Auto-avaliação da Biblioteca Escolar e

Avaliação Externa da Escola/Agrupamento

Formanda: Fátima Correia

Escola Secundária de Santo André
 “Tudo o que não é medido e avaliado não progride”
General John Loh

A Lei nº 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos

estabelecimentos de ensino pré-escolar, básico e secundário, definindo
orientações gerais para a Auto-Avaliação e para a Avaliação Externa. Após a
implementação de uma fase piloto, abrangendo apenas 24 escolas, entra-se,
agora, numa nova fase em que todas as escolas serão avaliadas.
Como já pude verificar – primeiro por experiência própria pois a escola
onde lecciono recebeu, no ano transacto, a visita da IGE – agora, por estudo
comparativo - o Modelo de Avaliação Externa proposto pela IGE coincide, em
vários aspectos, com o Modelo de Auto-Avaliação da BE, proposto pela RBE,
designadamente no facto de ambas as avaliações partirem de uma análise
diagnóstica (SWOT) em que a escola traça a sua caracterização, apontando
pontos fracos e fortes, sem esquecer as oportunidades que espera aproveitar e os
eventuais constrangimentos à sua acção; de a observação no terreno se basear
na recolha de evidências e ainda da necessidade de elaborar um plano
estratégico de melhoria já que ambos os Modelos assentam no pressuposto de
que o processo de Auto-Avaliação deve ser encarado como uma oportunidade de
melhoria para a escola, constituindo o Relatório final um instrumento de reflexão e
debate internos.
O quadro que apresento cruza a informação resultante da aplicação do
Modelo da Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, nos seus diferentes Domínios,
com os Tópicos e Campos de análise de desempenho definidos pela IGE, tendo
em vista a Avaliação Externa da Escola. O objectivo é que a análise efectuada
permita o reconhecimento do papel da BE tanto num plano interno – deve integrar
a Auto-Avaliação da escola – como externo – deve ser incluída na informação
prestada às equipas de Avaliação Externa, tendo em vista a sua valorização, o
seu desenvolvimento e melhoria.
Se atentarmos no Quadro de Referência para a avaliação de Escolas e
Agrupamentos, da IGE, a BE só é explicitamente referida no ponto 3.3, relativo à
Gestão dos recursos materiais e financeiros; acreditamos, porém, que o trabalho
desenvolvido neste espaço fundamental da vida escolar pode (e deve) ser
referido noutros pontos, tal como se procura demonstrar na tabela que se segue.
 Campos de Análise e Indicadores dos
respectivos Tópicos Domínios/Subdomínios
Descritores
Avaliação Externa (IGE) MAABE

1. Contexto e Domínio D
Caracterização Geral da
Escola
Neste campo introdutório, tendo em conta
as características sociológicas da
1.1 Contexto físico e social população em que se integra, a BE deve
ser referida enquanto espaço integrador
(missão “aprender a viver juntos”, segundo
o Manifesto da UNESCO) e propiciador do
desenvolvimento da leitura e das literacias
da comunidade que serve.

1.2 Dimensão e condições físicas da D.2.3. Adequação da BE em termos de

escola espaço e de equipamento às necessidades
da escola.

D.2.1 Liderança do professor bibliotecário.

1.4 Pessoal Docente D.2.2. Adequação dos recursos humanos
às necessidades de funcionamento da BE
na escola.

D.2.2. Adequação dos recursos humanos

1.5 Pessoal Não Docente às necessidades de funcionamento da BE
na escola.

1.6 Recursos Financeiros D.1.2. Valorização da BE pelos órgãos de

direcção, administração e gestão da escola.

2. O Projecto Educativo Domínios A, B, C e D

A.1.1. Cooperação da BE com as estruturas

de coordenação educativa e supervisão
2.1 Prioridades e Objectivos pedagógica da escola.

B.3 Desenvolver competências no âmbito

da leitura/literacia.

D.1.1. Integração/acção da BE na Escola.

 A.1. Articulação Curricular da BE com as
Estruturas Pedagógicas e os Docentes.

A.2. Promoção das Literacias da

Informação, Tecnológica e Digital (nos
subdomínios A.2.1, A.2.2 e A.2.3).
2.2 Estratégias e Planos de Acção
C.1.4 Disponibilização de espaços e
recursos para iniciativas e intervenção livre
dos alunos.

C.2.1. Envolvimento da BE em projectos da

respectiva Escola ou desenvolvidos em
parceria, a nível local ou mais amplo.

3. A Organização e Gestão
da Escola Domínios A e D

A.1.1. Cooperação da BE com as estruturas

3.1 Estruturas de Gestão
de coordenação educativa e supervisão
pedagógica da escola.
D.1.1 – Integração/acção da BE na
escola/agrupamento.
D.1.2. Valorização da BE pelos órgãos de
gestão e de decisão pedagógica.

A.1. Articulação Curricular da BE com as

3.2 Gestão Pedagógica Estruturas Pedagógicas e os Docentes.

3.3 Procedimentos de Auto-avaliação D.1.4 Avaliação da BE na escola.

Institucional

4. Ligação à comunidade Domínio C

C.2.4. Estímulo à participação e

4.1 Articulação e Participação dos Pais mobilização dos Pais/EE em torno da
e Encarregados de Educação na vida promoção da leitura e do desenvolvimento
da escola de competências das crianças e jovens que
frequentam a escola.

C.2.1. Envolvimento da BE em projectos da

4.2 Articulação e Participação das respectiva Escola ou desenvolvidos em
Autarquias parceria, a nível local ou mais amplo.

C.2.3. Participação com outras Escolas e,

eventualmente, com outras entidades (por
 ex. DRE, RBE, CFAE), em reuniões da
BM/SABE ou outro Grupo de Trabalho a
nível concelhio ou inter-concelhio.

4.3 Articulação e Participação das C.2.5. Abertura da Biblioteca à comunidade.

Instituições Locais – empresas,
instituições sociais e culturais

5. Clima e Ambiente Domínios A, B e C

Educativos

5.1 Disciplina e Comportamento Cívico A. 2.5. Impacto da BE no desenvolvimento

de valores e atitudes indispensáveis à
formação da cidadania e à aprendizagem
ao longo da vida.

5.2 Motivação e Empenho B.1 Trabalho da BE ao serviço da

promoção da leitura na escola.

C.1.1. Apoio à aquisição e desenvolvimento

de métodos de trabalho e de estudo
autónomos.

6. Resultados Domínios A, B e C

A.2.2. Promoção do ensino em contexto de

competências de informação da escola.

A.2.4. Impacto da BE nas competências

6.1 Resultados Académicos tecnológicas, digitais e de informação dos
alunos.

B.3 Impacto do trabalho da BE nas atitudes

e competências dos alunos, no âmbito da
leitura e das literacias.

A.2.5. Impacto da BE no desenvolvimento

de valores e atitudes indispensáveis à
formação da cidadania e à aprendizagem
6.2 Resultados Sociais da Educação ao longo da vida.

C.1.1 Apoio e desenvolvimento de métodos

de trabalho e de estudo autónomos.

C.1.2. Dinamização de actividades livres,

de carácter lúdico e cultural na escola.