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“Ensinar é sempre comunicar”

EPISTEMOLOGIA DA COMUNICAÇÃO

“Epistemologia” – provém de duas palavras, “episteme” e “Logia” e como tal


podemos dizer que epistemologia pode ser definida como sendo o “estudo da
ciência”.

Epistemologia ou teoria do conhecimento é a crítica, estudo ou tratado do


conhecimento da ciência, ou ainda, o estudo filosófico da origem, natureza e
limites do conhecimento. Pode-se remeter a origem da "epistemologia" a
Platão ao tratar o conhecimento como "crença verdadeira e justificada". O
desafio da "epistemologia" é responder "o que é" e "como" alcançamos o
conhecimento?

Diante dessas questões da epistemologia surgem duas posições:

Epistemologia

Empirista Racionalista

(o conhecimento deve ser (que prega que as fonte do


baseado na experiência, ou conhecimento se encontram
seja, no que for apreendido na razão, e não na
pelos sentidos) experiência)

O paradigma de conhecimento para os racionalistas é a matemática e a


lógica, onde verdades necessárias são obtidas por intuição e inferências
racionais.
Questões sobre a natureza da razão, a justificação da inferência e a natureza
da verdade, especialmente da verdade necessária, pressionam para serem
respondidas.
O paradigma dos empiristas é a ciência natural, onde observações e
experiências são cruciais para a investigação. A história da ciência na era
moderna dá sustentação à causa do empirismo; mas precisamente por esta
razão, questões filosóficas sobre percepção, observação, evidência e
experiência têm adquirido grande importância.
Há outros debates em epistemologia sobre, entre outras coisas, memória,
julgamento, introspecção, raciocínio, distinção "a priori - a posteriori",
método científico e diferenças metodológicas, diferenças metodológicas, se

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há, entre ciências da natureza e ciências sociais; as questões consideradas


aqui são básicas para todos esses debates.

O que é a epistemologia e qual o seu estatuto como disciplina é um tema


controverso, objecto de diferentes perspectivas defendidas por diversos
autores. Podemos considerar três ramos da epistemologia:

1. Epistemologia como ramo da filosofia – no prolongamento da reflexão


gnoseológica e metodológica, a epistemologia é entendida como uma
reflexão filosófica sobre o conhecimento científico, pelo que constitui
tarefa de filósofos (é o caso de Peirce, Husserl ou Cassirer).

2. Epistemologia como actividade emergente da própria actividade


científica – a epistemologia é considerada como uma tarefa que só o
cientista pode realizar, analisando e reflectindo sobre a sua própria
actividade científica, explicitando as suas regras de funcionamento, o
seu modo próprio de conhecer. Neste caso, o cientista como que
ultrapassa o seu papel assumindo o de filósofo (é, por exemplo, o caso
de Einstein, Heinsenberg ou Monod).

3. Epistemologia como disciplina autónoma – a epistemologia é


considerada como uma investigação meta científica, uma ciência da
ciência, disciplina de segundo grau constituindo domínio de
epistemológico e que tem o seu próprio objecto (o discurso científico
e/ou a actividade científica e os seus produtos) e o seu próprio método
(consoante os casos, a análise lógica da linguagem científica no neo-
positivismo de Carnap, Hempel, Raichenbach ou Nagel; o método psico-
genético e histórico-crítico do projecto piagetiano de uma
Epistemologia Genética; o comparativismo transcendental de G. G.
Granger de uma epistemologia comparatista; ou ainda as abordagens
mais teoréticas e especulativas de Bachelard, Popper, Kuhn ou
Lakatos).

Para uma epistemologia da comunicação (new media) é, então, necessário:

- a inserção do estudo das new media no campo da Comunicação;


- a tríade tecnologia/comunicação/sociedade;
- a vinculação entre a teoria e a prática.

Retirado de http://obs.obercom.pt

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Consideramos então que epistemologia é o ramo da filosofia que se ocupa do


conhecimento humano, pelo que também é designada de
“teoria do conhecimento”. Só que isto não nos diz quase nada.
Por que temos necessidade de uma teoria do conhecimento?
Mas afinal o que é isso de conhecimento, que tanto se fala?

O conhecimento é um bem muito precioso que adquirimos com


estudos e experiência de vida. Herança valiosa deixada por
nossos antepassados para poder aperfeiçoá-los. Para não nos
esquecermos dele é necessário deixar a mente sempre activa
em evolução. Dividi-lo, portanto, é um bem enorme que
podemos fazer. Querer obter é um bem maior que fazemos
para nós mesmos.

Há diferentes modos pelos quais alguém poderia ser indicado como tendo
conhecimento. Alguém pode conhecer pessoas ou lugares, no sentido de estar
familiarizado com eles.

O fenómeno do conhecimento é, ao mesmo tempo, um dos mais banais e dos


mais difíceis de esclarecer. Pode dizer-se que desde que o homem é homem
houve acontecimentos, mas só já numa fase adiantada da evolução humana é
que se reflectiu sobre o próprio acto de conhecer.

Inicialmente, conhecem-se simplesmente as coisas e julga-se que elas se


conhecem tais como são; não se pensa no acto do espírito pelo qual se obtém
o conhecimento. Mais tarde, o homem verificou que os sentidos e a própria
inteligência erravam e, por isso, começou a desconfiar e a pôr em dúvida o
valor do seu conhecimento. Foi esta experiência do erro que obrigou o
espírito a voltar-se das coisas para si próprio, a fim de analisar o próprio acto
de conhecimento, saber o que ele é, determinar a sua essência, descobrir o
seu mecanismo e resolver o problema do seu valor. Esta marcha crítica,
quanto ao conhecimento, é obra essencialmente filosófica e só apareceu,
quando o espírito humano atingiu um certo desenvolvimento - foi destas
reflexões que nasceu a teoria do conhecimento ou gnosiologia, que se designa
geralmente por problema crítico. A teoria do conhecimento tem precisamente
por objecto o estudo da possibilidade do conhecimento, da sua origem da sua
natureza ou essência, do seu valor e limites e, ainda, do problema da
verdade. O acto de conhecer é a actividade do espírito pela qual se
representa um objecto ou uma realidade. É um acto do espírito e não uma
simples reacção automática mais ou menos adaptada às circunstâncias; não é
propriamente um acto de conhecimento o sentar-me na cadeira, mas sim o
saber porque me sento e como me sento. O resultado do acto de conhecer é

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uma representação e, portanto, conhecer é representar alguma coisa distinta


do sujeito que conhece.

Há, por conseguinte, no conhecimento três elementos: o sujeito que conhece,


o objecto conhecido e a relação sujeito - objecto. Este objecto pode ser
exterior ao sujeito, como por exemplo, a caneta com que escrevo; pode ser
interior, como a maior tristeza ou o meu pensamento; e pode, ainda,
identificar-se com o próprio sujeito, como ao procurar conhecer-me a mim
próprio. Mas mesmo no caso de identificação do sujeito com o objecto, não
deixam de existir aí os três elementos referidos, pois o "eu" que é conhecido
apresenta-se ao "eu' conhecedor como uma realidade distinta, mas em relação
com ele.

A teoria do conhecimento abrange, portanto os seguintes problemas:

• Possibilidade do conhecimento - É possível conhecer a verdade e


possuir a certeza? Ou, ao contrário não podemos passar a dúvida? -
Dogmatismo, Cepticismo, Criticismo;

• Origem do conhecimento - o nosso conhecimento procede apenas da


experiência? Ou só da razão que usa certos dados chamados
apriorísticos para organizar a experiência? Ou ainda procederá o
conhecimento da experiência e da razão? - Empirismo, Racionalismo e
Empírico-racionalismo;

• Natureza ou essência do conhecimento - o conhecimento será uma


representação ou modificação do sujeito, provocado pelos objectos
existentes, independentemente do sujeito conhecedor? Ou uma
modificação puramente subjectiva criada pela consciência? - Realismo
e Idealismo.

Piaget no nosso século, retoma a ideia do conhecimento como uma construção


por parte do sujeito a partir dos dados fornecidos pela experiência,
procurando a sua justificação psicológica. Ao estudar como se formam as
estruturas e as categorias que permitem o funcionamento da inteligência,
Jean Piaget dá ao apriorismo de Kant uma versão biologista. Segundo a teoria
operatória, o organismo tem que possuir determinadas características que
tornem possível a troca de informação com o meio e a construção de
conhecimento que, deste modo, não é dado nem é cópia do real. O
conhecimento é, assim, fruto de uma interacção entre o sujeito e o meio
implicando, por um lado a experiência sensível e, por outro, as estruturas
cognitivas de que todo o sujeito é dotado e que lhe permitem construir o seu
conhecimento com base nessa mesma experiência.

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Teoria da Informação vs Comunicação

A Teoria da informação ou Teoria matemática da comunicação é um ramo da


teoria da probabilidade e da matemática estatística que lida com sistemas de
comunicação, transmissão de dados, criptografia, codificação, teoria do
ruído, correcção de erros, compressão de dados, etc.
A teoria da informação (TI) situa-se dentro da cibernética – a teoria do
controlo e da comunicação na máquina e no animal, em que a informação se
mostra como medida probabilística. A teoria da informação interessa-se pelo
funcionamento dos sinais, pelas transformações energéticas mediante a
codificação da mensagem e sua descodificação – e não pelos signos
(significado/significante). Opera com os seguintes conceitos: 1) ruído; 2)
redundância; 3) entropia; 4) imprevisibilidade.

Redundância Teoria da Informação Entropia

Ruído
Imprevisibilidade

Esta teoria surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, na década de 40,


com os procedimentos de codificação e descodificação das mensagens
trocadas entre os aliados ou seus inimigos, a INFORMAÇÃO ganhou estatuto de
símbolo calculável. Matemáticos e engenheiros passaram a qualificar e
optimizar o custo de uma mensagem transmitida entre dois pontos,
especialmente via telefone ou telégrafo.

Também conhecida como Teoria Matemática da Comunicação, a Teoria


da Informação tem como base a quantidade (teor ou taxa) de informação
existente em um processo comunicacional. Os pesquisadores dessa área,
ligados aos sectores de telecomunicações, procuram eliminar os eventuais

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problemas de transmissão (ruídos) em canais físicos, por meio da selecção,


escolha e discriminação de signos para conseguir veicular mensagens de forma
económica e precisa.

Como não há processo de comunicação isento de erro ou distúrbio (ruído) a


Teoria da Informação busca aumentar o rendimento informativo das
mensagens, seja pelo recurso da redundância, seja pela escolha de um código
(sistema de símbolos que, por convenção prévia, representa e transmite a
mensagem da fonte ao destinatário) mais eficiente.

Elementos da Comunicação

• emissor - emite, codifica a mensagem;


• receptor - recebe, decodifica a mensagem;
• mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor;
• código - conjunto de signos usado na transmissão e recepçãoo da
mensagem;
• referente - contexto relacionado a emissor e receptor;
• canal - meio pelo qual circula a mensagem.

Parece haver três níveis de problemas em comunicação:

• Problemas técnicos - referem-se à precisão na transferência de


informações do emissor para o receptor.
• Problemas semânticos - referem-se à interpretação do significado pelo
receptor, comparada ao significado pretendido pelo emissor.
• Problemas de influência ou eficácia - referem-se ao êxito de, através
do significado transmitido ao receptor, provocar a conduta desejada de
sua parte.

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Shannon demonstrou que letras e palavras, escolhidas ao acaso, postas em


sequência e ditadas exclusivamente por considerações de probabilidade
(depois das palavras "no caso", a probabilidade da próxima ser "de" é muito
grande), tendem a formar palavras e frases significativas. Assim, a informação
deve ser medida pela entropia. Se uma situação é altamente organizada, a
informação, ou a entropia, é baixa. A teoria matemática da comunicação está
preocupada, não com o significado de mensagens individuais, mas com a
natureza estatística da fonte de informação. No processo de transmissão do
sinal, é infelizmente característico que certas coisas não pretendidas pela
fonte de informação sejam acrescidas. Essas alterações no sinal podem ser
chamadas de ruído. A incerteza que decorre da liberdade de escolha da parte
do emissor é uma incerteza desejável. A incerteza que decorre de erros ou da
influência de ruído é uma incerteza indesejável. Para obtermos a informação
útil do sinal recebido, precisamos subtrair a porção espúria. Shannon
demonstrou que cada canal tem uma capacidade e uma quantidade limite de
informações transmitidas. A partir de um certo ponto, a mensagem começa a
ser dominada pelos ruídos que prejudicam a recepção.

É interessante observar que enquanto a informação significa variedade,


novidade, a redundância significa falta de variedade ou simplesmente
repetição. Em outras palavras, cerca da metade das letras ou palavras que
escolhemos, ao escrever ou falar, é de nossa livre escolha e cerca de metade
é realmente controlada pela estrutura estatística da língua. Com isso, é
possível economizar tempo de telégrafo, embora manter a redundância pode
ser vantajoso pois ajuda a combater o ruído. Entendemos o ruído como sendo
um factor que interfere na comunicação, pois se prejudicando sendo ele não
harmónico ou um emissor ou receptor sem sintonia que falta de empatia ou
habilidade para colocar-se no lugar de terceiros falta de atenção pelo
receptor. Isso pode ser quebrado com a redundância e feedback. Redundância
é todo elemento da mensagem que não traz nenhuma informação nova. Um
recurso para chamar a atenção e neutralizar possíveis ruídos que sendo assim,
deve ser repetido as frases ou informação julgadas essenciais para o receptor.
Feedback é o conjunto de sinais perceptíveis que permitem conhecer o
resultado da mensagem; é um processo de se dizer a uma pessoa como você
se sente em função da maneira que faz ou sente.

Retirado de www.unifra.br/professores

Tudo o que é vida é comunicação, porque implica necessariamente o


transporte de ideias e objectos de um ponto para o outro. O sangue
transporta oxigénio para as células, e, ao fazê-lo, está a comunicar. Mas a
definição de comunicação foi, ao longo dos anos, registando uma crescente
precisão. É certo que a palavra comunicação está ainda associada ao

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transporte de objectos físicos, mas, em geral, ela já é entendida sobretudo


como sendo o transporte de ideias e emoções expressas através de um código.

Ou seja, comunicar significa essencialmente transmitir sentidos, casuais ou


intencionais, de um ponto para o outro.(...) Não é possível localizar a origem
da comunicação enquanto transmissão intencional de sentidos por parte de
seres humanos.

Os primeiros actos comunicativos foram, sem dúvida, gestos e expressões, e


só mais tarde, de uma forma misteriosa apareceu a língua. Há quem sugira
que tudo começou quando os antepassados do Homo Sapiens criaram as
primeiras palavras ao imitar sons naturais como o ladrar de cães ou o
ribombar dos trovões.

Mas uma outra teoria admite que as palavras nasceram dos sons que os
primitivos emitiam para acompanhar cânticos ou celebra acontecimentos.

Comunicar é sobretudo significar, através de qualquer meio. Durante milénios


isso quis dizer que o acto de comunicação se limitou aos sinais sonoros, visuais
e sensoriais emitidos pelo corpo humano. Mas houve uma altura em que o
homem entendeu que este era um meio demasiado limitado para comunicar e
precisou de alternativa. Ele quis ir mais longe e, para ultrapassar barreiras da
distância inventou aquilo a que mais tarde Marshall McLuhan designaria por
"extensões dos sentidos".

Informação

A informação tanto pode designar um elemento particular de conhecimento


ou de análise como o conjunto das instituições que, numa determinada
sociedade presidem à difusão colectiva das notícias que interessam aos seus
membros.

O termo informação é utilizado em vários sentidos. Pode falar-se de uma


informação de política internacional, da política francesa da informação, da
necessidade de informação dos cidadãos. Devemos confessar que, por vezes,
chega a parecer impossível encontrar a unidade dos diversos sentidos. A fim
de evitar escolher arbitrariamente um ou outro dos possíveis significados do
termo informação, convém, segundo julgamos, chamar a atenção para dois
equívocos.

O primeiro equívoco está relacionado com o facto de a mesma palavra


designar simultaneamente um conteúdo e o modo como esse conteúdo pode
ser transmitido. Com efeito na primeira acepção, a informação exprime um
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elemento particular de conhecimento ou de apreciação acessível a qualquer


pessoa, seja qual for a forma que revista. Neste caso, o termo informação
interpreta-se no sentido de notícia. É independente do seu modo de
transmissão e de difusão e só secundariamente se caracteriza pelo seu grau de
inteligibilidade. Mas, informação, numa segunda acepção tão corrente como a
primeira, é também o conjunto de equipamentos que, num dado momento e
numa dada sociedade, permitem a difusão dos diversos elementos de
conhecimento e análise, mercê de uma técnica industrial.

A informação é um modo de tratamento e de difusão: a imprensa, a rádio e a


televisão. Entendida neste sentido, a informação designa aquilo a que os
anglo-saxónicos chamam habitualmente os mass media e que, pela nossa
parte, denominaremos por empresas de difusão, expressão certamente menos
ambígua que a de comunicação de massa. As técnicas modernas de difusão,
quer as da imprensa, quer as que asseguram a retransmissão do som e da
imagem, são na verdade geridas por empresas cuja expansão está ligada ao
fenómeno industrial. Graças a elas, a informação é doravante difundida a um
auditório vasto, segundo uma técnica especificamente industrial. Embora
distintos, os dois sentidos da palavra informação estão relacionados.

As informações definidas como elementos de conhecimento ou notícias, são


elaboradas de modo apropriado por técnicas que permitem uma difusão mais
ou menos ampla. Além disso, são sujeitas a um certo tratamento, a uma certa
depuração que nos levam por vezes a imaginar que sem estas técnicas não
existiriam. A informação moderna é indissoluvelmente fundo e forma,
conteúdo e modo de expressão e de transmissão desse conteúdo.

A informação é, em primeiro lugar, a realidade composta pelas organizações


que poderíamos convencionar designar por empresas de difusão. Mas é
também a expressão de uma necessidade colectiva que, a exemplo de outras
necessidades de "ultrapassagem", se torna irreprimível à medida que vai sendo
satisfeita. E é, finalmente, uma exigência colectiva, considerada mais ou
menos legítima pelas diversas doutrinas e ideologias políticas. Constituindo
por si própria um factor de transformação da sociedade, a informação inclui-
se no números dos objectivos colectivos que são alvo de debate político e de
discussão filosófica. De resto, a evolução acelerada das suas técnicas de
difusão torna ainda mais urgente a reflexão sobre a sua finalidade essencial.
Trata-se de determinar quais os objectivos que se poderão atribuir à
informação. Por outras palavras, convém esclarecer, para cada época e para
cada lugar, o emprego que os políticos, ou fazem realmente, das técnicas
postas à sua disposição. Igualmente, podemos desde já ter a certeza que os
diversos tipos de sociedade não utilizarão de modo idêntico as técnicas das
videocassetes ou dos satélites de telecomunicações.

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A informação é, portanto, um facto social complexo. Traduz uma realidade


para a qual concorrem ao mesmo tempo determinados elementos de
conhecimento ou de cultura e um certo estádio da tecnologia da informação
colectiva. Além disso, exprime a vontade das sociedades de se transformarem
a si próprias e simultaneamente visarem objectivos tidos por legítimos.

Finalmente, a informação constitui tema de debates sobre a necessidade e a


maneira de a organizar: as modalidades de organização das empresas de
jornais, rádio televisão ou cinema oferecem motivo para polémicas em todo o
mundo e são frequentemente objecto de debate político e ideológico. (...)

Retirado de http://www.prof2000.pt/users/arcencio/CI.htm

Em jeito de conclusão…

A comunicação assenta na existência de uma mensagem a transmitir a um


conjunto de pessoas. Informar é transmitir, mas transmitir não é comunicar. A
comunicação é a relação e a informação é a simples transmissão de
conhecimentos, dados, experiências e actos. Mas devemos ter algo primordial
em atenção, que é que uma não existe sem a outra. Pois para haver passagem
de testemunhos, de conhecimentos, de experiências deve haver comunicação,
pois só deste forma as coisas serão transmitidas, ou seja, haverá troca de
informação.

A comunicação educativa, redundância e a entropia

A comunicação educativa está associada ao ambiente escolar onde o professor


assume o papel de transmissor de conhecimento e os alunos de receptores. Os
elementos de redundância são utilizados de uma forma comum e necessária
na comunicação oral. Pois, embora, em certos casos, a informação possa ser
redundante, a redundância pode ser útil para a melhor apreensão e
compreensão da mensagem. O processo educativo é possível graças à nossa
capacidade comunicativa, ou seja, educar é transmitir/comunicar
informação/conhecimento a outro. Quando nos encontramos em ambiente de
sala de aula, constatamos que o docente recorre inúmeras vezes à
superabundância de palavras e à utilização de gestos e expressões corporais
que visam reforçar o discurso oral. É também através do pleonasmo da
linguagem que irá ser passada a mensagem aos alunos. As linguagens como
sistemas de signos poderão ter três vertentes: a linguagem áudio, a linguagem
visual e a linguagem scripts. Da linguagem audio-scripto-visual resulta um
processo que poderá ter como suporte a forma verbal em conjunto com a

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forma escrita; o uso da comunicação verbal com imagem a acompanhar; com


gráficos; com som, vídeo, páginas web, enfim, os recursos multimédia. Com o
crescimento da utilização desses recursos e dos media tem-se verificado a
adopção de uma tipologia mista, havendo uma aproximação de outros
contextos comunicativos, recorrendo para isso aos media de utilização
agrupada e individual tais como documentos mediatizados ou redes de
comunicação como a Internet. Como fenómeno oposto à redundância, temos a
entropia. Num sistema, a informação é uma medida do seu grau de
organização, do mesmo modo que a entropia é uma medida do seu grau de
desorganização. Tal como já foi referido, as técnicas de comunicação são
importantes para o sucesso do professor. Um professor instalando o caos, a
dúvida, a incerteza, provocando a discussão, partindo do fim para o princípio,
usando a entropia, chega ao conhecimento. O partir do empírico para o
científico. É como contar uma história, com todo o seu enredo, narrando
todos os pormenores até chegar à moral da história. Os alunos gostam de um
professor que os surpreenda, que traga novidades, que utilize a entropia, que
seja imprevisível, que varie as suas técnicas e métodos de organizar o
processo de ensino-aprendizagem.
A informação totalmente original cabe, na Teoria da Informação, a designação
de entropia máxima, apresentando a entropia como a medida da desordem
introduzida numa estrutura informacional.
A entropia mede a parte da mensagem perdida, no processo de passagem do
emissor para o receptor, como a diferença nos repertórios.

"Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo,


os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo."

Paulo Freire

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