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“Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares” – 2.

ª Sessão – Tarefa 2

O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos implicados.

O Modelo de Auto-Avaliação das BE’s enquadra-se na estratégia global de


desenvolvimento das BE’s portuguesas, e tem como objectivos essenciais:
a) Facultar um instrumento pedagógico e de melhoria contínua que permita à
direcção e aos coordenadores avaliar o trabalho da BE e o se impacto no
funcionamento global da escola e nas aprendizagens dos alunos;
b) Identificar áreas de sucesso e áreas menos conseguidas, e que por isso, requerem
maior investimento, podendo determinar uma inflexão das práticas.

A BE, como afirma Eisenberg, tem de estar na ordem do dia, garantido aos alunos
que são eles os efectivos utilizadores das ideias e da informação “ …students are
effective users of ideas and information.” O mesmo autor salienta o papel vital da
BE bem como a relevância do professor bibliotecário para que os dois possam
constituir um verdadeiro instrumento pedagógico, capaz de orientar os alunos,
trabalhar a literacia da leitura e da informação, defendendo a leitura e fazendo a sua
promoção diária e sistematicamente, para que possa ser um parceiro dos professores
no espaço sala de aula, é necessário desenvolver um plano estratégico que assenta
em três elementos fundamentais:
 A (Articulate a vision and agenda);
 B (Be strategic);
 C (Communicate continuously). (Eisenberg, 2002)

O quadro referencial do Modelo pretende ser um instrumento pedagógico que


permita orientar as escolas, para áreas nucleares ao funcionamento e sucesso da
BE, elencando os factores críticos e apontando possíveis acções para a melhoria,
daí a necessidade de uma auto-avaliação baseada na recolha de evidências, quer
através de informação existente e facilmente identificável nos documentos
orientadores do Agrupamento, a saber: PEE, PCT, RI, PAA, quer através das
estatísticas existentes na BE: empréstimos domiciliários e consulta presencial,
utilização da sala multimédia, actas das reuniões, relatórios de actividades,
questionários, requisições, entre outros, que contribuirá para identificar o
caminho a seguir rumo a um melhor desempenho.
A auto-avaliação deve contribuir para a elaboração do novo plano de
desenvolvimento, possibilitando a identificação dos pontos fortes e fracos, o que
orientará a definição de objectivos e o estabelecimento de prioridades de acordo com a
realidade e o contexto em que se insere a BE, proporcionando uma abordagem
essencialmente qualitativa orientada para a análise dos processos e dos resultados, numa
perspectiva formativa. Eis um dos objectivos essenciais do Modelo
A avaliação da BE deve ser incorporada no processo de auto-avaliação da
própria escola e deve articular-se com os objectivos do PEE.
Os conceitos implicados são:
 Noção de valor
Não é intrínseco às coisas, tem a ver com a experiência e benefícios que se
retira delas – a utilização que se faz da BE.

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 Avaliar a qualidade e eficácia da BE não o desempenho individual do
coordenador ou elementos da equipa – uma abordagem essencialmente
qualitativa, baseada nos outcomes, ou seja, o impacto e aprendizagem que a BE
fornece aos utilizadores.
 Utilização flexível do modelo adaptando-o à realidade de cada escola e de cada
BE.
 Exequibilidade e integração do modelo nas práticas de gestão da equipa BE.
 Indicadores de performance:
a) Envolve os utilizadores;
b) Identifica o impacto;
c) Permite avaliar o que está a ser bem feito e os aspectos que têm de ser
melhorados.
 Auto e co-responsabilização – BE /Agrupamento.
 Instrumento de regulação e melhoria contínua.
 Desenvolve-se através de ciclos de avaliação: quatro anos, revisão: no final de
cada período escolar e reavaliação: no final de cada ano lectivo.

Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as bibliotecas escolares.

É pertinente a existência de um Modelo de Avaliação para as BE’s na medida


em que permite objectivar, de forma mais concreta, o modo como se está a desenvolver
todo o trabalho e, simultaneamente avaliar o impacto das BE’s no processo de ensino-
-aprendizagem centrado nos alunos mas envolvendo toda a comunidade educativa:
professores, pais e direcção da escola como refere Eisenberg: “As librarians, it’s our Job
to ensure that administrators, teachers, parents, and decisison makers fully comprehend
that effective library programs are critical to boosting student learning and
achievement”. Este modelo contribuirá decisivamente para aferir o grau de eficiência
dos serviços prestados, bem como o nível de satisfação dos utilizadores. Pretende-se,
portanto, ajudar a organizar, sensibilizar, envolver e co-responsabilizar o órgão de
gestão e todo o corpo docente, contribuindo assim para a afirmação e reconhecimento
da BE não como um domínio privado e pessoal do professor bibliotecário, mas como
um domínio que pertence a todos os elementos da comunidade educativa. “A library
advisory committee reinforces the view that library isn’t the personal domain of the
school librarian – it belongs to everyone in the school community.” (Eisenberg, 2002).

Organização estrutural e funcional. Adequação e constrangimentos.

Domínios
A B C D
Apoio ao Leitura e Projectos, Gestão da
Desenvolvimento Literacias parcerias e Biblioteca
Curricular actividades livres, Escolar
e de abertura à
comunidade
Sub-domínios

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 Articulação  Promoção  Apoio a  Articulaçã
curricular da BE da leitura e actividades o da BE com a
com as estruturas acesso a livres,extra- Escola/
pedagógicas e os outras -curriculares e de Agrupamento;
docentes; literacias. enriquecimento  Condições
 Desenvolvimento curricular; humanas e
da literacia da  Projectos e materiais para
informação. parcerias. a prestação dos
serviços;
 Gestão da
colecção.

O que é que se pretende avaliar?


Domínio A e B
a) A colaboração/ articulação entre o professor bibliotecário e os restantes
professores perceptível através da organização de actividades conjuntas,
orientadas para o sucesso dos alunos.

Domínio A, B e C

b) O programa formativo desenvolvido pela BE.

Domínio D
c) Qualidade dos serviços prestados pela BE: horário, adequação da
colecção e os recursos tecnológicos.
d) A formação dos elementos da equipa BE.

De acordo com esta organização estrutural e funcional é necessário:

a) estabelecer prioridades, pois não é possível medir tudo;


b) planificar estratégias de recolha de evidências: qual a amostra? Quais os
instrumentos a utilizar? Quando? Quantas vezes ao longo do ano?
c) Articular quantidade e qualidade de molde a atingir o equilíbrio (o
acervo documental não deve visar apenas a quantidade mas também a
qualidade em função dos reais interesses dos seus utilizadores).

Avaliação com base no conceito Evidence-Based practice-A avaliação da BE


deve apoiar-se em evidências, cuja leitura nos mostre os aspectos positivos que
devemos realçar e fazer sobressair comunicando os resultados, ou aspectos menos
positivos que nos podem obrigar a repensar formas de gestão e maneiras de
funcionamento. As informações recolhidas devem ser de diferentes tipos e relevantes
em função do indicador – a recolha de dados deve ser feita de forma sistemática, ao
longo do ano lectivo, e não apenas num momento determinado (por exemplo, apenas no
último período) e que incida sobre os vários níveis de escolaridade existentes na escola.

Este modelo de auto-avaliação parece-me adequado na medida em que permite


uma avaliação por tentativa e erro, feita de uma forma progressiva – um domínio por

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ano, baseado na recolha de evidências permite corrigir a falhas e consolidar os aspectos
positivos, possibilitando o enquadramento da BE num determinado perfil de
desempenho de acordo com a tabela que se segue.

Perfis de Desempenho
Nível Descrição

4-Excelente Desempenho da BE de grande qualidade e com impacto muito positivo.

3- Bom Desempenho de qualidade, mas com possibilidades de melhoria.

2-Satisfatório Desempenho incipiente. O trabalho está em desenvolvimento, mas é


necessário melhorar para um impacto mais efectivo.

1- Fraco Trabalho inexistente ou reduzido com um impacto quase nulo. Torna-se


necessária uma intervenção urgente.

Os constrangimentos advêm da quase ausência da prática de trabalho


colaborativo e da dificuldade em articular os objectivos/actividades da BE com os
diversos departamentos curriculares bem como da falta de uma cultura de avaliação
baseada em “evidence based practise”, falta de recursos humanos: equipa com reduzido
número de elementos para apoiar, dinamizar e gerir três bibliotecas – uma na sede do
agrupamento e duas do primeiro ciclo, sobrecarga de trabalho burocrático para todo o
corpo docente, ausência de uma verdadeira política de desenvolvimento e apoio à BE
por parte do órgão de gestão.

Aplicação à realidade da escola

Esta é, certamente uma oportunidade para a mudança nas práticas instaladas,


para uma mudança de paradigma, com o objectivo de pôr a BE no centro da escola e
esta ao serviço dos alunos tornando-a parte activa e integrante no processo de ensino-
- aprendizagem, atribuindo a todos os actores a sua quota parte de responsabilidade.

A criação do professor bibliotecário a tempo inteiro e o bom relacionamento


interpessoal entre este, a direcção e a equipa serão também factores decisivos para a
consecução dos objectivos a que todos nos propomos.

Competências do professor bibliotecário e estratégias implicadas na sua aplicação

 Ser um comunicador efectivo no seio da instituição;


 Ser proactivo;
 Saber exercer influências junto de professores e do órgão directivo;
 Ser útil, relevante e considerado pelos outros membros da comunidade
educativa;
 Ser observador e investigativo;
 Ser capaz de ver o todo – “the big picture”;
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 Saber estabelecer prioridades;
 …. (Texto da sessão).

As estratégias implicadas na sua aplicação são a capacidade de liderança do PB


associada a uma visão e gestão estratégica que determinarão o sucesso de todo o
processo avaliativo. É, portanto necessário:

 Pensar estrategicamente;
 Gerir estrategicamente, de acordo com as prioridades da escola e para o
sucesso;
 Promover uma cultura de avaliação;
 Comunicar permanentemente.
 Articular prioridades.

A Formanda: Filomena Marques

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