O documento discute a seguridade social no Brasil, definindo-a como um conjunto de ações públicas e sociais relacionadas à saúde, previdência e assistência social. Apresenta o histórico da seguridade no país e como ela está organizada nos sistemas de saúde, assistência social e previdência social, contributivo e não contributivo. Também define os objetivos constitucionais de garantir o acesso público e gratuito à saúde e conceder benefícios previdenciários.
O documento discute a seguridade social no Brasil, definindo-a como um conjunto de ações públicas e sociais relacionadas à saúde, previdência e assistência social. Apresenta o histórico da seguridade no país e como ela está organizada nos sistemas de saúde, assistência social e previdência social, contributivo e não contributivo. Também define os objetivos constitucionais de garantir o acesso público e gratuito à saúde e conceder benefícios previdenciários.
O documento discute a seguridade social no Brasil, definindo-a como um conjunto de ações públicas e sociais relacionadas à saúde, previdência e assistência social. Apresenta o histórico da seguridade no país e como ela está organizada nos sistemas de saúde, assistência social e previdência social, contributivo e não contributivo. Também define os objetivos constitucionais de garantir o acesso público e gratuito à saúde e conceder benefícios previdenciários.
FACULDADES INTEGRADAS PITGORAS DE MONTES CLAROS - FIPMOC
Isley Jeandson Ledo Dias
SEGURIDADE SOCIAL E SEUS SBGRUPOS: SADE, ASSISTNCIA SOCIAL E PREVIDNCIARIA.
Montes Claros Maro/2014
Isley Jeandson Ledo Dias
Pesquisa realizada com o tema proposto sobre a seguridade social e seus subgrupos - sade, assistncia social, previdncia - destacando as principais caractersticas e distines.
Trabalho apresentado a Professor Alexandre, como instrumento de avaliao na disciplina Direito Previdnciario, do 8 Perodo Noturno do curso de Direito das Faculdades Integradas Pitgoras - Fipmoc.
Montes Claros Maro/2014
Pesquisa realizada com o tema proposto sobre a seguridade social e seus subgrupos - sade, assistncia social, previdncia - destacando as principais caractersticas e distines.
Segundo o texto constitucional, a Seguridade Social, um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social, conforme est tipificado no artigo 194 da Constituio da Republica Federativa do Brasil de 1988. A CRFB/88, pioneira na sistematizao da matria, incluiu a Seguridade Social no ttulo VIII, Da Ordem Social, entre os artigos 194 a 204. Os dispositivos legais, ali inseridos, estruturaram toda a Seguridade Social, estabelecendo os objetivos, princpios, bem como a forma de financiamento. Discutir a Seguridade Social de suma importncia, especialmente num pas com ndices elevados de pobreza em algumas regies, crescente aumento da populao de idosos (atualmente equivalente a 7% da populao do Brasil composta de idosos), alm do vergonhoso ndice de acidentes de trabalho e de mortes em acidentes de veculos, que oneram expressivamente as despesas com sade pblica e previdncia social. O nosso objetivo, alm de apresentar e conceituar os objetivos e princpios constitucionais da Seguridade Social, demonstrar atravs de quais benefcios sociais criados pela legislao infraconstitucional, os objetivos esto sendo alcanados, ou, pelo menos, perseguidos. HISTRICO DA SEGURIDADE SOCIAL Para maior compreenso, fao um breve histrico a respeito do assunto, onde que nos primrdios da civilizao chinesa j existiam embries de proteo social aos idosos e menos favorecidos. Na Roma antiga, o amo ao adquirir um servo, obrigava-se a proteger os seus dependentes, especialmente filhos menores. No Brasil, a Constituio de 1824 j se preocupava com os socorros pblicos. A primeira entidade de socorro privado a funcionar no Brasil foi o Mongeral Montepio Geral dos Servidores do Estado, fundado em 1835. Importante observa que foi na Constituio de 1891 foi inserida pela primeira vez a expresso aposentadoria, que, entretanto, era limitada aos servidores pblicos. A Lei Eloy Chaves foi, de fato, o dispositivo legal embrionrio para o desenvolvimento da Previdncia Social no Brasil. Ela criou a Caixa de Aposentadoria e Penses para os empregados nas empresas de estrada de ferro. Posteriormente, as Caixas de Aposentadoria passaram a se organizar em categorias profissionais, dando surgimento aos Institutos de Aposentadoria e Penses, destacando o IAPI, IAPTEC e outros. A Constituio de 1946 deu incio sistematizao constitucional da previdncia social, sendo que a Constituio de 1988 evoluiu a sistematizao para o conceito moderno de Seguridade Social, constituindo uma rede de proteo social composta pela Sade Pblica, Assistncia Social e Previdncia Social. A Constituio Federal, no que tange Seguridade Social foi regulamentada pelas Leis 8212 (Plano de Custeio da Seguridade Social), Lei 8213 (Plano de Benefcios da Previdncia Social), lei 8080 (Lei da Sade) e pela Lei 8742/93 ( Lei Orgnica da Seguridade Social). CONCEITO DE SEGURIDADE SOCIAL A Constituio da Repblica conceitua a seguridade social como um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social (art. 194) Srgio Pinto Martins, por sua vez assim conceitua Seguridade Social: O Direito da Seguridade Social um conjunto de princpios, de regras e de instituies destinado a estabelecer um sistema de proteo social aos indivduos contra contingncias que os impeam de prover as suas necessidades pessoais bsicas e de suas famlias, integrado por aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social. Professor Marcelo Leonardo Tavares aduz o carter social do direito da seguridade social, destinado a garantir, precipuamente, o mnimo de condio social necessria a uma vida digna, atendendo ao fundamento da Repblica contido no art. 1, III, da CRFB/88. J Miguel Horvath Jnior adverte que qualquer que seja a posio que se adota em relao ao conceito da Seguridade Social deve-se sempre entend-lo como fenmeno social fundamental, como fundamental a prpria evoluo das sociedades. Por sua vez, Wladimir Novaes Martinez sustenta que a seguridade social tcnica de proteo social, custeada solidariamente por toda a sociedade segundo o potencial de cada um, propiciando universalmente a todos o bem-estar das aes de sade e dos servios assistencirios em nvel mutvel, conforme a realidade socioeconmica, e os das prestaes previdencirias. (PRINCPIOS DE DIREITO PREVIDENCIRIO, ED. LTR, 4 EDIO, PAG. 390, 2001). Fez bem o legislador ao conceituar a seguridade social, porque a partir daquele dispositivo legal foram estabelecidos quais os objetivos que deveriam ser alcanados. ORGANIZAO DA SEGURIDADE SOCIAL Podemos inicialmente, observar com a leitura do artigo 194 da CRFB/88, nos permite identificar que a Seguridade Social composta de trs grandes sistemas de proteo social, cada um bem caracterizado e especificado: Sade, Assistncia Social e Previdncia Social. Quanto forma de financiamento, podemos dividi-los em sistemas contributivos e no contributivos. Sistema contributivo aquele que o segurado contribui diretamente, na expectativa de auferir um benefcio no futuro. Sistema no contributivo, por sua vez, o sistema para o qual no se exige do beneficirio uma contribuio direta. Seus recursos so provenientes da arrecadao direta de tributos pelos entes estatais, que posteriormente contemplaro o oramento anual com os recursos destinados para cada setor. Diante das explicaes acima, no restam dvidas que a Previdncia Social se estrutura em forma de sistema contributivo, como expressamente determina o artigo 201 do texto constitucional, enquanto a Sade e a Assistncia Social se estruturaram na forma de sistemas no contributivos. Quanto estrutura destes sistemas cada um teve a sua organizao definida em leis reguladoras prprias. Podemos afirmar que existe certa identidade na organizao, uma vez que todos eles so compostos por Conselhos nas trs esferas administrativas: Conselho Federal, Conselhos Estaduais e Conselhos Municipais. Os Conselhos Federais so os responsveis pelas diretrizes das aes a serem implementadas na busca dos objetivos constitucionais. Quanto Sade, destacamos ainda a organizao do SUS SISTEMA NICO DE SADE, presente em todos os municpios brasileiros. O SUS, apesar de suas deficincias, foi uma inovao importante na implantao e execuo das aes de sade pblica no Brasil. Hierarquicamente organizado, tem contribudo para o implemento de importncias polticas de sade pblica, especialmente campanhas de vacinao, tratamento da AIDS, procedimentos de alta complexidade mdica e um espetacular crescimento no nmero de transplantes realizados no Brasil. Mesmo sabendo das crticas que receberei, posso afirmar que, apesar de suas deficincias, o melhor e maior plano de sade do Brasil, especialmente se considerarmos a complexidade dos seus atendimentos e nmero de atendimentos. OBJETIVOS E PRINCPIOS Os objetivos da seguridade social, conforme previsto no texto constitucional, visam a implementao de polticas pblicas, destinadas ao atendimento nas reas de sade pblica, assistncia social e previdncia social. A Previdncia Social organizada sob a forma de um sistema contributivo e de filiao obrigatria conceder benefcios visando a cobertura dos riscos doena, invalidez, morte, idade avanada, proteo maternidade e famlia. As polticas de sade pblica devero garantir gratuitamente a toda a populao brasileira o acesso aos servios de sade pblica. Por servios de sade pblica, dentre outros, entende-se o direito vacinao, medicamentos de alto custo e uso prolongado, consultas, internaes e procedimentos hospitalares, bem como a preveno de doenas. As polticas de assistncia social, nos termos do artigo 202 do texto constitucional destinam-se a amparar, gratuitamente, as camadas sociais menos favorecidas, atravs de programas e aes de proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e velhice, bem como promoo de integrao ao trabalho, habilitao e reabilitao e integrao na vida social de pessoas portadoras de necessidades especiais. Os princpios norteadores da Seguridade Social esto inseridos no pargrafo nico do artigo 194 da Constituio Federal. Alm dos sete princpios enumerados no texto constitucional, a doutrina elaborou outros, sendo que o mais importante o princpio da solidariedade. Antes de dar sequencia ao trabalho, necessrio trazer o conceito de princpio. Princpio apresenta uma ideia de universalidade, que aceita mesmo se no estiver escrito. uma diretriz cujo contedo determinante na elaborao e interpretao das normas. Segundo Srgio Pinto Martins, princpio a base que ir informar e inspirar as normas jurdicas. Para Wladimir Novaes Martinez, os princpios so enunciados juridicamente vlidos, conforme a sua proposio, aproveitando-se a sua razo de ser. Condensao de idias experimentadas no decurso do tempo, eles devem comunicar rapidamente o seu contedo. PRINCPIO DA SOLIDARIEDADE SOCIAL O princpio da solidariedade social o princpio mais importante, em que pese no estar escrito no texto constitucional. Este princpio consiste no fato de toda a sociedade, indistintamente, contribuir para a Seguridade Social, independentemente de se beneficiar de todos os servios disponibilizados. Quando falamos que a sociedade contribui indistintamente, isto se explica pelo fato de todo produto que se consome (p.ex: alimento, roupa) e todo servio disponibilizado populao (ex: transporte pblico, gua, luz e telefone) ter inserido nos respectivos preos finais as contribuies sociais para a seguridade social, destacando o PIS e a COFINS. Portanto, independentemente da classe social, ao se consumir produtos e servios, todos estaro contribuindo para o oramento da seguridade social. Contudo, os benefcios so distribudos de acordo com a necessidade pessoal, bem como a previso legal. A solidariedade fica clara quando se trata dos benefcios da assistncia social, uma vez que estes benefcios so destinados exclusivamente para a populao de baixa renda. Relativamente sade, apesar de ser um direito universal, na prtica, observamos que certas camadas da sociedade utilizam-se dos sistemas privados, destacando-se os planos de sade e, at mesmo, arcando diretamente com os custos dos atendimentos. O fato de existir esta opo, no significa que houve renncia ao direito constitucionalmente assegurado. Na Previdncia Social, por ser um sistema que exige a contribuio direta do segurado para a obteno de um benefcio futuro, a solidariedade se manifestar de forma diferente. Aqui a solidariedade se caracteriza atravs do financiamento de geraes. Uma gerao ativa ao contribuir para a previdncia social est custeando as geraes passadas, que esto inativas. Futuramente, esta gerao ter os seus benefcios garantidos pelas novas geraes que viro, e assim, sucessivamente. Observa-se, portanto, como marcante a solidariedade social no financiamento da seguridade social. Se assim no fosse, no existira um sistema de seguridade social, mas um sistema individual em que cada um contribuiria to somente para o seu benefcio, excluindo todos aqueles impossibilitados de contribuir diretamente. O Professor Wladimir Novaes Martinez em sua magnfica obra PRINCPIOS DE DIREITO PREVIDENCIRIO, assim aborda o tema: No momento da contribuio a sociedade quem contribui. No instante da percepo da prestao, o ser humano a usufruir. Embora no ato da contribuio seja possvel individualizar o contribuinte, no possvel vincular cada uma das contribuies a cada um dos percipientes, pois h um fundo annimo de recursos e um nmero determinvel de beneficirios. Para concluir, trazemos a lio do ilustre Professor Srgio Pinto Martins: A solidariedade pode se considerada um postulado fundamental do Direito da Seguridade Social, previsto implicitamente inclusive na Constituio. Sua origem encontrada na assistncia social, em que as pessoas faziam uma assistncia mtua para alguma finalidade e tambm com base no mutualismo, de se fazer um emprstimo ao necessitado. uma caracterstica humana, que se verifica no decorrer dos sculos, em que havia uma ajuda genrica ao prximo, ao necessitado. (...) Ocorre solidariedade na Seguridade Social quando vrias pessoas economizam em conjunto para assegurar benefcios quando as pessoas do grupo necessitarem. As contingncias so distribudas igualmente a todas as pessoas do grupo. Quando uma pessoa atingida pela contingncia, todas as outras continuam contribuindo para a cobertura do benefcio do necessitado. PRINCPIO DA UNIVERSALIDADE DA COBERTURA DO ATENDIMENTO O princpio da universalidade da cobertura do atendimento consiste em promover indistintamente o acesso ao maior nmero possvel de benefcios, na tentativa de proteger a populao de todos os riscos sociais previsveis e possveis. As aes devem contemplar necessidades individuais e coletivas, bem como aes reparadoras e preventivas. Quanto ao direito Sade, o texto constitucional expressamente o declara universal quando insere no caput do artigo 196 que a sade direito de todos e dever do Estado. Marcelo Leonardo Tavares, objetivamente conceitua este princpio: As prestaes da seguridade devem abranger o mximo de situaes de proteo social do trabalhador e de sua famlia, tanto subjetiva quanto objetivamente, respeitadas as limitaes de cada rea de atuao. Entretanto, este conceito merece uma crtica. Ele restringe a proteo ao trabalhador. A Seguridade Social abrange no somente aos trabalhadores, mas todos os homens e mulheres residentes no Brasil. Relativamente assistncia social, existem benefcios dirigidos diretamente para pessoas impossibilitadas de realizarem trabalhos que garantam a sua sobrevivncia, como por exemplo, o benefcio de renda continuada. Srgio Pinto Martins, por sua vez, divide a universalidade em dois grupos: subjetiva e objetiva. A subjetividade refere-se s pessoas alcanadas pela seguridade social e a objetividade refere-se aos benefcios previstos em lei. Comungamos com o ensinamento do Professor MARCUS ORIONE GONALVES CORREIA que assim se manifestou: Dessarte, com o fim de eliminar a misria, o princpio da universalidade, na seguridade social, agasalha todas as pessoas que dela necessitam (universalidade subjetiva) ou que possam vir a necessit-la nas situaes socialmente danosas (universalidade objetiva), ou seja, eventualidades que afetem a integridade fsica ou mental dos indivduos, bem como aquelas que atinjam a capacidade de satisfao de suas necessidades individuais e de sua famlia pelo trabalho. UNIFORMIDADE E EQUIVALNCIA DOS BENEFCIOS E SERVIOS S POPULAES URBANAS E RURAIS Este princpio teve como o objetivo central equiparar os direitos dos trabalhadores rurais aos trabalhadores urbanos, resgatando uma injustia histrica, especialmente no Direito Previdencirio Brasileiro. Desta forma, ficam proibidas quaisquer distines entre os trabalhadores urbanos e rurais. Para Srgio Pinto Martins, o princpio da uniformidade um desdobramento do princpio da igualdade. Neste sentido, trazemos a lio de Marcelo Leonardo Tavares: As diferenas histricas existentes entre os direitos do trabalhador urbano e rural devem ser reduzidas paulatinamente at a extino. A legislao previdenciria posterior Constituio de 1988 adequou-se ao princpio, sem fazer discriminao entre trabalhadores urbanos e rurais, exceto pelo tratamento diferenciado do segurado especial, devido a caractersticas particulares desta espcie de segurado. O princpio da igualdade, na concepo histrica de Rui Barbosa que o conceitua como tratar desigualmente os desiguais, se concretiza no inciso II, do 7 do artigo 201 do texto constitucional que reduz em cinco anos a idade do trabalhador rural para fazer jus aposentadoria por idade e pela concesso de aposentadoria especial para quem trabalha em condies prejudiciais sade. PRINCPIO DA SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAO DOS BENEFCIOS E SERVIOS Este princpio tem por finalidade orientar a ampla distribuio de benefcios sociais ao maior nmero de necessitados. Nem todos tero direito a todos os benefcios, devendo o legislador identificar as carncias sociais e estabelecer critrios objetivos para contemplar as camadas sociais mais necessitadas. Destaque-se, entretanto, como j dito anteriormente, a assistncia mdica ser acessvel indistintamente, conforme previsto no artigo 196 da Constituio Federal. Para Miguel Horvath Jnior, a seletividade e a distributividade devem ser pautadas sempre que possvel pelo princpio da universalidade (carter programtico). Srgio Pinto Martins ensina que caber lei escolher as necessidades que o sistema poder atender, conforme as disponibilidades econmico-financeiras, e conclui ao final: A distributividade implica a necessidade de solidariedade para poderem ser distribudos recursos. A ideia de distributividade tambm concerne distribuio de renda, pois o sistema, de certa forma, nada mais faz do que distribuir renda. A distribuio pode ser feita aos mais necessitados, em detrimento dos menos necessitados, de acordo com a previso legal. A distributividade tem, portanto, carter social. PRINCPIO DA IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFCIOS Este princpio tem por finalidade preservar o valor de compra dos benefcios financeiros concedidos pela seguridade social. A legislao infraconstitucional materializou este dispositivo ao determinar que anualmente os valores dos benefcios sejam corrigidos por um ndice de preo. A preocupao do legislador ao inserir este princpio no texto constitucional foi evitar que eventuais reajustes dos benefcios dependessem de vontade poltica do governo federal. O eventual congelamento dos valores, em pocas de processo inflacionrio acelerado, significaria, na verdade, a supresso dos benefcios ao longo do tempo. Srgio Pinto Martins alerta para o risco de a lei ordinria no contemplar adequadamente a poltica de reajuste de acordo com a inflao real. Desta forma, em que pese s perdas ocasionadas aos beneficirios, no haver a possibilidade de se argumentar a sua inconstitucionalidade. Deve-se ressaltar, ainda, que no existe mais vinculao entre o reajuste dos benefcios da seguridade social e o salrio mnimo. Os benefcios sero corrigidos por ndice de preo que mede a inflao. Por outro lado, o salrio mnimo dever ser contemplado por uma poltica de recuperao de seu poder de compra, preferencialmente em respeito ao disposto na Constituio Federal.
PRINCPIO DA EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAO NO CUSTEIO Este princpio, resumidamente, expressa que cada um contribuir para a seguridade social na proporo de sua capacidade contributiva. Observa-se, entretanto, que ele especfico para a Previdncia Social, uma vez que o nico sistema contributivo. As contribuies para a previdncia social so vertidas conforme a renda do segurado. Quanto maior a renda, maior a alquota, e, consequentemente, maior a contribuio. Em respeito ao princpio da isonomia, em tese no se admite tratamento diferenciado aos segurados enquadrados na mesma situao ftica. Wladimir Novaes Martinez, ao comentar o princpio da equidade, entende desnecessrio a sua incluso no rol dos princpios do artigo 195 da Constituio, uma vez que o mesmo j est previsto no artigo 150, II, seno vejamos: Trata-se de norma securitria abundante, praticamente desnecessria diante do artigo 150, II, onde prescrita regra universal, a vedao da instituio de tratamento desigual entre os contribuintes que se encontrem em situao equivalente, proibida qualquer distino em razo de ocupao profissional ou funo por eles exercida, independentemente da denominao jurdica dos rendimentos, ttulos ou direitos, isto , a igualdade fiscal. Respeito o posicionamento do ilustre Professor Wladimir Novaes Martinez, mas, como consagrada a fria arrecadadora do Estado, o princpio est bem colocado, especialmente porque durante alguns anos discutiu-se se as contribuies sociais vertidas para a seguridade social tinham natureza tributria, ou no. PRINCPIO DA DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO O financiamento da seguridade social se d atualmente atravs da contribuio dos trabalhadores, das empresas e dos oramentos dos entes estatais. Mesmo as pessoas no enumeradas acima contribuem para a seguridade social, seja atravs do pagamento da CPMF, seja atravs dos impostos inseridos nos custos dos preos dos produtos consumidos. Preocupado em garantir o aumento da arrecadao de recursos para a seguridade social para garantir o atendimento do aumento de demanda social, o legislador j expressou na constituio a permisso para que outras fontes de financiamento fossem criadas pelo legislador ordinrio. Contudo, criou um dispositivo mediador, na tentativa de evitar que novas contribuies sociais fossem criadas nas mesmas bases de impostos j existentes. Este o entendimento majoritrio do 4 do artigo 195 do texto constitucional. Este dispositivo veda a criao de contribuio social cujo fato gerador ou base de clculo seja idntico aos impostos discriminados na Constituio. PRINCPIO DO CARTER DEMOCRTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAO, MEDIANTE GESTO QUADRIPARTITE, COM PARTICIPAO DOS TRABALHADORES, DOS EMPREGADORES, DOS APOSENTADOS E DO GOVERNO NOS RGOS COLEGIADOS. Este princpio no inovao do texto constitucional, uma vez que historicamente sempre houve a participao da comunidade nos Conselhos da previdncia social, assistncia social e sade. Desta forma, o legislador tentou democratizar a gesto da seguridade social, uma vez que contempla a participao de todos os segmentos representativos da sociedade na administrao dos recursos, inclusive os aposentados. MATERIALIZAO DOS OBJETIVOS E PRINCPIOS NA LEGISLAO INFRACONSTITUCIONAL Uma vez estudados os objetivos e princpios constitucionais da seguridade social, identificaremos como o legislador ordinrio vem perquirindo o cumprimento das normas constitucionais, atravs da regulamentao dos artigos que tratam da seguridade social. Sendo assim, dividiremos os objetivos da seguridade social em grandes grupos de proteo: velhice, famlia, doena e invalidez. Nestes grandes grupos de proteo social, abordaremos os benefcios previdencirios e assistenciais que procuram universalizar a proteo social estabelecida no texto constitucional. Antes de especificar cada um deles, devido a sua consagrada universalidade, abriremos um tpico especial para a sade.
Referncias bibliogrficas:
Martins, Srgio Pinto. Direito da Seguridade Social, 18 edio, So Paulo, Atlas, 2002. Jnior, Miguel Horvath. Direito Previdencirio 2 edio, So Paulo, Quartier Latin, 2002.
Martinez, Wladimir Novaes. Princpios de Direito Previdencirio, 4 edio, So Paulo, LTR, 2001.
Correia, Marcus Orione Gonalves. Curso de Direito da Seguridade Social, 2 edio, So Paulo, Saraiva, 2002.
Tavares, Marcelo Leonardo. Direito Previdencirio 4 edio, Rio de Janeiro, Luen Juris, 2002.