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Alegria De Viver
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Alegria De Viver

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Meu objetivo com este livro sobre a “alegria de viver” é tratar da “sede de Deus”, da distinção entre prazer, felicidade e alegria como um aperfeiçoamento da pessoa na sua relação com o outro. Ao esclarecer esses temas, teremos o suficiente para entender o que é o mais característico da missão cristã e de como aplicar isso à prática pastoral. O desejo de Deus é “um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus”. Há um anseio espontâneo pela verdade, pela bondade e pela felicidade, como de um único impulso primário. Mais do que uma discussão de ideias, a restauração da liberdade como uma resposta à sede do bem se dá por uma ação pessoal verdadeira e boa. Contudo, quando esse desejo de bem é constantemente frustrado por uma ação má, o anseio da verdade frustrado pela ignorância e pela mentira, a felicidade trocada por prazeres instantâneos, a dignidade humana na sua abertura à transcendência também se vê seriamente danificada. A experiência traumatizante do mal pode conduzir a um fechamento para com o próximo e para com Deus. A pedagogia moral da Igreja consiste na prática de atos bons, verdadeiros e, por isso, alegres, a fim de restaurar essa natural abertura à dimensão bela da vida humana. Essa abertura à beleza está na raiz mesma do ato religioso. Os atos de pecado denotam uma fraqueza interior, uma debilidade da liberdade, que conduz à “escravidão do pecado” (Rm 6, 17). Nesse sentido, Jesus Cristo veio restaurar a liberdade humana, reforçando-a pela graça do Espírito Santo. Na nova Aliança, o povo de Deus segue o caminho do bem, não somente porque é orientado pelos Dez Mandamentos, mas sobretudo pela força da graça do Espírito Santo que atua desde a interioridade do coração humano. Procuramos utilizar como metodologia a espiritualidade Inaciana, contemplativa na ação, segundo o livro dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola para realizar a experiência de encontro pessoal com jesus, no exercício espiritual do dia-a-dia O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além de do ministério da Palavra é coordenador Arquidiocesano da Liturgia da Arquidiocese de Aparecida e orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola..
LanguagePortuguês
Release dateJan 26, 2023
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    Alegria De Viver - Saluar Antonio Magni

    1

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 4

    CAPÍTULO 1: BUSCAR A VERDADEIRA ALEGRIA NA ORAÇÃO 12

    CAPÍTULO 2 A VERDADEIRA ALEGRIA NAS

    ORAÇÕES DA BÍBLIA E DO CATECISMO DA IGREJA 41

    CAPÍTULO 3 ALEGRIA NO SENHOR O PRESSUPOSTO

    ESSENCIAL PARA VIDA E A VIVÊNCIA CRISTÃ. 57

    CAPÍTULO 4: A ALEGRIA DA NOSSA PARTICIPAÇÃO

    CONTEMPLATIVA DA SANTA MISSA 91

    CAPÍTULO 5 A ESPIRITUALIDADE NOS AJUDA A TERMOS ALEGRIA NO VIVER 121

    CAPÍTULO

    6

    DISCERNIR

    O

    PRINCÍPIO

    E

    FUNDAMENTO DA VIDA NOS TRÁS ALEGRIA

    VERDADEIRA 166

    CAPÍTULO

    7

    DISCERNIR

    AS

    MOÇÕES

    DE

    CONSOLAÇÃO E DESOLAÇÃO E O PECADO NOS

    AJUDAM A BUSCAR A VERDADEIRA VIDA NA ALEGRIA 183

    CAPÍTULO 8 A CONTEMPLAÇÃO DOS MISTÉRIOS DE

    CRISTO NOS TORNA DISCÍPULOS NA ALEGRIA CRISTÃ 223

    CAPÍTULO 9 MANTER A ALEGRIA NA VIDA NOVA CONTEMPLANDO A PAIXÃO DE CRISTO 302

    CAPÍTULO 10 IDENTIFICANDO-SE COM A ALEGRIA DA VIDA NOVA QUE DA RESSURREIÇÃO 324

    EPÍLOGO 348

    BIBLIOGRAFIA 347

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES; PÁGINA: 359

    2

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos abordados neste livro. Agradeço também ao Padre Adroaldo, orientador do CEI, que me orientou nos exercícios espirituais, e me ajudou a construir toda experiência dos retiros, contemplações, meditações e estudos, obtidos durante os Exercícios Espirituais em etapas, que realizamos eu e minha querida esposa, em Itaici. E a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. E onde tive a oportunidade de realizar uma especialização sobre orientação e acompanhamento espiritual, coordenado pela FAGE de Belo Horizonte. Ao Movimento de Cursilho de Cristandade, especialmente à Escola Vivencial, onde durante mais de 30 anos tenho recebido e compartilhado com amigos e irmãos de fé, a minha vida de cristão comprometido, procurando vivenciar o tripé: oração, formação e ação evangelizadora.

    Oh! Verdade! Oh! Beleza infinitamente amável de Deus! Quão tarde vos amei! Quão tarde vos conheci! e quão infeliz foi o tempo em que não vos amei nem vos conheci! Meus delitos me têm envilecido; minhas culpas me têm afetado; minhas iniquidades têm sobrepujado, como as ondas do mar, por cima de minha cabeça. Quem me dera Deus meu, um amor infinito para amar-vos, e uma dor infinita para arrepender-me do tempo em que não vos ame como devia! Mas, em fim, vos amo e vos conheço, Bem sumo e Verdade suma, e com a luz que Vós me dais me conheço e me aborreço, pois eu tenho sido o principio e a causa de todos os meus males. Que eu Vós conheça, Deus meu, de modo que vos ame e não vos perda! Conheças a mim, de sorte que consiga arrepender-me e não me busque em coisa alguma minha felicidade a não ser em Vós, Senhor meu! (Santo Agostinho)

    3

    INTRODUÇÃO

    Sim, que eu vos conheça Senhor e me conheça cada vez mais para que eu possa me tornar uma pessoa melhor e possa te servir como Tu queres!

    Quero iniciar este livro sobre a alegria de viver nele vamos tratar da sede de Deus, da distinção entre prazer, felicidade e alegria como um aperfeiçoamento da pessoa na sua relação com o outro. Ao esclarecer esses temas, teremos o suficiente para entender o que é o mais característico da missão cristã e de como aplicar isso à prática pastoral. O desejo de Deus é

    um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus. Há um anseio espontâneo pela verdade, pela bondade e pela felicidade, como de um único impulso primário. Mais do que uma discussão de ideias, a restauração da liberdade como uma resposta à sede do bem se dá por uma ação pessoal verdadeira e boa. Contudo, quando esse desejo de bem é constantemente frustrado por uma ação má, o anseio da verdade frustrado pela ignorância e pela mentira, a felicidade trocada por prazeres instantâneos, a dignidade humana na sua abertura à transcendência também se vê seriamente danificada. A experiência traumatizante do mal pode conduzir a um fechamento para com o próximo e para com Deus.

    A pedagogia moral da Igreja consiste na prática de atos bons, verdadeiros e, por isso, alegres, a fim de restaurar essa natural abertura à dimensão bela da vida humana. Essa abertura à beleza está na raiz mesma do ato religioso. Os atos de pecado denotam uma fraqueza interior, uma debilidade da liberdade, que conduz à

    escravidão do pecado (Rm 6, 17). Nesse sentido, Jesus Cristo veio restaurar a liberdade humana, reforçando-a pela graça do Espírito Santo. Na nova Aliança, o povo de Deus segue o caminho do bem, não somente porque é orientado pelos Dez Mandamentos, mas sobretudo pela força da graça do Espírito Santo que atua desde a interioridade do coração humano.

    A nova Aliança em Jesus Cristo se entende como uma superação de um entendimento meramente legalista acerca da Lei antiga. Um exemplo característico é a comparação entre Moisés, o 4

    legislador do Sinai e Jesus Cristo, o mestre das bem aventuranças.

    Os paralelos entre Moisés e Jesus no texto dos capítulos quinto ao oitavo de Mateus, fazem-nos notar que Jesus não está adicionando preceitos aos antigos ou meramente reinterpretando os Dez Mandamentos. Ele liberta-nos das múltiplas observâncias externas da lei judaica, retendo apenas os preceitos morais essenciais. Os esforços se concentram na dimensão do coração

    e não apenas nas práticas externas. Contudo, a nova Lei se caracteriza ainda mais claramente pela sua interioridade. A seguinte afirmação do profeta Jeremias: Porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei (Jr 31,31) levou a Santo Tomás de Aquino a concluir que A Lei Nova é primariamente uma lei infusa, mas secundariamente uma lei escrita. Isso significa que a força da nova Lei não está na letra, mas na graça do Espírito Santo que atua no coração humano.

    Desse modo, a natural inclinação do ser humano à bondade, à verdade e à felicidade se encontra restaurada e reforçada. A vida cristã não é um mero cumprimento de leis externas, mas a ação prazerosa instigada, acompanhada e santificada na força do Espírito Santo. Faz-se missão por um impulso interior de amor.

    Evangelizadores com espírito quer dizer evangelizadores que se abrem sem medo à ação do Espírito Santo. No Pentecostes, o Espírito faz os Apóstolos saírem de si mesmos e transforma-os em anunciadores das maravilhas de Deus (EG 259).

    Nesse sentido, a sede de Deus conduz a pessoa humana ao transcendente de tal modo que, apenas na ação boa, inspirada no Espírito Santo, é possível uma ação verdadeiramente livre e jubilosa. O Espírito Santo alenta o evangelizador a expropriar-se

    de si para entregar-se a Deus na missão. A distinção entre prazer e felicidade se mostra especialmente útil diante de perspectivas materialistas e redutivas do ser humano. A felicidade não se reduz ao prazer de consumir, ao prazer de dominar, ou ao prazer sexual.

    Sem nos determos em todas as implicações biológicas e morais dessas distinções, cabe reter que a felicidade se entende como uma completa satisfação das várias dimensões do ser humano, que entendido em sentido teológico, consiste sobretudo na relação 5

    com Deus, o sumo Bem. O prazer por si só é indiferente, pode contribuir ou desequilibrar essa felicidade que nunca é um estado conquistado, mas sempre um constante desenvolvimento da personalidade em direção ao Amor.

    Santo Agostinho deu a definição clássica de felicidade: A vida feliz é gaudium de veritate, a alegria nascida da verdade.

    Essa alegria a que Agostinho se refere trata-se da alegria em estar

    junto de Ti, em Ti, por Ti. O prazer é uma sensação agradável, uma paixão causada por um bem exterior. A alegria, no entanto, é algo interior: é o efeito direto de uma ação de qualidade, como o sabor de uma tarefa longa finalmente completada. A alegria é a verdade amada. Assim, se associa a alegria a um sinal da vida virtuosa. O prazer é o oposto da dor; a alegria nasce muitas vezes da provação, do sofrimento aceito e enfrentado. O prazer é breve e superficial; a alegria é duradoura, como as qualidades e as virtudes de quem as têm. O prazer é individual, como a sensação, e desaparece à medida que é compartilhado ou privado do bem que causa; a alegria é comunicativa, cresce compartilhada e recompensa os sacrifícios de generosidade. "Alegrai-vos sempre no Senhor!

    Repito, alegrai-vos! (Fl 4, 4). O prazer não é incompatível com a alegria, contudo, cabe distinguir as experiências para não confundi-las. A alegria consiste nessa transcendência do eu" para com o

    Outro ou para com um tu. O eu encontra sua experiência mais originária e também o seu desenvolvimento nessa relação com os outros. O eu não nasce como um eu penso, mas como um bebê que é segurado pela mãe, pela família e se desenvolve, antes de tudo, em relação com outras pessoas. Os rostos são a mais fundamental experiência e a mais transcendente. É maravilhoso ser povo fiel de Deus. E ganhamos plenitude, quando derrubamos os muros e o coração se enche de rostos e de nomes! (EG 274).

    Melhor ainda, trata-se de aprender a descobrir Jesus no rosto dos outros, na sua voz, nas suas reivindicações (EG 91).

    O Papa Francisco define a missão como uma paixão por Jesus Cristo e uma paixão pelo povo. A missão consiste em ajudar com que mais pessoas se abram à alteridade do rosto de Jesus e do rosto dele presente em cada membro do povo de Deus e em cada 6

    pobre. Esse é o objetivo específico da missão da Igreja, a sua qualidade definidora consiste em levar a alegria que nasce de tal encontro. A Igreja ajudará a superar uma cultura hedonista e consumista por uma cultura de solidariedade. Deve ajudar a redescobrir a alegria. O povo de Deus tem por missão a solidariedade e, para tanto, deve formar missionários da alegria, que com o olhar de Cristo, possam inserir-se no mundo com uma lógica mais profunda e transcendente. A evangelização não pode mais ser entendida como uma espécie de dever, um compromisso da agenda de um presbítero, ou como um trabalho que possa ser delegado a alguma agência especializada. A evangelização precisa ser entendida como a transmissão de conteúdos e formas, sustentada por uma experiência gozosa da presença de Deus na vida do próprio evangelizador. O missionário evangeliza pela dinâmica própria da alegria que sente em seu coração. A evangelização assim entendida nunca é em vão, pois mesmo que não se vejam frutos, o anúncio torna feliz não só quem recebe a mensagem, mas antes de tudo o evangelizador. Ele testemunha que já há nele uma realidade transformadora, libertadora, real e gozosa, sinal do reino de Deus. O amor, se não é comunicado, mas sufocado, desaparece. O amor se cultiva na mesma proporção em que também é comunicado. Com razão não se poderia esperar que toda a atividade missionária dependesse unicamente de uma ação espontânea e carismática de alguns membros do povo de Deus, e é verdade que as estruturas eclesiais justamente existem para dar estabilidade à pastoral da Igreja. Nesse sentido, a conversão pastoral rumo a uma Igreja em saída (EG 20) passa por mudanças nas estruturas eclesiais que tornem estável e atrativa essa experiência do mistério de Cristo e do mistério da pessoa humana.

    Por isso a necessidade de superar atitudes e estruturas que favoreçam o sectarismo, o neopelagianismo ou o individualismo.

    Quaisquer pessoas ou estrutura eclesial que deem tais frutos reprováveis são convidados a rever a sua linguagem, os seus métodos, a sua abertura ao mundo, sobretudo, sua compreensão sobre o povo de Deus. Nestes anos tenho aprendido que nós somos responsáveis por tudo que acontece à nossa volta. Através 7

    dos nossos pensamentos, emoções e palavras, criamos situações ao longo de nossas vidas que poderão ser destrutivas ou construtivas.

    Todos os acontecimentos em nossas vidas até o momento em que nos encontramos foram criados por nossos pensamentos e crenças que tivemos no passado, pensamentos estes que usamos ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado e durante toda nossa vida. O que passou não pode ser modificado, mas, o importante é o que estamos escolhendo pensar agora, porque o pensamento sim pode ser modificado, pois todos os estados mentais negativos atuam como obstáculos à nossa felicidade.

    Muitos vivem irados, com raiva, e essa atitude é um dos maiores empecilhos para atingirmos o estado de liberdade interior, que é onde reside a felicidade. A raiva é tida como a mais hedionda das emoções, ela perturba nosso discernimento, nos causa desconforto e consegue devastar nossos relacionamentos pessoais com a força de um furacão, que põe abaixo ou pelos ares tudo que se interpõe à sua passagem. Estudos comprovam que a raiva, a fúria e a hostilidade são prejudiciais ao sistema cardiovascular, causando aumento de colesterol, de pressão alta e até de mortes prematuras.

    Muitas pessoas têm ânimo instável e atuam impulsivamente, duvidando de sua identidade e sofrendo explosões de violência contra ela mesma e contra os demais. Essas pessoas padecem de um transtorno que conduz ao abatimento e desesperança, caracterizada pela instabilidade emocional. Sem conseguir se controlar contra o abandono, ataques de ira, sensação de vazio interior e impetuosidade. Suas relações, seu sentido de si mesmo e o seu ânimo, se tornam muito instáveis. Muitos têm impulsos de gastar, ter relações sexuais abusivas e descontroladas, abusar de substâncias e comidas ou dirigir de forma temerária e incontrolável. Suas possibilidades de continuar estudando, ter um emprego ou estabelecer uma relação sentimental, casamento ou namoro se tornam difíceis. Essas pessoas tendem a experimentar longos períodos de abatimento e desilusão, interrompidos às vezes por breves episódios de irritabilidade, atos de autodestruição e cólera impulsiva. Estes estados de ânimo costumam ser 8

    imprevisível e parecem ser desencadeados menos por fatos externos do que por fatores internos da pessoa Fique certo caro leitor/a, pois estes sentimentos destrutivos quando brotam dentro de nós, acabam nos dominando de tal forma que destroem nossa paz mental e por isso são corretamente considerados como os nossos inimigos internos.

    Esses nossos inimigos internos só têm uma função, a de nos destruir e muitas vezes envolver também quem está a nossa volta, especialmente nossos familiares e amigos, exatamente os que mais amamos ou que deveríamos amar. Nossa presença de espírito e nossa sabedoria desaparecem, sentimos uma ansiedade que nos sufoca. Acabamos perdendo a capacidade de distinguir o que é certo ou errado, e aí, somos lançados num estado de confusão tamanha que agrava ainda mais nossos problemas e dificuldades.

    Você já deve ter percebido que quando isto acontece nossa tensão tende a aumentar, nosso nervosismo e nossa fisionomia também se transformam, e emanamos, desprendemos uma vibração tão hostil que todos se afastam. Até os nossos animais de estimação, como o gato ou cachorro, podendo mesmo nos transformar em autores ou vítimas de crimes hediondos contra pessoas próximas, ou mesmo contra nosso próprio ser.

    Quantos suicídios e vidas autodestruídas eu tenho visto nestes últimos anos. Quantas tristezas geram! Casais se separam de uma união que deveria ser indissolúvel, filhos matam pais, pais matam filhos, amigos se distanciam, pessoas perdem o emprego.

    Quanta angústia e desolação! Hoje mesmo aqui onde moro um rapaz de uns 38 anos, policial militar, após uma discussão com uma ex-namorada, pegou a arma no carro e disparou 4 tiros na moça de 28 anos, e depois atirou em sua própria cabeça, os dois faleceram!

    A ira, a raiva, a depressão, o mau humor constante, a indolência e muitos outros problemas. São todos inimigos tão poderosos, que podem ficar atuando somente por instantes ou passar de geração para geração. Em alguns casos temos até raiva de pessoas que já faleceram há muito tempo, e assim o inimigo interno continua ativo com toda a sua força. Em outros casos 9

    mantemos raiva por desastres financeiros ou relacionamentos que já acabou há muito tempo.

    Francamente caros amigos, eu já passei por muito disso, e ainda hoje luto contra minhas instabilidades, temperamento difícil, impaciência e intolerância. Porém tenho descoberto, juntamente com minha querida esposa, que todos estes sentimentos podem ser construtivos, quando os utilizamos para detectar o que está dentro de nós como inimigos e com isso enxergar nossos egoísmos, nossas críticas, nossas lamentações, nossa falta de fé, ou sentimentos de culpar os outros por nossas mazelas, etc.

    Por mais de 20 anos fui instrutor e chefe de ensino na maior escola de aeronáutica da américa latina: a escola de Especialistas da Aeronáutica, como engenheiro de voo dava instrução de voo e controle de manutenção aeronáutica e segurança de voo, como já falei anteriormente, pois sempre fui agente do CENIPA, que é o Centro Nacional de Segurança de Voo. Mas como era uma Escola tinha as funções de planejamento e avaliação que me obrigaram, além da engenharia, administração e economia, entender de psicopedagogia. Para poder chefiar a área de psicopedagogia tive de fazer um curso de pedagogia, na Universidade da Força Aérea, com ênfase na psicopedagogia, para poder ajudar os alunos a escolherem suas profissões, nas 28

    especialidades que a escola oferecia. Além de ajudá-los nos problemas ligados a aprendizado e dificuldades de aprendizado.

    Nesta época, também minha filha resolveu fazer a faculdade de psicologia e eu estudava com ela todos os livros nesta área, o que me ajudou a conhecer um pouco do que iremos discutir e refletir neste livro.

    Temos aprendido que devemos usar a força das nossas emoções para destruir os maus sentimentos que habitam em nossa alma e impedem que nossa vida, e a de todos aqueles que dela participam desfrutem de alegria, paz e amor. Para conseguirmos dominar esses inimigos internos, temos descoberto algumas ferramentas que são acessíveis a cada um de nós, basta força de vontade e perseverança em aplicá-los e transformarmos para melhor, nossas vidas e a vida daqueles com os quais convivemos.

    10

    É destas ferramentas que iremos desenvolver nossos estudos e reflexões

    Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitores amigos, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através do conhecimento de como se encontrar com Deus através da oração e do discernimento diário. Para que isto aconteça teremos estudos, exercícios, testes, oração, meditações e contemplações na espiritualidade Inaciana, Jesuíta, na busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor.

    No próximo capítulo iremos ver que a oração é uma atitude própria e necessária de todo o cristão, pois só através da oração é que buscamos a verdadeira alegria que vem de Deus, através da ação do Espírito Santo. Então, acredito que todos nós, em algum momento, já tenha feito a si mesmo estas perguntas: Será que eu sei rezar? Como eu rezo? O que é a oração?. Se você já se fez essas perguntas, não pense que está errado ou que isso é um problema.

    Pois, vejo, por trás desses questionamentos, alguém preocupado com a vida espiritual e com o relacionamento com Deus.

    11

    CAPÍTULO 1: BUSCAR A VERDADEIRA ALEGRIA NA ORAÇÃO

    A oração é atitude própria e necessária de todo o cristão.

    Então, acredito que todos nós, em algum momento, já tenha feito a si mesmo estas perguntas: "Será que eu sei rezar? Como eu rezo?

    O que é a oração? Se você já se fez essas perguntas, não pense que está errado ou que isso é um problema. Pois, vejo, por trás desses questionamentos, alguém preocupado com a vida espiritual e com o relacionamento com Deus.

    A oração da alegria, do Papa Francisco: Sim, é possível ter alegria em meio ao sofrimento. Rezemos com o Papa.

    Virgem e Mãe Maria,

    Vós que, movida pelo Espírito,

    acolhestes o Verbo da vida,

    na profundidade da vossa fé humilde,

    totalmente entregue ao Eterno,

    ajudai-nos a dizer o nosso «sim»

    perante a urgência, mais imperiosa do que nunca, de fazer ressoar a Boa Nova de Jesus.

    Vós, cheia da presença de Cristo,

    levastes a alegria a João, o Batista,

    fazendo-o exultar no seio de sua mãe.

    Vós, estremecendo de alegria,

    cantastes as maravilhas do Senhor.

    Vós, que permanecestes firme diante da Cruz

    com uma fé inabalável,

    e recebestes a jubilosa consolação da ressurreição, reunistes os discípulos à espera do Espírito, para que nascesse a Igreja evangelizadora.

    Alcançai-nos agora um novo ardor de ressuscitados, para levar a todos o Evangelho da vida

    que vence a morte.

    Dai-nos a santa ousadia de buscar novos caminhos, para que chegue a todos

    o dom da beleza que não se apaga.

    Vós, Virgem da escuta e da contemplação,

    12

    Mãe do amor, esposa das núpcias eternas, intercedei pela Igreja, da qual sois o ícone puríssimo, para que ela nunca se feche nem se detenha

    na sua paixão por instaurar o Reino.

    Estrela da nova evangelização,

    ajudai-nos a refulgir com o testemunho da comunhão, do serviço, da fé ardente e generosa,

    da justiça e do amor aos pobres,

    para que a alegria do Evangelho

    chegue até aos confins da terra

    e nenhuma periferia fique privada da sua luz.

    Mãe do Evangelho vivente,

    manancial de alegria para os pequeninos,

    rogai por nós.

    Amém. Aleluia! (Papa Francisco (Evangelii Gaudium)) A alegria que a oração nos traz: Bendita seja à força da natureza. Bendito seja o grande poder de Deus em todas as dimensões do infinito. Estamos em luzes. Quando oramos com o nosso poder mental e em serenidade, geramos intenção de ajuda e sabedoria em nossas almas. A prece evoca o pensamento e nos conduz ao Pai, fazendo-nos contatar com o seu amor. E, nesse momento, somente luzes estarão refletindo dentro e fora de nós.

    Sintonizados, estaremos com a força crística para pedir, louvar ou agradecer o poder celestial. A prece nos pacifica, nos conduz a fé e a certeza de que nada que possa nos acontecer é ao simples acaso.

    Ela nos dá o sustentáculo necessário à aceitação e ao amadurecimento espiritual diante de nossas provas inadiáveis. Ela nos deixa em sintonia com as divindades superiores do universo.

    Alegra-nos e nos faz mais leves e esperançosos para a superação de tudo o quanto não podemos reverter. Oremos ao Cristo, a Maria de Nazaré, ou ainda, nos direcionando a ascensão direta com o Criador nos sentindo livres e confiantes por sermos os filhos prediletos do Altíssimo. Para bem orar, não necessitamos de muitas balbuciações e nem de preces esticadas. Podemos formulá-las intencionalmente em pensamento com poucas palavras de gratidão e levarmos a qualquer lugar que acharmos que necessita 13

    de nossas vibrações de puro amor e de plenitude. O mundo inteiro está necessitando receber as luzes e a serenidade dos nossos corações. Façamos as nossas preces juntamente com as energias envasadas do amor do Cristo, que está colorindo todo o universo, favorecendo a luz sutil aos filhos da Divina Sabedoria. Ensaiemos em nosso íntimo a cada momento pensamentos de luz, de fé, momentos de oração e, certamente, estaremos higienizando nossas almas contra as ervas daninhas das virtudes e dos vícios menos afeitos às leis do amor. A prece é um contato direto com a luz, e, cada criatura poderá estar conectada com ela a qualquer momento do dia. Peçamos a Deus forças para correção dos nossos defeitos e aceitação de todos eles, pois temos certeza de que eles se encontram incorporados temporariamente dentro de cada alma devedora. Sejamos manipuladores dos nossos pensamentos em favor da luz. Organizadamente sintonizemos as energias do Divino Senhor através das luzes envasadas do nosso Cristo e coordenadas pela Mãe Maria de Nazaré que sempre estará de ouvidos bem abertos a nos sentir e a nos acalentar nos momentos de aflição.

    Abramos as nossas almas a realidade das energias envasadas para sintonizá-las através do nosso coração, do nosso pensamentos e reconduzi-las a nós mesmos e aos que sofrem, que reside em qualquer morada do Senhor. Com a luz da prece em nossos corações, associemos as nossas mais seletas vibrações de amor através da oração que acalma, reanima e cura. Que Deus o poder maior, Jesus o navegador das energias envasadas e Maria de Nazaré a sua coordenadora, nos proporcione esse encontro através das vibrações iluminadas e perfumadas, saídas do coração crístico. Na paz continuada, permaneçamos em preces e em pensamentos positivos a agradecer ao Criador a luz do viver. Portanto caros leitores/as a alegria de viver está em sentir gratidão por todos os momentos da vida, mesmo os ruins. Cultive a alegria de viver e você verá que coisas belas podem acontecer a qualquer momento.

    Na alegria de viver resisto a todas as dificuldades! Sorrir é minha vida, a alegria é meu mundo e a felicidade é o meu destino! Jesus vivia em oração e seus apóstolos queriam aprender com Ele a rezar.

    Digo isso partindo do mesmo apelo feito a Jesus, por um de seus 14

    discípulos, quando esse viu que o próprio Senhor tinha saído para orar em um determinado lugar. O discípulo perguntou ao Senhor:

    Senhor, ensina-nos a orar, como, também, João ensinou aos seus discípulos (Cf. Lc 11,1). A oração é um encontro íntimo com Deus.

    Questionar a maneira como se vive é um passo importante para quem deseja continuar crescendo no caminho cristão de santidade. Mais importante ainda, é fazer perguntas indispensáveis, assim como saber onde buscar as respostas para a própria vida. A tradição cristã, com seus vários anos e muitas correntes de espiritualidade, trouxeram definições sobre o que é a oração.

    Contudo, quero trazer para você a definição de que: a oração é um encontro íntimo com Deus. O encontro de duas sedes! Tratar a oração como encontro é ter a certeza de ir encontrar-se com Aquele que, antes de nós irmos até Ele, Ele já estava ansioso por nos encontrar. É, antes de tudo, uma oração de saída. Então, podemos dizer que, o encontro da sede do teu coração com a sede do coração de Deus é a necessidade de ambos.

    Na passagem em que a samaritana se depara com um homem que mudou a sua vida, perceba que momento mais belo de oração e de realização de dois corações que se desejavam. Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, cansado da viagem, sentou-se junto à fonte. Era por volta do meio-dia. Veio uma mulher da Samaria buscar água. Jesus lhe disse: ‘Dá-me de beber!’ […] A samaritana disse a Jesus: ‘Como é que Tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?’ (Cf. Jo 4,6-9). Pronto!

    Aconteceu a partir desse fato uma transformação na vida dessa mulher. Nada mais permaneceu da mesma forma. Ambos os corações desejavam a mesma coisa, saciar a sede. Não pensemos que a necessidade vital naquele momento era de água, porque se continuarmos a leitura, o texto bíblico não traz que nenhum dos dois beberam a água. A sede daquela mulher era sede Deus e de Deus daquele coração machucado. Esse encontro foi oração na vida da samaritana. E, desde esse momento, ela já sabia como saciar a sua carência que acabou buscando nos cinco maridos que teve. Somente Deus sacia! Entra no teu quarto e fecha a porta! Para 15

    Deus, o mais importante não é o lugar, mas a disposição do seu coração. Meu irmão, a oração vai muito mais do que as palavras ditas, o lugar em que você se encontra, a situação que esteja vivendo ou as realidades externas a você. Claro que, essas condições podem ser matéria para a sua oração ou de alguma forma atuar na sua oração. Contudo, é na tua intimidade que Deus quer agir, é no teu secreto que Ele quer revelar segredos ao teu coração. Ele quer te dar a verdadeira alegria de viver!

    No mesmo contexto, onde Jesus ensina os seus discípulos a orar, porém, agora, no Evangelho de Mt 6,6, o Senhor exorta:

    Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a Pai que está no escondido. E teu Pai que vê no escondido, te dará a recompensa. Com essa passagem, Jesus ensina que, para que esse momento de oração aconteça, é preciso que você se coloque em estado de oração; ponha-se em estado de intimidade.

    Ninguém precisa saber ou ver você fazendo a tua oração, porque é encontro somente entre duas pessoas; é um momento entre ti e Deus. Entre no silêncio, no escondido do teu coração e, lá, encontre Deus. Faça do teu íntimo o teu lugar secreto.

    Eu te procurava fora e Tu estavas dentro: Santo Agostinho foi um homem que, por muitos anos, de diversas formas e nos mais variados lugares procurou saciar a sede. Sede essa que nem mesmo ele sabia de qual se tratava. Um jovem inteligente e cheio de dons naturais, mas alguém que sempre procurou fora o que só poderia encontrar dentro dele, no seu coração. E, esse foi o verdadeiro encontro que o santo teve, o encontro com a verdade que estava no mais íntimo do seu íntimo, como consta nos seus escritos. A oração lança-nos para as realidades espirituais, divinas que estão além de nós mesmos. A exemplo de Agostinho, tantos outros santos que, após as experiências de pecado e de vida entregue aos mais variados prazeres, se converteram. Isso, porque, perceberam que, no mais íntimo, essa entrega aos prazeres da carne expressavam o desejo de um encontro com a verdade; e o anseio de saciar a secura da própria alma. Secura essa que só Deus pode saciar, como disse Santa Teresa D’ávila: Só Deus basta!.

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    Então, meu caro leitor/a, lance-se na oração, lance teu olhar em direção ao olhar atento do Senhor. Ele deseja te encontrar e fazer morada no teu coração. Suba ao mais alto monte (interior) que possa existir para, assim, proporcionar esse encontro ao seu próprio coração. Pois, ali Deus habita e, a oração, é o refúgio dos santos. Olhando a experiência suplicante de Abraão por seu povo e de Jesus, que reza e ensina seus discípulos a rezar. No texto de Gn 18, 20-32, aparece a comovente oração de Abraão, em favor das cidades pecadoras, expressão magnífica da sua confiança em Deus e da sua solicitude pela salvação de todos. Deus revelou-lhe o Seu desígnio de destruir as cidades de Sodoma e Gomorra, pervertidas ao máximo, e o patriarca procura deter o castigo, em atenção aos justos que, possivelmente, poderia haver entre os pecadores. Apenas se salva a família de Lot, para testemunhar a misericórdia de Deus e o poder da intercessão de Abraão. A oração de Abraão é muito atual nos tempos em que vivemos. É necessária uma oração assim, para que todo o homem justo trate de resgatar o mundo da injustiça.

    No texto de Lc 11, 1-13 Jesus, solicitado pelos seus discípulos, ensina-os a orar: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja o Teu nome. Venha o Teu reino (Lc 11, 2). O

    cristão, como nos ensina Jesus, chama a Deus de Pai, nome que dá à oração uma atitude filial e proximidade, que pode derramar o seu coração no coração de Deus, apresentando-Lhe as suas necessidades, de maneira simples e espontânea, como indica o Pai-nosso. Com a parábola do amigo importuno Jesus, no texto Lucas 11:5,6, ensina a orar com perseverança e insistência, como fez Abraão, sem temer a ser indiscretos: Pedi, procurai, batei. Não há horas inconvenientes para Deus. Nunca se aborrece da oração humilde e confiada dos Seus filhos, mas antes se compraz com ela:

    Todo aquele que pede recebe; quem procura encontra; e ao que bate abrir-se-á (Lc 11, 10). E, mesmo que o homem nem sempre obtenha aquilo que pede, é certo que a sua oração não é em vão, pois o Pai celeste responde sempre com o Seu amor e a seu favor, embora de uma maneira oculta e diferente da que o homem espera.

    O mais importante não é obter isto ou aquilo, mas sim, que nunca 17

    lhe falte a graça de ser cada dia fiel a Deus. Esta graça está garantida ao que ora sem cessar: Se vós que sois maus sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu dará o Espírito Santo aos que O pedirem (Lc 11, 13). No dom do Espírito Santo, estão incluídos todos os bens que Deus quer conceder aos Seus filhos.

    Rezamos para nos abrir para Deus, para tomar consciência d’Ele com todo o nosso ser, para que percebamos com cada fibra do nosso ser, do nosso consciente e do nosso inconsciente que não nos bastamos a nós mesmos, mas somos seres chamados a viver a vida em comunhão com o Infinito, em relação com o Senhor. Sem a oração, perderíamos nossa referência viva a Deus, cairíamos na ilusão que somos o centro da nossa vida e reduziríamos o Senhor Deus a uma simples ideia abstrata, distante e sem força. Todo aquele que não reza, seja leigo, seja religioso, seja padre, perde Deus, perde a relação viva com Ele. Pode até falar d’Ele, mas fala como quem fala de uma ideia, de uma teoria e não de alguém vivo e próximo, que enche a vida de alegria, ternura, paz e amor. Sem a oração nós nos desligamos de Deus. Sem a oração é impossível uma experiência verdadeira e profunda de Deus e, portanto, é impossível ser cristão. Por tudo isso, a oração tem que ser diária, perseverante e fiel.

    Jesus retirava-se para rezar, com frequência! E um dia, ao terminar a sua oração, disse-lhe um de seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar (Lc 11,1). É o que nós temos de pedir também: Jesus, ensina-me de que modo me relacionar contigo, diz-me como e que coisas devo pedir-Te. Pois, se Jesus foi um homem orante, também os cristãos são chamados a serem homens e mulheres orantes. Para que possam transformar toda a sua vida numa comunhão profunda com Deus, importa dedicar espaços de tempo explicitamente ao exercício da oração. Sem dúvida a oração constitui uma profunda experiência pascal. Daí cuidarmos da vida de oração, pois a oração é o grande recurso que não resta para sair do pecado, perseverar na graça, mover o coração de Deus e atrair sobre nós toda a sorte de bênçãos do céu, quer para a alma, quer pelo que respeita às nossas necessidades temporais. Peçamos, humildemente, como os primeiros discípulos: "Senhor, ensina-nos 18

    a rezar" (Lc 11,1). E aqui não se trata de fórmulas, mas de atitudes.

    Observemos que a oração que Jesus ensinou, o Pai-nosso, é toda ela centrada no Pai: no seu Reino, na sua vontade, na santificação do seu nome. Somente depois, quando aprendermos a deixar que Deus seja tudo na nossa vida, é que experimentaremos que somos pessoas novas, transformadas pela graça do Senhor. Na parábola do amigo importuno o Senhor Jesus salienta a importância de buscarmos a Deus em oração de forma perseverante e cheia de fé.

    Vivemos em mundo recheado de muitas dores e medo. Por isso, a oração deve ser uma das nossas maiores aliadas. Não é à toa que o apóstolo Paulo faz menção dela na batalha espiritual e na armadura de Deus. Aqui, eu quero refletir com você sobre a importância desta parábola para os nossos dias e como ela pode nos inspirar a viver um novo nível de oração perseverante. Sendo assim, prepare-se. Fique confortável. Que o viajante já partiu! Emergência à Meia-Noite! Jesus inicia a Parábola do amigo importuno, dando os detalhes do problema: Um viajante saiu a noite com o objetivo de se livrar do calor do dia e dos assaltantes do caminho (Lucas 11:5,6). Por isso, ele chegou à casa de seu amigo à meia-noite, com fome e cansado. O problema é que seu amigo estava desprevenido.

    A dispensa estava vazia. Pensando no que fazer, ele foi à casa de um outro amigo e bateu em sua porta para pedir ajuda. Uma Resposta Improvável! A resposta do terceiro personagem da parábola é uma impossibilidade, mas como se trata de uma emergência e de um amigo que precisa de ajuda, dificilmente a hora e o sono das crianças seriam considerados (Lucas 11:7). O fato é que há a possibilidade e a ênfase de Jesus quanto a perseverança virá no próximo versículo. De Uma Forma ou De Outra! Na última parte da ilustração do amigo importuno, o Senhor Jesus concorda que dificilmente um amigo nos negará socorro em uma emergência, e nesta circunstância ou ele nos ajudará por amor ou para se livrar do incômodo. De qualquer forma, obteremos aquilo que pedimos, independente da motivação (Lucas 11:8). A partir daí, o Mestre prepara o nosso raciocínio para incluir o nosso relacionamento com Deus. Pedir. Buscar. Bater: "Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e a 19

    porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra; e àquele que bate, a porta será aberta. (Lucas 11:9,10) Jesus concluí a reflexão da parábola com uma exortação: Peçam, busquem e batam. Há um poder extraordinário na oração, contudo precisamos ter um bom entendimento sobre o assunto, do contrário faremos orações frias e incrédulas (Lucas 11:9,10). O

    Senhor nos apresenta também, o motivo pelo qual devemos estar sempre orando e não desistir de orar. Utilizando a figura de um pai, Jesus diz que ele não negará ao filho, pão para saciar sua fome (Lucas 11:11-13). É interessante, que o Senhor Jesus utiliza exatamente a figura humana, para estabelecer uma referência: Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos… Siga esse raciocínio: Deus ama você como ninguém jamais o fez ou fará. Ele está à

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