You are on page 1of 3

O Modelo de Auto- Avaliação.

Problemáticas e conceitos
implicados - 2º tarefa

Comentário ao trabalho da colega Maria Fernanda Sampaio Gonçalves

Nota prévia : Li apenas alguns dos trabalhos enviados e considero que todos de uma
forma ou mais sucinta ou mais exaustiva , analisaram correctamente os docum entos
em discussão .
A escolha deste trabalho para comentar, prende -se apenas ao facto de a colega
destacar algumas das ideias que eu penso serem essenciais . Não irei fazer citações
nem citar bibliografia, apesar de este exto também reflectir o que li e analisei.
Considero que esta segunda fase de cada tarefa semanal se rev ela importante,
uma vez que nos permite conhecer ( não muito) diferentes pontos de vista ; no
entanto não irei de modo algum criticar qualquer trabalho.Considero que todos são
importantes, esteja eu ou não de acordo com as ideias expressas.
Aliás é a diversidade de opiniões que nos permite reflectir, inflectir ( se necessário)
alterar ou...continuar o nosso caminho da forma que consideramos correcta. Posso
não saber ainda bem qual o caminho, mas posso estar consciente «de que não vou
por aí» ! Não estamos a falar de construir o nosso próprio conhecimento?
Irei apenas abordar o «problema» que me tem preo cupado desde que assumi o
cargo de Coordenadora da BE ,há quatro anos atrás e que tem a (ha)ver com o
desempenho da BE e da representação da mesma junto da Comunidade Educativa.

Do trabalho da colega, destaco :

...)Gera um processo de auto-responsabilização de toda a Comunidade


Educativa (não apenas da BE e do PB)

...) Mostrar resultados visíveis ao fim de um ano ( num ano podemos “dar
impulso”, “trabalhar a favor”, “motivar”;parece pouco tempo para promover
eficazmente , por exemplo, as literacias)

…)o desempenho da BE não depende da acção isolada da própria BE,


estando envolvidos outros actores, como o Conselho Executivo e os
professores de sala de aula, pelo que a avaliação da BE acaba, de facto, por
envolver e implicar toda a Escola.

Se face à mudança do paradigma de construção do Saber, as BE


devem modificar práticas, mudar e adaptar-se, igualmente será
correcto e necessário que a Escola entenda, incentive e apoie esta
mudança para que a BE possa contribuir para a concretização dos
objectivos da escola onde está inserida, isto é, ser capaz de produzir
resultados que efectivamente tenham um impacto positivo no sucesso
educativo, nas competências e atitudes dos estudantes .

Se pretendemos provar que fazemos a diferença e na verdade


conseguir um «papel principal» para a Biblioteca Escolar, deveremos
para além de a transformar num espaço associado à aprendizagem,
conseguir que a Escola perceba e consiga avaliar a sua importância
não como mais um recurso mas como o «recurso» essencial no
cumpriment o dos objectivos do processo de ensino/ aprendizagem.

Na actual fase de desenvolvimento das bibliotecas escolares em


Portugal, a avaliação que se tem feito é essencialmente centrada nas
questões relativas a: organização do espaço, recursos materiais e
humanos, funcionamento, inserção da biblioteca na escola,
relacionamento com as estruturas de orientação educativa.
Mas não se tem avaliado o impacto que a biblioteca escolar tem no
sucesso educativo dos alunos e na aquisição das competências que
lhes permitem movimentar-se na denominada Sociedade da
Informação.

Penso que o problema principal que se coloca na avaliação da


biblioteca,no que diz aos efeitos da sua intervenção nas aprendizagens
dos alunos, consiste no facto de que tal só pode ser feito utilizando
indicadores mensuráveis ; para obter esses indicadores, necessário se
revela recorrer à participação ( na avaliação ) dos outros professores;
mas, na grande maioria dos casos, estes não encaram o professor
bibliotecário como um colega e professor , mas antes o encaram como
um recurso. Um recurso útil, ao qual podem recorrer se considerarem
necessário.Constatamos essa situação quando o trabalho que os alunos
desenvolvem depois de terem recorrido à BE e terem sido aí apoiados,
alcança os resultados esperados; o êxito não é dividido com a
Biblioteca1, antes é atribuido ao esforço dos alunos e à orientação do
professor.
Por estas razões, é que considero que avaliar a intervenção /ajuda da
BE, dificilmente resultará numa avaliação mais positiva deste serviço. A
Escola ( refiro-me aos métodos de ensino) também deverá ser alterada
e substituir em vez de manter, os métodos de ensino/aprendizagem
que apenas pretendem formar para ler e escrever, sem
verdadeiramente formar para a construção do conhecimento, para a

1
Já estive env olv ida em v árias situações desse tipo
autonomia, para a criatividade e principalmente para a competência
de aprender a aprender.
Só depois de alunos e professores estarem «conquistados» para a causa
das bibliotecas escolares é que a avaliação do contributo da BE nos
comportamentos,atitudes,e competências dos alunos poderá
verdadeiramente expressar a realidade : a Escola e a BE a trabalhar
i2

em parceria para ajudar os estudantes a alcançar o seu sucesso.

Ao expressar esta opinião , não quero parecer que penso que esta
situação é inult rapassável; basta ao Professor Bibliotecário adoptar uma
atitude positiva , tentando sempre realizar o seu trabalho de forma
consistente e rigorosa, apoiando-se na avaliação efectuada para
fundamentar decisões e certamente estes constrangimentos poderão
ser ultrapassados.

Se os bibliotecários escolares não podem provar que fazem a diferença,


eles podem deixar de existir
Ross Todd - School Library Journal, 4/1/2008

Helena Maria Silva

2
Tenho escrito sobre a escola e não tenho mencionado o Director/estruturas directivas , mas
apenas porque quando escrev o sobre a E SCOLA estou a referir-me a TODOS.

You might also like