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CONCEITO.
É sanção penal imposta pelo Estado, na execução de uma sentença, cuja finalidade é exclusivamente preventiva,
no sentido de evitar que o autor de uma infração penal que tenha demonstrado periculosidade, volte a delinqüir.
Tem por objeto os inimputáveis e os semi-imputáveis que demonstram, pela prática delitiva, potencialidade para
novas ações danosas.
Nosso sistema penal adotou o sistema vicariante, sendo inviável a aplicação cumulativa de pena e medida de
segurança. Aos imputáveis, pena; aos inimputáveis, medida de segurança; aos semi-imputáveis, uma ou outra,
conforme recomendação do perito.
REQUISITOS:
1) Prática de crime: Não se aplica medida de segurança se não ficar demonstrada a prática da infração
penal. Assim, não se aplica a medida:
2) Potencialidade para novas ações danosas: é a periculosidade. Revela-se pelo fato de o agente ser
portador de doença mental.
Alguns autores (Cezar Roberto Bittecourt) também entendem como requisito a Ausência de Imputabilidade
Plena, pois existe proibição de medida de segurança a quem for imputável.
ESPÉCIES:
1) Detentiva: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico (CP, art. 97). Possui as
seguintes características:
b) Será por tempo indeterminado, perdurando enquanto não for averiguada, mediante perícia
médica, a cessação de periculosidade;
c) A cessação de periculosidade será averiguada após um prazo mínimo variável entre 1 e 3 anos;
d) A averiguação pode ocorrer a qualquer tempo, mesmo antes do término do prazo mínimo, se o
Juiz da execução determinar (LEP, art. 176).
- Quando o estabelecimento penal não tiver local adequado, este pode ser prestado
em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento penal,
garantindo-se a custódia do internado
2) Restritiva: Sujeição a tratamento ambulatorial (CP, art. 97). Tem como características:
a) Se o fato é punível com detenção, o Juiz pode submeter o agente a tratamento ambulatorial;
c) A constatação será feita por perícia médica após o decurso do prazo mínimo;
e) A constatação pode ocorrer a qualquer momento, até antes do prazo mínimo, se o Juiz da
execução determinar (LEP, art. 176)
- A extinção da medida ocorre quando decorrer um ano de liberação sem que ocorra
fato indicativo da persistência da periculosidade.
A aplicação de tratamento ambulatorial nos crimes apenados com detenção é facultativa, ficando condicionada
ao maior ou menor potencial de periculosidade do inimputável, podendo o Juiz determinar a sua internação em
hospital de custódia. Assim, temos o seguinte:
b) Crimes apenados com detenção: o tratamento ambulatorial é facultativo, podendo o Juiz determinar a
medida de segurança detentiva.
CONVERSÃO.
É possível, em qualquer fase do tratamento ambulatorial, o Juiz determinar a internação do agente, se esta
providencia for necessária para fins curativos. A conversão de internação para tratamento ambulatorial não é
possível, ante a ausência de previsão legal.
APLICAÇÃO AO SEMI-INIMPUTÁVEL (CP, art. 98). Aplicando-se sistema vicariante, o Juiz reduz a pena
ou a substitui por medida de segurança. A substituição deve ser fundamentada e só deve ser determinada quando
o Juiz entender cabível, inexistindo direito subjetivo do agente.
A MEDIDA DE SEGURANÇA NA LEI DE TÓXICOS: Para os crimes previstos na Lei de tóxicos, nos termos
do art. 10, a internação somente será determinada se imprescindível para a eficácia do tratamento.
MENOR DE 18 ANOS: apesar de inimputáveis, a medida de segurança a eles não se aplica, sujeitando-se ao
ECA.
O Juiz deve fixar na sentença um prazo mínimo de duração da medida de segurança, entre 1 e 3 anos. Computa-
se neste prazo mínimo, pela detração, o tempo de prisão provisória, o de prisão administrativa e o de internação
em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou estabelecimento adequado (CP, arts. 41 e 42)
PRESCRIÇÃO:
A prescrição é aplicável na medida de segurança. Entretanto, não existe dispositivo legal regulando os prazos
prescricionais, surgindo daí alguns posicionamentos divergentes:
c) Quando a medida de segurança for substitutiva da pena aplicada, deve-se levar em conta a pena
aplicada e substituída.
d) Quando entre a imposição da sanção e a captura do sentenciado já passou prazo superior ao mínimo da
duração da medida, deverá ser realizado exame para verificação de cessação da periculosidade antes de
iniciar o cumprimento da medida.
e) Verificada a prescrição, causa extintiva de punibilidade, não mais se impõe a medida de segurança nem
subsiste a que tenha sido imposta.
A conversão somente poderá ocorrer durante o prazo de cumprimento da pena e exige perícia médica.
Na conversão também são aplicáveis as normas gerais atinentes à imposição de medida de segurança e sua
execução. Desse modo, realizada a conversão, a execução deverá persistir enquanto não cessar a periculosidade
do agente.
Não se cogita mais o tempo de duração da pena substituída. Contudo, o STJ já entendeu que a medida de
segurança substituída não pode ultrapassar o tempo de duração do restante da pena, de modo que, se ao término
do período determinado na pena o sentenciado ainda tiver necessidade de tratamento, deverá ser encaminhado ao
Juízo Cível (Juízo de incapazes), nos termos do art. 682, §2º do CPP.
SENTENÇA
Nos casos do inimputáveis, a decisão que concede a medida de segurança é absolutória. Chamada
doutrinariamente de Sentença absolutória imprópria.
Em casos de inimputáveis, é recomendável que o Juiz primeiramente condene o sentenciado e, somente depois
de fixar o tamanho da reprimenda e acreditando ser recomendável, substituir a pena por medida de segurança.
PRAZO DE DURAÇÃO:
A lei não fixa prazo de duração da medida de segurança, que prossegue até a cessação de periculosidade.
Entretanto, vários doutrinadores tem defendido que o prazo seria o limite máximo da pena abstratamente
cominada ao delito. Seria uma adequação da proibição constitucional de uso da prisão perpétua.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE:
Nos termos do art. 96, parágrafo único, todas as causas extintivas de punibilidade discriminadas no art. 107 são
aplicáveis à medida de segurança, inclusive a prescrição.