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Considerações inerentes à opção pela tarefa1:

1 – Pôr a escola a reflectir sobre as suas práticas é uma necessidade urgente;


2 – A Biblioteca é essencial ao desenvolvimento dum ensino/aprendizagem construtivista;
3 – A Biblioteca tem que estar envolvida com os diferentes parceiros e integrada na escola: “A
política da biblioteca deve ser traçada tendo em conta orientações a que se subordina e as
necessidades da escola, e deve reflectir o seu ethos.” Directrizes da IFLA/UNESCO para
Bibliotecas Escolares (2002)

A realização do Workshop, na escola, surge assim como uma metodologia possível, para a
abordagem, necessária e urgente, da temática do Modelo de Auto- Avaliação da Biblioteca Escolar.
No entanto, é necessário algumas cautelas que permitam optimizar os resultados:
- Deixar claro, informando/convencendo, que o tema não diz respeito só à equipa da biblioteca mas
sim à direcção e a todos os professores da escola. Posso até sugerir que o tema do workshop fosse:
Como preparar a escola para os desafios do futuro? Uma resposta convincente: O Modelo de
Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar.
- A realização do workshop requer preparação e mais preparação e mais….. Os objectivos são
ambiciosos e, quando se faz mal, os resultados podem ser desastrosos, leva-se muito tempo, e
consomem-se muitas energias, na sua reparação (Quem te manda a ti, sapateiro, tocar rabecão, diz
a sabedoria popular);
- A preparação , em diferentes reuniões, requer a articulação e intervenção da coordenadora
concelhia como apoio ao professor bibliotecário e à equipa da biblioteca e, requer a acção conjunta
da equipa da biblioteca (acção e pensamento comuns) como motores dinamizadores do Workshop.
É, por isso, necessário preparar previamente a equipa antes de avançar com a realização do
workshop.

A abordagem desta temática, na escola, constitui uma oportunidade que deve ser aproveitada desde
que, como referido, se tenham as necessárias cautelas A metodologia de abordagem, o workshop, é
uma metodologia que permite gerar pensamento e conhecimento comum: para cada participante é
importante porque intervém no debate, de acordo com o seu conhecimento e experiência, e pode
potenciar a sua intervenção na mudança.

Trabalhemos para a necessária preparação e motivação do público-alvo.

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Workshop

A metodologia de workshop (que requer, um estudo mais aprofundado) estrutura-se em diferentes


fases: Planear; Trabalhar a informação de base; Implementar; Conclusões finais

1 – Planear
Nesta fase são definidos:
os objectivos;
as finalidades;
o público-alvo;
os documentos e textos de apoio ao workshop: portfólio digital, que deveria incluir
obrigatoriamente os documentos: A Escola no Século XXI, o Modelo de Auto-Avaliação da
Biblioteca Escolar , disponibilizados na página da RBE.
o programa do workshop;
as perguntas para orientar a discussão nas sessões propostas;
os materiais a utilizar durante o workshop: powerpoint que fornece informação de base assim como
as perguntas que vão ser colocadas à discussão. O powerpoint de base deve sintetizar as temáticas
abordadas nesta sessão: A Pertinência..; O Modelo..; Organização… ; Integração/Aplicação…;
Gestão…;
os meios digitais de suporte ao workshop: página da escola/ página da biblioteca/ blog
os meios a utilizar na divulgação do workshop;
plano de organização interna da equipa: métodos de actuação, divisão de tarefas/responsabilidades,
calendarização.

2 – Trabalhar a informação de base:

Ter um conhecimento profundo sobre as temáticas abordadas no workshop, as problemáticas


e os conceitos implicados em particular dos documentos constantes do portfólio digital.
Os pontos fortes para o sucesso desta fase relacionam-se com formação na temática da
avaliação de bibliotecas escolares, do professor bibliotecário e da equipa, e com leitura de
documentos e partilha de opiniões em reuniões preparatórias.

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3 – Implementar

O programa deve incluir várias sessões de acordo com os objectivos que se pretendem atingir:

Sessão 1 . Reflexão sobre as exigências da escola do futuro e o modelo de avaliação da biblioteca


escolar:
- Comunicação apresentação em power-point como suporte;
- Espaço de discussão por todos os participantes

Sessão 2 – Colocação de questões que interliguem o modelo com a sua implementação ao nível da
escola. Algumas das questões a que se devem procurar dar respostas : Para quê?, Por quê?, Quem?,
Como implementar o modelo?

A metodologia adoptada nesta sessão deve ser a discussão em pequenos grupos, agrupados por tipo
de questão, com o objectivo de reflectir e tirar conclusões que serão, posteriormente, comunicadas
ao grande grupo.

Sessão 3 – Comunicação e discussão das conclusões dos grupos de trabalho.

4 – Conclusões Finais
Elaborar um relatório final de síntese do trabalho produzido. Disponibilizar o relatório on-line,
possivelmente num blog, e possibilitar posteriores comentários/sugestões.

Temáticas a abordar:

Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as bibliotecas escolares.

A avaliação tem que ser uma prática de qualquer organização. Sem avaliação não é possível aferir
se os caminhos e as acções implementadas permitem atingir os objectivos definidos. A avaliação é
parte integrante da própria gestão da organização.
Se é inquestionável a existência de avaliação, a existência de um modelo de avaliação para as
bibliotecas escolares permite:

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Conhecer o impacto que as actividades realizadas pela e com a biblioteca têm no processo de
aprendizagem dos alunos;
Conhecer o grau de eficiência dos serviços prestados;
Conhecer o grau de satisfação dos utilizadores;
Determinar se a missão e os objectivos da biblioteca estão a ser alcançados;
Permite identificar práticas que têm sucesso, e que devem continuar a ser implementadas,
Permite identificar os pontos fracos e os processos de correcção

A avaliação permite validar o que biblioteca faz, como o faz, qual a situação em que se encontra e
para onde quer ir mas, principalmente, as mais - valias que acrescenta na escola.

Além do impacto que o modelo de auto-avaliação provoca ao nível interno da escola, é, ao ser
comum ao universo de todas as escolas, um instrumento facilitador da tomada de decisões da RBE.

Existem evidências claras do impacto das bibliotecas escolares na aprendizagem e sucesso


educativo dos alunos. Williams, Dorothy e Coles , Caroline (2001) “Impact of School Libraries
Services on Achievement and Learning”

O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria de melhoria. Conceitos implicados.

É um modelo baseado na recolha sistemática de evidências associado ao trabalho do dia-a-dia,


“Evidence-Based Practice” que disponibiliza informação suficiente e que permite aferir a diferença
que a biblioteca faz na escola. O que Ross Todd identifica como outcomes. “A diferença ou impacto
residem não nos inputs (recursos) ou processos mas na mais-valia que estes trazem à escola e à
aprendizagem Todd (2008) “The Evidence- Based Manifesto for School Librarians”.

Ross Todd (2008), no mesmo documento, identifica três dimensões na abordagem holística para a
prática baseada em evidências: evidências para a prática; evidências na prática; evidências da
prática. Estas dimensões interagem entre si, formando um processo dinâmico, contínuo e integrador
que “informa a prática, gera novas práticas, e demonstra o impacto na prática da melhoria das
competências dos alunos”.

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A qualidade e quantidade de evidências recolhidas devem produzir informação suficiente para
alterar as práticas, introduzindo melhorias - prática de pesquisa acção. As práticas de pesquisa-
acção estabelecem a relação entre os processos e os impactos, ou valor que originam, Streffield
Markeless (2006).

O que justifica a existência e a acção da biblioteca escolar são os resultados que produz, ou seja, o
valor que ela acrescenta às competências e valores dos utilizadores. O valor é subjectivo e está
relacionado com a percepção de benefícios actuais ou futuros, Cram (1999), em “Six Impossible
Things Before Breakfast” . O valor surge assim, interligado à missão da Biblioteca escolar:
contribuir de forma efectiva para a melhoria dos resultados da escola.

O modelo de auto-avaliação estrutura-se em áreas nucleares, identificadas como relevantes no


impacto positivo no ensino e na aprendizagem dos alunos.

O modelo de auto-avaliação é, em si mesmo, um instrumento pedagógico porque aponta pistas que


identificam o caminho que a biblioteca escolar, e a escola, devem tomar para a melhoria do seu
desempenho.

Organização estrutural e funcional

O modelo encontra-se estruturado em domínios “que representam as áreas essenciais para que a
biblioteca escolar cumpra, de forma efectiva, os pressupostos e objectivos que suportam a sua acção
no processo educativo” Modelo de Auto-avaliação das Bibliotecas Escolares. São quatro os
domínios em que se estruturam os vários elementos a analisar: Apoio ao Desenvolvimento
Curricular; Leitura e Literacia; Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à
Comunidade; Gestão da Biblioteca Escolar.

Cada domínio divide-se em subdomínios que o desdobram, permitindo uma análise mais fina do
domínio.

Estrutura-se, o modelo de auto-avaliação, em quadros, por subdomínio, que incluem um conjunto


de indicadores, os factores críticos de sucesso, as evidências e as acções para a melhoria. Os

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indicadores são zonas essenciais de intervenção em cada domínio, susceptíveis de aplicação de
instrumentos de medição.

Os factores críticos de sucesso operacionalizam os indicadores e constituem um guia para a recolha


de evidencias que irão suportar a avaliação.

As acções para a melhoria constituem indicações sobre o modo, possível, da biblioteca melhorar o
seu desempenho.

A indicação para cada domínio/subdomínio de perfis de desempenho, que caracterizam o que se


espera da biblioteca em cada domínio, organizados em escala de quatro níveis com respectivos
descritores constituem um instrumento precioso na determinação do ponto de partida, análise
inicial, e da reflexão construtiva para a procura da melhoria.

A avaliação da biblioteca escolar baseia-se na recolha de evidências que devem ser recolhidas de
forma sistemática e organizada, ao longo do ano lectivo e incidir sobre os diferentes níveis de
escolaridade.

Integração/Aplicação à realidade da escola/biblioteca escolar. Oportunidades e


constrangimentos

A aplicação do modelo ao nível da escola deve incorporar-se no modelo de avaliação da escola.


Esta temática, avaliação da escola, está na ordem do dia, tendo sido contratada uma empresa, e tem
merecido atenção por parte da direcção. A coincidência de processos, e de finalidades, pode ser
preciosa para a arquitectura de pontes, e pontos, de ligação.

A implementação/aplicação à realidade da escola/biblioteca escolar transporta em si muitas


oportunidades:
- modelo interrelacionado com o processo de planeamento, constituindo um instrumento precioso e
enriquecer desta mesma prática por parte da biblioteca e da escola;
- é um instrumento facilitador da tomada de decisões;
- permite identificar pontos fortes e fracos da biblioteca e da escola, assim como, as acções a
implementar.

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Identificam-se, no entanto, alguns constrangimento ao nível da sua aplicação:
- inexperiência na sua aplicação;
- inexistência de uma prática de registo de evidências;
- falta de implementação de práticas de comunicação, evidence-informed ou evidence- based policy;
-falta de práticas de discussão e partilha entre os diferentes parceiros educativos;
- falta de formação do professor bibliotecário e da equipa da biblioteca;
- remodelação do espaço escolar devido a obras.

Gestão participada das mudanças que a sua aplicação impõe. Níveis de participação da escola

O modelo indica o caminho, a metodologia, a operacionalização mas é necessário que a escola


esteja preparada para a sua implementação: preparação da equipa da biblioteca, liderança do
professor bibliotecário e mobilização da escola para a sua implementação.
A mobilização para a implementação pressupõe a apropriação do modelo por parte da escola e a
crença de que a sua aplicação introduz alterações significativas na escola e na aprendizagem,
valorizando a acção da biblioteca escolar
Segundo, Michael Eisenberg e Daniel Miller (2002), This Man Wants to Change Your Job, a
receita para mudar a percepção sobre a biblioteca escolar, que não é tarefa fácil, , reside nesta
estratégia simples: Articular; Ser Estratégico; Comunicar.
Articular – A biblioteca, em particular o professor bibliotecário, deve ser um especialista em
literacia de informação e um parceiro no processo de ensino/aprendizagem: É no espírito de
parceria que se deve desenvolver a acção da biblioteca: “juntar-se com professores e outros, para
identificar as ligações entre as necessidades de informação do estudante, os conteúdos curriculares,
os resultados de aprendizagem, e uma variedade de recursos em diferentes tipos de suportes”
Michael Eisenberg e Daniel Miller (2002)
Ser estratégico implica a adopção de dois elementos essenciais para uma boa gestão: pensamento
estratégico e planeamento estratégico O pensamento estratégico, maneira de abordar a realidade,
pressupõe uma atitude positiva, com paixão, entusiasmo, optimismo e energia e, também, uma
predesposição para aproveitar as oportunidades. A gestão estratégica transforma a vida em
realidade, Michael Eisenberg e Daniel Miller (2002).. O planeamento estratégico fundamenta-se na
teoria sistémica em que uma organização deve ser analisada em termos de consumos, processos e
resultados. As tomadas de decisão, que realimentam o processo de planeamento, devem centrar-se
nos resultados.

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Comunicar – Deve ser um processo contínuo que valorize e comunique os resultados obtidos
evidenciando, deste modo, a finalidade do trabalho desenvolvida pela biblioteca. A comunicação
deve utilizar diferentes tipos de suporte, nomeadamente os electrónicos, e destinar-se aos diferentes
elementos da comunidade educativa: direcção, alunos, professores, encarregados de educação,
RBE, outras escolas. Não podemos esquecer de informar o Conselho Pedagógico, através de um
ponto específico na ordem de trabalhos, do trabalho desenvolvido pela biblioteca colocando ênfase
nas realizações que fizeram realmente a diferença e/ou em que a comunidade educativa, em especial
os professores, se envolveram.

A implementação do processo adopta uma metodologia de aproximação à realidade por etapas:


• Selecção do domínio a ser objecto de aplicação de instrumentos de avaliação,
tendo em conta a envolvente externa e interna;
• Um ciclo de avaliação tem a duração de 4 anos no fim do qual se tem uma
visão global da BE.
• Em cada etapa de avaliação deve adoptar-se uma prática de pesquisa-acção:

.identificar o problema;
recolha de evidências;
interpretação da informação recolhida;
implementação das mudanças necessárias;
recolha de evidências acerca do impacto das mudanças.

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