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O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias

de operacionalização (Conclusão) – 6.ª Sessão

0.Introdução
Antes da elaboração da grelha, parece-me pertinente tecer algumas considerações
acerca dos “Tópicos para apresentação da escola: campos de análise de
desempenho”.

1.Contexto e caracterização geral da escola.

Cada escola, sua realidade. Realidade em si mesma. Com identidade própria. Distinta
de todas as outras. E implantada num espaço, geográfico e social, específico.
O rigoroso diagnóstico dessa realidade constitui a base, o ponto de partida, para o
planeamento da acção da escola - e naturalmente deverá ser ponderado na avaliação
da IGE - que deverá nortear-se pelo princípio da equidade promovendo as dimensões
da inclusão e da igualdade de oportunidades. Como muito bem advoga a Comissão
Europeia: “Um sistema educativo será equitativo se os resultados obtidos pelos
alunos forem independentes do meio sócio-económico e de outros factores de
desvantagem educativa e sempre que adaptar os recursos às circunstâncias
concretas e particulares de aprendizagem de cada indivíduo.”

2. Projecto Educativo

Segundo (Albalat, 1989):" É o documento vértice e ponto de referência orientador de


toda a actividade escolar". E para (Barroso, 1992):" É um instrumento de gestão
participada, promotor de autonomia. É simultaneamente um processo e um produto
que se consubstancia num documento orientador da acção da escola, onde se
registam: os objectivos a atingir e as opções estratégicas a seguir, em função do
diagnóstico realizado e dos valores partilhados.”

Referenciais do Projecto Educativo:

a)externos:

- A Legislação. Neste âmbito, é definido como : Documento que consagra a


orientação educativa do agrupamento elaborado e aprovado pelos seus orgãos de
administração e gestão para um horizonte de três anos no qual se explicitam os
princípios, os valores,as metas e as estratégias segundo os quais o agrupamento se
propõe cumprir a sua função educativa Dec. Lei n.º 75/08 ( Art.º 9º, nº 1, al) a.

- A IGE: avaliação externa.

- Investigação – À luz da Sociologia e Psicologia das Organizações: Escola como


organização educativa.

b) internos – os resultados das avaliações dos documentos organizacionais anteriores


(PEE, PCE e os PCT).

Dimensões:

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1- Inicialmente o diagnóstico, análise do contexto em que se procede ao
enquadramento (externo e interno).
2- Elaboração do Plano do Projecto tendo em consideração princípios, valores e uma
estratégia global, e também a definição de metas, objectivos, prioridades educativas e,
muito importante, a sua divulgação.
3-Avaliação do projecto. Nesta dimensão considero muito importante a selecção de
instrumentos, a calendarização, a constituição da equipa de avaliação assim como a
monitorização do processo e a divulgação dos resultados.

3.Organização e Gestão da escola

No actual contexto, o sucesso/ insucesso das mudanças que se pretendem introduzir


depende de factores diversos tais como, por exemplo:
- o estilo de liderança do responsável máximo;
- a co‐existência de lideranças formais e informais;
- a integração de diferentes estilos ao longo da cadeia hierárquica da organização.

4. Ligação à comunidade.

Faz todo o sentido este campo de análise, considerando que actual Lei de Bases do
nosso Sistema Educativo valoriza o paradigma interactivo que apela ao envolvimento
parental na vida da escola.
Também a escola, como sistema organizacional aberto não pode dispensar a
interacção com as entidades do meio envolvente e desejavelmente deve implementar
estratégias de cooperação.

5.Clima e Ambientes Educativos

Naturalmente se considera este campo. A escola se espaço de bem-estar de alunos,


professores e demais elementos contribui significa um contributo valioso para o
sucesso.

6. Resultados

São a evidência mais clara da eficácia da escola. A nível de resultados académicos,


importa conhecer o desempenho, a taxa de sucesso e a qualidade do sucesso dos
alunos. A nível dos resultados sociais, é considerada a avaliação do impacto da sua
acção educativa, mormente na área do abandono escolar.

Por maior facilidade organizativa passo a apresentar uma tabela com três colunas, em
que, nas duas primeiras, indico os domínios/subdomínios da Auto-Avaliação da BE e
os domínios definidos no Quadro de Referência para a Avaliação de Escolas e
Agrupamentos, respectivamente; e na terceira: uma parte introdutória de carácter
geral, referente à sua inserção nos “campos de análise de desempenho” da
escola/agrupamento, como é proposto na tarefa; e uma outra, para mim, não menos
clarificadora, o enquadramento da informação resultante da Auto-avaliação da BE nos
domínios de referência do Modelo da IGE.

Como a informação, resultante da auto-avaliação da BE, se processa com base em


evidências, a partir de indicadores, nos seus diferentes domínios, parece-me
pertinente elegê-los como” padrões comparativos”, a nível de enquadramento nos
domínios consignados na avaliação externa de Escolas/Agrupamentos.

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Auto- Avaliação da BE: Quadro de Referência Enquadramento
para a Avaliação de
Domínios/Subdomínios Escolas e
Agrupamentos:
Domínios
Constituindo o Modelo de
A.Apoio ao Avaliação da IGE, assim
Desenvolvimento 1.Resultados como os Normativos que o
Curricular sustentam e demais
Legislação um referencial
para a Escola/ Agrupamento
presente na elaboração do seu
PEE/PEA, o Modelo de
Auto-avaliação
2.Prestação dos pertinentemente não
serviços educativos descurou esse referencial
pois a BE define-se não
B.Leitura e Literacias como uma ilha, mas um
3.Organização e gestão recurso, um sistema
escolar integrado num todo que é a
escola/agrupamento.
Nesta linha de pensamento,
C. Projectos, Parcerias e considero que há
Actividades livres e de 4.Liderança globalmente uma articulação
Abertura à Comunidade correcta entre os dois
Modelos, como seria
expectável.
5.Capacidade de auto- Desde logo o “ tópico”:
regulação e melhoria
Projecto Educativo.
da escola
D. Gestão da Biblioteca É este documento que norteia
Escolar a elaboração dos Panos de
Actividade e de Acção da BE
para que esta possa contribuir
para a consecução dos
objectivos nele estabelecidos.
Assim sendo, a IGE pretende
simultaneamente conhecer o
contributo da BE e a sua
relevância, em termos da
avaliação externa da
escola/agrupamento.

De uma forma genérica os


Planos de Actividade e de
Acção inserem-se nos
campos de análise de
desempenho da E/A
definidos no Modelo da IGE
bem como as suas
actividades atendem aos

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diferentes domínios aí
inscritos.
A título ilustrativo, registo
um indicador para cada
campos de análise de
desempenho” da
escola/agrupamento:

1.Contexto e caracterização
geral da escola:(D.1.3) –
Respostas da BE às
necessidades da escola e dos
utilizadores.

2.Projecto Educativo:
D.1.1) – Integração da BE na
Escola/Agrupamento.

3.Organização e Gestão da
escola: (A.1.1) – Cooperação
da BE com os órgãos
pedagógicos de gestão
intermédia da
escola/agrupamento.

4. Ligação à comunidade:
(C.2.5) – Abertura da
biblioteca à comunidade.

5.Clima e Ambientes
Educativos: (D.3.7) –
Difusão da informação.

6. Resultados:(A.2.5) –
Impacto da BE no
desenvolvimento de valores e
atitudes indispensáveis à
formação da cidadania e à
aprendizagem ao longo da
vida.

Agora, sem ser exaustivo,


passo a registar indicadores
do Modelo de Auto-avaliação
das BE enquadrados nos
domínios definidos no
“Quadro de Referência para a
Avaliação de Escolas e
Agrupamentos”:

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1.Resultados: A.2.4 Impacto
da BE nas competências
tecnológicas, digitais e de
informação dos alunos na
escola/agrupamento.
A.2.5 Impacto da BE no
desenvolvimento de valores e
atitudes indispensáveis à
formação da cidadania e à
aprendizagem ao longo da
vida.
B.3 Impacto do trabalho da
BE nas atitudes e
competências dos alunos, no
âmbito da leitura e da
literacia.
C.1.4 Disponibilização de
espaços, tempos e recursos
para a iniciativa e
intervenção livre dos alunos.

2.Prestação dos serviços


educativos: A.1.5 Integração
da BE no plano de ocupação
dos tempos escolares (OTE)
da escola/agrupamento.
A.1.6 Colaboração da BE
com os docentes na
concretização das actividades
curriculares desenvolvidas no
espaço da BE ou tendo por
base os seus recursos.
A.2.3 Promoção do ensino
em contexto de competências
tecnológicas e digitais na
escola/agrupamento.

3.Organização e gestão
escolar: A.2.2 Promoção do
ensino em contexto de
competências de informação
da escola/agrupamento.
D.1.1 Integração/acção da
BE na escola/agrupamento.
D.1.2 Valorização da BE
pelos órgãos de direcção,
administração e gestão da
escola/agrupamento.

4.Liderança:A.1.4 Ligação

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da BE ao Plano Tecnológico
da Educação (PTE) e a outros
programas e projectos
curriculares de acção,
inovação pedagógica e
formação existentes na
escola/agrupamento.
C.2.1 Envolvimento da BE
em projectos da respectiva
escola/agrupamento ou
desenvolvidos em parceria, a
nível local ou mais amplo.
C.2.3 Participação com
outras escolas/agrupamentos
e, eventualmente, com outras
entidades (RBE, DRE,
CFAE) em reuniões da
BM/SABE ou outro grupo de
trabalho a nível concelhio ou
interconcelhio.

5.Capacidade de auto-
regulação e melhoria da
escola: D.1.4 Avaliação da
BE na escola/agrupamento.
D.2.1 Liderança do professor
bibliotecário na
escola/agrupamento.

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