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1990
rNrRoDuÇÃo en uncra-
Este artigo não pretende uma dis- rão de
cussão exaustiva das questões mooo
ambientais. Procura-se explanar al- sucinto-
guns vectores relacionados com o 1. ln:
tema ENERGIA, enquanto se sublin- terpÍeta-
ha a natureza complexa e com-
preensível dos problemas envolvi- bientâl
dos. Áiém disso, este Ìexto pÍessu- o rienta-
põe, como toda a lógida da Educação I]Ít
Ambiental, uma abordagem educa- A
cional baseada em métodos aclivos cons-
e interdisciplinares, dentro do âmbito ciência
de uma educação escolar geral. dos pro-
Numa altura em oue se inicia a blemas
implementaçáo da reforma educati- ambien-
va, e perante a actual exiguidade de tais e o envolvimento consequente vos, os alunos devem ser orientados
material de apoio, espera-se poder das pessoas que não podem emergir para análises críticas de situaçÕes e
conÍibuir, de algum modo, para a enquanto estas questões náo ÍoÍem fenómenos. Este asoecto seÍá Íaia-
clarificação da abordagem CTS colocadas, claramente, na activi- do posteÍiormente.
(Ciência, Tecnologia, Sociedade), dade diária de todos os indivíduos. 2. Discussõês êm orupo
por exemplo, no quadío da chamada Por isso, no sector educativo, é Esta é uma técnica básica que
Área Escola. aconselhável começar pela interpre- pode ser aplicada, conjuntamente,
PoÍ último, reíua-se que a premên- tação ambiental orientada. Este com todas as outras enunciadas
cia do lema em epígraÍe é óbvia, quer método inicia-sê com uma análisê do aqui. AprendeÍ a alterar pontos de
pelo lugar destacado que ele ocupa ambiente alicerçada em observa- vista, a ser tolerante e a desenvolvor
nos novos planos curriculares, quer çóes e pesquisas, regressando-se, melhor as relaçÕes sociais, sáo algu-
pela sua acuidade no quotidiano indi- ulteriormente. a Íonìes documentais mas das Íinalidades da Educaçáo
vidual e colectivo do nosso temoo. e humanas dê origem distinta (publi- Ambientâl que podem'perseguir-se'
I MÊTODOS EDUCATIVO. E caçó€s, pessoas de reconhecida com esta técnica. É indispensável,
suÁslPucaQóEs competência, etc.). também, lêver à casa dos alunos a
Independentemente do tema es- Por vezes, há necessidade de necessidade para a organização de
colhido, a Educaçáo Ambiental re- desenvolver alguma actividade que discussÕes e diálogos, capazes de
quer o uso dos chamados métodos possa ser'transplantada' paía luga- prolongar e cimentar aquelas Íinali-
activos, em oposiçáo ao sistema res diÍerentes daqueles que os in- dades, como medidas da sua
clássico da "€xposição-leitura' e ao divíduos úvem dia-a-dia. Nestê eÍicácia real.
conhecimento baseado, exclusiva- caso, as experências sistemáticas 3. Análisê de valores
mente, naquilo que o proÍessor diz. têm-se mostrado muito úteis. Contu- Equâcionando problemas am-
Os métodos utilizados em Educaçáo do, essas experiências devem apli- bientais. orocurando as suas cau-
Ambiental Íundamentiam-se em tro- car-se, subsequentemente, na vida sas, a busca de soluçóes e a escolha
cas constiantes entre 0 grupo consti- prática, posto que, uma das suas de alternativas, eis alguns passos
tuído pelos proÍessores e alunos, no grandes finalidades é criar uma moti- que impelem as pessoas a recoírer a
desenvolvimento da àutonomia do vação real para a acção, no ambiente juízos de valor (bom-mau, belo-
aluno, na Íormulação de objectivos normal dos alunos. Em qualquer Íeio...) que nâo s€ podem subesti-
de modo claro € ajustado a contex- caso, a inlLôryretaçáo dos dados aiu- maÍ. Pelo contrário, é impeÍioso todo
tos/situaçóes/turma/indivíduo e, aìn- da a estabelecer os elementos oue o esÍorço conducente à identiÍicaçáo
da, na avaliação constante, durante estáo na origem do tÍabalho, na ope- dos valores a que cada um se reÍere,
e no final de um projecto especíÍico raçáo de pÍocessos e estÍuturas ob- permanentemente, algumas vezes
ou de uma activkJade. Estes méto- servadas ou, simplesmente, as inter- de modo não explicito. Seria bas-
dos abrangem diversos tipos clt-o acções existentes entre estes ele- tiante in@rrecto ignorar o conflito de
abordegens que, s€guidamente, se mentos. Além dos asoectos doscriti- opinióes e, consequentement€, as
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escolhas de diferentes valores; es- Uma
tas opçÕes devem inserir-se num oficina
clima tolerante e atencioso. Esta de tra-
peÍspectivaé essencial para qual- balho ex-
quer tipo de Educaçáo Ambiental perimen-
real porque reflecte, claramente, o tal é mui-
que acontece na vida sócio-política io valio-
responsável. Quer dizer, se, a Edu-
caçáo Ambiental existe para ser um pÍe que
vector acutiiante numa verciadeìra hâ ne-
educação cívica. entáo, a análise de cessi-
valores integrá-la-á de um modo pre- dade de
ponderante. cnar oo-
4. Jogos e simulaçÕes .jectos,
Embora os jogos e as simulaçÕes pelo me-
envolvam sìtuaçóes'artificiais", Íaci- nos, com
litam as abordagens referidas ante- uma Íunçáo demonstrativa. lsto dos objectos, lugares, aparelhos
riormente. Mesmo sem recorrer, sis- ocorre, por exemplo, quando tenta- construídos e ambientes naturais.
tematicamente, aos jogos e simula- mos comunicar com alguém (outras Algumas vezes, a acção opera-
çÕes, podemos utilizá-los, muitas classes, país ou comunidade) aÍa- cional confina-se a estudos sócio-
vezes, com inúmeras vantagens. vés de jornais, cartazes ou painéis, económicos. técnicos. etc. ou à
A técnica do 'jogo de papéis" (role- ÍotogÍafias, Íilmes, projecções de combinação destes vários aspectos.
olaying) baseia-se, tradicional- transparências, etc. Todavia, este Neste caso oode Íalar-se em investi-
mente, nos pedidos Íeitos aos partici- tipo de comunicação com o mundo gaçáo-acção
pantes para retratarem certas perso- exterior e a relativa simplicidade dos 7
nalidades bem definidas (figuras meios utilizados não evocam, neces- A abordagem global da Educação
políticas ou públicas, consumidores sariamente, o nome de oÍicina de Ambiental abrange uma continui-
com determinado status social. etc.), trabalho. Esta envolve a construção dade educacional que progride a
no contexto de um problema particu- de modelos trabalhados ou, melhor partir do início da actividade, da apre-
lar, numa situaçáo real bem deÍinida ainda, protótipos de tamanho normal sentação ou da demonstÍação dos
e clariÍicada em termos de valores. O planeados e construídos para usos motivos, da formulaçáo preliminar de
acomoanhamento das discussÕes coíespondentes ao real. O objecto objectivos... até a uma curta avalia-
acerca das causas de um dado pro- construído já é, então, um elêmento ção a médio prazo, envolvendo, em
blema ambiental e a escolha de solu- da solução do problema. todos os c€ìsos, veÍificações cons-
çÕes, são meios excelentes para 6. A acçáo dirigida à solução do tantes das acçÕes de cada Íase em
clarificar valores, possibilitando, por DÍOOtema combinação com os objectivos e a
vezes, a oportunidade de identificar Outra finalidade Íulcral da Educa- avaliação.
as actividades de campo mais apro- ção Ambiental é projectar/implemen- Esta continuidade educacional
priadas. tar acçÕes concretas no âmbito dos admite possíveis mudanças de di-
Considera-se a simulaçáo ade- estudos ambientais. Além disso, a Íecção consequentemente, nas
quada para as descíiçÕes das inter- implementaçáo destes projectos é, adaptaçÕes baseadas no incremento
acçÕes de elementos e, em certos em si mesma, uma maneira de se da melhor compreensão dos proble-
casos, paÍa uma quantificação chegar a uma avaliação da própria mas e na matuÍação do grupo de
aproximada de efeitos interrelacio- acção, à eficácia dos métodos de proÍessores-alunos. Por outro lado,
nados. Nesta base, seria possível análise usados, às aplicaçÕes mantém-se um mínimo organizacio-
construií modelos muito simples (ou práticas do conhecimento e às 'di- nal para impedir a quebra de motiva-
mais elaborados) apoiados em mensões" (skills), entÍetanto, adqui- ção e para asseguÍaÍ o rendimento,
prìncípios mais ou menos com- ridas. Em geíal, costuma sustentaÊ ern resultados concretos, como grati-
plexos. Contudo, é preciso ter cuida- se que os registos escritos são, per ficaçáo dos participantes e interve-
do em náo tornar os Íesultados de um st uma espécie de base educacional nrentes no processo.
jogo "artificial" em "imagens do Íutu- e uma acçáo operacional. Porém, (Continua)
ro". Por isso, os Íesultados devem náo há acção eÍicaz enquanto náo
ser submetidos a uma análise críÌica existir um projecto a não ser que o ' Mestrando em Metodologia do
rigorosa. projecto tenha a implementação con- Ensino das Ciências no Dep. Educ.
5. Oficinas de trabalho exoerimen- veniente Dara oroduzir uma ordem Faculdade de Ciências - Universi-
g tangível - estrutuÍada e recupeÍável - dade de Lisboa
ADOPTA ESTES HÁB|TOS QUOTIDIANOS
PARA NÃO DANIFICARES O MEIO AMBIENTE
Em cada uma há três indicaçõês concrêtas
Aprêsentam-se aqui as onze am€aças mais importanles para o rneio ambi€nt6'
o"táoXïïï;r" quarto ou na sala de jantar' Assim
randamentos bem visÍveis paratie para as tuasvisitas, na portad€ casa, no
t€ lembraráo diariaÍÍì€nle dos teus deveres.
uma consciôncia sobre o Íì€io ambi€nte e sobre
Quhá com eles sê dêsenrolará Uma espócie de bola ds neve em Íavorde
a qualiâade de vida. Há que dês€ncadsar uma avalanchê d€ êsp€rança'
. NÃO OUERO CONTAMINAR O AR, - Renunciarei aos produtos quÍmicos conlra as ervas
ENDEREÇOS:
CORRESPON DÊNCIA: APARTADO 29
95OO PONTA DELGADA
SEDE: Av.da Paz, 14 (EdiÍício da Junta de Freguesia)
Pico da Pedra
9600 RIBEIRA GRANDE
CONTACTOS TELEFONICOS: 91774 (Teófilo Braga)
31820 (George Hayes)
27 245 (Gualler Cordeiro)
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guns roleiros turísticos, a Câmara Municipal
de Angra do Heroismo resolveu encerra_las,
apesar dos proteslos dos Grupos -Lula
Ecológica" e "Os Montanheiros" paÍa que
nouvesse uma solução alternativa, aprovei-
lando as nascentes e mantendo as mesmas
abertas.
A Caldeira Guilherme Monrz e zonas orcun_
dantes onde incêndios de grandes proporçÕes
destruiÍam importante parte da sua vegeta_
ção.
Mais recenlemenle surgiram novos "Des_
cobridores" que começam a plantar eucaliptos
a seu belo prazer. Mais uma vez,Os Montan_
heiros" alerlaÍam para esla nova ,,praga" c!n-
3",W
W linuando os eucaliptos em crescimento alé
que um dia, talvez tarde demais, o problema
surgirá com a proporção devida.
Há poucas semanas foi cometido um novo
atentado @ntra o nosso património espe_
leológico, qual íoi o nosso grande espanlo ao
termos deparado @m um gÍande',buraco" no
local onde deverÍamos enconlrar a Furna de
Sanla Maria (na zona do Cabrito), ou seja, sem
conhecimenlo da Secretaria do Turismo e
Ambiente e dos próprios Monlanheiros. A
Câmara de Angra do HeroÍsmo violou e des-
truiu completamente mais uma cavidade vul_
cânica na llha Terceira.
Mais uma vez alerlam-se as pessoas res-
A llha ïerceira é como se sabe uma das mais rÍcas oos ponsáveis para que de futuro não aconteçam
Açores em cavidades vulcânicas.
mais desaires em que a Natureza é a prÍncipal
Como exemplo disso é o Algar do Carvão, chaminé vulcâni-
vÍtima podendo muitas vezes seÍ evilados
ca de grande interesse geológico, hoje consideÍada Reserva
estes verdadeiros atentados ao nosso pa_
Natural Geológica. Várias vezes foi alvo de vários vandalismos,
trimónio Nalural.
após o arrombamenlo da porla de acesso aquela chaminé,
sa- Corvém ainda alertar a quem de direito para
lientando-se o "assalto,,a várias concre@es de Silica (SlO2)
que as Reservas Naturais dos Açores e por-
por norte americanos estacionados na Base das Lajes.
No que não até as próprias llhas, possam teÍ uma
exlerior, dos cones que suportam esta chaminé foi Íeita exrra_
protecção adequada para que em 1 992 com a
cção indevida de bagacina e só após anos de insislência
da So- entrada de Portugal na CEE não apaÍeça al_
ciedade de Exploração Espeleotógica.Os Montanheiros,,, junto
gum estrangeiro malu@ e @mece a compÍar
das entidades locais, responsáveis pelo Meio Ambiente, se pÕs
as nossas llhas aos poucos lÍansÍormando-as
lermo à exlracção desta (esperamos), com aconstruçãooe
um mais larde de paraÍsos em lixeiras turÍsticas.
muro de prolecçáo ao caminho de acesso a esla mesma
exlra- ... Enquanto uns lulam pela protecção do
cção.
meio Ambienle outros vão destÍuÍndo o Am_
As Furnas do Cabrilo e da Água depois de eslarem dezenas
biente do Meio...
de anos aberlas ao TuÍismo, vindo ainda hoje mencionac,as nal_
OS MONTANHEIROS
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