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Trabalho para a 4ª sessão - a formanda Maria José Leal

MODELO DE AUTO – AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES:


METODOLOGIAS DE OPERACIONALIZAÇÃO (1ª Parte)

Nota introdutória
Nesta Sociedade Global em que estamos inseridos, cada vez mais, as tecnologias e o
conhecimento caminham irmãmente e marcam de forma notável a Educação e a
Aprendizagem. Nesta perspectiva, no século da globalização e constante mudança da
informação, a promoção e o desenvolvimento da literacia da informação constitui, de facto,
um dos mais urgentes desafios da actualidade para as Bibliotecas Escolares. As
Bibliotecas Escolares, assumem uma missão crucial na construção dos alicerces que
sustentarão o Futuro de cada um dos alunos. Com efeito, para além de contribuírem para a
equidade de acesso à informação, promovendo, desta forma, a inclusão social e
combatendo o fosso digital, as Bibliotecas Escolares têm um importante papel a
desempenhar na promoção e desenvolvimento de literacias que permitirão aos alunos a
integração efectiva, profícua e feliz na Sociedade da Informação. Com efeito, reunidos no
espaço da Biblioteca Escolar, os recursos informacionais constituem-se como um
excelente manancial para proporcionar o desenvolvimento de conhecimentos,
competências e atitudes necessários para se viver na Sociedade da Informação, quer
sejam utilizados por iniciativa dos alunos, quer, como se deseja, sejam utilizados por
iniciativa dos professores na preparação e implementação de actividades lectivas
diversificadas, ao serviço de uma aprendizagem baseada em recursos.
Enquanto centro de recursos educativos, a Biblioteca Escolar deve, além de tudo o
que já foi referido, constituir-se como uma alavanca capaz de provocar mudanças nas
estratégias de ensino, implementar dinâmicas que, de forma efectiva e eficiente,
contribuam para o desenvolvimento da literacia da informação nos alunos.
Frequentemente, os alunos realizam os seus trabalhos de investigação para as diferentes
disciplinas recorrendo à cópia de informação da Internet. Os alunos apropriam-se da
informação, revelando, ao longo do processo, alguma ausência de pensamento crítico,
copiando da Internet a informação de forma integral, desrespeitando os direitos de autor,
sem consciência ou preocupação ética, frequentemente sem avaliarem sequer a
informação retirada.

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Trabalho para a 4ª sessão - a formanda Maria José Leal

Por outro lado, a Escola deve deixar de ser o espaço onde o professor se limita a
transmitir o saber ao aluno e tornar-se um espaço onde são facultados os meios para se
construir o conhecimento, atitudes e valores, e adquirir competências, tornando-se, assim,
a Escola, um dos pilares da Sociedade do Conhecimento.
A Educação deve ser revitalizada através da implementação de novas formas de
aprendizagem, que se baseiam na investigação cognitiva e nos métodos de ensino
construtivista, com o objectivo de ajudar os alunos a desenvolverem competências
imprescindíveis na era da informação; a aprendizagem deve ser assente nos recursos do
mundo real, deve ser interactiva e integrada, em vez de passiva e fragmentada; deve
construir-se através do trabalho cooperativo e utilizar as TIC.
De forma explícita, afirma-se que, à saída do Ensino Básico, o aluno deverá ser capaz de
pesquisar, seleccionar e organizar informação para a transformar em conhecimento
mobilizável e adoptar estratégias adequadas à resolução de problemas e à tomada de
decisões.
A operacionalização transversal destas competências passa pela vivência, em cada
disciplina, segundo o documento "Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências
Essenciais", de momentos de aprendizagem que permitam:
 pesquisar, seleccionar, organizar e interpretar informação de forma crítica em
função de questões, necessidades ou problemas a resolver e respectivos
contextos;
 rentabilizar as tecnologias de informação e comunicação nas tarefas de construção
de conhecimento;
 comunicar, utilizando fontes diversificadas, o conhecimento resultante da
interpretação da informação;
 seleccionar informação e organizar estratégias criativas face às questões colocadas
por um problema (p.22).
Neste contexto, o papel da Biblioteca Escolar enquanto centro de recursos e parte do
processo educativo torna-se evidente, mas é imprescindível, para que a Biblioteca cumpra
efectivamente a sua missão, a articulação entre o professor bibliotecário e os professores
das diversas áreas curriculares, na planificação e implementação de actividades e
experiências de aprendizagem que desenvolvam as competências em informação.

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A escolha do subdomínio e indicadores para a avaliação

Ciente desta problemática explanada anteriormente, e testemunha da falta de literacia


da informação pelos os alunos do Agrupamento a que pertenço, foi a razão que me levou a
escolher o subdomínio A.2. – Promoção da Literacia da Informação, Tecnológica e
Digital e os seus indicadores:
 A.2.2 – Promoção do ensino em de contexto de competências de informação
da Escola / Agrupamento (desenvolvimento de um longo processo
interligando-o com o indicador A.2.3).

 A.2.4. – Impacto da BE nas competências Tecnológicas, e de informação dos


alunos na Escola / Agrupamento. (apreciação dos resultados obtidos pelos
alunos na sequência do desenvolvimento dessas competências e da sua
autonomia perante o uso das TICs).

Avaliar o quê?
Como está muito bem realçado no texto da sessão “Referindo-nos à avaliação das bibliotecas em
geral, a abordagem mais tradicional tem sido a de avaliar as bibliotecas em termos de inputs (instalações,
equipamentos, financiamentos, staff, colecções, etc.), processos (actividades e serviços) e outputs (visitas à
biblioteca, empréstimos, consultas do catálogo, pesquisas bibliográficas; respostas do serviço de referência,
materiais produzidos, etc. …), desenvolvendo formas de avaliação da qualidade dos serviços e da sua
performance de carácter eminentemente quantitativo e as mais das vezes traduzidas em termos de custos e
eficiência. Medir os outcomes (Impactos) significa, no entanto, ir mais além, no sentido de conhecer o
benefício para os utilizadores da sua interacção com a biblioteca. A qualidade não deriva nesta acepção, da
biblioteca em si mesma ou do seu peso intrínseco, mas do valor atribuído pelos utilizadores a esse benefício,
traduzido numa mudança de conhecimento, competências, atitudes, valores, níveis de sucesso, bem-estar,
inclusão, etc.” Texto da sessão 4

Porquê avaliar?

A intenção de avaliar a Biblioteca Escolar consiste como mais uma vez salienta o texto da
sessão 4 “(…) é apoiar o desenvolvimento das bibliotecas escolares e demonstrar a sua contribuição e
impacto no ensino e aprendizagem, de modo a que ela responda cada vez mais às necessidades da escola
no atingir da sua missão e objectivos.

A avaliação deve ser encarada como uma componente natural da actividade de gestão da biblioteca,
usando os seus resultados para a melhoria contínua, de acordo com um processo cíclico de planeamento,
execução e avaliação:

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PLANEAMENTO (ESTRATÉGICO/OPERACIONAL)

↑ ↓

AVALIAÇÃO ← EXECUÇÃO E MONITORIZAÇÃO

No entanto, convirá sempre integrar o processo de auto – avaliação da Biblioteca Escolar


no do Agrupamento e com a sua avaliação externa porque “ … ajudar ainda a economizar
esforço e tempo, designadamente através da aplicação de questões comuns e do tratamento conjunto de
dados relativos a determinados projectos ou actividades. …” . No meu agrupamento o modelo
utilizado é a ferramenta CAF – (através do qual uma organização procede a um diagnóstico das
suas actividades e resultados com base em evidências. Foi construída com base no Modelo de
Excelência da EFQM (Fundação Europeia para a Gestão da Qualidade) e no modelo da
Universidade Alemã de Ciências Administrativas (Speyer).

Assim, para podermos avaliar os outcomes / impactos sobre os utilizadores necessitamos


de:

• Clarificar adequadamente os objectivos da BE;

• Esclarecer os objectivos de aprendizagem dos alunos em relação com a


biblioteca;

• Estabelecer os Indicadores adequados para essas aprendizagens;

• Recolher as evidências apropriadas, lidando com dados de natureza


quantitativa e qualitativa;

• Assegurar a realização do processo de recolha, tratamento, análise e


comunicação dos dados;

Quem envolve?

Os elementos envolvidos no processo auto – avaliação serão:

 A Comunidade Educativa (p. bibliotecário e equipa, o observatório de qualidade da


Escola e os utilizadores)

 A BM / SABE nas bibliotecas no 1º Ciclo.

 Outras Entidades : O Amigo critico – que não pertence ao Agrupamento, que pode
ser representado pelo Coordenador Inter - concelhio ou o SABE).

Como, quando e a quem se deve aplicar?

O modelo deve ser aplicado anualmente sobre um domínio, recolhendo evidências através
de técnicas de recolha de informação diversificada:

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• A recolha documental de registos de planeamento e das actividades da BE

• A observação de actividades de aprendizagem demonstrativas da aquisição ou desenvolvimento de


conhecimentos, competências e atitudes (Grelhas de Observação)

• A auto-avaliação e inquérito aos utilizadores ( Questionários entrevistas estruturadas ou


orientadas).

• O levantamento de dados estatísticos de utilização da biblioteca.

• A análise de trabalhos de alunos

• O levantamento de dados relativos à gestão de recursos (financeiros, materiais, humanos e de


informação) da BE.

A amostra a quem deve ser aplicada a:

 Aplicar questionários a 20% dos docentes, dos diferentes


departamentos do Agrupamento, em diferentes momentos do ano
lectivo

 Aplicar questionários e fichas de observação a 10% dos alunos dos


vários níveis de escolaridade, em diferentes momentos do ano
lectivo.

 Entrevista estruturada ao Director do Agrupamento, sobre os


recursos humanos e financiamentos.

Após a recolha, tratamento e interpretação dos dados tem que elaborar um Relatório
com um plano de melhoria, que será apreciado pelos Conselhos Pedagógico e Geral.

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Subdomínio: A.2. Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

Indicador
de Factores Críticos de Evidências Instrumentos de Intervenientes Calendarização
Sucesso recolha de
Processo evidências

Folha de registo de
 Elaborar um plano de actividades
A.2.2.- trabalho da BE onde • Plano Anual de  professor 1º e 2º
Promoção do inclui actividades de Actividades da BE Bibliotecário e a Periodos
formação de utilizadores equipa.
ensino em com turmas / grupos / Registo de contactos
contexto de alunos e com docentes com os docentes dos  coordenadores dos
competências no sentido de promover o •
Referencias à vários níveis de departamentos
de informação BE nos:
valor da BE, para motivar escolaridade
a sua 1. Projecto
utilização,  directores de turma
(nos diversos
esclarecer sobre aseducativo
suportes) da formas como está  professores do
Escola 2. Projecto apoio.
organizada e ensinar a
Curricular
/Agrupamento. utilizar os diferentes
serviços. 3. Projecto Registo de contactos  director
Curricular de com docentes que
 A BE produz materiais Turma participaram nos
informativos de apoio à planos de trabalho.
formação dos utilizadores.
• Sessões de
 Elaborar um plano
articulado e progressivo Formação para
ao longo dos vários anos / Utilizadores
ciclos de escolaridade, Estatísticas de
para o desenvolvimento frequência da BE
das competências de • Guia do
informação:
Utilizador da BE
1. Nos programas Questionário a alunos
(QA1)
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curriculares • Registos de
contactos / reuniões
2. Nos projectos em
Questionário a
curso
professores (QD1)
3. Nas áreas de • Materiais de
projecto e estudo apoio produzidos.
acompanhado.
Grelha de observação
que possam ser
trabalhadas na sala de aula, BE • Guião de dos alunos na BE (O2)
ou noutros espaços. Pesquisa
(Big 6 ou Plus Entrevista ao Director

 A BE produz e divulga
guiões de pesquisa(Big6,
Plus,etc), com a
colaboração com os
docentes, e outros
materiais de apoio ao
trabalho de exploração
dos recursos de
informação nos diversos
suportes, pelos alunos.

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Subdomínio: A.2. Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

Indicadores
de Factores Críticos de Evidências Instrumentos de Intervenientes Calendarização
Sucesso recolha de
impacto evidências

A.2.4.  Os alunos utilizam, de • Estatísticas de


acordo com o seu frequência da BE
Impacto da ano/ciclo de
BE nas escolaridade, Uso da Internet.  professor 3º Periodo
linguagens, suportes, Bibliotecário e a
competências • Grelha de equipa.
modalidades de
tecnológicas, recepção e de produção Uso do catálogo observação dos alunos
 coordenadores dos
digitais e de de informação e formas colectivo de na BE (O2)
departamentos
de comunicação
informação pesquisa on-line.
variados, entre os quais  directores de turma
dos alunos se destaca o uso de • Registo de
na escola / ferramentas e media  professores do
digitais. Guião de pesquisa contactos com docentes
agrupamento apoio.
uniformizado para
 Os alunos incorporam no toda a escola  Director
seu trabalho, de acordo • Questionário a
com o ano/ciclo de alunos (QA1)
escolaridade que
frequentam, as
Trabalhos escolares
diferentes fases do dos alunos
• Grelha de análise
processo de pesquisa e
tratamento de de trabalhos efectuados
informação: identificam Reuniões entre os pelos alunos
fontes de informação e
seleccionam informação, docentes e equipa da
recorrendo quer a obras • Questionário a
de referência e materiais
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impressos, quer a BE sobre o professores (QD1)


motores de pesquisa,
directórios, bibliotecas desenvolvimento das
digitais ou outras fontes
de informação competências dos
• Actas de reuniões
electrónicas, organizam,
alunos, no âmbito da com docentes
sintetizam e avaliam os
resultados do trabalho literacia da
realizado. informação • Folha de registo de
 Os alunos demonstram,
de acordo com o seu
materiais requisitados
ano/ciclo de por professores para as
escolaridade, suas actividades.
compreensão sobre os
problemas éticos, legais
e de responsabilidade • Actas dos
social associados ao
conselhos de turma.
acesso, avaliação e uso
da informação e das
novas tecnologias.
• Entrevista ao
 Os alunos revelam em Director
cada ano e ao longo de
cada ciclo de
escolaridade,
progressos no uso de
competências
tecnológicas, digitais e
de informação nas
diferentes disciplinas e
áreas curriculares.

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