You are on page 1of 7

Tarefa 2

ANÁLISE CRÍTICA AO MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO


DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES

O modelo enquanto instrumento pedagógico e de


melhoria. Conceitos implicados.
Este modelo enquanto instrumento pedagógico é a avaliação dos resultados
alcançados, em conjunto com o plano de actividade da Biblioteca Escolar que
permitem confrontar os objectivos definidos com os resultados alcançados. O
que permite atingir esses resultados é o modo como esse processo é
conduzido ou seja pela eficácia da avaliação com o conjunto de acções
determinadas pela equipa.
✔ O referido modelo é essencial pois é um processo que permite atingir a
qualidade. Através da identificação dos sucessos e dos fracassos
permite reflectir, identificando as prioridades para a melhoria. É um
bom exemplo de como a avaliação pode ser feita, proporcionando
instrumentos de apoio para recolha de evidências.
✔ Este modelo de auto-avaliação pretende mobilizar toda a Escola,
melhorando e modificando práticas utilizando sempre os recursos da
BE.
Ora um modelo de avaliação que permite uma permanente reflexão e
adequação à melhoria das práticas será considerado um instrumento
pedagógico levando cada um, a um maior sucesso. É importante porque
assenta em pilares fundamentais para o sucesso dos alunos ou seja o
desenvolvimento de pessoas informadas, críticas, responsáveis e activas. Por
isso, a biblioteca tem de cumprir o seu papel fundamental que é dar uma
resposta de acesso fácil e rápido à informação através do mundo digital.
Então alarga-se à colaboração com os professores, no desenvolvimento de um
programa coerente na área da literacia da informação, na formação de
leitores, na aprendizagem com base na tecnologia.
Pode-se então, considerar que este modelo tem os seguintes conceitos
implícitos: noção de valor, a articulação entre a BE e as áreas nucleares, a
necessidade de uma prática de auto-avaliação.

A Formanda: Emília Firmino Página 1


8 de Novembro de 2009
Tarefa 2

A noção de valor prende-se com a eficiente produção dos resultados que


contribuem para a concretização dos objectivos da escola onde a BE se
insere.

Em relação à articulação entre a BE e as áreas nucleares é urgente clarificar o


que efectivamente se passa na biblioteca, procurando melhorar os aspectos
considerados menos bem sucedidos. Assim haverá melhorias e mudanças
efectivas no modo de fazer.
A auto-avaliação deve ser encarada como um processo pedagógico e
regulador, inerente à gestão e procura de uma melhoria contínua da BE (…),
segundo Modelo de Auto – Avaliação (2008) - Gabinete da RBE.

Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação


para as Bibliotecas Escolares
No mundo actual, torna-se pertinente preencher a Escola a tempo inteiro
orientando assim o seu funcionamento para a prestação de um serviço de
educação mais adequado às suas exigências. Desta forma a Escola a tempo
inteiro foi uma consequência inevitável podendo dar cobro às necessidades
das crianças e das famílias, nomeadamente às exigências de compatibilização
entre o trabalho e a vida familiar.
A Biblioteca Escolar acaba por ter um papel maior porque mais complexas são
as literacias exigidas neste mundo, definitivamente marcado pelo excesso e
diversidade de informação. E, é isso que os professores e também os alunos
têm de fazer dela, percebendo a acrescida necessidade dessa Biblioteca
dentro duma Escola, que deve reflectir as exigências de um mundo em
mudança. Como refere: Michael Eisenberg, 2002, “As librarians, it´s our Job to
ensure that administrators, teachers, parents, and decision makers fully
comprehend that effective library programs are critical to boosting student
learning and achievement.”
O modelo de avaliação para as Bibliotecas Escolares surge e tem como
objectivo revelar aos seus utilizadores uma visão qualitativa da mesma indo
ao encontro desta mutação. Desta forma, vai proporcionar às escolas e
bibliotecas um instrumento que lhes permita identificar as áreas de sucesso e

A Formanda: Emília Firmino Página 2


8 de Novembro de 2009
Tarefa 2

as que requerem um maior investimento, determinando nalguns casos


alterações das práticas a fim de obter melhores resultados contribuindo para
a autonomia e formação ao longo da vida. Citando ainda: Michael Eisenberg,
2002, “Analysis and planning are crucial. Analyze what is currently real, what
is desired, and then plan how to get there. Once the analysis is complete,
implement a rolling five-year plan to get the desired results. This plan starts
with specific objectives and shifts to a more general plan projecting into the
future. The whole point is to make planning an ongoing process that requires
continuous revision and reevaluation. A rolling plan does not imply never
reaching one's goals. In fact, you should be able to look back at any period
and determine whether your original objectives, steps, and goals were
attained.”
No entanto, esta proposta de avaliação, embora pareça nova para alguns,
sempre se efectuou através de relatórios periódicos das actividades
realizadas na Biblioteca Escolar, os quais permitiam fazer um balanço e
encontrar novas orientações para o futuro. Faltava, no entanto encontrar um
modelo comum de actuação que permitisse a avaliação do trabalho nas
escolas do trabalho realizado pelas BE.
Assim, se o valor da biblioteca no apoio pedagógico à aprendizagem está a
ser devidamente apreciado e reconhecido, a sua avaliação deve ser encarada
como parte integrante de toda a escola.

Organização estrutural e funcional. Adequação e


constrangimentos.
“A política da biblioteca deve ser traçada tendo em conta orientações a que
se subordina e as necessidades da escola, e deve reflectir sobre as suas
finalidades e os seus objectivos, tanto quanto a sua realidade.” (The IFLA
School Libraries Guidelines, 2002)
A avaliação das bibliotecas tem de se basear em várias vertentes
simultaneamente dependendo das necessidades que o professor bibliotecário
sente em obter determinados dados para realizar uma análise funcional com
o objectivo de optimizar a qualidade da performance dos serviços e recursos.
O serviço diz-se de qualidade quando é capaz de confirmar as expectativas.

A Formanda: Emília Firmino Página 3


8 de Novembro de 2009
Tarefa 2

Grande parte dos estudos desenvolvidos assume que a avaliação da


qualidade nas bibliotecas escolares é fixada no aluno, no seu ponto de vista,
nas percepções e nas expectativas que apresenta em relação ao
funcionamento dos serviços.
Após a leitura e análise do modelo de auto-avaliação achei que está bem
organizado pois assenta em quatro grandes pilares (domínios) que sintetizam
a área de acção da BE.
✔ A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular
✔ B. Leitura e Literacias
✔ C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à
Comunidade
✔ D. Gestão da Biblioteca Escolar
O modelo, todo ele orientado para a reflexão pressupõe sempre uma
avaliação continuada de modo a identificar os pontos fortes e fracos,
promovendo sempre acções de melhoria através da recolha de evidências.
Este modelo aposta na qualidade e eficiência da BE.
(Modelo de Auto – Avaliação, 2008, Gabinete da RBE)

Integração / Aplicação à realidade da escola.


As bibliotecas escolares estão agora a criar uma cultura organizacional na
qual a avaliação é uma componente chave para a compreensão do espaço de
encontro, entre o aluno/escola/biblioteca. Esta cultura é importante porque
orienta no sentido de desenvolver sistemas de avaliação das bibliotecas, para
a implementação de um melhoramento contínuo dos serviços oferecidos, em
função das necessidades dos alunos.
Após a leitura dos documentos orientadores deste modelo retive algumas
ideias:
✔ ” a avaliação não constitui um fim, devendo ser entendida como um
processo que, idealmente, conduzirá à reflexão e originará mudanças
concretas na prática.”;
✔ “ O que verdadeiramente interessa e fundamenta o papel e justifica a
acção e a existência da biblioteca escolar não são os processos, as
acções e intenções que colocamos no seu funcionamento ou os

A Formanda: Emília Firmino Página 4


8 de Novembro de 2009
Tarefa 2

processos implicados mas o resultado, o valor que eles acrescentam


nas atitudes e nas competências dos utilizadores.”
✔ “ O modelo indica o caminho, a metodologia, a operacionalização. A
obtenção da melhoria contínua da qualidade exige que a organização
esteja preparada para a aprendizagem contínua. Pressupõe a
motivação individual dos seus membros e a liderança forte do
professor coordenador, que tem de mobilizar a escola para a
necessidade e implementação do processo avaliativo.”
(RBE- 2008- Modelo de auto-avaliação)
Conforme Ross Todd afirma: associar o conceito de Evidence-Based practice e
de pesquisa/acção às práticas das bibliotecas escolares é uma necessidade
que estas têm de fazer a diferença na escola que servem e de provar o
impacto que têm nas aprendizagens. Este especialista, valoriza a necessidade
de provar esse impacto no contexto da escola, onde desenvolvemos trabalho.
(Tood Ross - 2008 “ The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”)
No ano lectivo passado apliquei o Modelo na Escola E. B. 1/JI do Parchal e o
maior constrangimento foi a aplicação dos questionários aos alunos pois a
linguagem não está adequada ao nível etário destas crianças. Para que tal
fosse possível tive de fazer a leitura de pergunta a pergunta e fazer a
respectiva explicação. Portanto nestes moldes requer um trabalho acrescido
para que os alunos consigam preencher os questionários.
Acho que o modelo contribui e muito para a qualidade das nossas bibliotecas
se o incluirmos nas nossas práticas. Aí poderá haver grandes mudanças
contribuindo para o desenvolvimento e melhoria do desempenho da BE.

Competências do professor bibliotecário e estratégias


implicadas na sua aplicação.

Na actualidade, as bibliotecas (serviços de informação) são avaliados em


função dos serviços que prestam e não da dimensão das colecções, ou seja
uma avaliação do que a biblioteca faz e não do que a biblioteca tem. A
definição de biblioteca como um local onde se conservam grandes
quantidades de espécies documentais, já não é mais sinónimo de qualidade.
Então é importante que os professores bibliotecários tenham/adquiram
A Formanda: Emília Firmino Página 5
8 de Novembro de 2009
Tarefa 2

competências de gestão de conhecimento e de informação. Saber gerir dado


que as bibliotecas escolares funcionam como organizações de serviços, logo é
fundamental que se obtenham dados estatísticos, de modo sistemático. Esses
dados podem ser investigados para apoio ao processo de planeamento, que
deve ter como objectivos o melhoramento dos serviços, a produtividade e o
fornecimento de informação ao processo de decisão.
É de destacar a importância da interacção entre a biblioteca escolar e a
comunidade na qual está inserida. A constante procura de aperfeiçoamento
por parte do professor bibliotecário, além de mostrar a importância da
biblioteca escolar e o que representa para a intervenção no processo de
aprendizagem dos alunos como para a literacia da informação.
“A biblioteca escolar proporciona informação e ideias fundamentais para
sermos bem sucedidos na sociedade actual, baseada na informação e no
conhecimento. A biblioteca escolar desenvolve nos estudantes competências
para a aprendizagem ao longo da vida e desenvolve a imaginação,
permitindo-lhes tornarem-se cidadãos responsáveis”.
(Manifesto da Biblioteca Escolar da IFLA/UNESCO – 1999)
Neste contexto o Professor Bibliotecário tem um papel extraordinário a
cumprir na aplicação do Modelo de Auto-Avaliação. Assim terá que:
✔ Coordenação da BE do Agrupamento.
✔ Gestão corrente da biblioteca (política de aquisição e tratamento
documental; organização; gestão dos recursos humanos e materiais;
reuniões formais/informais com os membros da equipa; planificação;
avaliação).
✔ Articulação / cooperação com departamentos curriculares e direcção
executiva.
✔ Trabalho em rede com os estabelecimentos do Agrupamento, de outros
agrupamentos e a Biblioteca Municipal (SABE/Grupo de trabalho
concelhio).
✔ Difusão da informação – documentos, recursos e actividades.
✔ Apoio ao PNL e de animação / promoção da leitura.
✔ Apoio na actualização do blogue da BE.
✔ Representante da BE no Conselho Pedagógico.

A Formanda: Emília Firmino Página 6


8 de Novembro de 2009
Tarefa 2

✔ Apoio aos utilizadores.


Portanto e segundo o texto da sessão no que se refere a Tilke (1999), ao
Professor Bibliotecário cabe:
✔ Ser um comunicador efectivo no seio da instituição;
✔ Ser proactivo;
✔ Saber exercer influência junto de professores e do Conselho Executivo;
✔ Ser útil, relevante e considerado pelos outros membros da comunidade
educativa;
✔ Ser observador e investigativo;
✔ Ser capaz de ver o todo - “the big picture”;
✔ Saber estabelecer prioridades;
✔ Realizar uma abordagem construtiva aos problemas e à realidade;
✔ Ser gestor de serviços de aprendizagem no seio da escola;
✔ Saber gerir recursos no sentido lato do termo;
✔ Ser promotor dos serviços e dos recursos;
✔ Ser tutor, professor e um avaliador de recursos, com o objectivo de
apoiar e contribuir para as aprendizagens;
✔ Saber gerir e avaliar de acordo com a missão e objectivos da escola.
✔ Saber trabalhar com departamentos e colegas.

A Formanda: Emília Firmino Página 7


8 de Novembro de 2009

You might also like