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Sessão 5: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: metodologias de

operacionalização (Parte I)

Domínio/Subdomínio e indicadores seleccionados:

Domínio A. - Apoio ao Desenvolvimento Curricular

Subdomínio - A.2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital

Indicadores:

De Processo - A.2.2 Promoção do ensino de competências de informação da Escola /Agrupamento

De Impacto/Outcome – A.2.5 Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à formação da


cidadania e à aprendizagem ao longo da vida.

Fundamentação da opção tomada


Um dos objectivos desta sessão de trabalho, entre outros, é de demonstrar que a auto-avaliação apoia o desenvolvimento das
bibliotecas escolares e evidenciar a sua contribuição e impacto no ensino e aprendizagem, de modo a que se articule cada
vez mais com as necessidades da escola no cumprimento da sua missão e objectivos

Os Projectos Educativo e Curricular do meu Agrupamento, enquanto instrumentos de autonomia, ao explicitarem os valores,
as metas e as estratégias, segundo os quais o Agrupamento se propõe cumprir a sua função educativa, definem como um dos
princípios orientadores de actuação, a qualidade educativa dos saberes, sustentada pela valorização do domínio das literacias
da informação, tecnológica e informática, ética, etc.., …)

Neste contexto, surge a obrigação da BE demonstrar o seu contributo para o desenvolvimento destas literacias imprescindíveis
para um significativo sucesso educativo. Ao estabelecer algumas das áreas de intervenção prioritária do Agrupamento como
suas, a relação da avaliação da BE com a avaliação do Agrupamento ganha mais pertinência.
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Esta articulação facilita o processo de avaliação através da aplicação de questões comuns e do tratamento conjunto de dados
relativos a determinadas actividades ou iniciativas.

Algumas considerações gerais sobre metodologias de operacionalização do processo de auto-


avaliação
• A avaliação deve ser encarada como uma componente da actividade de gestão da biblioteca, usando os seus resultados
para a melhoria contínua, de acordo como um processo cíclico de planeamento, execução e avaliação;

• Deve envolver e mobilizar as estruturas de coordenação educativa e de supervisão pedagógica, assim como os
utilizadores, professores e alunos, em síntese a comunidade escolar.

1. A implementação da auto-avaliação implica ter previamente em consideração os aspectos


seguintes:
• A constituição de um grupo responsável pela condução do processo. Definição e partilha de tarefas;

• A motivação e envolvimento dos Órgãos de Gestão Pedagógica e a Direcção :

 Perspectivar a auto-avaliação no contexto da Escola / Agrupamento

 Apresentar o processo e o necessário envolvimento da Escola / Agrupamento;

• O levantamento de necessidades (recursos humanos, financeiros, materiais etc.)

• A clarificação dos objectivos de aprendizagem dos alunos na BE.

• A adequação do modelo aos objectivos e estratégias definidas.

• A recolha de evidências qualitativas e quantitativas.

• A adaptação do modelo a diferentes realidades.

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• Os impactos da acção da BE não devem ser avaliados de uma forma global, mas a avaliação deve ser aplicada a
determinados serviços ou actividades.

2. – Etapas e um plano de Avaliação

2.1 Elaboração

• Problema/diagnóstico

• Identificação do objecto de avaliação;

• Tipo de avaliação, de medidas a empreender;

• Métodos e instrumentos a a utilizar;

• Intervenientes;

• Calendarização

2.2 – Desenvolvimento do processo:

• Planificação da recolha e tratamento dos dados;

• Análise e descrição da situação:

• Relação com os standards de desempenho (benchmarks)

• Identificação dos pontos fortes e fracos;

• Definição e priorização de acções de melhoria;

• Discussão do relatório no CP

• Divulgação dos resultados

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Planos de avaliação dos indicadores

• A.2.2 Promoção do ensino de competências de informação da Escola /Agrupamento


(exemplo1)

• A.2.5 Impacto da BE no desenvolvimento de valores e atitudes indispensáveis à formação


da cidadania e à aprendizagem ao longo da vida. (exemplo 2 )
I. Problema / Diagnóstico

Análise de verificação, realizada em conjunto com a equipa.

1.

Pontos Fortes Pontos Fracos Pontos em que ainda não


se pensou / sem
informação

A.2.2 Promoção do ensino de Existir uma política orientada para Os alunos revelam, ainda, baixos Não foi realizada nenhuma
avaliação formal ou informal.
competências de informação o ensino sistemático e em níveis de literacia da informação,
da Escola /Agrupamento. contexto curricular de apesar de demonstrarem literacia
competências de informação, informática e digital.

Não existe um plano de


desenvolvimento da literacia da
informação na escola

A.2.5 Impacto da BE no Princípio orientador de actuação Os alunos revelam pouca Baixo nível sociocultural
desenvolvimento de valores e preconizado pelo PEA e os valores

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atitudes indispensáveis à que lhe estão subjacentes – a autonomia.
formação da cidadania e à dimensão social do ensino e da
Apesar de interessados, são Não foi realizada nenhuma
aprendizagem ao longo da aprendizagem ancorada numa avaliação formal ou informal.
pouco empenhados no trabalho.
vida. cultura escolar de valorização:

Desistem com facilidade


1. Do saber estar em
diferentes contextos, Revelam pouca curiosidade por
actividades enriquecedoras do
2. Do esforço, do mérito e do
ponto de vista cultural.
trabalho escolar

3. Da explicitação de atitudes

II. Verificar os aspectos implicados no Subdomínio/Indicadores seleccionados

 Identificação dos aspectos (pessoas e estruturas que vão estar mais directamente implicados): Quais os
Departamentos e que docentes estarão mais directamente implicados? Quais os alunos e que tipo de actividades
poderão estar mais directamente envolvidas? Quais os documentos que precisam de ser analisados? Etc. (Esta
ponderação é importante porque permite antecipar certas necessidades e preparar atempadamente certas
medidas a tomar)

 Métodos e instrumentos a utilizar (promover reuniões com os Departamentos e Docentes envolvidos;


preparar a recolha de documentos; planear as actividades que vão ser observadas; identificar momentos mais
oportunos para a aplicação de instrumentos de recolha de informação, por exemplo questionários.)

 Amostra:

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Na minha escola com mais de 50 docentes: 20% do nº total de professores

10% do número de alunos em cada ano de escolaridade.

 Amostra – critérios

 Abranger a diversidade de alunos da Escola: os vários níveis de escolaridade; as várias


nacionalidades; rapazes e raparigas; alunos com necessidades educativas especiais, etc.

 Abranger a diversidade de docentes da escola, aplicando-se os questionários aos Departamentos

envolvidos na avaliação

 Recolha de evidências qualitativas e quantitativas que incidem sobre

 os processos – qual é o trabalho realizado e como;


 Os resultados e os impactos como é que a BE exerce influência sobre as actividades dos
Docentes e as aprendizagens dos alunos; Como é que os serviços da BE estão a corresponder às
necessidades dos utilizadores; Como é que a BE ajuda a atingir estes objectivos do PEA; como é que
a BE concorre com os objectivos curriculares, etc.

Nem todo o tipo de evidências são relevantes para estes subdomínios, devendo ser seleccionadas as
evidências mais significativas. (Por exemplo materiais de apoio produzidos e editados: guiões de
pesquisa, de como realizar um trabalho, Plano de actividades da BE, frequência com que são realizadas
actividades com recurso à BE de literacia da informação; utilização livre da BE: recursos utilizados,
actividades realizadas; observação de alunos em trabalho na BE, etc.)

As informações recolhidas deverão ser cruzadas com os aspectos descritos na coluna “ Factores
críticos de sucesso” pois é a partir desse cruzamento de informação, que se pode verificar o nível de
cumprimento dos processos desencadeados.

As informações recolhidas através de questionários devem ser complementadas com outros


elementos, por ex os registos de actividades, a realização de observações que convém que sejam
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realizadas várias vezes ao longo do ano (por exemplo 2/3 vezes o mesmo grupo, na mesma disciplina
ou disciplinas diferentes) para se ter uma percepção de possíveis evoluções e do progressivo
envolvimento dos docentes e alunos em actividades da BE.

È útil utilizar grelhas de registo que demonstrem o trabalho realizado ao longo do ano e que
possibilitem averiguar os possíveis impactos.

III – Análise e descrição da situação

A análise será orientada, sobretudo, para uma confrontação dos dados obtidos com os factores críticos de sucesso e
com os descritores de desempenho.

È importante distinguir entre elaborar uma descrição e uma avaliação. A avaliação implica uma apreciação baseada
na análise da informação relevante e evidências. Frequentemente inclui a explicação das consequências ou
implicações de uma determinada acção ou processo.

Um ponto importante é que essas apreciações, negativas ou positivas, devem conduzir à enunciação de um plano de
acção, quer em termos de consolidação dos aspectos positivos verificados quer em termos de melhorar os aspectos
fracos.

IV – Relação com os standards de desempenho

A análise da informação recolhida vai permitir um cruzamento entre os factores críticos de sucesso e os perfis de
desempenho, para a identificação de um nível.

A elaboração de um relatório tendo por referência os elementos standards apontados no modelo é uma parte
integrante e essencial do processo de planeamento e de auto-avaliação.

V – Identificação dos pontos fortes e fracos

Os pontos fortes devem ser mantidos. As áreas que precisam de melhorar devem ser objecto de um plano de acção
que possa efectivamente ser desenvolvido e promova um processo progressivo de melhoria.

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A comunicação é um factor essencial para o sucesso das acções de melhoria que forem concebidas na sequência do
processo de auto-avaliação.

VI – Preparar e implementar um plano de de acção

 A avaliação não constitui um fim em si mesmo, mas um meio ao serviço da melhoria

 Assim o plano de acção deverá identificar as áreas prioritárias de acção de acordo com a reflexão sobre a
informação recolhida durante a auto-avaliação (articulação com os objectivos estratégicos da Escola /
Agrupamento)

Exemplo 1

Área prioritária identificada: Literacia da informação

Exemplo 2

Área prioritária de intervenção: Desenvolvimento de valores e atitudes de responsabilidade e autonomia


pessoal indispensáveis à formação da cidadania e à aprendizagem ao longo da vida.

A Formanda

Isabel Migueis

Bibliografia

• O Texto da sessão: O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares: Metodologias de operacionalização ( Parte I )

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• Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar – Rede de Bibliotecas Escolares – Novembro de 2009

• Estatísticas e avaliação da Qualidade e do Desempenho em Bibliotecas e Serviços de Informação: investigações recentes


e novos projectos – Melo, Luiza Baptista – Biblioteca do Departamento de Matemática Aplicada Faculdade de Ciências da
Universidade do Porto

• Basic guide to Program Evaluation, McNamara, Carter - !997_2008

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