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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo o estudo do gerenciamento de risco em uma agência de
viagens que oferta o turismo de aventura nos destinos de Alcântara e Lençóis Maranhenses.
Faz um breve histórico e caracterização do Turismo de Aventura no Brasil, assim como do
processo de certificação que visa à melhoria da prestação dos serviços. Demonstra o processo
de gestão de riscos e sua aplicação na empresa estudada. A pesquisa de campo busca
evidenciar, através de uma pesquisa qualitativa, a importância de tais conceitos na execução
dessas atividades na agência de viagens e a percepção do turista, em relação à segurança e à
modalidade escolhida. Conclui-se que a empresa além de possuir conhecimento em relação à
gestão de riscos no turismo de aventura, se prepara para a certificação. Os turistas
identificaram poucos riscos na execução das atividades e avaliaram positivamente a qualidade
na prestação de serviços.
Palavras-Chave: Turismo de Aventura. Gestão de riscos. Certificação.
1 INTRODUÇÃO
O Turismo desponta como uma das principais atividades econômicas em
atração de divisas no Brasil, ao lado de produtos oriundos da exportação (como minério de
ferro, soja e automóveis), e foi o responsável pelo ingresso de, aproximadamente, R$ 5
bilhões relativos a gastos de pouco mais de cinco milhões de turistas estrangeiros que
visitaram o país em 2007. (Ministério do Turismo, 2005)
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Bacharel em Turismo pela Faculdade Atenas Maranhense - FAMA
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2 Turismo de Aventura
2.1 Conceitos e Caracterização Geral
O Turismo de aventura pode ser considerado recente, se comparado a outras
atividades econômicas e demais segmentos do turismo. Portanto, a própria definição de
conceitos e das normas de funcionamento relacionados à temática está em fase de elaboração
e/ou consolidação, o que evidencia o processo de construção.
projeto pioneiro que culminou na criação de normas técnicas de conduta, no âmbito da ABNT
e do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO,
para as principais atividades que compõem o setor, visando à criação de padrões mínimos de
segurança, evitando acidentes; e a competitividade perante o mercado internacional, atraindo
mais turistas.
Estas normas serão utilizadas no capítulo sobre a pesquisa de campo, para que
possa ser feito uma comparação entre o que as normas sugerem e o que está sendo
efetivamente realizado, além das dificuldades e desafios na execução destas normas.
and Safety Assestment Series - OHSAS - 18.001, que se refere à Saúde e Segurança
Ocupacional, adotados pela Norma de Sistema de Gestão da Segurança NBR 15331) consiste:
“ na combinação da probabilidade de ocorrência e da(s) conseqüência(s) de um determinado
evento perigoso”. E deve ser diferenciada do conceito de perigo, já que segundo esta mesma
norma o “perigo” corresponde à “fonte ou situação com potencial para provocar danos em
termos de lesão, doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente do local de trabalho ou
uma combinação destes”.
Para Hope (2002, p.4) o gerenciamento de risco é “o processo de melhor lidar
com a incerteza quanto à ocorrência ou não das perdas. Um risco pode tornar-se aceitável
através de seu gerenciamento.” Para Oliveira (2004, p. 147-148) “existe risco quando são
conhecidos os estados futuros que possam surgir e suas respectivas probabilidades de
ocorrência.” Portanto, o gestor deve estruturar toda a situação para administrar o risco ao
longo de seu desenvolvimento.
É necessário também, que se conheça o perfil das agências que ofertam essa
modalidade de turismo, para que o gerenciamento da qualidade esteja de acordo com a
estrutura e com a cultura organizacional da empresa. Segundo Pimenta (2006, p. 26), são
características das agências e operadoras de viagem:
percepção sobre a mesma é que influenciará em sua decisão. Deste modo, a preocupação da
agência de viagem deve ter início, de acordo com Hamaué (2008, p. 59) “na divulgação do
material promocional, mediante informação de qualidade que corresponda aos serviços e trará
ao turista uma experiência de plena satisfação”.
4 Metodologia da Pesquisa
A modalidade escolhida para estudo, por ser de fácil execução, possibilita que
vários destinos a promovam. Os destinos escolhidos para a análise foram Lençóis
Maranhenses, por ser um dos destinos monitorados pelo Mtur no turismo de aventura e
Alcântara, pela conveniência e proximidade com a capital do estado. A partir dessas
colocações, se faz importante um breve histórico das duas localidades para que se justifique a
aplicação do turismo de aventura nesses destinos turísticos.
O Parque Nacional dos Lençóis é um Paraíso ecológico com 155 mil hectares de
dunas, rios, lagoas e manguezais, que tem como principal portão de entrada
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- Alcântara
A cidade histórica fica a uma hora de barco de São Luís e é um excelente passeio
que pode ser feito em apenas um dia. Uma vantagem é que, praticamente, todos os
pontos turísticos da cidade, que parece ter parado no tempo, podem ser visitados a
pé durante passeios tranqüilos pelas ruas calçadas de pedra. Os atrativos começam
logo na descida do barco, no Porto do Jacaré e subindo a ladeira de mesmo nome,
que conduz ao coração da cidade: o largo onde se encontram as ruínas da igreja da
Matriz, a antiga cadeia e o pelourinho, ícones máximos das sociedades coloniais e
escravagistas brasileiras. É possível também, a partir de Alcântara, fazer passeios de
barcos por igarapés e visitar ilhas como Cajual, onde estão sendo descobertos
valiosos fósseis.
(http://www.turismo.ma.gov.br/pt/)
aventura. Oferta como opções de turismo de aventura as seguintes modalidades: turismo fora
de estrada (off road), caminhada de curto e longo curso e passeios de barco (que ainda não
foram definidos como segmento do turismo de aventura).
A percepção dos turistas para uma organização é muito importante, pois esse
feedback pode ser crucial para uma prestadora de serviços. A pesquisa de campo realizada
teve como objetivo principal verificar o grau de percepção dos turistas em relação ao turismo
de aventura, na modalidade caminhada ofertada pela empresa, assim como as questões
relativas à segurança na execução da atividade.
Condições da trilha
(trajeto)
Riscos Observados
Quedas de pedras,
objetos ou vegetação
Fatores
meteorológicos
Falta de preparo físico
Fauna e Flora
perigosos
0% 20% 40% 60%
Porcentagem
Título: Avaliação dos riscos pelos turistas
Fonte: Dados da Pesquisa
A falta de preparo físico, não foi considerada como um fator de risco para boa
parte dos turistas, já que a caminhada não é por longo percurso, além disso, eles consideraram
o aspecto do trajeto regular e a ocorrência de queda de pedras, objetos ou vegetação pouco
evidentes. Algumas recomendações sugeridas pelos turistas no destino Alcântara:
Investimentos nos barcos que fazem a travessia à Alcântara; Atenção freqüente do turista ao
trajeto realizado e às recomendações; Interação do turista com a natureza, mediante o suporte
de um guia experiente e bem treinado; Orientação da empresa quanto à vestimenta e calçados
adequados à caminhada em Alcântara.
Infra-estrutura
oferecida na localidade
Pela localidade
A qualidade dos serviços foi bem destacada neste quesito, com 67%, os turistas
relataram que a empresa repassou requisitos considerados por eles como fundamentais, tais
como segurança e bom atendimento. A localidade foi o segundo mais citado, com 50%,
apesar disso alguns turistas falaram da importância de uma maior divulgação deste roteiro de
turismo de aventura e ecoturismo, já que poucos tinham um prévio conhecimento da execução
de tais atividades no destino.
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Fatores meteorológicos
Riscos Observados
Infra-estrutura oferecida na
localidade
(incluindo sites)
Vantagem do pacote turístico
(agregação de valor ao que oferecia)
Pela localidade
O gráfico evidencia que a Localidade foi o ponto mais destacado pelos turistas,
com 80% em termos de motivação, já esse destino é bastante divulgado na mídia. Em seguida,
com 60% e confirmando a justificativa acima, as referências anteriores de quem já havia
praticado e as informações diversas sobre o destino e as diversas atividades de ecoturismo e
turismo de aventura que podem ser praticados. Os turistas, em sua maioria, relataram que os
demais fatores complementaram a satisfação pela viagem, mas não seriam os fatores
principais.
5 CONCLUSÃO
O crescimento da prática de atividades de turismo de aventura resultou numa
mudança de mentalidade no meio empresarial, pois observou-se que a atividade poderia ser
prazerosa e com “aventura”, sem que isso significasse displicência na sua execução. Desta
forma, os termos “segurança” e “risco”, começaram a fazer parte do planejamento das
empresas prestadoras desta modalidade de turismo. Com a alta demanda advinda desta
prática, o governo, através do Ministério do Turismo, sentiu a necessidade de implementar
normas que regulamentasse tais atividades, para que o controle das mesmas não fosse
prejudicada por falta de conhecimento ou falta de padrões de segurança. As dificuldades
verificadas foram desde a percepção de falta de dados registrados sobre a atividade, nº de
praticantes, principais destinos e nº de acidentes, que mostraram ao governo o quanto se fazia
necessário uma pesquisa que aprofundasse e relatasse esses dados de suma importância para a
consolidação deste segmento.
ABSTRACT
This work aims to study the risk management in a company that offers adventure tourism in
Alcantara and Lençóis Maranhenses. It briefly describes and characterization of Adventure
Tourism in Brazil, as well as the certification process aimed at improving the services. Shows
the process of risk management and its application in the company studied. Field research
seeks to demonstrate, through a qualitative research, the importance of such concepts in the
implementation of these activities at the travel agency and the tourist perception about the
safety and mode chosen. Concluded that the company also has knowledge in relation to risk
management in adventure tourism and its preparing for certification. Tourists don’t have
identified many risks in the practices of the activities and had a positively evaluated the
quality of services.
Keywords: Adventure Tourism. Risk Management. Certification
REFERÊNCIAS
ALCÂNTARA. Disponível em: http://www.turismo.ma.gov.br/pt/. Acesso em: 5 de jul de
2009.
BENI, Mario Carlos. Análise estrutural do Turismo. 11º ed. São Paulo: Editora Senac São
Paulo, 2006.
FILHO, R.A.S; MORAIS, E.O de. Desvendando os caminhos do Turismo de Aventura. In:
Gestão da Cadeia Produtiva do Turismo. Ceará: FDR, 2008
OLIVEIRA, Otávio Jr (org.). Gestão de qualidade: tópicos avançados. São Paulo: Pioneira
Thomson Leaming, 2004.