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PORQUE UMA NORMA TÉCNICA ESPECÍFICA PARA ATERRO

SANITÁRIO DE PEQUENO PORTE ?

Urbanista Tarcísio de Paula Pinto


Coordenador da CE 02:144.38 da ABNT

É notória a dificuldade dos municípios brasileiros para a destinação adequada


dos seus resíduos sólidos.
Pelos dados da última PNSB – Pesquisa Nacional de Saneamento Básico
(2000), 64% deles conviviam com lixões e este quadro é muito mais grave nos
municípios de menor porte, que são 83% do total.
Certamente que a primeira dificuldade que se coloca é na gestão e, para isso,
a entrada em vigor das recentes Lei de Saneamento Básico (Lei 11.445/2007)
e Lei de Consórcios Públicos (Lei 11.107/2005) contribuirão, e muito, para a
melhora do quadro nacional.
No entanto, a mesma evolução não tem acontecido no quadro normativo. A
norma técnica que temos hoje (NBR 13.896/1997) é a referência única para
São Paulo, 4ª maior cidade do mundo, e para Borá, com 800 habitantes, o me-
nor município brasileiro ! É como se a miniaturização da solução complexa para
São Paulo fosse válida para qualquer pequeno município ! A impossibilidade de
um único instrumento normativo contemplar realidades tão distintas foi, de cer-
ta forma, compensada nesta norma pela introdução de notas flexibilizadoras
(itens 4.1.2 e 5.2.3) que, sendo genéricas, raramente são utilizadas no projeto
e licenciamento de empreendimentos.
O Projeto de Norma para Aterro Sanitário de Pequeno Porte que está em Con-
sulta Nacional pela ABNT é um avanço claro neste quadro:
¾ porque é especifico para a realidade dos municípios de pequeno porte;
¾ porque aborda, sem generalidades, com todas as letras, as possibilida-
des de destinação segura dos resíduos que para eles podem ser consi-
deradas.
Aprovar esta nova Norma Brasileira é a oportunidade para que os instrumentos
normativos sejam tão avançados quanto a nova legislação. É mais uma opor-
tunidade para os pequenos municípios superarem o quadro de lixões, substitu-
indo-os por soluções seguras, eficientes e de baixo custo.
As soluções e os números apresentados no Projeto de Norma refletem o traba-
lho de vários anos de pesquisadores e técnicos de campo. São um resgate do
exercício inteligente da engenharia, do uso consciente dos conceitos técnicos,
da consideração adequada das condições físicas locais.
Aprovar o projeto respaldará um avanço já feito pelo CONAMA – Conselho Na-
cional do Meio Ambiente, que na sua Resolução 404/2008 introduziu a figura
dos aterros sanitários de pequeno porte e simplificou o seu licenciamento. A-
provar o projeto significará permitir que avance com velocidade o número de
municípios que se livraram dos lixões.

São Paulo, novembro de 2009.


COMENTÁRIOS DE ESPECIALISTAS, GESTORES E INSTITUIÇÕES

1) As regiões metropolitanas e as grandes cidades brasileiras têm equacionado


mais favoravelmente a disposição final dos RSU que as cidades de pequeno
porte. Invariavelmente os custos construtivos e operacionais per capita dos a-
terros de pequeno porte são superiores aos dos aterros convencionais. Por
outro lado, as prefeituras das pequenas cidades não dispõem da mesma capa-
cidade técnica e financeira que as de maior porte. Já há algum tempo, o CO-
NAMA e os órgãos ambientais estaduais licenciam de modo diferenciado os
aterros de pequeno porte. Paradoxalmente, a engenharia nacional ainda usa os
mesmos paradigmas dos aterros convencionais para o projeto, construção, o-
peração e monitoramento que os aterros de grande porte, inviabilizando uma
solução que atenda as limitações dos pequenos municípios.
A nova norma, ora em consulta pública, ousou encarar esse desafio trazendo
soluções que não só viabilizarão a implantação desses aterros, como, em face
da menor complexidade em quantidade e qualidade dos resíduos neles descar-
tados, poderão recuperar o atraso existente e proporcionar a esses aterros
uma condição ainda superior de atendimento aos quesitos sanitários e ambien-
tais que os aterros convencionais.

José Maurício Fiúza


Prof. do Departamento de Engenharia Ambiental
Escola Politécnica
Universidade Federal da Bahia

2) O projeto de norma em questão, recomenda de modo claro diretrizes técni-


cas e parâmetros para dimensionamento baseados no conhecimento técnico
científico existente atualmente, visando assegurar a proteção necessária ao
meio ambiente e à saúde pública. Ressalta-se que os conhecimentos técnicos
científicos aplicados foram empregados a luz da experiência técnica e conhe-
cimento da realidade de municípios de pequeno porte disponibilizando para
técnicos projetistas orientações úteis que favorecerão o emprego desta técnica
com maior segurança. Assim, considero que a aprovação desta norma contri-
buirá significativamente para a reversão do quadro atual de destinação final
inadequada em lixões em pequenos municípios.

Viviana Maria Zanta


Profa. Dra. do Departamento de Engenharia Ambiental
Escola Politécnica - Universidade Federal da Bahia

3) Os Ministérios do Meio Ambiente, das Cidades e a FUNASA vem desenvol-


vendo há anos esforços para a melhoria das condições de gestão dos resíduos
sólidos.
É de suma importância o avanço nos arranjos institucionais para a gestão,
principalmente com a constituição de Consórcios Públicos, mas é também ex-
tremamente importante a oferta de soluções técnicas adequadas.
O Projeto de Norma de Aterros Sanitários de Pequeno Porte ora em consulta
nacional é um avanço importante para os pequenos municípios e comunidades
superarem o indesejável quadro de presença dos lixões que atinge 60% dos
municípios brasileiros.

Silvano Silvério da Costa


Diretor do Departamento de Ambiente Urbano
Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano
Ministério do Meio Ambiente

4) .Julgo que a aprovação deste projeto signifique o avanço da NBR 13.896/97.


É bom lembrar que seu conteúdo, com mais de 10 anos, já sinalizava favora-
velmente à adoção das nuances agora contempladas pelo presente projeto de
Norma. Se não, resgatemos sumariamente o conteúdo das notas do item 4.2.1
ou do 5.2. Lá percebe-se a possibilidade de “dispensa da construção de obras
...” e a possibilidade de “aceitação de áreas com subsolo superior a 5 x 10-
5
cm/s ...”, dependendo dos resíduos, das características locais, da hidrogeolo-
gia, da espessura das camadas entre o aterro e o aqüífero, etc; e até mesmo,
da “capacidade de atenuação do solo”, tudo isto, enfim, traduzindo uma clara
demonstração de sabedoria e responsabilidade daqueles legisladores. Por is-
so, creio que aquela [NBR 13.896] cumpriu e continuará cumprindo seu papel
imprescindível no que diz respeito a todos os empreendimentos que não se
enquadrem nas condições explícitas no projeto em questão. Entendo que ago-
ra, para se avançar na eliminação dos inúmeros lixões do País, não resta alter-
nativa senão a de ousarmos adotar os recursos que o próprio meio ambiente
nos oferece, sem, contudo, abrir mão de sua proteção. Este, creio ser o grande
mérito deste projeto de Norma, tão amplamente discutido e esperado.

José Alberto da Mata Mendes


Engº Sanitarista
BH, nov/09

5) A Resolução CONAMA 404/2008 representa um aprimoramento do marco


legal da administração ambiental nos municípios de pequeno porte. Entretanto,
a Resolução carece de um complemento normativo que forneça aos técnicos,
projetistas, operadores e licenciadores as diretrizes e parâmetros para a efetiva
implantação de instalações que atendam ao espírito do texto legal. Esta carên-
cia poderá ser suprida agora pela aprovação do Projeto de Norma para Aterros
Sanitários de Pequeno Porte, o que assegurará não somente uma base única
para discussão entre os técnicos, mas também um instrumento efetivo para a
proteção do meio ambiente.

Paulo Ricardo Rocha Farias


ULBRA Manaus
6) A EMLUR – Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana, responsável
pelo gerenciamento dos residuos sólidos urbanos na capital paraibana, por
considerar de suma importância a Resolução CONAMA 404/2008 APOIA
veementemente o PROJETO DE NORMA DE ATERROS SANITÁRIOS DE
PEQUENO PORTE, considerando que 80% dos municípios brasileiros tem
população até 30.000 habitantes. A nossa indicação se respalda pelo amplo
debate e discussões que ocorreram nas mais diversas regiões do Brasil,
procurando retratar as mais variadas especificidades locais e regionais.
Ressaltamos ainda a importância deste tema de extrema relevância para a
melhoria da gestão integrada da destinação final de residuos sólidos em nosso
País.

Orlando Soares de Oliveira Filho


Diretor de Operações /EMLUR – João Pessoa

7) Este Projeto de Norma estabelece as condições para uma simplificação das


instalações de aterros sanitários de pequeno porte com uma enorme preocu-
pação: a da proteção dos corpos aquáticos superficiais e subterrâneos no local
de implantação bem como das condições de trabalho dos operadores destas
instalações, motivo pelo qual faz com que a ABES – Seção Paraíba promova o
APOIO a este projeto de Norma. Esta indicação se efetiva pelo seu amplo pro-
cesso de discussões e debates realizados em diversas regiões do Brasil, con-
solidando e considerando suas diferenças regionais o que certamente trará
enormes ganhos ambientais e a melhoria de qualidade de vida da população
paraibana.

Claudia Coutinho Nóbrega


Presidente - ABES – SEÇÃO PARAÍBA

8) Esta Norma propõe condições para simplificar instalações de aterros sanitá-


rios de pequeno porte considerando a da proteção dos corpos hídricos (super-
ficiais e subterrâneos) no local de implantação bem como as condições de tra-
balho dos operadores destas instalações, motivo pelo qual faz com que o Gru-
po de Saneamento Ambiental da Universidade Federal da Paraíba, apóie este
projeto de Norma. Esta indicação se efetiva pelo seu amplo processo de dis-
cussões e debates realizados em diversas regiões do Brasil, consolidando e
considerando suas diferenças regionais o que certamente trará enormes ga-
nhos ambientais e a melhoria de qualidade de vida da população brasileira.

Claudia Coutinho Nóbrega


Professora/doutora da Universidade Federal da Paraíba-UFPB
Coordenadora do Grupo de Saneamento Ambiental da UFPB

9) É necessário transformar a triste realidade da disposição final inadequada de


resíduos sólidos urbanos no Brasil. Ainda hoje, cerca da metade dos resíduos
são dispostos sem nenhum critério técnico e cuidado com a proteção ambiental
e a saúde pública. As soluções a serem propostas devem, obrigatoriamente,
atender às premissas da sustentabilidade, quais sejam: devem ser ambiental-
mente efetivas, socialmente aceitáveis e economicamente viáveis. E num país
de dimensões continentais como o nosso, estas soluções devem estar plena-
mente adequadas às condições e especificidades locais. Neste sentido, enten-
demos que o Projeto de Norma 02:144.38-001 - Aterro Sanitário de Pequeno
Porte que está em consulta pública na ABNT, vem qualificar as soluções do
município menores; dando maior segurança aos órgãos ambientais para a a-
provação de projetos mais simplificados, sem esquecer a proteção ambiental, e
considerando as condições locais do terreno, do clima e do menor potencial de
impactos dos destes pequenos aterros. Muitas vezes e melhor solução é a so-
lução possível.

Geraldo Antônio Reichert


Engenheiro do DMLU – Porto Alegre
Professor da UCS
Diretor da ABES-RS

10) No Estado da Paraíba, com 223 Municípios nas 8 regiões de desenvolvi-


mento, 79% destes tem população abaixo de 20.000 Habitantes. É da política
Estadual que nestes municípios, ou associações de municípios, sempre que as
condições físicas o permitam, sejam implantados sistemas de disposição final
simplificados e baseados em consórcios públicos, em razão das pequenas
quantidades e das características dos resíduos gerados diariamente, sem pre-
juízo do controle de impactos ambientais e sanitários. A presente norma que
contém prescrições para a localização, projeto, operação e encerramento de
sistemas de disposição final simplificados, define os condicionantes físicos lo-
cais que permitem sua adoção, portanto, de grande relevância para o Brasil.
Assim sendo, Comunicamos a este Comitê , que a SEMARH – Secretaria do
Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Ciência e Tecnologia do Estado da
Paraíba, que tem como principal objetivo contribuir com a melhoria da qualida-
de de vida do Povo Paraibano vem promover o APOIO ao Projeto de Norma Nº
02:144.38-00, que trata dos aterros sanitários de pequeno porte, com critérios
para localização, implantação, operação e encerramento.

Eloizio Henrique Henriques Dantas


Secretario Executivo da SECTMA - PB

11) Este Projeto de Norma estabelece as condições para uma simplificação


das instalações de aterros sanitários de pequeno porte e apresenta-se como
uma extrema relevância para os mais de 4.500 Municípios do Brasil que tem
população abaixo de 20.000 hab, significando 80% do número de Municípios.
Isto por si só mais que justificaria a sua aprovação. O que também se vê no
atual cenário, são sérios problemas de gestão e baixa capacidade financeira,
indicando soluções urgentes.
A sua simplificação aliada com o rigor técnico e a segurança ambiental neces-
sária na sua análise e implantação certamente irá mudar este cenário, trazen-
do com isto uma nova realidade na situação da destinação final de resíduos
sólidos urbanos do Brasil.
Em face disto, promovo o APOIO a este Projeto de Norma importante e neces-
sário ao atual momento Brasileiro e a oportunidade de avanço neste instrumen-
to normativo. Esta indicação se efetiva pelo seu amplo processo de discussões
e debates realizados nas mais diversas regiões do Brasil, consolidando e con-
siderando suas diferenças regionais e locais o que certamente trará enormes
ganhos ambientais e a melhoria de qualidade de vida desta faixa de popula-
ção, que urge por estas melhorias.

José Dantas de Lima


Consultor Técnico Ambiental
CREA 1603286063

12) O Brasil exige soluções tecnológicas de diferentes níveis de complexidade


para os resíduos sólidos. É preciso respeitar as diferenças entre grandes e ri-
cas regiões metropolitanas, pequenos municípios, comunidades isoladas e ou-
tras tantas particularidades de um país continental, com grande concentração
de renda e disparidades regionais.
No entender da Câmara Temática de Resíduos Sólidos da ABES o Brasil de-
manda soluções tecnológicas que podem variar das mais sofisticadas às mais
simplificadas. Por este motivo, apoiamos o projeto de norma para aterros sani-
tários de pequeno porte.
Não há desculpas para conviver com lixões, tampouco para restringir o geren-
ciamento de resíduos à preocupação com sua disposição final. Mais que obri-
gar pequenos municípios a implantar e operar aterros sanitários complexos,
devemos nos esforçar em garantir que as parcelas orgânicas e recicláveis da
massa de resíduos sejam segregadas na origem e aproveitadas e que cida-
dãos e sociedade assumam sua responsabilidade com a minimização da gera-
ção e a redução da nocividade dos resíduos.

Jussara Kalil Pires


Coordenadora da Câmara Temática
de Resíduos Sólidos da ABES

13) No Brasil temos quase 6.000 municípios e encontrar soluções tecnológicas


para este universo tão diferente é um desafio em todas as áreas da administra-
ção pública e, em especial no tocante aos resíduos sólidos.
Defendemos que é preciso respeitar as diferenças entre grandes e pequenos
municípios e regiões metropolitanas, bem como comunidades isoladas e ou-
tras tantas desigualdades regionais.
Neste sentido, o Projeto de Norma 02:144.38-001 - Aterro Sanitário de Peque-
no Porte que está em consulta pública na ABNT, vem buscar e qualificar as
soluções para os município, menores e grandes, de forma a termos segurança
jurídica, ambiental, e administrativa, tanto aos órgãos que licenciam e os que
executam tais obras de engenharia. Projetos mais simplificados, sem esquecer
a proteção ambiental, e considerando as peculiaridades locais de cada municí-
pio gerarão soluções melhores, e, acima de tudo, possíveis considerando as
condições econômicas e técnicas dos envolvidos.
Face ao acima dito apromovo e apoio a este Projeto de Norma importante e
necessário ao atual momento e oportunidade de avançarmos com este instru-
mento normativo para que com o mesmo superaremos o indesejável quadro de
presença dos lixões que ainda persiste em muitos municípios brasileiros.
Valtemir Bruno Goldmeier
Vice-Presidente da ANAMMA
Coordenador de Meio Ambiente da FAMURS-RS
Consultor da CNM- Confederação Nacional do Municípios
Responsável técnico pelo Aterro Sanitário do Município de N. Hamburgo / RS

14) A demanda por um processo simplificado, e menos custoso, de licencia-


mento ambiental para aterros sanitários de pequeno porte, ou seja, aterros pa-
ra destinação final de até 20 toneladas/dia de resíduos sólidos urbanos surgiu
pelo fato de que a grande maioria dos municípios brasileiros operavam aterros
e lixões que não atendiam adequadamente as exigências ambientais.
O objetivo de se prever a dispensa do EIA/RIMA, para aterros de pequeno por-
te, é permitir que esta grande massa de municípios tenha condições, em curto
espaço de tempo, de adequar seus “lixões” para aterros controlados, ou encer-
rar os lixões e operar um aterro controlado em outro local adequado.
Os reflexos esperados para a saúde pública são positivos, pois com a REGU-
LARIZAÇÃO da destinação final de resíduos sólidos urbanos nos pequenos
municípios, as condições de insalubridade nos lixões existentes deverão ser
revertidas.
Além disso, a resolução ainda permite, de acordo com o parágrafo único do
artigo 2º, que o órgão ambiental competente, identificando significativo potenci-
al de degradação ambiental, exija EIA/RIMA.

Daniela Buosi Rohlfs


Coordenadora Geral de Vigilância em Saúde Ambiental
Diretora Substituta
Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador
Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde

15) Cerca de 80% dos municípios brasileiros dispõem seus resíduos sólidos a
céu aberto, sem qualquer controle sanitário ou ambiental. Entre esses municí-
pios, a maioria são os de pequeno porte. Por isso a ASSEMAE considera opor-
tuna a proposta de minuta para Norma da ABNT que estabelece novos proce-
dimentos para a disposição final de resíduos sólidos para municípios com po-
pulação igual ou inferior a 20 mil habitantes. É necessário entender o caráter
essencialmente diferente da natureza e a extensão do impacto causado por
grandes e pequenos geradores.
A nova norma contribuirá para o avanço das condições de salubridade dos pe-
quenos municípios brasileiros, hoje muitas vezes imobilizados pelas rígidas
regras que engessam os procedimentos, nivelando-os aos dos exigidos das
grandes metrópoles.
Juntamente com essa norma, a ASSEMAE recomenda que os governos esta-
duais e federal, atuem pelo estabelecimento de uma política para a gestão dos
resíduos sólidos, promovendo o desenvolvimento institucional e linhas perenes
de financiamento para as administrações municipais.

Arnaldo Luiz Dutra;


Engenheiro , Diretor Geral do DMLU- PORTO ALEGRE 2003/2004
Presidente Nacional da ASSEMAE – Associação Nacional dos Serviços Muni-
cipais de Saneamento

16) Tive a honra de participar do grupo de trabalho que discutiu e contribuiu


para uma inovação institucional já reclamada, há tempos, pelos profissionais
atuantes em gestão de resíduos sólidos urbanos, de uma norma técnica simpli-
ficada para disposição final de lixo doméstico. Durante meses especialistas dos
mais diversos estados brasileiros opinaram, restringiram, viram perigos ou de-
fenderam enfaticamente o meio ambiente, mas, sobretudo, produziram debates
convergentes para um ponto fundamental da proposta de simplificação: o bom
senso.
Um pouco mais ousado, embora irrepreensivelmente responsável, discordei em
muitos aspectos ditos conservadores que foram mantidos, mas, o que foi apro-
vado consensualmente respeitou as mais diversas correntes representativas de
órgãos ambientais, consultores e representantes de entidades de classes.
Por isso, mesmo acreditando que os avanços poderiam ser maiores, pensando
na pobreza, financeira e técnica, da esmagadora maioria dos municípios brasi-
leiros, entendo que esta norma é uma proposta avançada, que remove algu-
mas algemas que colocavam a questão do lixo perante a dicotomia do tudo ou
nada. Pretendendo ser maduro e experiente, afirmo que entre zero e cem por
cento existem alternativas consideráveis. Esta proposta de norma busca exa-
tamente esta realidade.

Cornélio Zampier
Geólogo
Minas Gerais

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