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C RIANÇAS ABANDONAD AS :
N EGLIGÊNCIA , MAU S TRATOS E P ROBLEMÁTICAS NO
DESENVOLVIMENTO DO SUJEITO 1
Docente:
Prof. Doutora ???????
Discentes:
Dezembro 2008
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Atenção! Trata-se de um primeiro Esboço de trabalho – pelo que tem uma grande parte de citação directa,
não assinalada do autor Fonte, 2oo4 – cuja Leitura de tese se recomenda (ver Bibliografia), tal como o ponto
sobre “A criança e o seu Desenvolvimento na perspectiva de Piaget” não contém qualquer referência, neste
caso é parte de uma síntese elaborada por mim com base na obra de Piaget, referenciada na bibliografia.
Chama-se igualmente a atenção para o facto de, por lapso, não se referir o nº de página de onde se retirou a
citação e de a Bibliografia conter algumas referências que ainda não foram utilizadas, mas que são meros
indicativos de estudos importantes a consultar no futuro... Obrigada!
Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1º ANO
ÍNDICE
I – Introdução.......................................................................................................................1
3. Alterações jurídico-administrativas...................................................................................6
IV – Conclusão ..................................................................................................................25
V – Referências..................................................................................................................26
Anexo I .................................................................................................................................i
1. Refúgio Aboim Ascensão, no Algarve ...........................................................................................................i
1.1. Missão e Objectivos ................................................................................................................................i
1.2. Como nasceu a emergência infantil? .....................................................................................................i
1.3. Unidade de Habilitação Madalena Perdigão ........................................................................................ii
1.3.1. Terapia Ocupacional ..................................................................................................................ii
1.3.2. Terapia da Fala ..........................................................................................................................iii
1.3.3. Fisioterapia ................................................................................................................................iii
2. Ajuda de berço................................................................................................................................................iv
2.1. Missão e objectivos ...............................................................................................................................iv
2.2. Como funciona a Ajuda de Berço? ......................................................................................................iv
Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1º ANO
I – I NTRODUÇÃO
Vive-se numa época em que a criança ocupa um espaço privilegiado no universo das
famílias e das sociedades do mundo ocidental, com os seus direitos a serem
internacionalmente reconhecidos – o que lhe confere o privilégio de beneficiar dum
programa específico de protecção e de segurança social – qualquer situação de abandono,
exploração ou maus tratos é considerada como um comportamento repugnante, socialmente
reprovado e juridicamente condenado.
Inseridos num espaço europeu, onde as crianças são tão valorizadas e a adopção constitui
um objectivo de muitos casais, não admira que quaisquer comportamentos lesivos da sua
integridade física e mental sejam profusamente debatidos e socialmente condenados, à luz
dos valores da sociedade contemporânea (Fonte, 2004).
Temos como imprudente aquele que, através de uma conduta, afasta-se do mínimo que a
apropriada execução exige. O exemplo clássico de excesso de velocidade por motorista em
noite chuvosa é extremamente ilustrativo. Em contra-partida conceitua-se prudência como
uma relutância de tomar riscos, que consiste em uma virtude de respeito aos riscos
desnecessários. Ou seja, imprudente é aquele que faz quando não deveria fazer. Configura-
se a imperícia a partir do despreparo do agente em exercer determinada função onde
conhecimentos técnicos são indispensáveis para o sucesso da atividade ou profissão. O leigo
que exerce artes medicinais, culminando este proceder em prejuízo ou dano para alguém,
demonstra-se como imperito. Ou seja, imperito é aquele que não sabe fazer. Negligente
demonstra-se o agente ao na prática de proceder, que revele e caracterize omissão, em
prejuízo de uma atitude que deveria ser originalmente positiva. A negligência sintetiza,
portanto, um proceder negativo, uma abstenção de procedimentos seguros fixados em
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norma ou regulamento. Ou seja, negligente é aquele que não faz quando tem que fazer
(Guimaro Junior, 1999).
Por tudo isto consideramos fundamental abordar o tema do abandono infantil e tentar
perceber, a partir daí, como este se relaciona com a negligência, maus tratos e problemáticas
do desenvolvimento do sujeito. Gostaríamos ainda de aflorar a temática da adopção, já que
esta é a solução considerada ideal para muitos dos casos de abandono Começamos por
recuar no tempo e tentar perceber como era vivida esta realidade no passado para depois
virmos até aos nossos dias e tentar compreender a verdadeira dimensão do problema.
Recuemos então ao passado, em Portugal, levados pela mão Teodoro Afonso da Fonte
(2004) que, aquando da sua investigação de doutoramento se deparou com a seguinte
situação: “num estudo comparativo que efectuámos a partir dos registos paroquiais e
municipais dos expostos de Ponte de Lima, pudemos comprovar que, no período de 1792 a
1874, o número de expostos das fontes paroquiais é inferior ao que nos é fornecido pelas
fontes municipais. Esse diferencial resulta do facto dos registos municipais conterem o
registo do total de expostos que entraram na Rodas/Hospícios do concelho, enquanto as
fontes paroquiais apenas integram os registos dos expostos que aí foram baptizados,
excluindo aqueles que, comprovadamente, já vinham baptizados”.
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Com o Estado a não resolver os inúmeros problemas sociais que afectavam alguns sectores
da população do país, uma situação agravada pelo facto dos concelhos não conseguirem dar
cobertura às obrigações que lhes haviam sido imputadas pelo poder central, foram as redes
de solidariedade, espontâneas ou institucionais, que acabaram por evitar o agravamento das
situações de marginalização e exclusão social dos mais desprotegidos.
Figura 2. Evolução global do registo de expostos nos concelhos de Viana e P. de Lima (1842-1867)
(cit. Fonte, 2004)
Esta posição poderá ser explicada pelo facto das Rodas terem emergido como instituições
que salvar a vida de muitas crianças, na linha do pensamento iluminista de Pina Manique
que, através duma ordem-circular de 1783 (um tema a tratar num próximo capítulo),
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mandou criar estas instituições, por todo o território nacional, para salvar a vida de tantos
vassalos que tão úteis poderiam ser à pátria (Fonte, 2004). Refira-se o facto do corregedor
de Viana ter indicado a existência nesta comarca de 759 confrarias, para um total de 274
freguesias. Muitas delas ainda hoje continuam a existir, mantendo viva a herança dos
antepassados, a religiosidade popular e o carácter solidário das suas gentes. Em 1865, o
distrito de Viana contabilizava 783 irmandades e confrarias (Fonte, 2001).
A dieta alimentar das populações rurais, descrita por Custódio Vilas-Boas (1800; 1970),
seria basicamente constituída por “pão de milho e centeyo; hum pobre caldo de feijão ou
couves; vinho verde; algumas vezes carne de porco, bacalhao ou sardinhas, cujo
mantimento os faz robustos, e saudáveis”. Porém, não se poderá esquecer a importância do
leite, sobretudo de vaca, o qual, juntamente com a broa de milho, constituía a base da
alimentação das populações rurais. Uma alimentação melhorada estaria reservada para os
dias mais festivos. A penúria e as situações de extrema miséria estariam reservadas a uma
parte mais reduzida da sua população, sobretudo às pessoas ou famílias sem possibilidade
de angariar o seu próprio sustento, por incapacidade física ou por ociosidade.
Quadro 1
Nascimentos, legítimos e ilegítimos, no distrito de Viana (1864) ) (cit. Fonte, 2004)
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Depois da identificação de alguns comportamentos que não se afastavam muito dos padrões
europeus, o estudo demográfico de Guimarães, realizado pela investigadora Norberta
Amorim (1987), acabou por demonstrar que as taxas de ilegitimidade registadas, tanto na
zona urbana como nas freguesias limítrofes rurais, não se enquadravam nas indicadas para o
já referido modelo europeu dos países do Sul da Europa. Eram indicadores seguros que
apontavam para a possibilidade de se estar perante um comportamento demográfico
específico, com a ilegitimidade a atingir proporções muito superiores às de outros países
europeus (Quadro 2) (Fonte, 2004).
Quadro 2
Actualidade da percentagem de ilegítima na Europa no Antigo Regime (cit. Fonte, 2004)
O Baixo Minho é considerado por Neves, em 1998, como um núcleo demográfico que
poderia ser classificado como o “epicentro do fenómeno da ilegitimidade no território
português”. Se considerarmos que estes dados permanecem elevados, para a actual
realidade, vejamos o que sucede globalmente nos dias de hoje .
Quadro 3
Nados vivos anos de 1960 a 2003: alguns indicadores (Carrilho, 2006)
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dos registados. Comparando com a Europa dos 15, Lisboa (39,3%) ultrapassava, em muito,
a média europeia (31,4%) em 2003 (Carrilho, 2006).
Como vemos apesar das desigualdades entre ricos e pobres, ambientes industriais e rurais a
verdade é que se vivia numa época em que ainda havia valores que sustentavam toda a
comunidade/sociedade, religião, família, estes alteram-se profundamente com o advento da
industrialização e o êxodo das populações das aldeias para os meios altamente
industrializados – as cidades.
3. ALTERAÇÕES JURÍDICO-ADMINISTRATIVAS
E a Roda do Hospital Real,
rodando dia e noite, ia
recebendo crianças sobre
crianças, a boquita sequiosa,
os cabelos numa névoa de
oiro, sorrindo para a sua
própria desgraça!
(Júlio Dantas, 1915)
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Gouveia Pinto (1928) chegou a afirmar que “não seremos excessivos se calcularmos a
entrada anual dos expostos em todas as casas da roda e Hospitais do Reino de Portugal, e
Algarve, em 10:000, e o número de existentes até aos 7 anos de idade em 30:000. Este
último número deveria incluir as crianças que entravam em cada ano e, muito
provavelmente, não apenas as expostas, mas também as subsidiadas.”
Foi em pleno século XIX, quando se procuravam encontrar os mecanismos adequados para
atenuar o problema do aumento significativo do número de crianças expostas, que se
considerou não ser possível resolver esse problema, sem se conhecerem previamente as
causas que estariam na origem de tal comportamento social e demográfico. Logo no
primeiro quartel desse século, o jurista português, Gouveia Pinto (1820, p. 3), considerou
que o enjeitamento dos filhos, pelos seus progenitores, estaria relacionado com alguma das
seguintes razões:
1º. Pelo perigo que corrião, se fossem conhecidos, como acontece nas uniões clandestinas, em
que há todo o interesse em ocultar os factos;
2º. Pela summa pobreza dos pais;
3º. 3.º-Pela sua perversidade, que suffoca em seus corações os sentimentos de amor paterno e
lhes faz considerar a criação dos filhos como hum pezo, de que procurão alliviar-se (...).
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Como reflexo da mentalidade populacionista, então reinante, Diogo Inácio de Pina Manique
enviou a todos os provedores das comarcas uma ordem-circular, datada de 10 de Maio de
1783, cujo principal objectivo era alargar a rede assistencial de acolhimento das crianças
expostas e regulamentar a sua criação.
Publicado no D.L., n.º 71, de 28 de Março de 1868. Este decreto da Direcção Geral da
Administração Civil determinava o seguinte: “Tendo o decreto de 21 de Novembro de 1867,
regulado por um modo uniforme em rodo o reino o serviço dos expostos, substituindo o
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Figura 3. Subsídios de aleitação concedidos pela Câmara de Ponte de Lima (1868-1887) (cit. Fonte,
2004)
Fonte (2004) é de opinião que este projecto de regulamento, a ser aprovado, deveria
começar a ser executado a partir do início do ano de 1880. Porém, como o mesmo não
mereceu o apoio e a concordância das autoridades municipais, manteve-se a mesma
estrutura assistencial, de acordo com o regulamento distrital de 1866. Mesmo sem ter sido
aprovado, este projecto acabou por originar uma profunda reflexão sobre o estado da
assistência à infância desvalida e abandonada no distrito de Viana, o qual é bem o reflexo da
continuidade do debate e da polémica nacional, que não se esgotou com a abolição das
Rodas. Todavia, foi preciso esperar pelo ano de 1888 para que fosse adoptado um
regulamento de âmbito nacional, harmonizando todos os procedimentos e normalizando as
práticas institucionais.
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Quadro 4
Despesas com os expostos na Roda de Caminha (1848/1849) (Fonte, 2004)
Na sequência do trabalho desenvolvido, Eglantyne Jebb elaborou a “Carta dos Direitos das
Crianças”, a qual mereceu a aprovação da Assembleia Geral da União Internacional de
“Save the Children”, em 1923, tendo sido adoptada pela Sociedade das Nações, em 1924.
Oficialmente conhecida por “Declaração de Genebra”, onde estão consignados os princípios
básicos de protecção à infância, o seu conteúdo viria a ser substancialmente ampliado, após
a 2.ª Guerra Mundial, com a aprovação da “Declaração Universal dos Direitos da Criança”
pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1959.
Em 1980, são promulgadas, nos E.U.A. e no Reino Unido, duas leis que, incorporando a
maior parte das recomendações dos especialistas em protecção infantil e familiar, resultam
da reflexão crítica sobre os resultados da formalização do sistema de acolhimento familiar,
cujas lacunas são claramente identificadas (Capdevila, 1996). Também o acompanhamento
de todas as fases deste processo é essencial, salientando-se o apoio especializado de
retaguarda às colocações familiares e a avaliação final (Capdevila, 1996):
a) da consecução dos objectivos propostos e da modificação das causas desencadeantes;
b) do benefício obtido pela criança acolhida;
c) do benefício obtido pela família cujo menor precisou de acolhimento;
d) da experiência da família acolhedora.
Porque é a criança o âmago deste trabalho é importante perceber que todo o abandono,
negligência e maus tratos têm consequências mais ou menos irreversíveis sobre o sujeito
alvo de... é necessário ter-se presente o que teorizam alguns dos principais teóricos do
desenvolvimento humano.
• Estádio sensóriomotor (dos 0 aos 18/24 meses) – O sujeito usa os sentidos para interagir
com o meio;
• Estádio pré-operatório (dos 2 aos 6 anos) O pensamento sofre transformações qualitativa
(determina a qualidade), as crianças já não usam somente a suas sensibilidades, neste estádio
cresce a capacidade de armazenamento, ele começa a compreender e falar;
• Estádio das operações concretas (dos 6/7 aos 11/12 anos) – É o estádio operacional, onde já
podem testar os problemas;
• Estádio das operações formais (dos 11/12 anos aos 15/16 anos) – É nesta fase que a criança
desenvolve a sua própria identidade.
Como afirma Piaget o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado, o
conhecimento resulta das acções e interacções do sujeito no ambiente
O adulto deve procurar interferir menos, respeitar as fases da criança, e corresponder aos
seus interesses. Quando as correcções não acontecem, o adulto limita-se a ensinar/fazer
entender a criança que os erros também fazem parte da aprendizagem.
Por exemplo, o construtivismo propõe que o aluno/criança participe activamente do seu
processo de aprendizagem, com o auxilio dos colegas/adultos, com pesquisas, estimulando a
busca de respostas para suas dúvidas, desenvolvendo assim o raciocínio. Rejeita a
apresentação dos ditos conhecimentos prontos.
Ocorre durante os 0-18meses de idade – Neste estádio, ocorre uma espécie de conquista
através da percepção e dos movimentos, daí a designação de sensóriomotor, de todo o
universo prático que rodeia a criança. Caracteriza-se portanto por uma inteligência prática,
que se aplica à resolução de problemas (procurar um guizo escondido, alcançar uma bola,
entre outros...), e que se baseia na acção, anterior à linguagem e ao pensamento.
A criança nasce com reflexos, que irão gradualmente pelo exercício transformando – se em
esquemas sensoriais – motores, por exemplo, a criança herda uma tendência instintiva de se
nutrir, tendência esta que será actualizada pela sucção, ao compararmos um recém-nascido
no momento de nascimento e alguns dias depois, podemos verificar que este reflexo sofreu
algumas modificações, estando mais complexo.
As capacidades sensoriais, como a audição, a visão, o olfacto e o tacto ainda não estão
coordenadas entre si. O mundo para o bebé é percepcionado como caótico, pois não é
estruturado em função de um tempo e espaço, não existe diferenciação entre ele e o meio
envolvente. Uma das evoluções que ocorre neste estádio, é a aquisição da construção do
objecto permanente. Esta inicia-se por volta dos nove meses, e permite à criança a
concepção de um mundo estável, onde a existência dos objectos é independente da sua
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percepção imediata. No início deste estádio domina um certo egocentrismo, pois o bebé não
compreende que está inserido numa sociedade, encarando o mundo como se este girasse em
torno de si mesmo, até que os progressos da inteligência sensório – motora levam à
construção de um universo objectivo, onde o próprio corpo aparece como elemento entre os
outros.
a) Permanência do objecto
A construção do objecto permanente ou permanência do objecto, surge também neste
estádio por volta dos nove meses de idade, e traduz a capacidade de o bebé saber que pelo
facto de um determinado objecto encontrar-se escondido ou oculto por determinados
instante, não significa que este deixou de existir, que desapareceu.
Até aos doze meses de idade, o bebé vai ter actos intencionais com coordenação de meios e
de fins para obter o que deseja. Pode ser considerado como exemplo, o facto de o bebé
puxar o cobertor (meio) para apanhar o brinquedo (fim). A partir dos dezoito meses, a
criança de uma forma interiorizada, consegue uma invenção rápida de novos meios para
resolver problemas por combinação mental. É esta interiorização que lhe permite uma súbita
compreensão dos problemas, a criança começa a entender que há um espaço geral, onde ela
e vários objectos se incluem. Entre os dezoito meses e dois anos de idade, faz-se uma
transição de uma inteligência sensório – motora para uma inteligência representativa e
simbólica.
A criança torna-se portanto capaz de imitar sem a presença de objectos, acontecimentos que
presenciou, podem ser imitados posteriormente (imitação diferida). Além disso começa já a
ter representações mentais dos objectos e pessoas, ou seja ao ouvir falar de certos objectos
ou pessoas, já tem as imagens mentais correspondentes. No final deste estádio, embora a
criança permaneça bastante egocêntrica, auto centralizada na sua percepção da realidade, já
terá sofrido uma boa evolução no sentido de conhecimento e adaptação à realidade. Ter-se-á
desenvolvido portanto, de modo a resolver uma série de situações, através de uma
inteligência sensório-motora.
Ocorre entre os 2-6 anos de idade – Neste estádio, o pensamento passa a assentar na
capacidade de simbolização, e não na acção imediata e directa como no estádio sensório-
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motor. A criança passa a poder representar objectos ou acções por símbolos (função
simbólica). Um exemplo representativo, pode ser, quando a criança brinca ao faz-de-conta,
pois representa uma coisa por outra.
O segundo sub-estádio caracteriza-se pelo pensamento intuitivo, que surge a partir dos
quatro anos, e consiste na classificação d objectos pela criança por aproximações sucessivas,
embora sem uma lógica de conjunto.
Ocorre entre os 6-12 anos de idade – A criança desenvolve o pensamento lógico, passa a ter
capacidade para realizar operações mentais, isto é, a criança organiza o pensamento em
estruturas de conjunto e os seus raciocínios lógicos são também reversíveis. É pela
reversibilidade que a criança pode entender que se pode somar, pode também subtrair, e que
a duas operações estão relacionadas.
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A criança neste estádio, passar a ter noções de conservação de peso (cerca dos nove anos), e
da massa e do volume (cerca dos doze anos). Com a possibilidade de realizar esquemas
mentais operatórios, a criança passa a compreender a relação parte/todo, a poder realizar
operações de classificação e de seriação, e a obter a conservação do número e adquirir a
noção de tempo, de espaços globais e de velocidade. Observamos aqui uma evolução de um
estado de indiferenciação, de desorganização do pensamento e de auto centralização, para
uma compreensão lógica e adequada da realidade, que permite consciencializar a criança,
que é um indivíduo entre outros.
Desenvolve-se cerca dos onze, doze anos de idade, indo até aos quinze, dezasseis anos de
idade, aproximadamente – Caracteriza-se por um pensamento abstracto, uma inteligência
formal e pelo exercício de raciocínios hipotético/dedutivos. Deste modo, o adolescente
“desliga-se” do real, sem necessitar de se apoiar em factos, tem a capacidade de pensar
abstractamente e deduzir mentalmente sobre várias hipóteses abstractas que se colocam.
Torna-se portanto, capaz de resolver problemas através de enunciados verbais.
O organismo desequilibra-se frente à nova situação, mas como todo organismo vivo procura
o reequilíbrio. Para encontrar o equilíbrio, lançamos mão de um complexo processo de
adaptação. Adaptação é o processo pelo qual o sujeito adquire um equilíbrio entre
assimilação e acomodação. A assimilação refere-se à introdução de conhecimentos sobre o
meio e a incorporação ao conjunto de conhecimentos já existentes. Através da incorporação,
a estrutura de conhecimento existente se modifica de modo a acomodar-se a novos
elementos – tal modificação é denominada acomodação. Equilíbrio é o processo de
organização das estruturas cognitivas num sistema coerente, interdependente, que possibilita
ao indivíduo a adaptação à realidade. É a partir deste entendimento que as situações de
aprendizagem baseiam-se em jogos e desafios, nos quais o sujeito é defrontado com um
problema novo para resolver.
Nos finais do século XX, quando foi noticiada a “venda de crianças”, nos Açores, este
problema foi objecto de uma ampla abordagem na comunicação social, o que facilitou e
promoveu o debate público, ao pronunciar-se sobre o assunto, o Presidente da República
considerou que tal situação não seria uma característica específica de uma determinada
região, antes o resultado de condicionantes económicas e sociais de um país que chegou a
dispor de “rodas” para nelas se exporem ou depositarem as crianças. Na prática, estaríamos
perante um problema que “faz parte da nossa História, do percurso da nossa pobreza”3.
2
Os casos de abandono são bem mais frequentes do que os de infanticídio, apesar de se tratar de situações
residuais, quando comparados com o que se verificou num passado relativamente recente, em que a exposição
de crianças se poderia fazer em instituições de assistência onde existia uma “roda” – um mecanismo legal que
permitia que as crianças lá pudessem ser depositadas, sem que se soubesse quem as deixava.
3
Este problema da “venda de criança” emergiu a partir de factos reais registados nos Açores, em 1999, o qual
acabou por despertar uma grande discussão pública, com a intervenção de alguns representantes de órgãos de
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Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1º ANO
Um pouco mais tarde, o mesmo assunto voltou a ser lançado na comunicação social, através
de um não menos polémico artigo intitulado “O regresso da Roda dos Expostos”. Tratava-se
de um extenso artigo que foi publicado na revista “Nova Gente”, em 2002, ilustrado com
imagens e com posições públicas assumidas por alguns dos intervenientes neste novo
sistema assistencial. Nele se noticiava o mesmo programa de recolha de crianças
abandonadas na Alemanha, o qual estaria a ser adoptado em vinte cidades, sendo
apresentado como uma recuperação do antigo método de salvar bebés abandonados, o que
levava a concluir que «a Roda dos Expostos dos tempos modernos parece ter vindo para
ficar». O mesmo artigo apresentava alguns dados estatísticos para fundamentar a criação
desta “Roda dos Expostos dos tempos modernos”, dando conta de que, em 1999, foram
registados 46 casos de crianças abandonadas na Alemanha, um número que baixou para 32
crianças, no ano seguinte.
Com um carácter excepcional, embora muito preocupante para a época em que vivemos, o
abandono de crianças nas maternidades, nas igrejas, à porta de particulares, nas ruas e, até,
em lixeiras e caixotes de lixo tem sido periodicamente noticiado e escalpelizado pelos
principais meios de comunicação social4.
soberania nacional. Os dados citados baseiam-se numa notícia publicada no Diário de Notícias, em 6 de Julho
de 1999. Também o Provedor de Justiça se pronunciou sobre o mesmo caso, o que o levou a defender uma
alteração ao Código do Registo Civil que impeça registos de falsas identificações ou paternidades, através da
apresentação de um atestado médico, o que impediria ou dificultaria a “venda de crianças”. Sobre o caso
registado no Açores, o Provedor de Justiça alertou para a necessidade de se distinguirem os casos de pessoas
que, por necessidade económica e sem contrapartidas, entregam os filhos a pessoas que têm possibilidade de
os adoptar e educar, daqueles que configuram o tráfico e venda de crianças.
4
Alguns casos foram notícia de primeira página, como o do bebé que foi abandonado no Algarve, dentro de
um carrinho. Segundo testemunhas, «quem o abandonou deixou-o em local bem visível para ser rapidamente
encontrado, bem vestido e protegido do frio». A criança foi recolhida no Refúgio Aboim Ascensão, em Faro,
tendo-se descoberto, mais tarde, ser filho de um casal inglês (JN, 15 de Janeiro de 2002). Este caso continuou
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Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1º ANO
Um jornal diário publicou, em 1992, um estudo sobre “Os bebés intrusos e malditos”, uma
problemática que mereceu honras de primeira página, subordinada ao tema “Dezenas de
casos registados anualmente – Bebés abandonados: Histórias Portuguesas”. Muitas dessas
crianças seriam abandonadas pelas mães, logo após o parto, por vezes com a cumplicidade
dos pais.
Em 1991, terão sido deixadas 22 crianças nestas condições, com as mães a declararem que
não queriam ficar com os filhos. De acordo com os dados apurados, «a maioria das
mulheres são solteiras, pertence a um estrato social bastante baixo e não tem emprego». A
primeira e principal razão para não ficarem com os filhos era a falta de condições
económicas.
Já nos finais de 2003, a comunicação social desvendou aquilo que considerou ser uma rede
de tráfico e venda de crianças, filhas de imigrantes. Segundo uma reportagem da TVI,
emitida no dia 4 de Dezembro, essas crianças, de poucos meses de idade, estariam à venda
por 25 000 euros, com o “negócio” a ser realizado em plena cidade de Lisboa. O jornal
“Correio da Manhã”, de 6 de Dezembro, analisou a legislação vigente e concluiu que a
a ser notícia, a partir do momento em que se deu início a um complexo processo de adopção, por se tratar de
uma criança filha de pais estrangeiros.
Foram divulgados os casos de vários recém-nascidos. Entre eles o do bebé que foi encontrado debaixo do altar
de uma igreja, em Águeda, e o da menina, com cerca de uma semana de vida, que foi deixada à porta do
Centro Comunitário de Recardães, de madrugada, tendo sido notada a sua presença por um vizinho que ouviu
uns gemidos vindos do lado do Centro Comunitário. A criança estava dentro de uma alcofa, bem limpa e
agasalhada (in JN, de 23 de Junho de 2002).
Sob o título “Mulher abandona o filho horas após ter dado à luz em Braga”, o Jornal de Notícias, de 26 de
Dezembro de 2002, noticiou que a parturiente desapareceu, sem deixar rasto, horas depois de ter dado à luz no
Hospital. A mãe, uma mulher de 28 anos, terá utilizado dados de identificação falsos, na altura do
internamento, para ocultar a sua identidade.
O mesmo jornal já havia publicado outras notícias sobre o problema do abandono de crianças (JN, de 26 de
Setembro de 2002). Uma delas dava conta da simulação do abandono de uma criança por dois jovens, recém-
casados, ele com 16 e ela com 17 anos de idade. De acordo com a notícia, estes jovens, “movidos pela
vergonha e medo dos familiares, realizaram o parto numa casa em construção e simularam a história do
abandono. A ideia era ganhar tempo e coragem para contar o caso à família”.
Também foi noticiado o abandono de uma criança, na Guarda, tendo-se descoberto ser filha de uma
adolescente, com apenas 15 anos de idade, a qual, depois de tratada no hospital, acabou por sair em liberdade,
por ser inimputável.
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Licenciatura em Psicologia – 2º CICLO – 1º ANO
venda de crianças em Portugal não é punida por lei. O actual Código Penal é omisso nessa
matéria, penalizando apenas a sua venda quando as crianças se destinam a exploração
sexual ou trabalho forçado. No entanto, um novo projecto de lei prevê penas de prisão entre
cinco e quinze anos para quem venda ou compre crianças.
Um dos mais prováveis destinos destas crianças são instituições de acolhimento, nestas
instituições as crianças recebem os cuidados básicos necessários, alimentação, abrigo,
vestuário, entre outros… Porém falta-lhes um bem essencial, a relação afectiva com os seus
progenitores, o que afecta o desenvolvimento e bem-estar da criança.
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6.3. ADOPÇÃO
A adopção é um processo legal no qual uma criança passa a ser assumida como filho(a) de
uma pessoa ou de um casal, sem ser filho biológico deste. Decorrida a adopção, as
responsabilidades e os direitos dos pais biológicos em relação à criança adoptada, passam
para a pessoa ou o casal que a adoptou.
Depois do abandono a maioria das crianças ficam com diversos problemas a nível
psicológico, porém nem todas as crianças vêem a sua vida psíquica afectada negativamente
(Sá, 2005).
Ainda que tendo sido adoptadas precocemente, quando estas crianças têm conhecimento da
verdade acabam sempre por se questionar sobre a sua origem. Sabe-se que nesta fase as
crianças têm tendência a pensar que os pais foram forçados a abandoná-las, por vezes
chegam mesmo a responsabilizar-se e culpabilizar-se do seu abandono (Sá, 2005).
Muitas vezes, existe por parte dos pais adoptivos um receio que se prende com as origens da
criança, pois é sobejamente conhecida a influência dos progenitores na formação do seu
carácter, na sua maneira de ser e estar. Porém quem deseja adoptar uma criança deve
esquecer todos os mitos sobre hereditariedade e genética, os pais adoptivos devem por de
parte o passado da criança e ajudá-la a começar uma nova vida. O abandono deixa na
criança marcas que necessitam de tempo, paciência e afecto para serem saradas (Sá, 2005).
Quando adoptada por pessoas compreensivas e com capacidade de acolher e tolerar algumas
frustrações iniciais, a criança pode perfeitamente superar os traumas vividos pela situação
de abandono. Ao ser adoptada criança ganha uma nova família, alguém que quer recebê-la
como seu filho(a). E se, por um lado, este era o maior desejo da criança, a sua experiência e
medo de voltar a ser abandonada conduzem-na à insegurança. A maneira como os pais
adoptivos encaram a criança e o seu respectivo comportamento é determinante no sucesso
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Só quando a criança criar um vínculo seguro com os pais adoptivos é que se irá sentir
amada, e só assim terá a capacidade de criar novos laços afectivos, novas amizades e terá
novos interesses, desejo de adquirir novos conhecimentos. Depois de ter vivido o abandono,
só com esta nova relação a criança compreenderá a segurança e a estabilidade dos afectos
(Sá, 2005).
É frequente existir nos pais adoptivos o receio de não conseguirem estabelecer um vínculo
afectivo de qualidade, o tempo que esperaram pelo momento que vivem agora foi fazendo
com que ficassem com diversos receios e com uma enorme ansiedade. Outro dos medos
mais frequentes por parte da família adoptiva é o de adoptar crianças mais velhas, pois
acreditam que por estas terem uma idade mais elevada possam ter vivenciado mais
intensamente a experiência do abandono e por consequência serem mais revoltadas e terem
mais dificuldade de se adaptar à nova família. A vida psíquica destas crianças pode
realmente ser muito dolorosa e complexa. A idade da criança influencia a adaptação à sua
nova vida, pois esta tem um passado que se prende com cuidados primários muito pouco
adequados (negligência, subnutrição, maus tratos) o que vai influenciar as suas acções, a sua
maneira de ser e agir, porém este factor não impede a criança adoptada de ser um bom
filho(a) (Sá, 2005).
Há quem defenda que a criança deve ser adoptada o mais cedo possível, pois enquanto bebé
usufruirá desde cedo dos cuidados da mãe adoptiva, como já foi referido a relação mãe/bebé
é essencial para um desenvolvimento saudável da criança, tanto a nível físico como a nível
psicológico. Por outro lado, há também quem defenda que uma adopção muito precoce pode
ter desvantagens tais como: a mãe adoptiva tem que se decidir rapidamente, o bebé não será
devidamente amamentado, não esquecendo também o facto da família adoptiva não ter
oportunidade de avaliar o provável desenvolvimento do bebé. Ainda que se saiba que o
futuro desenvolvimento da criança está intimamente ligado com a relação que se vai
estabelecer entre esta e a nova família adoptiva. Não adoptar uma criança por se achar que
esta se vai desenvolver de uma forma inadequada, é condenar essa criança a um futuro
infeliz, a não ter a oportunidade de ter uma nova família, de recomeçar de um novo ponto de
partida (Sá, 2005).
A adopção tem prós e contras mas quem adopta defende que o importante é amar a criança,
fazer tudo para que esta se sinta bem, acarinhada e querida. Apesar das dificuldades já
referidas e das que se prendem também com os entraves burocráticos, uma criança que foi
abandonada pode ser novamente feliz.
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Richters e Weintraub (1990) alertam para a indefinição que perpassa a literatura sobre risco,
caracterizada por uma confusão promíscua entre noções como as de risco, vulnerabilidade e
inadaptação, entre factores redutores do risco e factores de protecção. Na opinião destes
especialistas, terá sido a formulação inadequada das próprias questões a contribuir para a
falta de clareza das respostas encontradas.
serve-se ainda de uma variedade de métodos, desde os estudos de caso, aos estudos
transversais, a curto-prazo e longitudinais.
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Ainda segundo esta notícia do Deutsche Welle, de 17-04-2009, por exemplo ao nível da
empatia, os animais, designados por “companheiros terapêuticos”, nomeadamente os cães,
“reduziriam os sentimentos negativos, como a monotonia e a depressão, incentivariam à
constituição da responsabilidade para com o outro, trabalhariam o fortalecimento do laço
afectivo através do diálogo não verbal e promoveriam as habilidades sociais, como a
paciência e a tolerância à frustração” (DW, 2009).
Estas duas realidades Brasil e Alemanha, vêm ao encontro do que muitos investigadores têm
defendido – dotar os adolescentes de factores de protecção – a metodologia empregue é a
mais diversa, entre nós há relatos de que a música (musicoterapia) e arte (artererapia) têm
obtido bons resultados.
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IV – C ONCLUSÃO
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ANEXO I
Inicialmente como lactário e centro de apoio a mães solteiras, depois como serviço médico
de recém-nascidos e prematuros, a Instituição sofreu alterações ao longo dos anos, quer de
ordem técnica, quer de ordem metodológica, não abdicando, contudo, de cumprir o ideal
benemérito do seu fundador: “Apoio à Primeira Infância”.
A partir de 1990, o Refúgio passa a orientar a sua intervenção pela Convenção das Nações
Unidas sobre os Direitos da Criança.
i
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A Emergência Infantil é como que um grito “EI!” que traduz a ideia força de que qualquer
cidadão tem o dever de intervir em favor de uma criança em situação difícil, qualquer que
seja o motivo que a faz sofrer.
Esta população é essencialmente constituída por bebés de gravidez de risco, filhos de pais
toxicómanos, crianças vítimas de negligência e maus tratos, crianças com patologia
instalada (deficiência auditiva, perturbação da comunicação…), crianças com problemas no
desenvolvimento (hiperactividade, dispraxia, atraso no desenvolvimento global, problemas
respiratórios, alteração postural, dificuldades de aprendizagem, entre outras…)
Para prestar auxilio a estas crianças a unidade de habilitação Madalena Perdigão conta com
serviços de terapêutica ocupacional, terapêutica da fala e fisioterapia.
Por considerarmos de grande importância o apoio prestado a estas crianças para que estas
superem os seus problemas, que em grande parte advêm de situações de negligência e
abandono, vai-se aprofundar um pouco mais o modo como realmente ocorrem estes
acompanhamentos.
ii
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Áreas de intervenção:
• Estimulação e Intervenção Precoce;
• Dificuldades de Aprendizagem;
Áreas de intervenção:
• Dificuldades de Aprendizagem;
• Perturbações Periféricas;
• Deficiência Auditiva;
• Saúde Mental.
1.3.3. Fisioterapia
Áreas de intervenção:
• Estimulação e Intervenção Precoce
• Condições Ortopédicas
• Condições Neurológicas
• Condições Respiratórias
iii
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2. AJUDA DE BERÇO
O acolhimento das crianças é feito após cada caso ser analisado e aprovado pela Direcção e
Equipa Técnica. Para além do acolhimento das crianças, os técnicos da Ajuda de Berço
intervêm na dinâmica familiar de cada criança, com o intuito de ajudar as famílias, quando
possível, a encontrar soluções para receber a criança. Assim, é dado apoio aos pais para
encontrarem alternativas, nomeadamente encaminhando para os diversos departamentos ou
serviços disponíveis na comunidade.
A par do acolhimento das crianças, é definido o projecto de vida de cada uma, em conjunto
com a equipa técnica da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Segurança Social e o
Tribunal competente.
Em qualquer caso, o objectivo é que a criança siga um projecto de vida digno, com amor, e
adequado à sua situação.
iv