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Glossário dos termos relativos à leitura de imagem
Ministério da Educação (adaptado)
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Glossário dos termos relativos à leitura de imagem
Ministério da Educação (adaptado)
conjunto. A Ética é uma das partes da Filosofia. Trata do estudo dos conceitos
envolvidos nos raciocínios práticos acerca do bem, do dever, da obrigação, da
excelência, da liberdade, da racionalidade e da escolha. Principais autores que
escreveram sobre Ética: Aristóteles, Espinosa, Kant, Hegel.
Fazer sentido: Processo pelo qual uma mensagem codificada é entendida por quem a
recebe através da descodificação, realizada de forma consciente ou inconsciente.
Flash-back: Regresso atrás no tempo da narrativa nos filmes, séries ou notícias,
destinado a relatar eventos anteriores ao presente da acção e, até, nalguns casos,
anteriores ao início da acção. Em literatura, o conceito de flash-back corresponde
geralmente ao de analepse. O contrário do flash-back é o flash-forward: é a antecipação
do futuro em relação ao presente mostrado ou descrito em filmes, séries ou notícias.
Fluxo: A forma como os canais de televisão colocam os programas e anúncios uns a
seguir aos outros numa sequência sem interrupção durante um dia ou parte dele; a
experiência de ver essa sequência de programas, anúncios, promoções. etc.
Futurismo: Movimento artístico com origem em Itália e França em 1909-10
pretendendo celebrar e incorporar na arte a energia e o dinamismo da tecnologia
moderna, representada por máquinas, automóveis, aviões, e o movimento e a velocidade
que passavam a marcar a vida moderna. Em Portugal, o futurismo teve como expoentes,
durante uma parte das suas vidas artísticas, na poesia Fernando Pessoa (1888-1935) e na
poesia, ficção, desenho e pintura José de Almada Negreiros (1893-1970).
Genérico: Segmento de um programa televisivo, quase sempre colocado no início, que
inclui o título, os intervenientes e parte da ficha técnica (nome do realizador, dos actores
ou apresentadores, etc.).
Género: Um tipo de programas ou obras literárias que apresentam características iguais
ou semelhantes. Por exemplo: tragédia, comédia; informação, reality shows,
documentário.
Ícone: Signo que se assemelha àquilo que representa. Por exemplo, as fotografias
contêm ícones (ou signos icónicos) que se assemelham aos objectos que representam. A
fotografia de uma árvore é um ícone dessa árvore.
Identificação: Processo psicológico que leva o observador a querer «estar do lado», a
querer tomar o lugar de alguém ou a sentir-se parecido com alguém que surge num texto
ou situação televisiva.
Imagem: Representação gráfica captada pelos olhos; geralmente não-escrita, feita em
pintura, desenho, filme e outros suportes. A imagem é geralmente semelhante a objectos
do mundo real (referentes).
Imagem em movimento: Sucessão de imagens captadas em momentos sucessivos ou
coladas de forma a fazerem um certo sentido.
Imagem fixa: Uma única imagem, auto-suficiente. Usamos a expressão quando a
imagem se apresenta só e foi feita nessa condição.
Imagem sonora: Usa-se a palavra imagem para um som ou conjunto de sons que
constituem uma mensagem mediática sonora.
Imaginação: A capacidade de cada um em partir de uma mensagem, imagem, conceito
ou narrativa e construir para si uma interpretação ou uma outra mensagem.
Impressionismo: Movimento artístico originalmente francês que revolucionou a pintura
e toda a arte a partir do último quartel do século XIX. A primeira exposição de pintura
impressionista teve lugar em Paris em 1874. Para os impressionistas, era importante
representar a impressão visual do momento, em especial em termos de luz e de cores.
Preferiam não dar contornos demasiado nítidos às figuras, pois as linhas que as separam
são criadas pela imaginação. Também defendiam que as sombras deveriam ser
luminosas e coloridas e não negras, dado que na realidade também o não são; e
preferiam usar cores puras em pequenas pinceladas e não misturadas, cabendo ao olhar
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do observador juntar essas cores, obtendo o resultado final. O nome impressionista foi
criado pelo autor de uma crítica negativa ao quadro de Monet intitulado Impressão:
Nascer do Sol, de 1874. Principais pintores impressionistas: Claude Monet (1840-1926),
Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Edgar Degas (1834-1917), Paul Cézanne (1839-
1906), Camille Pissarro (1830-1903), Georges Seurat (1859-1891), todos franceses.
Interactividade: A possibilidade de o emissor e o receptor comunicarem em simultâneo.
O telefone é um meio interactivo. A Internet e os vídeo-jogos também. O cinema não é
interactivo. A televisão e a rádio também não são interactivos, excepto quando um
número ínfimo dos seus utilizadores pode participar em programas através de um meio
interactivo, o telefone.
Interpretação: A capacidade de descrever uma mensagem ou imagem, separar os seus
elementos e associá-los a outros já conhecidos para compreender o sentido.
Interpretar: Acção de interpretação (ver Interpretação).
Intertextualidade: A presença num texto ou imagem de referências a outros textos ou
imagens. Para se entender um quadro, um filme ou até uma frase, muitas vezes é preciso
conhecer as referências que ele ou ela fazem a outros quadros, filmes, fotografias,
pessoas, frases, lugares, etc. A referência do poema Impressão Digital, de António
Gedeão, a D.Quixote e Sancho Pança, protagonistas do romance de Cervantes, é um
exemplo de intertextualidade.
Ler e ver: Sendo ver o acto de aplicar a visão sobre determinado objecto ou acção, ler
aplica-se às imagens quando se refere ao acto racional de interpretar ou descodificar
imagens.
Literacia: A capacidade de usar as ferramentas de leitura para entender e comunicar.
Para ter literacia, não basta saber ler e escrever o nome, é preciso saber o que fazer com
a leitura e a escrita no dia-a-dia.
Literacia audiovisual: A capacidade de interpretar ou descodificar imagens fixas ou
imagens sonoras ou em movimento. Toda a gente tem um grau mais ou menos
desenvolvido de literacia audiovisual, mas é preciso ir um pouco mais além para se
passar do olhar à leitura das imagens. A literatura audiovisual também é conhecida pela
expressão de origem francesa «educação para os media».
Logótipo: Símbolo gráfico de uma empresa, instituição ou de um órgão de informação.
O logótipo é uma imagem, que pode ter ou não letras, uma sigla (as iniciais) ou um
nome. Portanto, o logótipo pode ser reconhecido apenas pelo aspecto gráfico, visual.
Manchete: Principal notícia na primeira página de um jornal.
Matiz: Aspecto, colorido, gradação, variedade.
Media: Palavra latina usada para nos referirmos aos meios de comunicação. Media, ou
meios, é o plural de medium, meio. Em português tem-se vulgarizado a palavra media
não só para designar o plural dos meios de comunicação mas também para identificar
um único jornal, rádio, etc. Mass media é uma expressão usada para identificar os meios
de comunicação considerados de massas, como a televisão, a rádio ou a imprensa.
Também se pode usar medium ou media para identificar qualquer material através do
qual se transmite alguma coisa.
Mediação: Processo pelo qual a informação chega ao espectador, leitor ou ouvinte
tratada, trabalhada, escolhida por um ou mais intermediários, nomeadamente as fontes
da informação e os jornalistas, fotógrafos ou repórteres de imagem.
Metáfora: A mais importante e mais usada das figuras de estilo; é usada no texto escrito,
na conversa, nas imagens fixas e em movimento, etc. A metáfora é a referência a uma
coisa, ideia ou acção através de uma palavra ou expressão ou imagem denotando outra
coisa, ideia ou acção, sugerindo alguma característica comum a ambos. Por exemplo,
num anúncio televisivo para se referir a frescura dum produto mostra-se uma montanha
com neve.
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pensam melhor que uma» a palavra cabeças substitui pessoas) ou quando, em casos
menos frequentes, uma palavra ou imagem de um todo substitui uma parte com que se
relaciona (por exemplo, «quando chegou a autoridade...» em vez de «quando chegou o
agente da polícia...»). A sinédoque pode ser visual. (ver Metonímia).
Slogan: Frase que incita quem a ouve ou lê a cumprir uma ordem ou uma sugestão (por
exemplo, na política) ou a consumir um produto (na publicidade).
Surpreender, surpresa: O elemento surpresa é muito importante nas artes e na
publicidade pois permite captar e manter a atenção do observador, ouvinte ou leitor.
Desde há séculos que teóricos e artistas recomendam a criação de surpresa como
processo de conquistar o agrado e o interesse dos indivíduos e dos públicos.
Surrealismo: Movimento artístico da primeira metade do século XX que exprimia e
explorava o subconsciente e ultrapassava as convenções aceites para se representar a
realidade, recorrendo em especial ao imaginário dos sonhos, mas também à junção
estranha de imagens. Expoentes do surrealismo na pintura: o belga René Magritte
(1898-1967) e o espanhol Salvador Dali (1904-1989).
Voyeur, voyeurismo: O voyeurismo é a obtenção de prazer por uma pessoa em olhar
para alguém ou alguma coisa que não pode devolver o olhar. Um voyeur é o observador
que obtém esse prazer de ver sem ser visto.
Zapping: Palavra inglesa que se refere à mudança rápida de canais de televisão (ou de
rádio) com um telecomando, ou comando à distância.
Impressão
digital
Os
meus
olhos
são
uns
olhos.
E
é
com
esses
olhos
uns
que
eu
vejo
no
mundo
escolhos
onde
outros,
com
outros
olhos,
não
vêem
escolhos
nenhuns.
Quem
diz
escolhos
diz
flores.
De
tudo
o
mesmo
se
diz.
Onde
uns
vêem
luto
e
dores,
uns
outros
descobrem
cores
do
mais
formoso
matiz.
Nas
ruas
ou
nas
estradas
onde
passa
tanta
gente,
uns
vêem
pedras
pisadas,
mas
outros
gnomos
e
fadas
num
halo
resplandecente.
Inútil
seguir
vizinhos,
que
ser
depois
ou
ser
antes.
Cada
um
é
seus
caminhos.
Onde
Sancho
vê
moinhos
D.
Quixote
vê
gigantes.
Vê
moinhos?
São
moinhos.
Vê
gigantes?
São
gigantes.
(António
Gedeão
‐
Rómulo
de
Carvalho,
1906‐1997,
Portugal,
in
"Poesias
completas")
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