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Glossário dos termos relativos à leitura de imagem

Ministério da Educação (adaptado)

Abstraccionismo: Movimento artístico que evita a representação de figuras e objectos


concretos da realidade visível. A arte abstracta tende a suprimir a relação entre a
realidade e a representação, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que
esses elementos podem sugerir ao espírito. Grandes artistas abstraccionistas: os russos
Vasily Kandinsky (1866-1944) e Kasimir Malevich (1878-1935), o holandês Piet
Mondrian (1872-1944) e o norte-americano Jackson Pollock (1912-1956).
Acção principal e acção secundária: Sendo a realidade muito diversificada e muito
dispersa, quem cria ou capta imagens procura organizar o espaço visual de forma a que
o observador entenda esse espaço como ele quer ou prefere. Assim, o pintor pinta de
forma a que entendamos qual a acção principal, ou mais importante, e quais as acções
secundárias, ou menos importantes, que acontecem no quadro. Um exemplo da
televisão: o realizador de um jogo de futebol tem de estar atento ao que se passa no
campo e no estádio, concentrando-se na acção principal mas sem esquecer as acções
secundárias.
Análise: Exame detalhado da constituição de alguma coisa; resultado do trabalho de
verificação de como um todo se divide em partes ou é formado por diversas partes;
estudo das causas de um facto natural ou social a partir os efeitos.
Anúncio: Uma mensagem comercial, publicitária, na imprensa, na rádio, na televisão,
na Internet, cinema ou na rua (placards, outdoors). Utiliza elementos gráficos (texto
escrito, imagens) e sonoros, ou ambos. Sinónimo: reclame.
(…)
Audiência, audiências: O conjunto de pessoas que recebe as mensagens de um media. O
conceito de audiência referia-se inicialmente ao conjunto de pessoas que assistia a um
espectáculo ou outro evento público, mas alargou-se para passar a referir-se a quem faz
parte do conjunto que interage com qualquer media (imprensa, rádio, televisão, etc.). O
conceito é cada vez mais amplo, dado que fazemos parte de um número cada vez maior
de audiências à medida que os media vão estando mais presentes no nosso dia-a-dia. As
audiências são medidas e estudadas por diversos métodos, desde a simples entrevista
aos cidadãos consumidores até aos processos estatísticos complexos que permitem saber
que grupos da população dum país viram e o quê na véspera na televisão.
(…)
Broadcast: Palavra inglesa que, aplicada à rádio e à televisão, significa a transmissão de
sinais de uma fonte central que pode ser recebida por receptores dispersos numa grande
área geográfica.
Campo: Porção do espaço incluído dentro dos limites da imagem. A imaginação do
espectador permite-lhe acrescentar a parte visível da imagem (o campo) para além dos
limites exteriores dessa mesma imagem. A parte invisível que imaginamos é o
contracampo.
Cena: Parte de uma narrativa, com unidade de tempo e espaço. No cinema, a cena pode
ser formada por vários planos.
Cenário: É formado pelos elementos que localizam o espaço onde ocorre a cena. Muitas
vezes o elemento mais importante é o fundo da cena, mas os elementos que parecem
mais próximos do observador ou espectador também são importantes para caracterizar o
espaço.
Centro geométrico e centro de equilíbrio: No caso de um quadro, o centro geométrico é
o que se encontra no cruzamento das linhas que unem os vértices dos ângulos da tela (os
cantos). O centro geométrico tem a ver com o formato da imagem e não com o seu
conteúdo. O centro de equilíbrio tem a ver com a composição e resulta do cruzamento
das linhas de força, sendo a partir dele que a imagem se torna um conjunto organizado e
compreensível.

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(…)

Composição: A composição é a escolha dos elementos que devem estar ou não


integrados na imagem e a geometria da sua arrumação interna. Inclui o espaço e os
elementos físicos que são nele incluídos.
Conotação: A função que atribui outros significados a um signo ou imagem. Por
exemplo, um cão pode ser usado para conotar ou significar a fidelidade.
Conteúdos: Nome usado nos media para chamar ao conjunto dos textos, programas,
músicas, etc., que «enchem» um ou mais media.
Contexto: Conjunto de informações, acontecimentos, palavras, etc. exteriores à imagem
que se observa ou estuda e que permitem entendê-la.
Construção: As mensagens que uma imagem transmite são construídas através do uso
de elementos técnicos como o ângulo da câmara, a distância do plano, a composição, a
focagem, a iluminação, a montagem (no caso das imagens em movimento), etc. Os
diversos aspectos que formam uma imagem são reunidos, ou construídos, pelo seu autor
ou autores.
Convenções: São os aspectos práticos da escrita, dos sons ou das imagens que criamos e
que são partilhados por toda a gente numa sociedade. Exemplo: as convenções usadas
na apresentação dum noticiário permitem-nos entender que se trata de um noticiário
mesmo que nunca o tivéssemos visto.
Cores: O uso das cores na fotografia, cinema e televisão permite dividi-las em cores
quentes, frias e preto e branco. As cores quentes são o amarelo, o cor-de-laranja, o
encarnado e o castanho. Estas cores sugerem optimismo, paixão ou agitação. As cores
frias são o azul, o verde, o roxo e o cinzento. Estas cores sugerem pessimismo, calma ou
razão. As imagens a preto e branco sugerem ou o passado ou o realismo e factos reais,
mas às vezes também sugerem tristeza.
Denotação: A função dos signos de mostrar ou referir-se a alguma coisa do mundo real.
Por exemplo, uma imagem de um gato denota um gato do mundo real.
Descodificação: Processo de interpretar uma mensagem. Sempre que entendemos uma
mensagem, escrita, falada ou visual é porque a descodificámos.
Desconstrução: Processo contrário da construção; análise de uma imagem mediática que
toma em conta cada uma das partes que a constituem. A construção é feita pelo autor da
imagem, a desconstrução é feita por quem a vê ou lê. Através da desconstrução de uma
imagem, procuramos interpretá-la, entender como e porque nos afecta ela de
determinada maneira. A desconstrução é uma outra maneira de referir a leitura de
imagens.
Descrição: Listagem por escrito dos elementos que encontramos numa imagem. É
importante descrever a imagem no processo de estudo, análise e compreensão.
Edição, editar: O mesmo que montagem, montar. Ver montagem.
Emissor: Aquela ou aquele que emite uma mensagem. Pode ser uma pessoa, uma
máquina ou um meio de comunicação. Quando o emissor recebe uma mensagem de
volta e reage torna-se receptor.
Enquadramento: Selecção realizada pelo fotógrafo de uma parte da realidade no visor da
sua câmara. Em geral, o fotógrafo coloca o assunto principal da imagem no centro do
enquadramento ou em primeiro plano. Aplica-se o mesmo a outras artes, como a pintura
ou o cinema.
(…)
Estética: Estudo e reflexão sobre a arte e a beleza, ou do Belo. Aquilo que diz respeito à
beleza ou à apreciação da beleza.
Ética: Reflexão sobre as questões de costumes, de comportamentos ou de moral. A ética
tem a ver com os valores partilhados por grupos de pessoas ou pela sociedade no seu

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conjunto. A Ética é uma das partes da Filosofia. Trata do estudo dos conceitos
envolvidos nos raciocínios práticos acerca do bem, do dever, da obrigação, da
excelência, da liberdade, da racionalidade e da escolha. Principais autores que
escreveram sobre Ética: Aristóteles, Espinosa, Kant, Hegel.
Fazer sentido: Processo pelo qual uma mensagem codificada é entendida por quem a
recebe através da descodificação, realizada de forma consciente ou inconsciente.
Flash-back: Regresso atrás no tempo da narrativa nos filmes, séries ou notícias,
destinado a relatar eventos anteriores ao presente da acção e, até, nalguns casos,
anteriores ao início da acção. Em literatura, o conceito de flash-back corresponde
geralmente ao de analepse. O contrário do flash-back é o flash-forward: é a antecipação
do futuro em relação ao presente mostrado ou descrito em filmes, séries ou notícias.
Fluxo: A forma como os canais de televisão colocam os programas e anúncios uns a
seguir aos outros numa sequência sem interrupção durante um dia ou parte dele; a
experiência de ver essa sequência de programas, anúncios, promoções. etc.
Futurismo: Movimento artístico com origem em Itália e França em 1909-10
pretendendo celebrar e incorporar na arte a energia e o dinamismo da tecnologia
moderna, representada por máquinas, automóveis, aviões, e o movimento e a velocidade
que passavam a marcar a vida moderna. Em Portugal, o futurismo teve como expoentes,
durante uma parte das suas vidas artísticas, na poesia Fernando Pessoa (1888-1935) e na
poesia, ficção, desenho e pintura José de Almada Negreiros (1893-1970).
Genérico: Segmento de um programa televisivo, quase sempre colocado no início, que
inclui o título, os intervenientes e parte da ficha técnica (nome do realizador, dos actores
ou apresentadores, etc.).
Género: Um tipo de programas ou obras literárias que apresentam características iguais
ou semelhantes. Por exemplo: tragédia, comédia; informação, reality shows,
documentário.
Ícone: Signo que se assemelha àquilo que representa. Por exemplo, as fotografias
contêm ícones (ou signos icónicos) que se assemelham aos objectos que representam. A
fotografia de uma árvore é um ícone dessa árvore.
Identificação: Processo psicológico que leva o observador a querer «estar do lado», a
querer tomar o lugar de alguém ou a sentir-se parecido com alguém que surge num texto
ou situação televisiva.
Imagem: Representação gráfica captada pelos olhos; geralmente não-escrita, feita em
pintura, desenho, filme e outros suportes. A imagem é geralmente semelhante a objectos
do mundo real (referentes).
Imagem em movimento: Sucessão de imagens captadas em momentos sucessivos ou
coladas de forma a fazerem um certo sentido.
Imagem fixa: Uma única imagem, auto-suficiente. Usamos a expressão quando a
imagem se apresenta só e foi feita nessa condição.
Imagem sonora: Usa-se a palavra imagem para um som ou conjunto de sons que
constituem uma mensagem mediática sonora.
Imaginação: A capacidade de cada um em partir de uma mensagem, imagem, conceito
ou narrativa e construir para si uma interpretação ou uma outra mensagem.
Impressionismo: Movimento artístico originalmente francês que revolucionou a pintura
e toda a arte a partir do último quartel do século XIX. A primeira exposição de pintura
impressionista teve lugar em Paris em 1874. Para os impressionistas, era importante
representar a impressão visual do momento, em especial em termos de luz e de cores.
Preferiam não dar contornos demasiado nítidos às figuras, pois as linhas que as separam
são criadas pela imaginação. Também defendiam que as sombras deveriam ser
luminosas e coloridas e não negras, dado que na realidade também o não são; e
preferiam usar cores puras em pequenas pinceladas e não misturadas, cabendo ao olhar

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do observador juntar essas cores, obtendo o resultado final. O nome impressionista foi
criado pelo autor de uma crítica negativa ao quadro de Monet intitulado Impressão:
Nascer do Sol, de 1874. Principais pintores impressionistas: Claude Monet (1840-1926),
Pierre Auguste Renoir (1841-1919), Edgar Degas (1834-1917), Paul Cézanne (1839-
1906), Camille Pissarro (1830-1903), Georges Seurat (1859-1891), todos franceses.
Interactividade: A possibilidade de o emissor e o receptor comunicarem em simultâneo.
O telefone é um meio interactivo. A Internet e os vídeo-jogos também. O cinema não é
interactivo. A televisão e a rádio também não são interactivos, excepto quando um
número ínfimo dos seus utilizadores pode participar em programas através de um meio
interactivo, o telefone.
Interpretação: A capacidade de descrever uma mensagem ou imagem, separar os seus
elementos e associá-los a outros já conhecidos para compreender o sentido.
Interpretar: Acção de interpretação (ver Interpretação).
Intertextualidade: A presença num texto ou imagem de referências a outros textos ou
imagens. Para se entender um quadro, um filme ou até uma frase, muitas vezes é preciso
conhecer as referências que ele ou ela fazem a outros quadros, filmes, fotografias,
pessoas, frases, lugares, etc. A referência do poema Impressão Digital, de António
Gedeão, a D.Quixote e Sancho Pança, protagonistas do romance de Cervantes, é um
exemplo de intertextualidade.
Ler e ver: Sendo ver o acto de aplicar a visão sobre determinado objecto ou acção, ler
aplica-se às imagens quando se refere ao acto racional de interpretar ou descodificar
imagens.
Literacia: A capacidade de usar as ferramentas de leitura para entender e comunicar.
Para ter literacia, não basta saber ler e escrever o nome, é preciso saber o que fazer com
a leitura e a escrita no dia-a-dia.
Literacia audiovisual: A capacidade de interpretar ou descodificar imagens fixas ou
imagens sonoras ou em movimento. Toda a gente tem um grau mais ou menos
desenvolvido de literacia audiovisual, mas é preciso ir um pouco mais além para se
passar do olhar à leitura das imagens. A literatura audiovisual também é conhecida pela
expressão de origem francesa «educação para os media».
Logótipo: Símbolo gráfico de uma empresa, instituição ou de um órgão de informação.
O logótipo é uma imagem, que pode ter ou não letras, uma sigla (as iniciais) ou um
nome. Portanto, o logótipo pode ser reconhecido apenas pelo aspecto gráfico, visual.
Manchete: Principal notícia na primeira página de um jornal.
Matiz: Aspecto, colorido, gradação, variedade.
Media: Palavra latina usada para nos referirmos aos meios de comunicação. Media, ou
meios, é o plural de medium, meio. Em português tem-se vulgarizado a palavra media
não só para designar o plural dos meios de comunicação mas também para identificar
um único jornal, rádio, etc. Mass media é uma expressão usada para identificar os meios
de comunicação considerados de massas, como a televisão, a rádio ou a imprensa.
Também se pode usar medium ou media para identificar qualquer material através do
qual se transmite alguma coisa.
Mediação: Processo pelo qual a informação chega ao espectador, leitor ou ouvinte
tratada, trabalhada, escolhida por um ou mais intermediários, nomeadamente as fontes
da informação e os jornalistas, fotógrafos ou repórteres de imagem.
Metáfora: A mais importante e mais usada das figuras de estilo; é usada no texto escrito,
na conversa, nas imagens fixas e em movimento, etc. A metáfora é a referência a uma
coisa, ideia ou acção através de uma palavra ou expressão ou imagem denotando outra
coisa, ideia ou acção, sugerindo alguma característica comum a ambos. Por exemplo,
num anúncio televisivo para se referir a frescura dum produto mostra-se uma montanha
com neve.

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Meio, meios: Ver media.


Mensagem mediática: Mensagem que é transmitida por um meio de comunicação social
da imprensa, rádio, televisão ou Internet.
Metonímia: Figura de estilo em que há a substituição de uma coisa por outra, quer
porque uma é parte da outra, quer porque estão as duas muito ligadas entre si. Por
exemplo, nas notícias usa-se «Belém» para significar a Presidência da República, dado
que a Presidência está instalada no Palácio de Belém. Outro exemplo: se dizemos
«gosto dos Madredeus» em geral o que queremos dizer é que gostamos da música dos
Madredeus. A metonímia pode existir em palavras ou imagens.
Mito: Forma de narrativa que é partilhada pelos membros de uma cultura ou
comunidade. Serve para explicar como o mundo funciona. Através de histórias, os mitos
tratam de assuntos difíceis ou controversos da sociedade. Servem para explicar o
inexplicável e justificar o inevitável. Muitos mitos são protagonizados por figuras
extraordinárias, os heróis mitológicos.
Momento decisivo: O conceito de «momento decisivo» foi criado pelo fotógrafo Henri
Cartier-Bresson, um dos maiores da história da fotografia. Nasceu em 1908. Escreveu
ele : «fotografar é, num mesmo instante e numa fracção de segundo, reconhecer um
facto e a organização rigorosa das formas que se manifestam visualmente e que
exprimem e significam esse facto. É pôr numa mesma linha de mira a cabeça, o olho e o
coração.» Encontrar o momento decisivo de uma fotografia é ao mesmo tempo uma
chave estética e uma regra de conduta moral e social.
VISITE http://www.henricartierbresson.org/index_en.htm.
Montagem: A característica técnica mais importante do cinema. O princípio da
montagem diz que não é tanto um plano isolado que conta, mas a justaposição de planos
criando uma sequência. Os planos são «colados» segundo uma ordem decidida pelo
realizador. A montagem também é essencial nos programas de televisão e na
publicidade em movimento. Por influência do inglês, também se chama edição à
montagem.
Narrativa: Uma sequência ordenada de sons e imagens que conta uma estória (ficcional)
ou uma história (factual).
Naturalismo: Estilo da ficção e da apresentação televisiva que adopta convenções
realistas na descrição de personagens, na narrativa linear de causas e efeitos, na maneira
de ler e de estar à frente das câmaras. O naturalismo visa tornar a televisão uma
experiência tão próxima quanto possível do mundo real do dia a dia.
Outdoor: Palavra inglesa usada para um suporte de publicidade colocado na rua (out +
door), especialmente os grandes painéis.
Paparazzi: Fotógrafos e repórteres especializados em captar imagens de celebridades,
geralmente sem autorização das pessoas fotografadas. Para captarem imagens de muito
longe usam muitas vezes lentes de aproximação muito potentes. O nome paparazzi vem
do filme La Dolce Vita (1960), do realizador italiano Federico Fellini (1920-1993). Há
uma personagem chamada Marcello Paparazzo, fotógrafo que persegue pessoas
conhecidas para captar imagens. Paparazzo quer dizer pardal em italiano. Fellini achava
que os fotógrafos rodeando as celebridades pareciam pássaros esfomeados. Paparazzi é
o plural de paparazzo em italiano.
Picado: Ângulo da câmara de que resulta uma imagem de cima para baixo em relação à
pessoa ou objecto central dessa imagem. O contrário de contrapicado.
Contrapicado: Ângulo da câmara de que resulta uma imagem de baixo para cima em
relação à pessoa ou objecto central dessa imagem. O contrário de picado.)
Plano: No cinema ou vídeo, um plano é um segmento de imagens contínuas
compreendido entre dois cortes, isto é, são as imagens gravadas durante o intervalo de
tempo em que a câmara está a filmar ou a gravar.

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Plano americano: Plano em que o enquadramento permite ao observador ver uma ou


mais pessoas desde aproximadamente o joelho para cima, criando uma sensação de
proximidade com essa pessoa ou pessoas.
Plano de conjunto: Plano em que o enquadramento permite ao observador ver um local
amplo, por exemplo parte de uma rua ou o interior de edifício.
(Grande plano: Plano em que o enquadramento mostra uma pessoa de muito perto, em
geral só o busto (cabeça e ombros). Dá a sensação de emoção e é usado em cinema e
TV em momentos importantes e dramáticos.)
Plano de pormenor: Plano em que o enquadramento só mostra um objecto importante
(uma pistola, por exemplo) parte do objecto (um título de um jornal, por exemplo) ou
parte de uma pessoa (só os olhos, por exemplo).
Plano geral: Plano em que o enquadramento permite ao observador ver um local muito
amplo, por exemplo uma paisagem ou uma cidade.
Plano médio: Plano em que o enquadramento permite ao observador ver uma ou mais
pessoas desde aproximadamente da cintura para cima, criando uma sensação de
proximidade com essa pessoa ou pessoas.
Polissemia: Característica do texto ou imagem que tem mais do que um sentido ou
interpretação em simultâneo. Uma imagem é polissémica quando pode ser «lida» de
várias maneiras por um ou mais observadores.
Ponto de vista: Plano ou cena mostrada a partir da perspectiva ou posição de uma
personagem de forma a que o espectador se sinta no lugar dessa personagem. Numa
utilização mais geral, usa-se a expressão «ponto de vista» para indicar uma de várias
posições ou opiniões possíveis sobre um mesmo tema ou um mesmo objecto.
Produção: Em cinema e televisão, refere-se aos aspectos económicos da criação de um
programa ou filme. Os valores de produção incluídos no orçamento referem-se ao
guarda-roupa, cenários, deslocações, etc.
Propaganda: Manipulação deliberada de informação para se alcançar determinados
objectivos políticos.
Psicanálise: O fundador da psicanálise, Sigmund Freud (1856-1939), publicou o seu
livro A Análise dos Sonhos em 1900. A psicanálise é também uma forma de tratamento
de doenças da personalidade ou do comportamento: o doente é ajudado a investigar os
seus sentimentos inconscientes e a reconhecer aspectos escondidos da sua maneira de
ser ou de comportamento.
Publicidade: Actividade e criação de mensagens comerciais a produtos, marcas ou
serviços, ocupando espaço ou tempo pago, devidamente assinalado, em órgãos de
informação.
Público-alvo: Grupo social ou etário (crianças, jovens, adultos, idosos) a quem se
destina uma determinada mensagem, por exemplo, publicitária ou um programa de
televisão. A mensagem é construída, ou codificada, de acordo com o que se consideram
ser os valores mais importantes ou atraentes para esse conjunto de pessoas.
Realidade: O conceito de realidade refere-se geralmente ao que acontece no mundo
exterior aos nossos sentidos. «Real» é neste caso o contrário do que é «inventado» ou
ficcional, como nos romances, séries ou filmes. O conceito de realidade é muito
complexo quando se toma em conta diversos aspectos como a representação ou o ponto
de vista. Por exemplo, o que é real numa certa imagem é a própria imagem e não o que
nela é mostrado. Mas essa imagem mostra uma coisa (um referente) que existe no
mundo e por isso muitas vezes confunde-se a imagem com a realidade mostrada.
Realismo: Uma das formas de representar a realidade na arte e nos meios de
comunicação. O realismo pretende naturalizar as imagens e textos, de forma que
pareçam «transparentes», como se fossem iguais à realidade que mostram ou
descrevem. O realismo tornou-se uma importante corrente nos meios de comunicação e

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na arte quando foram inventadas as câmaras fotográficas e de filmar, as quais parecem


captar a realidade como ela é.
Receptor: Aquela ou aquele que recebe uma mensagem. Pode ser uma pessoa, uma
máquina ou um meio de comunicação. Quando o receptor responde a uma mensagem
que recebe do emissor torna-se ele mesmo emissor e o emissor torna-se receptor.
Reclame: O mesmo que anúncio.
Referente: O ser ou objecto do mundo real a que se refere uma palavra, som ou imagem.
Representação: Processo pelo qual uma imagem apresenta uma pessoa ou pessoas como
se ela ou elas estivessem no lugar de um grupo maior, representando-o. Por exemplo,
nas notícias vê-se uma pessoa «do povo» comentando um assunto, assumindo o
espectador que ela foi «escolhida» pelo jornalista para representar toda a nação, ou a
opinião pública. As representações podem ser positivas ou negativas.
Retórica: O desenvolvimento da forma de escrever ou falar em público com o objectivo
de convencer o leitor ou a audiência. A retórica foi desenvolvida na Antiguidade e na
Idade Média e recorre a figuras de estilo (como a metáfora ou a metonímia), à
organização do discurso, etc. Apesar de associada à comunicação política, também se
usa o conceito de retórica para definir o recurso pelos media, como a televisão, para
convencer os espectadores através de formas emocionais, pelo suspense, etc.
Romantismo: Movimento artístico e literário com origem no final do século XVIII e
marcado pela reacção contra a ordem e o constrangimento da arte na época,
caracterizada pelas formas clássicas, e contra o racionalismo que caracterizou o
Iluminismo, então dominante. Os românticos privilegiavam a inspiração, a
irracionalidade, a subjectividade e o primado do indivíduo; os sentimentos e a
imaginação; valorizaram a natureza e o nacionalismo como fontes de inspiração
artística. A ideia romântica do artista como um génio isolado e incompreendido é ainda
hoje muito influente. Figuras do Romantismo: na música, Franz Schubert (1797-1828),
Frederik Chopin (1810-1849), Robert Schumann (1810-1856); na poesia, George Byron
(1788-1824), Almeida Garrett (1799-1854); na pintura, Joseph Turner (1775-1851),
Eugène Delacroix (1798-1863), Francisco de Goya (1746-1828).
Sequência: Num filme ou num programa de televisão, grupo de planos seguidos e
ligados entre si numa unidade de acção, de tempo ou de lugar, ou uma unidade de
narrativa dentro da narrativa completa do filme ou programa.
Significado: Ideia, sentido ou conceito que uma palavra, um som ou uma imagem
transporta em si. É o sentido que damos ao som, palavra ou imagem do significante. Em
cm conjunto com o significante, o significado forma o signo.
Significante: Som, palavra ou imagem que identifica um ser ou objecto do mundo real
(o referente). Em conjunto com o seu significado, o significante forma o signo.
Signo: Entidade ou conceito formado por um som, palavra ou imagem (o significante) e
pela respectiva ideia, sentido ou conceito (o significado). O signo diz respeito a uma
coisa ou pessoa com existência física (o referente). Por exemplo, uma rosa: as suas
quatro letras e o som que pronunciamos, ou a sua imagem, são o significante; o sentido
de flor é o significado; a rosa propriamente dita é o referente. Um quadro ou uma
notícia da televisão, por exemplo, não nos podem dar a realidade, por isso usam os
signos ou representações.
Símbolo: Signo que representa um objecto ou um evento por aceitação da comunidade.
Por exemplo, uma bandeira nacional representa o conjunto das pessoas de uma nação.
Numa utilização corrente, o símbolo é uma representação que reúne vários sentidos num
certo contexto. Por exemplo, um carro novo pode ser um símbolo de riqueza do seu
dono, ou um símbolo de estatuto social ou até de orgulho masculino.
Sinédoque: Figura de estilo em que há uma referência indirecta a uma coisa, seja
quando uma parte se refere indirectamente ao todo (por exemplo, na frase «duas cabeças

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pensam melhor que uma» a palavra cabeças substitui pessoas) ou quando, em casos
menos frequentes, uma palavra ou imagem de um todo substitui uma parte com que se
relaciona (por exemplo, «quando chegou a autoridade...» em vez de «quando chegou o
agente da polícia...»). A sinédoque pode ser visual. (ver Metonímia).
Slogan: Frase que incita quem a ouve ou lê a cumprir uma ordem ou uma sugestão (por
exemplo, na política) ou a consumir um produto (na publicidade).
Surpreender, surpresa: O elemento surpresa é muito importante nas artes e na
publicidade pois permite captar e manter a atenção do observador, ouvinte ou leitor.
Desde há séculos que teóricos e artistas recomendam a criação de surpresa como
processo de conquistar o agrado e o interesse dos indivíduos e dos públicos.
Surrealismo: Movimento artístico da primeira metade do século XX que exprimia e
explorava o subconsciente e ultrapassava as convenções aceites para se representar a
realidade, recorrendo em especial ao imaginário dos sonhos, mas também à junção
estranha de imagens. Expoentes do surrealismo na pintura: o belga René Magritte
(1898-1967) e o espanhol Salvador Dali (1904-1989).
Voyeur, voyeurismo: O voyeurismo é a obtenção de prazer por uma pessoa em olhar
para alguém ou alguma coisa que não pode devolver o olhar. Um voyeur é o observador
que obtém esse prazer de ver sem ser visto.
Zapping: Palavra inglesa que se refere à mudança rápida de canais de televisão (ou de
rádio) com um telecomando, ou comando à distância.

Impressão
digital


Os
meus
olhos
são
uns
olhos.


E
é
com
esses
olhos
uns


que
eu
vejo
no
mundo
escolhos


onde
outros,
com
outros
olhos,


não
vêem
escolhos
nenhuns.



Quem
diz
escolhos
diz
flores.


De
tudo
o
mesmo
se
diz.


Onde
uns
vêem
luto
e
dores,


uns
outros
descobrem
cores


do
mais
formoso
matiz.



Nas
ruas
ou
nas
estradas


onde
passa
tanta
gente,


uns
vêem
pedras
pisadas,


mas
outros
gnomos
e
fadas


num
halo
resplandecente.



Inútil
seguir
vizinhos,


que
ser
depois
ou
ser
antes.


Cada
um
é
seus
caminhos.


Onde
Sancho
vê
moinhos


D.
Quixote
vê
gigantes.



Vê
moinhos?
São
moinhos.


Vê
gigantes?
São
gigantes.



(António
Gedeão
‐
Rómulo
de
Carvalho,
1906‐1997,
Portugal,
in
"Poesias
completas")



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