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O treinamento da recepção para 

equipes jovens de voleibol 
El entrenamiento de la recepción en equipos juveniles de voleibol 

Prof. Ms. Antonio Neto Rizola* rizola@bol.com.br 
Prof. Cristino Matias** crismatias@supereva.it 
Prof. Dr. Paulo Roberto Oliveira* 
Prof. Dr. Pablo Juan Greco* 

Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas ­ Campinas ­ São Paulo* 
Escola de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais Centro de Estudos de Cognição e Ação 
Belo Horizonte ­ Minas Gerais** (Brasil) 

Resumo 
O objetivo deste estudo é propor uma metodologia de treinamento para o aprimoramento do fundamento de recepção de 
saque no voleibol. Este procedimento foi experimentado e aperfeiçoado durante a preparação da Seleção Brasileira Juvenil 
Feminina, campeã mundial da categoria em 2001. O sucesso do ataque está interligado à qualidade da recepção, que por sua 
vez definirá a possibilidade do primeiro ataque da equipe e a velocidade do jogo. A maior dificuldade para a execução de uma 
eficiente recepção não é o deslocamento do atleta no espaço, mas, o bom entendimento ou avaliação antecipada da trajetória 
da bola; por esta razão deve­se estabelecer um treinamento específico visando enriquecer as vivências e aperfeiçoar a 
capacidade de antecipação da trajetória do saque. A perfeição do gesto técnico não se restringe a criação de uma ação 
estereotipada, mas fundamenta­se na variação de situações que ampliem as possibilidades de uma racional adequação da ação 
motora ao momento e, a imprevisibilidade do jogo, ou seja, ajustar a cada situação o gesto mais adequado, realizado 
eficientemente. Durante o processo de ensino­aprendizagem­treinamento, foi utilizado o método global para criar situações 
semelhantes àquelas específicas do jogo; detectado as deficiências, para as correções e aperfeiçoamento técnico foi utilizado o 
método analítico. Além do aperfeiçoamento da técnica da execução dos movimentos, dedicou­se especial atenção a relação 
entre as jogadoras da posição 6 e 1 e das posições 6 e 5, alternando as atletas. Numa mesma sessão de treinamento a 
recepção foi treinada de forma variada, visando a boa adaptação das atletas as situações de jogo. Conclui­se que as atletas 
devem realizar o treinamento orientado pelo conceito da especificidade; o treinador deve fornecer o feedback ao sistema de 
informações, propiciando o maior número de experiências, visando maior potencial de decisões motoras; o conceito de 
eficiência biomecânica implica na estruturação do gesto de acordo com o conceito de antecipação, imprevisibilidade e, curto 
tempo para a tomada de decisão. 
Unitermos: Voleibol. Recepção. Treinamento. Jovens. 

Resumen 
El objetivo de este estudio consiste en proponer una metodología de entrenamiento para perfeccionar el fundamento de la 
recepción del saque en el voleibol. Este procedimiento fue experimentado durante la preparación de la Selección Juvenil 
Brasileña Femenina, campeón mundial de la categoría en 2001. 
El éxito del ataque está interrelacionado con la calidad de la recepción, que también definirá la posibilidad del primer ataque 
del equipo y la velocidad del juego. La mayor dificultad para la ejecución de una eficiente recepción no es el desplazamiento del 
atleta en el espacio, y sí el buen entendimiento, la correcta evaluación anticipada de la trayectoria del balón; por esta razón se 
debe establecer un entrenamiento específico con el fin de enriquecer las vivencias motoras y perfeccionar la capacidad de 
anticipación de la trayectoria del saque. La perfección del gesto técnico no se limita a la creación de una acción estereotipada, 
al contrario, se fundamenta en la variación de situaciones que amplíen las posibilidades de una adecuación racional de la acción 
motora al momento y la imprevisibilidad del juego, o sea, ajustar a cada situación el gesto mas adecuado, realizado 
eficientemente. Durante el proceso de enseñanza­aprendizaje­entrenamiento, fue utilizado el método global para crear 
situaciones semejantes a aquellas específicas del juego; detectadas deficiencias, fue utilizado el método analítico para las 
correcciones y perfeccionamiento técnico. Además del perfeccionamiento de la técnica de ejecución de los movimientos, se 
dedico especial atención a la relación entre las jugadoras de las posiciones 6 y 1 tanto como de las posiciones 6 y 5, alternando 
las posiciones de las jugadoras. En la unidad de entrenamiento la recepción fue trabajada de forma variada, buscando una 
buena adaptación de las jugadoras a las situaciones de juego. 
Se pude concluir que las atletas deben realizar el entrenamiento orientado por el concepto de la especificidad; el entrenador 
debe fornecer el Feedback al sistema de informaciones, propiciando el mayor número de experiencias, visando desarrollar el 
potencial de decisiones motoras; el concepto de eficiencia biomecánica implica en la estructuración del gesto de acuerdo con el 
concepto de anticipación, imprevisibilidad y poco tiempo para tomar la decisión. 
Palabras clave: Voleibol. Recepción. Entrenamiento. Juveniles. 

http://www.efdeportes.com/ Revista Digital ­ Buenos Aires ­ Año 11 ­ N° 95 ­ Abril de 2006 

1. Introducão 
O voleibol no Brasil sofreu com a distância dos grandes centros desenvolvidos do Voleibol 
mundial, Europa e Ásia. As informações chegavam com atrasos e até mesmo, ocorreu de o 
Brasil chegar a uma competição mundial sem conhecer o fundamento técnico da recepção, 
denominado de Manchete, isto aconteceu no Campeonato Mundial adulto masculino de 1964.
A equipe brasileira comandada na época pelo professor Sami Melinski, treinador que 
conquistou todos os títulos para o Brasil a nível mundial na época, conheceu e treinou pela 
primeira vez a Manchete um dia antes do campeonato mundial (RIZOLA, 2003). 

A recepção do saque nos tempos inicias do Voleibol era feita apenas com o toque por cima 
da cabeça, pois na época o saque não tinha tanta força e precisão, mas tomou outra 
proporção, quando este fundamento passou a ser trabalhado com o objetivo de maximização 
da técnica e da tática. Surge então a manchete, devido a necessidade de dominar a recepção 
(RIZOLA, 2003). 

Segundo Alberta (1998) e Murpy (1991) o sucesso do ataque no voleibol esta interligado 
com a qualidade da recepção. Assim o levantador terá uma gama maior de opções para 
distribuir o jogo e dificultar a ação do bloqueio adversário. Todavia a obtenção de eficácia esta 
dependente da qualidade de execução das habilidades técnicas neste momento do jogo, 
nomeadamente da manchete (MESQUITA, 1998). 

A aprendizagem dos esportes tem acontecido, na sua grande maioria, pela repetição de 
gestos técnicos e cópias de treinamento de equipes adultas. Báfero (1996, p.26) diz que: "A 
maioria das "escolas" de voleibol, fundamentadas na cultura do voleibol brasileiro, proclamam 
que "saber voleibol" é jogar como se joga no alto nível." No trabalho desenvolvido visou­se a 
adaptação dos exercícios para cada situação de jogo, e não com a repetição dos gestos 
isolados, a variedade de estímulos deve ser feita durante cada sessão de treinamento. 

2. Revisão de literatura 
Kaplan (1974) relembra, uma nova etapa para o Voleibol mundial se abriu, justamente antes 
da Olimpíada de Tóquio quando a defesa baixa (manchete) passou a ser uma forma 
fundamental do jogo. Isto causado pelo efeito do saque. 

Fiedler (1976), divide a recepção em 3 fases, os movimentos de que antecedem o contato 
com a bola, movimentos no momento do contato com a bola e os movimentos após o contato 
com a bola, valorizando todos na mesma proporção e importância. 

Slaymaker e Brown citados por Báfero (1990), quando mencionam as habilidades do 
Voleibol, dividem em dois grupos: os de habilidades iniciais e os de habilidades avançadas. As 
primeiras compreendem o toque, a manchete, o recurso (dig­pass), o saque por baixo, o saque 
por cima, a cortada e o bloqueio. O segundo grupo compreende o saque flutuante, o 
levantamento para trás, o levantamento em suspensão, o mergulho, o rolamento, a manchete 
invertida, a largada e as mudanças do ritmo das cortadas. 

Especialistas em Voleibol concordam, que a habilidade da Manchete é responsável pela maior 
consistência de jogo atualmente, isto é, maior tempo de disputa do ponto com a bola no ar 
(SCATES, 1972; GUILHERME, 1978; VELASCO, 1996, MESQUITA, 2002). 

Sobre o uso da manchete, Cherebetiu (1969), Writehall (1964) citado por Báfero (1996) e 
Bizzocchi (2000) colocam que o uso original era apenas com propósitos defensivos, usados 
como recurso emergencial. Hoje é um fundamento básico e específico, que merece estudo 
diferenciado em função da sua constante solicitação, sendo parte integrante do repertório 
motor do atleta. 

O que é específico é exclusivamente próprio a alguma finalidade, e a finalidade do 
movimento da manchete no Voleibol é receber e passar a bola para um lugar pré­fixado 
(BÁFERO, 1996).
Segundo Velasco (1996), o recebedor deve ter como principal característica uma superfície 
de apoio, a maior possível, colocando e enfatizando a habilidade espaço­temporal: o problema 
não é tanto pelo deslocamento, mas sim entender ou avaliar bem, aonde vai a bola. 

O mesmo autor lembra que, na correção da técnica não se deve treinar todos os jogadores 
da mesma maneira, e como exemplo cita que em recepção x saque ao invés de trabalhar 40´ 
de forma analítica, trabalha­se 10' a 15' analítico para que o jogador fixe o movimento técnico e 
imediatamente após, o saque x recepção em situação de jogo. 

A analise da trajetória da bola é ponto fundamental na qualidade e eficiência de uma boa 
recepção. A antecipação da ação de receber o saque possibilita a atleta definir a velocidade de 
sua ação e com melhor equilíbrio, uma precisão melhor. 

Paolini (2001), cita que a posição de expectativa deve ser baixa, mas não definida para 
receber somente um tipo de saque, para receber é necessário deslocar­se rapidamente e, 
sobretudo em antecipação, para poder avaliar previamente a trajetória do saque adversária 
atleta deve ser capaz de estabelecer a profundidade e a força da bola, e isto está relacionado 
com uma boa visão. 

Estabelecendo que, os elementos que distinguem uma correta execução técnica de recepção 
de saque flutuante (floating) podem ser sistematizadas em 4 pontos essenciais (PAOLINI, 
2001):

· a predisposição morfológica;
· o deslocamento;
· o contato com a bola;
· o modo de empurrar a bola. 

3. Objetivo 
A proposta deste trabalho é propor uma metodologia de treinamento para o fundamento de 
recepção de saque no voleibol para jovens atletas. 

4. Metodologia 
Este procedimento foi aplicado durante 16 semanas com 21 atletas na faixa etária de 17 a 
19 anos, integrantes da Seleção Brasileira Juvenil Feminina, que sagrou­se campeã mundial em 
2001. 

5. Treinamento da recepção 
O jogo é elemento central na aprendizagem, deverá por isso estar sempre presente em cada 
faixa etária no treinamento e ser organizado de modo tal, que todos os que participam devem 
tocar na bola o maior número possível de vezes. A recepção do saque é durante o treinamento 
um dos pontos de maior atenção. O Voleibol do Brasil é carente de atletas que o executem a 
recepção permanecendo em boas condições de equilíbrio para realizar um ataque, também pela 
representação que tem o fundamento na continuidade e na organização do jogo. 

A aplicação do método global no treinamento objetiva recriar situações de forma semelhante 
àquelas dos jogos, não para treinar a equipe na sua coletividade e sim visando treinar melhor e 
de forma mais veloz todas as técnicas do voleibol. Desta forma o jogador se adaptará 
imediatamente durante o jogo, as situações treinadas durante a semana. De outra forma a
passagem da situação treinada àquela que se apresenta no jogo, solicitaria muito tempo de 
treinamento. A teoria do treinamento global, todavia apresenta problemas, isto é, se começa a 
treinar uma situação de jogo e se transgride nos problemas técnicos. Sobretudo na sua 
correção, ou quando se corrigi, se arrisca de faze­lo somente em situação analítica. 

5.1. Treinamento da técnica 

O recebedor deve ter como característica uma boa superfície de apoio, a maior possível, 
executa­se trabalhos utilizando como recurso a parede. A atleta se posiciona diante de uma 
parede de superfície plana e realiza a manchete, com alternância de altura da bola, distancia da 
parede e velocidade da bola. No programa aplicado estes trabalhos eram realizados em uma 
freqüência semanal de três vezes no primeiro mês, e duas vezes por semana na continuidade 
do treinamento. 

O problema na recepção de saque não é tanto pelo deslocamento, mas sim, entender ou 
avaliar bem, aonde vai e como é a trajetória da bola. Desta forma dedicou­se um trabalho 
específico para a avaliação de trajetória de saque. As variações são executadas primeiro com o 
saque dos treinadores, em distancias alternadas, em planos superiores e em velocidade 
alternadas, e em outro momento com o saque das próprias atletas. No procedimento de 
correção da técnica não se deve treinar todos os jogadores da mesma maneira. A 
individualização do treinamento fez­se necessária e os exercícios devem apresentar graus de 
dificuldades diferentes para cada atleta. 

5.2. Treinamento tático 

As novas táticas de saque (saque partindo de qualquer ponto de fundo quadra) a partir de 
1994 promoveram uma grande alteração no sistema de recepção. 

A proposta apresentada consiste em empregar a estrutura de três passadoras nas seis 
posições. As passadoras foram as jogadoras atacantes de ponta e a líbero, tendo como opção a 
jogadora oposta para algumas situações de jogo. A recepção com quatro atletas foi utilizada 
quando, nosso adversário utilizasse um saque em salto (tipo viagem) com força e eficiência. 

Nos treinamentos técnico­táticos foram treinadas além da parte técnica a relação entre as 
jogadoras da posição 6 e 1 e das posições 6 e 5, alternando as atletas. 

Numa mesma sessão de treinamento a recepção deve ser treinada de forma variada, para 
que haja uma boa adaptação das atletas as situações solicitadas no jogo. A atleta deve realizar 
gestos que serão aplicados no jogo, na cronologia da partida, tomando decisões conforme a 
situação solicitada. Os treinamentos devem ser realizados prevendo estas situações, tais como 
jogos de 1 x 1, atacante de fundo contra atacante de fundo após a recepção, obrigando a 
efetivação do ataque, independente do tipo de saque aplicado pelo adversário. 

A qualidade da recepção definirá a possibilidade do primeiro ataque da equipe e a velocidade 
do jogo. No período da tarde os treinamentos foram dirigidos para esta relação, ou seja, o 
treinamento das situações de jogo, com "jogos combinados", exercícios que proporcionam 
situações imprevistas e situações preestabelecidas de jogo. 

O ajuste da recepção dependendo da colocação do sacador adversário, e do tipo de saque, 
deve ser treinada em situações de continuidade de jogo. Uma das formas que podem ser 
utilizadas são os exercícios competitivos. Exemplo: Saque e Recepção 3 contra 3; duas equipes 
sendo uma em recepção e outra em saque. A equipe que saca efetua 20 saques, a pontuação 
para a equipe que recebe é feita a cada recepção perfeita ou a cada erro de saque do 
adversário, perdendo um ponto a cada "ace" do adversário. Após os 20 saques, troca­se de
função, passando a equipe que sacou a receber e vice e verso. Vence o jogo, aquele que 
realizar maior numero de pontos em melhor de 5 sets. 

Nas partidas do Campeonato Mundial Juvenil, apresentaram­se situações de jogo, onde a 
tática de recepção foi modificada em função da eficiência do saque adversário. Optou­se pela 
inclusão da jogadora de saída de rede (oposta a levantadora) para receber o saque da equipe 
da República Tcheca, pois estas estavam dirigindo o saque nas jogadoras de ponta. Esta tática 
de saque estava atrasando o ataque e com nossa mudança a seleção brasileira retomou o 
controle do jogo. 

6. Conclusão 
A base de uma boa recepção do saque, muitas vezes não está na qualidade técnica das 
atletas que fazem parte da recepção, mas de uma boa estrutura tática. 

A perfeição do gesto técnico não esta na biomecânica perfeita para a ação, mas na sua 
adaptação ao momento e às variações do jogo, ou seja, para cada situação existirá o gesto 
certo. Sendo o Voleibol um esporte de "situação", a manchete para recepção do saque, 
representa exatamente o que foi dito anteriormente. 

Um treinador de jovens atletas deve ter e dar o maior número e a qualidade de informações 
possíveis, para propiciar que a atleta desenvolva uma gama cada vez maior de atitudes 
motoras, representando assim uma forma de evolução. 

Na recepção, deve­se em primeiro lugar, definir as atletas que farão parte desta estrutura 
tática, observando os seguintes aspectos: qualidade técnica da execução da manchete, 
condições de adaptação ao esquema tático proposto, coragem, qualidade de deslocamentos. 

Referências bibliográficas 

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