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Pero Vaz de Caminha e sua carta ao Rei D. Manuel, o Venturoso, de Portugal. Assim
nascia a propaganda brasileira e, por parte do Brasil e dos brasileiros, um exercício permanente
de marketing para escapar ao destino que Cabral lhe reservou: ser colônia.
De nossos índios - que pintavam papagaios para vendê-los como araras, lesando o
"consumidor" europeu, desprotegido de códigos ou leis - até nossos camelôs - que "correm
atrás" de novidades e oportunidades vale tudo quando se trata de "vender" uma idéia ou
produto. Ou seja: no Brasil, a propaganda está no sangue. Mascates, ambulantes e tropeiros
foram os primeiros vendedores, pioneiros das vendas por telefone, catálogos e Internet. Com
chuva e sol, calor, subindo rios e montanhas, atravessando matas, de barco ou em lombo de
mula, a mercadoria era entregue nas mãos do freguês. Naquela época ninguém era cliente, era
freguês mesmo.
Com a vinda de D. João VI em 1808 e a criação da Imprensa Régia, a colônia vira Reino
e "civiliza-se". Enfim, o jornal. Oficial, é verdade, porque o primeiro foi criado em Londres por
Hipólito da Costa, em 1806. Clandestino, de oposição, o "Correio Braziliense" com "z" mesmo
foi proibido de circular no Brasil. Só com a criação da Imprensa Régia é que surge a "Gazeta do
Rio", ainda em 1808. E depois dela, os anúncios.
Jornal, classificados, agência de propaganda. Este trio poderoso entra em cena em 1891,
com a criação da "Empresa de Publicidade e Comércio". Os anúncios eram uma espécie de
classificados de maior tamanho. E os grandes anunciantes, os remédios, fortificantes e elixires,
prometendo vigor e o bem estar das senhoras.
No início do século, o Rádio revoluciona a vida brasileira. O rádio trouxe os jingles, a
imaginação e o sonho para a vida brasileira. Ouvir "Jerônimo, Herói do Sertão" ou o "Direito de
Nascer" pelo rádio foram experiências, segundo nossos avós, fascinantes.
Antes da criação do outdoor, a mídia era feita em jornais, revistas, no rádio e nos bondes.
Os cartazetes colocados nas laterais internas dos bondes foram extremamente criativos. Outra
mídia importante eram as revistas, sendo que a maior delas foi "O Cruzeiro", que chegou a
vender 700.000 exemplares.
No Brasil, 1950 marca a chegada da televisão que, como o rádio, revoluciona a vida
brasileira. A TV Tupi apresentava "Espetáculos Tonelux" e a garota-propaganda era Neide
Aparecida. A Xuxa da época era a vedete Virgínia Lane em programa infantil, no qual saía de
dentro de uma árvore vestida de coelho e cantando: "Eu sou o coelhinho da Phillips..."
Nos anos 70, entretanto, deu-se o “boom” das telecomunicações e da Comunicação,
profissionalizando um mercado criativo, mas amador. As rádios FM conquistaram um público
impressionante. Via Embratel, a TV a cores muda mais uma vez a propaganda. Na mídia
impressa, o off-set e rotogravura abrem caminho para o padrão de qualidade na propaganda.
Até o final dos anos 80, a propaganda brasileira passa por várias transformações: as
duplas de criação que surgiram nos anos 70 passaram a trabalhar em equipe, numa espécie de
agência sem paredes, que integrou Mídia, Planejamento e Criação. O fim das grandes
campanhas institucionais governamentais e a retração do mercado definiu o perfil da nova
agência de propaganda: a Full Service. Nesta década, o Brasil começa a marcar presença nos
festivais publicitários internacionais. A propaganda se auto-regulamenta, com base na ética e no
respeito ao consumidor, mais exigente e crítico.
A partir do final dos anos 80, a propaganda é bombardeada por todos os lados. E divide
sua importância com o Merchandasing, a Promoção, e Assessórias de Comunicação. A Internet
conquista seu espaço como mídia. As TVs por assinatura tiram o espectador dos canais abertos.
Com a computação gráfica, efeitos especiais substituem a falta de idéias. É o fim? Não. Apenas
o começo de uma nova etapa.
Cinco séculos de propaganda são cinco séculos de Brasil. Um registro de nossos
produtos, hábitos e comportamento. Um registro da moda, da política e da economia. Cinco
séculos de história e sonhos, refletidos em panfletos, cartazes, jingles, anúncios e comerciais.
Cinco séculos de idéias, bordões e personagens que invadem o cotidiano. E que contam, a seu
modo, a vida e a História do povo brasileiro.
Que papel a propaganda desempenhou nesta aceleração de nosso crescimento? E que papel
desempenhar deverá nos próximos anos?
O fato de algumas grandes organizações varejistas terem suas próprias agências reflete
mais o nível de concentração existente em nossa economia, o que coloca nas mãos destas
organizações verbas de porte muito grande em face das dimensões do mercado publicitário
brasileiro, somado à busca de agilidade, do que uma tendência do anunciante inclinar-se pela
house-agency.
De escravos a automóveis
A evolução da propaganda, do primeiro anúncio à publicidade de massa.
• 1808
O primeiro anúncio, referente à venda de um imóvel, é publicado na Gazeta do Rio de
Janeiro.
• 1809
A escravidão torna-se tema recorrente na publicidade brasileira.
• 1838
Surgem nos jornais do Rio de Janeiro os anúncios de produtos farmacêuticos
importados, como o Elixir de Boubée e o Elixir do Dr. Guillié. Os laboratórios se
tornariam a partir de então os maiores anunciantes do país.
• 1875
Chegam ao mercado brasileiro — e aos anúncios de jornais — produtos como Farinha
Láctea Nestlé e Emulsão de Scott.
• 1891
É fundada em São Paulo a primeira agência de propaganda do Brasil, a Empresa de
Publicidade e Comércio, que funcionaria até 1915.
• 1900
A indústria gráfica passa a usar novas tecnologias, como litografia e fotogravura,
modernizando a apresentação dos anúncios e abrindo espaço para o lançamento das
revistas ilustradas.
• 1910
Anúncios de marcas como Antarctica, Singer, Brahma, Gillette e Mappin Stores
aparecem em revistas como O Malho, O Tico-Tico e Fon Fon.
• 1920
O escritor Monteiro Lobato cria campanha publicitária com o personagem Jeca
Tatuzinho para o Biotônico Fontoura.
• 1929
A agência americana J.Walter Thompson abre sua filial em São Paulo para atender à
conta da General Motors e inicia um grande processo de modernização da publicidade
brasileira.
• 1935
A McCann Erickson abre seu escritório no Rio de Janeiro para atender à conta da
Standard Oil e sua marca Esso.
• 1945
A publicidade se consolida no país e o primeiro Anuário de Publicidade contabiliza 32
agências em funcionamento no país. Os maiores anunciantes do ano são RCA Victor,
General Electric, General Motors, Pan American World Airways, Philips e Ford.
• 1950 - até hoje
Na década de 50, a publicidade reflete a transição do país agrário para o país urbanizado
e industrial. A chegada da televisão e novos meios de comunicação lançam as bases da
propaganda moderna nos padrões como conhecemos hoje.
Durante a Guerra
• Goebbels
Paul Joseph Goebbels (Mönchengladbach, 29 de outubro de 1897 - Berlim, 1° de
maio de 1945) foi o ministro da Propaganda de Adolf Hitler (Propagandaministerium) na
Alemanha Nazista.
Em Berlim, Goebbles torna-se o editor do jornal “Der Angrif” (O Ataque), que
publicava constantemente difamações anti-semitas. Os objetivos do ministério eram
assegurar que a mensagem nazi fosse espalhada através da arte, música, teatro, filmes,
livros, rádio, material educacional e imprensa. O ministro da propaganda, Goebbles, tinha
duas tarefas principais: assegurar que ninguém na Alemanha lia ou via idéias contrárias ao
partido Nazi e assegurar que as idéias Nazis fossem expostas da maneira mais persuasiva
possível.
• DDB
Doyle Dane Bernbach mais conhecida por DDB é uma agência de publicidade nos
Estados Unidos, fundada por Maxwell (Mac) Dane, James “Ned” Doyle, e William
Bernbach em 1949.
DDB se tornou famosa nos anos 50 e 60 por suas campanhas inovadoras para a
Volkswagen (“Think Small”), Avis Rent A Car System Inc. (“We Try Harder”), e outras
companhias. Ela foi também responsável pela campanha publicitária que ajudou Lyndon B.
Johnson a ganhar a presidência dos Estados Unidos da América em 1964. No Brasil, é
sócia da agência DM9DDB - o outro sócio é o brasileiro Grupo Ypy de Comunicação, de
Nizan Guanaes e Guga Valente.
• Grupo Omnicom
Grupo Omnicom é uma das maiores agências de publicidade de sociedade gestora de
participações sociais do mundo (com trezentos e quarenta e cinco escritórios espalhados por
setenta e seis países, que trocam informações, tecnologias e técnicas de pesquisa).
• Ogilvy
David MacKenzie Ogilvy (23 de junho de 1911 – 21 de julho de 1999) foi um
publicitário e fundador da Ogilvy & Mather. David fez sucesso com campanhas para a
Rolls Royce, Schweppes, Shell, além de campanhas para desenvolver o turismo nos
Estados Unidos, Inglaterra e Porto Rico.
• Grupo Publicis
Qual a relação entre uma garrafa de Coca-Cola, um cartão Visa, um produto do
laboratório Pfizer, o supermercado Carrefour, um filme de Walt Disney, uma campanha
publicitária para recrutar soldados para o exército americano e uma estratégia para a
implantação da Philip Morris na China? A resposta é: Publicis, o quarto maior grupo de
comunicação do mundo, com 35 166 empregados, 32,1 bilhões de euros em cifras de
negócios, 3,8 bilhões de euros de renda e 150 milhões de lucro.
• J. W. Thompson
JWT (ou J. W. Thompson) agência de publicidade multinacional, fundada em 1864 por
William James Carlton, e modificada por John Walter Thompson em 1877 para J. Walter
Thompson Company. Uma das maiores agências do mundo inclui em sua cartela de clientes as
empresas HSBC, DTC. Ford, Nestle, Shell, Pfizer e Vodafone, entre outras.
Em 1929, chega ao Brasil como a primeira agência de publicidade internacional. De
origem americana, a JWT foi pioneira na introdução da fotografia nos anúncios, na realização
da primeira pesquisa de mercado, e em várias atividades na jovem televisão brasileira. E não
parou por aí. Desde a sua fundação, tem sido responsável pelo atendimento de marcas líderes de
mercado. Entre elas, estão parcerias de longa data com empresas como o Unilever (desde 1967),
a Nestlé (desde 1957) e a Warner Lambert (desde 1973). Liderada no Brasil por Stefano Zunino
e com Ricardo Chester como chief creative office, a agência vai além: integra as áreas de
criação, planejamento, mídia e atendimento para criar campanhas sólidas, comprometidas com
os negócios das empresas clientes.
Coca-Cola