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Análise Crítica ao Modelo de Auto-Avaliação das

Bibliotecas Escolares

O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria. Conceitos


implicados

A biblioteca escolar contribui para o sucesso educativo dos estudantes e para o


desenvolvimento das literacias imprescindíveis na nossa sociedade. Devido à sua
importância crescente e ao seu papel notório no processo de ensino/aprendizagem é
necessária uma avaliação contínua.
O Modelo de Auto-Avaliação foi criado no sentido de melhorar a prática das nossas
bibliotecas escolares. Este é um instrumento pedagógico e de melhoria contínua que
permite avaliar o trabalho da biblioteca escolar e o impacto do trabalho desenvolvido
no funcionamento global da escola e nas aprendizagens dos alunos. Desta forma, esta
avaliação não deve por isso ser vista como um fim, mas como um processo que
depois de analisado levar-nos-á a efectuar as mudanças necessárias para tornar a
biblioteca escolar o centro da aprendizagem dos nossos alunos.
Implementando este Modelo de Auto-Avaliação poderemos identificar quais os pontos
fortes e as fraquezas da biblioteca escolar e desta forma, melhorar a nossa prática.
A recolha sistemática de evidências deverão informar a prática diária ou fornecer
informação para determinado problema para o qual procuramos melhoria ou solução.

Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as bibliotecas


escolares.

Relativamente ao conceito da biblioteca escolar como centro da aprendizagem,


podemos referir, que esta mudança tem a ver com os novos contextos de
aprendizagem onde o aluno tem um papel mais activo. Outro aspecto importante são
os novos ambientes de disponibilização da informação, de trabalho e da nova
construção do conhecimento que exigem novas e múltiplas literacias. O professor
bibliotecário deve motivar os alunos para a utilização dos recursos existentes na
biblioteca escolar, assim como fornecer acesso fácil à colecção existente.
Segundo Markless, Streffield (2006) este modelo perspectiva práticas de pesquisa
-acção que estabelecem a relação entre os processos e o impacto que originam. A
avaliação deste impacto sofreu alterações, pois passou-se de um impacto visto
através da relação dos inputs e outputs para uma avaliação que se centra no impacto
qualitativo da biblioteca, ou seja, interessa saber os resultados e a eficácia que o papel
da biblioteca escolar têm no sucesso das aprendizagens dos nossos alunos. Interessa
sobretudo ver as mais-valias que as bibliotecas escolares acrescentam ao processo
de ensino aprendizagem, daí a pertinência deste Modelo de Avaliação, pois só com
ele é possível verificarmos o que está bem ou menos bem e desta forma haver uma
melhoria contínua da qualidade.

Organização estrutural e funcional. Adequação e constrangimentos.

É através da recolha sistemática de evidências de uma auto-avaliação sistemática,


organizada em quatro domínios, que as bibliotecas escolares podem crescer e
melhorar. Estes quatro domínios sintetizam a área de acção da biblioteca escolar :
Domínio A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular (A.1 Articulação curricular da BE com
as estruturas pedagógicas e os docentes / A.2. Desenvolvimento da literacia da
informação); Domínio B. Leitura e Literacia; Domínio C. Projectos, Parcerias e
Actividades Livres e de Abertura à Comunidade, (C.1. Apoio a actividades livres, extra-
curriculares e de enriquecimento curricular /C.2. Projectos e parcerias); Domínio D.
Gestão da Biblioteca Escolar, (D.1. Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento.
Acesso e serviços prestados pela BE/D.2. Condições humanas e materiais para a
prestação dos serviços/D.3. Gestão da colecção).
Por outro lado, estes domínios podem ser agrupados em três áreas chave: Integração
na escola e no processo de ensino/aprendizagem, Acesso. Qualidade da Colecção e
Gestão da biblioteca escolar.
Este Modelo de Auto-Avaliação conduz-nos ao melhor caminho a seguir, pois muitas
vezes a falta de orientação leva-nos a percorrer caminhos que não são tão eficazes
como à partida parecem ser.

Integração/ Aplicação à realidade da escola.

Para que a operacionalização deste processo seja possível é necessário que a equipa
da biblioteca escolar o implemente, frequente acções de formação, e que haja uma
comunicação constante com o órgão directivo, um diálogo com os departamentos e
professores e a apresentação do mesmo em Conselho Pedagógico. Assim, é
necessário o envolvimento de todos para o sucesso deste modelo.
Os resultados deste processo devem ser partilhados com o director, departamentos e
professores da escola.
As decisões a tomar devem sempre ter em conta o ambiente interno e externo da
biblioteca escolar, ou seja devem ter sempre em conta a realidade da escola. Uma vez
que, a biblioteca escolar é um recurso da escola no que diz respeito aos seus
objectivos de ensino/aprendizagem, a avaliação da mesma deve ser participada a
nível da escola e ser reconhecida e divulgada. A avaliação da Biblioteca Escolar
permite aferir o impacto dos seus serviços perante a escola e todos os que estão
ligados ao seu funcionamento. Neste contexto, é importante validar o que funciona e
identificar possíveis gaps ou constrangimentos. A informação resultante deste
processo é indispensável não só para a escola como também para a tomada de
decisões do Programa RBE.

Competências do professor bibliotecário e estratégias implicadas na sua


aplicação.

Em todo este processo, o professor bibliotecário tem um papel muito importante, tem
de ser um bom comunicador, saber exercer influência junto dos professores do órgão
directivo, ser observador, ser gestor e promotor dos serviços e recursos bem como
saber avaliar. Um outro aspecto importante é ter capacidade de transmitir a ideia que é
através da partilha e da união de esforços que construímos uma escola melhor. Saber
trabalhar com colegas e alunos tentando-os motivar e cativar para desenvolver um
trabalho que a todos pertence.
O professor bibliotecário deve também ter um pensamento estratégico na abordagem
dos problemas. Analisar e planear é também crucial.
Em suma, o professor bibliotecário dever ser activo e empenhado e conseguir ter o
apoio de toda a comunidade escolar para promover o sucesso do ensino/
aprendizagem.

Carla Tavares

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