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Ano V • Nº 48 • Agosto 2003 • R$ 6,00

www.embalagemmarca.com.br
Varejo aposta em apresentação
e na conquista de novos nichos

IN-MOLD BUSCA CONSOLIDAÇÃO • VANTAGENS DA SELAGEM POR INDUÇÃO


O avanço das marcas próprias
E m situações de retra-
ção do consumo,
ecoam repetidamente pre-
em redes de drogarias), às
vezes com preços mais al-
tos que os das primeiras
Se as redes entenderam
isso, a parte da indústria
que ainda não entendeu
núncios de que “as marcas marcas, vê-se que suas deve tratar de fazê-lo com
estão morrendo”, para dar embalagens são cada vez urgência. A reportagem de
lugar às marcas próprias. mais elaboradas, ostentan- capa desta edição, de
O alarido é natural, pois, do visual e qualidade pró- Leandro Haberli, faz uma
como ocorre agora no ximos, iguais e até supe- interessante abordagem do
Brasil, os produtos com riores aos das líderes. Vai assunto. O que não foi
rótulos de redes de varejo longe o tempo antediluvia- possível descobrir é como
ocupam crescente espaço no dos rótulos da casa ge- os fabricantes enfrentarão
O varejo entendeu nas gôndolas, favorecidos néricos, tipo “farinha” ou a questão. Uma coisa é
que embalagem pela vantagem do preço “açúcar”, e mesmo daque- certa: a arma mais eficaz
vende, fideliza o menor, possível graças à les “de combate”. Na ver- para fazê-lo é a mesma que
cliente e, portanto, ausência de um importan- dade, por trás da atual pro- o varejo vem usando, isto
é bom negócio te componente, que é a fusão de marcas próprias, é, agregação de valor aos
distribuição. Mas será só transparece com muita cla- produtos, com a melhora
investir nela.
esse o motivo? reza a consciência do vare- de sua qualidade intrínseca
A parte da indús- Observando-se os artigos jo de que embalagem ven- e de suas embalagens.
tria que ainda não de marcas próprias expos- de, fideliza clientes e que, Até agosto.
entendeu deve fazê- tos nos supermercados (e portanto, é bom negócio
lo com urgência gradativamente também investir nela. Wilson Palhares
agosto 2003
Diretor de Redação
Wilson Palhares
palhares@embalagemmarca.com.br

Reportagem

6 ENTREVISTA:
VALDIR LIMA
Especialista fala da
30 FECHAMENTOS
Higiene e segurança
são as armas da
redacao@embalagemmarca.com.br
Flávio Palhares
flavio@embalagemmarca.com.br
Guilherme Kamio
situação das caixas de selagem por indução guma@embalagemmarca.com.br
transporte no Brasil e para Leandro Haberli
da necessidade de uni- crescer leandro@embalagemmarca.com.br

formizar a identificação no país Colaboradores


dessas embalagens Josué Machado e Luiz Antonio Maciel
Diretor de Arte
Carlos Gustavo Curado
arte@embalagemmarca.com.br

12 IN-MOLD
Sistema de decoração
de recipientes no
Administração
Marcos Palhares (Diretor de Marketing)
Eunice Fruet (Diretora Financeira)
momento do sopro
ou injeção busca
crescimento
34 MAKING OF
Geléias Queensberry
migram para impressão
Departamento Comercial
comercial@embalagemmarca.com.br
Karin Trojan
no Brasil digital na linha de Wagner Ferreira
rótulos auto-adesivos Circulação e Assinaturas
Marcella de Freitas Monteiro
assinaturas@embalagemmarca.com.br
Assinatura anual: R$ 60,00
INTEGRAÇÃO
36 Evento realizado no
sul do país reúne nova
Público-Alvo
EMBALAGEMMARCA é dirigida a profissionais que
ocupam cargos técnicos, de direção, gerência
e supervisão em empresas fornecedoras, con-
leva de embalagens vertedoras e usuárias de embalagens para ali-
bem sucedidas mentos, bebidas, cosméticos, medicamentos,
materiais de limpeza e home service, bem
como prestadores de serviços relacionados

18 MARCAS PRÓPRIAS com a cadeia de embalagem.


Investindo em qualidade e boa apresentação, rótulos de Tiragem desta edição
redes de varejo ampliam participação longe das gôndolas 7 500 exemplares
de produtos de necessidade básica Filiada ao

Impressa em Image Mate 145 g/m2 (capa) e


Couché Mate 115g/m2 (miolo) da Ripasa
Impressão: Congraf

3 Editorial 42 Panorama EMBALAGEMMARCA é uma publicação


A essência da edição do mês, Movimentação na indústria de mensal da Bloco de Comunicação Ltda.
nas palavras do editor embalagens e seus lançamentos Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo
Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SP
10 Cosméticos 46 Display Tel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463
Unilever inova com cartuchos Lançamentos e novidades – e FILIADA À
ovalados para tinturas seus sistemas de embalagem

28 48
FOTO DE CAPA: STUDIO AG

Águas Painel Gráfico www.embalagemmarca.com.br


Propack lança lacre com fitilho Novidades do setor, da criação
O conteúdo editorial de EMBALAGEMMARCA é
para garrafões de água mineral ao acabamento de embalagens resguardado por direitos autorais. Não é permi-
tida a reprodução de matérias editoriais publi-
38 Mercado 50 Almanaque cadas nesta revista sem autorização da Bloco
de Comunicação Ltda. Opiniões expressas em
Feira de cachaça prova que bebi- Fatos e curiosidades do mundo matérias assinadas não refletem necessaria-
da depende de embalagens finas das marcas e das embalagens mente a opinião da revista.
entrevista

“Com padrões, todos ganham” os últimos anos, o estudo da ad-

N
ministração eficaz da distribui-
ção de produtos assumiu o posto
de disciplina obrigatória entre os
fabricantes nacionais de bens de
consumo. Hoje, poucos duvidam
do papel decisivo que os processos logísti-
cos de embarque, transporte e armazena-
mento têm para o sucesso industrial. Trata-
se de um corolário que vem, progressiva-
mente, modificando processos internos nas
empresas e transformando relações dentro
da cadeia produtiva.
Contudo, como seria de se esperar de qual-
quer tendência em maturação no país, ain-
da há pontos que, revistos, prometem faci-
litar os processos logísticos no cenário na-
cional. Um deles é a administração mais
coerente das linhas de despacho de produ-
tos, com a busca de uma uniformização da
identificação das embalagens de transporte
e a utilização de tecnologias para o seu ras-
treamento e para o controle interno da pro-
DIVULGAÇÃO

dução. É o que pensa Valdir Lima, gerente


da Divisão de Embalagens de Transporte da
3M do Brasil, há quase trinta anos no ramo.
VALDIR LIMA, “Quando a empresa não dá a devida aten-
ção à embalagem de despacho, a cobrança
gerente da Divisão é imediata: ela tem aumento de custos e
perde competitividade”, resume o profis-
sional, para quem as embalagens de trans-
de Embalagens de porte devem ser administradas através de
uma visão sistêmica.
Transporte da 3M
Em linhas gerais, como estão posicionadas
do Brasil, revela o as embalagens de transporte brasileiras no
contexto mundial? Há muita defasagem em
panorama nacional relação aos processos e materiais utilizados
nos países mais desenvolvidos?
das embalagens de Com a globalização, restaram poucas indús-
trias de capital estritamente nacional, e
transporte e fala da grande parte das multinacionais aqui insta-
ladas utiliza os mesmos processos de empa-
cotamento e embarque comuns em seus paí-
necessidade de se
ses de origem. Podemos dizer que o Brasil
acompanha, de modo geral, o que acontece
buscar uniformidade no resto do mundo. A indústria brasileira de
embalagens de despacho é extremamente
em sua identificação competitiva. Não temos, por exemplo, pro-

6 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


blemas com os materiais utilizados nesses mercado já vêm com códigos de barras pré-
processos, como o papelão e os filmes plás- impressos pelo fabricante do papelão ondu-
ticos. O que há de diferente aqui é que, de- lado. São as chamadas caixas cativas. Se há
vido ao baixo custo da mão-de-obra, há um a necessidade de se utilizar essa caixa para
maior número de pessoas nas linhas de pro- outro item, é preciso fazer uma rotulagem
dução fazendo empacotamento manual. sobre o código. Algumas indústrias, princi-
palmente alimentícias, começaram a traba-
Qual o atual grau de automatização das li- lhar com diversos códigos impressos nas
nhas de despacho do parque industrial na- caixas. É possível checar, nos grandes ata-
cional? O senhor possui algum indicativo? cadistas, indústrias que utilizam até oito ou
Ferramentas que desenvolvemos para ava- nove códigos de barras diferentes, pré-im-
liar o mercado apontam que cerca de 3,6 bi- pressos, na mesma caixa. O objetivo é ter
lhões de caixas de transporte foram produ- uma única caixa que atenda vários produ-
zidas e transportadas em 2002. Delas, perto tos. Então, o fabricante marca, com rabis-
de 55% foram fechadas automaticamente. cos, o código que ele está utilizando. Isso
O restante foi fechado manualmente. gera uma confusão terrível dentro do
As linhas nacionais, em sua maioria canal de distribuição, para aqueles
absoluta, têm máquinas para fechar O ‘gap’ que que trabalham com scanners, porque
caixas, mas não têm máquinas para nós temos é a admi- é preciso neutralizar os outros códi-
encaixotar, ou seja, para colocar os gos para que apenas o correto seja
produtos dentro das caixas. Esse es-
nistração eficiente lido. Nesse ponto, a tendência hoje é
tágio ainda é feito em grande parte das informações im- a de se trabalhar com uma caixa não
de forma manual. Isso porque ele en- pressas nas caixas. impressa, gravada apenas com as in-
volve investimentos altos e ainda
Não há uniformidade formações institucionais, e nela colo-
não se percebe, na indústria, a neces- car uma etiqueta com todas as infor-
sidade rápida de mudança, devido ao na identificação de mações variáveis pertinentes ao pro-
baixo custo da mão-de-obra. E vale códigos de barra, ou duto.
lembrar que a capacidade de investi-
na identificação, em
mento do setor produtivo tem sido Parece então que, no Brasil, o gran-
comprometida. Por isso, não houve geral, das caixas. de nó é a questão da identificação
evolução acentuada em automatiza- Isso cria grandes das embalagens de transporte...
ção nos últimos dez anos. problemas para a Sim. O “gap” que nós temos é justa-
mente a administração eficiente das
Os anos 90 foram marcados pelas distribuição. informações impressas nas caixas.
extensões de marcas e grandes seg- Quando fazemos pesquisas junto aos
mentações de linhas, movimentos que con- grandes atacadistas, não se vê um padrão,
tinuam a dar as cartas no varejo. Que im- uma uniformidade na forma de identifica-
plicações essas táticas de marketing trou- ção de códigos de barra, ou na identifica-
xeram às embalagens de transporte? ção, em geral, das caixas. Cada um impri-
Realmente, a indústria caminha em busca me de um jeito, numa posição diferente.
de nichos. Já vi até oito, nove itens diferen- Isso cria grandes problemas para a distri-
tes, mas que usam a mesma embalagem, buição. O que se busca é uma uniformida-
rodando numa só linha de produção. No de no posicionamento da identificação,
lado do processo de despacho, isso vem im- para proporcionar rastreabilidade.
plicando num trabalho fantástico de sincro-
nização, para não misturar produtos no em- Mas há no país normas para a identifica-
pacotamento ou enviar lotes incorretos ao ção das embalagens de despacho?
mercado. E também numa atenção especial Há uma série de normas. A principal delas
à identificação correta das caixas. diz que as caixas devem possuir quatro có-
digos de barras impressos, um em cada
Nesse quesito, o da identificação das cai- face lateral. Porém, se houver problemas,
xas, como está o cenário nacional? permite-se trabalhar apenas com dois códi-
Cerca de 50% das caixas que temos no gos impressos, e, se forem alegadas com-

ago 2003 • EMBALAGEMMARCA – 7


plicações para viabilizar isso na linha de querem “print & apply”, ou seja, impressão
produção, pode-se trabalhar com apenas e aplicação em linha, o que faz com que
um. É incrível, mas a lei facilita isso, pois você se limite à capacidade da impressora,
se compreende que pode haver uma série que hoje gera cerca de 12 a 14 caixas eti-
de problemas de aplicabilidade dos códi- quetadas por minuto. Como as grandes li-
gos nas linhas de produção. O desejável se- nhas no Brasil escoam cerca de 20 a 25 cai-
ria ter os quatro códigos nas caixas, para a xas por minuto, pode ocorrer gargalo. Por
fácil visualização e leitura. Diria que 80% isso, ainda é uma solução para produtos de
das embalagens de despacho no Brasil com alto valor agregado, que prescindam de um
código de barras trabalham com apenas um grande volume de caixas sendo fechado.
código impresso. Se a caixa é para um pro- Não se encaixaria para grandes linhas de
duto cativo, não há problema, pois você sabonetes, mas para televisores, para a in-
pré-imprime a caixa no fabricante do pape- dústria eletroeletrônica, a história é diferen-
lão. A coisa muda quando você necessita te. Outra grande tendência é a utilização das
de dados variáveis impressos – lote, data, etiquetas com tecnologia de rádio-freqüên-
peso etc. cia – o RFID. Através delas, para se
ter idéia, alguns operadores logísticos
O que poderia então ser feito – ou o A indústria já conseguem monitorar, via softwa-
que já está sendo feito – para se me- deve entender que re, cada caminhão em tempo real e
lhorar a eficácia na identificação? saber o espaço vazio que há em seus
Há um ponto interessante a se obser- o código de barras baús, o que permite traçar planos lo-
var. Nos últimos cinco anos, prolife- e as etiquetas gísticos muito eficientes.
rou o número de operadores logísti- com rádio-freqüência
cos no Brasil. Os grandes nomes Falando nisso, observamos que o va-
mundiais nessa área chegaram. Es-
não são sobre- rejo vem reivindicando, de modo
sas empresas buscam uma padroni- custos. Pelo crescente, uma etiquetagem na ori-
zação, para reduzir os custos de mo- contrário, são avan- gem das embalagens de despacho,
vimentação. Por isso, vem crescendo com tecnologia RFID, para aumen-
ços tecnológicos
a pressão da cadeia de distribuição tar a eficácia nos processos logísti-
sobre a indústria, para que haja uni- que permitem cos e de controle de estoques...
formidade das embalagens de trans- reduções Sim, e isso é uma discussão séria. A
porte. Não vejo como uma ação go- aplicação do RFID ainda na etapa
significativas
vernamental poderia pressionar a in- industrial começa a acontecer em
dústria neste momento, porque isso de custos outros países, e realmente alguns
implicaria em investimentos. Por- grandes atacadistas já vêm pressio-
tanto, primeiro é necessário incenti- nando a indústria nacional em busca
var a bandeira, levantada por entidades desse tipo de identificação. Entendo que
como a Fiesp e a própria Abre, de flexibi- ela tem que nascer mesmo dentro da indus-
lizar linhas de crédito, para que as indús- tria, porque ela vai lhe gerar um benefício:
veja mais: www.embalagemmarca.com.br

trias possam adquirir máquinas. Criar re- a rastreabilidade das caixas ao longo da ca-
gras e normas sem explicitar como se fazer, deia produtiva. A indústria vai precisar se
como se aplicar, como financiar equipa- adaptar a isso, como acabou se adaptando,
mentos, é chover no molhado. apesar de certa resistência inicial, ao uso
do código de barras para a identificação
Quais são as grandes novidades na área de das embalagens primárias. O uso do RFID
embalagens de transporte? Que tecnolo- vem pra ficar, é uma das maiores tendên-
gias se consolidam como tendências para cias no mundo inteiro. A indústria deve en-
os próximos anos? tender que o código de barras e o RFID
Uma tendência americana que está chegan- não são sobre-custos. Pelo contrário, são
do é o uso das fitas linerless (N. da R.: eti- avanços tecnológicos que permitem redu-
quetas dispostas em bobinas, como uma ções significativas de custos. Quando ela
fita adesiva, sem papel-base), que a 3M já entender isso, passará a identificar suas
comercializa no Brasil. Entretanto, elas re- caixas sem problemas.

ago 2003 • EMBALAGEMMARCA – 8


cosméticos

Estojos bojudos

Unilever foge dos cartuchos


tradicionais para lançar tinturas
ais um capítulo das transfor- zados pela grande maioria das marcas con-

M mações comportamentais que


vêm elevando o vigor da in-
dústria da beleza: os brasilei-
ros cada vez mais tingem os cabelos, e não
correntes.
Produzidos pela divisão Carton da con-
vertedora catarinense Baumgarten, cuja
divisão Label também abastece a Unilever
apenas para esconder os sinais da idade. com rótulos auto-adesivos, os “cartuchos
Em que pese soar como trocadilho infame, bojudos” destacam fotos de modelos com
o procedimento também vem fazendo a ca- a referência, em suas melenas, da nuance
beça dos jovens. Com isso, o mercado de da tintura acondicionada – um ponto im-
tinturas para cabelos tem registrado um portante, já que a linha conta com 18 va-
crescimento notável (veja quadro). E os riantes de cores.
Baumgarten
produtos para coloração, por terem consi- (47) 321-6666
derável valor agregado, já são uma das me- www.baumgarten.com.br Como um estojo
ninas dos olhos do setor de cosméticos. “Por isso, as embalagens possuem impres-
Globalpack
Como invariavelmente se sucede nos (11) 5641-5333 são sofisticada, em off-set, com sete cores
segmentos que experimentam um repenti- www.globalpack.com.br e verniz UV, para dar alto brilho”, comen-
no boom de competitividade, a seara das ta Ticiana Baumgarten, assessora de mar-
Sinimplast
tinturas vem abrindo as portas para novas (11) 4061-8300 keting da Baumgarten Carton. Segundo
formas de apresentação de produto. Caso www.sinimplast.com.br ela, o projeto foi desenvolvido em conjun-
recente e inovador vem da Unilever. Sua to com a Unilever, que, assim, tem exclu-
nova linha Seda Pro Color de colorações sividade no uso da solução.
permanentes está chegando às gôndolas O recipiente funciona à guisa de um es-
em atrativos contêineres elípticos de papel tojo, acomodando os itens necessários ao
cartão, diferentes dos cartuchos tradicio- ritual de coloração dos cabelos. Em seu in-
nais, com formato de paralelepípedo, utili- terior há uma Solução Colorante e um Cre-
me Revelador, em frascos plásticos da Si-
Franca ascensão nimplast. Já o Creme de Tratamento Inten-
sivo Semanal LUMIN-E vem numa bisna-
De acordo com a AC Nielsen, as vendas de colorações alcançaram ga plástica, da Globalpack. O kit traz ainda
69,7 milhões de unidades e 590,9 milhões de reais em 2002, um
uma bula e um par de luvas de vinil. Pelo
crescimento de 25,6% em valor e 11,8% em volume em relação a
caráter inovador, as embalagens curvilí-
FOTOS: DIVULGAÇÃO

2001. O segmento já responde por 23% do mercado brasileiro de


neas têm estrelado uma série de peças pu-
produtos para cabelos e “tem potencial para crescer muito mais”,
acredita Patrícia Tonetti, que gerencia na Unilever a marca Seda
blicitárias, resultado de uma injeção de cer-
Pro Color de tinturas para cabelos. ca de 25 milhões de reais da Unilever para
a promoção de estréia da nova linha.

10 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


rotulagem

O bote do in-mold
Tendência mundial, sistema de decoração quer avançar no Brasil
Por Guilherme Kamio
mprimir diretamente sobre a em- primeira vista pode sugerir uma contradi-

I balagem, ou nela aplicar um rótu-


lo, seja ele auto-adesivo ou unta-
do com cola, são as tradicionalís-
simas formas de decorá-la. Nos últimos
ção, eliminar a etapa industrial da rotula-
gem dos produtos. Explica-se: no in-
mold, os rótulos dispensam liner, cola ou
equipamentos aplicadores, pois se inte-
anos, porém, métodos alternativos vêm gram a recipientes plásticos no momento
ganhando espaço e mostrando avanços em que eles são soprados ou injetados,
Embalagens tecnológicos mais que significativos. En- tornando-se figuras permanentemente in-
decoradas com tre eles, uma inegável vedete, que tem se corporadas às embalagens. Já decorados,
rótulos in-mold
baseados em
destacado no cenário internacional, é o os recipientes saem do forno para o enva-
papéis sintéticos in-mold labelling, ou IML. samento do produto e, daí, podem correr
da Yupo, alguns Utilizada pioneiramente em meados diretamente para a linha de embarque.
convertidos pela
dos anos 70 pela gigante americana Proc-
Multilabel
ter & Gamble, a rotulagem in-mold pro- Singularidade nacional
duz gravações nobres, de acabamento su- Apesar de não ser novidade, o in-mold
perior. Permite também operar uma pe- nunca estabeleceu uma ampla clientela
quena revolução no chão de fábrica das por aqui, o que torna o Brasil sui generis.
empresas, possibilitando, naquilo que à “O in-mold cresce no mundo inteiro, e
nos vizinhos Argentina e Chile já é bem
arraigado”, analisa José Carlos Drager,
diretor comercial do braço local da argen-
tina Multilabel, uma das maiores prove-
doras dos rótulos de polipropileno bi-
STUDIO AG

orientado (BOPP) usados no sistema.


Na área de sopro, o in-mold até possui
certa carteira local de simpatizantes,
respaldada por alguns engarrafa-
dores de itens de limpeza e ou-
tros produtos químicos, como
óleos automotivos e cloro.
Quando ligado à injeção, o que
é tendência candente nos
mercados externos, princi-
palmente para a apresenta-
ção de alimentos, o in-mold
ainda dá os primeiros passos
no Brasil. Na verdade,
o sistema sempre
foi visto com certa
resignação pelas indústrias nacionais. To- lhar com IML de qualidade e com
davia, empresas atuantes da cadeia de boa produtividade – no caso, os ma-
embalagem com negócios atrelados ao gazines para os rótulos pré-cortados,
in-mold dizem que o bote é questão de um gerador de carga estática, para fi-
tempo. E não só pelo raciocínio de que o xar adequadamente a etiqueta na cavi-
mercado brasileiro, bem maior que o ar- dade do molde da estação de injeção, e
gentino e o chileno, tem tudo para se um robô manipulador. O desembolso
abrir ao sistema. neste último item, estigmatizado como

STUDIO AG
Ocorre que vem crescendo o número um verdadeiro espantalho, está caindo.
de “facilitadores” para se implantar uma A volatilidade cambial dos últimos anos
linha de in-mold no país. Primeiro, a tec- vem fazendo os fornecedores nacionali-
nologia está mais ao alcance das empre- zarem, na medida do possível, tais dispo- Balde plástico para
tinta acrílica, injeta-
sas. “Até o ano de 2000, o in-mold era sitivos mecatrônicos. “Com isso, os robôs
do pela Mecesa e
utilizado por um número pequeno de estão de 15% a 20% mais baratos e passí- decorado em toda
companhias nacionais, e só em casos es- veis de financiamentos em reais, não a sua extensão
peciais, pois dependia de produtos e de mais em dólares”, informa José Luiz Gal- com rótulo in-mold
da Igel, mostra
tecnologia importada”, explica Léo Mus- vão Gomes, diretor comercial da DM Ro- riqueza de detalhes
sulini Machado, coordenador de marke- bótica, braço nacional da italiana Dal
ting da fornecedora de rótulos Igel, uma Maschio.
das empresas que resolveram apostar no Outro contrapeso é colocado no tocan-
in-mold a partir da virada do século. “Em te ao investimento necessário nesse bem
conseqüência, os custos que gravitam em de capital. “Para quem está iniciando
torno da tecnologia baixaram”. uma linha de produção, o custo do robô é
Um bom exemplo é dado pelos preços equivalente ao de uma rotuladora”, com-
dos periféricos requisitados para se traba- para José Carlos Rizzieri, diretor superin-
tendente da Gráfica Rami, que começou a
produzir rótulos para in-mold em 2001. Acabamento em linha garantido
“Para as empresas que já dispõem de ro- Tradicionalmente gravados em impressoras offset planas e corta-
tuladeira”, ele continua, “a vantagem é dos off-line, ou seja, numa etapa posterior, os rótulos in-mold
menor no curto prazo, mas o grande dife- estão ganhando uma solução para acabamento em linha. É o
rencial de custos ocorre durante a produ- Endless Delivery Line (EDL), sistema de saída que a italiana Gidue
ção, pois o uso de colas, o setup, da rotu- criou para ser acoplado à sua impressora flexográfica de banda
ladora e o seu próprio operador são elimi- estreita E-Combat. Segundo Federico d’Annuzio, diretor da Gidue,
nados.” Ademais, diz Rizzieri, a elimina- a produção total dos rótulos in-mold em impressoras rotativas
ção da etapa de colagem do rótulo rever- nunca foi explorada totalmente devido a gargalos causados pela
te num ganho de velocidade de produção ineficiência na saída e empilhamento das etiquetas. “Os atrasos na
de aproximadamente 20%. saída eram causados por vários fatores, como estática, substratos
finos, encurvamento das etiquetas após o envernizamento e for-
matos variados e de difícil empilhamento”, ele conta. “Nosso sis-
Queda de mitos
tema EDL permite um fluxo de trabalho sem emendas”. A Gidue é
“O expertise e a tecnologia em in-mold
representada no Brasil pela Comprint.
evoluíram muito nos últimos anos no
país, o que está acabando com certos mi- são em nichos premium de margarinas,
tos sobre o processos”, alerta Drager, da iogurtes e molhos condimentados, entre
Multilabel. outros produtos. “Pelo seu valor agrega-
Um deles, segundo o executivo, é o de do, não é uma solução para aplicação

FOTOS: DIVULGAÇÃO
que o in-mold é apenas justificável para massificada”, explica Rizzieri, da Rami.
produções de alta escala. “Tudo depende “Realmente, não é um sistema para pro-
de projeto, de uma série de variáveis, mas dutos de combate”, concorda Fernando
o in-mold também se aplica a partidas Seabra, gerente industrial da produto-
fora das raias astronômicas”, ele garante. ra fluminense de tampas
Quem corrobora a noção é Artur Macha- Garboni, que investiu
do, diretor da Pavão Embalagens, que já cerca de 350 000 reais
está fornecendo potes injetados com in- na implantação da tecnolo-
mold para fabricantes de sorvetes, numa gia IML em sua planta, para
parceria com a Rami. atender um grande cliente
Sorvetes, aliás, configuram um dos da área alimentícia, que ele
mercados em que as empresas da área de prefere não revelar.
embalagem acreditam que o in-mold tem De fato, o IML origina um reci-
alto potencial no país. Em ali- piente acabado mais caro que os ter-
mentos, há a aposta numa difu- moformados com impressão direta
ou os injetados e posteriormente ro-
tulados. Por outro lado, além de
propiciar um visual diferenciado em
gôndola – ao que vale lembrar que
o rótulo in-mold permite incorpo-
rar detalhes metalizados, cortes
diferenciados dos rótulos, transparên- Ao lado, recipientes
cias e até impressões em todas as pa- soprados com
redes de um recipiente, inclusive em rótulos in-mold da
Gráfica Rami.
sua base, em uma operação única –, A convertedora
trata-se de um sistema de decoração paulista também
que também sorri para os produtos que está provendo
rótulos, alguns já
necessitam de elevada proteção aos
baseados em filmes
seus rótulos, “tais como os que vão ao da Vitopel, para os
freezer ou mesmo os que ficam sujei- potes de sorvete
tos a intempéries”, nas palavras de injetados com IML
pela Pavão
Rizzieri. Essa lembrança contempla Embalagens (acima)
produtos como detergentes, amacian-

14 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


escala, a tendência é o barateamento dos
DIVULGAÇÃO

custos, o que por sua vez não irá dispen-


Tampas para potes sar as importadas, que oferecem fatores
de sorvete saindo tecnológicos diferenciados”, opina Riz-
de estação de
injeção da Netstal.
zieri, da Rami.
Abaixo, exemplo de Digno de nota, já à frente da discussão
tampa acabada com sobre a viabilidade da tecnologia no Bra-
IML
sil, é que os elos componentes do forne-
cimento do sistema estão trabalhando em
parcerias, numa espécie de tour de
force, para oferecerem soluções
completas aos usuários de em-
balagem. Fichas estão sendo
apostadas nessa estratégia, pela
conclusão de que, nas empresas
conscientes de todos os meandros
do in-mold, sua implantação ou não é
“uma simples questão de marketing”,
Comprint tes, óleos e aditivos automotivos e outros como define Fábio Franco, gerente técni-
(11) 3371-3371 de perfil similar. co-comercial no Brasil da produtora suí-
www.comprint.com.br
“Mais que dar um acabamento supe- ça de injetoras Netstal, que se destaca no
Dimape rior, vale ressaltar que os rótulos in-mold fornecimento de sistemas completos para
(11) 5505-2371 permanecem no recipiente, o que propor- o IML na Europa.
www.dimape.com.br
ciona um tempo superior de exposição da “Produtores de embalagens e rótulos
DM Robótica marca ao consumidor”, adiciona Fabiano sabem das qualidades do in-mold, porém
(11) 4057-4063 Olímpio, gerente comercial da Dimape, não podem, sozinhos, bancar seu pacote
www.dalmaschio.com.br
que distribui com exclusividade no Brasil de investimento sem o respaldo de pedi-
Garboni os papéis sintéticos de BOPP da japonesa dos firmes”, analisa Franco. Até por isso,
(24) 2244-3300
Yupo, referência na área de material para entende-se a opção dos convertedores e
www.garboni.com.br
a fabricação dos rótulos para IML. produtores de embalagens em concentrar
Gráfica Rami negócios nos processos habituais. “Até
(11) 4587-1100
www.ramiprint.com.br
Material nacional à vista hoje, as empresas que investiram em in-
Aliás, a questão da matéria-prima para a mold são as formadoras de opinião, as
Igel impressão dos rótulos para in-mold, feita que estão a par do que ocorre no mundo,
(51) 3041-8300
www.igel.com.br nas vias habituais do off set, da flexogra- antecipando-se a uma tendência irrefreá-
fia ou do letterpress, promete trazer outro vel”, afirma Hugo Camisotti, diretor co-
Mecesa vento a favor da disseminação do in-mold mercial da produtora italiana de injetoras
(85) 288-2244
www.mecesa.com.br brasileiro: maior oferta. Sandretto.
Fornecedores nacionais de filmes ace- Em suma, os atores da cadeia de em-
Multilabel nam com interesse para a tecnologia. balagem enfatizam que já há no Brasil to-
(11) 5641-4573
www.multilabel.com “Estamos de olho e queremos instigar das as condições técnicas e tecnológicas
esse mercado, buscando desenvolver jun- para a difusão do in-mold. Não existe
Netstal “gap”. Portanto, como num estribilho,
to aos convertedores soluções de impac-
(11) 5505-7360
www.netstal.com.br to”, enfatiza Francisco Renato Pilon Jr., eles se afinam na esperança popularizada
coordenador de novos negócios da Vito- pelo ditado caipira do “se vier um boi,
Pavão Embalagens
pel, nome forte na seara dos filmes de atrás vem a boiada”. Em outras palavras,
(11) 6967-3337
www.pavao.ind.br BOPP. eles crêem que, na hora em que uma mar-
No espírito dessa busca de soluções ca de referência em determinado segmen-
Sandretto
(11) 4652-0100
inovadoras, ele aponta, já estão sendo fei- to estrear sua embalagem com in-mold,
www.sandretto.com.br tos testes com rótulos in-mold com filmes os concorrentes irão atrás. “A bola e os
transparentes de sua empresa. “A oferta jogadores já estão em campo”, define
Vitopel
(11) 3089-5476 de materiais nacionais facilita a logística Gomes, da DM Robótica. “É questão de
www.vitopel.com.br da produção e, na medida em que ganhar dar o pontapé para o jogo começar.”

16 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


O PET já faz parte de nossas
vidas. As garrafas PET são
leves, inquebráveis e práticas.
A beleza de sua garrafa PET
desenhada sob um sólido
princípio de qualidade, abrirá
novos caminhos para alcançar
sucesso no mercado.
Como líderes mundiais em
tecnologia para fabricação de
máquinas de sopro por
estiramento, temos a
habilidade e o conhecimento
de mais de 3.000 diferentes
projetos de garrafas. Teremos
imenso prazer em transformar
suas idéias e necessidades em
um frasco de PET bastante
atrativo e funcional.
Soluções SIG.

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Fax: 55 11 4585 6920
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reportagem de capa

Pratas da casa
Rótulos de redes de revenda ampliam participação no varejo do país
Por Leandro Haberli
omo não podem deixar tempo- intenção de suscitar maior lucratividade e,

C rariamente de viver, nem sim-


plesmente mudar para países
estáveis e prósperos, os consu-
midores são invariavelmente compelidos a
de abono, como uma nova ferramenta de fi-
delização dos consumidores.

Embalagens mais aprimoradas


buscar alternativas para manter a despensa Sem entrar no mérito da escolha de forne-
abastecida em situações de refreada econô- cedores, parceiros que segundo os super-
mica. A história recente do varejo brasileiro mercados seguem processos comparáveis
mostra que, durante crises e inflação galo- aos das mais modernas indústrias, na parte
pante, blindar os carrinhos contra supér- das embalagens, basta uma olhada nas gôn-
fluos foi uma das táticas mais adotadas pe- dolas para verificar que os rótulos das redes
las donas de casa para esticar o orçamento de varejo deixaram para trás as simplórias
doméstico e liquidar as despesas computa- apresentações de outros tempos, e passaram
das pelas máquinas registradoras dos super- a contar com visual cada vez mais parecido,
mercados. quando não superior, ao das marcas líderes.
Mas a apatia econômica atual, que já ad- Razoável pelo fato de que as
quire contornos de um quadro recessivo, marcas próprias nem sempre Marcas próprias
deixa claro que novas formas de apertar o contam com o respaldo de cam- Carrefour:
aumento de
cinto se materializaram. Além de riscar pro- panhas publicitárias, de forma vendas com
dutos que não sejam absolutamente neces- que a gôndola é seu principal ou sem retração
sários das listas de compra, os consumido- meio de divulgação, o fenôme- na renda
res têm nas cada vez mais difundidas mar- no indica atenção a um man-
cas intermediárias e populares uma opção damento elementar do va-
viável para enfrentar situações de retração rejo – o de que boas emba-
de renda. Ícones de consumo nessa esfera lagens constituem hoje im-
do varejo, os produtos com rótulos de redes
de supermercados continuam apostando no
preço inferior como um diferencial compe-
titivo, mas tudo indica que agora querem
adotar um novo posicionamento no Brasil,
desvencilhando-se do pesado fardo de itens
de primeiro preço.
Embora ainda ampliem sua participação
em períodos de queda do consumo, as mar-
cas próprias brasileiras tornaram-se alvos
de fortes investimentos em qualidade e for-
talecimento de imagem. O movimento ali-
nha-se a uma tendência já consolidada nos
mercados desenvolvidos, onde os produtos
das redes varejistas são conhecidos como
house brands, ou ainda private labels.
FOTOS: STUDIO AG

Além de uma forma de aumentar o poder


de barganha nas negociações com os forne-
cedores tradicionais, a guinada foi perpe-
tuada pelas cadeias de revenda com a clara

18 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


Chancelas de hoje cerca de 5% do volume movimentado
cadeias de varejo no varejo do país. Segundo dados da con-
também crescem
nas prateleiras sultoria ACNielsen, somente de 2001 a
de auto-serviço 2002 o número total de marcas próprias no
das drogarias Brasil cresceu 33%, passando de 15 493
para 20 681. Feito desde o início da década
passada, o monitoramento mostra que, em-
bora avancem com mais ímpeto em perío-
dos de crise, as marcas próprias não per-
deram terreno nas ocasiões
em que a situação macroeco-
nômica esboçou reação. “A
verdade é que as pessoas gos-
tam de pagar menos”, diz
Maurício Ribeiro, gerente na-
cional de marcas próprias do
Carrefour. “Mas no caso de es-
tabilização econômica apenas
produtos de qualidade aprova-
da mantêm participação”, ele acrescenta.
Uma das características que bombar-
prescindíveis ferramentas de vendas. deiam a confiança dos consumidores quan-
Afinal, aos olhos dos consumidores, por to às marcas próprias é a procedência de
mais que sejam aperfeiçoadas, as marcas seus produtos. Mas também neste ponto a
próprias permaneceriam cativas ao campo situação vem mostrando sinais de câmbio.
dos itens de primeiro preço, caso não se ati- Ainda que a maioria dos fornecedores seja
vessem a apresentações atraentes e funcio- constituída por empresas de pequeno porte,
nais. A mudança é significativa, sobretudo nota-se aumento no número de grandes fa-
quando se considera que, há não muito tem- bricantes dispostos a munir as gôndolas
po, era forte a idéia de que os rótulos das re- brasileiras de marcas próprias. “Até pouco
des de supermercado representavam apenas tempo atrás, a idéia de fornecer para marcas
uma forma de comercializar sobras produti- de supermercado causava calafrios nos pro-
vas das indústrias. fissionais responsáveis pelas marcas líde-
res”, conta o gerente do Carrefour. “Hoje as
Fatias cada vez mais gordas grandes indústrias brasileiras estão come-
Somada à concentração econômica do setor çando a se interessar pelo segmento, a
varejista, a percepção de qualidade ajuda a exemplo do que ocorre na Europa”.
explicar o avanço dos rótulos de redes de Basicamente, a atração ocorre pois as
revenda no Brasil, que, também presentes marcas próprias já não representam lucros
em home centers e drogarias, representam tão inferiores para os fornecedores. Levan-
tamento feito pelo jornal paulista DCI mos-
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE MARCAS PRÓPRIAS
tra que empresas como 3M, na área de es-
NO BRASIL NOS ÚLTIMOS TRÊS ANOS
20.681 ponjas de louça, General Electric, em lâm-
padas, e York, em itens de higiene pessoal,
15.493 já destinam até 3% de sua produção aos ró-
tulos das redes de varejo. “Há um claro pro-
10.568 cesso de amadurecimento das categorias de
marcas próprias no país”, analisa Claudia
Bindo, gerente de produto da ACNielsen
FONTE: ACNIELSEN

responsável pelo mais recente estudo da


empresa sobre o setor.
2000 2001 2002 Para tornar essa mudança perceptível, as
cadeias de varejo já não restringem o apare-

ago 2003 • EMBALAGEMMARCA – 19


cimento de suas chancelas

DIVULGAÇÃO
aos tradicionais catálogos
de produtos, cuja distribui-
ção é feita basicamente nas
lojas e no sistema porta a
porta. O Carrefour, por
exemplo, recentemente
transformou suas marcas
próprias em vedetes de
anúncios em mídias de
grande circulação. Tema da
campanha, que ocupava
Foco na qualidade uma das capas da edição de
16 de julho da revista Veja:
e na saúde entre preço e qualidade, fi-
Outra evidência de que os rótulos das que com os dois. É uma for-
redes de varejo estão cada vez mais
ma de reforçar dois atribu-
tos importantes para o consumidor e, ao Peça publicitária
aprimorados é o surgimento de linhas criada pelo
mesmo tempo, o da bandeira, transforman-
segmentadas, com progressiva ofer- Carrefour: veicu-
do-a em umbrella brand dos produtos de lação nacional
ta de produtos light, orgânicos e até
marca própria e das lojas. dos atributos das
não-transgênicos. As marcas próprias marcas próprias
Além da postura cada vez mais agressi-
voltadas a consumidores interessados
va dos supermercados, as mudanças do se-
em hábitos mais saudáveis ganha-
tor podem ser medidas pelo crescente nú-
ram notoriedade no Brasil com a li-
mero de marcas próprias que já não carre-
nha Good Light, lançada no início gam o nome da rede à qual pertencem. In-
do ano passado pelo Pão de Açú- cipiente nas gôndolas alimentícias, a diver-
car. Ao todo, a chancela tem mais sificação é evidente nas áreas de eletroele-
de sessenta itens, entre geléias, trônicos e vestuários, que ganham progres-
achocolatados, massas, sopas, siva importância no caixa dos hipermerca-
queijos, cereais, cafés e água de dos. “Se alguém usasse uma camisa social
coco. Idealizados por Lucília Diniz, do Carrefour, iria parecer mais um uni-
sócia do grupo Pão de Açúcar, os forme de trabalho”, diz o gerente de
produtos se concentram nas prate- marcas próprias da rede francesa. “Na
leiras de itens com baixo teor área de eletroeletrônicos também é inte-
de calorias. ressante investir em marcas que não fa-
No mês passado, a tendência çam referência direta ao nome Carre-
explorada pelo Pão de Açú- four”, completa Ribeiro, referindo-se às
car foi seguida pela rede So- marcas Tex e BlueSky.
nae, que colocou no merca-
do, através de sua bandeira
BIG, a linha de marcas pró-
prias Vida. Além de opções
light, a série conta com pro-
dutos orgânicos e não-transgêni- Produtos
cos. Segundo Marcos Sampaio, das ban-
diretor de marcas próprias da em- deiras
CompreBem
presa, a linha Vida contará com e Barateiro
mais de cem itens até o final do ostentam
visual à
ano. Por enquanto, cerca de trin-
altura das
ta produtos estão sendo vendidos marcas
sob a marca. líderes

20 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


A multiplicidade de opções das marcas
próprias também se estende aos níveis de
PARTICIPAÇÃO DAS MARCAS PRÓPRIAS NO MUNDO
preço. O desaparecimento de produtos ge- PAÍS VOLUME VALOR
néricos e desprovidos de embalagens com
preocupações estéticas das prateleiras ocor- EUA 19,4% 14,7%
reu em paralelo à profusão de marcas pró-
Reino Unido 41% 39%
prias de elevado valor agregado, cujo preço
Bélgica 36,4% 26,9%

FONTE: ACNIELSEN/DADOS DE 2002


em alguns casos chega a ultrapassar o das
líderes. Comum nos mercados europeus, o Alemanha 31% 24%
surgimento de rótulos de redes de varejo re- França 24,3% 20,8%
quintados vem se acentuando por aqui entre Holanda 20,7% 18,6%
os produtos que não são classificados como
Espanha 24,5% 17,6%
de necessidade básica.
Mas as estratégias em que a tônica é in- Itália 12,8% 11,1%
vestir de maneira generalizada nas chama- que, apesar da preocupação com qualidade,
das marcas próprias com posicionamento os rótulos da rede custam entre 20% e 25%
premium crescem. Comercializando mais menos do que as primeiras marcas.
de 3 700 rótulos próprios, o grupo Pão de
Açúcar, que também detém as bandeiras do Importância do impacto visual
Barateiro, CompreBem e Extra, é um A tática sinaliza que as marcas próprias se
exemplo dessa tendência. A empresa calcu- tornaram para os profissionais de embala-
la ter investido nos últimos três anos mais gem um campo de atuação tão atraente
de 10 milhões de reais na sua estratégia de quanto o representado pelas marcas líderes.
marcas próprias. “Queremos dispor nossos No caso do Pão de Açúcar, design sempre a
produtos em pé de igualdade com as mar- cargo de profissionais especializados, car-
cas líderes” diz Rodolpho de Freitas, diretor tuchos dotados de descrições em braile e
de marcas próprias da rede, acrescentando uma constante política de renovação visual
são detalhes que comprovam a evolução vi-
sual dos rótulos da casa. “A apresentação
dos produtos passou a ser quase tão rele-
vante quanto a seleção dos fornecedores”,
diz o diretor de marcas próprias da rede.
Testes-cegos e Todavia, antes de iniciar o desenvolvi-
embalagens com
design a cargo de mento das embalagens, um longo processo
profissionais precisa ser cumprido. Inicialmente, diz o
especializados nos executivo do Pão de Açúcar, uma equipe
lançamentos de
produtos do Extra
interna de engenheiros de produto
elabora as especificações do item que
se quer colocar no mercado – seja ele
um cereal matinal ou um desinfetante. As
exigências são passadas a um grupo de in-
dústrias, para que se inicie a escolha do for-
necedor. Além de oferecerem preços e pra-
zos competitivos, para serem aprovadas as
fábricas candidatas são submetidas a uma
auditoria técnica feita por uma empresa es-
pecializada. “Desenvolvido o produto, par-
timos para os testes-cegos com consumido-
res”, diz Freitas.
Não fosse pela terceirização produtiva,
trata-se de um processo de lançamento si-
milar ao de uma indústria comum. Os obje-
tivos, no entanto, vão além do ganho de
22 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003
mercado. Para o supermerca- é bastante plausível.
do, também está em jogo a No mundo, a diferente
diminuição da dependência penetração das marcas pró-
em relação às marcas líderes, prias pode coincidir com as-
especialmente em setores pectos culturais. “Os euro-
dominados por poucos for- peus têm o hábito da econo-
necedores. Tal meta transpa- mia muito mais arraigado
receu no recente lançamento que os americanos”, acredita
de dois sabões em pó do gru- Maurício Ribeiro, gerente de
po Pão de Açúcar. Para bri- marcas próprias da rede fran-
gar com a Unilever, dona das cesa Carrefour. Já para o
marcas Omo, Brilhante e executivo do grupo Pão de
Das matérias-
Minerva, que juntas detêm 58% do seg- Açúcar, os graus de participação podem ser
primas aos
mento no Brasil, e com a Procter & Gam- acessórios de explicados pelos distintos processos de ma-
ble, que domina mais de 10% do setor com embalagem, turação dos rótulos das redes de varejo.
as marcas Ariel e Ace, o Pão de Açúcar co- seleção dos “Enquanto as redes inglesas passaram a
fornecedores de
meçou a vender em agosto os lava-roupas marcas próprias usar suas marcas como um elemento de di-
Ultra, na rede CompreBem Barateiro, e Ex- é cada vez ferenciação de seu mix de produtos, as
tra, apenas nas lojas com essa bandeira. mais criteriosa americanas se pautaram muito mais por
O caso mostra que a maior rede de su- tendências ditadas pelas marcas líderes”,
permercados do Brasil busca segmentos- assinala Rodolpho de Freitas.
chave do varejo para atingir um objetivo Criando ou não novas categorias, o fato
mais amplo: fazer com que seus rótulos res- é que no Brasil as marcas próprias se con-
pondam por 15% das vendas do grupo até solidam com a inegável contribuição de in-
2005. Se o patamar for alcançado, as mar- vestimentos em apresentação. Se no lado
cas próprias da rede terão desempenho das marcas líderes a tendência pode se tor-
equânime ao das house brands de muitos nar uma pedra no sapato, para as empresas
países desenvolvidos. “Lá fora o setor tem de embalagem o movimento adquire cono-
uma presença maior, pois as marcas pró- tação duplamente positiva. Como já ocorre
prias há muitos anos passaram pelo proces- hoje, tende a crescer o número e a qualida-
so de mudança de foco que começamos a de dos projetos de acondicionamento para
implantar no Brasil nos últimos três anos”, os rótulos das redes de varejo. No lado das
avalia Freitas. primeiras marcas, novas oportunidades
também podem surgir, sobretudo quando se
A caminho do panorama americano considera que investimentos em embala-
Na Europa de uma forma geral, os rótulos gem são uma das formas mais eficientes de
de redes de revenda são vendidos a preços seus fabricantes enfrentarem o crescimento
pouco inferiores ao das marcas líderes. O das marcas próprias.
exemplo do Reino Unido comprova esse
panorama. Em média, as marcas próprias
custam por lá 95% do valor das primeiras
marcas, e representam 39% do faturamento
das redes supermercadistas. Já os Estados Lançamentos
Unidos aparecem no meio do caminho en- de lava-roupas
com bandeiras
tre o panorama brasileiro e o europeu, com do grupo Pão
as marcas próprias somando 14,7% do fatu- de Açúcar
ramento das redes de revenda. No Brasil, sinalizam que
rótulos de
estima-se que em até uma década as marcas casa são
FOTOS: DIVULGAÇÃO

próprias terão participação similar à consta- vistos como


tada no varejo americano. Casos isolados, uma forma
de diminuir
como o do feijão carioca Barateiro, que
dependência
soma atualmente 42% das vendas da rede das marcas
na categoria, levam a crer que essa projeção líderes

24 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


CONGRAF

26
CONGRAF

27
águas

Estilete nunca mais


Lacre com fitilho agrega valor a garrafões de água
ão bastasse o fato de serem re- superintendente de vendas da Propack.

N cipientes dos mais desengon-


çados para se transportar, os
garrafões de água mineral ain-
da obrigam o consumidor a passar por ou-
Vale também destacar que os lacres po-
dem ser impressos, tanto por rotogravura
como por flexografia, o que lhes dá um ca-
ráter de mídia da marca do produtor. “A
tro sofrimento, na ocasião de sua abertura. gravação é feita na face interna da so-
Para retirar os lacres que os protegem, o lução, conferindo maior brilho e
consumidor invariavelmente é obrigado a garantindo maior resistência da
utilizar um estilete ou outra ferramenta área impressa”, explica Bran-
pontiaguda, num dos casos mais notórios dão. Assim como os rótulos da
de embalagem com procedimento politica- Propack, os lacres são termo-
mente incorreto de uso. Cedo ou tarde al- encolhíveis, e produzidos com
guma provedora de soluções em embala- filme de PVC mono-orientado
gens acordaria para o problema. Foi o que de alta contração, para encolhe-
fez a paulista Propack, tradicional fabri- rem de maneira uniforme ao pas-
cante de rótulos termo-encolhíveis. sarem pelos túneis de calor.
A empresa acaba de lançar uma inova- Inicialmente disponíveis cortados
dora linha de lacres de inviolabilidade para abertos ou pré-formados, os lacres com fi-
Detalhe do fitilho:
garrafões de 10 litros e de 20 litros de água, tilho também já estão sendo comercializa-
facilidade para
que, além de garantir a procedência do pro- dos em bobinas para aplicação automática. abrir reduz os
duto acondicionado, evitando adultera- Equipamentos especialmente desenvolvi- riscos de acidente
ções, conta com um bem-vindo mecanis- dos para este fim também estão sendo ofer-
mo de abertura fácil. tados pela Propack. “Por reduzirem os ris-
cos de adulteração e facilitarem o acesso ao
Sem risco produto, os lacres com fitilho agregam va-
A injeção de praticidade reside no aspecto lor aos garrafões”, considera o profissional
de os lacres serem produzidos com um fiti- da Propack. O produto, apresentado pela Propack
www.propack.com.br
lho, o que proporciona rompimento rápido primeira vez ao mercado na última edição (11) 4781-1700
e simples. “Sem precisar recorrer a objetos da feira Fispal, já pode ser visto nos garra-
cortantes, o consumidor se vê livre do risco fões de algumas marcas, entre elas Naturá-
de acidentes”, comenta Roberto Brandão, gua e Lindoya.

Universitários convocados
Junto a um grande cliente da área de das pré-estabelecidas, e também Faculdade Senac de Comunicação e
águas minerais, a Lindoya, a Pro- obedecer às leis para a rotulagem da Artes, que está cedendo sua sede
pack está promovendo o concurso bebida. Para o primeiro colocado, o para as inscrições, para a promoção
Rótulo Promocional Packlabel Lindo- prêmio é uma câmera fotográfica di- de palestras sobre o concurso e para
ya Verão. Ela convida estudantes gital e um fim de semana na estância a cerimônia de premiação. Inscrições
universitários das áreas de desenho de Serra Negra (SP); já o segundo e já estão abertas e vão até 29 de se-
industrial, design gráfico e de emba- o terceiro colocados serão contem- tembro. Não há limite para o número
lagem e de arquitetura e urbanismo a plados com um monitor de PC e um de trabalhos inscritos por participan-
FOTOS: DIVULGAÇÃO

projetar o visual de um rótulo termo- scanner, respectivamente. Os três te. A divulgação dos vencedores
encolhível para uma garrafa de água primeiros também receberão uma as- será feita no dia 20 de outubro. Maio-
da marca Lindoya. O novo rótulo de- sinatura anual gratuita de EMBALA- res informações podem ser conse-
verá seguir cores, palavras e medi- GEMMARCA. A iniciativa é apoiada pela guidas pelo fone (11) 3866-2947.

28 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


fechamentos

Para vedar e vender


Selagem por indução evolui e busca novos mercados
Por Leandro Haberli
urgida nos países desenvolvidos

S há cerca de quatro décadas, vem


ganhando espaço no Brasil uma

FOTOS: DIVULGAÇÃO
tecnologia de vedação de emba-
lagens considerada revolucionária até hoje, e
cujo funcionamento deriva de um conceito
da física provavelmente familiar aos mais
aplicados estudantes do ensino médio. É a
selagem por indução, processo de fecha-
mento que pode ser resumido pelo estabele-
cimento de uma distribuição de cargas elé-
tricas em um corpo eletricamente neu-
tro. O conceito assusta, mas na práti-
ca a tecnologia é usada apenas como
uma forma de aquecer o selo e fundir-
lhe uma camada adesiva.
Ao contrário de outros tipos de se- Difundida nos
lagem, como a feita em potes de io- mercados
desenvolvidos,
gurtes e copos plásticos de água mine- selagem por
ral, por exemplo, a tecnologia de indu- indução
ção normalmente pressupõe o uso de quer crescer
no Brasil
uma tampa plástica de rosca para que seja
feita a selagem. Encaixado no sistema de fe- diante aplicação de cola líquida a frio. Outro
chamento, o selo se une à embalagem justa- sistema de selagem muito comum é o usado
O processo de
mente quando o produto que se quer vedar é no mencionado exemplo dos iogurtes e copi-
selagem por indução
com duas peças submetido ao campo magnético gerado pela nhos de águas minerais. Nestes casos, o selo
máquina de indução. “Todo o trabalho me- entra em contato com uma placa dotada de
Tampa cânico da selagem por indução é feito pela uma resistência interna. Aquecida, a superfí-
pressão que a tampa exerce no bocal da em- cie da placa pressiona o selo na boca do fras-
Suporte em balagem”, explica Michael J. Hand, sócio- co, fundindo sua camada adesiva. Conheci-
cartão ou
Polexan gerente da TSI, uma das principais fornece- do como selagem por condução, esse pro-
doras de equipamentos de selagem por indu- cesso não concorre diretamente com a tecno-
Adesivo
termoplástico ção do mercado brasileiro. “Não há qualquer logia de indução, pois é usado normalmente
contato do selo com o equipamento”, ele em produtos desprovidos de tampas.
Estrutura
laminada
completa.
com alumínio Apropriada para inúmeros produtos, a Processo mais higiênico
tecnologia de indução surgiu como alternati- Para os defensores da selagem por indução,
Filme selante
va ao processo em que o selo é fixado me- a tecnologia traz vantagens em relação ao

Campo de alta freqüência Como funciona


Encaixado na tampa, o
selo aquece e se une à
saída da embalagem
quando o produto passa
pelo campo magnético
da máquina de indução

30 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


método que usa cola fria. “Trata-se de um
processo mais rápido e limpo”, compara Ro-
berto Fuchs, gerente-comercial da GRC, ou-
tra empresa nacional que fabrica e comercia-
liza equipamentos de selagem por indução
no Brasil. Para ele, além de proveitosa para
as empresas usuárias, a tecnologia de veda-
ção pela exposição dos selos em campos
magnéticos de alta freqüência é capaz de fa-
cilitar a vida dos consumidores finais. “Com
a ajuda de abas, não é necessário nenhum
tipo de objeto para retirar o selo da embala-
gem. Ademais, uma vez removido, o selo de
vedação não deixa resíduos no frasco”, des-
creve o gerente da GRC.
Sobre a praticidade de consumo das em-
balagens dotadas de selos, é necessário lem-
brar que, em produtos acondicionados em
vidro, o mercado brasileiro ainda é um gran-
de adepto da selagem fria. “Nos mercados
desenvolvidos, esse método de selagem per-
deu muito espaço nos últimos anos, e hoje é
visto como algo superado”, conta Darcle
Nielsen, gerente de vendas da Unipac, divi-
são do grupo ITW especializada no mercado
de selagem por indução. Trabalhando na
sede inglesa da companhia, a executiva diz
que na Europa “a selagem por indução está
presente em praticamente todas as embala-
gens onde é possível aplicá-la”.

Selos amigáveis
“Hoje os selos por indução são dotados de
várias camadas e permitem até benefícios de
marketing, através da
impressão da marca
das empresas em sua
superfície”, completa
Nielsen. Entre os pro-
dutos da Unipac ali-
nhados a tais vanta-
gens, ela cita a linha
de selos Lift’n’Peel.
O diferencial do sis-
tema é uma camada
de poliolefina lamina-
da no topo do selo, de
modo a facilitar a
abertura da embala-
gem. “São produtos
muito mais conve-
Máquina de selagem nientes do que os se-
por indução da GRC los com abas”, diz
Nielsen. Sobre a fama de acessório de emba- Selos dotados
lagem pouco amigável ao consumidor, ela de cartão e
polietileno
tem uma explicação na ponta da língua. expandido são
“Normalmente, os selos são complicados de alternativas da
abrir devido ao tamanho reduzido da aba”, Geraldiscos
para potes
assinala. “O Lift’n’peel foi criado para de vidro
resolver esse problema”.

Vidro na mira
No Brasil, o emprego de selos dotados de di-
ferenciais semelhantes ainda é restrito. Por
aqui, a tecnologia parece em meio a uma Geraldiscos sas usuárias de embalagens de vidro que op-
fase de afirmação. Embora difundida entre (11) 4195-2233
tavam pela selagem por indução eram obri-
www.geraldiscos.com.br
produtos acondicionados em garrafas e fras- gadas a comprar os selos lá fora. “Sem pre-
cos plásticos, como óleos lubrificantes, con- GRC cisar importar nada, o custo da indução para
(11) 4584-0011
dimentos, leites e alguns medicamentos, a esse tipo de embalagem torna-se muito mais
www.grcseladoras.com.br
indução é pouquíssimo usada em potes de acessível”, completa Carla.
vidro. Mas no que depender dos fornecedo- Poli-Paper
(11) 6412-3550
res nacionais de selos, tal situação deverá www.polipaper.com.br
Vedação garantida
mudar em breve. Segundo os profissionais Os novos produtos da Geraldiscos se encai-
do setor, há uma crescente tendência de TSI xam no conceito de selo de duas peças. Isso
(11) 3686-1311
substituição dos processos de selagem a frio www.tsi-newelco.com.br significa que apenas uma parte do selo ade-
pela tecnologia de indução. re à saída da embalagem. A segunda peça
Uma das estratégias que permitem vis- Unipac (ITW) permanece fixa à tampa. “Tal procedimento
+ 44 (0) 1753 773-116
lumbrar essa disposição vem da Geraldiscos, No Brasil: (11) 4152-8436 assegura a vedação mesmo após a retirada
um dos principais fornecedores de selos de www.unipac.ca do selo da boca do frasco”, diz a profissional
vedação do Brasil. Na última Fispal, a em- da Geraldiscos. Outro fornecedor de selos
presa mostrou uma linha feita de alumínio por indução que pretende atuar com solu-
com suporte de cartão ou polietileno expan- ções para potes de vidros é a Poli-Paper. Sem
dido, que é indicada especificamente para precisar o início da estratégia, Edson Rios,
embalagens de vidro. “São selos de indução diretor da empresa, afirma que a idéia é
lançados como uma alternativa de vedação a igualmente focar esforços nos mercados de
produtos que utilizam processos de selagem maionese e café solúvel.
com cola fria”, explica Carla Iwaszko, da Apesar da diversificação de estratégias,
área comercial da Geraldiscos. Ela afirma tudo indica que o crescimento definitivo da
também que, até esse lançamento, as empre- selagem por indução no Brasil depende de
um abrandamento da pressão por custos no
lado das empresas usuárias. “Embora o pre-
ço dos equipamentos de indução seja relati-
vamente baixo, a utilização desse tipo de
selagem encontra resistência nas empresas
que não querem agregar despesas adicio-
nais em suas linhas de produção”, diz Mi-
chael J. Hand, da TSI. Argumentos para
vencer esse tipo de obstáculo existem. De
Lift’n’Peel (acima) e selos com aba, da Unipac: mais praticidade fácil adaptação às linhas produtivas, as so-
luções de selagem por indução evitam vio-
lações e vazamentos, e ainda podem pro-
longar o tempo de vida útil dos produtos. O
que os provedores da tecnologia esperam é
que os potenciais usuários da selagem por
indução tenham mais fôlego para investir
em tais benefícios.
making of

Tradição européia
Para brigar com importadas, geléia nacional aposta na imagem
ão é de hoje que os apre- são digital, que vem produzindo

N ciadores de geléias de
frutas têm à disposi-
ção no Brasil produtos
refinados, normalmente elabora-
os auto-adesivos da Queensberry
com equipamentos da marca
alemã Xeikon. “Além de elimi-
nar a necessidade de aprovar fo-
dos a partir de tradicionais recei- tolitos, a impressão digital tem
tas européias. Mesmo antes do a seu favor uma grande agiliza-
início da década de 90, quando a ção produtiva”, conta Cristiano
abertura econômica foi acentuada Moraes, diretor comercial da
e o número de marcas estrangei- Kiviks. Tal característica, re-
ras se multiplicou no mercado força Rosângela Souza, res-
brasileiro de geléias, que atual- ponsável pelo marketing da
mente movimenta 100 milhões Setprint, facilita a manuten-
de reais por ano, ou 20 000 tone- ção dos estoques, à medida
ladas, empresas nacionais já ha- que “a impressão dos rótulos é
viam começado a explorar o filão das feita de acordo com as deman-
geléias finas. É o que mostra a Kiviks das”. Segundo ela, “a tecnologia digital
Marknad, empresa brasileira fundada em Nos rótulos, não exige tiragens mínimas nem lotes fi-
1986, responsável pela requintada marca migração para xos.”
impressão digital
de geléias Queensberry. a cargo da Setprint Além da mudança do sistema de im-
Batizada em referência ao festival de pressão dos rótulos, a marca Queensberry
frutas silvestres da pequena cidade sueca vem sendo feliz em apostar no formato de
de Kiviks, que anualmente atrai milhares suas embalagens como um diferencial
de visitantes, a empresa não só evidencia competitivo. Segundo o diretor da Ki-
a tradição européia nos métodos de ela- viks, desde sua entrada no mercado, a
boração de seus produtos como tem ado- empresa só usa potes de vidro com mol-
tado uma política de investimentos em des exclusivos. “Esse é um dos motivos
embalagem cujo objetivo é equipará-los da preferência dos consumidores por nos-
visualmente às mais nobres geléias im- sos produtos”, acredita Mo-
portadas. Perceptível em toda a linha Potes com moldes
raes. Fornecidas pela Wheaton
Queensberry, que também conta com co- exclusivos e e pela Vidraria Anchieta, as
berturas de sobremesa, mel silvestre e tampas decoradas: embalagens possuem dois pa-
diferenciação
molho agridoce à base de manga, o esme- drões de formato, divididos
nas gôndolas
ro no acabamento dos potes e frascos ga- em seis tamanhos distintos.
nhou novo realce com a recente adoção Com fundo circular, os
de tecnologia de impressão digital em to- potes possuem paredes
dos os rótulos da marca. planas onde os rótulos
são aplicados. O mes-
Sem preocupações com tiragens mo diferencial é es-
Para dinamizar a reposição de mercado- tendido às embala-
rias e a produção em escalas às vezes bai- gens de coberturas
FOTOS: DIVULGAÇÃO

xas, a Kiviks optou pela impressão digi- para sobremesas e


tal em substituição à tecnologia flexográ- de mel silvestre,
fica. A migração ficou a cargo da Set- porém, estas têm
print, empresa especializada em impres- perfil mais delgado e

34 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


Fechamos
alto, e contam com impressão da marca sempre ótimos
em alto-relevo.
“Nossa estratégia sempre foi guiada
para oferecer produtos com embalagens e
negócios.
qualidade final à altura das melhores ge-
léias francesas e inglesas”, conta o diretor
da Kiviks. Na parte de fechamento, a em-
presa usa tampas metálicas fornecidas
por três diferentes fabricantes (Aro, Ro-
jek e White Cap). Os sistemas de fecha-
mento servem de suporte a uma pequena
aba auto-adesiva dos rótulos, formando
uma solução antiviolação alternativa, que Linha
evidencia a abertura dos produtos. “Para completa
tem
conquistar o consumidor brasileiro de ge-
produtos
léias finas, é importante contar com em- para food
balagens que apresentem diferenciais em service e
relação aos potes das marcas premium público
single
importadas”, prossegue Moraes.

Diversidade de apresentações
A busca por elementos de embalagem
que remetam ao posicionamento de mer-
cado da linha Queensberry é estendida a
todo os nichos em que a marca está pre-
sente. Para o público single, por exemplo,
a empresa distribui bem acabados kits de
papel cartão impressos pela Embalagem
Santa Inês. Com janelas vazadas que per-
mitem visualizar os produtos, as multi-
packs contêm três pequenos potes de 42 TAMPAS 38 MM
gramas. Outro setor que a marca Queens- A Alcoa tem sempre a solução que a sua empresa
berry tem atacado é o de food service, precisa para o lacre de embalagens plásticas (PET,
Aro PVC, PEAD e PP) e embalagens de vidro, em diver-
para o qual são oferecidos potes plásticos (11) 6462-1700 sos segmentos, como alimentício, temperos,
de 4,7 quilos. www.aro.com.br bebidas, alcoólicos, farmacêutico e químicos.
A estratégia de diversificação já ren- 38 MM EXTRA LOK
Amcor- White Cap do Brasil
deu à linha significativa participação no • Bebidas sem gás
(11) 5585-0723
envasadas a quente ou a frio.
mercado brasileiro de geléias finas, além www.whitecapinc.com
• Lacre Anti-violação.
de uma próspera estratégia de vendas no • Pode ser fornecida
Embalagem Santa Inês
exterior. No entanto, o diretor da Kiviks (11) 3904-0444 com ou sem vedante.
explica que as exportações da empresa www.santaines.com.br 38 MM DOUBLE LOK
arrefeceram com a valorização da moeda • Duplo sistema 0800 12 3727
Metalgráfica Rojek de travamento, www.alcoa.com.br
brasileira. Mas ele acredita que, em 2004, (11) 4447-7900 com maior segurança. Fone: 4195.3727 Ramais:
a marca Queensberry estará de volta aos www.rojek.com.br Luiz Mello: 2315
• Para bebidas com gás, Marijosy Silva: 2327
supermercados americanos e europeus. Setprint
fornecida sempre com vedante. Fábio Spinola: 2336
Seria mais uma prova de que, com uma (11) 3865-5506
estratégia bem definida, os produtos bra- www.setprint.com.br
sileiros podem atender não só os mais re- Vidraria Anchieta
finados paladares, como também se des- (11) 6191-0666
TOTALITY

tacar visualmente em meio a produtos cu- www.vidraiaanchieta.com.br

jas embalagens são desenvolvidas prati- Wheaton


camente sem nenhuma preocupação (11) 4355-1800
quanto a contenção de custos. www.wheaton.com.br
integração

Sul e muito mais

FOTOS: CHRISTIAN KLEIN


Evento mostra
o potencial da
integração da
cadeia e da
regionalização
Por Wilson Palhares,
de Porto Alegre
a incipiente discussão

N sobre a existência de um
“design brasileiro de
embalagem”, um ponto
geralmente esquecido é o da regio-
Mais de 100 pessoas assistiram às apresentações

Alegre, o Produto Brasil Sul. O


evento, um fórum com apresenta-
Dentro desse conceito, paralela-
mente às palestras, no saguão do
nalização da atividade, que no en- ção de cases e exemplos de emba- Hotel Plaza São Rafael, foi montada
tanto vem se acentuando. Como lagens bem sucedidas, ocorreu no uma exposição em que os patrocina-
conseqüência de uma aberrante hotel Plaza São Rafael, no último dores apresentavam seus produtos,
concentração da atividade econômi- dia 2 de julho. Foi coordenado por
“Apoiamos o projeto porque: foi or-
ca, ganham maior visibilidade Luís Madi, diretor geral do ITAL –
ganizado por uma empresa idônea e
(quando não aparecem só eles) Instituto de Tecnologia de Alimen- de elevado padrão ético de conduta
eventos, novidades em materiais e tos, sob promoção da Hi Design, de em negócio; contou com um grupo
equipamentos e o design de reci- São Paulo, nos termos de seu Pro- seleto de patrocinadores e apoiado-
pientes de produtos de consumo fei- jeto Integrado. Segundo Christian res; falou para uma região onde há
tos na região Sudeste. É como se o Klein, diretor da agência, esse carência de eventos do mesmo nível;
resto do país não existisse. nome designa uma metodologia de e teve como objetivo apresentar aos
Agir acreditando nisso pode re- desenvolvimento de embalagens clientes uma possibilidade de con-
sultar em perda de oportunidades criada pela Hi Design, consistindo versar em volta da mesma mesa com
de negócios em outras áreas, a va- em integrar a cadeia produtiva no seus supridores de embalagens,
para entender as suas necessidades
ler o que foi possível observar em andamento de um projeto, do de-
e propor soluções de forma integra-
recente evento realizado em Porto sign ao produto acabado, de forma
da. Além disso, a Saint-Gobain é a
a obter os melhores resultados em
única vidraria automatizada com fá-
prazos, custos, qualidade e desem- brica na Região Sul, e busca sempre
penho. oportunidades para conhecer melhor
“Por ser um evento regionalizado foi as necessidades de seus clientes e
possível dar mais atenção aos clien- parceiros comerciais.
tes. Além disso, por tratar-se de um Quem participou do evento o elogiou
Projeto Integrado, conseguia-se vi- muito e sugeriu que passe a fazer
sualizar melhor propostas inovado- parte de uma agenda permanente
ras, pois deixava de ser uma suges- anual na região. Foi uma excelente
tão e passava a ser algo táctil, como oportunidade de interação com os
aconteceu no evento: rótulos ter- atuais clientes, clientes em potencial
moencolhíveis (ITW), vestindo fras- e com os demais patrocinadores. Por
co Saint-Gobain, através de uma Ro- ser um primeiro evento do gênero, ul-
tuladora Narita.” trapassou as nossas expectativas.”
Alessandro Carlo Angeli, diretor André Liberalli, gerente comercial
Narita Indústria e Comércio Saint-Gobain Embalagens

36 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


que são, justamente, complementa- da Adegráfica Embalagens Indus- ções, o conceito do fórum e a esco-
res. Foram eles: Amcor WhiteCap triais, do Cetea – Centro de Tecno- lha do Sul do país para a realização
(tampas), ITW Canguru Rótulos, logia de Embalagem do ITAL e da do evento foram aprovados maciça-
Narita (rotuladoras), Saint-Gobain Abras – Associação Brasileira de mente, devendo servir de parâme-
Embalagens (recipientes de vidro) e Supermercados. Na avaliação dos tros para a realização de futuras edi-
Suzano (papel cartão), com apoio mais de 100 presentes, as apresenta- ções em outras áreas do país.
Klein conta que a região Sul foi
escolhida para este primeiro fórum
com base em estudo feito pela Hi
Design na área de embalagem em
países da Europa. “O mercado que
mais se assemelha ao europeu no
Brasil é o do Sul”, ele observa.
“Praticamente todas as soluções e
inovações em embalagens feitas lá
podem ser feitas também aqui, pois
não nos faltam criatividade e tecno-
Integração: na ante-sala, produtos e máquinas em ação logia para isso”, acredita. Veja nos
quadros, resumidamente, as razões
“Os cases, experiências e tecnolo- “A integração entre empresas de que levaram os patrocinadores a
gias apresentados durante o evento embalagem é uma idéia correta, apoiar o evento e como cada um
evidenciaram a preocupação de mu- pois nenhuma das que estiveram avaliou sua realização.
dar a postura do empresário brasilei- associadas a esse evento vende a
ro na busca de alternativas diferen- embalagem sozinha. Ao contrário “O evento contou com a presença de
ciadas de apresentação de seu pro- dos casos em que é possível ofere- profissionais de diversos segmentos
duto, sair do habitual para destacá-lo cer a venda da embalagem comple- de mercado (designers de embala-
no mercado. Os exemplos demons- ta, nós dependemos de outras em- gem, gráficos do segmento de emba-
trados comprovaram resultados presas para atender o cliente, so- lagens, end users e varejo), demons-
muito positivos. Este primeiro Proje- mos complementares. O Projeto In- trando que é fundamental a busca de
to Brasil Sul proporcionou a intera- tegrado vem sanar a “falha” que soluções integradas. Essa aproxima-
ção entre clientes e fornecedores, existe entre as empresas que neces- ção entre os diversos elos da cadeia é
oferecendo soluções integradas que sitam dessa integração. Hoje enxer- vital para o crescimento do segmento.
viabilizam o desenvolvimento da em- gamos que o cliente busca maior O nível dos palestrantes foi muito
balagem como um todo. Isto propor- comodidade. Por isso, as pesquisas bom, valendo destacar que em geral
ciona eficiência e agilidade, utilizan- necessárias para atender as neces- avaliaram a embalagem como ferra-
do-se o know-how dos fornecedores sidades de embalagens do cliente menta de marketing e vendas, tirando
para atingir os requisitos da embala- são feitas por nós, deixando-o total- o foco da questão custo e ressaltando
gem de forma mais eficaz. Assim, mi- mente confortável quanto à eficácia que uma boa embalagem faz parte do
nimizam-se os custos de desenvolvi- do projeto. Eventos pontuais como produto, é um forte apelo de venda
mento e eventuais falhas ocasiona- o Produto Brasil Sul são importan- que ultrapassa a função de proteção.
das pela falta de integração entre for- tes, pois podemos personalizar as Outras questões que valem ser res-
necedores desconhecidos. Este pri- regiões e, logicamente, fazer uma saltadas são a aproximação com o
meiro evento atendeu às nossa ex- boa apresentação: da empresa, da varejo e a influência de uma boa em-
pectativas. Obtivemos retorno muito integração do grupo, e demais infor- balagem para este segmento, redu-
positivo dos participantes incenti- mações sobre serviços. Os resulta- zindo perdas de produtos e otimizan-
vando-nos e elogiando a iniciativa. dos do evento foram bons, mas não do o espaço de gôndolas. Na avalia-
Confiamos na continuidade do Pro- chegaram a superar nossoas expec- ção da Suzano o evento superou as
jeto Integrado de forma regionaliza- tativas. Por ser o primeiro, aprende- expectativas. Porém, por ser o pri-
da, o que proporcionará aos partici- mos bastante como melhorar. O fato meiro a ser realizado com a caracte-
pantes facilidade no acesso, levan- é que tornou possível conversamos ristica de reunir diferentes fabrican-
do-se em conta as características re- mais entre nós, para buscar o que é tes de materiais, sempre é possível
gionais.” o objetivo de todos: o cliente.” melhorar.”
Armando Luís Monteiro, gerente de Leandro Pignataro, departamento Carlos J. B. Gomes, departamento
vendas América do Sul de marketing de marketing – Cia. Suzano de Pa-
ITW Canguru Rótulos Amcor White Cap do Brasil pel e Celulose

ago 2003 • EMBALAGEMMARCA – 37


mercado

Novamente, a vez da
Produto e embalagem precisam ter qualidade
á algum tempo, os proprietá-

H rios de duas diferentes produ-


toras de aguardentes finas de
Minas Gerais concluíram ser
hora de vender e lucrar mais. Entenderam
que, para isso, precisariam ampliar sua
presença em um nicho de mercado que
vem registrando consistentes sinais de
crescimento: o dos apreciadores de cacha-
ças de boa qualidade, dispostos a pagar
por uma garrafa ou uma dose valores não
muito diferentes daqueles de um bom uís-
que ou um bom conhaque. Cada um a seu
tempo, percorrem bares e restaurantes es-
trelados de São Paulo, onde se concentra-
riam bebedores brasileiros, finalmente
STUDIO AG

despertos para as propriedades incompará-


veis da bebida típica nacional, e estrangei-
ros, fascinados com seu sabor e seu aroma. bora venha sendo adotado gradativamente
por maior número de marcas, o recurso a
Diferenças de mentalidade embalagens mais modernas é ainda pouco
Os resultados – opostos – obtidos por eles expressivo.
ilustram mais uma vez a importância da A hegemonia da postura conservadora,
embalagem para o êxito comercial de um aliás, ficou clara na Expo Cachaça 2003 –
produto e, ao mesmo tempo, retratam as VI Feira e Festival Internacional da Ca-
diferenças de mentalidade presentes no chaça, realizado de 10 a 13 de julho último
segmento de cachaça, em que prevalece o em Belo Horizonte. Trata-se de um evento
conservadorismo. O primeiro conseguiu em que se reúnem todos os anos os produ-
colocar sua marca na maioria dos locais, o tores de algumas das marcas mais presti-
outro fracassou totalmente, embora ofere- giadas de cachaça, e, segundo depoimen-
cendo um produto de qualidade indiscutí- tos de degustadores, praticamente todas de
vel. Ouviu de mais de um gerente de res- qualidade indiscutível. Verdadeira festa de
taurante que não havia condições de colo- degustação e negócios, o evento tornou-se
car numa bandeja uma embalagem “como um marco no esforço de projeção da
aquela”. Tratava-se de uma garrafa retor- cachaça como bebida de qualidade, tanto
nável de cerveja, de vidro âmbar, com que na mais recente edição foi visitado
tampa coroa (crown) e rótulo precário. pelo governador mineiro, Aécio Neves,
Já o primeiro havia investido numa garra- que segundo consta é um apreciador da
fa one way apropriada, de vidro incolor, bebida. A Expo Cachaça terá sua versão
com tampa metálica de rosca, selo de qua- na cidade de São Paulo, de 18 a 21 de se-
lidade da Ampaq – Associação Mineira tembro, no ITM – Expo.
dos Produtores de Aguardente de Quali- Embora em Belo Horizonte estivessem
dade e um estojo de papel cartão, com de- expostas inúmeras marcas em garrafas di-
sign e acabamento tão primorosos quanto recionadas especificamente ao mercado de
o dos rótulos, auto-adesivos. Porém, em- cachaças (porém em apenas dois ou três

38 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


DIVULGAÇÃO
cachaça
modelos standard e algumas, raríssimas,
em garrafas personalizadas, nacionais ou
importadas), a grande maioria era mesmo
acondicionada na popular “capataz” de
600ml. Adotada por razões de custos por
grande número de produtores, essa garrafa
está em vias de ter uma alternativa (ver o
quadro abaixo). Ante a observação de que
seria importante incrementar a apresenta-
ção do produto, a principal justificativa Prodesmaq, de rótulos auto-adesivos, e a Linha standard
Ariane 1 da
para não fazê-lo era a questão de custos. Altec, de tampas) estiveram presentes com Saverglass
Mas ouvia-se, também, que “as pessoas stands no evento, a Saverglass pegou caro-
tomam cachaça, não embalagem”. na no estande da Ampaq para mostrar sua Expo Cachaça SP
(11) 3999-3866
linha de produtos e fez ainda uma apresen- www.preventos.com.br
Franceses vêm aí tação em seminário paralelo ao evento.
Saint-Gobain Embalagens
Apostando que a atual situação tende a Segundo Bruno de Botton, gerente co- (11) 3874-7482
mudar, mesmo porque existe de fato po- mercial da Saveriberica, representante do www.sgembalagens.com.br
tencial para colocar o produto em maior grupo para Portugal e Espanha, a empresa Saverglass
número de mesas lá fora e principalmente não fechou negócios em Belo Horizonte. + 35 1 21 924 80 60
saveriberica.bdb@mail.telepac.pt
aqui, agregando valor a eles, já há pelo Mas ele se disse “impressionado com o www.saverglass.com
menos um fornecedor estrangeiro de olho imenso potencial desse mercado”. O certo
nesse mercado. É o grupo vidreiro francês é que, como foi veiculado na edição de
eo
Saverglass, especializado na fabricação de maio de Cachaça – Revista do Sistema Visit
de
garrafas de luxo, cuja produção (150 000 Ampaq distribuída na Expo Cachaça, uma s tande A
e ARC
t/ano) é 45% exportada. Detalhe: um “empresa francesa especializada em fabri- G EMM
AL A ça
recipiente de suas linhas standard custa cação de garrafas” faria em julho um estu- EMB
o Cacha
xp
mais do que a maioria das marcas de do para a possível implantação de filial em na E 003
cachaça vendidas no varejo no Brasil. Minas Gerais. O que se comentava no SP 2 /9 1
8a2
Enquanto apenas dois fornecedores na- evento é que já existe até terreno reserva- de 1
cionais ligados ao setor de embalagem (a do para esse fim, em Patos de Minas.

Uma alternativa ao envase em garrafa de cerveja


Nem só de produtos comercializados tradicional quanto à altura e ao diâme- rem suas garrafas retornáveis em ba-
em embalagens requintadas vive o tro da atual garrafa de cerveja, mas res e restaurantes, poderão facilmente
mercado de cachaça no Brasil. Pelo inova nas opções de cores (branca, separá-las das garrafas de cachaça,
contrário. Atualmente, muitos peque- verde e âmbar) e de fechamento (ros- permitindo assim que cada mercado
nos produtores de cachaça utilizam ca e coroa) e numa estética mais mo- tenha o seu devido produto.
garrafas retornáveis destinadas ao derna. Esta compreende a inscrição A expectativa das vidrarias com esse
mercado de cerveja para envasarem do termo "cachaça" em alto relevo na projeto é atender a muitos produtores
seus produtos. Visando atender a es- garrafa e outros detalhes que valori- de cachaça, que terão uma garrafa
sas centenas de pequenos produtores zam o produto. Seu preço será mais mais moderna, funcional, a preço com-
regionais de cachaça, com o menor competitivo, pois como a cachaça não petitivo e com identidade estética pró-
custo de adaptação possível em seu é carbonatada o recipiente não precisa pria e atraente. No âmbito das vidra-
processo de fabricação e logística, as ter especificação tão rigorosa quanto rias, quem está liderando esse proces-
vidrarias automáticas brasileiras estão o de cerveja. so é a Saint-Gobain Embalagens, mas
propondo uma nova garrafa, segundo Quem ganha com a inovação não é só a fabricação poderá ser feita por todas
informa a Saint-Gobain Embalagens. o mercado de cachaça, mas também o as vidrarias que tenham interesse em
O novo recipiente mantém o formato de cerveja. As cervejarias, ao coleta- produzi-la.

ago 2003 • EMBALAGEMMARCA – 39


Informe Publicitário

Envase-Alimentek 2003
Vá a Buenos Aires com tarifa especial da British Airways

D
Dois dos eventos mais importantes ligados à área de emba- no del Envase (pelo telefone + 54 11 4957 0350, ou pelo e-
lagens na América Latina ocorrem simultaneamente em Bue- mail iaenvase@infovia.com.ar). Para todos os elos da cadeia
nos Aires, na Argentina, entre os dias 22 e 26 de setembro. de embalagens, portanto, trata-se de uma oportunidade
O primeiro, em sua 8ª edição, é a feira Envase 2003 (Ex- única de fazer contatos e gerar negócios no exterior.
posición Internacional del Envase y Embalaje), cujo enfoque Fiel a seu propósito de atender bem não apenas pessoas
é a cadeia de embalagens – fornecedores de matéria-prima, físicas, mas também clientes corporativos, a British Airways
convertedores, fabricantes de embalagens, fornecedores de criou tarifas especiais para quem quiser visitar a Envase-
complementos, entre outros. Alimentek 2003 em Buenos Aires.
O segundo, que ocorre Saindo de São Paulo
em paralelo e está na sua entre os dias 20 e 26 de se-
3ª edição, é a Alimentek tembro e retornando de
2003, feira destinada a Buenos Aires entre os dias
mostrar máquinas e equi- 22 e 28 de setembro você
pamentos para o proces- paga apenas o equivalente
samento de alimentos e em reais a US$ 179.00* (as
bebidas. taxas de embarque e de se-
Realizadas a cada dois gurança, que são arrecada-
anos, com organização do ções à parte, não estão in-
Instituto Argentino del En- cluídas).
vase e apoio da Ulade – Para obter essa tarifa
Unión Latinoamericana especial, a reserva deve ser
del Embalaje, as feiras En- feita pelo telesales da Bri-
vase e Alimentek têm se tish Airways, nos números
consolidado como impor- (11) 3145-9700 (São Paulo
tantes eventos na área de Capital) ou 0300 789 6140,
embalagens para empre- e o bilhete deve ser emitido
sas interessadas no mer- diretamente na companhia
cado da América Latina. aérea. Ao ligar, mencione
Hoje, esses eventos se o código ENVASEBA03.
equiparam às grandes ex- Quem quiser embarcar
posições de embalagens de outras localidades deve
do planeta. Prova disso é a participação cada vez maior de consultar o departamento de reservas da British Airways.
empresas estrangeiras. Além disso, conheça os novos benefícios do programa
Para facilitar a presença de visitantes vindos de outros Executive Club da British Airways, acessando www.ba.com,
países, os organizadores têm convênios com entidades de e saiba como acumular mais milhas. Veja ainda as facili-
embalagens do mundo inteiro, para incentivar a participa- dades implementadas para que você possa resgatar vôos
ção dos seus associados. gratuitos mais rápido.
Durante a exposição haverá uma rodada internacional * Tarifa sujeita a disponibilidade de lugares
de negócios, que permitirá aos participantes oferecer e com-
prar produtos e serviços.
As empresas interessadas em participar da rodada de
negócios devem entrar em contato com o Instituto Argenti-
Polo maior
O Grupo Unigel, controlador da
Mais uma opção em tampa flip top
Polo, anunciou investimentos de A Sonoco For-Plas está lançando
US$ 40 mi na ampliação de sua uma tampa FlipTop para pré-formas
planta de Montenegro (RS), que de PET com gargalo de 28mm. Se-
produz filmes de BOPP para a fa- gundo a empresa, a nova tampa
bricação de embalagens flexíveis, atende a qualquer segmento (ali-
sobre-embalagens, fitas adesivas mentício, limpeza, higiene pessoal),
e rótulos. Com uma nova linha, podendo ser utilizada em frascos de
que deverá entrar em operação ketchup, cremes, álcool, gel, deter-
em 2005, a produção anual da gentes etc. Ela permite a colocação
unidade passará das atuais 18 000 de selo de indução para garantia de
toneladas para 48 000 toneladas. inviolabilidade. Produzida em várias lhe na articulação da tampa cria um
cores, a nova tampa pode ter o orifí- “efeito mola”, que facilita sua abertu-
Re-certificada cio dosador adaptado ao perfil de ra, fechamento e manuseio.
A fornecedora de rótulos auto- cada produto. Além disso, um deta- (11) 5097-2750 • www.sonoco.com
adesivos Prodesmaq recebeu, em
junho, o certificado de qualidade
ISO 9001:2000, após auditoria do
Fácil controle
BVQI (Bureau Veritas Quality In- do acetaldeído
ternational). A empresa já possuía Para facilitar e agilizar o processo de
o ISO 9002. análise de pré-formas quanto ao seu
índice de acetaldeído, conhecido sub-
Prêmio produto indesejável do sopro de em-
Pela quarta vez, a fábrica de pa-
balagens de PET, principalmente
aquelas destinadas ao mercado de
pel da Rigesa de Três Barras (SC)
águas minerais, a Piovan do Brasil
recebeu o prêmio Fritz Müller, o
está lançando o AA Analyzer. Trata-
principal na área ambiental em Bom no samba, se de um equipamento que reduz cus-
Santa Catarina.
bom na reciclagem tos e tempo para se obter resultados,
pois dispensa qualquer tratamento da
Avanço Em 2002, pelo segundo ano conse-
pré-forma antes do teste, retorna re-
Dando continuidade ao seu pro- cutivo, o Brasil apresentou o maior
sultados em 30 minutos, contra as al-
cesso de integração societária, a índice mundial de reciclagem de latas
gumas horas do método convencio-
Braskem anunciou o aumento de
de alumínio. A confirmação veio com
nal, em laboratório, e acusa diferen-
a divulgação recente do índice oficial
sua participação nas controladas ças entre análises inferiores a 1%.
do Japão, feito pela Japan Aluminium
Trikem e Polialden, mediante ne- “Vale dizer que, nos métodos conven-
Can Recycling Association, que foi de
gociação com a Nissho Iwai Cor- cionais, essas diferenças
83,1% no ano passado. O índice bra-
poration e a Mitsubishi Chemical podem chegar a até
sileiro de 87%, 2 pontos percentuais
Corporation, detentoras de ações 35%”, afirma Deborah
a mais que em 2001, reafirma o Bra-
ordinárias das duas empresas. As- Bazo, da área de mar-
sil como o líder na reciclagem de la-
sim, a Braskem eleva de 66,7% keting da Piovan. O
tas de alumínio entre os países nos
para 100% sua participação no equipamento dispensa
quais a reciclagem não é obrigatória
capital votante da Polialden e de conhecimentos específi-
por lei. Do total processado, a Alcan
69,4% para 92,9% da Trikem. cos de química para ser
contribuiu com 62% (cerca de 76 000
operado e é disponibili-
toneladas de latinhas), afirmando sua
zado em duas versões:
Apetite posição de maior recicladora de lati-
a Laboratório, para em-
A Alcan formalizou uma proposta nhas da América Latina. No total, cer-
presas que já possuem
de aquisição da rival francesa Pe- ca de 9 bilhões dessas embalagens
centros de análise, e a
chiney por US$ 3,9 bilhões. O acor- foram recicladas em 2002. Para se
Torre (foto), para insta-
do precisa de aprovação das au- ter uma idéia, essa quantidade de la-
lar no chão de fábrica.
toridades. Combinadas, a Alcan e tas poderia completar a circunferên-
(11) 3693-9500
a Pechiney teriam receita anual cia da Terra 28 vezes.
www.piovan.com
de US$ 24 bilhões. www.alcan.com.br • www.abal.org.br

42 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


Krones entra no mercado “just enough”
A alemã Krones, uma das maiores sil, isso ajudará na meta de ganhar
provedoras mundiais de máquinas maior penetração nos segmentos ali-
especiais para a indústria de bebi- mentício, cosmético, farmacêutico e
das, assumiu em junho as operações químico. O setor de bebidas também
da ítalo-austríaca será atendido pela
Kosme, compa- Kosme, como já
nhia da mesma acontece no Brasil
área que produz com indústrias de
máquinas para vinhos e bebidas
empresas peque- quentes. “Uma
nas e médias. grande empresa
Com isso, a Kro- também pode ser
nes do Brasil, bra- cliente da Kosme,
ço local da multi- em projetos que
nacional, anunciou demandem produ-
que passa também a atender clientes ção menor”, explica Baldauf. A Kos-
de menor rendimento, formadores do me produz sopradoras e linhas com-
nicho conhecido como “just pletas para envasamento em PET na
enough”. Segundo Rogério Baldauf, Áustria, e rotuladoras na Itália.
diretor comercial da Krones do Bra- (11) 4075-9600 • www.krones.com.br

Gancheiras atraem e abrem novos canais


Novos modelos de Hang Tags, solu- quantidades de produtos em peque-
ção adesiva para apresentar produtos nos espaços, facilitando a visualiza-
em displays verticais, estão sendo ção e a decisão de compra”, afirma
lançados pela Novelprint. Também Walkiria Castro, gerente de marketing
conhecido como gancheira, o Hang da Novelprint. Ademais, diz ela, com
Tag “organiza a ele o fabricante pode atingir novos ca-
exposição de nais de vendas, como lojas de conve-
FOTO: MARCELO RUDINI

grandes niência, quiosques e padarias. Com a


nacionalização da solução, que até
agora era importada, a Novelprint pre-
tende difundi-la junto às indústrias far-
macêuticas, alimentícias e de cosmé-
ticos, entre outras. O sistema de apli-
cação do adesivo também pode ser
fornecido. Um dos primeiros usuários
da solução é o grupo Vigor, que subs-
tituiu o papel cartão grampeado pelo
Hang Tag nas embalagens dos quei-
jos ralados Vigor e Faixa Azul.
(11) 3768-4111 • www.novelprint.com.br

Carmocal investe em nova unidade


A crescente demanda do mercado quando a empresa, de origem argen-
brasileiro de contêineres retornáveis tina, criou a Carmocal do Brasil e as-
do tipo IBC (Intermediate Bulk Con- sociações no Chile, Uruguai, Para-
tainer) motivou a construção de uma guai, Colômbia, Venezuela e México.
nova planta industrial da Carmocal A empresa presta serviços logísticos
do Brasil, inaugurada no dia 25 de ju- de gerenciamento e locação de IBCs
nho em Guarulhos (SP). Trata-se de de 1 000 litros e de lavagem e limpe-
uma seqüência ao projeto de expan- za de IBCs e de caminhões-tanque.
são iniciado na década de 1990, (11) 6438-3808 • www.carmocal.com
Ação boa para ambas as partes
A Divisão de Embalagens da Unipac como “tolling”, que visa gerar vantagens
anunciou a formalização de um acordo econômicas em nível de igualdade para
com a multinacional Dow AgroSciences, os envolvidos no processo. Nela, a Divi-
uma das líderes do mercado mundial de são de Embalagens da Unipac utilizará
defensivos agrícolas. Trata-se de uma sua mão-de-obra e potencial tecnológi-
parceria de industrialização conhecida co para o desenvolvimento de embala-
gens plásticas com matérias-primas for- Maior oferta
necidas pela Dow Brasil. Com isso, pre- em filmes de PET
vê-se que a Dow AgroSciences economi- A Terphane anunciou que irá expandir
zará cerca de 10% nos custos com a a capacidade de produção de filmes
aquisição de suas embalagens – frascos bi-orientados de poliéster (PET) de
de 1 litro e de 5 litros mono e multica- sua planta de Cabo de Santo Agosti-
mada, de polietileno de alta densidade nho (PE). Atualmente, a empresa fa-
–, e que a Unipac aumentará em 30% brica 18 000 toneladas por ano do
seu processamento de embalagens de material, largamente utilizado em em-
PEAD em relação a 2002, chegando a balagens flexíveis e em rótulos auto-
600 toneladas da resina. adesivos. Com uma nova linha, que
(11) 4166-4260 • www.unipac.com.br receberá um investimento de 160 mi-
lhões de reais e deverá começar a
operar no início de 2005, a Terphane
Nova opção para prototipagem rápida pretende saltar para 38 000 toneladas
Uma nova impressora 3D para prototipagem rápida, a 3D anuais. Mais da metade da produção
Vantage, da americana Stratasys, está sendo distribuída no gerada pela expansão será destinada
Brasil pela Sisgraph. Ela cria protótipos de plástico a partir de a exportações para a América Latina
modelos gerados em CAD 3D utilizando a tecnologia de mo- e para os Estados Unidos, onde a
delagem por deposição de material fundido (FDM). O maior empresa possui uma unidade indus-
apelo da Vantage é sua flexibilidade, por aceitar expansões e trial. O restante será comercializado
aperfeiçoamentos futuros, como câmaras de modelagens no mercado interno. Paralelamente à
maiores, e por trabalhar tanto com ABS, resina-padrão na maior oferta e diversidade dos filmes
área, como com policarbonato. “Os protótipos podem passar de PET no mercado, o projeto deverá
por diversos testes estruturais e de design logo após serem gerar 110 novos empregos diretos e
cerca de 300 empregos indiretos na
obtidos”, diz Wilson Amaral, consultor técnico da Sisgraph.
cadeia produtiva de embalagens.
(11) 3889-2100 • www.sisgraph.com.br
(11) 5503-3951 • www.terphane.com.br

Upgrade torna injetoras da Romi mais amigáveis ao usuário


Sob o pretexto de melhorar a performance de suas curva de aprendizado dos operadores das máquinas.
máquinas de campo e otimizar o trabalho de seus clientes, “Como a arquitetura Windows é mais aberta ao usuário,
com interfaces mais amigáveis, a Romi, seguindo uma pudemos adequar mais as máquinas às necessidades do
tendência do mercado internacional, está instalando em cliente, que também tem a vida facilitada por poder utilizar
suas injetoras horizontais, incluindo nas de ciclo ultra-rápi- periféricos e soluções compatíveis com o micro que ele já
do, a versão Embedded (solução embarcada) do software sabe utilizar”, comenta Antônio de Pádua Dottori, chefe de
operacional Windows XP, da Microsoft. “Além de mais fun- engenharia de marketing da Romi. O projeto, que teve iní-
cionalidades, o cliente hoje quer telas que permitam uma cio em 2002, foi apresentado na Brasilplast deste ano.
leitura mais fácil e um visual mais bonito”, explica Adilson (19) 3455 9000 • www.romi.com.br
Marcorin, chefe de engenharia da Romi. Como para progra- www.microsoft.com/windows/embedded/xp/default.asp
mar uma máquina injetora ter-
moplástica o usuário conta
com cerca de 60 telas dife-
rentes e mais de 1 000
parâmetros, o Windows XP
Embedded facilita a persona-
lização do processo e reduz a

44 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


PERFUME NO BLISTER
A Bic está colocando
Sobremesa para viagem
no mercado canetas A Bauducco acaba de lançar
esferográficas colori- uma sobremesa famosa em
das e com tintas muitos restaurantes: o Petit Ga-
perfumadas. A Shim- teau na versão para “levar pra
mers Perfumada tem casa”. Disponível nas pratelei-
os aromas de mo- ras dos principais supermerca-
rango, pêssego, dos e magazines, a sobremesa
maçã verde, menta, tem preparo rápido: com ape-
uva e amêndoa, nas 15 segundos de aqueci-
cada uma com a mento no forno de microondas
respectiva cor da está pronta para ir à mesa. A
fruta. As canetas receita é simples: um bolinho
são embaladas em de chocolate, com recheio de
blisters de papel car- chocolate quente, para ser ser-
tão fabricados pela vido com uma bola de sorte de
gráfica Sarapuí, com creme e calda de chocolate.
três ou 12 unidades. A embalagem, que é fabrica-
da em BOPP perolado pela
Domecq com Shellmar, foi desenvolvida

imagem mais jovial pela M Design.

Para rejuvenescer a ima-


gem de seu conhaque Do- Embalagem de Razzo ganha vida
mecq, a Allied Domecq pro-
A Razzo, empresa bra- pacto no ponto-de-ven- fundo, em tons suaves.
moveu sutis modificações
sileira de produtos de da. O logotipo da Raz- Em primeiro plano, apa-
na embalagem do produto.
limpeza, renovou a em- zo foi modernizado, ga- rece uma foto de rou-
O rótulo, fornecido pela
balagem do sabão em nhando efeito de volu- pas limpas e dobradas
espanhola Gesa, foi clarea-
pó Puro Coco. A mu- me, e seu espaço na e quatro ursos de pelú-
do, e, nele, as letras D e Q
dança ficou a cargo da embalagem praticamen- cia. O painel traseiro
ganharam maior evidência
Dil Brands, que realizou te dobrou, aumentando foi reformulado, com a
e as imagens de três me-
o projeto de redesign a visibilidade da mar- criação de vinhetas so-
dalhas foram introduzi-
da caixa, com o objeti- ca. O painel principal bre o modo de uso do
das, para suscitar
vo de gerar mais im- recebeu uma textura de produto.
maior nobreza.
Vale também des-
tacar a mudança
na denominação
do produto, que
passa de Brandy
para “bebida al-
coólica mista de
brandy”, atenden-
do exigências da
Receita Federal
quanto ao seu posi-
cionamento de pre-
ço. A garrafa é
fornecida pela
Saint-Gobain
Embalagens.

46 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


Nem tudo é feito em casa
Mesmo tendo investido alto para verti-
calizar a produção de frascos plásti-
cos, a Yamá Cosméticos continua de-
mandando embalagens de terceiros.
Um exemplo é a recente ampliação
da linha de tratamento capilar Unihair,
que utiliza frascos PET fornecidos pela
Alcan Packaging. Os lançamentos são
o Semi Di Lino e o Fluid Gloss, produ-
tos que funcionam como reparadores
de pontas para uso profissional e do-
méstico. Com capacidade de 30ml, as
embalagens contam ainda com válvu-
las da Emsar e rótulos da Apiflex.

Pré-preparados em cartuchos
Brownie, Muffins, Pão de Mel e Ro- assar e o Rocambole traz um pa-
cambole são as receitas semipron- pel-manteiga para facilitar o seu en-
tas para bolo que a Dr. Oetker está rolamento. Os produtos são acondi-
apresentando ao mercado. As mis- cionados em cartuchos de papel
turas dispensam batedeira e têm cartão da Brasilgráfica, com visual
outros atributos práticos: o Muffin desenvolvido pela Segmento Co-
vem com forminhas individuais para municação e Design.

Mais um leve pronto para beber


O agitado mercado de iogurtes que o produto tem 0% de gordura.
com teor reduzido de gordura e O mesmo ocorre com os rótulos,
calorias acaba de ganhar um novo impressos pela Makro Kolor Gráfi-
competidor. A marca Paulista in- ca e Editora.
gressa no setor com o iogurte
pronto para beber Paulista Light.
O lançamento foi impulsionado
pela ampliação das vendas de
produtos lácteos frescos do tipo
light: a empresa estima que de
2001 a 2002, o segmento cresceu
44%. Fornecidas pela Rigesa, as
multipacks cartonadas do Paulista
Light destacam a informação de
Nordeste na mira 1 Orientações sobre diferimento de ICMS
A KSR Distribuidora, unidade de
A Associação Brasileira das Indústrias microondulado como matérias-primas.
negócios da VCP - Votorantim Celu-
lose e Papel, registrou aumento de
Gráficas (Abigraf) e o Sindicato das Ainda segundo Isola, os créditos po-
15% no faturamento da região nor- Indústrias Gráficas no Estado de São dem ser usados para o pagamento de
deste durante o primeiro semestre Paulo (Sindigraf-SP) estão unindo for- outros tributos e, em alguns casos,
de 2003, resultado da ampliação da ças para facilitar a obtenção dos be- para aquisições de matérias-primas,
sua área de estocagem em janeiro. nefícios resultantes do adiamento da máquinas e equipamentos. Entre as
cobrança de ICMS em alguns setores medidas, há a elaboração de uma
Nordeste na mira 2 da indústria paulista. Silvio Isola, pre- cartilha, além de um curso ministrado
A SPP-Nemo, braço de distribuição sidente do Sindigraf, informa que o di- na sede da Abigraf e do desenvolvi-
de papéis e plásticos do grupo Su- ferimento do tributo é válido para al- mento de um software que facilita o
zano, anunciou a inauguração de guns tipos de embalagens, rótulos, processo de apuração do crédito.
um centro de distribuição em Salva- etiquetas e manuais de instrução que www.sindigraf.com.br
dor (BA). “Será o primeiro show utilizem papel, papel cartão e papelão (11) 5087-7746
room de papéis gráficos da Bahia”,
diz Thomas Meyer, gerente de ven- Mais uma aliança estratégica
das de São Paulo e Nordeste da
Dois importantes fabricantes de empresas anunciaram uma nova im-
SPP-Nemo.
equipamentos do mercado gráfico pressora rotativa off-set multifuncio-
europeu, a Drent Goebel e a Giebe- nal, a VSOP. Desenvolvido com cilin-
Matéria-prima mais cara
A Eastman Chemical Company ler Druckmashinen, assinaram um dros de formatos variáveis, o equi-
anunciou aumento de quinze centa- acordo de aliança estratégica no iní- pamento é um importante desenvol-
vos de dólar no quilo da resina Eas- cio de junho deste ano. Em comuni- vimento no campo de impressoras
tman NPG platelets. O produto é u- cado oficial, as empresas afirmam rotativas para embalagens. Fabrica-
sado na fabricação de poliéster pa- que a idéia é ampliar o leque de so- da na Holanda, a VSOP será distri-
ra tinta líquida e em pó. Válido para luções para áreas como embalagem, buída no Brasil pela Comprint.
toda a América Latina, o acréscimo rótulos, impressão de documentos e www.drent-goebel.com
começou a ser praticado em julho. malas-diretas. Além do acordo, as No Brasil (11) 3371-3391

Sem esquecer o social Da Suíça para o Brasil


A subsidiária brasileira da ArjoWig-
Numa estratégia de aproximação como a Printmaster GTO 52-4, solu-
gins doou uma tonelada de alimen-
com profissionais estrangeiros, a sub- ção voltada a impressão em peque-
tos a entidades de assistência.
A iniciativa integra uma série de sidiária brasileira da Heidelberg rece- nos formatos, com integração digital
ações de responsabilidade social beu no final do primeiro semestre do fluxo de trabalho. Os participantes
que a empresa e seus colaborado- uma comitiva de executivos de gráfi- conheceram ainda a Imagesetter Her-
res têm organizado. Os esforços fo- cas suíças. Entre outras atividades, o kules Pro, o scanner Topaz (linocolor)
ram direcionados também à arreca- grupo conheceu alguns dos clientes e os softwares MetaDimension e Sig-
dação de cobertores e agasalhos, e da Heidelberg no Brasil. “É interes- nastation.
à publicação do livro infantil “O sante ver como se dá o atendimento www.heidelberg.com.br
Brasileirinho”, realizado com apoio num mercado com as dimensões do (11) 3746-9739
da Secretaria Nacional Antidrogas. brasileiro, especialmente para quem
vive em um país com sete milhões de
Anúncio revelador habitantes”, disse Reginald Rettig,
A IBF (Indústria Brasileira de Fil- presidente da Heidelberg Suíça. Além
mes) lançou dois novos revelado- da visita dos colegas europeus, a
res, o ND-2000 PLUS e o UR II. O Heidelberg organizou, entre os dias
primeiro foi desenvolvido para cha- 16 e 19 de julho, em Belo Horizonte
pas negativas N-2000, e pode ser (MG), a “Semana da Tecnologia –
usado em processos de revelação Paixões Integradas com Você”. No
manual e automática. Já o URII é
evento, foram demonstradas novida-
voltado para revelação de filmes em
des da empresa para os mercados
processamento automático.
de pré-impressão e acabamento,

48 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


Almanaque
A presença de Anita Um brinde à “pequena água”
Apesar de haver anotações
Hoje, qualquer indústria que se preze históricas de que no sécu-
anuncia nas embalagens de seus produ- lo XI, na Pérsia, produzia-
tos as formas de contato com seu servi- se uma bebida alcoólica
ço de atendimento ao consumidor, o po- transparente e inodora si-
pular SAC. Ao que tudo indica, a pionei- milar à vodca, os russos
ra nessa área no Brasil foi a Johnson & garantem que o destilado
Johnson. Na década de 50, seu absor- foi uma descoberta deles e
vente íntimo Modess começou a se po- que o seu aparecimento se
pularizar no país, mas, por ser uma no- deu no século XII, na pro-
víncia de Viatka, na Rús- bebida deu origem ao
vidade, eram comuns as dúvidas sobre
sia Central. Na época, a mais famoso brinde do
seu uso. Assim, a J&J criou, numa joga-
bebida era usada para fins mundo, “À sua saúde”, ou
da de marketing, a figura da conselheira medicinais. O nome deri- “Nazdorovye”, em russo.
Anita Galvão, personagem de anúncios va da expressão russa Em tempo: a etiqueta rus-
em revistas femininas e a quem as mu- “Zhiznennia Voda”, que sa exige que, à proposta
lheres deveriam enviar, por carta, suas significa “água da vida”, e dessa saudação, o copo de
indagações. Anita nunca existiu de fato, vodca significa “pequena vodca seja sorvido numa
mas muitas consumidoras acreditavam água”. Diz a lenda que a só talagada.
piamente no contrário – tanto que, não raro, lhe en-
viavam longas missivas confidenciando problemas
pessoais ou conjugais. Na verdade, a prestativa mu- O intruso se
lher, que “se aposentou” em meados dos anos 60, era
encarnada por um grupo de seis pedagogas.
tornou familiar
Uma carona no esforço
alheio
Para não deixar a
data passar em
branco: o ano de
Precisamente às 8h01min da manhã do dia 26 de junho
2003 marca o jubi-
de 1974, um pacote de chicles Wrigley’ passava pelo leitor
leu da conquista do do caixa de um supermercado em Ohio, nos Estados Uni-
cume do Monte Eve- dos, tornando-se o primeiro produto a utilizar o código de
rest, o lugar mais alto barras. O hoje onipresente sistema computadorizado de
do mundo. Grandes identificação foi inventado pela IBM e aprovado para uso
festas aconteceram em em 1973. A versão original, chamada Universal Product
maio passado, mês do Code (UPC), é a base do código de barras americano, que
aniversário, junto ao usa 12 números. Posteriormente, desenvolveu-se na Eu-
famoso acidente geográfico, no Nepal. ropa o sistema EAN (European Article Number), com 13
A façanha do alpinista neozelandês Edmund Hil- números. Hoje, diversos tipos de códigos de barras sim-
lary e de seu guia, o sherpa Tenzing Norgay, foi plificam a vida da indústria e do varejo, e sua presença
tão celebrada em 1953 que os marqueteiros da não causa estranheza. No início de sua implementação,
época não perderam tempo. Diversas campanhas no entanto, havia quem lhes torcesse o nariz: designers de
de produtos pegaram carona no feito. Uma delas embalagens e de capas de livros, que os consideravam
foi a do matinal britânico Grape Nuts, “o cereal uma indesejável intrusão gráfica em seu trabalho.
energético que ajudou os alpinistas do Everest”, (condensado do livro “Century Makers”, de David Hillman
como propala o anúncio, no exemplo aqui repro- e David Gibbs)
duzido.

50 – EMBALAGEMMARCA • ago 2003


HEIDELBERG

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