Professional Documents
Culture Documents
A realização do Workshop, na escola, surge assim como uma metodologia possível, para a
abordagem, necessária e urgente, da temática do Modelo de Auto- Avaliação da Biblioteca Escolar.
No entanto, é necessário algumas cautelas que permitam optimizar os resultados:
- Deixar claro, informando/convencendo, que o tema não diz respeito só à equipa da biblioteca mas
sim à direcção e a todos os professores da escola. Posso até sugerir que o tema do workshop fosse:
Como preparar a escola para os desafios do futuro? Uma resposta convincente: O Modelo de
Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar.
- A realização do workshop requer preparação e mais preparação e mais….. Os objectivos são
ambiciosos e, quando se faz mal, os resultados podem ser desastrosos, leva-se muito tempo, e
consomem-se muitas energias, na sua reparação (Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão, diz
a sabedoria popular);
- A preparação , em diferentes reuniões, requer a articulação e intervenção da coordenadora
concelhia como apoio ao professor bibliotecário e à equipa da biblioteca e, requer a acção conjunta
da equipa da biblioteca (acção e pensamento comuns) como motores dinamizadores do Workshop.
É, por isso, necessário preparar previamente a equipa antes de avançar com a realização do
workshop.
A abordagem desta temática, na escola, constitui uma oportunidade que deve ser aproveitada desde
que, como referido, se tenham as necessárias cautelas A metodologia de abordagem, o workshop, é
uma metodologia que permite gerar pensamento e conhecimento comum: para cada participante é
importante porque intervém no debate, de acordo com o seu conhecimento e experiência, e pode
potenciar a sua intervenção na mudança.
1
Workshop
1 – Planear
Nesta fase são definidos:
os objectivos;
as finalidades;
o público-alvo;
os documentos e textos de apoio ao workshop: portfólio digital, que deveria incluir
obrigatoriamente os documentos: A Escola no Século XXI, o Modelo de Auto-Avaliação da
Biblioteca Escolar , disponibilizados na página da RBE.
o programa do workshop;
as perguntas para orientar a discussão nas sessões propostas;
os materiais a utilizar durante o workshop: powerpoint que fornece informação de base assim como
as perguntas que vão ser colocadas à discussão. O powerpoint de base deve sintetizar as temáticas
abordadas nesta sessão: A Pertinência..; O Modelo..; Organização… ; Integração/Aplicação…;
Gestão…;
os meios digitais de suporte ao workshop: página da escola/ página da biblioteca/ blog
os meios a utilizar na divulgação do workshop;
plano de organização interna da equipa: métodos de actuação, divisão de tarefas/responsabilidades,
calendarização.
2
3 – Implementar
O programa deve incluir várias sessões de acordo com os objectivos que se pretendem atingir:
Sessão 2 – Colocação de questões que interliguem o modelo com a sua implementação ao nível da
escola. Algumas das questões a que se devem procurar dar respostas : Para quê?, Por quê?, Quem?,
Como implementar o modelo?
A metodologia adoptada nesta sessão deve ser a discussão em pequenos grupos, agrupados por tipo
de questão, com o objectivo de reflectir e tirar conclusões que serão, posteriormente, comunicadas
ao grande grupo.
4 – Conclusões Finais
Elaborar um relatório final de síntese do trabalho produzido. Disponibilizar o relatório on-line,
possivelmente num blog, e possibilitar posteriores comentários/sugestões.
Temáticas a abordar:
A avaliação tem que ser uma prática de qualquer organização. Sem avaliação não é possível aferir
se os caminhos e as acções implementadas permitem atingir os objectivos definidos. A avaliação é
parte integrante da própria gestão da organização.
Se é inquestionável a existência de avaliação, a existência de um modelo de avaliação para as
bibliotecas escolares permite:
3
Conhecer o impacto que as actividades realizadas pela e com a biblioteca têm no processo de
aprendizagem dos alunos;
Conhecer o grau de eficiência dos serviços prestados;
Conhecer o grau de satisfação dos utilizadores;
Determinar se a missão e os objectivos da biblioteca estão a ser alcançados;
Permite identificar práticas que têm sucesso, e que devem continuar a ser implementadas,
Permite identificar os pontos fracos e os processos de correcção
A avaliação permite validar o que biblioteca faz, como o faz, qual a situação em que se encontra e
para onde quer ir mas, principalmente, as mais - valias que acrescenta na escola.
Além do impacto que o modelo de auto-avaliação provoca ao nível interno da escola, é, ao ser
comum ao universo de todas as escolas, um instrumento facilitador da tomada de decisões da RBE.
Ross Todd (2008), no mesmo documento, identifica três dimensões na abordagem holística para a
prática baseada em evidências: evidências para a prática; evidências na prática; evidências da
prática. Estas dimensões interagem entre si, formando um processo dinâmico, contínuo e integrador
que “informa a prática, gera novas práticas, e demonstra o impacto na prática da melhoria das
competências dos alunos”.
4
A qualidade e quantidade de evidências recolhidas devem produzir informação suficiente para
alterar as práticas, introduzindo melhorias - prática de pesquisa acção. As práticas de pesquisa-
acção estabelecem a relação entre os processos e os impactos, ou valor que originam, Streffield
Markeless (2006).
O que justifica a existência e a acção da biblioteca escolar são os resultados que produz, ou seja, o
valor que ela acrescenta às competências e valores dos utilizadores. O valor é subjectivo e está
relacionado com a percepção de benefícios actuais ou futuros, Cram (1999), em “Six Impossible
Things Before Breakfast” . O valor surge assim, interligado à missão da Biblioteca escolar:
contribuir de forma efectiva para a melhoria dos resultados da escola.
O modelo encontra-se estruturado em domínios “que representam as áreas essenciais para que a
biblioteca escolar cumpra, de forma efectiva, os pressupostos e objectivos que suportam a sua acção
no processo educativo” Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares. São quatro os
domínios em que se estruturam os vários elementos a analisar: Apoio ao Desenvolvimento
Curricular; Leitura e Literacia; Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à
Comunidade; Gestão da Biblioteca Escolar.
Cada domínio divide-se em subdomínios que o desdobram, permitindo uma análise mais fina do
domínio.
5
indicadores são zonas essenciais de intervenção em cada domínio, susceptíveis de aplicação de
instrumentos de medição.
As acções para a melhoria constituem indicações sobre o modo, possível, da biblioteca melhorar o
seu desempenho.
A avaliação da biblioteca escolar baseia-se na recolha de evidências que devem ser recolhidas de
forma sistemática e organizada, ao longo do ano lectivo e incidir sobre os diferentes níveis de
escolaridade.
6
Identificam-se, no entanto, alguns constrangimento ao nível da sua aplicação:
- inexperiência na sua aplicação;
- inexistência de uma prática de registo de evidências;
- falta de implementação de práticas de comunicação, evidence-informed ou evidence- based policy;
-falta de práticas de discussão e partilha entre os diferentes parceiros educativos;
- falta de formação do professor bibliotecário e da equipa da biblioteca;
- remodelação do espaço escolar devido a obras.
Gestão participada das mudanças que a sua aplicação impõe. Níveis de participação da escola
7
Comunicar – Deve ser um processo contínuo que valorize e comunique os resultados obtidos
evidenciando, deste modo, a finalidade do trabalho desenvolvida pela biblioteca. A comunicação
deve utilizar diferentes tipos de suporte, nomeadamente os electrónicos, e destinar-se aos diferentes
elementos da comunidade educativa: direcção, alunos, professores, encarregados de educação,
RBE, outras escolas. Não podemos esquecer de informar o Conselho Pedagógico, através de um
ponto específico na ordem de trabalhos, do trabalho desenvolvido pela biblioteca colocando ênfase
nas realizações que fizeram realmente a diferença e/ou em que a comunidade educativa, em especial
os professores, se envolveram.
.identificar o problema;
recolha de evidências;
interpretação da informação recolhida;
implementação das mudanças necessárias;
recolha de evidências acerca do impacto das mudanças.