cit, 61) para efetuar a conversão de VO2 de

litros para mililitros, deve-se multiplicar o resultado encontrado em litros por 1.000

(mililitros) e, em seguida, dividir o resultado encontrado pelo peso corporal.

2) Caso o indivíduo tenha uma idade superior a 35 anos, é necessária a aplicação

de um fator de correção. Para um maior detalhamento do fator de correção em

relação à idade, ASTRAND desenvolveu a seguinte equação:

F = 1,212 – 0,009 x Idade


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 91

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E MONTEIRO (2001, p.92), apresenta um fator de correção a partir da

freqüência cardíaca máxima (F = 0,008 x FCM – 0,589), veja na tabela abixo os

valores de regressão do fator de Correção refernte a Idade de Atrand, Karvonen -

1957, Sheffield – 1965, Jones - 1975.

Tabela 17 Fator de correção da Idade de Astrand


F de Sheffield F de Jones
Idade F de Astrand F de Karvone
Destreinado Treinado Mulheres Homens
35 0,90 0,89 0,94 0,88 0,91 0,91
40 0,85 0,85 0,92 0,86 0,89 0,88
45 0,81 0,81 0,90 0,85 0,87 0,86
50 0,76 0,77 0,89 0,83 0,85 0,83
55 0,72 0,73 0,87 0,81 0,83 0,81
60 0,67 0,69 0,78 0,80 0,81 0,78
65 0,627 0,651 0,75 0,78 0,79 0,75
70 0,582 0,611 0,73 0,77 0,77 0,73

Então o VO2Máx predito seria igual a:

VO2Max = VO2Máx calculado x fator de correção

3) Caso duas, ou mais cargas sejam utilizadas, deve-se calcular o VO2MAX para as

cargas, obtendo-se a média aritmética simples entre os resultados, sendo então

considerado o resultado encontrado como o VO2MAX ;

7.2.2 Protocolo de ASTRAND máximo

Segue os mesmos procedimentos teste submáximo, porém com

algumas modificações:
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 92

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1) O tempo entre os estágios tem uma duração de 3 minutos;

2) A aplicação de carga no primeiro estágio deverá ser de 10, 25 e 50 Watts

para cardiopatias, mulheres e homens respectivamente, onde o mesmo é

levando até a fadiga.

Para o cálculo do VO2MAX, utilizado a técnica de Astrand é necessário o

emprego da seguinte fórmula:

VO2MAX = (12 x cargas CM) + (Peso x 3,5)

Onde:
CM = carga máxima obtida em Watts no último estágio
P = peso corporal do avaliado.

7.2.3 Protocolo de FOX

Está técnica, submáxima, apresenta como característica principal a

aplicação de uma carga (150 Watts) durante todo o decorrer do teste. O tempo de

duração máximo previsto está limitado em 5 minutos. Um ponto importante que

deve ser levado em consideração nesta técnica está na população específica de

apenas indivíduos do sexo masculino, baseia-se na relação linear entre freqüência

cardíaca e consumo de oxigênio, podendo ser utilizado o fator de correção da

idade previsto por Astrand.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 93

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Para o cálculo do VO2MAX que vem expresso em l/min, deve-se obter a

FC no quinto minuto na carga de 150 Watts. Com o resultado obtido, basta utilizar

a seguinte fórmula:

VO2MAX = 6,3-0,0193 x FCW


Onde:
FCW = FC submaxima obtida no 5° minuto na carga de 150 Watts.

7.2.4 Protocolo de BALKE

É um protocolo máximo, onde são empregados estágios múltiplos

iniciando de zero Watt e aumentando a carga em estágios de 2 minutos com

magnitude de 25 Watts caso o indivíduo não seja atleta e 50 Watts caso seja

atleta ou bem condicionado. Entre os procedimentos para a determinação do

VO2Max utilizando a fórmula de Balke é necessário à verificação do peso corporal

do avaliado antes da realização do teste, bem como da última carga completa pelo

indivíduo em Watts. Com estes dados aplica-se a seguinte fórmula:

VO2MAX = [200 + (12 x W)]/P


Onde:
W = carga em Watts em que se interrompeu o teste
P = peso corporal
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 94

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7.2.5 Protocolo de ROCHA

É um protocolo do tipo máximo, onde a metodologia segue o mesmo

tipo preconizado no protocolo de Balke. O resultado é expresso em l/min. Sua

formula leva em consideração a massa muscular magra (MCM) e a FCM prevista

para a idade (fórmula de Sheffield) e a FCM atingida no teste FCW.

Fórmula:

VO2MAX = (4,7 x MCM) + (14,3 W) + 20(FCM – FCW)

Onde:
MCM = massa corporal magra
W = carga máxima atingida
FCM = freqüência cardíaca máxima prevista para idade equação de Sheffield
FCW = freqüência cardíaca máxima atingida na carga máxima.

7.2.6 Protocolo de VON DOBELN

Este método emprega uma equação que inclui como variável a idade do

indivíduo, dispensando o fator de correção necessário nos métodos antes citado.

É um protocolo submáximo, que aplica 1 ou 2 cargas de 5 minutos de de duração

cada uma, registrando-se a freqüência cardíaca no 5° minuto. A freqüência

cardíaca deverá estar contida no intervalo de 120 a 170 bpm.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 95

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Calcula-se o VO2MAX por:

VO2MAX = e 0,00884 x Idade x 1,29 (6C/FC-60)1/2


Onde:
C = a carga em Watts
FC = freqüência cardíaca no 5° minuto em bpm
I = idade do indivíduo em anos
E = número de Euler que é igual a 2,71828, que é a base do logaritmo neuperiano.

7.2.7 Protocolo de JONES

Este método distingue-se dos outros pelo seu tipo e protocolo, além de

não requerer o uso da freqüência cardíaca, o que o torna utilizável por indivíduos

com marcapassos fixos, doença do nódulo sinusal e em uso de beta-

bloqueadores.

É um protocolo máximo, com aumentos sucessivos a cada minuto de

100 kpm/min (16,67 Watts), a partir da carga zero. Encerra-se o teste na fadiga ou

por razões médicas.

Registra-se a última carga completada. O cálculo do VO2MAX (l/min)e:

VO2MAX = 2xC + VO2 BASAL


Onde:
C = carga medida em kpm/min
VO2 basal = em ml/min, estimando-se como 3,5 x peso corporal em kg, ou MET.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 96

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7.2.8 Protocolo do Colégio Americano de Medicina Esportiva

Segue os mesmos procedimentos dos testes anteriores, porém propõe

duas fórmulas diferentes em função do tipo de bicicleta.

Bicicleta mecânica:

VO2MAX (ml/kg.min)= (kpmx2 + 300)/Peso corporal (kg)

Bicicleta eletromagnética

VO2MAX (ml/kg.min)= (Watts x12 + 300)/ Peso corporal (kg)

7.2.9 Protocolo de BRUCE

Este é mais um protocolo Maximo, onde os pontos de destaque desta

técnica são o tempo entre as estações, que deverá ser de 3 minutos e o resultado

final expresso em l/min.

Fórmula:
VO2MAX = 0,129 + 0,014 x W + 0,075
Onde: W = carga máxima onde encerrou o teste em Watts
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7.3 Protocolos de Esteira

Os protocolos utilizando esteira rolante apresentam como principal

vantagem à familiarização do gesto motor, impondo uma dificuldade a menos ao

avaliado. Como principal característica dos protocolos desenvolvidos para esteira,

estão presentes como forma de sobrecarga, o grau de inclinação, a velocidade e o

tempo do estágio, de forma isolada ou combinada. A velocidade é normalmente

apresentada em milhas por hora ou quilômetros por hora, dependendo da

procedência.

Os protocolos de esteira são muito aplicados, porque estabelecem o

ritmo apropriado para o sujeito; ao passo que no step em um banco e no ciclo

ergômetro, o sujeito pode ir muito lento ou muito rápido. Os testes de esteira

podem acomodar do menos ao mais condicionado e utilizam atividades naturais

de caminhada e corrida, com os testes de corrida colocando a maior a maior carga

potencial sobre o sistema cardiovascular. As esteiras, contudo, são caras, não-

portáteis e tornam algumas medidas (PA e amostra de sangue) difíceis. O tipo de

teste de esteira influencia o VO2Máx medido, com o teste de corridas progressivas

fornecendo os valores mais altos, seguidos por um teste de corrida a 0% de

inclinação, e os testes de caminhada o valor mais baixo.

Dentre os principais protocolos de esteira podemos citar:


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 98

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- Protocolo de Bruce

- Protocolo de Balke

- Protocolo de Naughton

- Protocolo de Ellestad

7.3.1 Protocolo de BRUCE

Dentre os mais diversos protocolos existentes, o de BRUCE é o que

tem a preferência de utilização pelos cardiologistas. Deve ser empregado com

cautela em pacientes cardíacos ou sedentários de baixa condição física.

Este protocolo apresenta um alto grau de intensidade por ter sua

sobrecarga aplicada tanto em relação à inclinação quanto à velocidade. O

protocolo requer um aumento de aproximadamente 1 MET por cada minuto de

exercício. Entre as principais características deste protocolo destacam-se, sete

estágios de carga, o tempo de duração de estágio é constante e igual a 3 minutos,

a velocidade de trabalho variando entre 1,7 a 6,0 mph (milhas por hora) ou 2,7 a

9,7 km/h e aumentados constantes da inclinação em 2% iniciando em 10%.

Velocidade Tempo
Estágios Inclinação (%) VO2 (ml/kg.min)
Mph (Km/h) (minutos)
1 1,7 2,7 10 18 3
2 2,5 4,0 12 25 6
3 3,4 5,5 14 36 9
4 4,2 6,8 16 46 12
5 5,0 8,0 18 56 15
6 5,5 8,8 20 63 18
7 6,0 9,7 22 70 21
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É um teste progressivo que deve ser interrompido quando o avaliado

atingir a exaustão (amenos que apareçam sinais ou sintomas que justifique

interromper o teste).

As fórmulas para calculo do VO2MAX em ml/kgmin, que deverão ser

utilizadas de acordo com o tipo de população testada, fornecem as seguintes

opções (LEITE, 1993, 116)

Homens cardiopatas

VO2MAX(ml/kg.min) = (2,327 x tempo) + 9,48

Homens sedentários

VO2MAX(ml/kg.min) = (3,288 x tempo) + 4,07

Homens ativos
VO2MAX(ml/kg.min) = (3,778 x tempo) + 0,19

Mulheres
VO2MAX(ml/kg.min) = (3,36 x tempo) + 1,06
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7.3.2 Protocolo de BALKE

As características principais deste protocolo incluem a velocidade

constante em todo decorrer do teste em 3,3 mph (5,3 km/h), aumentos constantes

de inclinação de 1% para cada estágio de 1 minuto.

Para se obter o valor do VO2Máx em ml/kg.min após o final do teste,

basta fazer o cálculo pela seguinte fórmula:

VO2MÁX(ml/kg.min) = 14,909 + (1,444 x tempo de duração)

Um dos problemas identificados neste teste, quando aplicado em

pessoas com alto grau de condicionamento relaciona-se ao grande período de

tempo em exercício.
Tempo Velocidade Inclinação VO2Máx METs
1 3,3 0 14,9 5,2
2 3,3 2 17,8 6,2
3 3,3 3 19,2 6,7
4 3,3 3 19,2 6,7
5 3,3 5 22,1 7,7
6 3,3 6 23,6 8,3
7 3,3 7 25,0 8,8
8 3,3 8 26,5 9,3
9 3,3 9 27,9 9,8
10 3,3 10 29,3 10,3
11 3,3 11 30,8 10,8
12 3,3 12 32,2 11,3
13 3,3 13 33,7 11,8
14 3,3 14 35,1 12,3
15 3,3 15 36,6 12,8
16 3,3 16 38,0 13,3
17 3,3 17 39,5 13,8
18 3,3 18 40,9 14,3
19 3,3 19 42,3 14,8
20 3,3 20 43,8 15,3
21 3,3 21 45,2 15,8
22 3,3 22 46,7 16,3
23 3,3 23 48,1 16,8
24 3,3 24 49,6 17,3
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7.3.3 Protocolo de NAUGHTON

Este protocolo é muito empregado para avaliação de pessoas de baixo

nível de condicionamento físico por apresentar, em alguns estágios, uma redução

da inclinação da esteira. Outras características do protocolo de NAUGHTON

incluem a duração do estágio em 3 minutos, além da alternância da velocidade

variando entre 2,0 a 3,4 mph. Para se converter mph para km/h basta multiplicar

por 1,609, pois uma milha corresponde a 1,609 km.

Tabela 18 Protocolo de Naugton. Fonte: Naughton 1964, apud Marins (op.cit, 143)
Estágios mph Km/h %Inclinação VO2MAX METs Tempo
1 2,0 3,2 7,0 14,0 4 3
2 2,0 3,2 10,5 17,5 5 3
3 2,0 3,2 14,0 21,0 6 3
4 3,0 4,8 10,0 24,5 7 3
5 3,0 4,8 12,5 28,0 8 3
6 3,4 5,5 12,0 31,5 9 3
7 3,4 5,5 14,0 35,0 10 3
8 3,4 5,5 16,0 38,5 11 3
9 3,4 5,5 18,0 42,0 12 3

7.3.4 Protocolo de ELLESTAD

A inclinação é constante até o 4° estágio e a intensidade varia com o

aumento da velocidade. O incremento por estágio é de 3 METs. Este protocolo,

por não apresentar uma inclinação elevada, é ideal para pessoas com idade
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 102

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avançada, diminuindo a possibilidade de interrupção do teste por fadiga localizada

na musculatura do tríceps sural.

Entre as principais características deste protocolo destacam-se:

a) Opção por velocidade variada entre 1,7 a 8 mph, ou 2,7 a 12,9 km/h;

b) Tempo de duração dos estágios variando entre 2 e 3 minutos;

c) Manutenção do ângulo de inclinação nos quatro primeiros estágios em 10%

d) Passa, a partir do quinto estágio, a ter um incremento de 5%, se mantendo

até o final como pode ser observado na tabela abaixo:

Duração em Velocidade Velocidade


Estágio Inclinação % VO2Max
min. mph km/h
1 3 1,7 2,7 10 16,65
2 2 3,0 4,8 10 24,12
3 2 4,0 6,4 10 31,99
4 2 5,0 8,0 10 39,85
5 3 5,0 8,0 15 51,65
6 2 6,0 9,6 15 59,52
7 2 7,0 11,2 15 67,38
8 2 8,0 12,9 15 75,25

Para o cálculo do VO2Max em ml/kg.min deste protocolo, basta utilizar a


seguinte fórmula:
VO2MAX(ml/kg.min) = 4,46 + (3,933 x tempo total em min)
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 103

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8 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS PARA O CONDICIONAMENTO


CARDIORRESPIRATÓRIO

Para que as rotinas de exercícios possam produzir as adaptações na

direção desejada, torna-se necessário estabelecer combinações entre quatro

componentes básicos: intensidade, freqüência, duração e tipo de atividade, iremos

aqui estudar em detalhes cada um desses elementos, no sentido de aumentar a

eficácia da prescrição das rotinas de exercícios físicos, em que o domínio das

informações relacionadas à produção de energia para o trabalho muscular é

fundamental.

8.1 Intensidade

Um, dos grandes problemas na prescrição de exercícios aeróbicos,

pode ser descrito na seguinte pergunta, com que intensidade uma pessoa deve

trabalhar para proporcionar aos sistemas cardiovascular e respiratório uma

sobrecarga suficiente para aumentar suas capacidades funcionais?

A magnitude deste problema reside no fato que, a quantificação da

intensidade do esforço constitui um dos aspectos mais importantes a serem

controlados durante uma sessão de condicionamento aeróbico. Entre as variáveis

que traduzem a intensidade do esforço, destacamos a freqüência cardíaca, o

VO2Max, índice de esforço percebido e os níveis de lactato sanguíneo.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 104

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8.1.1 Metodologia de trabalho

8.1.1.1 Determinação da FC basal

O primeiro passo para prescrição da intensidade de exercícios

corresponde à determinação da freqüência cardíaca basal, tomada durante três

dias, ao se acordar e antes de realizar qualquer movimento brusco. Devem-se

somar os três valores obtidos e dividir o total por três, calculando a média.

FCB = (FCB1+FCB2+FCB3)/3

Devido a grande dificuldade da tomada da freqüência cardíaca basal,

muitos autores aceitam a utilização da FC de repouso, tomada com o indivíduo

deitado, por mais ou menos cinco minutos.

8.1.1.2 Determinação do nível inicial de condicionamento físico

O segundo passo é a determinação do nível de condicionamento físico,

através de um dos inúmeros testes destinados para este fim, observando os

seguintes fatores: objetivos do teste, população a ser testada e disponibilidade de

material, dando preferência a testes com alta fidedignidade, em relação a

atividade que se irá prescrever.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 105

Leonardo de Arruda Delgado

A partir do teste de avaliação, idade e sexo, estabelecem-se categorias

de aptidão. Uma forma alternativa de se classificar o nível de condicionamento de

um indivíduo é a comparação entre os valores obtidos no teste de esforço com o

VO2Máx previsto de Bruce.

Tabela 19 Cálculo do VO2Máx previsto em relação à idade, sexo e grau de condicionamento atual
Homens Sedentários VO2Máx = 57,8 -0,445. Idade
Mulheres Sedentárias VO2Máx = 42,3 -0,356. Idade
Homens Ativos VO2Máx = 69,7 -0,612. Idade
Mulheres Ativas VO2Máx = 42,9 -0,312. Idade

8.1.1.3 Estimar a freqüência cardíaca máxima

O terceiro passo é estimar a Freqüência Cardíaca Máxima. Existem

várias fórmulas disponíveis para o cálculo da FCM, todas levam em consideração

o fator idade. Entretanto, algumas levam em consideração o grau de

condicionamento do indivíduo, visto que a FCM pode sofrer uma modificação

segundo o nível de capacidade física, treinando ou destreinado.

Entre as equações mais utilizadas encontram-se a de KARVONEN

(1957), JONES (1975) e SHEFFIELD (1965), sendo que a deste último é a

adotada pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte.3

3
MARINS 1998, 149.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 106

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Tabela 20 Fórmulas para cálculo da freqüência cardíaca máxima (FCM)


Autores Fórmulas
Homens FCM = 220- IDADE
KARVONEN
Mulheres FCM = 226- IDADE
Homens FCM = 210-(0,65x IDADE)
JONES4
Mulheres FCM = 205-(0,5x IDADE)
Destreinado FCM = 205-(0,41x IDADE)
SHEFFIELD
Treinado FCM = 198-(0,41 x IDADE)

Veja na tabela abaixo os valores de regressão da Freqüência Cardíaca

máxima referente à idade de KARVONEN, JONES e SHEFFIELD, usando estudos

feitos com exercícios dinâmicos e progressivos.

Tabela 21 Valores da freqüência cardíaca máxima referente à idade apresentados por


KARVONEN, JONES E SHEFFIELD
KARVONEN JONES SHEFFIELD
Idade
Mulher Homem Mulher Homem DESTREINADOS TREINADOS
10 216 210 200 204 201 194
15 211 205 198 200 199 192
20 206 200 195 197 197 190
25 201 195 193 194 195 188
30 196 190 190 191 193 186
35 191 185 188 187 191 184
40 186 180 185 184 189 182
45 181 175 183 181 187 180
50 176 170 180 178 185 178
55 171 165 178 174 182 175
60 166 160 175 171 180 173
65 161 155 173 168 178 171
70 156 150 170 165 176 169
75 151 145 168 161 174 167

8.1.1.4 Determinação da zona sensível do treinamento

Determinar a Zona Sensível do Treinamento. A intensidade relativa de

um exercício costuma ser especificada na forma de algum percentual da função

máxima como o percentual da FCM, FCR ou VO2Máx.

4
Citação encontrada em DANTAS 1998, 140
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 107

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8.1.1.4.1. Prescrição de treinamento pela freqüência cardíaca (FC)

A prescrição de treinamento pela freqüência cardíaca é uma das formas

mais simples e práticas de orientação do exercício. De acordo com McARDLE

(op.cit., p.282) como regra geral, a capacidade aeróbica melhora se o exercício for

de intensidade suficiente para aumentar a freqüência cardíaca até

aproximadamente 70% do máximo.

Geralmente é adotado para alunos iniciantes em qualquer atividade

física, como também em alguns programas de reabilitação cardíaca a freqüência

cardíaca de segurança, que pode ser obtida através de uma percentagem de 60%

ou menos da freqüência cardíaca máxima e ainda assim o músculo cardíaco

consegue se fortalecer.

Quando um indivíduo encontra-se em um nível de capacidade física

entre boa e excelente é recomendável aplicar uma carga de trabalho que seja

suficiente para estimular sua FC para valores entre 70 e 95% da sua FCM

(Freqüência cardíaca máxima). Para indivíduos em que o nível de capacidade

física esteja compreendido entre muito fraca e regular, sugere-se a realização de

tarefas que estimulem a FC para faixas de 55 a 80% da FCM.(MARINS, op.cit,

p.174).
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 108

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Outra forma de trabalho é utilizar a freqüência cardíaca de reserva,

onde, KARVONEN e col. (1957) definiram que o cálculo da intensidade do esforço

pela reserva da FC levando em consideração a FC de repouso, como sendo igual

a:

FCR = FcRepouso + Intensidade de Esforço x (FCM - FCRepouso)

De acordo com McARDLE (op.cit, p.282) essa abordagem para

determinar a freqüência cardíaca do treinamento costuma fornecer um valor

ligeiramente mais alto em comparação com o mesmo percentual de esforço em

comparação com a freqüência cardíaca máxima simples.

Outro aspecto interessante para a prescrição de treinamento utilizando

a FC, deve ser a elaboração de uma faixa de trabalho. Esta faixa compreenderá

um limite superior, que deverá estar abaixo do limiar anaeróbico, caso o objetivo

seja trabalhar aeróbicamente e um limite inferior, de forma a assegurar o mínimo

de stress necessário para que ocorram efeitos oriundos do treinamento.

De acordo com DANTAS (op. cit, p.135) o princípio da adaptação

ensina que há um limiar mínimo, para que um exercício produza efeito de

treinamento, bem como um limite máximo que se for ultrapassado, causará danos

irreversíveis ou mesmo permanentes ao organismo. Então o cálculo dos limites

superior e inferior de acordo com a FCM e o nível de aptidão podem ser

determinados de pelas seguintes equações:


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 109

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Tabela 22 Limites superiores e inferior com base da FCM


Nível de Condicionamento Limite Inferior
Fraco e Regular L Inf = 0.55(FCM )
Bom e Superior L Inf = 0.7(FCM)
Nível de Condicionamento Limite Superior
Fraco e Regular L sup = 0.8(FCM)
Bom e Superior L sup = 0.95(FCM)

Tabela 23 Relação entre %FCM e intensidade


Percentagem da FCM Intensidade
50 a 60% Leve
60 a 70% Moderada
70 a 80% Média
80 a 90% Forte
90 a 100% Muito forte

A determinação do limite inferior de trabalho num percentual da

freqüência cardíaca de reserva é calculada de acordo com nível de

condicionamento através das fórmulas:

Tabela 24 Determinação do limite inferior de trabalho com base na FCR


Nível de Condicionamento Limite Inferior
Fraco e Regular L Inf = FCRep. + 0.6(FCM - FCRep )
Bom e Superior L Inf = FCRep. + 0.65(FCM - FCRep )

A determinação do limite superior num percentual da freqüência

cardíaca de reserva é calculada pelas formulas:

Tabela 25 Determinação do limite superior de trabalho com base na FCR


Nível de Condicionamento Limite Inferior
Fraco e Regular L sup = FCRep. + 0.8(FCM - FCRep )
Bom e Superior L sup = FCRep. + 0.85(FCM - FCRep )

Com os valores visto anteriomente, dependendo do nível de

condicionamento físico do avaliado é possível variar a faixa de treino da FC; sendo


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 110

Leonardo de Arruda Delgado

assim, a escolha dos valores para os limites superiores e inferiores da FC; serão

dependentes do nível de capacidade aeróbica.

Com os valores calculados, o tempo de execução do exercício poderá

ser amplamente variável, contudo é importante que o tempo ideal para a prática

de exercícios aeróbicos seja sempre superior a 20 minutos.

Para a utilização correta da FC como parâmetro de controle do

treinamento, é necessário estar atento a um conjunto de fatores que poderão

interferir em seu comportamento, aumentando ou diminuindo sua reposta ao

exercício, o que modifica o cálculo da intensidade de treinamento (Veja em fatores

que podem modificar a freqüência cardíaca p.21).

8.1.1.4.2. Prescrição de treinamento pelo VO2Máx

Este método pode ser perfeitamente utilizado, tendo como principal

característica o VO2Máx apurado durante um teste de esforço, para tanto deve-se

selecionar um percentual de trabalho, levando-se em consideração o nível de

condicionamento e o ponto de localização do limiar anaeróbico do avaliado.

Lembre-se que quanto pior o nível de condicionamento do avaliado mais baixo

será seu limiar anaeróbico, e quanto mais treinado for, mais alto será o limiar

anaeróbico.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 111

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Pode-se determina uma velocidade média (km/h) em função do VO2Máx

pela equação

Vm = {133+[(VO2Max-33,3)/0,17]}*0,06

8.1.1.4.3. Prescrição de treinamento pelo sistema de pontos de


Cooper

Cooper desenvolveu um sistema para facilitar a forma de prescrição de

exercícios, tendo como objetivo principal alcançar, em termos de tarefa física, a

meta de 27 e 32 pontos semanais, respectivamente, para mulheres e homens.

Após realizar o teste de esforço e com base na classificação da

capacidade aeróbica, relacionamos esta classificação com a faixa de pontuação

semanal segundo o nível de aptidão.

Tabela 26 Faixa de pontuação semanal segundo o nível de aptidão


Média de pontos por semana
Classificação da aptidão
Homens Mulheres
Muito fraca -10 -8
Fraca 10-20 8-15
Média 21-31 16-26
Boa 32-50 27-40
Excelente 51-74 41-64
Superior +75 +65

Com a faixa de pontuação semanal escolhida, devemos agora

determinar quantos pontos por atividade (dia de treino) o indivíduo deverá obter,

levando em consideração o número de vezes por semana que será feita a


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 112

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atividade. Com a escolha da quantidade de pontos por dia de atividade escolhida,

deve-se então procurar quais as atividades (tempo e distância) ideais para a

realização do trabalho.

A opção pelo sistema Cooper de pontuação é muito interessante, pois

estabelece certas metas, por meio dos pontos, que acabam por motivar o

praticante, através de uma variável de mais fácil compreensão.

A metodologia de Cooper permite prescrever exercícios utilizando a

bicicleta ou a natação. No caso da natação é interessante que o praticante tenha

um bom domínio da técnica do nado. O cálculo do número de pontos obtidos nas

duas atividades pode ser feito a partir das seguintes equações:

Ciclismo

Pontos= (2,318x(distância em km)2/tempo de duração em minutos)-1,5

Natação

Para distâncias inferiores a 550 metros

Pontos=(distância em metros)2/(4013,4 x duração em minutos)

Para distâncias superiores a 550 metros

Pontos = (((distância em metros/(4013,4 x duração em min))+0,005) x dist. metros)-3


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8.1.1.4.4. Prescrição de treinamento utilizando a bicicleta


ergométrica

A prescrição de exercícios utilizando a bicicleta ergométrica, levando

em consideração o VO2Max já calculado anteriormente, implicara que este

ergômetro possua uma escala de carga em Watts ou Kpm. O procedimento de

prescrição é relativamente simples e é divido em três etapas:

- 1° Etapa: determinação do MET Max do avaliado;

- 2° Etapa: escolha do percentual de trabalho que poderá variar de 50

a 85% METMax mensurado.

- 3° Etapa: seleção

8.1.1.4.5. Orientações gerais

Embora o trabalho com o percentual da FCM forneça um valor menor

do que o fornecido pela FCR, vários autores propõem uma íntima correlação entre

o VO2Max e a freqüência cardíaca, quando correlacionados seus percentuais.

Entre as equações mais usadas para determina essa correlação

podemos citar HELLERSTEIN & ADLER (1973), LONDERRE & ANES (1976) e

KATCH (1978)5:

5
MARINS op.cit, 161.
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 114

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Autores Formula
Pessoas Normais %FCM = (%VO2Max+42)/1,41
HELLERSTEIN & ADLER
Coronariopatas %FCM = (% VO2Máx + 35,2)/1,32
LONDERRE & ANES % VO2 Máx = (1,369. %FCM)-40,99
KATCH % VO2 Máx = (1,388. %FCM)-44,765

É importante observar que os três resultados apresentam valores

diferentes que, porém, de forma alguma, invalidam o emprego das fórmulas. A

sugestão é que se escolha uma das técnicas, para que se tenha um referencial de

trabalho.

Com o objetivo de favorecer uma prescrição segura e eficiente dos

exercícios, o ACMS (1991) recomenda que o exercício deve ser suficientemente

árduo para que a freqüência cardíaca alvo fique entre 70 a 85% FCM, 60 a 90%

da FCR para que o metabolismo fique entre 50 e 85% do consumo máximo do

oxigênio.

Apresentamos na tabela abaixo algumas indicações de percentuais de

intensidade de acordo com o grau de condicionamento físico:

Tabela 27 Percentuais de intensidade de acordo o grau de condicionamento físico


Nível de Condicionamento VARIÁVEL LIMITE MÍNIMO LIMITE MÁXIMO
FCM 55% 80%
Fraco e Regular FCR 60% 80%
VO2MÁX 50% 70%
FCM 70% 95%
Bom e Superior FCR 65% 85%
VO2MÁX 60% 90%
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8.2 Freqüência

O ACSM (1998) preconizou uma variação entre três a cinco dias

semanais de atividade. Sobre a freqüência semanal, é importante considerar

alguns aspectos. Se o praticante nunca fez uma atividade física orientada, iniciar

com cinco vezes poderá gerar uma grande sobrecarga. É preferível com duas

vezes por semana, aumentando progressivamente, segundo a resposta física do

avaliado. Caso o sujeito possua disponibilidade de tempo e condições físicas para

exercitar-se diariamente, é importante considerar que uma maior freqüência, de

cinco dias semanais, aprimora o rendimento físico de forma desprezível, por outro

lado, aumenta significativamente o risco de lesões.

8.3 Duração

Um fator importante na decisão do tempo total de treinamento é a

disponibilidade que o praticante tem para dedicar-se aos exercícios em suas horas

livres. Ao estabelecer um programa de trabalho mais sistematizado, o tempo total

de atividade física contínua dependerá da capacidade física e da condição inicial

do praticante.

Levando-se em consideração um sujeito que tenha como objetivo

emagrecer, este terá que trabalhar, necessariamente, de forma aeróbia o maior

tempo possível. Como valor referencial, tem-se que a partir do 20 min, existe uma
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 116

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maior participação do metabolismo de gorduras como substrato energético

aeróbio. Sendo assim, tem-se como primeira meta, alcançar um tempo superior a

20 min de exercício físico contínuo em “Steady State”.

No caso de pessoas extremamente sedentárias, nas primeiras sessões,

provavelmente, não será possível atingir este objetivo, mas o treinamento deverá

ser orientado para progredir para este tempo. Uma vez superado o limiar de 20

min, o tempo total de atividade deverá evoluir progressivamente, estando de

acordo com a disponibilidade de tempo do praticante, assim como o equilíbrio

entre os outros elementos do condicionamento físico.

Para os indivíduos em que a composição corporal já se encontra dentro

dos objetivos estabelecidos, o tempo total de atividade poderá ser reduzido,

compensando o trabalho com uma intensidade maior.

8.4 Tipo de atividade

Visando um adequado desenvolvimento do componente

cardiorrespiratório, recomenda-se que o tipo de exercício selecionado estimule

grandes massas musculares, durante longo período de tempo, realizado de forma

aeróbica. Neste rol de atividades, recomendam-se exercícios cíclicos como


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 117

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corrida, jogging, caminhada, natação, ciclismo, pular corda, remo, subir escadas e

patinação.

Um caso específico ao qual deve-se atentar são as pessoas que

apresentam um certo grau de sobrepeso. Para estas pessoas realizarem uma

atividade de longa duração, recomenda-se a seleção de exercícios onde se

minimize o fator peso corporal. Sendo assim, deve-se priorizar os exercícios de

natação ou na bicicleta, o que contribuirá para a redução do risco de lesões

ortopédicas em comparação com caminhadas, corridas ou o pular corda.


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 118

Leonardo de Arruda Delgado


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 119

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ANEXO-1 EXEMPLO DE FORMULÁRIO DE CONSENTIMENTO


PARA REALIZAÇÃO DE TESTE DE ESFORÇO

Consentimento informado para avaliação física

Art. 01: Dos Objetivos

Com o objetivo de começar um programa de condicionamento físico de forma mais


segura, eu, abaixo assinado(a), consinto voluntariamente em fazer testes de esforço.

Com a interpretação dos dados coletados durante a execução da avaliação espera-se


obter parâmetros fisiológicos de diagnósticos clínicos e funcionais, bem como a obtenção de
índices para a adequação da intensidade da atividade física aos níveis de aptidão física do
avaliado.

Art. 02: Dos Procedimentos


AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 122

Leonardo de Arruda Delgado

Farei um teste de exercício progressivo que pode ser: no step em um banco,


pedalando numa bicicleta ergométrica, ou caminhando/correndo numa esteira ergométrica. Onde a
intensidade do teste será progressiva, começando em uma intensidade menor e aumentando em
estágios progressivos, a carga inicial de trabalho depende de seu nível de condicionamento físico e
estado de saúde. O teste poderá ser interrompido a qualquer momento por alterações fisiológicas
ou fadiga pela atividade, É IMPORTANTE QUE SAIBA QUE VOCÊ PODE INTERROMPER O
TESTE A QUALQUER MOMENTO, POR CANSAÇO OU QUALQUER OUTRO DESCONFORTO.

Art.3: Recomendações antes do teste

Para a realização da avaliação física, deverão ser seguidas, algumas recomendações


como: marcar com antecedência o horário e a data da realização da avaliação, chegar ao local de
avaliação com pelo menos 20 minutos de antecedência, trazer, caso possua, um ECG em repouso,
recente com laudo médico, estabelecer um intervalo mínimo de 2 horas entre a última refeição e a
realização do teste e não realizar a avaliação em jejum, evitar abusos e excessos na noite anterior,
ter uma noite repousante entre 6 e 8 horas de sono, evitar o uso de sedativos, evitar fumar com
pelo menos 4 horas de antecedência da realização do teste, evitar qualquer tipo de atividade física
no dia do teste, providenciar vestimenta adequada para realização do teste camiseta,
bermuda(exceto jeans) e tênis para rapazes e camiseta, tope, bermuda (exceto jeans) e tênis para
moças, comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde ocorrida nas 24 horas que
antecederam à realização do teste;

Art.4: Risco e Desconfortos Resultantes

Existe a possibilidade do aparecimento de alterações, como cansaço, falta de ar,


tonturas, desmaios, dor no peito e nas pernas, alteração da pressão arterial, e no ritmo cardíaco
bem como em raras circunstâncias complicações mais sérias, Todo o esforço será feito para
diminuir esses riscos pela análise dos dados relacionados as informações fornecidas antes da
execução do teste ligadas com seu estado de saúde e seu nível de condicionamento físico e pela
monitoração de sinais e sintomas durante a execução da avaliação. Lembrando que
procedimentos de emergências e pessoal treinado estão disponíveis para lidar com ocorrências
anormais que possam se apresentar.

Art.5: Da Responsabilidade do Executante

É necessário o fornecimento das informações o mais completas e fidedignas possíveis


sobre o seu estado de saúde e nível de condicionamento físico, bem como o relato de experiências
anteriores de alterações a execução de esforços físicos de fundamental importância na segurança
de execução e nos valores obtidos com a avaliação. Durante a execução da avaliação é de grande
relevância a veracidade e precisão das informações fornecidas pelo executante quando solicitado
pelo avaliador.

Art.6: Das Informações

Quaisquer dúvidas relacionadas com os procedimentos e com os dados obtidos com a


avaliação poderão ser esclarecidos com a equipe de avaliadores.

Art. 7: Do Consentimento
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 123

Leonardo de Arruda Delgado

Estou ciente de que as medidas de pregas cutâneas serão feitas em locais do corpo
para determinar o percentual de gordura corporal e que farei um teste de exercícios abdominais e
de flexão de tronco para avaliar fatores relacionados à função lombar.

Desejo fazer tais testes para que possa receber um melhor aconselhamento em
relação ao meu programa de exercícios, mas estou ciente de que a avaliação não elimina
totalmente o risco no programa proposto.

A adesão para a realização dessa avaliação é voluntária, sendo possível a sua


interrupção a qualquer momento, a desejo do avaliado.

Li e compreendi os procedimentos a serem executados, bem como os risco e


desconfortos resultantes, dou meu consentimento para procederem com a realização da avaliação
acima citada.

________________________________ ____________________________
Assinatura Testemunha

São Luis-Ma___/___/20___

ANEXO - 2 QUESTIONÁRIO PAR-Q

1 Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do coração e
recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica?
( ) Sim ( ) Não
2 Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física?
( ) Sim ( ) Não
3 Você sentiu dor no peito no ultimo mês ?
( ) Sim ( ) Não
4 Você tende a perde a consciência ou cair, como resultado de tonteira?
( ) Sim ( ) Não
AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA Projeto de elaboração de sistema de informações 124

Leonardo de Arruda Delgado

5 você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a
prática de atividade física?
( ) Sim ( ) Não
6 Algum médico já recomendou o uso de medicamento para a sua pressão arterail
ou condição física?
( ) Sim ( ) Não
7 Você tem consciência, através da sua própria experiência ou aconselhamento
médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de atividade física
sem supervisão médica?
( ) Sim ( ) Não

Se Você Respondeu
- Sim, para uma ou mais perguntas: você deve procurar um médico
recentemente, consulte seu médico por telefone ou pessoalmente antes de
aumentar sua atividade física e/ou fazer uma avaliação de
condicionamento. Diga a seu médico a que perguntas você respondeu sim
no PAR-Q ou apresente sua cópia do PAR-Q
- Não, para todas as perguntas: se você respondeu o PAR-Q
precisamente, você possui razoável garantia de sua adaptação para um
programa de exercícios progressivos e uma avaliação de condicionamento.

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