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Sessão 9

Apreciação final

“Abrir portas novas e olhares reflexivos permite entrever novos caminhos de


futuro.”

É inegável a importância e a necessidade da existência de formação


nesta grande problemática da avaliação das Bibliotecas escolares; a prática
demonstra que efectivamente constitui um desafio para cada P.B. a
identificação e o ultrapassar das fragilidades individuais e colectivas, com que
diariamente se confonta .

De acordo com este ponto de vista, esta Acção enquadra-se numa


necessidade cada vez mais sentida por muitos Professores Bibliotecários e da
sua procura constante de formação e informação sobre o novo modelo de
avaliação de Desempenho.
No entanto, considero igualmente essencial que a formação nesta área seja
analisada, ponderada e reavaliada num contexto mais alargado, ou seja,
considerando tudo o que se tem vindo a alterar no sistema educativo, desde o
Estatuto da Carreira Docente at é ao bem mais recente Estatuto do Aluno,
passando por muitos outros normativos e aspectos da política educativa
nacional.

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As minhas expectativas relativamente à efi cácia desta Acção de
Formação, inicialmente não eram muito elevadas; no entanto eu tinha pl ena
consci ência que era urgente discutir, analisar e adquirir formação, para que
não só este novo ano lectivo decorresse da m elhor forma, mas também para
que o processo de AA da BE venha a ser correctamente aplicado e
constitua um desafio ultrapassável, para cada pessoa envolvida , quer seja o
PB, um docente(s) ,um(s) membro(s) da equipa ou um(s) aluno(s).

Estas semanas de leituras, reflexão e esclarecimento sobre as diferent es


formas de analisar e viver este processo, bem como o (embora muito breve)
debate serviram para clarificar idéias, para responder a algumas dúvidas, mas
igualmente para continuar a questionar ainda o processo de Auto avaliação
das Bibliotecas Escolares. No entanto, considero que o resultado global se
revela positivo, não só pelo que a frequência desta Acção me fez debater e
analisar mas principalmente, pelo que me fez reflectir sobre esta temática

Como base de apoio ao desenvolvimento da acção, foi utilizada a


plataforma Moodle que se revelou um espaço privilegiado para a realização,
divulgação, esclarecimento de dúvidas e entrega dos trabalhos produzidos
durante a formação.No entanto também potencializou muitas dúvidas, muita
angústia e muita decepção. Penso que mais algumas sessões presenciais
seriam muito importantes (não gosto de “fazer” amigos pela internet ) e penso
que nem tudo é dito ou esclarecido por esta via uma vez que nos ficaremos
pelo politicamente correcto.

Estando eu ciente de que não possuo conhecimentos sufi cientem ente


sólidos para questionar ou criticar na globalidade este processo, sinto agora a
necessidade de analisar mais exaustivamente a do cumentação
disponibilizada. No entanto, pelo que já pude ler, refl ectir e debater com outros
colegas (para além de consultar os mais diferentes sites da Internet, jornais e
artigos de opinião que escalpelizam este processo ) é minha convicção que
este modelo poderá ser efectivamente uma mais valia, mas simultaneamente
constituirá uma sobrecarga sobre os nossos ombros, uma vez que se constata
que a equipa é cada vez mais reduzida (os novos colegas não têm muitas
horas na componente não lectiva).

A metodologia adoptada permitiu-nos adquirir a consci encialização de


que o processo a médio e longo prazo poderá ser benéfico para a qualidade
dos serviços, mas a desmotivação dos docentes bibliotecários poderá ser uma

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realidade. A pressão psicológica e física de uma avaliação efectuada nestes
moldes, a realizar ano após ano, irá exercer sobre todos os intervenientes um
desgaste quase insust entável e a missão destes docentes na escola dificilmente
será vivida com a dedicação espontânea com que muitos, até há pouco
tempo atrás, encaravam a sua profissão.

Estas são algumas das dúvidas e/ou certezas que reflect em o que eu
penso; para finalizar e para além destas reflexõ es, transcrevo a conclusão de
um texto «A avaliação dos professores enquanto alunos: O uso da experi ência
pessoal como agente de mudança» da autoria de Leonor Segurado Falé
Balancho ( pro fessora da Escola Superior de Educação João de D eus, Lisboa) ,
uma vez que concordo em grande parte, com o seu conteúdo:

« A formação tem que se enquadrar na área do desenvolvimento

profissional do professor (Day,1992). Est e, por sua vez, tem que se


integrar num processo de desenvolvimento pessoal, cada vez mais
abrangente e apro fundado , sem o qual dificilmente a escola evoluirá.

As mudanças não poderão continuar a ser «mudanças legisladas»,


mas têm de começar a ser «mudanças refl ectidas», desejadas e
escolhidas, entendidas num contexto sistémico e construtivista de
impacto circular” (APA, 2000; Perrenoud, 1999; Valadares & Graça, 1998

No domínio da avaliaçãoe respectiva aplicação, esta tem de


transformar-se numa estratégia de estímulo à evolução, construção e
conhecimento pessoal, cada vez mais coerente e direccionado para a
autonomia, a reflexão, a construção pessoal e para a verdadeira vontade de
mudança.

Só assim a avaliação das Bibliotecas e da avaliação em geral passará


a ser uma prática generalizada

Helena Costa Silva

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