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Prostituição: a falácia patriarcal do direito de escolha

A prostituição foi o primeiro Capital.


O Capital compreende o uso do potencial de trabalho do corpo do trabalhador.

Meu corpo, portanto, está do lado do sujeito que sou, mas ao mesmo tempo, enreda-me
no mundo das coisas. Meu corpo abre-me para o mundo, ou ainda melhor, abre-me em
direção ao mundo, e constitui meu ponto de vista dele. Mantém o espetáculo
prmanentemente vivo, animando-o e nutrindo-o. Ao desintegrar-se meu corpo, também
meu mundo cai em pedaço,e o inteiro desfazer-se de meu corpo significa um
rompimento com o mundo e igualmente a morte, o fim de meu ser como ser-consciente-
no-mundo(...) Refletindo sobre o corpo humano, pois, encontramos o sujeito, que está
mergulhado no corpo e por ele está envolvido no mundo. Achamos o mundo que, como
um todo significativo, se prende ao corpo, o qual, enquanto humano, indica o sujeito.
Eis o humano como existência" W. Luijpen, introdução a fenomenologia existencial.

"Há pois, um outro sujeito por baixo de mim, para quem um mundo existe antes que eu
seja aí e que nele marcava meu lugar. Esse espírito cativo ou natural é meu corpo, não
o corpo momentâneo que é instrumento das minhas escolhas pessoais, fixando-se sobre
est e ou aquele mundo, mas os sistemas de funções anônimas que envolvem toda
fixação particular num projeto geral."
(idem)

"O corpo é uma situação no mundo e um ponto de vista sobre o mundo" (Beauvoir). O
corpo é meu instrumento essencial de relação com o mundo, e o modo como nele
interfiro.

Produção de instrumentos, eis a habilidade principal do humano. Cria


instrumentos, extensões artificiais do corpo, para melhor se relacionar com a
natureza e dela obter seu sustento.

O trabalhador é privado de seus meios de vida, aquilo que a natureza se oferece a


todos, é privatizado nas mãos de um só sujeito. A propriedade é um roubo. O que
lhe resta, como sempre, o mais inalienável [embora sabemos que é privatizado
também] e primeiro elemento de suas posses pessoais. O trabalhador vende seu
corpo pro burguês, esgota seu eu-corpo da produção.

Trabalho é prostituição.

A "trabalh adora"´ primeira é a burguesa,


igualmente proletarizada, primeira proletária do mundo. Tudo que lhe resta, como
mulher, é a prole. A capacidade capital de seu corp de reprodução do capital do
patriarca. O Patriarcado forma um exército de reserva de mulheres, de putas, que
implorem uma vaga no seu harém/comcubinato pessoal ou em sociedade com
outros homens, implorando para poderem sobreviver. O Patriarcado forma uma
piscina de corpos de mulheres e aproveita isso pra gerar dinheiro e privilégios para
si e seus sócios homens da economia gobal. Assim é com a prostituição das
proletárias dos proletários também, parte do bordel Patriarcal, são usadas nas
linhas de produção escravas e também postas à venda para sustentação da
supremacia máscula. Todos homens podem foder uma puta. Todos homens podem
foder alguém. Isso os diferencia da sublasse mulher. Sexo forçado, seja pelo
dinheiro, pela fome, pela imposição do pênis ou da sub-missão. Só se existe sob um
outro. O nível mais baixo dos pilares de sustentação do sistema é a mulher, a nutriz
forçada do Pai-Capital.

O ato de pagar é o ato de poder, subpoder democrático, todos podem ser tiranos.
Principalmente entre quatro paredes, espaço onde não há lei, espaço da
impunidade. Diferentemente do que se diz, que prostituição é fonte de
empoderamento das mulheres, ela é fonte de empoderamento dos homens. Diz-se o
contrário disto porque o poder migalhas que resta às mulheres pra se inserirem no
mundo do poder monopolizado pelos homens é quando se submete a um homem.
As que não se submetem não tem o mínimo de poder. Afirmar a prostituição como
destino e poder feminino é afirmar que a mulher somente é por mediação do
homem, nunca diretamente sobre si, porque não é indepe
ndente e nem pode ser.

A suposta revolução sexual e crescente liberação e avanço do capitalismo


democrático liberal apenas agravou o problema da prostituição. Legaliza-se a
tirania do desejo...

...A ode ao individualismo e seu posto absoluto dentre os valores dessa sociedade
coloca que o importante é a satisfação pessoal, não importando os meios.

É essa a grande liberdade [neo]liberal. A liberdade de gozar(sobr alguém). É o


prêmio de consolação dos oprimidos, da servidão [in]voluntária do direito de
escolha democratico salarial, a compensação psíquica e descarregamento da libido
reprimida. Claro que desse direito só se beneficiam os homens.

Liberdade de expressão/opressão, lesse faire, lesse passe, deixe a vida me levar,


viva a diversidade, cada um na sua, não tenho nada com o que você faz dentre
quatro paredes, lá é seu reino pessoal, o reino do terror do pivado. Sacro privado,
espaço inviolável dos patriarcados simulacros espaço secreto, dirty little secret,
espaço do crime, espaço impassivel de leis, espaço do brincar de ser tirano, seus 15s
de fama de fodedor, reino da fantasia que sangra. Viva a diversidade, tranque-a no
quarto e seja feliz, impassível de punição. Dinheiro é libertador, submetedor,
compensador, farsa. Dinheiro te nomeia, te dirige, te comanda, te explora, te usa.
Dinheiro te compensa, te satisfaz. Meu corpo tem um preço. Meu corpo é
mercadoria produzida pelo dinheiro. E daí me da prazer. Reino de masoquistas.

Meu corpo não é nada, minha subjetividade cob ra


juros. Dinheiro é a própria encarnação da guerra. É o deus da guerra.

Prostituição. Um negócio. Nas mãos dp Patriarcado. Feita entre sujeitos livres,


acordo comum, consenso sexual. Vamos administrar a violência, ambas partes vão
se beneficiar, pois é o reino da felicidade democrática consensual.

Não. As prostitutas são criadas pelo Patriarcado, suas políticas de cercamento dos
campos da liberdade, o êxodo diáspora e desterro dos indivíduos. Única coisa que
lhes resta é submeter-se, como força de trabalho de parto, se entregar por um
preço, por um pedaço de pão ou um teto pra ser acolhida, às mãos dos homens, dos
predadores tão bravos do topo da cadeira alimentar a eles predestinada pela
biologia, diz eles....

...Ou por Deus-Pau-Todo-Poderoso criador do fel e da merda.

Aí vem o Patriarcado e diz: baby, vamos negociar.


Negociando é tudo lindo. Te enfio meu pau na tua goela e você pode viver
enquanto der. Justo não? Consensual não? O Dinheiro é consensual.

Normal não? As mulheres não são pra isso mesmo? Ah, ela é dona de seu corpo.
Ela gosta. Nem significa mais nada, tornou-se rotina, mecânico. É um negócio pra
ela, como outro qualquer. É uma mercadoria como qualquer outra. E

la deve estar acostumada. Ela escolheu.


Ela é vagabunda, não quer ´trabalhar´. Ela merece. Pelo que é.

Profissão? Profissional? Abuso profissional? Dizer que é um trabalho digno é


conferir um estatuto último de normalidade. A exploração da mulher toma
estatuto legal, o direito de foder a vida de alguém dos cafetões homens é protegido
então por lei, como sacrossanto direito.Legalizar é normalizar o que é patológico.
Dizem, a mulher é dona de seu corpo, mas como se nosso corpo não nos pertence?

QUEM ESTARÁ SENDO DESCRIMINALIZADO COM A LEGALIZAÇÃO? As


prostitutas ou os cafetões? prostituição é crime, mas não da prostituta. É o crime
máximo do Patriarcado, cafetão mor, contra todas as mulheres. Crime cuja
sentença é a mulher que tem que pagar.

É tornar estanque, cristalizar, o que é produto histórico da violência e opressão. É


a apologia e proteção do crime, e seu encorajamento. É decretar como destino da
mulher. É ser conivente, é aceitar.

a falácia da escolha.

- como falar em escolha se são ELES que dão as opções?


- como falar em escolha se são ELES que nos treinam desde cedo para sermos
putas dóceis e subservientes, tudo que compreende o ser puta: ser servil, disponível
sexualmente, objeto, condecedente, feminina/domesticada, boa mercadoria?
- o discurso da escolha serve pra jogar pra cima do indivíduo vítima de suas
circunstâncias a responsabilidade pela miséria que uma força alheia lhe obrigou a
viver.

Prostituição, essencia do Patriarcado, abolir a prostituição será a derrocada última


do Patriarcado.

http://hysterocracya.blogspot.com/2007/04/prostituio-falcia-patriarcal-do-direito.html

Brasil, terra do sexo fácil e barato. Até quando?

http://revistamarieclaire.globo.com/Marieclaire/0,6993,EML1503174-1740,00.html

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