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Faculdades Metropolitanas Unidas - Projeto Integrado

Análise da Integração entre as Disciplinas do Curso de Administração e


Sustentabilidade

Daiane Nogueira Lins


Administração, 2º semestre – Turma B – Matutino

"Desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem


comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades."
Relatório Brundtland, 1987, ONU (Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - tema "Nosso
Futuro Comum").

O conceito de sustentabilidade vem sendo cada vez mais discutido, a população está
cada dia melhor informada e, consequentemente, exigindo mais das empresas e governos. É
indiscutível o fato de que é preciso fazer algo em prol do meio ambiente, anos de degradação
impensadas agora mostram seus efeitos de forma jamais imaginada antes.
Nesse novo cenário é preciso formar profissionais que tenham essa visão e que
consigam vê-la como um problema real, e não apenas como uma ferramenta de marketing.
Para tanto é preciso que haja a educação ambiental dos novos profissionais que são lançados
anualmente no mercado. Educação ambiental não diz respeito a um vasto conhecimento da
fauna e flora, mas a formação de uma consciência crítica com relação ao meio ambiente, para
que desse modo possa-se compreender a causa dos atuais problemas bem como, seus
impactos econômicos e sociais e como consequência, desenvolver soluções e atitudes que
resultem na preservação ambiental.
Entretanto a sustentabilidade se apóia em um tripé que alia meio ambiente, economia e
sociedade. Assim, não é possível dissertar apenas sobre o meio ambiente, é preciso também
ter uma visão dos problemas econômicos e sociais. Pensando nesse tripé, no ano de 2000, a
ONU (Organização das Nações Unidas), a partir de uma análise dos maiores problemas
mundiais, estabeleceu os “Oito Objetivos do Milênio”, que colocam como objetivos mundiais
a erradicação da fome e miséria, educação de qualidade, igualdade entre sexos, combate a
AIDS, malária e outras doenças e qualidade de vida e preservação do meio ambiente.
A partir destes objetivos, os países e empresas puderam desenvolver metas próprias
para alcançá-los. Para tanto é imprescindível que tanto governantes quanto dirigentes
entendam verdadeiramente o conceito e o real problema, para que assim possam tomar
atitudes que ajudem na solução, e não apenas disfarcem a questão.
Devido a essa necessidade do mercado de profissionais que consigam aliar os
objetivos da empresa aos da sociedade, as instituições de ensino buscam capacitar seus alunos
para atenderem a essa demanda. Para exemplificar isso, analisaremos cinco disciplinas do
curso de administração – Sociologia, Comunicação Empresarial, Análise das Demonstrações
Financeiras, Empreendedorismo e Estatística – a fim de demonstrar como elas se
correlacionam e como são utilizadas como ferramentas na busca de uma sociedade
sustentável.

• Comunicação Empresarial

Empresas são organizações formais, com fins lucrativos, criadas para atenderem a
necessidades da sociedade, nesse contexto a comunicação empresarial é usada com a
finalidade de criar uma imagem dessa organização para com o público e servir como canal de
ligação entre sociedade e empresa. Através de ferramentas de marketing ela transmite valores,
missão e objetivos de uma organização, estes definidos a partir de uma análise da empresa e
seus consumidores.
Um fenômeno detectado por essa área é a exigência dos consumidores de uma atitude
social e ecologicamente responsável por parte das empresas, sob a pena de diminuição das
vendas caso não demonstrem a atitude esperada. Como consequência disso, o número de
campanhas publicitárias que divulguem essa nova visão sustentável que as empresas estão se
vendo obrigadas a adotar cresce de forma exponencial.

• Empreendedorismo

Empreendedorismo pode ser entendido como o estudo voltado para o desenvolvimento


de competências e habilidades relacionadas à criação de um projeto (técnico, científico,
empresarial). O empreendedor muitas vezes é visto como aquele que apresenta determinadas
habilidades e competência para criar, abrir e gerir um negócio, gerando resultados positivos.
Entretanto, para o professor Fernando Dolabela, um dos percussores do ensino de
empreendedorismo no Brasil,
“há muitas definições do termo empreendedor, principalmente porque
são propostas por pesquisadores de diferentes campos, que utilizam os
princípios de suas próprias áreas de interesse para construir o
conceito.(...) os economistas, associaram o empreendedor à inovação,
e os comportamentalistas, que enfatizam aspectos atitudinais, com a
criatividade e a intuição.”
Independente da definição escolhida é indiscutível que habilidades como detecção de
oportunidades e capacidade de organização e planejamento são pilares para um
empreendimento, sendo também características que podem ser aprendidas uma vez que esta
matéria integra e coloca em prática todas as outras. A partir de uma análise de estatísticas e
histórico de determinado mercado é possível definir a viabilidade da empresa, não apenas
visando o lado econômico é preciso verificar como esse projeto será visto pela sociedade para,
a partir disso, definir-se um nicho de mercado.

• Análise das Demonstrações Financeiras

Vivemos em um mundo que sofre transformações a cada instante, decisões precisam


ser tomadas com base em dados escassos, devido a isto é de vital importância que o
administrador tenha total domínio sobre as informações disponíveis. Segundo Matarazzo
(2003, p.39) "a análise das demonstrações visa extrair informações para a tomada de decisão.
O perfeito conhecimento do significado de cada conta facilita a busca de informações
precisas"
Para planejamento de abertura ou crescimento de uma empresa é preciso total
conhecimento da capacidade que a mesma tem de cumprir com seus compromissos a curto e
longo prazo. Através da análise de balanços patrimoniais e de demonstrações de resultados do
exercício é possível verificar as fontes dos recursos utilizados pela empresa, os bens e direitos
nos quais esses recursos foram investidos, ou ainda quantificar crescimento/queda de lucros e
assim, detectar as possíveis causas.
Pode-se inferir que a análise das demonstrações financeiras é um dos principais
recursos disponíveis ao processo decisório, sendo também um dos pilares para a estruturação
de uma empresa sólida, uma vez que não é possível implantar ou expandir uma organização
sem total consciência de sua situação financeira.

• Estatística

Esta ciência tem como objetivo explicar a frequência de fenômenos e possibilitar a


previsão desses fenômenos no futuro, fazendo-o através de um conjunto de métodos e
processos quantitativos que estudam e medem fenômenos coletivos. Nos negócios e na
economia, está entre os mais importantes métodos de auxílio na tomada de decisão. Em
decorrência da utilização crescente dos computadores, os modernos métodos estatísticos se
tornam cada vez mais importantes para aqueles a quem cabem tomar decisões.
A estatística utiliza-se através das teorias probabilísticas para explicar a frequência de
fenômenos e para possibilitar a previsão desses fenômenos no futuro. Portanto têm aplicações
nos diferentes setores da organização, como na análise de produção, gastos e receitas e
comparação com o mercado, verificação de resultados de uma campanha publicitária, média
de crescimento, ou mesmo para analisar a viabilidade da implantação de um projeto.

• Sociologia

Organizações são compostas essencialmente por pessoas, e o modo como elas


interagem umas com as outras e a forma como interpretam seu papel social dentro da micro
sociedade empresa é o que forma o ambiente organizacional. Como consequência, é preciso
que o administrador tenha total visão desse ambiente para assim, saber o melhor modo de
intervir.

A partir da área de estudo da sociologia é possível entender as micro-organizações que


se formam dentro da empresa, seus líderes informais e seu impacto sobre a organização
formal. Ela passou a ser utilizada na administração a partir da pesquisa de Elton Mayo e do
desenvolvimento da Teoria de Recursos Humanos, passando-se a enxergar a importância da
motivação e do bom relacionamento entre os colaboradores.

Um conceito introduzido à administração através da sociologia foi o de externalidades,


segundo Mankiw a externalidade é “o impacto das ações de uma pessoa sobre o bem-estar de
outras que não tomam parte da ação” (2007, p. 204). Vê-se hoje a tentativa por parte das
empresas de diminuir seus impactos negativos sobre terceiros, como a poluição, entretanto
apesar dos resultados já apresentados isso ainda ocorre de forma muito lenta.

Conclusão

Com base nos dados apresentados podemos concluir que a grade curricular é
estruturada a fim de introduzir um profissional capacitado no mercado de trabalho, de forma
que esse consiga se adequar as mudanças constantes do cenário global.
É preciso que as empresas desenvolvam a consciência de que projetos de
sustentabilidade não podem ser iniciados de forma externa se, o ambiente interno não estiver
bem estruturado. Assim sendo, um projeto social não poderá ser implantado até que o
ambiente organizacional esteja harmônico, caso contrário pode-se gerar insatisfação por parte
dos funcionários e resistência a implantação do projeto.

Projetos que visem à sustentabilidade da empresa, ou mesmo da sociedade, só poderão


ser planejados e implantados por profissionais qualificados, apesar dos esforços das
instituições em passar esses valores a eles, muitos ainda se perdem e acabam por usar a
sustentabilidade como ferramenta de marketing e mascaram o problema com ações sem
grande valor. Por essa razão é preciso um trabalho de educação mais intenso, é preciso que
seja ensinado desde cedo os conceitos de sustentabilidade, em síntese é preciso se reeducar a
sociedade de forma geral, mesmo que esse processo já tenha se iniciado, essa reeducação
ainda vêm ocorrendo de forma muito lenta.

Bibliografia

ASSOCIAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL - Guia do


Empreendedorismo - 2ª Edição - Editora SEDES - Lisboa, 2007

MATARAZZO, Dante C. - Análise Financeira de Balanços - Abordagem básica e gerencial - 6ª


Edição São Paulo Editora Atlas, 2003

MANKIW, Gregory N. – Introdução à Economia – 1. ed., 3. reimpr. Thomson Learning: São Paulo,
2007.

GOMES, Adriano - apostila: Análise das Demonstrações Financeiras- publicado por Agil
Consultoria, disponível em:
http://www.biblioteca.sebrae.com.br/bds/BDS.nsf/c506bef5daa6352a03256dea006e9135/9d85fa7647f
6844a03256d520059c2ec/$FILE/104_1_arquivo_demofinanc.pdf

INSTITUTO BRASILEIRO DA QUALIDADE E PRODUTIVIDADE – relatório executivo:


Empreendedorismo no Brasil - Curitiba, 2009

SORJ, Bila - artigo: Sociologia e Trabalho: mutações, encontros e desencontros - Revista


Brasileira de Ciências Sociais p. 25-34, Vol. 15 nº 43 junho/2000

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