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Facultar um instrumento pedagógico e de melhoria contínua que permita aos órgãos directivos e aos
coordenadores avaliar o trabalho da biblioteca escolar e o impacto desse trabalho no funcionamento global
da escola e nas aprendizagens dos alunos e identificar as áreas de sucesso e aquelas que, por
apresentarem resultados menores, requerem maior investimento, determinando, nalguns casos, uma
inflexão das práticas.
Os conceitos ou ideias chave que presidiram à sua construção e aplicação são, de acordo com o
documento, os seguintes:
[...] A noção de valor. O valor não é algo intrínseco às coisas mas tem sobretudo a ver com a
experiência e benefícios que se retira delas: se é importante a existência de uma BE agradável e
bem apetrechada, a esse facto deve estar associada uma utilização consequente nos vários
domínios que caracterizam a missão da BE, capaz de produzir resultados que contribuam de forma
efectiva para os objectivos da escola em que se insere.
[...] A auto-avaliação deve ser encarada como um processo pedagógico e regulador, inerente à
gestão e procura de uma melhoria contínua da BE.
[...] Aponta para as áreas nucleares em que se deverá processar o trabalho da/com a Biblioteca
Escolar e que têm sido identificadas como elementos determinantes e com um impacto positivo no
ensino e na aprendizagem, salvaguardando que a avaliação não constitui um fim, devendo ser
entendida como um processo que, idealmente, conduzirá à reflexão e originará mudanças
concretas na prática.
Na sua construção foram integrados os princípios definidos nos documentos fundadores (IFLA/ UNESCO
e IASL) que orientam o trabalho das bibliotecas escolares e no conhecimento que a investigação e os
diferentes estudos têm revelado, apresentando caminhos e possibilidades num contexto global de
mudança, no qual as bibliotecas escolares devem evoluir:
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- Modificação global das estruturas sociais – introdução das TIC, desenvolvimento de redes, surgimento de
novos ambientes de disponibilização da informação, de
trabalho e de construção do conhecimento que obrigam ao
desenvolvimento de novas literacias e a uma aprendizagem
contínua ao longo da vida.
Publicações sobre
- Necessidade de gerir a mudança buscando evidências Evidence Based Practice:
relatadas em diferentes estudos acerca do impacto que as
bibliotecas escolares têm na escola e quais os factores que se Kenney, Brian. (2006)
assumem como críticos ao seu desenvolvimento. "Rutgers" Ross Todd’s Quest
to Renew School Libraries”
b – Conceitos implicados na melhoria da prestação de
serviços e da qualidade da biblioteca escolar. (Perspectiva
do desenvolvimento organizacional)
Todd, Ross (2003). Irrefutable
evidence. How to prove you boost
2. O conceito de avaliação no contexto das student achievement
organizações:
“what is” with “what ought to be” for the purpose of exercising Todd, Ross (2002) “School librarian
judgement (Van House et. al. 1990: 3). as teachers: learning outcomes and
evidence-based practice”.
“a process of systematically assessing effectiveness against a
predetermined norm, standard...” Cronin (1982b) Directório sobre evidence
based practice
“a systematic measurement of the extent to which a system (for
example a library) has achieved its objectives in a certain http://www.accessola.com/o
period of time” Mackenzie (1990) sla/toolkit/Home/EBPLinks.ht
ml
“a systematic measurement of the extent to which a system (for
example a library) has achieved its objectives in a certain
period of time”. It is also described as a systematic process of
determining “value” (in terms of benefit gained) and “quality”
(as reflected in customers satisfaction) of a system (McKee
1989: 156).
KEBEDE (1999) “Performance Evaluation in Library and Information Systems of Developing Countries: A
Study of the Literature”
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In order to accomplish this, school libraries need to systematically collect evidence that shows how their
practices impact student achievement; the development of deep knowledge and understanding; and the
competencies and skills for thinking, living, and working.
[…] holistic approach to evidence-based practice in school libraries involves three dimensions: evidence for
practice, evidence in practice, and evidence of practice.
A ênfase é dada nos outcomes, indo além dos processos. A diferença ou impacto residem não nos inputs
(recursos) ou processos mas na mais-valia que estes trazem à escola e à aprendizagem
Todd (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”
Segundo Markless, Streffield (2006) p. 120, as práticas de pesquisa-acção estabelecem a relação entre os
processos e o impacto ou valor que originam.
Durante este processo:
Identifica-se um problema;
Recolhem-se evidências;
Avaliam-se, interpretam-se as evidências recolhidas;
Procura-se extrair conhecimento que oriente futuras acções e que delineie caminhos. Centra-se a
pesquisa, mais uma vez, no impacto e não nos inputs.
4. Avaliação da biblioteca escolar. Questões em torno do impacto da BE
Tradicionalmente, o impacto das bibliotecas aferia-se através da relação directa entre os inputs (colecção
existente, staff, verba gasta com o funcionamento da biblioteca escolar...) e os outputs (número de
empréstimos, número de visitas, sessões realizadas pela equipa...). A relação custo/ eficiência foi, nos
últimos tempos, ultrapassada pela necessidade de medir o impacto, os benefícios que os utilizadores
retiram do seu contacto e uso dos serviços.
Hoje, a avaliação centra-se, essencialmente, no impacto qualitativo da biblioteca, isto é, na aferição das
modificações positivas que o seu funcionamento tem nas atitudes, valores e conhecimento dos
utilizadores.
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Interessa-nos aferir o sucesso do serviço, centrado, ·
essencialmente, nos resultados, visto como as
consequências ou impactos dos serviços que prestamos junto
dos utilizadores.
(Cram, 1999)
O que verdadeiramente interessa e justifica a acção e a existência da biblioteca escolar não são os
processos, as acções e intenções que colocamos no seu funcionamento ou os processos implicados, mas
sim o resultado, o valor que eles acrescentam nas atitudes e nas competências dos utilizadores.
Cram (1999), em “SIX IMPOSSIBLE THINGS BEFORE BREAKFAST”, descreve esse processo valorativo:
[…] libraries have no inherent objective value. Value is (subjectively) assigned and is related to perception
of actual or potential benefit. Rather, libraries create value by leveraging intangible assets in such a way as
to add value and create benefits. They do not manage value. They manage processes and activities and
they make decisions that might lead to production of value to the users of the library and to the parent
organization.
Numa época em que as tecnologias e as pressões económicas acentuam a necessidade de fazer valer o
papel e a necessidade de bibliotecas, a avaliação tem um papel determinante, permitindo-nos validar o
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que fazemos, como fazemos, onde estamos e até onde queremos ir, mas sobretudo o papel e intervenção,
as mais-valias que acrescentamos.
A Literatura Internacional na área das bibliotecas escolares evidencia, de forma clara, o impacto das
bibliotecas na aprendizagem e no sucesso educativo dos alunos.
Os Estudos realizados sobre o papel das bibliotecas escolar associam esse papel ao currículo, às
aprendizagens dos alunos e ao sucesso educativo.
Identificam ainda os domínios que são considerados críticos a uma biblioteca escolar efectiva e de
qualidade.
A criação de um Modelo para avaliação das bibliotecas escolares permite dotar as escolas/ bibliotecas de
um quadro de referência e de um instrumento que lhes permite a melhoria contínua da qualidade, a busca
de uma perspectiva de inovação. Pretende-se induzir a transformação das bibliotecas escolares em
organizações capazes de aprender e de crescer através da recolha sistemática de evidências de uma
auto-avaliação sistemática.
O Modelo baseia-se no Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares Inglesas, com adaptações,
nomeadamente àquelas que reportam às especificidades das bibliotecas escolares e do sistema de ensino
Português.
Organiza-se em quatro domínios e num conjunto de indicadores sobre os quais assenta o trabalho da
biblioteca escolar. Procurou-se que a sua estruturação e os processos implicados na sua implementação
fossem clara e facilmente perceptíveis por Conselhos Executivos e escolas, assumindo-se como um
instrumento de melhoria.
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e como espaço formativo e de aprendizagem, intrinsecamente relacionado com a escola, com o processo
de ensino/ aprendizagem, com a leitura e com as diferentes Literacias.
Gestão da BE
- Afectação de um professor bibliotecário qualificado e de uma equipa que assegure as rotinas inerentes à
gestão, que articule e trabalhe com a escola, professores e alunos.
- Tenha o reconhecimento e apropriação por parte das escolas e das equipas e se assuma como um
instrumento agregador, capaz de unir a escola e a equipa em torno do valor da BE e do impacto que pode
ter na escola e nas aprendizagens.
- Tenha pontos de intersecção com a avaliação da escola e venha a ser objecto de avaliação por parte da
Inspecção Geral de Educação.
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6. Qualidade e Inovação. O necessário envolvimento de todos
O modelo indica o caminho, a metodologia, a operacionalização. A obtenção da melhoria contínua da
qualidade exige que a organização esteja preparada para a aprendizagem contínua. Pressupõe a
motivação individual dos seus membros e a liderança forte do professor coordenador, que tem de
mobilizar a escola para a necessidade e implementação do processo avaliativo.
2. Jornadas formativas para a equipa e para outros na escola. Definição precisa de conceitos e
processos. Realização de um processo de formação/ acção.
Uma liderança forte associada a uma visão e gestão estratégica é, também, determinante para o sucesso
o desenrolar do processo:
- Pensar estrategicamente;
7 - Implementação do processo
O Modelo adopta uma aproximação à realidade por etapas que, tendo em conta o contexto interno e
externo da BE, devem levar o professor coordenador a seleccionar o domínio a ser objecto de aplicação
dos instrumentos. O ciclo completa-se ao fim de quatro anos e deve fornecer uma visão holística e global
da BE. Cada etapa compreende um ciclo:
- Recolha de evidências;
A avaliação não é um fim em si mesma. É um processo de melhoria que deve facultar informação de
qualidade capaz de apoiar a tomada de decisão.
Os resultados devem ser partilhados com o director, ser divulgados e discutidos nos órgãos de gestão
pedagógica. Esses resultados têm impacto no processo de planificação e na gestão, obrigando a que:
b. Se estabeleçam e coordenem políticas, isto é, linhas orientadoras dos planos de acção, de modo a
que estejam concertadas com a estratégia da escola e também com os factores críticos de sucesso;
c. Se analisem rumos estratégicos possíveis, no sentido de ser escolhida a direcção mais viável e
enriquecedora;
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d. Se identifiquem oportunidades e constrangimentos e definam fins e objectivos, operacionalizando-os
em planos que realizam as estratégias;
e. Se diagnostiquem possíveis áreas em que a BE pode adquirir vantagens competitivas face a outras
bibliotecas;
Poderias dizer-me, por favor, que caminho hei-de tomar para sair daqui?
- Isso depende do sítio onde queres chegar! - Disse o Gato.
- Não interessa muito para onde vou... - retorquiu Alice.
- Nesse caso, pouco importa o caminho que tomes - interpôs o Gato.
Alice no País das Maravilhas
- and at the heart of this is inquiry-based learning for knowledge construction’ […]
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What's important is that the gathered evidence highlights how the librarian plays a crucial role in boosting
student achievement, in shaping important attitudes and values, in contributing to the development of self-
esteem, and in creating a more effective learning environment. (Todd, 2003)
A informação resultante do processo de auto-avaliação das bibliotecas escolares terá, assim, um valor
estratégico para a escola, com a qual a biblioteca escolar tem intersecções e links directos, mas é também
indispensável à tomada de decisões do Programa que gere a instalação e o desenvolvimento da rede de
bibliotecas escolares – Programa RBE.
Bibliografia:
Cram, Jennifer (1999) “SIX IMPOSSIBLE THINGS BEFORE BREAKFAST: A multidimensional approach to
measuring the value of libraries”. 3rd Northumbria International Conference on Performance Measurement
in Libraries and Information Services, 27-31 August. <http://www.alia.org.au/~jcram/six_things.html>
[20/08/2008]
Farmer, Lesley (2003) Student success and Library Media Program, London, Libraries Unlimited.
Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares. Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (2008).
<http://www.rbe.min-edu.pt/np4/np4/31.html> [20/08/2008]
Hartzell, Gary (1997) “The Invisible School Librarian: Why Other Educators Are Blind to Your Value”.
School Library Journal, 11/1/1997
<http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA152978.html?q=quality+school+libraries> [20/08/2008]
McNicol, Sarah (2004) Incorporating library provision in school self-evaluation. Educational Review, 56 (3),
287-296.
Scholastic Research (2008) “School Libraries Work! Scholastic Research & Results”.
<http://librarypublishing.scholastic.com/content/stores/LibraryStore/pages/images/SLW3.pdf> (01/10/2008)
Todd, Ross (2001) “Transitions for preferred futures of school libraries: knowledge space, not information
space; connection, not collections; actions, not positions; evidence, not advocacy”. Keynote address,
International Association of Schools Libraries (IASL) Conference. Auckland, New Zealand. <http://iasl-
slo.org/virtualpaper2001.html> [20/08/2008]
Todd, Ross (2002) “School librarian as teachers: learning outcomes and evidence-based practice”. 68th
IFLA Council and General Conference August. <http://www.ifla.org/IV/ifla68/papers/084-119e.pdf>
[20/08/2008]
Todd, Ross (2003). “Irrefutable evidence. How to prove you boost student achievement”. School Library
Journal, 4/1/2003 <http://www.schoollibraryjournal.com/article/CA287119.html> [20/08/2008]
Todd, Ross (2004) “School libraries: Making them a class act.” Broome-Tioga BOCES School Library
system Annual Librarian/Administrator Breakfast. Binghamton, NY.
<http://www.scils.rutgers.edu/~rtodd/WA%20School%20Libraries%20A%20Class%20Act.ppt#540>
[20/08/08]
Williams, Dorothy & Coles, Caroline (2001) Impact of School Libraries Services on Achievement and
Learning. Aberdeen: The School of Information and Media, Robert Gordon University.
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