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CAPÍTULO 4

Funcionamento de uma Cooperativa


4.1. COLETA SELETIVA DOS MATERIAIS
É através da coleta seletiva que a cooperativa
RECICLÁVEIS
viabiliza os materiais que, processados e co-
mercializados, garantirão sua renda.
Define-se como coleta seletiva o sistema de reco-
lhimento diferenciado de materiais pré-selecionados
do lixo nas fontes geradoras, como domicílios, esta- 4.1.1. Planejamento da coleta
belecimentos comerciais, industriais, de serviços e
instituições públicas. Usualmente, o termo coleta se- A regra básica é otimizar a coleta, transportando
letiva refere-se à recuperação de materiais recicláveis o máximo de material por quilômetro rodado, com
como papéis, vidros, plásticos e metais. Entretanto, o menor custo possível. Para tanto, é importante
vários outros tipos de materiais de interesse econô- considerar no planejamento os seguintes aspectos:
mico podem ser coletados, como os orgânicos, na abrangência, materiais a serem coletados, roteiro,
compostagem, por exemplo; os objetos passíveis equipe, horário e freqüência.
de recuperação, como eletrodomésticos e móveis;
ou ainda o entulho para moagem e reuso. Abrangência
A coleta seletiva pode ser feita de duas formas: A abrangência geográfica da coleta depende da infra-
• porta-a-porta, em que o veículo passa por to- estrutura e das condições operacionais existentes - dis-
dos os geradores num dado roteiro pré-esta- ponibilidade de transporte, capacidade de triagem, nú-
belecido; ou mero de catadores e do nível de envolvimento e apoio
• em PEVs (Postos de Entrega Voluntária), lo- prestado pela sociedade. Quando a cooperativa traba-
cais aonde os geradores levam e concentram lha em parceria com a Prefeitura e esta dispõe de re-
seus materiais, para posterior coleta. cursos, há mais condições da coleta expandir-se com
As duas formas podem ser combinadas, quando maior rapidez, chegando a abarcar todo o município.
é necessário adensar os circuitos para facilitar e ba- Se a cooperativa tiver menos recursos e apoios, a co-
ratear o transporte. leta deverá priorizar, inicialmente, as áreas com maio-

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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO

mes e qualidade dos materiais recicláveis, como o co- A falta de orientações claras à população sobre
mércio, bairros de maior poder aquisitivo, condomíni- os materiais a serem coletados pode implicar numa
os, repartições públicas e fábricas. separação inadequada de resíduos oriundos da faxi-
É importante ressaltar que o ritmo de ampliação na doméstica, como malas estragadas, móveis com
da coleta também está condicionado às capacidades cupins, roupas e calçados imprestáveis. A coleta des-
de triagem, comercialização e de gerenciamento da ses materiais sempre resulta em perda de espaço
cooperativa. no caminhão, em trabalho adicional na triagem e na
destinação final desses inservíveis ao aterro munici-
pal.
COMEÇAR PEQUENO E CRESCER COM SEGURANÇA Atenção especial deve ser dada aos materiais con-
• Inicie a coleta seletiva num bairro-piloto para siderados como recicláveis. Isso porque um material
sentir as variáveis envolvidas e prever possí- que hoje não encontra mercado pode tornar-se eco-
veis ajustes. Informe à comunidade abrangida nomicamente atrativo como decorrência da introdu-
que essa coleta é experimental. ção de uma nova tecnologia que viabilize sua utiliza-
• Após a avaliação de eventuais pontos críticos ção. Outros, atualmente comercializados, podem
e com uma adesão razoável da população, a perder o mercado em decorrência de um processo
coleta pode ser ampliada gradativamente. de substituição de matérias-primas na produção de
• Lembre-se de que essa ampliação deve ser determinados produtos. O isopor, por exemplo, é
sempre precedida de um trabalho educativo
com a nova comunidade a ser atendida.
• Mantenha a população dos bairros já abran- NÃO LEVAR “GATO POR LEBRE”!

gidos informada da evolução do programa. Cuidado para não coletar lixo em lugar dos ma-
teriais recicláveis:
• apalpar os sacos para distinguir os que con-
Materiais a serem coletados têm materiais recicláveis dos que contêm lixo;
Devem ser coletados os materiais de comerciali- • pedir à população que acondicione os reci-
zação garantida, basicamente os recicláveis. Ainda que cláveis em sacos diferentes ou transparentes;
outros objetos passíveis de conserto, como móveis, • orientar a população para que entregue seus
brinquedos e eletrodomésticos possam parecer atra- materiais recicláveis somente ao coletor em
entes, todo o cuidado deve ser tomado para não se sua porta.
entulhar o galpão de triagem.

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Capítulo 3 - Implantação de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO

reciclado no Japão, mas ainda tem pouco mercado almente recicláveis, mas com tecnologias avançadas
no Brasil. Já as embalagens cartonadas compostas de em desenvolvimento.
papel duplex (75%), plástico (20%) e alumínio (5%) O Quadro 11 é apenas indicativo e deve ser cons-
tem comercialização ainda limitada, apesar de parci- tantemente atualizado.

Quadro 11.Materiais recicláveis e não-recicláveis por categoria

R ECICLÁVEIS N ÃO -R ECICLÁVEIS
P APÉIS
Jornais e revistas Cartolina Etiqueta adesiva Papéis parafinados
Folhas de caderno Aparas de papel Papel carbono Papéis plastificados
Formulários de Fotocópias Fita crepe Papéis sujos
computador Envelopes Papéis sanitários Tocos de cigarro
Caixas Impressos Papéis metalizados Fotografias
Papelão Papel de fax
METAIS
Lata de folha de Lata de alumínio Ferragens Esponjas de aço
flandres Tampas Clipes e grampos
(óleo/conservas)
VIDROS
Potes Cacos Cristais e espelhos Cerâmica
Garrafas Frascos Vidros temperados Porcelana
Copos Tubos de Tv e Válvulas Lâmpadas
P LÁSTICOS

Garrafas e frascos CDs Cabo de panela Misturas de papel,


Copos e potes Sacos e sacolas Tomadas Plásticos e metais
Canos e tubos Disquetes (só parte Embalagem metali- Isopor e filme foto-
Peças, brinquedos externa) zada gráfico/slides

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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO

Roteiro e animais mortos, até pichação e incêndio. Esse risco


Um bom roteiro é aquele que permite coletar a pode ser minimizado com a adoção de PEVs que per-
maior quantidade possível de materiais recicláveis no mitam a visualização de seu conteúdo e instituindo-
menor trajeto, ou seja, que tem maior índice de kg/ se os “adotantes” dos PEVs, que ajudam a zelar pelo
km rodado. A definição do roteiro da coleta seletiva equipamento, como ocorre em algumas cidades brasi-
deve considerar: leiras.
• o percurso da coleta regular de lixo que, nor- Outro aspecto a considerar é que o equipamento
malmente, leva em conta ruas sem saída, con- dificulta a avaliação da adesão da comunidade ao há-
tramãos, vielas estreitas e sem acesso e locais bito de separar materiais em comparação à coleta por-
íngremes; ta-a-porta.
• os pontos já atendidos pelos catadores, para
não se perder fornecedores conhecidos; Equipe
• os programas preexistentes de coleta seleti- Além do motorista, a equipe costuma incluir três
va, operados por catadores avulsos, sucatei- coletores: dois percorrendo cada lado da rua e outro
ros ou entidades sociais. Não é aconselhável sobre a carroceria do caminhão, arrumando a carga
coletar materiais, por exemplo, em pontos e para otimizar o espaço. Essa arrumação é im-
bairros já atendidos, evitando atritos desneces-
sários.
A definição do roteiro ainda pode considerar a pos-
sibilidade de adensamento de circuitos através do uso
de PEVs - Postos de Entrega Voluntária. Diferente-
mente da coleta porta-a-porta, são as pessoas que le-
vam seus materiais recicláveis a esses locais de fácil
acesso (escolas, estacionamentos de supermercados,
praças). A instalação de PEVs otimiza a coleta, especi-
almente em regiões com baixa densidade populacio-
nal, como zonas rurais e municípios turísticos, evitan-
do percursos que seriam pouco produtivos.
O uso de PEVs pressupõe cuidados especiais: os
contêineres exigem manutenção e limpeza e podem
sofrer vandalismo, desde o depósito de lixo orgânico Coleta porta porta

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portante para garantir uma tonelagem máxima por 4.1.2. Garantia da credibilidade
carroceria, pois os materiais recicláveis são volumo-
sos e leves. A equipe deve estar sempre uniformiza- A credibilidade da cooperativa é fundamental para
da, identificada e utilizando luvas protetoras. Devem manter o fornecimento contínuo dos materiais e via-
participar da coleta, preferencialmente, os coope- bilizá-la economicamente.
rados que se sentirem aptos, física e mentalmente, Os seguintes cuidados na coleta seletiva contri-
e confortáveis no contato direto com a população. buem para garantir essa credibilidade:
• os roteiros e horários precisam ser rigorosa-
Freqüência e horários mente cumpridos - a regularidade na coleta
A coleta seletiva normalmente é feita nos dias em ajuda a população a disciplinar seus hábitos de
que não há coleta regular. Isso evita o encontro de descarte;
caminhões da Prefeitura (ou da empresa contrata- • o caminhão deve estar sempre limpo e identi-
da) e da cooperativa, no mesmo bairro, e diminui a ficado;
probabilidade de coletar lixo disposto pela popula- • no caso dos PEVs com subdivisões para cada
ção na calçada, por engano. material, a coleta não deve misturar os mate-
A programação da coleta também deve considerar riais na carroceria do caminhão, desprezando
que a geração de resíduos varia conforme as áreas: o esforço da população em separá-los;
• nas áreas comerciais, a coleta será mais fre- • os materiais devem ser dispostos na carro-
qüente, talvez até diária. Para evitar eventual ceria do caminhão de modo a não caírem
confusão, pode ser feita em período diferente durante o transporte;
da coleta regular, preferencialmente à noite; • nenhum material descartado, equivocada-
• nos bairros menos populosos, pode ser me- mente, pela população deve ser abandona-
nos freqüente, dando a oportunidade aos es- do na calçada pelas equipes. Convém orien-
tabelecimentos e domicílios de acumularem tar o respectivo gerador para dispor, das
mais materiais recicláveis antes de dispô-los próximas vezes, para a coleta regular de lixo.
para coleta.
É importante verificar a variação sazonal dos resí-
duos como em regiões turísticas, por exemplo, pois a 4.2. T RIAGEM E B ENEFICIAMENTO
coleta em alta temporada será mais intensa, exigindo
maior freqüência e, possivelmente, mais veículos e equi- A triagem é a classificação mais fina dos reciclá-
pes. A instalação de PEVs também é útil nesses casos. veis, voltada a agregar valor aos materiais coletados.

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Embora a coleta seletiva tenha como pressuposto a de trabalho, pois a importância desse processo está
separação prévia dos resíduos nos domicílios e esta- relacionada, principalmente, à geração de renda.
belecimentos, a população costuma juntar tudo no Numa amostra de cooperativas visitadas, sem es-
mesmo recipiente. Daí a necessidade de triagem pos- teira de triagem, a produtividade por catador va-
terior, para separar os tipos de materiais e remover riou de 150 kg/dia até 330 kg/dia, com média de
eventuais rejeitos não passíveis de comercialização. 225 kg/dia.
O beneficiamento reúne as ações de prensagem, Fatores externos e internos interferem na produ-
enfardamento, trituração, lavagem, secagem e ou- tividade de uma cooperativa de catadores. Dentre
tras que agregam ainda mais valor a cada material. os fatores externos, associados às atividades da co-
Um quilo de PET prensado, por exemplo, pode va- leta seletiva, destacam-se:
ler até duas vezes o material solto. Também é possí- • a clareza das orientações dadas à população para
vel agregar valor através da produção de artesanato o descarte dos materiais recicláveis. Por exem-
na própria cooperativa. Uma única folha de papel plo, separar apenas os recicláveis e o lixo ou
reciclado artesanalmente vale mais que dois quilos separar por categorias, como vidros, plásticos,
de papel descartado. papel/papelão e metais, em sacos diferentes;
Normalmente, as cooperativas brasileiras benefi-
ciam os materiais até a etapa de enfardamento, o que já
é considerado um bom desempenho. Uma pequena DIVIDINDO TAREFAS
parcela consegue recursos para equipamentos de lava- Na maioria das cooperativas, a triagem e o
gem e moagem de plástico, enquanto poucas outras beneficiamento são feitos pela mesma equipe
chegam a comercializar produtos acabados, como vas- de cooperados que coleta os materiais. Isso é
souras de PET ou mesmo lingotes de alumínio. possível quando a atividade não ocupa todos
os períodos: a coleta é feita pela manhã, por
exemplo, e a triagem à tarde. À medida que a
4.2.1. Garantia da produtividade abrangência da coleta seletiva aumenta, torna-
se necessário dividir tarefas para evitar gran-
A produtividade na triagem e beneficiamento é a de acúmulo de cargas aguardando triagem. Mas
quantidade de material processada por catador em é interessante evitar especialização excessiva,
determinado período. A regra básica é procurar au- promovendo rodízio de tarefas, o que facilita
mentar a velocidade de processamento, sem com- a substituição no caso de faltas.
prometer a qualidade dos materiais e as condições

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• a adesão da população, que deve ser motiva- • a adequação da infra-estrutura às atividades


da a não incluir rejeitos e a deixar os materiais (organização do espaço, equipamentos, etc.);
recicláveis limpos; • a adequação dos cooperados às tarefas, em
• os cuidados durante a coleta, evitando a mistu- função de suas características pessoais (con-
ra de materiais já selecionados. dições físicas, experiência profissional, escola-
Os fatores internos, associados aos procedimen- ridade, etc.);
tos de triagem e beneficiamento praticados no gal- • a motivação pessoal: considerando que as tare-
pão, incluem: fas são árduas e repetitivas, é importante o
• o treinamento (informações para melhorar a desenvolvimento de atividades que ajudem a
triagem e instruções específicas para a opera- manter o “pique” do grupo.
ção de máquinas, etc.) e organização dos cata- O gerenciamento da produtividade é abordado tam-
dores (compreensão do trabalho cooperado); bém no Capítulo 5.

4.2.2. Segurança do trabalhador e do


ambiente

Para que as atividades ocorram de modo seguro, al-


gumas situações merecem monitoramento constante.
Sob o aspecto pessoal, devem ser observados:
• a ingestão de álcool - casos especiais devem
ser encaminhados para tratamento;
• o fumo - permitido somente em área reserva-
da, dada a quantidade de material inflamável;
• a qualificação para o uso dos equipamentos - os
trabalhadores devem conhecer bem o funcio-
namento e riscos de operação de máquinas, co-
mo prensas, trituradores e empilhadeiras;
• o uso de botas ou calçados fechados, uniformes
e equipamentos de proteção individual (EPIs) -
Treinando o uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) luvas, óculos e máscara (durante a trituração de

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vidros) e protetor auricular (durante o enfarda- 4.2.3. Orientações práticas


mento);
• a higiene pessoal - é fundamental que os traba- Os catadores, de modo geral, conhecem os
lhadores zelem pela sua limpeza corporal, bem materiais com que trabalham. Não obstante, são
como a de seus uniformes e utensílios. necessárias informações adicionais sobre os vários
materiais e sobre as práticas mais adequadas de
manuseio, visando maiores rendimentos para a coo-
perativa. O Quadro 12 indica diferentes formas de
CUIDADO COM OS RESÍDUOS!
triagem, beneficiamento e armazenamento dos ma-
Luvas devem ser usadas sempre. Por mais
teriais.
que se cuide da entrada dos materiais no gal-
É importante destacar que, mesmo não tendo
pão, evitando a chegada de resíduos perigo-
uma prensa para enfardamento, situação comum
sos, alguns frascos de produtos de limpeza
no início de muitas cooperativas, é possível agre-
podem conter sobras de amônia, cloro, fe-
gar valor aos materiais com uma boa classificação
nóis, ácidos, naftalina, etc. Lembre-se de que
e armazenamento em big bags, bombonas ou cai-
desinfetante mata micróbios, porque tam-
xas retornáveis.
bém é veneno.

LEMBRE-SE
Para garantir a saúde ambiental da cooperativa e
Fardos, caçambas, tambores e outros recipi-
da vizinhança, evitando poluição e incômodo, e consi-
entes deixados fora do galpão de triagem, ao
derando que o galpão será aberto à visitação públi-
ar livre, precisam ser cobertos para evitar
ca, devem ser tomadas medidas para evitar:
acúmulo de água de chuva.
• a proliferação de moscas, baratas e ratos;
• o acúmulo de água que favorecem para a de-
sova de pernilongos: caçambas, tambores e
outros recipientes, eventualmente deixados ao Algumas informações sobre os materiais reciclá-
ar livre, precisam ser protegidos da chuva; veis, muitas vezes, deixam de ser repassadas aos
• a recepção, manuseio e armazenamento de re- catadores por serem consideradas óbvias ou já bem
síduos perigosos; conhecidas. Mesmo correndo esse risco, seguem
• a queima de qualquer rejeito da triagem. algumas dicas importantes.

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Metais e conseqüente valor de venda. Por ser o ma-


• Latas de alumínio: enquanto alguns comprado- terial mais valioso para reciclagem, deve ser
res as exigem prensadas, outros as preferem armazenado dentro do galpão de triagem.
soltas, a granel, pois sua prensagem pode ocul- • Fogões, geladeiras e “chaparia”, sendo objetos
tar a inclusão de outros materiais nos fardos grandes, implicam a necessidade de espaços es-
(como pedras e areia), para aumentar o peso pecíficos. Ainda que possam ser armazenados

Quadro 12. Formas de triagem, beneficiamento e armazenagem dos materiais recicláveis

MATERIAIS TRIAGEM (CATEGORIAS) BENEFICIAMENTO ARMAZENAMENTO


Alumínio - latas Prensagem Fardos empilhados
Alumínio - perfis e outros Sacos
METAL Cobre Desencapamento (fios) Sacos ou a granel
Ferrosos - latas Fardos empilhados
Prensagem
Ferrosos - chaparia Caçamba
Papel Papel branco Prensagem Fardos empilhados
Papel misto Prensagem Fardos empilhados
PAPEL Papelão Prensagem Pacotes amarrados
Revistas - Pacotes amarrados
Jornal - Fardos empilhados
PET Prensagem Fardos empilhados
PVC - frascos Fardos empilhados
Prensagem
PLÁSTICO PVC - canos Sacos
Plástico duro (*) Sacos
Plástico filme Prensagem Fardos empilhados
Caco (colorido e branco) Trituração Baia ou caçamba
VIDRO Plano Trituração Baia ou caçamba
Plano - Empilhados na horizontal

(*) Podem ser prensados dependendo do tipo e do estado do material.

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ao ar livre, atenção especial é necessária para observar como essa queima ocorre. Esta prática,
não acumularem água, não se tornarem abrigo porém, deve ser evitada, considerando que a quei-
para ratos e não dificultar em sua remoção. ma é fonte de poluição e risco à saúde dos traba-
• Fios de cobre não devem ser queimados para lhadores.
desencapamento. Essa prática polui, podendo A seguir, são listadas as famílias dos plásticos com
comprometer a cooperativa, sob o aspecto le- seus números indicativos, siglas, exemplos de produ-
gal e prejudicar sua imagem junto à população, e tos e algumas características.
também causar incômodo à vizinhança. 1. Polietileno tereftalato (PET) - garrafas de refri-
gerantes, cordas, fios de costura, carpetes, etc.
Vidros 2. Polietileno de alta densidade (PEAD) - embala-
Devido à presença de outros materiais nas emba- gens de produtos de limpeza e higiene, potes
lagens, a triagem dos vidros deve ser especialmente de alimentos, engradados de bebidas, baldes,
cuidadosa. Devem ser removidos gargalos de metal tambores, autopeças, etc.
e tampas. Rótulos de papel não precisam ser retira- 3. Cloreto de polivinila (PVC) - tubos e cone-
dos, pois queimam antes da fusão do vidro, duran- xões, garrafas para água mineral e detergente
te a reciclagem. Com o intuito de otimizar o frete, líquido, etc.
os compradores exigem um mínimo de 10 tonela- 4. Polietileno de baixa densidade (PEBD) - saco-
das de cacos para retirada. Portanto, garrafas, fras- las de supermercados, sacos de lixo, sacos,
cos, potes, etc. devem ser quebrados em caçam- de leite, lonas agrícolas e filmes para proteção
bas ou baias específicas (ver item 3.4), sem misturar de alimentos na geladeira ou microondas, etc.
com louça, cerâmica, pedras, pedaços de madeira, 5. Polipropileno (PP) - embalagens de massas e
ferro, plásticos, etc. biscoitos, potes de margarina, utilidades do-
mésticas, pára-choques, etc.
Plásticos 6. Poliestireno (PS) - eletrodomésticos e copos
Existem sete diferentes famílias de plásticos. Um descartáveis.
produto ou embalagem plástica normalmente apre- 7. Outros - plásticos especiais usados em CDs,
senta o símbolo de reciclável, muitas vezes con- eletrodomésticos, corpo de computado-
tendo um número de 1 a 7, indicando a família a res, etc.
que pertence. Se esta informação não estiver pre- Como esses tipos muitas vezes não são compatí-
sente no produto, outra forma de identificar a fa- veis quimicamente, ou seja, a mistura de alguns pode
mília é queimar uma pequena porção do plástico e resultar em materiais defeituosos ou de baixa qualida-

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de, devem ser cuidadosamente levantadas as exigên- Rejeito


cias do comprador. Alguns, por exemplo, exigem Tudo aquilo que é coletado seletivamente, mas
garrafas PET (da família 1), sem tampas (da família não consegue ser comercializado ou aproveitado in-
2) e sem rótulos (da família 4). ternamente na cooperativa, é considerado rejeito.
O rejeito é composto de:
Papéis • materiais não recicláveis tecnológica ou co-
Quanto mais limpos, maior o preço de venda. mercialmente, como isopor, couro, tecidos,
Devem ser removidos dos papéis: clipes, capas plás- espumas, fitas adesivas, espelhos, lâmpadas in-
ticas, de papel plastificado ou de couro, espirais, fer- candescentes, celofane, cerâmica, peças mis-
ragens, etc. No caso de talões, deve ser removida a tas, etc. (ver item 4.1);
parte que une as folhas, com cola, popularmente cha- • materiais recicláveis muito sujos, como emba-
mada “pé de galinha”. Como o papel branco vale lagens com resíduos de alimentos;
mais, lotes grandes desse material devem ser enfar- • resíduos orgânicos, a menos que a cooperati-
dados separados de papéis coloridos. Fardos e pi- va tenha um programa de compostagem ou
lhas de jornais e revistas devem ficar próximos a um aproveitamento de madeira, por exemplo;
extintor de incêndios, sempre dentro do galpão para • resíduos perigosos, como lâmpadas fluores-
não tomar chuva. centes, baterias, medicamentos, frascos de
venenos, solventes, etc.
Diversos O rejeito deve ser removido pela coleta regular
Muitas cooperativas vendem itens unitários, como da Prefeitura e encaminhado a aterros ou outro
livros, garrafas, garrafões, caixas para ovos, cartu- destino existente no município.
chos de impressora, eletrodomésticos, etc. Esses
objetos valem mais para recuperação e reuso do que
REDUZINDO OS REJEITOS
vendidos para reciclagem - uma garrafa de vinho intei-
Para diminuir a quantidade de rejeito, que em
ra chega a valer 10 vezes mais que um quilo de vi-
algumas cooperativas chega a 30% do que é
dro. Também têm bom valor no mercado as chapas
coletado, deve-se investir mais:
de raios X, das quais se extrai a prata. O restauro
• no trabalho de educação da população;
de móveis, equipamentos e artesanato são ativida-
• na triagem cuidadosa dos materiais;
des de beneficiamento que podem ser feitas na pró-
• em alternativas de mercado para material
pria cooperativa, aproveitando-se as habilidades de
atualmente não comercializável.
seus integrantes.

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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO

4.3. C OMERCIALIZAÇÃO cebem preços menores do que aqueles que poderi-


am ser obtidos em uma venda direta.
A comercialização dos materiais recicláveis cons- Não obstante, relações comerciais devem ser
titui um dos aspectos mais importantes no proces- mantidas com esses intermediários que, embora pa-
so de consolidação de cooperativas de catadores. guem menos pelos recicláveis, podem garantir um
A descontinuidade das vendas ou a negociação escoamento mais regular dos materiais quando hou-
dos recicláveis a preços muito baixos implicam di- ver dificuldade na negociação com indústrias.
minuição de receita e redução das retiradas men-
sais. A repetição freqüente de falhas no processo de
comercialização pode levar ao desestímulo dos coo- 4.3.1. O preço dos materiais recicláveis
perados ou associados e, no limite, inviabilizar o em-
preendimento cooperativo. Como qualquer outro produto, os preços dos
O destino final dos materiais recicláveis é a in- materiais recicláveis sofrem variações em função da
dústria. Entretanto, raramente uma cooperativa de oferta, da demanda e do preço da matéria-prima
catadores isolada tem condições de atender direta- virgem. Esse é um jogo de mercado no qual as coo-
mente às suas exigências em termos de volume, perativas de catadores, hoje, pouco ou nada podem
qualidade e regularidade de fornecimento. Essa rea- influir. Entretanto, no seu âmbito de atuação, é possí-
lidade impõe a comercialização dos seus materiais vel administrar um conjunto de fatores que contri-
com uma gama variada de intermediários, como os buem para uma negociação de preços em condições
aparistas, sucateiros e empresas pré-recicladoras. mais vantajosas, descritas a seguir.
Nessas condições, geralmente as cooperativas re-
Quantidade de material
Cargas maiores atendem tanto à necessidade de
S ITUAÇÃO DE URGÊNCIA barateamento do transporte quanto às exigências da
Em situações emergenciais, quando é neces- indústria. A indústria vidreira, por exemplo, normal-
sário deixar espaço livre no galpão, reduzir o mente retira lotes mínimos de 10 toneladas de “caco
custo da energia e obter renda mais rapida- branco” (incolor) e 10 toneladas de “caco misto”
mente, a cooperativa pode triar parte do ma- (verde, âmbar e outros). Pode acontecer da coope-
terial coletado e vender o restante como ma- rativa não contar com espaço suficiente para armaze-
terial “misto” a um preço inferior. nar uma grande quantidade de materiais recicláveis
deste ou daquele tipo, ou então a produção local ser

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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO

pequena, exigindo meses de armazenamento. Nes- disponível no galpão, o tempo e a mão-de-obra envol-
se caso, o melhor é escoar a produção para os inter- vidos nessa tarefa. Essa avaliação serve para qual-
mediários locais ou regionais. quer outro tipo de material.

Qualidade (limpeza e classificação) Regularidade no fornecimento


O atendimento às especificações dos comprado- Produção grande e regular constituem aspectos
res, de modo geral, tende a aumentar o preço dos importantes para a conquista da confiança do com-
materiais recicláveis. Algumas indústrias de recicla- prador, particularmente no caso da indústria, dada a
gem de plásticos só retiram garrafas PET já separa- exigência de continuidade no fluxo de matéria-pri-
das por cor, prensadas e sem rótulos e tampas. A ma. Uma cooperativa capaz de garantir volume e
cooperativa deve avaliar se essas exigências compen- regularidade obtém melhores preços pelos seus
sam em termos de preço, considerando o espaço materiais. Além disso, a regularidade pode permitir

Quadro 13. Variação de preços de materiais recicláveis

Material Preço (R$/tonelada)


Aço 40,00 - 200,00
Alumínio 1.200,00 - 3.300,00
Caixas longa vida 20,00 - 220,00
Papel branco 100,00 - 550,00
Papelão 60,00 - 394,00
PET 170,00 - 630,00
Plástico filme 120,00 - 450,00
Plástico rígido 100,00 - 400,00
Vidro colorido 20,00 - 120,00
Vidro incolor 20,00 - 140,00
Fonte: CEMPRE Informa, publicação bimestral do Compromisso Empresarial para Reciclagem, jan./fev. 2003, n.67.

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negociar com o comprador o empréstimo de equi- 4.3.2. Orientações práticas


pamentos, como uma prensa, por exemplo.
Uma Cooperativa de Catadores pode desenvol-
Distância entre o galpão de triagem e o ver diferentes ações, visando enfrentar os diversos
comprador fatores que interferem no processo de negociação
O transporte dos materiais a grandes distâncias dos materiais recicláveis. Seguem-se algumas possibi-
implica em redução do valor recebido, dado o des- lidades:
conto do frete. Isso pode ser atenuado com a forma- • evitar depender de um único comprador isso
ção de grandes cargas, elevando o índice de tonela- fragiliza a cooperativa na negociação dos pre-
das transportadas por quilômetro rodado. A forma- ços e traz insegurança quanto à renda;
ção de redes de cooperativas, para venda conjunta, • vender cargas “fechadas” por um preço mé-
pode ser também uma alternativa interessante para dio - destinar um material a um comprador
contornar esse problema. (como papel) se este também aceitar outro (co-
mo plásticos). Essa medida é útil para materi-
Sazonalidade ais eventualmente “encalhados” e vem sendo
A consideração desse fator auxilia na previsão de praticada por algumas cooperativas. Os “enca-
renda para os catadores e orienta as decisões sobre lhados” geralmente são vendidos a preços in-
que materiais estocar e por quanto tempo. Alerta feriores;
também para uma queda ou uma elevação no preço • estocar - os materiais podem ser armazena-
dos materiais recicláveis. Após o Natal, por exem- dos por períodos mais longos, se o galpão de
plo, os preços tendem a cair, porque o mercado triagem dispuser de espaço e houver capital
está saturado devido ao grande volume de embala- de giro. A manutenção de estoques deve le-
gens descartadas. Nas regiões turísticas ocorrem
situações similares durante as férias ou feriados pro-
longados. LEMBRE-SE
O Quadro 13 ilustra a variação de alguns preços As indústrias normalmente impõem às coo-
de venda fornecidos por programas brasileiros de perativas prazos para os pagamentos. Por isso,
coleta seletiva. A diferença entre os valores míni- convém que a cooperativa disponha de capi-
mos e máximos deve-se basicamente ao grau de be- tal de giro, especialmente quando pagam os
neficiamento dos materiais e à distância entre o galpão catadores, diária, semanal ou quinzenalmente.
de triagem e o comprador.

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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa
- COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO

var em conta a possibilidade real de elevação 4.3.3. Cadastro de potenciais compradores


dos preços dos materiais;
• evitar acordos de venda por prazos longos, base- Todo e qualquer empreendimento comercial man-
ados em valores fixados em épocas de “baixa”; tém um cadastro de compradores. Essa é uma regra
• vender em “rede”, em parceria com outras também para uma Cooperativa de Catadores de Ma-
cooperativas ou entidades, aliviando a pres- teriais Recicláveis. Na organização desse cadastro, que
são dos compradores por quantidades, pra- deve também abranger as cidades vizinhas, é impor-
zos e regularidade; tante levar em conta as seguintes preocupações:
• fazer pesquisa contínua de preços no municí- • a forma de pagamento;
pio e nas redondezas; • os preços praticados;
• identificar continuamente novos comprado- • a honestidade e confiabilidade do comprador,
res, mantendo o cadastro atualizado; consultando-se outros fornecedores. Em cer-
• diversificar o mix de materiais recicláveis atra- tas circunstâncias, pode ser mais favorável ven-
vés da identificação de potenciais comprado- der por um preço um pouco menor, mas para
res para resíduos gerados no município (óleo um comprador “fiel”;
de cozinha ou lubrificantes usados, retalhos • a disponibilidade de transporte, equipamen-
de confecções, etc.). tos (como balança) e pessoal de apoio para o
Caso a cooperativa tenha espaço para armazenar carregamento dos materiais na cooperativa;
brinquedos, móveis e utensílios em bom estado, ou • grau de beneficiamento exigido;
condições para produzir artesanato (cestaria de pa- • atividade de beneficiamento realizada pelo
pel, vidros decorados), o galpão pode funcionar co- comprador. Essa informação é importante,
mo uma loja, aberta à comunidade. porque a cooperativa pode vir a desenvolver
algumas das atividades, elevando o preço de
venda do seu material para esse comprador;
CADA COISA EM SEU TEMPO • as práticas ambientais do comprador.
Essas atividades alternativas são recomendá- O quadro 14 apresenta um modelo de ficha para
veis quando a cooperativa já tiver atingido cadastro de compradores de materiais recicláveis.
maturidade suficiente na gestão das atividades
de coleta seletiva, triagem/ beneficiamento e
comercialização.

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Capítulo 4 - Funcionamento de uma Cooperativa - COOPERATIVA DE CATADORES DE MATERIAIS RECICLÁVEIS - GUIA PARA IMPLANTAÇÃO

Quadro 14. Ficha para cadastro de compradores.

CADASTRO DE COMPRADORES
Data do contato: abril de 2003 ...............................................................................................................................................
Nome: Comércio de Sucatas Estrela do Mar ..........................................................................................................................
Endereço: rua das Conchas, 116 .......................................................................... Bairro: Vila Marinho ........................
CEP: 12345-670 .............. Cidade: Atlântida ................................. Estado:.............................................................. .....
E-mail: sucatasestrela@xyz.om.br..................... Responsável: João Netuno ................................................................
Telefone ( ) ................................................................. Fax ( ) .................................................................................................
Número de empregados: 23 ................................ Tempo de atuação: 12 anos ...........................................................

RETIRADA DO MATERIAL
Forma de retirada: cede caçamba e troca cheia por vazia. ....................................................................................................
Tipo de transporte: 4 caminhões ...........................................................................................................................................
Forma e local da pesagem: balança rodoviária da própria empresa ...................................................................................
Freqüência de retirada: sempre que solicitado, com antecedência de 3 dias .....................................................................
Volume mínimo: entre 2 e 10 toneladas..................................................................................................................................
Região onde trabalha: cidades vizinhas, até 100 km de distância .......................................................................................
Dia e horário de funcionamento: segunda a sábado, das 8h às 18h ...................................................................................

ATIVIDADES REALIZADAS NA EMPRESA


Triagem: separa PET por cores e remove rótulos ....................................................................................................................
Beneficiamento: lava e mói plástico tipo filme .......................................................................................................................
Destinação dos rejeitos: aterro municipal .............................................................................................................................

PAGAMENTO
Condições de pagamento: cheque pré-datado para 15 dias ...............................................................................................

MATERIAIS ACEITOS
• alumínio • cobre • ferrosos • papel • papelão • pneu • revista • jornal • tetra pak • isopor • cacos
• cartuchos • plástico duro* • plástico filme • vidro plano • unidades de vidro** • tecidos/trapos
Notas: 1) (*) - Separar PET e PVC dos demais. – (**) - garrafões e garrafas de cerveja.

OBSERVAÇÕES GERAIS
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